um deus apaixonado -...

24
Mala Direta Básica 29.983.269/0001-17 Comunidade Emanuel A REVISTA DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA – ANO 41 – EDIÇÃO 481 – AGOSTO 2018 – WWW.DOMCIPRIANO.ORG. BR Um Deus Apaixonado R$13,90

Upload: phungnguyet

Post on 08-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Mala DiretaBásica

29.983.269/0001-17Comunidade Emanuel

A REVISTA DA RENOVAÇÃO CARISMÁTICA – ANO 41 – EDIÇÃO 481 – AGOSTO 2018 – WWW.DOMCIPRIANO.ORG. BR

Um DeusApaixonado

R$1

3,90

2018 • edição 481 • Jesus Vive e é o Senhor 1

DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB

Oração Inicial

Com minha bênção sacerdotal

Dom Cipriano Chagas, OSB

Oração para ser um bom pai

S enhor nosso Deus, vós me fizestes pai e me destes ter filho(s). Confesso humildemente que o amor perfeito e a alegria do céu não têm sido refletidos em meu lar. Não tenho correspondido a meu chamado como pai. Pai, perdoai-me. Peço-vos que me guieis e ajudeis no estudo de

vossa santa Palavra. Ajudai-me a compreender vossos desígnios para mim como um pai. Ensinai-me

a conhecer-vos como o Pai perfeito. Enquanto estudo vosso exemplo como o Pai divino, fazei-me

ser um pai verdadeiro para meu(s) filho(s). Que vosso amor e vossa bênção estejam em meu lar.

Senhor Deus, inclino-me diante de vós, em profunda humildade. Desejamos sentir mais pro-

fundamente o terrível poder do pecado em mim e em meus filhos. Fazei-me consciente do perigo a

que o pecado expõe meu querido lar. Confesso que tenho deixado de demonstrar esse amor puro,

que quereis que seja a beleza da vida de família, em meu relacionamento convosco e de um com o

outro e com nossos filhos, perdoai-me por minha falta de amor! Não deixeis que meus filhos sofram

por causa de mim, ao crescerem à minha semelhança. Libertai-me do poder do egoísmo, e colocai

vosso amor em meu coração pelo Espírito Santo.

Ó Deus, abençoai meus filhos com o Espírito de amor. Ajudai-me a caminhar diante dele sem

amor, que vosso Espírito possa usar nosso exemplo e minha semelhança para formá-los em vossa

santa semelhança. Que meu lar na terra seja para eles o caminho, o portão para o lar do Pai no céu!

Amém!

2 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

Carta ao LeitorPOR MAURO MOITNHO MALTA

N osso Papa Francisco nos brinda com um artigo sobre “Os man-damentos: Uma ordem ou uma

palavra?” e afirma: “Na Bíblia, os man-damentos não vivem por si mesmos, mas são parte de um relacionamento. Vimos que o Senhor Jesus não veio abolir a Lei, mas dar a plena realização. É uma relação da aliança entre Deus e o seu povo. No início do capítulo 20 do livro do Êxodo podemos ler – isso é importante: “Deus pronunciou todas estas palavras”. Parece uma abertura como outra, mas nada na Bíblia é banal. O texto não diz: “Deus pronunciou esses mandamentos”.

O autor enfatiza que a Bíblia diz claramente … “pronunciou ESTAS PA-LAVRAS” ou seja, o Decálogo. Mesmo assim têm forma de Lei, são, objetiva-mente: mandamentos. Por que ele não diz: “Dez Mandamentos”? Que diferença tem entre um comando e uma palavra? Um comando é uma comunicação que não requer diálogo. A palavra, ao con-trário, é um meio essencial da relação como diálogo. Deus Pai cria através de sua palavra, e o Seu Filho é a Palavra feita carne; o amor se nutre de palavras e, assim, a educação ou a colaboração. Quando alguém fala ao nosso coração a nossa solidão desaparece.

Os mandamentos são Palavra de Deus. Deus se comunica nestas dez palavras e espera nossa resposta. A comunicação se realiza pelo prazer de falar e, pelo bem concreto que se comunica entre aqueles que se querem bem, através das palavras. É um bem que não consiste em coisas, mas nas mesmas pessoas, intercambiando-se, se doando ao diálogo. Mas essa diferença não é uma coisa artificial. Vamos ao que aconteceu no início. O tentador, o diabo, quer enganar o homem e a mulher sobre esse ponto, quer convencê-los de que “Deus proibiu a eles de comer o fruto da árvore do bem e do mal para mantê-los submissos”.

O desafio é precisamente este: a pri-meira norma que Deus deu ao homem é a imposição de um déspota que proíbe, que obriga ou é a preocupação de um Pai que está cuidando dos seus filhos e protege da auto destruição? É uma palavra ou é um comando? A mais trágicas entre as várias mentiras que a serpente diz a Eva é a sugestão de uma “divindade invejosa e possessiva” – Deus não é invejoso de nós. Uma divindade possessiva: “Deus não quer vocês tenham liberdade”. Os fatos demonstram dramaticamente que a serpente mentiu. Fez crer que uma “palavra de amor” era um “comando”.

O homem diante dessa encruzilhada, diz: “Deus me impõe ou cuida de mim? Os seus mandamentos são uma Lei ou contém uma palavra para cuidar de mim? Deus é patrão ou Pai?” Somos súditos ou filhos? Este combate, dentro e fora de nós, se apresenta continuamente. O Espírito Santo é um espírito de filiação, é o espírito de Jesus. Um espírito de escravos não pode acolher a Lei senão de modo opressivo e, pode produzir dois resultados opostos ou uma vida feita de deveres e de obrigações ou uma reação violenta de rejeição. Todo cristianismo é a passagem da letra da Lei ao Espírito

que dá a vida. Jesus é a Palavra, não é a condenação do Pai. Jesus veio nos salvar com a sua Palavra e não nos condenar.

Dom Cipriano, no artigo “Aquele que faz a ponte”, afirma que: “Jesus é o nosso Sumo Pontífice: o nosso maior fazedor de ponte.” Uma ponte para transpor o abismo de comunicação que existe, quer se trate de seres humanos com seres hu-manos, quer se trate da interação entre Deus e os seres humanos.

Para atravessar esse abismo é ne-cessária uma ponte de comunicação. Deus, sem dúvida, tem-se comunicado com seres humanos através de outros seres humanos (Hb 1,1), mas Jesus foi seu método por excelência (Hb 1,2): a melhor ponte de comunicação que Deus jamais produziu..Sua suprema escolha de método é Aquele que ele chama de seu Filho….Pais que não passam tempo com seus filhos perdem contato com eles. Esses filhos crescem longe de seus pais, e já não ficam parecidos com eles. Assim também os filhos que se recusam a escutar e a obedecer seus pais. Esses filhos são chamados infiéis...o segundo Adão, foi um Filho fiel, que passou tempo com seu Pai. Por herança, ele era “a exata

FALE CONOSCO

CARTAS À REDAÇÃO

[email protected]

• Cartas à redação, Jesus Vive e é o Senhor, Caixa Postal 941, 20001-970, Rio de Janeiro, RJ

Inclua seu nome completo, endereço, e-mail e número de telefone. As cartas e e-mails poderão ser editadas e usadas em mídia impressa e eletrônica.

ECONOMIZE TEMPO PELA INTERNETPara assinaturas e livros acesse www.comunidadeemanuel.org.br

ASSINATURAS

[email protected]• (21) 2263-3725

EDIÇÕES ANTERIORES [email protected] www.comunidadeemanuel.org.br

A revista “JESUS VIVE E É SENHOR” é uma publicação mensal da Co-munidade Emanuel, entidade sem fins lucrativos, declarada de Utilidade Pública pelo Decreto 8.969 de 13/05/86. A COMUNIDADE EMANUEL tem entre seus Ministérios a Evangelização através da Palavra escrita, servindo à Renovação Carismática da Igreja. Sua espiritualidade é centrada em Jesus Cristo, guiada pelo Espírito Santo de Deus, incentivando os seus leitores à vida sacramental, à oração pessoal e ao uso comunitário dos Dons e Carismas.Orientação da COMUNIDADE EMANUEL. Uma Associação Particular de Fiéis Leigos, assim reconhecida por Decreto, pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. Revista com Aprovação Eclesiástica.® Copyright 1996 – Direitos ReservadosCOMUNIDADE EMANUEL CNPJ 29.983.269/0001-17 - ISSN:0103-8133- Rua Cortines Laxe, nº 2 Centro - CEP 20090-020 - Caixa Postal 941 CEP 20001-970 - Rio de Janeiro - RJ Brasil - Tel.: 0+XX+21 2263-3725 Fax: 0+XX+21+2233-7596.

Órgão Fundador da Associação Latino-americana de Revistas de Renova-ção no Espírito Santo.

• Fundador: DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB.

• Diretor-Presidente: Dom Cipriano Chagas, OSB• Diretor Responsável: Mauro Moitinho Malta• Conselho de Redação: Dom Cipriano Chagas, Maria Teresa Malta, Anna Gabriela Malta, Alexandre Honorato D. Ferreira

• Redator Responsável: Jeannine Leal• Revisor: Dom Antonio Augusto Dias Duarte, Bispo Auxiliar• Coordenador de Edição: Comunidade Emanuel• Projeto Gráfico e Diagramação: Alexandre Honorato• Revisão e Tradução: Comunidade EmanuelOs artigos publicados nesta revista são de responsabilidade dos autores. Todo material para a revista, sendo publicado ou não, não será devolvido.“A este Jesus, Deus o ressuscitou, e disto nós todos somos testemunhas. Portanto, exaltado pela direita de Deus, ele recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e o derramou, e é isto o que vedes e ouvis” (At 2,32-33).

“Saiba, portanto, com certeza, toda a casa de Israel: Deus o constituiu Senhor e Cristo, a este Jesus a quem vós crucificas-tes” (At 2,36).

Impressão:JRB GRÁFICA E EDITORA LTDA

semelhança do próprio ser de Deus” (Hb 1,3) enquanto que, por associação, ele chegou a refletir “o esplendor da glória de Deus” (Hb 1,3).

O relacionamento de Jesus com o Pai era de total dependência. Ele disse: “O Filho nada pode fazer de si mesmo; ele faz apenas o que vê seu Pai fazer” (Jo 5,19). Ele viveu sua vida e exerceu seu ministério totalmente sob a autoridade do Pai, não se permitindo fazer qual-quer coisa por sua própria autoridade (Jo 5,30). Ele, que tinha o direito de ser igual a Deus Pai, tomou a posição de um escravo sob a autoridade do Pai (Fl 2,7) Ele, tendo concordado com o Pai que não usaria seus poderes divinos próprios, não fez milagres antes que o Espírito Santo viesse sobre ele em seu batismo (Lc 3,21-22).

Jesus modelou para nós o que deve ser nosso relacionamento com o Pai. Pois no lado de Deus da ponte, nós, como Jesus, devemos receber nossas instruções e a autoridade para fazer o que Deus quer que façamos, a partir de nossa intimidade com Deus Pai. Quando vamos à presença de Deus, dizemos que estamos orando. Mas o termo “oração” é frequentemente usado para etiquetar várias coisas dife-rentes. Há pelo menos seis delas. Leiam o artigo e esclareçam suas dúvidas.

Nesta sétima aula sobre Nossa Aliança com Deus, Dom Cipriano Cha-gas continua a proposta de um “método para nos entregarmos a Deus e selarmos nossa aliança de amor com ele.

Em tudo que você passa deve fluir o poder de Deus: seu tempo, para que cadia seja uma dádiva de Deus. O seu dinheiro e suas posses para sua finanças cumpram o plano de Deus para você. Seu tempo para a oração, para o culto, para o estudo da palavra é outro bem valioso nesta relação com Deus.

Esta relação nos torna corpo de Cristo. Você pertence a Jesus. E, embora ele nos peça que sejamos independen-tes, autônomos: somos membros uns dos outros, como diz São Paulo. Você compartilha com os outros membros do corpo da vida do corpo.

O monge Beneditino, Dom Ansel-mo, nos apresenta uma exegese sobre a passagem do evangelho de Marcos, na qual Jesus vai à Nazaré. Ao voltar ao lugar onde cresceu. Seus conterrâneos fazem pouco caso dele deixando trans-parecer uma atitude negativa e um tom depreciativo em relação a Jesus. Não o chamam pelo nome, mas usam sempre um pronome para falar dele: “este” ou “ele”. Ou ainda o chama de “o filho de Maria”, quando o costume era o filho ser

conhecido pela referência paterna. Eles não reconhecem a presença de Deus naquilo que Jesus diz e faz.

O autor finaliza afirmando que a resposta de Jesus é de se coloca como enviado de Deus, que age em nome de Deus e traz Sua mensagem aos homens. Como de fato, os ensinamentos que Jesus propõe não vêm dos mestres judai-cos, mas do próprio Deus; a vida que Ele oferece é a vida plena e verdadeira que Deus quer propor aos homens.

O testemunho que Deus nos chama a dar cumpre-se, muitas vezes, no meio das incompreensões e oposições. Frequente-mente, os discípulos de Jesus sentem-se desanimados e frustrados porque o seu testemunho não é entendido e nem aco-lhido. A atitude de Jesus nos convida a perseverar sempre. Deus tem os seus projetos e sabe como transformar um fracasso em êxito.”

MAURO MOITINHO MALTA

Mauro Moitinho Malta Membro do conselho da Co-munidade Emanuel, autor do livro “Perdão, o caminho da felicidade”.

Frases

“Precisamos aprender a usar nossas pa-lavras de maneira mais eficaz, para que produzam efeito. As palavras que você fala, ou porão você para cima, far-lhe-ão bem, dando-lhe a vitória, ou jogarão você para baixo”.

(Dom Cipriano Chagas, osb. Vitória pela Palavra, p.12.)

“O amor de Cristo não é um senti-mento superficial, mas uma atitude do coração que se manifesta no viver como Ele quer”.

(Papa Francisco, @Pontifex_PT – 6 de junho 2018)

“Para quem tem fé, nenhuma explicação é necessária. Para um sem fé, nenhuma explicação é possível”.

(São Tomás de Aquino – Doutor da Igreja)

“Não faças da tua vida um rascunho; poderás não ter tempo de passá-la a limpo”.

(Mário Quintana – Poeta)

“Deus cria do nada. Maravilhoso você diz. Sim, com certeza, mas ele faz o que é ainda mais maravilhoso: ele faz santos dos pecadores ”.

(Søren Kierkegaard – Filósofo e Teólogo dinamarquês – séc. XIX)

“A alegria é uma rede de amor pela qual captamos alma”.

(Santa Madre Teresa de Calcutá)

“O segredo da felicidade é viver mo-mento a momento e agradecer a Deus por tudo o que Ele, em Sua bondade, nos envia dia após dia”.

(Santa Gianna Beretta Molla)

“Deus esconde o prêmio da eterna gló-ria em nossas mortificações e na vitória de nós mesmos, que sempre buscamos com grande delicadeza”.

(Santa Joana de Chantal)

“Não se renda! Tenha fé, pois essa é a única coisa que Deus exige para operar milagres em sua vida”.

(São Caetano de Thiene)

Reflexão

POR PE. DIEGO JARAMILLO

NOMES DE CRISTO

EMANUEL

E ntre os nomes que são dados a Jesus Cristo está o de Emanuel. Esse termo aparece no profeta Izaías, em um oráculo que a Igreja Primitiva entendeu como profecia messiânica, para aludir a concepção virginal de Jesus e que é

citado como tal no Evangelho de São Mateus (Is 7,14; Mt 1,23) Isaías cita esse nome em outras ocasiões (8,8-10) e aparece que com ele designara a comunidade crente, especialmente protegida por Deus.

O nome Emanuel (Immunu-El) é uma palavra hebraica que significa “Deus conos-co”, ou exatamente “Deus está entre nós”. Com essa expressão indica-se que Deus se faz presente para proteger seu povo, a Igreja, ao crente, mas também que o Verbo Eterno, por sua encarnação, armou sua tenda entre os homens e que continuará convivendo com eles até o fim dos tempos, por meio da Igreja, que é seu corpo, por meio de sua palavra e dos sacramentos e por meio do sinal vivo que é cada pobre (Mt 28,20) e que em Jesus se manifesta a bondade em Deus nosso Salvador e seu amor para com os homens (Tt 3,4).

“Fica conosco, Senhor, porque já é tarde”. Esse foi o convite que fizeram os discípulos a Jesus no dia da Páscoa (Lc 24,29). Ele aceitou sem se fazer de rogado e continua fazendo assim porque encanta-o viver pela fé nos corações (Ef 3,4). Se quis estar onde nós estávamos foi para que nós estivéssemos onde Ele está.

Uma saudação entre os crentes é desejar-se uns aos outros a presença de Jesus: “Que o Deus de Jacó esteja sempre convosco”, dizia Tobias (7,15); “que o Deus da paz esteja convosco”, dizia Paulo (2Cor 13,11), “que o Senhor Jesus esteja convosco” é a bela saudação dos cristãos. Quer dizer: Que ele esteja convosco e vós estejais com Ele. Que Ele seja realmente para os homens e estes como os primeiros discípulos, sintam-se chamados a viver com Ele (Mc 3,14).

2018 • edição 481 • Jesus Vive e é o Senhor 5

6 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

Alma Feminina

ANDAMOS NA RUA E NÃO ENXERGAMOS O OUTRO.

OLHAMOS, MAS NÃO VEMOS. NÃO NOS MISTURAMOSS omos como aquele sapo que está

tranquilo dentro de uma panela com a água esquentando e não

pula fora, até que é tarde demais. Expe-rimentamos diariamente a vida como em um gueto, e não nos damos conta. Fica-mos chocados quando vemos nos filmes, os guetos judeus e nos perguntamos, pelo menos eu me pergunto sempre, como eles permitiram serem colocados nessa situação? Como não reagiram antes que fosse tarde demais? Como as outras pessoas se calaram diante da barbaridade?

Não é preciso voltar no tempo ou olhar para o outro lado do mundo. Basta olhar para fora de casa. Hoje vivemos em guetos no Brasil. Pelo menos, nas gran-

des cidades. Condomínios, grades, segu-rança, milícia, carros blindados, toque de recolher - sim, se deixamos de andar por certas ruas em determinados horário é um toque de recolher. Tudo bem que informal e voluntário, mas, mesmo assim, um toque de recolher.

Andamos na rua e não enxergamos o outro. Olhamos, mas não vemos. Não nos misturamos. No Rio temos claramente a fronteira entre o asfalto e o morro. Cada

um no seu quadrado. Mesmo a praia, universal e livre, tem seus limites e tribos.

Estamos presos e não nos damos conta. Achamos tudo normal. Cada vez pagamos mais para ficarmos atrás das grades. Cerceados, voluntariamente, em nossa liberdade. Para que? Por segurança? Se conversar com qualquer especialista ele vai dizer que não é bom levantar altos muros que impedem a visão de fora. Que quanto mais isolado, mais frágil a seguran-

A vida no guetoPOR ANNA GABRIELA MALTA

8 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

Em pauta

FOBIASDe quem e do quê?

POR DOM ANTONIO AUGUSTO DIAS DUARTE

S egundo a psicologia, uma fobia é um medo patológico, sobretudo pelo seu caráter obsessivo, de cer-

tos objetos, atos ou situações, chegando, inclusive, ao grau de impossibilidade de contenção.

A classificação de conceitos científi-cos em diversas áreas do saber humano como sendo fobias é muito estranha, para não dizer que é muito tendenciosa.

Quem procura favorecer suas opiniões ou visões sobre questões sociais impor-tantes para o nosso país, acusando de fóbicos aqueles que querem também conhecer outros ângulos da verdade, deve ter medos patológicos obsessivos, e deveria procurar um tratamento.

Esse artigo pretende esclarecer e iluminar a inteligência dos leitores de outro artigo, que foi publicado no final

de novembro, na página 29 do jornal “O Globo” (2013). E que inicia com uma primeira e importante informação.

A Academia Francesa das Ciências, órgão exclusivamente científico, pu-blicou, em 26 de janeiro de 1959, uma descoberta importantíssima para a Medicina e, sobretudo, para as famílias. O professor Jérôme Lejeune, médico e pesquisador francês, descobriu em 1958 a causa do que era então chamado de ‘mongolismo’, ou seja, a presença de um cromossomo a mais no par 21 do cariótipo.

Em 1964, a primeira cátedra de ge-nética fundamental foi criada para ele na Faculdade de Medicina de Paris, e como reconhecimento do seu valor e prestígio como cientista e pesquisador, o doutor Jérôme Lejeune foi eleito, em 1981, para a Academia das Ciências Morais e Políticas (França).

A Fundação Jérôme Lejeune foi criada e reconhecida de utilidade pública em 1996 para continuar todo trabalho de pesquisa do professor Lejeune em favor das crianças portadores da Síndrome de Down e de outras enfermidades genéti-cas ainda desconhecidas ou parcialmente estudadas.

Graças a essa Fundação Jérôme Lejeune, milhares de jovens receberam, gratuitamente, em quatro idiomas – português, espanhol, inglês e francês –, durante a Jornada Mundial da Juventu-de, realizada no Rio de Janeiro em julho de 2013, o manual “Chaves da Bioética”.

Esse manual escrito por cientistas, e não por religiosos, e tampouco por bispos e padres da Igreja Católica, considerado pelos jovens como muito útil para trans-

Em 2013 por ocasião da JMJ Rio, foi distribuído pela Arquidiocese do Rio o manual“ChavesdaBioética”.Acartilhaexplicaaosjovens,deformacientíficaeclara,

o desenvolvimento humano da concepção ao nascimento. Dessa forma, não deixa dúvidaarespeitodapreservaçãodavidae,consequentemente,clarificaas

consciências, a respeito de sua manutenção até o nascimento. Tal documento foi alvo de críticas, e Dom Antonio Augusto, Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio e

médico o defendeu como religioso e acadêmico.

Manual de bioética distribuído nos kits da JMJ2013, no detalhe da foto, o Dr. Jérôme Lejeune idealizador do manual.

10 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

Comunhão eclesial

Os mandamentos:

Uma ordem ou uma palavra?PAPA FRANCISCO

E sta audiência se realiza em dois lugares, aqui na praça e sala Paulo VI, onde estão mais 200 enfermos

que nos acompanham através dos telões. Todos juntos formamos uma comunida-de. Com um aplauso vamos saudá-los, aqueles que estão na sala Paulo VI.

Na última quarta-feira, iniciamos um novo ciclo de catequese sobre os mandamentos. Vimos que o Senhor

Jesus não veio para abolir a Lei, mas dar plena realização. Mas, devemos entender melhor essa perspectiva.

Na Bíblia, os mandamentos não vivem por si mesmos, mas são parte de um relacionamento. Vimos que o Senhor Jesus não veio abolir a Lei, mas dar a plena realização. É uma relação da aliança entre Deus e o seu povo. No início do capítulo 20 do livro do Êxodo

podemos ler – isso é importante: “Deus pronunciou todas estas palavras”. Parece uma abertura como outra, mas nada na Bíblia é banal. O texto não diz: “Deus pronunciou esses mandamentos”. Não. Mas estas palavras. Na tradição hebraica, chamará sempre o Decálogo de “As Dez Palavras”. E o termo Decálogo, significa precisamente isto. Mesmo assim têm forma de Lei, são objetivamente: man-damentos. Portanto, o autor usa, então,

12 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

Vida e conhecimento

Seja feita a tua vontadePOR A. TILLET

E sta exposição dá seguimento às precedentes, que nos lembraram pontos capitais da nossa vida cristã:

• a vida do cristão é uma vida sob a moção do Espírito;

• ele está liberado da Lei (exterior); é animado interiormente pelo Espí-rito de Jesus;

• basta que ele ame.

Resta saber discernir aquilo que em nós é moção do Espírito (aquilo que vai no sentido de nossa libertação no Cristo) e aquilo que é pulsão ou desejo do ser carnal (o que arrastar para trás, à alienação). Pensemos nos Coríntios, que tiveram sua atenção chamada pelo Apóstolo, depois de falsas pretensões à liberdade (1Cor 5ss).

Antes de abordar esta etapa de nossa reflexão (sobre uma vida segundo o Espírito), detenhamo-nos em um ponto que tem necessidade de esclarecimento. Um ponto importante de nossa moral e de nossa espiritualidade: amar é fazer a vontade de Deus, obedecer a seus man-damentos, a exemplo do Cristo (Jo 5,10). “Eis que venho para cumprir a tua vontade” (Hb 10,5-9). Não é questionar tudo de novo? Voltar à submissão à Lei?

Para responder a esta pergunta e sair do equívoco, procederemos em três etapas:

1. Como concebemos essa Vontade de Deus? (daí vem o fato de que ela causa problema).

2. Exame de textos bíblicos: Evangelhos onde Jesus nos fala; São Paulo, que proclamou “a libertação da Lei”

3. Algumas conclusões.

A. A VONTADE DO PAIEla causa problema “hoje”, porque

nossa época se revolta contra tudo quan-to é autoridade, vontade que se impõe de fora para dentro (sociedade opressiva). Ela rejeita igualmente a imagem do pai ou uma “certa imagem do pai”: aquela que pensou a existência antes de nós, que impõe seu pensamento, ordena, reprime. Ele quer se prolongar nos seus filhos. E o filho quer ser “ele mesmo”.

Nossas concepções humanas, nossa experiência humana detêm-se muito facilmente em nossa representação de Deus. Projetadas sobre Deus, elas provo-cam, a seu respeito, as mesmas reações.

Deus, um Pai? Isto incomoda. Somos seus filhos, permaneceremos sempre “menores”? Teremos sempre medo da “liberdade” como de um fruto proibido?

Sua vontade poderosa criou o uni-verso e o conduz a seu termo final. É Ele, pois, o encenador que sabe tudo o que se vai passar no terceiro ato e no final? En-tão os jogos estão feitos. É Ele o grande patrão que estabeleceu seu plano e não nos cabe senão executá-lo ou seríamos como a bordadeira que segue o desenho do molde?

2018 • edição 481 • Jesus Vive e é o Senhor 15

16 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

Vida e conhecimento

O discernimento na vida segundo o Espírito

POR ANDRÉ FERNET

tações, por mais claras que sejam, necessi-tam uma precisão maior: o que é discernir? Quais são as dificuldades e ambiguidades do discernimento? Com que critérios e com quais garantias pode-se praticá-lo? São questões de importância capital. De que se trata? Pode ser feito antes de se iniciar ou tomar uma decisão, para saber se estamos dentro da orientação do Espírito Santo, e, especialmente em momentos importantes: escolha de um estado de vida, de uma vocação, iniciativa da criação de algo, adesão a um grupo, a um novo engajamento apostólico.

Pode se tratar, também, de discernir depois, para saber se o que se fez, o que se decidiu, a situação onde se está – se está de acordo com a vontade de Deus, seguindo o Cristo, e, portanto, vindo do Espírito. Mas, em qualquer caso, discernir os sinais do Espírito é uma operação delicada e muitas vezes ambígua. É praticamente inevitável, porque o Espírito nunca se manifesta em estado “quimicamente puro” – se é que se pode dizer assim – de forma que sejam excluídas pesquisas, dúvidas ou hesitações. O Espírito, com efeito, para agir, deve passar pelo nosso temperamento, nossa educação, nossa cultura e nossos pontos de vista: “o Espírito se une a nosso espírito” (Rm 8,16). Não há garantia de estarmos com o Espírito em toda ou qualquer ação. Nosso julgamento deve cessar, se colocar na escuta, sintonizar na frequência certa, se adaptar, numa palavra, se converter. Na frase “é grande o mistério da fé” os bispos reconhecem esta dificuldade: “A ação do Espírito no mundo não fica clara a nossos sentidos. Na fé, afirmamos sua intervenção, que nos esforçamos de descobrir, através de certos sinais”. Antes de maiores precisões sobre os critérios do

“DISCERNI TUDO”

A vida segundo o Espírito, por mais desejável que seja, não vem por si mesma. O impulso do coração e a

boa vontade não são suficientes. Há uma regra de ouro que deve presidir tudo: “Não extingais o Espírito, não desprezeis as profecias. Discerni tudo e ficai com o que é bom” (1Ts 5,19-21).

Por que este apelo insistente a discer-nir o verdadeiro do falso e do enganador? Já não está tudo claro, desde que o Espírito que nos conduz? Não, porque o cristão pode muito bem, em nome do Espírito Santo, cair num entusiasmo desenfreado e totalmente irrealista: é a tentação a que São Paulo se refere - esquecer o caminho que o Espírito inspirou a Jesus Cristo, es-quecer o Crucificado e se deixar levar sem controle a uma vida no Espírito, desligada

de Jesus de Nazaré. E, neste sentido, São João à sua maneira, convida ao mesmo discernimento, com sua costumeira insis-tência na encarnação : “Meus queridos, não acrediteis em qualquer espírito, mas exa-minai os espíritos para ver se são de Deus. Nisto, reconheceis o espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio na carne, é de Deus, e todo espírito que não confessa Jesus não é de Deus” (1Jo 4,1-3).

Pode também acontecer que a frase “o Espírito, como o vento, sopra onde quer”, seja interpretado de forma, fora das nor-mas de qualquer jeito, em qualquer lugar, segundo suas fantasias pessoais. Ora, um cristão verdadeiramente sob a influência do Espírito, compreenderá que “lá onde quer” deve-se traduzir por “lá onde ama”, lá onde se encontra o maior amor (porque “querer” é igual a “amar”). Mas estas orien-

2018 • edição 481 • Jesus Vive e é o Senhor 19

20 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

Senhor ensina-nos a rezarPOR JEANNE-MARIE MERCENIER

O PAI NOSSO APLICADO À VIDA DO CASAL

Quando decidimos rezar juntos como casal surgem perguntas da ordem prática: Quando? Onde? Como? Não nos deixemos assoberbar, ou desanimar, por tais perguntas.

Não existe resposta pronta. Cada casal deve buscar melhor o melhor momento, o melhor local.

ONDE? QUANDO? COMO?

V amos abrir um lugar para o Se-nhor em nossa casa. Um canto da sala, do quarto, uma peça

disponível, e vamos dispô-lo de maneira a nos sentir dispostos à oração tão logo nos aproximemos. Deixemos falar o coração.

Rezemos todos os dias, de manhã, ou (e) à noite. Estabeleçamos um tempo preciso: meia hora, por exemplo, e seja-mos fiéis. Tomemos as disposições ne-cessárias fazendo, se preciso, o sacrifício de um pouco de sono. Não esqueçamos que o Senhor retribui em cêntuplo! Uma sugestão: meia hora pela manhã, só o ca-sal, antes das crianças se levantarem, dez minutos à noite, com elas. Há também

dez minutos privilegiados às refeições. É quando a família se reúne. A prece antes da refeição pode se tornar um momento de graça para todos.

Como orar? “Um dia, num certo lu-gar, estava Jesus a rezar. Terminando a oração disse-lhe um dos seus discípulos: ‘Senhor, ensina-nos a rezar, como tam-bém João ensinou aos seus discípulos. Disse-lhes ele então: ‘Quando orardes dizei: ‘Pai, santificado seja vosso nome; venha o vosso reino; dai-nos hoje o pão necessário ao nosso sustento; perdoai-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos àqueles que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação’’” (Lc 11,1-4).

Perguntamos a Jesus como orar e ele nos respondeu. Proponho que en-tremos na oração de Jesus e por ele nos deixemos guiar.

PAI NOSSOAo orar, nós nos colocamos diante

de Deus, nosso Pai. Dois “filhos”, duas crianças que vão ao encontro do seu Pai. Coloquemos as preocupações aos pés do Senhor e ele cuidará delas. Exponha-mos tudo o que somos, nossa alegrias e tristezas, dificuldades e realizações, esperanças e sofrimentos. Sejamos filhos confiantes na sua ação. Deixemos que ele aja no mais profundo do nosso coração e ele cai purificar, fazer compreender coisas obscuras, tranquilizar, purificar. Ele é nosso Pai!

Para ajudar, coloquemos um ícone à nossa frente. Foi pintado para deixar transparecer o olhar de Deus, como uma janela que se abre para o céu e deixa passar uma raio de luz. Olhemos através dela, deixemos-nos aquecer e esclarecer por seu intermédio.

SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOMEO nome de Deus foi plenamente

santificado por Jesus e ele nos convida a louvá-lo com ele. Ao explodir, o louvor é vivo e transbordante. É o momento de orar juntos, em voz alta, de cantar para ele. Esse tempo de louvor em conjunto é uma graça que se deve pedir. Mas que graça! Dois seres profundamente unidos,

Vida e conhecimento

24 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

A normalidade do ReinoPOR CRISTIANE MONTEIRO

Entre o céu e a terra

O MAIOR DESAFIO, TALVEZ, SEJA INCORPORAR O FOCO ESPIRITUAL NA NOSSA VISÃO DE MUNDO

Q uando estamos acostumados a uma intimidade com Jesus, sabemos que Ele nos vem dia-

riamente, seja em pequenos detalhes ou em situações que são tão grandiosas para nós que se torna evidente que aquele acontecimento é exclusivamente obra de Nosso Senhor em nossas vidas. O que nos faz enxergar a presença Dele é justamente o tamanho da intimidade que carregamos. Em qualquer área de nossas vidas sabemos reconhecer com quem temos intimidade ou não. Algu-mas características surgem em nossos relacionamentos de trabalho, de família, de amizades, que nos fazem afirmar que

temos intimidade com tais pessoas. Nós conseguimos reconhecer facilmente a ação, os gestos e até o tom de voz de certas pessoas que convivem conosco. Assim também deve ser com nosso Deus.

Quanto mais intimidade, mais fácil é reconhecer que Ele está presente. Isso deveria ser muito normal para nós, cristãos. Em seu livro “Asas para Voar”,

Dom Cipriano nos fala sobre essa intimi-dade, que ele chama de “A normalidade do Reino”: “Há pelo menos algumas perspectivas evidentes na visão de Jesus que tendem a contrastar, muitas vezes nitidamente, com as da visão humana do mundo. Ao advogar essas perspectivas, Jesus estava, ao mesmo tempo, opondo-se à normalidade de alguns paradigmas

26 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

Nenhum profeta é bem aceito pelo seu povo

POR DOM ANSELMO CHAGAS DE PAIVA, OSB

O evangelho deste domingo traz o conhecido trecho, que frisa: “Nenhum profeta é bem aceito

pelo seu povo” (Mc 6,4). Com efeito, Jesus, com quase trinta anos, após ter deixado Nazaré e após pregar e fazer curas em muitos lugares, regressou à sua terra e pôs-se a ensinar na sinagoga, lugar do culto e da adoração. Os seus concidadãos ficaram admirados pela sua sabedoria e, conhecendo-o como o “filho de Maria”, o “carpinteiro” que viveu no meio deles, em vez de o receber com fé, ficaram escandalizados com seus feitos (cf. Mc 6,2-3). Devido a este fechamento espiri-tual, Jesus não pôde realizar em Nazaré milagre algum. Apenas “curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos” (Mc 6,5). Com efeito, os milagres de Cristo não são uma exibição de poder, mas sinais do amor de Deus, que se realizam com a reciprocidade da fé dos homens.

Os contemporâneos de Jesus pare-ciam conceder-lhe escassa consideração (cf. Jo 1,46). Nazaré é, no entanto, a cidade onde Jesus cresceu e onde residia sua famí-lia. A cena principal que nos é apresentada tem lugar na sinagoga de Nazaré, em um dia de sábado. Jesus, como qualquer outro membro da comunidade judaica, foi à sina-goga para participar no ofício sinagogal; e, fazendo uso do direito que todo israelita adulto tinha, leu e comentou as Escrituras.

Os ensinamentos de Jesus na sinagoga, naquele sábado, deixaram impressiona-dos os habitantes de Nazaré. Depois de o escutarem, os seus conterrâneos tradu-zem a sua perplexidade através de várias perguntas. Duas perguntas apresentadas dizem respeito à sua origem e à qualidade

dos ensinamentos de Jesus: “De onde lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que lhe foi dada?” (v. 2); uma outra questão refere-se à qualificação das ações de Jesus: “E os prodigiosos milagres feitos por suas mãos?” (v. 2). Recordam também o trabalho por ele executado e a sua família (v. 3). Para eles, Jesus é “o carpinteiro”: não é um “rabi”, nunca estudou a Sagrada Escritura com nenhum mestre conceituado e não tem qualificações para ensinar como ensina. Por outro lado, eles conhecem a identidade da família de Jesus e não descobrem nada de extraordinário: ele é o “filho de Maria” e os seus irmãos e irmãs são pessoas comuns, sem qualificações excepcionais.

Portanto, parece claro que o papel assumido por Jesus e as ações que ele realizou são humanamente inexplicáveis. A questão será saber se estas capacidades extraordinárias que Jesus revela, não vindas dos conhecimentos adquiridos no contato com famosos mestres, nem do ambiente familiar, viriam de Deus. Desde o primeiro momento, os comentários dos habitantes de Nazaré deixam transparecer uma ati-tude negativa e um tom depreciativo na análise de Jesus. Nem sequer se referem a Jesus pelo próprio nome, mas usam sempre um pronome para falar dele: Jesus é “este” ou “ele”. Depois, chamam-lhe, depreciati-vamente,“o filho de Maria”. O costume era

JESUS SE COLOCA COMO UM ENVIADO DE DEUS, QUE ATUA EM NOME DE DEUS E QUE TEM UMA MENSAGEM DE DEUS

PARA OFERECER AOS HOMENS

Homilia

28 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

Um Deus apaixonadoDOM CIPRIANO CHAGAS, O.S.B.

Ensino

O maior dos mandamentos, disse Jesus, é amar Deus com todo o nosso coração, nossa alma e mente (Mt 22,37). A prática desse mandamento é,

na verdade, a chave de toda a nossa vida.

Q uando a Igreja ama Deus, o poder de Deus é derramado sobre a terra. Nós nunca ama-

remos uns aos outros, como quer Jesus, se não amamos primeiro nosso Deus. Por isso, é sempre um motivo de grande admiração ver-se quão pouca atenção o povo de Deus dá a esse maior de todos os mandamentos.

Há em nós uma permanente ten-dência a colocar quase toda coisa boa acima do amor a Deus. Qualquer obra de apostolado ou de ministério quase sem-pre vem acima do Senhor Jesus. Temos pouco empenho em conhecê-lo, e, em alguns casos, as boas obras se tornam até

um substitutivo para Deus. Na verdade, amamos Deus muito pouco em compara-ção com a dedicação que possamos ter a essas obras, embora boas e necessárias.

Assim, o maior perigo que se apre-senta à Igreja, hoje, não vem de fora dela, mas de seu interior. Não é a Nova Era, nem outros movimentos que tiram a eficácia da Igreja hoje, mas sim, a falta de amor por Deus, a mornidão do povo de Deus é hoje a grande ameaça. Um cristianismo sem amor pode difundir um pouco de religião aqui e ali, mas não pode conquistar o coração de um mundo agonizante.

O que significa amar Deus com todo o nosso coração, alma e mente? Alguns têm tentado definir amar Deus como obedecer a Deus. A obediência certamente faz parte de amar Deus, mas todos sabemos que se pode obedecer alguém sem amar essa pessoa. O amor é não apenas obediência, mas também paixão. Obedecer a Deus sem paixão não é amor, é apenas disciplina. E se disciplina é tudo o que temos, no fim, a disciplina nos falhará. Apenas quem ama nunca desanimará, nem desistirá (Ct 8,6.7).

A paixão por Jesus conquistará mil pecados em nossas vidas. Mas como obtê-la, como cultivá-la? Por que e como

2018 • edição 481 • Jesus Vive e é o Senhor 31

Ensino

Aquele que faz a ponteDOM CIPRIANO CHAGAS, OSB

Um abismo de comunicação sem-pre existe entre seres que procu-ram interagir uns com os outros,

quer se trate de seres humanos com se-res humanos, quer se trate da interação entre Deus e os seres humanos.

Para atravessar esse abismo é neces-sária uma ponte de comunicação. Deus, sem dúvida, tem-se comunicado com seres humanos através de outros seres humanos (Hb 1,1), mas Jesus foi seu método por excelência (Hb 1,2): a melhor ponte de comunicação que Deus jamais produziu.

É de extrema importância que os comunicadores cristãos imitem o exemplo de Jesus, tanto num, como no outro lado da ponte.

JESUS, O FILHONosso Deus é um Deus que se

comunica. Embora tenha empregado muitas maneiras de interagir com suas criaturas, ele nunca deixou de enviar-nos mensagens. Entretanto, só quando Jesus veio é que ele revelou seu mais perfeito método de comunicação: o seu Filho (Hb 1,2). Sua suprema escolha de método é aquele que ele chama de seu Filho.

O filho é um membro da família. Ele existe num relacionamento com seus pais, que não pode ser dissolvido — um rela-cionamento que existe quer ele agrade ou não a seu pai. Ele foi criado na casa do pai e aprendeu quase inconscientemente a se comportar como seu pai. Por razões genéticas, portanto, um filho se parece com seu pai e por causa de seu íntimo contato no lar, ele age como seu pai.

Mas, mesmo um relacionamento pai e filho pode deteriorar-se, se não for bem cuidado. Pais que não passam tem-po com seus filhos perdem contato com eles. Esses filhos crescem longe de seus pais, e já não ficam parecidos com eles. Assim também os filhos que se recusam

a escutar e a obedecer seus pais. Esses filhos são chamados infiéis.

Isto foi o que aconteceu com o povo de Israel. Eles vagaram para longe de seu Pai. O primeiro Adão (1Cor 15,45-47) falhou na prova da fidelidade. E, embora Abraão e seus descendentes fossem mui-tas vezes fiéis, a todo momento estavam voltando suas costas a seu Pai e deixan-do-o. Em Jeremias 3,19-20, Deus se lamenta: “Israel, eu quis aceitar-te como meu filho e dar-te uma terra deliciosa, a mais bela de todo o mundo. Quis que me chamasses de pai e nunca te afastasses novamente de mim. Mas, como uma es-posa infiel, não tens me sido fiel.”

O relacionamento de Jesus com seu Pai não foi assim. Ele, o segundo Adão, foi um Filho fiel, que passou tempo com seu Pai. Por herança, ele era “a exata semelhança do próprio ser de Deus” (Hb 1,3) enquanto que, por associação, ele chegou a refletir “o esplendor da glória de Deus” (Hb 1,3).

Ao tornar-se homem, Jesus concor-dou com Deus Pai em não usar seus atri-butos divinos (Fl 2,6-8). Como segundo

Adão, pois, ele ganhou sua filiação como ser humano. Foi experimentado (Hb 4,15), aprendeu a obediência (Hb 5,8) e foi feito perfeito (Hb 2,10) como filho humano. Não falhou no teste da fideli-dade, como o primeiro Adão falhou. Seu exemplo, e não o do primeiro Adão, é o que devemos seguir.

A INTIMIDADE DE JESUS COM O PAIJesus estabeleceu e manteve cui-

dadosamente a intimidade com seu Pai. A filiação adequada exige intimidade. Mas, a intimidade exige trabalho. Assim, Jesus esforçou-se por manter intimidade com o Pai. Embora, como ser humano ele fosse separado do Pai pelo imenso abismo de comunicação que existe entre Deus e os seres humanos, Jesus regu-larmente tirava tempo de seus deveres comuns para afastar-se e estar sozinho com seu Pai. Era seu hábito “afastar-se para lugares solitários, onde ele rezava” (Lc 5,16; 6,12; 9,18; 9,28; 11,1; 22,41).

O que fazia Jesus durante esses tem-pos com o Pai? Estava constantemente pedindo-lhe coisas, como muitas vezes

34 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

Nossa Senhora

Bendita a que creuPOR PATTI GALLAGHER MANSFIELD

S abiam vocês que há 50 anos, quan-do nasceu a Renovação Carismáti-ca, no fim de semana de Duquesne,

Maria estava ali? Depois de tudo, ela é a Mãe que esteve presente no “aposento superior”, a Mãe da Igreja. Quando nós, uns estudantes de Duquesne nos reunimos na capela, outra “habitação superior” nossa primeira atividade foi uma meditação sobre Maria dada por um de nossos professores. Fui tocada não tanto por suas palavras sobre ela, mas pela unção com que foram ditas. E é esta unção que tenho estado buscando para

estas palavras simples, porque estou con-vencida de que o futuro da Renovação Carismática tem a ver com nossa relação com Maria, como nosso modelo e tam-bém como nossa mãe. De fato, no ano do Jubileu, o Papa João Paulo II pediu a toda Igreja que se voltasse para Maria como modelo de fé e que contemplássemos o mistério de sua Divina Misericórdia. Considerem comigo três mistérios da vida de Maria… um gozoso, um doloroso e um glorioso e “com os olhos de serva nas mãos de Nossa Senhora” (Sl 122,2) assim nosso olhar esteja em suas mãos.

A ANUNCIAÇÃO:MÃOS ABERTAS E VAZIASAqui está Maria, a mulher de oração

atenta e disposta a responder a Deus, com as mãos abertas e vazias perante Deus, não se prendendo a nenhum plano anterior, sem ditar nenhuma condição. Um simples: Fiat! Faça-se em mim tua palavra. De fato, “Bem-aventurada tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas!” (Lc 1,45). Por sua fé, permitiu ao Pai cumprir seu plano e foi coberta pelo Espírito Santo. Com fé abraçou o Verbo feito carne em seu ventre. Sabemos que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6) e que Maria encontrou a graça do Senhor por sua fé.

Também nós outros, nesta encruzi-lhada de nossa vida, como indivíduos e como movimento, ajoelhando-nos diante do Pai, em pobreza absoluta de espírito e aprendendo a orar com as mãos abertas e vazias perante Deus, nos últimos 50 anos temos recebido grandes graças, porém sinto dizer que com demasiada frequên-cia temos voltado a Deus com nossas mãos cheias, em vez de vazias. Sinto que se estão dando novas “anunciações” para uma nova efusão do Espírito, porém que muitos não querem que Deus seja ver-dadeiramente Deus. Ainda o queremos debaixo de nossas próprias condições… Um Deus que se encaixe num esquema de atuação. Não queremos o Deus vivo que transformou a vida de Maria. Tenha-mos cuidado! Por sua fé, Maria permitiu que Deus “criasse uma novidade sobre a terra” (Jr 13,22). Como tenho pedido a Maria para ser minha mãe e que me ensine a orar de mãos abertas e vazias, isto é o que estou aprendendo a dizer ao Pai: “Com Maria, quero ser para ti toda SIM, somente SIM, sempre SIM.”

36 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

São Caetano de ThienePESQUISA E EDIÇÃO ALEXANDRE HONORATO

Santo

Conhecido como “padroeiro do pão e do trabalho”, o sacerdote italiano fundador da Ordem dos Clérigos Regulares (Teatinos) foi contemporâneo de Martin Lutero. Era um dos que imploravam reforma de vida e de costumes dentro da Igreja.

C onhecido como “padroeiro do pão e do trabalho”, o sacerdote italiano fundador da Ordem dos

Clérigos Regulares (Teatinos) foi con-temporâneo de Martin Lutero. Caetano de Thiene (nascido em 1480, três anos antes do reformador alemão) era um dos que imploravam reforma de vida e de costumes dentro da Igreja. O Papa Francisco tem um carinho especial pelo santo e, como Arcebispo de Buenos Ai-res, presidiu durante vários anos a Missa central de sua festa em Liniers.

Nasceu em Vicência, na Itália, em ou-tubro de 1480. Filho do conde Gaspar de Thiene e de Maria do Porto, desde muito jovem mostrava grande preocupação e zelo pelos pobres. Caetano perdeu prema-turamente seu pai, morto em um conflito armado. Em sua formação teve ele o apoio de sua mãe, profundamente cristã, e que era terciária dominicana.

Estudou em Pádua, onde se diplomou nas matérias jurídicas, aos 24 anos de idade. Dedicava-se ao estado eclesiástico, mas, sem se ordenar, por se considerar indigno. Neste meio tempo, fundou na propriedade da família, em Rampazzo, uma igreja dedicada à Santa Maria Mada-lena, que ainda hoje é a paróquia desta a localidade.

Em 1506, foi para Roma, onde exerceu a função de secretário particular (proto-notário) do Papa Júlio II, na qualidade de escritor das cartas apostólicas. Neste pe-ríodo, a cidade eterna vivia a efervescência do esplendor renascentista, dias em que próprio Vaticano não primava pelo exem-plo de moralidade e nem brilhava pela

santidade dos costumes. Mas, Caetano cultivou a humildade para observar muito bem antes de reprovar o mal alheio, e já era conhecido pelo povo como o “padre santo” – embora ainda não fosse padre. Roma lhe causou espanto a ponto de referir-se a ela, em uma carta, como “essa cidade que já foi santa, mas que agora tornou-se uma Babilônia”.

O SANTO DA CONTRARREFORMA

Em seu coração já ardia a chama de uma mudança na Igreja. Acreditava que era uma ação reformadora na Igreja, porém começando por si mesmo. Costumava di-zer que: “Cristo espera e ninguém se mexe”. Começou a participar do movimento laical Oratório do Divino Amor. Este movimento procurava estudar e praticar a Sagrada Es-crituras. Só após anos de reflexão decidiu pela ordenação sacerdotal, em 1516. Tinha 36 anos de idade quando celebrou sua

primeira missa na Basílica de Santa Maria Maior, na ocasião, relatou que teve a visão de Nossa Senhora colocando o Menino Jesus em seus braços.

Impulsionou uma reforma na Igreja começando pelos próprios católicos. A crise na Igreja vivida na época de Lutero motivou São Caetano a impulsionar uma verdadeira reforma de vida e costumes dentro da Igreja, mas sem dividi-la. Quando muitos queriam atacar e criticar a Igreja Católica, São Caetano lhes dizia: “A primeira coisa que deve fazer para re-formar a Igreja é reformar-se a si mesmo”.

Foi para Veneza em 1520, onde colaborou com a abertura de asilos para os idosos e na fundação do Hospital dos incuráveis. Três anos depois volta para Roma e funda a Ordem dos Teatinos Re-gulares, juntamente com os companhei-ros do Oratório: Bonifácio Colli, Paulo Consiglieri e João Pedro Carafa, bispo

38 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

Nesta sétima aula sobre Nossa Aliança com Deus, Dom Cipriano Chagas, osb, continua a proposta de um

“método para nos entregarmos a Deus e selarmos nossa aliança de amor com ele.

Em aliança com Deus

Uma carta para JesusAula 7

POR DOM CIPRIANO CHAGAS, OSB

Curso

PARTE 2

EM TUDO QUE VOCÊ PASSA DEVE FLUIR O PODER DE DEUS

Meu tempo. Cada dia é uma nova dádiva de Deus. Um dia, em que Ele possa ser honrado e louvado em nossas vidas. E, assim sendo, o modo pelo qual nós usamos o tempo em que Deus nos dá é muito importante. Muita gente não tem tempo para Deus; e todo o tempo pertence a Deus. Quando nós damos o nosso tempo para Deus, ele dispõe as coisas, de tal modo, que nós podemos fazer tudo com muito menos esforço e muito melhor resultado.

Meu dinheiro e minhas posses. Se Jesus pagou um preço por você, tudo o que você é, tudo o que você tem, de fato, é de Jesus. Até o seu dinheiro é de Jesus,

e Ele se importa, não só quanto você põe na cestinha da Igreja, quando você vai à missa, mas também à maneira, pela qual, você usa as finanças, os recursos materiais que são dele, e que Ele colocou sob a sua administração. Mesmo sob a Antiga aliança, nós vemos na Sagrada Escritura: Israel só prosperava quando era fiel a Deus, em suas ofertas materiais. É importante que você se dê também.

Meu relacionamento com Deus. O seu tempo para a oração, para o culto, para o estudo da palavra. Minha vida no corpo de Cristo. Se você pertence a Jesus, você faz parte do seu corpo. Ele não nos pede que sejamos independen-tes, autônomos, mas membros uns dos outros. Nós somos membros de mem-

bros, como diz São Paulo. Você não vê uma perna andando sozinha por aí, não funciona; nem um braço saindo por aí a fazer coisas, não dá. Você também não pode ser independente, você comparti-lha com os outros membros do corpo da vida do corpo. E, ainda a paróquia a que você pertence. O grupo de oração a que você pertence, não é seu para que você mande nele a seu modo. Você não pode fazer do seu grupo de oração o que você bem entende, nem na sua paróquia. Para se tornar ele, o grupo, a paróquia, a Igreja, o que Deus quer e não o que você quer, de forma que, você tem que entregar também o seu grupo de oração, a sua paróquia, a sua Igreja a Deus, e entregue a si mesmo, para ser usado por Deus para construir esse corpo em amor e na fé.

Estas coisas que estão aí escritas, não são separadas, elas são ilustrativas apenas.

Deus quer que você escreva o que ve-nha no seu coração. Ele não está interessa-do em que você faça uma exposição muito bem feita, cheia de divisões e subdivisões.

POR QUE ESCREVER ESSAS COISAS?1. Para você ver claramente o que preci-

sa dar a Deus: o bom e o mal; de uma maneira que não é possível fazer, só pensando em si mesmo.

2. Você se verá como realmente é. Isso pode não ser agradável e muita gente foge disso, porque não é agradável para a gente. Você, talvez nunca se tenha confrontado com quadro completo da triste realidade a seu respeito, você só pensou até agora que você é muito boazinha.

3. Você compreenderá que entregar-se a Deus, não é só alguma coisa que você deverá fazer ou que Ele quer que você faça, mas também, alguma coisa que você precisa desesperadamente fazer. Você pode chegar a ver, compreender que você tem que fazer isto correndo, tanta coisa que você diz: Jesus! Toma lá, toma logo!" Você pode compreen-der que isso é uma coisa que está fazendo mal a você, que você precisa se livrar disso o quanto antes.

40 Jesus Vive e é o Senhor • edição 481 • 2018

JV Informa

Eventos da Comunidade Emanuel

No dia 29 de junho foi realizada a oração do Terço de Cura da Depressão. A oração faz parte da devoção de Nossa Senhora do Sorriso, a mesma devoção que curou de Santa Terezinha do Menino Jesus da depressão, quando criança.

No dia 4 de julho foi o retorno da Missa com oração de Cura e Libertação com Pe. Flávio Vieira, pároco de Nossa Senhora da Salete, no bairro do Catumbi. Após retorno de férias, Pe. Flávio voltará a celebrar todas às últimas quartas-feiras de cada mês.

No dia 24 de junho tivemos o Aprofundamento com o Pe. Luís Carlos Vitorino de Teresó-polis. Padre Luís da paróquia de Nossa Senhora de Bonsucesso, reúne cerca de mil fiéis, toda última sexta-feira de cada mês para missa no monte, no distrito de Bonsucesso, em Teresópolis.

O Aprofundamento foi so-bre São João evangelista e de como podemos ser, também, discípulos amados de Jesus, a partir do exemplo do Apóstolo.

AgendaSEMANAL

/comunidade_emanuel @comEMa_RJ

Casa de Maria e JoséSede da Comunidade Emanuel – Rio de Janeiro

rua cortines laxe, nº 2, centro - rio de janeiro – (21) 2263-3725

ATENDIMENTO E ACONSELHAMENTOcom hora marcada | 13h às 16h

TERÇO DOS HOMENS | ON LINE – FACEBOOKNa capela | 12h30 às 13h

ORAÇÃO PELO PAPA FRANCISCONa capela | 15h às 16h

GRUPO DE ORAÇÃO EMANUEL19h às 20h30O grupo emanuel é um dos primeiros grupos da de oracão do rio de janeiro

GRUPO DE ORAÇÃO DE SÃO PADRE PIONa capela | 14h às 16h30Toda terceira quarta-feira do mês

TARDE DE CURANa capela | 14h às 15h30 Toda primeira quinta-feira do mês

ORELHÃO ESPIRITUALNa capela | 14h às 16hATENDIMENTO E ACONSELHAMENTO – por ordem de chegada

GRUPO DE ORAÇÃO ALMOÇO COM JESUSNa capela | 12h30 às 13h30TODAS ÀS QUINTAS, EXCETO FERIADOS

MISSA COM ORAÇÃO DE CURACelebrante Dom Cipriano Chagas, osbtransmissão ao vivo pela internet – www.comunidadeemanuel.org.br12h

Dom Cipriano Chagas, OSBMonge beneditino do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, um dos precursores da Renovação Carismática no Brasil

e Presidente-fundador da Comunidade Emanuel e da revista Jesus Vive e é o Senhor

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕESwww.domcipriano.org.br

[email protected].: (21) 2263-3725

REMETENTE: COMUNIDADE EMANUEL RUA CORTINES LAXE, 2 - CENTRO - PRAÇA MAUÁ CAIXA POSTAL 941 CEP 20001-970 RJ - RIO DE JANEIRO