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1 1 950 - 1970 Arte de Vanguarda em Campinas Introdução Esta pesquisa insere-se dentro de um projeto maior, financiado pelo CNPq e pela FAPESP e coordenado pela Profa. Dra. Maria de Fátima Morethy Couto, o qual tem por objetivo central discutir como se deu a difusão do ideário vanguardista na cidade de Campinas - SP, em especial no campo das artes plásticas, entre os anos 1950 e 1970. Para tal, baseou-se no levantamento e estudo de documentos de época (textos críticos, artigos de jornal, catálogos de exposições, cartas e manifestos), no registro fotográfico e análise de obras. O enfoque desta pesquisa centrou-se na análise e discussão do interesse dos artistas do Grupo Concreto Paulista em relação ao Grupo Vanguarda de Campinas, bem como resgatou registros dos encontros entre os representantes dos grupos e exposições do Grupo Vanguarda feitas no eixo São Paulo - Campinas e também fora dele. Para melhor inserir as questões e os desdobramentos dentro deste cenário artístico, a pesquisa apresenta uma contextualização referente ao período citado. Também conta com uma seleção e análise de obras de artistas campineiros, tendo por objetivo apontar semelhanças e diferenças entre as propostas dos dois grupos. A inserção do concretismo no Brasil Vivendo ainda um ideário modernista, no qual a pesquisa artística centrava- se na busca de uma identidade nacional, valendo-se de técnicas exploradas por vanguardas européias do início do século XX, algumas exposições realizadas nos grandes centros brasileiros como a Do figurativismo ao Abstracionismo, que inaugurou o Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1949, a de Max Bill no MASP, em 1950, e a I Bienal Internacional de São Paulo, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1951, trouxeram novas tendências artísticas através de experiências abstrato-geométricas de importantes artistas estrangeiros que nelas expuseram, resultando na inserção de novos ideais concretistas dentro do cenário artístico nacional. A relação entre o grupo Concreto Paulista e os integrantes do grupo Vanguarda de Campinas Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fátima Morethy Couto Orientanda: Lívia Diniz Ayres de Freitas

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1950 - 1970Arte de Vanguarda em Campinas

Introdução Esta pesquisa insere-se dentro deumprojetomaior, financiadopelo

CNPqepelaFAPESPecoordenadopelaProfa.Dra.MariadeFátimaMorethyCouto,oqualtemporobjetivocentraldiscutircomosedeuadifusãodoideáriovanguardistanacidadedeCampinas-SP,emespecialnocampodasartesplásticas,entreosanos1950e1970.Paratal,baseou-senolevantamentoeestudodedocumentosdeépoca(textoscríticos,artigosdejornal,catálogosdeexposições,cartasemanifestos),noregistrofotográficoeanálisedeobras.

Oenfoquedestapesquisacentrou-senaanáliseediscussãodointeressedosartistasdoGrupoConcretoPaulistaemrelaçãoaoGrupoVanguardadeCampinas,bemcomoresgatouregistrosdosencontrosentreosrepresentantesdos grupos e exposições doGrupoVanguarda feitas no eixoSãoPaulo -Campinasetambémforadele.

Paramelhor inserir as questões e os desdobramentos dentro destecenário artístico, a pesquisa apresenta uma contextualização referente aoperíodocitado.Tambémcontacomumaseleçãoeanálisedeobrasdeartistascampineiros, tendopor objetivoapontar semelhançase diferençasentre aspropostasdosdoisgrupos.

A inserção do concretismo no Brasil Vivendoaindaumideáriomodernista,noqualapesquisaartísticacentrava-

senabuscadeumaidentidadenacional,valendo-sedetécnicasexploradasporvanguardaseuropéiasdoiníciodoséculoXX,algumasexposiçõesrealizadasnosgrandescentrosbrasileiroscomoaDo figurativismo ao Abstracionismo, queinaugurouoMuseudeArteModernadeSãoPaulo,em1949,adeMaxBillnoMASP,em1950,eaI Bienal Internacional de São Paulo,noMuseudeArteModernadeSãoPaulo,em1951,trouxeramnovastendênciasartísticasatravésdeexperiênciasabstrato-geométricasdeimportantesartistasestrangeirosquenelasexpuseram,resultandonainserçãodenovosideaisconcretistasdentrodocenárioartísticonacional.

A relação entre o grupo Concreto Paulista e os integrantes do grupo Vanguarda de CampinasOrientadora: Profa. Dra. Maria de Fátima Morethy CoutoOrientanda: Lívia Diniz Ayres de Freitas

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Esseperíododahistóriabrasileiratambémfoimarcadopelaindustrializaçãodo país, que até entãomantinha uma economia basicamente agrária.Odesenvolvimento industrial brasileiro se deu, principalmente, através daindústriaautomobilística,dosnovosmeiosdecomunicação,novosmercadosdetrabalhoeaconstruçãodeBrasília.Talmudançadocontextosócio-econômicobrasileirofoiimportanteparaosurgimentodeumnovopensamentoestético,nocampoartístico,porpartedosartistassimpatizantesdoconcretismo,oqualvisavaaproximarasartesdosprocessos industriais.Essesartistas,emsuamaioria, procediamda classemédiaequase todos tinhamvínculos comossetoresempresarialecomercial,exercendonovasprofissões,comoarquitetos,publicitários,ilustradores,fotógrafos,entreoutras,paraummercadodetrabalhomaisabrangente.

Contrapondo-seaos ideais difundidospelomodernismo, omovimentoconcretistabuscavaumanovarealidadeapartirde“umaorganizaçãogeométrica,numaaproximaçãoconstanteaopensamentoracionalecientífico”.1PersonagenscomoWaldemarCordeiro,GeraldodeBarros,HermelindoFiaminghi,MaurícioNogueira LimaeDécioPignatari, entre outros, foram fundamentais para aexistênciaecontinuidadedogrupoConcretoPaulista,quefoiumadasprimeirasaberturasdoespaçoartísticobrasileiroparaaarteabstrata.SeulançamentooficialnomeioartísticonacionalsedeuatravésdoManifestoRuptura,lançadonaprimeiraexposiçãodogrupo,em1952,noMuseudeArteModernadeSãoPaulo.2

Essaexposição,intituladaRuptura,assimcomoomanifesto,sedestacaporcontrapor-senãosóàartefigurativa,comotambémoabstracionismoexpressivo.Atravésdeseumanifesto,osartistascombatemqualquer teor individualista,criticamaartenaturalistaeosvaloresexpressivosesimbólicos,conferemàsartesumnovolugar,nãomaispassíveldeopiniõesesimdedutíveldeconceitos,comoumnovomeiodeconhecimento,propondoarenovaçãodevaloresdasartesvisuaisnascategoriasespaço-tempo,movimentoematéria.3 Entretanto, umdosprincipaiscríticosdearteatuantesnaépoca,SérgioMilliet,emartigopublicadonojornalO Estado de São Paulo,em13dedezembrode1952,abordaa exposiçãoRuptura doMAM-SP semgrande entusiasmo.Pelo contrário,demonstra incompreensão e insatisfação quando relata sobre omanifesto,dizendoque “nãodifereemnadade tantosoutrosmanifestos lançadosnosmeiosartísticosporjovensaindaimaturos”eaindaacrescentaqueosmanifestos

1 KLABIN, Vanda Mangia. “A questão das idéias construtivas no Brasil: o momento concretista”. Gávea. Revista de História da Arte e Arquitetura. Rio de Janeiro, n. 1, mar, 1985. p. 51. 2 COUTO, Maria de Fátima Morethy. Por uma vanguarda nacional: a crítica brasileira em busca de uma identidade artística (1940-1960). Campinas - SP: Ed. UNICAMP, 2004. 3 BELLUZZO, Ana Maria. Ruptura e Arte Concreta. in AMARAL, Aracy (org.). Arte Construtiva no Brasil - Coleção Adolpho Leirner. Rio de Janeiro e São Paulo: MEC - Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1977, Catálogo de Exposição.

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“infelizmente falhamquasesempreem relaçãoaseuobjetivodeesclarecero público e até de chocá-lo”.Aponta tambéma crescente proliferação dosgravadoresedaartedagravurafigurativapelopaís,demonstrandoseuapreçoporestaecriticandooconcretismoporsepreocupar“quaseexclusivamentecomaforma”.4

Em resposta,WaldemarCordeiro publica umartigo no jornalCorreio Paulistano,em11de janeirode1953,emquedefendeas teoriasnasquaisoconcretismobrasileirosefundamenta,dizaindaqueomanifestodistribuídopeloGrupo,noMuseudeArteModerna,possuindoapenasumapágina,“estálongedeconstituir um tratado teóricoemesmoumestudohistóricodaartecontemporânea”.5Comoprincipalteóricodogrupo,WaldemarCordeirotambémpublicaoutrosartigosemjornaiserevistas,osquaisvisavamdifundirosnovosideaisconcretistas.Porexemplo,osartigosO objeto e Arte Industrial,ambospublicadosnarevistaad - arquitetura e decoração.O Objeto,de1956,apresentaasteoriasnasquaisCordeiroembasasuapesquisaformal,objetivaecontráriaàartecomoexpressãodeumsentimento.Etambémseuinteresseporumanovadimensão:otempo,“tempocomomovimento”.JáoartigoArte Industrialémaisobjetivonosentidodequecomparaclaramenteumobjetoindustrializadocomaarteconcretaeaindaacrescentaque“aindustrializaçãoprogressivaaumentaráeaprofundaráaseparaçãoentreaarteromânticaeartesanaleoconcretismoeaarteindustrial”.6

OutroacontecimentorelevanteparaainserçãodoconcretismonocenárioartísticonacionalfoiaI Exposição Nacional de Arte Concreta,queaconteceutanto emSãoPaulo, noMAM, quanto noRio de Janeiro, noMinistério deEducaçãoeCultura,nofimde1956einíciode1957,tendoparticipadoartistasdosmovimentosconcretosatuantesemambasascidades,oquepermitiuoconfronto,pelaprimeiravez,dastendênciasconcretistasdosdoisgrupos.OgrupoconcretocariocaseintitulavaFrenteetinhacomoprincipaisrepresentantesAloísioCarvão,LygiaClark,HélioOiticica,AbraãoPalatinik,IvanSerpa,LygiaPape,FranzWeissmann,entreoutros.7

A relação entre o grupo Concreto Paulista e o grupo Vanguarda de Campinas ConformerelataRenataZago,emsuadissertaçãodemestrado,também

noanode1957aconteciaemCampinasaI Exposição de Arte Contemporânea de Campinas,nosaguãodoTeatroMunicipal,comtrabalhosdeThomazPerina

4 BOHNS, Neiva Maria. Idéias visíveis. Waldemar Cordeiro e as razões do concretismo no Brasil. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1996. Artigo de jornal transcrito nos anexos da dissertação. 5 Idem 6 Ibidem7 GULLAR, Ferreira. Etapas da arte contemporânea: do cubismo à arte neoconcreta. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan, 1999.

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ealgunsdeseusalunos,tendocomoobjetivoapresentarnovostrabalhosaopúblicocampineiro.Noanoseguinte,osartistasThomazPerina,RaulPorto,MárioBueno,FrancoSacchi,MariaHelenaMottaPaes,EdoardoBelgrado,entreoutros,criaramogrupoVanguardadeCampinaseorganizaramaII Exposição de Arte Contemporânea de Campinas, noandar térreodoedifícioCatedral,comolançamentodoManifestoVanguarda,publicadonoJornal do Centro de Ciências Letras e Artes de Campinas,emjunhode1958.SegundoapesquisadoraRenataZago,“adiagramaçãodomanifestocampineiroésemelhanteàquelafeitapeloRuptura,comumprojetográficoconcreto(estruturadosegundoaGestalt visual)epalavrasdeordem,protesto,muitasvezesemtompanfletário,eaidéiadequeaartedopassadoestavaemcriseequeeleseramarenovação”.8ApesardequeomanifestodogrupoConcretoPaulistaapresentouessasquestõesdeformamaisevidente,afirmandoque“aartedopassadofoigrande,quandofoiinteligente.Contudo,anossainteligêncianãopodeseradeLeonardo.AHistóriadeuumsaltoqualitativo.Nãohámaiscontinuidade!Entãonósdistinguimos:osquecriamformasnovasdeprincípiosvelhos;osquecriamformasnovasdeprincípiosnovos.”.9Apartirdetaiscomparações,podemosconfirmarentãoumdosprimeiroscontatosentreogrupoVanguardadeCampinaseogrupoConcretopaulistano.

Posteriormente,emjornaisdeCampinas,dofinaldadécadade1950,hárelatosdapresençadosartistasintegrantesdogrupoConcretoedospoetasconcretosdeSãoPauloemCampinas,promovendoexposições,palestrasecursosnacidade.OjornalDiário do Povo,de21demaiode1958,trazumanotasobreumaexposiçãodePoesiaConcretanoCentrodeCiências,LetraseArtes,cujospoetasparticipantesforamDécioPignatari,HaroldoeAugustodeCamposeRonaldodeAzevedo.10 Jáno jornalCorreio Popular, de7demaio de1958, háumanotadeumapalestra-debate sobrepoesia concretacomandadaporDécioPignatari,programadaparaodia30demaio,comentandosobreapossível presençadosdemaispoetas concretose tambémsobreaparticipaçãodePignatarinaI Exposição Nacional de Arte ConcretarealizadaemSãoPauloenoRiodeJaneiro,em1956e1957,compostaporpoesias,pinturaseesculturas.11TambémnojornalCorreio Popular,de28deabril1959,háumamenção,doDepartamentodeLiteraturanopróprioCentrodeCiências,LetraseArtesdeCampinas,sobreumcursodeartecontemporâneadeseisaulas,queforamministradasporWaldemarCordeiro,DécioPignatari,DamianoCozzelaeAlexandreWollner,considerandotemascomoa“EvoluçãodaPoesia

8 ZAGO, Renata Cristina de Oliveira Maia. Os salões de arte contemporânea de Campinas. Dissertação (Mestrado). Instituto de Artes, Universidade Estadual de Campinas, Campinas - SP, 2007. 160p.9 Manifesto Ruptura.10 Anexo 1. 11 Anexo 2.

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Contemporânea”,“ArteConcreta”,“MúsicaContemporânea”,“ArteIndustrial”e“ArtesVisuais”.12Nestemesmojornal,nodia05demaiode1959,háumartigosobrearepercussãodesseprimeirocursodeArteContemporâneaemCampinas.AlémdepromoverumaconferênciaemqueWaldemarCordeirofalariasobreArteConcreta,confirmaapresençadosdemaisartistasintegrantesdoGrupoConcretistadeSãoPaulo,dizendoqueessesartistasvirãoàcidadevisando“estreitarcadavezmaisasrelaçõesintelectuaisSãoPaulo-Campinas”.13Tratava-sedeummomentoúnicoparaocenárioartísticocampineiro.

Outropontoimportantedessecontatoentreosgrupossedeuatravésdapromoçãoeapresentaçãodogrupocampineironocircuitoartísticopaulistano,atravésdeexposiçõescoletivaseindividuais.Aexposiçãodemaiorrelevância,nessesentido,foiaocorridanaGaleriadeArtedas“Folhas”,emSãoPaulo,em22deagostode1959,naqualexpuseramosartistasMariaHelenaMottaPaes,FrancoSacchi,GeraldodeSouza,GeraldoJurgensen,MarioBueno,RaulPortoeThomazPerina,dogrupoVanguardadeCampinas.OcatálogodamostracontoucomumaapresentaçãofeitaporWaldemarCordeiro,naqualCordeiroressaltaaimportânciadaexposiçãodizendoque“umamostra-amostracomoesta,quenadatemde local,chamaaatençãoparaacomplexidadedaartecontemporânea,cujadiversificaçãoestálongedepoderseranuladaporumameranegaçãopolêmicaesectária,exigindo,porissomesmo,umapercepçãomultidimensionaldofenômenoartístico”.Ainda,acrescenta,sobrecadaumdosartistasexpositores,característicasemsuasobrasqueastornavamimportantespara a arte doperíodo,mesmoquenão tivessem ideais concretistas.ParaCordeiro,eraprecisoproduziro“novo”,a“novaarte”.DestacaoartistaThomazPerinacomo“umartistadegrandespossibilidades”eRaulPortoque“enveredadiretamentepeloconcretismo,exercitando-senabuscadascontradiçõesentreópticoeogeométrico”.14Ointeresseemlevarparaacapitalaproduçãodoscampineiros tambémé explicitado no artigo publicado pelo jornalFolha da Manhã,tambémde23deagostode1959,quandoojornalistadizque“abriu-seumaexceçãonoscostumesdaGaleria,poisainauguraçãosedeuemdiadesábado.Comissovisou-se,demaneiraespecial,facilitaravindadosconvidadosresidentesnointerior”.

Oconhecidocríticodeartedaépoca, JoséGeraldoVieira, tambémcomentaaexposiçãocampineiranacapital.EmseuartigopublicadonojornalFolha da Manhã,de30deagostode1959,Vieirareconheceaexistênciade

12 Anexo 3. 13 BOHNS, Neiva Maria. Idéias visíveis. Waldemar Cordeiro e as razões do concretismo no Brasil. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1996. Artigo de jornal transcrito nos anexos da dissertação.14 CORDEIRO, Waldemar. Artistas de Campinas. Galeria de Arte das “Folhas” - São Paulo, 1959. Catálogo de exposição.

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umnovocentroprodutordeartemoderna,muitoemboranãodemonstregrandeentusiasmo,porexemplo,quandodizque “nãoé rarover-seoelementodachamadaprovínciainvadirasmetrópoles,comotambémécomumcertoscentrosdeprovíncia(...)setornaremoutrostantosBarbizonsdasartes”.DiztambémsobreavariedadedaproduçãoartísticadosintegrantesdoGrupoVanguardaecomparaumdeseusmembros,oRaulPorto,aartistasdeSãoPaulo,dizendoquesuaobra“obtémmercêdelinhasdeforçaedevibração,efeitosóticosegeométricosnogênerodomesmodiapasãodeFiaminghieCharoux”eaindaacrescentaqueconsideraosdesenhosdeRaulPorto“umdosápicesdaatualexposiçãodeartistasdeCampinas”.15

OsjornaiscampineirostambémtraziamreportagenssobreodesempenhoeenvolvimentodosartistasdogrupoVanguardaemexposiçõesemSãoPaulo,comooJornal de Campinas,de4deagostode1959,emqueAlbertoAmendolaHeinzlpublicaumartigo intituladoGrupo Vanguarda.Jáno início,eleafirmasobreogrupoque“admiram-seartistasecríticosdeSãoPaulopelofatodeumgrupointegradoporelementosdetendênciasheterogêneaseatédiscordantes,terconseguido,nãosomentesubsistir,masmodificarpreconceitosarespeitodachamadaartedeprovíncia”eaindaacrescentaquese“nãofosseogrupo,criandocondições favoráveisaumaevoluçãoe, inclusive,umamentalidadecríticainternaparasanarainexistênciadeinteressesparticipantes,nãoteríamos,pelomenostãocedo,aprojeçãoquetivemos,comartistasnossosparticipandodemostrasimportantes-destacando-seaVBienaleoVIIISalãoPaulistadeArteModerna”.

Além do interesse que os artistas do grupo Concreto PaulistademonstravampelogrupoVanguarda,existiramoutrasfigurasimportantesparaadifusãodogrupocampineironocenárioartísticodointerioredacapitalcomoopoetaecríticoAlbertoAmendolaHeinzl,opróprioartistaRaulPortoeJoséArmandoPereiradaSilva.Ostrêsanteriormentecitados,maisoartistaThomazPerina, integravamaequipe responsável pela páginaMinarete-Experiência, encartequeconstoudojornalCorreio PopulardeCampinas,entre1960e1962.Essapágina foiumdosprincipaisveículosutilizadospelogrupoVanguarda,contando com “a abordagem de temas polemizados pelos concretistas edivulgaçãodeautoresligadosaomovimento”indicandoinfluênciaseafinidades.16 Ocaderno“Minarete-Experiência”eosdoisnúmerosdo jornaldoCentrodeCiências,LetraseArtesdeCampinas(quenãotevecontinuidadenesseformatoedireção)cumpriramtimidamenteafunçãodeestamparumpensamentolocalsobreavanguarda”.17

15 Anexo 4.16 FONSECA, Days Peixoto; SILVA, José Armando Pereira da. Thomaz Perina - Pintura e Poética. Campinas: [s.n.], 200517 SILVA, José Armando Pereira da. Thomaz Perina e a Vanguarda em Campinas. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte. Universidade de São Paulo. São Paulo - SP, 2005.

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O poetaAlbertoAmendolaHeinzl tambémparticipou da difusão dogrupoatravésdeseusartigosnosjornaisdacidadedeCampinasetambémnaapresentaçãodoscatálogosdasexposiçõesrealizadasemCampinaseemoutroscentros.AmendolaHeinzl“trabalhavaalinguagemexperimentaldapoesia”e“emseudiscursopoético,(...)utilizadaimagemgráfico-espacial,resultandonumaexperiênciaformal-sensorialdepoema-objeto”.18PublicoualgunsdeseuspoemasnasrevistasdoCentro de Ciências, Letras e Artes de Campinas e em jornaisdacidade.Emoutubrode1958,publicasetepoemasnarevistadoCentro de Ciências Letras e Artes,quecontacomumailustraçãonacapa,realizadaporRaulPorto.19

Alémde responsável pela programação visual da páginaMinarete-Experiênciaedeparticipaçõesemilustraçõesderevistas,livroseprogramasdeteatroetambémdeapresentaçõesemcatálogosdeexposições,RaulPorto“foiumgrandeaglutinadordoG.V.Atentoaomomentoeàsinformações,promoveucontatos,atraiuadeptos,divulgou(...)eaindadirigiuagaleriaAremar”.20AGaleriaAremarfoiinauguradaem8desetembrode1959,emCampinas.FuncionavanaagênciaAremarViagenseTurismo,aqualRaulPortoeraumdosproprietários,umespaçodeatendimentocombinadocomumapequenagaleria,emqueasexposiçõesrealizadascontariamcomaparticipaçãodetodososintegrantesdogrupoVanguardadeCampinas,alternadamentecomosartistasdeSãoPaulo.RaulPortoeraaquelequepromoviatodososcontatoscomartistas,críticoseatraíanovosadeptos.

A presença dos paulistanos também se dava na apresentação doscatálogos dos artistas do grupoVanguarda, emexposições realizadas emCampinas,comoadeMariaHelenaMottaPaescomaapresentaçãofeitaporWaldemarCordeiro.Opaulistanoressalta,nessaapresentação,aevoluçãoeodirecionamentodaartistaparauma“linguagemobjetiva”.21

EmumdoscatálogosdasexposiçõesrealizadaspelaGaleriaAremar,éapresentadaamostradoartistaWillysdeCastro,de12a26denovembrode1960.NascidoemUberlândia-MG,WillysdeCastroviveudesdecriançaemSãoPaulo.Participoudediversasexposiçõespaulistas,nacionaiseinternacionaise, embora suas pesquisas formais se assemelhassemàs propostas pelosconcretistas,nãoparticipavaativamentedogrupo.Oartistaaindaapresentaum textopróprionocatálogodaexposição, intituladoO objeto ativo,que foirepublicadoem1961pelarevistaHabitat.22Trata-sedeumtextodegrande

18 SILVA, Dulcimira Capisani Moreira da. O Grupo Vanguarda - 1958 - 1966: um estudo de artes plásticas em Campinas. Dissertação (Mestrado). Escola de Comunicações e Artes. Universidade de São Paulo. São Paulo - SP, 1991.19 Anexo 5.20 SILVA, José Armando Pereira da. Província e Vanguarda: apontamentos e memória de influências culturais, 1954- 1964. Fundo de Cultura do Município de Santo André. Santo André - SP, 2000.21 Anexo 6.22 Anexo 7.

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importânciaparaoperíodoeparaoentendimentodaobradeCastro.Aponta,assimcomoospreceitosdefendidospelosconcretistas,aimportânciadanovaarte,danovaobradearte,defendendoque“talobra,realizadacomoespaçoeseuacontecimento,aopenetrarnomundo,perturba-oe,peloseusurgimento,deflagraumatorrentedefenômenosperceptivosesignificantes,cheiosdenovasrevelações,atéentãoinéditasnessemesmoespaço”.23

AGaleriaAremar era também um ponto de encontro dos artistasintegrantesdogrupoVanguardaeemsuasreuniõeseramdiscutidasasobrasporelesrealizadaseocontextoartísticoemqueestavaminseridos.Oqueosunia,enquantogrupo,eraapenasanecessidadede rompercomoqueeraproduzidoartisticamenteemCampinasatéentão.Porém,suasproduçõeseramindividuaisenãopartilhavam,comalgumasexceções,dealgumidealcomumoudifundidonocenárioartístico,comooconcretismo.Oquetambémnãoosimpediadepensareproporquestõesplásticasesociais,reconhecendoaindasuacondiçãoprovinciananãodeformapejorativa,mascomofimdesuperá-la.

No entanto, não era a heterogeneidade do grupo campineiro queinteressavaaosconcretistaspaulistanos.OgrupodeSãoPaulonecessitavadeapoio, também forada capital, paradifundir seusnovos ideais artísticosemâmbitonacional.Via,portanto,ogrupocampineirocomopeçaimportanteparaconquistarseusobjetivos.OpoetaDécioPignatariafirmaqueoGrupoVanguarda “foi omaior fenômenoque houve, fora do grande eixoRio-SãoPaulo”.Porém,lamentaqueoGrupoVanguardanãotenhasealiadoaoGrupoConcretoPaulistaedesabafadizendoque“opessoaldeCampinasqueestavaaqui,quetinhatudo,jamaisseinteressouporisso.Eninguémfezquestãodepertenceraonossogrupo,ninguémmudouasuaArteemnada,continuaramafazeroquetinhamfeitoantes,eassimmorreram...”.TambémrelataqueseogrupocampineirotivesseseunidoaogrupoConcretoPaulista,“...teriatidoconseqüênciasextraordinárias,naculturabrasileira”.24

JáoartistaHermelindoFiaminghi,dizquefoiogrupodeSãoPaulodebuscouocontatocomogrupodeCampinasequeoprêmiodeGrandeMedalhadePrata,do9ºSalãodeArteModernadeSãoPaulo,de1960,sófoidadoaThomazPerinaporintermédiodogrupodacapital.25TalrelatodemonstraqueogrupopaulistanoseinteressavaeseenvolviacomoutrasapariçõesdogrupoVanguardadeCampinas,nocenárioartísticodacapital.

ÉimportanteressaltartambémqueváriosartistascampineirosexpuseramemBienaiseemSalõesPaulistasdeArteModerna.AVBienalcontoucomobras

23 CASTRO, Willys de. Willys de Castro. Galeria Aremar - Campinas, 1960. Catálogo de Exposição.24 CAMPOS, Crispim Antônio. Um olhar sobre o Grupo Vanguarda: uma trajetória de luta, paixão e trabalho. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas - SP, 1996. In: Anexo entrevistas.25 Idem.

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deMariaHelenaMottaPaeseGeraldoJurgenseneaVIBienaltrouxetambémobrasdeEnéasDedecca,RaulPortoenovamenteobrasdeMariaHelenaMottaPaes.AVIIBienalfoiaquemaisaceitouintegrantesdogrupoVanguardaparaaexposição,taiscomoRaulPorto,GeraldoJurgensen,MariaHelenaMottaPaeseGeraldodeSouza.JánosSalõesPaulistas,aVIIIedição,de1959,teveGeraldodeSouzapremiadocomumaMençãoHonrosa.RaulPortoeGeraldodeSouzareceberam,porsuasobrasexpostasnoXIISalãoPaulistadeArteModerna,aPequenaMedalhadePratacomopremiação.JáEnéasDedecca,recebeuaGrandeMedalhadePratacomoprêmio,pelomesmoreferidoSalão.NoXIIISalãoPaulista,MariaHelenaMottaPaesrecebeuoprêmiodePequenaMedalhadePrata.ThomazPerinanãoparticipoudenenhumaBienal,entretanto,recebeudoisimportantesprêmiosnoIXenoXSalõesPaulistasdeArteModerna,umsendoaGrandeMedalhadePrataeooutrooPrêmioGovernadordoEstado,respectivamente.26

Emborahouvessetodoesseempenhoporpartedosconcretistasdacapital,ogrupoVanguardadeCampinastambémrealizouexposiçõesforadoeixoSãoPaulo-Campinas.AlgumasexposiçõesemMinasGerais,nacidadedePoçosdeCaldas,promovidapelaprefeituramunicipalepelodepartamentomunicipaldeturismo,eemBeloHorizonte,noMuseudeArtedaPampulha,eoutrasemcidadesdointeriordoestadodeSãoPaulo,comoemBebedouro,noCentroCulturaleemSantoAndré,naBibliotecaMunicipal.

Individualmente, os campineiros ainda expuseram em galeriaspaulistanas,comoaGaleriadeArtedas“Folhas”,entreoutras,comoconstamemalgunsartigosdejornaisdaépoca,osquaisretrataramessesacontecimentos,namaioriadasvezes,deformapositiva.OcríticoJoséGeraldoVieraabordaaexposiçãodeMariaHelenaMottaPaes,emumartigopublicadopelojornalFolha de São Paulo,de4defevereirode1961.Relataque“seustrabalhosorientam-separaa claveplásticadepintura concreta, pois as linhaseas formaçõesgeométricasnãotêmfunçãodegrafismo(...)apenasdefinemáreasevolumesdentrodesuperfíciescromáticas”.Alémdisso,acreditanodesenvolvimentoenodidatismodaatualfasedaobradaartista,comparandoseusprocessosaosdeartistascomoMondrianeBenNicholson.27

Recentemente, aGaleria paulistanaBereniceArvani organizouumaexposição intituladaPreto no Branco: do Concreto ao Contemporâneo, que ocorreude23deabrila28demaiode2010,apresentandoobrasdealgunsintegrantesdogrupoConcretoPaulistaedeRaulPorto,integrantedogrupo

26 Embora conste no livro Thomaz Perina: Pintura e Poética, de Days Peixoto Fonseca e José Armando Pereira da Silva, tais informações sobre as premiações de Perina, pude apenas comprovar a premiação de Grande Medalha de Prata, no IX Salão Paulista, por meio de artigos de jornais da época. No entanto, não encontrei algum artigo ou documento de época que comprovasse o Pêmio Governador do Estado, dado pelo X Salão Paulista de Arte Moderna, ocorrido em 1961.27 Anexo 8.

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VanguardadeCampinas.Analisandoasobrasexpostaspelagaleria,podemosapontar semelhanças e diferenças entre as obras dos artistasHermelindoFiaminghieRaulPorto.Aprincipalsemelhançaentreessasobrassedáatravésdaconstruçãodoquadro,naqualambososartistaspartemdeformasabstrato-geométricasparaproduziremexperiênciasótico-visuais,valendo-se,paraisso,davibraçãodas formasgeométricasedadisposiçãoemqueseencontram.Alémdousodobrancoepretodeformaalternada,tambémrevelamquestõesdefiguraefundo,negativoepositivo,devidoaousodessascores.Entretanto,essasobrasapresentamdiferenças,como,porexemplo,naobradeFiaminghi(figura2)quepossuiumaordenaçãoclaraatravésdehorizontaiseverticais,sugerindodiagonaiseumapossívelcontinuaçãoespiraladaecentrífugaparaalémdoquadro.

Aindacontacomespaçosembranconaslateraisdoquadroque“quebram”,de certa forma, comessa construçãoóptica. Já a obra dePorto (figura 1),apresenta formas semicirculares entre formas retangulares, fazendo o usoapenasdadireçãohorizontal.Háummovimentodecrescentedaparteinferiorparaapartesuperiordoquadro,comrelaçãoaotamanhodasformasgeométricasempregadas,sugerindoumarelaçãodeperspectivanessemovimento,oquenãoocorrenaobradeFiaminghi.

Em contraposição a essas obras, podemos observar que a obra deThomazPerinaouadeMariaHelenaMottaPaesseguiampropostaspessoaiseindependentes,relativamente,àsdaspropostaspelosconcretistaseadopróprio

Figura1-RaulPorto-desenho nº2-1959 Figura2-HermelindoFiaminghi-alternados horizontal e vertical-1955-1978

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RaulPorto,aindaquepertencessemaomesmogrupo.Asseguintesimagenstornammaisclarasessasdiferenças.

ApinturadeThomazPerina (figura3),assimcomoafirmouWaldemar

Cordeiro no catálogo da exposição do grupo Vanguarda naGaleria das“Folhas”,veio“confirmarqueo‘novo’comoconteúdopoderevelar-semesmonoabstracionismolírico.Podemos,então,diferenciarno‘tachismo’,onaturalismodapuralinguagemplástica”.28Ascoressecontrastamentreclaroeescuro,noentanto,nãoéamesmaintençãoconcretistadesseuso.JáaobradeMariaHelenaMottaPaes(figura4),intitulada“EspaçosConcretos”,estámuitodistantedoquefoidiscutidoacima,acercadasobrasdeRaulPortoedeHermelindoFiaminghi, com relação aos preceitos concretistas.A artista utiliza cores,enquantoqueosconcretistasprivilegiamopretoebranco.Alémdisso,utilizamassasdetintanaconstruçãodessesespaçosgeométricos,quenãosetraduzemumadinâmicaentrefiguraefundo. A recente exposição na galeria de arte paulistana,BereniceArvani,revelatambémqueháuminteresse,porpartedomercadodearte,nacionaleinternacional,pelasobrasproduzidaspelosconcretistas,no referidoperíodoartístico.

28 CORDEIRO, Waldemar. Artistas de Campinas. Galeria de Arte das “Folhas” - São Paulo, 1959. Catálogo de exposição.

Figura3-ThomazPerina-Paisagem -1960 Figura4-MariaHelenaMottaPaes-Espaço Concreto

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Cronologia de algumas das exposições e eventos relacionados aos grupos Vanguarda e Concreto Paulista entre o eixo São Paulo-Campinas e também fora dele

1957 - I Exposição Nacional de Arte Concreta -MAM,SãoPauloeMinistériodeEducaçãoeCultura,RiodeJaneiro.- I Exposição de Arte Contemporânea de Campinas -TeatroMunicipal deCampinas.1958- II Exposição de Arte Contemporânea de Campinas-EdifícioCatedral,Campinas.- Palestra-debate comDécioPignatari, sobre poesia concreta -Centro deCiências,LetraseArtesdeCampinas,7demaiode1958.-ExposiçãoPoesia Concreta-CentrodeCiências,LetraseArtesdeCampinas,21demaiode1958.1959 - V Exposição de Arte Contemporânea de Campinas-TeatroMunicipal,Campinas.-Curso deArteContemporânea,ministradoporWaldemarCordeiro,DécioPignatari,DamianoCozzelaeAlexandreWollner-CentrodeCiências,LetraseArtesdeCampinas,21deabrilde1959.-ExposiçãoArtistas de Campinas-GaleriadeArtedas“Folhas”-SãoPaulo,22deagostode1959.-InauguraçãodaGaleriaAremar-Campinas,8desetembrode1959.1960-ExposiçãoGrupo Vanguarda de Campinas-PoçosdeCaldas-MG,de14a28deagostode1960.-ExposiçãoGrupo Vanguarda de Campinas-MuseudeArtedaPampulha-BeloHorizonte,de10a30desetembrode1960.-ExposiçãoWillys de Castro -GaleriaAremar -Campinas, de 12 a 26 denovembrode1960.1961-ExposiçãoGrupo Vanguarda de Campinas-CentroCulturaldeBebedouro-Bebedouro-SP,30deabrilde1961.-ExposiçãoGrupo Vanguarda de Campinas-GaleriaPrestesMaia-SãoPaulo,16desetembrode1961.1962-ExposiçãoGrupo Vanguarda de Campinas-GaleriaCromoi-SãoPaulo,26dejulhode1962.

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Agradecimentos

Essapesquisasófoipossíveldeserconcretizadaatravésdepesquisae registro fotográficoecópia xerográficadeartigosde jornais, catálogosdeexposiçõesedocumentosdeépoca,apartirdevisitasaosacervosdoCentrodeCiências,LetraseArtesdeCampinas,dasBibliotecasdaPinacotecadoEstadodeSãoPauloedoMuseudeArteModernadeSãoPauloedoacervodoArquivoHistóricoWandaSvevo,situadonaFundaçãoBienaldeSãoPaulo.BemcomoavisitaàGaleriaBereniceArvani,ondefoirealizadaaexposiçãoPreto no Branco,queilustrouosconteúdospesquisadosatravésdeobraspertinentesaoperíodoartísticoabordadopelapesquisa.TambémaoapoiodoCNPqedaFAPESP,pelofinanciamentodoprojeto.

Referências Bibliográficas

AMARAL,Aracy(Org.).Arte Construtiva no Brasil. Coleção Adolpho Leirner.SãoPaulo:Melhoramentos,DBAArtesGráficas,1998.BOHNS,NeivaMariaF. Idéias visíveis. Waldemar Cordeiro e as razões do concretismo no Brasil. Dissertação(Mestrado).UniversidadeFederaldoRioGrandedoSul.PortoAlegre,1996.CAMPOS,CrispimAntônio.Um olhar sobre o Grupo Vanguarda:umatrajetóriadeluta,paixãoetrabalho.Dissertação(Mestrado).FaculdadedeEducação,UniversidadeEstadualdeCampinas,Campinas-SP,1996.122p.COUTO,MariadeFátimaMorethy.Por uma vanguarda nacional:acríticabrasileiraembuscadeumaidentidadeartística(1940-1960).Campinas-SP:Ed.UNICAMP,2004.FONSECA,DaysPeixoto;SILVA,JoséArmandoPereirada.Thomaz Perina - Pintura e Poética.Campinas:[s.n.],2005.GULLAR,Ferreira.Etapas da arte contemporânea: do cubismo à arte neoconcreta.3.ed.RiodeJaneiro:Revan,1999.KLABIN,VandaMangia.“AquestãodasidéiasconstrutivasnoBrasil:omomentoconcretista”.Gávea. Revista de História da Arte e Arquitetura.RiodeJaneiro,n.1,mar,1985.pp.45-54.SILVA,DulcimiraCapisaniMoreirada.O Grupo Vanguarda - 1958-1966:umestudodeartesplásticasemCampinas.Dissertação (Mestrado).Escola deComunicações eArtes.Universidade deSãoPaulo.SãoPaulo-SP,1991.SILVA,JoséArmandoPereirada.Thomaz Perina e a Vanguarda em Campinas. Dissertação(Mestrado).ProgramadePós-GraduaçãoInterunidadesemEstéticaeHistóriadaArte.UniversidadedeSãoPaulo.SãoPaulo-SP,2005.______ Província e Vanguarda:apontamentosememóriadeinfluênciasculturais,1954-1964.FundodeCulturadoMunicípiodeSantoAndré.SantoAndré-SP,2000.ZAGO,RenataCristinadeOliveiraMaia.Os salões de arte contemporânea de Campinas. Dissertação(Mestrado).InstitutodeArtes,UniversidadeEstadualdeCampinas,Campinas-SP,2007.160p.

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ANEXOS

Anexo 1 - Jornal Diário do Povo,de21demaiode1958.

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Anexo 3 - Jornal Correio Popular,de21deabrilde1959.

Anexo 2 - Jornal Correio Popular,de7demaiode1958.

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Anexo 5 - Revista do Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas,número65,ano57,1958/1959.

Anexo 4 - Jornal Folha da Manha,de30deagostode1959.

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1950 - 1970Arte de Vanguarda em Campinas

Anexo 6-CatálogodaexposiçãodeMariaHelenaMottaPaes,GaleriaAremar.

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Anexo 7-CatálogodaexposiçãodeWillysdeCastro,GaleriaAremar.

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1950 - 1970Arte de Vanguarda em Campinas

Anexo 8- Jornal Folha de São Paulo,exposiçãodeMariaHelenaMottaPaes.