a relação das mulheres de 40 a 50 anos com a beleza e produtos de beleza: um estudo exploratório

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BSP BUSINESS SCHOOL SÃO PAULO LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES MASTER EM INTELIGÊNCIA COMPETITIVA STÉFANIE CRUZ A RELAÇÃO DAS MULHERES DE 40 A 50 ANOS COM A BELEZA E PRODUTOS DE BELEZA: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO SÃO PAULO 2014

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Page 1: A relação das mulheres de 40 a 50 anos com a beleza e produtos de beleza: um estudo exploratório

BSP BUSINESS SCHOOL SÃO PAULO

LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES

MASTER EM INTELIGÊNCIA COMPETITIVA

STÉFANIE CRUZ

A RELAÇÃO DAS MULHERES DE 40 A 50 ANOS COM A BELEZA E

PRODUTOS DE BELEZA: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO

SÃO PAULO

2014

Page 2: A relação das mulheres de 40 a 50 anos com a beleza e produtos de beleza: um estudo exploratório

STÉFANIE CRUZ

A RELAÇÃO DAS MULHERES DE 40 A 50 ANOS COM A BELEZA E

PRODUTOS DE BELEZA: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO

Projeto Final (modalidade artigo científico) apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Especialista no Programa de Pós-Graduação Master em Inteligência Competitiva da Business School São Paulo - BSP.

Orientador: Prof. Luiz Pedra

SÃO PAULO

2014

Page 3: A relação das mulheres de 40 a 50 anos com a beleza e produtos de beleza: um estudo exploratório

FOLHA DE APROVAÇÃO

STÉFANIE CRUZ

A RELAÇÃO DAS MULHERES DE 40 A 50 ANOS COM A BELEZA E

PRODUTOS DE BELEZA: UM ESTUDO EXPLORATÓRIO

Projeto Final (modalidade artigo científico) apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Especialista no Programa de Pós-Graduação Master em Inteligência Competitiva da Business School São Paulo - BSP.

COMISSÃO EXAMINADORA

Orientador: Prof. Luiz Pedra

Prof. (a) A definir

São Paulo, 8 de dezembro de 2014

Page 4: A relação das mulheres de 40 a 50 anos com a beleza e produtos de beleza: um estudo exploratório

AGRADECIMENTOS

Ao professor orientador Luiz Pedra pela orientação.

Ao professor Me. Dario Caldas pela imensa contribuição na pesquisa deste trabalho. Sem

esta ajuda, seria impossível concluir esta tarefa.

Às mulheres pesquisadas, pelas informações que me ajudaram a guiar este trabalho.

Aos meus colegas de sala, que também contribuíram com críticas relevantes e insights.

Page 5: A relação das mulheres de 40 a 50 anos com a beleza e produtos de beleza: um estudo exploratório

“[...]É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos Despontem, sobretudo a rótula no cruzar as pernas, e as pontas pélvicas

No enlaçar de uma cintura semovente. Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras

É como um rio sem pontes. Indispensável Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida

A mulher se alteia em cálice, e que seus seios Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca

E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas. Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral

Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!”

(Receita de Mulher, Vinicius de Moraes, 1959)

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RESUMO O presente trabalho apresentará um estudo exploratório sobre a consumidora brasileira de

cosméticos e produtos de beleza na faixa etária de 40 a 50 anos, que estão no mercado de

trabalho, da classe A e B. O estudo visa identificar quais suas preocupações com relação à

aparência, preferências de consumo no que diz respeito a produtos de beleza e identificar se a

indústria de beleza brasileira atende as expectativas desta mulher nos quesitos atendimento,

oferta de produtos exclusivos para a faixa etária e experiência da cliente. Ao estudar e analisar

estas questões, a pesquisa pode ser relevante para orientar a indústria de beleza em suas

estratégias focadas para este segmento.

Palavras-chave: Mulheres de 40 a 50 anos. Comportamento de consumo. Produtos de

beleza. Mercado de beleza do Brasil.

Page 7: A relação das mulheres de 40 a 50 anos com a beleza e produtos de beleza: um estudo exploratório

ABSTRACT

The purpose of this research is to present a exploratory study from the brazilian consumer of

beauty products, focused on the ages of 40 to 50, who are working and is part of the A/B

social class. It aims to identify which are their concerns regards to appearance, consumption

patterns and identify if Brazilian beauty industry attend their expectations considering

customer service and experience and specific product offers focused on this age group.

Finally, this study would be relevant to guide strategies of beauty industry dedicated to this

niche market.

Keywords: Woman. Consumer behavior. Brazilian beauty industry.

Page 8: A relação das mulheres de 40 a 50 anos com a beleza e produtos de beleza: um estudo exploratório

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................................

1. REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................

1.1 As raízes do pensamento estético..........................................................................

1.2 A mulher como mercado consumidor...................................................................

1.3 O mercado de beleza no Brasil..............................................................................

2. MÉTODO........................................................................................................................ 3. RESULTADOS...............................................................................................................

3.1 Conceito de beleza.................................................................................................

3.2 O que fazer para ficar mais bonita?.......................................................................

3.3 Corpo ou rosto: qual mais importa?......................................................................

3.4 Uso de produtos de beleza e cosméticos...............................................................

3.5 Consumo de produtos de beleza e cosméticos......................................................

3.6 Frequência de compra e valores gastos nos produtos............................................

3.7 Atendimento de vendedores e lojas.......................................................................

3.8 Compras no exterior..............................................................................................

3.9 Marcas de produtos de beleza nacionais e internacionais.....................................

CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................

RECOMENDAÇÕES.........................................................................................................

CONCLUSÃO.....................................................................................................................

REFERÊNCIAS..................................................................................................................

ANEXOS..............................................................................................................................

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INTRODUÇÃO

O desenvolvimento econômico do Brasil nos últimos anos possibilitaram a ascensão de

muitos mercados, incluindo o da beleza. O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking mundial

de consumo de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, de acordo com a

Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

(ABIHPEC)1. O boom econômico também possibilitou a ascensão da mulher no mercado de

trabalho, que hoje ocupa cargos cada vez mais importantes em que cuidar da aparência é

extremamente relevante. O objetivo deste trabalho é estudar o comportamento deste segmento

de mulheres adultas (na faixa de 40 a 50 anos), independentes e profissionais, bem como suas

preferências de consumo e qual sua visão sobre o mercado de beleza no Brasil.

Segundo Schweriner (2006), o consumo é uma das três grandes raízes que conduzem a

três grandes objetivos da vida de um ser humano: felicidade, perfeição e verdade. Para atingir

estes objetivos, as pessoas consideram como já citado o consumo de bens ou serviços,

desejados ou necessários, o afeto (família, amor e amizade) e o trabalho (profissão ou

ocupação). Todo esse complexo percurso é mediado por um fator cada vez mais escasso: o

tempo. Entende-se que o ato de consumir é intrínseco ao ser humano, e a chave é descobrir

como atingir estas pessoas.

A mulher, por sua vez, consome de maneira diferente do homem. De acordo com Sina

(2005), a mulher é “uma consumidora consciente, uma criatura cada vez mais presente e

atuante. Não obstante, a imagem que apresenta muitas vezes como consumista inconsequente,

na realidade a mulher exige preço e qualidade, buscando sempre um equilíbrio” (SINA, 2005,

p. 6). Sina (2005) ainda discute que as mulheres se preocupam sim com os preços, mas no

geral não costumam pechinchar, reconhecendo os bons produtos, principalmente os de beleza.

A autora afirma “não por acaso, este segmento tem apresentado sucessivos momentos de

superação de expectativas” (SINA, 2005, p. 166) no que diz respeito a crescimento do

mercado.

A mulher representa hoje um importante mercado consumidor e é responsável por 66%

do consumo das famílias brasileiras, de acordo com estudo do Sophia Mind2. Reconhecendo a

importância deste segmento e as especificidades que diferenciam as mulheres dos homens, é

1 Disponível em: <http://redeglobo.globo.com/globouniversidade/noticia/2013/11/brasil-e-o-terceiro-pais-do-mundo-em-consumo-de-produtos-de-beleza.html>. Acesso em: 30 set. 2014. 2 Disponível em: <http://www.sophiamind.com/pesquisas/consumo-pesquisas/brasileiras-controlam-66-do-consumo-das-familias-brasileiras/>. Acesso em: 5 out. de 2014.

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extremamente importante compreender as causas, motivos e necessidades que elas atribuem

ao consumo de produtos de beleza. Popcorn e Marigold (2000) complementam: “Sabemos

que as mulheres têm maior atividade econômica do que nunca. E sabemos que as mulheres

não podem ser abordadas com as mesmas estratégias tradicionais que funcionam com os

homens” (POPCORN; MARIGOLD, 2000, p. 32).

Por fim, apesar de o setor de beleza, perfumaria e higiene pessoal estar em plena

expansão e a mulher ocupar uma posição hoje da qual nunca antes desfrutou, ainda há poucos

estudos que buscam compreender e identificar o perfil e preferências das mulheres adultas. E

há menos ainda focados na faixa de idade de 40 a 50 anos, que possuem carreira profissional

estável e tem uma preocupação ainda maior com a beleza, devido ao avanço da idade e o

início das marcas de expressão. Desta forma, este trabalho visa contribuir tanto para a

produção acadêmica quanto para a indústria de beleza brasileira.

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1. REVISÃO DE LITERATURA

1.1 As raízes do pensamento estético

O pensamento humano voltado para a estética iniciou-se na pré-história, com os

desenhos rupestres em cavernas e esculturas com a forma humana e de animais. A

representação da figura feminina na arte primitiva destacava a fecundidade, única e mais

importante característica que identificava uma verdadeira mulher (Lypovetsky, 2000). As

primeiras divindades não eram retratadas por sua beleza, mas por ser “senhora dos animais e

das forças incontroladas, poder divino de vida e de morte” (LYPOVETSKY, 2000, p. 104).

Ao longo do tempo, o significado do que é belo no feminino e no masculino se distanciaram e

foram sendo criados novos significados, sendo o da mulher o mais cultuado, chamado de

“belo sexo”. Sobre este assunto, o autor afirma que:

A idolatria do “belo sexo” é uma invenção da Renascença: de fato, é preciso esperar os séculos XV e XVI para que a mulher seja alçada ao pináculo como personificação suprema da beleza. Pela primeira vez na história, realiza-se a conjunção das duas logicas que instituem o reino cultural do “belo sexo”: reconhecimento explicito e “teorizado” da superioridade estética do feminino e glorificação hiperbólica de seus atributos físicos e espirituais.” (LIPOVETSKY, 2000, p. 113)

Ao longo dos tempos, poetas, escultores e artistas se maravilharam com as belezas do

belo sexo e criaram inúmeras obras para enfatizar este conceito. Este culto à beleza feminina

se tornou uma premissa dos novos tempos, e ainda hoje “as fotografias de moda, os institutos

e concursos de beleza, os conselhos e produtos cosméticos não cessam de recompor o

primado da beleza feminina, de reproduzir a importância da aparência na identidade

feminina.” (LYPOVETSKY, 2000, p. 101)

A experiência da beleza é interior ao ser humano e habita a relação deste com um

objeto. Para Duarte Jr (2003), a beleza está entre o sujeito e o objeto. Partindo deste princípio,

entende-se que o ser humano aprende o que é belo, e este julgamento é formado por padrões

influenciados pelo contexto histórico, social e cultural. Para Eco (2004), a beleza jamais foi

um conceito absoluto e imutável, e foi algo que assumiu diversas faces segundo o período

histórico e o país. Ainda segundo o autor, houve e há diferentes modelos de beleza que

coexistem em uma mesma época, sem ter necessariamente relação uma com a outra. Estes

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conceitos são expostos subjetivamente em poemas, esculturas, pinturas, desenhos, música e

em cada meio, há expressões diferentes sobre o tema.

Por ser um conceito mutável, cada época retratou seus ideais estéticos. Abaixo, um

resumo dos padrões de beleza em cada período histórico, segundo Eco (2004):

• Na Grécia Antiga, a beleza “se encontra quase sempre associada a outras qualidades”

(ECO, 2004, p. 37). Conforme cita o autor, “Kálon (belo) é aquilo que agrada, que suscita

admiração, que atrai o olhar” (ECO, 2004, p. 41). E a beleza no caso do ser humano “assume

um papel relevante também as qualidades da alma e do caráter” (ECO, 2004, p. 41). Ao longo

do tempo, o conceito foi evoluindo e o filósofo Pitágoras a definiu “com uma visão estético-

matemática: todas as coisas existem porque refletem uma ordem e são ordenadas porque nelas

se realizam leis matemáticas que são ao mesmo tempo condição de existência e de Beleza”

(ECO, 2004, p. 61). Este conceito se aplica à representação da natureza e do corpo humano na

escultura, desenho, pintura e também na música e arquitetura.

• Na Idade Média, são necessárias três coisas para definir o conceito de beleza:

proporção, integridade e a luminosidade (ECO, 2004, p. 100). Nesta época, Deus era

personificado com a luz. Como se sabe, a cor é formada de ondas de luz, e por isso foi

amplamente usada nas artes e era símbolo de riqueza. Os ricos usavam cores artificiais, que

eram de difícil elaboração com minerais e vegetais, e os pobres vestiam-se apenas com

tecidos de cores pálidas e modestas (ECO, 2004, p. 106). O padrão de beleza na época era a

pele alva e os olhos claros: “uma das primeiras qualidades de um belo corpo é a pele rosada.

[...] Os olhos são belos e luminosos e mais belos os olhos verde azulados”. (ECO, 2004, p.

113). Nesta época surgiram as trovas e cantigas em culto a uma mulher inatingível, “mulher

feita anjo” (ECO, 2004, p. 171).

• No Renascentismo, nasce o conceito de que a beleza consiste na proporção e simetria.

“A mulher renascentista usa a arte da cosmética e dedica-se com atenção à cabeleira,

tingindo-a de um louro que muitas vezes tende ao ruivo. Seu corpo é feito para ser exaltado

pelos produtos da arte dos ourives, que também são objetivos criados segundo cânones de

harmonia, proporção e decoro” (ECO, 2004, p. 196). Também nesta época, a mulher começa

a ditar leis na moda e participa ativamente das belas artes, com capacidades discursivas,

filosóficas e polêmicas (ECO, 2004, p. 196).

• Nos séculos XVI e XVII ocorre uma mudança nos costumes e “a mulher volta a se

vestir e tornar-se dona de casa, educadora e administradora” (ECO, 2004, p. 206). A beleza

sensual triunfante do século anterior passa a ser representada por uma beleza prática, útil, sem

maquiagem e com expressões duras e firmes (ECO, 2004, p. 208).

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• No século XVIII a mulher volta para as ruas e sua representação nas imagens da época

são “mais livres nos costumes, despidas do corpete sufocante, com os cabelos flutuando em

liberdade: no final do século XVIII está na moda não esconder o seio, que por vezes se mostra

livremente acima de uma faixa que o apoia e desenha a cintura” (ECO, 2004, p. 259). As

mulheres também organizam salões e participam dos debates. Nesta época, Immanuel Kant

estava no ápice com a Crítica da Razão e defende que “belo é aquilo que agrada de maneira

desinteressada, sem ser originado ou remissível a um conceito: o gosto é por isso, a faculdade

de julgar desinteressadamente um objetivo mediante um prazer ou um desprazer; o objeto

deste prazer é aquilo que definimos como belo” (ECO, 2004, p. 266).

• No Romantismo, a beleza “expressa, em suma, um estado d’alma”. (ECO, 2004, p.

299). A estética romântica busca um equilíbrio e coexistência do sentimento e da razão, em

que “a beleza deixa de ser uma forma e torna-se belo o informe, o caótico” (ECO, 2004, p.

303).

• Segundo Eco (2004, o conceito de beleza no século XX é contraditório. A beleza hoje

revisita as tradicionais artes “maiores” dos séculos anteriores e sofre também fortes

influências do consumo, mídia, cinema, propaganda, fotografia, quadrinhos, revistas e todas

as formas de representação visual dos nossos tempos. Para o autor, se um explorador do

futuro se propuser a estudar o ideal estético do século XX, terá que “render-se diante da orgia

de tolerância, de sincretismo total, de absoluto e irrefreável politeísmo da beleza” (ECO,

2004, p. 428).

Segundo Queiroz e Otta (2000), os padrões estéticos são definidos pelos processos

culturais e estes padrões sofrem variações conforme a mudança do contexto cultural. Como

afirma Shmidtt e Oliveira (2008) “a beleza humana sempre foi cultuada, conforme as

imposições de sua época”. Compreende-se que ser bonita ou ser feia depende do ponto de

vista e da bagagem cultural de cada indivíduo. Queiroz e Otta (2000) completam:

“À medida que a beleza assume tal importância para as mulheres, seria pertinente ressaltar que a insatisfação de uma mulher neste domínio pode ter impacto negativo sobre a sua autoestima. Sendo o corpo fundamental para a atratividade feminina e como esta é elemento essencial de sua autoimagem, é possível prever que o peso e a satisfação com respeito a ele sejam determinantes para a satisfação integral da mulher.” QUEIROZ e OTTA (2000, p. 57)

Conforme dito, a beleza é extremamente importante para a mulher e “elas podem

melhorar sua aparência e autoestima [...] consumindo produtos tecnologicamente obtidos”

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(QUEIROZ e OTTA, 2000, p. 58). Estes produtos são os cosméticos e maquiagens, o que as

tornam consumidoras em potencial.

1.2 A mulher como mercado consumidor

A mulher é uma das responsáveis pelo aumento do consumo e gastos das famílias do

Brasil e do mundo. Johnson e Learned (2005) afirmam que as mulheres, em conjunto, ganham

um trilhão de dólares por ano, e suas rendas tiveram um aumento de 63% acima da inflação

norte-americana nas três ultimas décadas, enquanto que a dos homens permaneceu

praticamente estável (+0,6 por cento acima da inflação). Esta realidade também se aplica no

Brasil. Segundo o Instituto de Pesquisa Data Popular, a população feminina cresceu 35% de

1992 para 2012, porém, o volume de mulheres com carteira assinada aumentou 157%3.

Johnson e Learned (2005) defendem que esta realidade foi estimulada por uma série de

mudanças importantes no local de trabalho, na família e na vida pessoal das mulheres. Os

lares passam cada vez mais a ser chefiados por mulheres, elas têm bons diplomas e

conquistam cada vez mais cadeiras importantes nas empresas que atuam. As mulheres

formam hoje um mercado consumidor com características específicas e um poder de compra

que pode transformar o mercado.

Para alcançar a mente das consumidoras e forjar relacionamentos duradouros com elas,

é preciso entender como funciona sua mente. As mulheres lidam, consomem e se comportam

diferente de um homem no momento da compra. Johnson e Learned (2005) consideram que

“ter consciência dessas diferenças nos dá uma base sólida a partir da qual podemos lançar

nossa consideração sobre abordagens de marketing voltadas para as mulheres.” (Johnson e

Learned, 2005, p. 93).

Conhecer o comportamento e o perfil do consumidor é fundamental para orientar as

empresas e suas estratégias de marketing. De acordo com Kotler e Keller (2006) “o

comportamento do consumidor pode ser influenciado por diversos fatores dos quais podem

ser citados: os culturais, sociais, pessoais e psicológicos, sendo os fatores culturais que

exercem maiores e mais influências”. Como citado, a cultura é um fator extremamente

relevante para o estudo do consumidor e

3 Disponível em: <http://economia.ig.com.br/2013-06-10/gastos-com-beleza-devem-chegar-aos-r-539-bilhoes-em-2013.html>. Acesso em: 30 set. de 2014.

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“À medida que cresce, a criança adquire certos valores, percepções, preferências e comportamentos de sua família e de outras instituições. Cada cultura é constituída por subculturas, que fornecem identificação e socialização mais especifica para seus membros. Pode-se classificar subculturas a partir da nacionalidade, religião, grupos raciais e regiões geográficas.” KOTLER e KELLER (2006, p. 183)

Johnson e Learned (2005) acreditam que entender o cérebro feminino ajuda as empresas

a identificar as características que atrairão o interesse e a fidelidade femininos. As autoras

ainda citam que as mulheres têm uma estrutura cerebral diferente dos homens, e por isso elas

consideram e prestam atenção em diferentes aspectos para tomar a decisão de compra. As

mulheres, devido as suas conexões cerebrais, usam mais os sentidos e veem um quadro mais

amplo ao tomarem uma decisão de compra. Elas também tem mais facilidade e agilidade em

transferir dados entre os hemisférios esquerdo e direito, o que torna mais fácil para as

mulheres compilar diversas informações e tomar uma decisão (Johnson e Learned, 2005, p.

92).

Levando em consideração esta estrutura cerebral, as autoras Johnson e Learned (2005)

propõe uma abordagem de marketing voltado para a sinergia do cérebro feminino, conforme

abaixo:

• Tudo importa: a maioria das mulheres percebe os produtos e o marketing de uma

marca de maneira mais holística do que os homens. O modo pelo qual uma empresa trata seus

funcionários, o que ela adota no que diz respeito ao meio ambiente, como ela investe ou se

suas causas corporativas são socialmente responsáveis são aspectos que podem influenciar a

decisão de uma mulher ao fazer uma compra.

• Inconsistências são percebidas: Uma vez que as mulheres têm tanta consciência de

todos os aspectos ao fazer negócios com sua empresa, e estão interessadas neles, elas

perceberão rapidamente mensagens inconsistentes.

• Conexões humanas são fundamentais: Não importa qual seja o produto ou serviço, a

marca deve reconhecer que as mulheres não estão vivendo no seu próprio vácuo do “eu, eu,

eu”. Em vez disso, elas pensam continuamente na família, amigos e vizinhos.

Estudar o comportamento do consumidor é essencial para conhecer as razões pelas

quais eles (ou elas) compram. Para Schweriner (2006) os seres humanos possuem sua vida

norteada por dois movimentos primordiais: evitar o sofrimento e buscar a gratificação. O

autor ainda adiciona que há outros dois grandes objetivos humanos: verdade e perfeição. Para

ele,

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“A busca por perfeição se dá por meio de duas dimensões, tão exploradas pelo consumo [...]: interna – cobrindo corpo e mente: forma física, beleza, cultura, conhecimento; e externa – envolvendo o incontável universo das coisas que as pessoas possuem: roupa, carro, casa, mobília, etc.” SCHWERINER (2006, p. 53)

Associando esta teoria com o assunto deste estudo, pode-se concluir que as mulheres

consomem produtos de beleza para buscar a gratificação e a perfeição interna. Esta busca

incessante pela beleza é demostrada na pesquisa feita pelo Instituto Sophia Mind, que diz que

85% das mulheres se dedicam à beleza e investem de R$50 a R$100 neste segmento.

O consumo também se dá de formas diferentes ao longo da vida. Fatores como idade,

ocupação, formação, situação econômica, estilo de vida, desejos e personalidade modifica

completamente a maneira como se consome. Schweriner (2006) apresentou a equação

motivacional, que busca compreender qual sentimento leva a pessoa a ter certo

comportamento. “Os componentes básicos da equação motivacional são nove: o comportamento, a causa geradora (ou estímulo), a telamental, o motivo, o desejo ou a necessidade (solução), a vontade, a meta, o valor (recompensa) que esta lhe aufere e os produtos/serviços.” SCHWERINER (2006, p. 28)

Para Garcillán (2008), a motivação é um fator predominante no consumo. O motivo

pode ser definido como “um estado interno que dirige os esforços e as ações de um

consumidora a uma meta ou mais, em geral, situados no ambiente externo” (Garcillán, 2008,

p. 39). No setor de perfumaria e cosméticos, os motivos que regem a conduta deste tipo de

consumidor são de caráter psicogênico: obedece a aspectos externos ao indivíduo em

detrimento de suas apreciações internas. Segundo a autora, os estímulos exteriores

(propaganda) e os objetivos hedonistas (busca de resultados positivos no grupo de pessoas que

pertence) são guias para o consumo deste tipo de produto.

1.3 O mercado de beleza no Brasil

Nos últimos anos, as mulheres têm aumentado sua participação no mercado de trabalho.

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2011, cerca de

63,9% das mulheres ocupadas tinham entre 25 e 49 anos de idade. São elas as responsáveis

pelo crescimento da classe C no Brasil4. Com um poder aquisitivo mais elevado, os gastos

4 Disponível em: <http://www.sebraemercados.com.br/a-nova-consumidora-modifica-o-mercado-de-beleza-e-estetica/>. Acesso em: 8 jun. 2014.

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com beleza também aumentam, proporcionando um retorno financeiro positivo para as

empresas do setor.

O consumo de produtos de beleza estão muito mais do que ligados à estética

propriamente dita. Estar e sentir-se bonita para as mulheres muda a forma como elas

enxergam o mundo, sua posição social e seu padrão de vida. Em pesquisa feita pela empresa

Sophia Mind, 79% das mulheres usam produtos de beleza e mesmo em uma situação de crise

financeira, as mulheres não cortariam o consumo destes produtos, já que 70% das mulheres

consideram que cuidar da beleza aumenta as chances de sucesso na vida5.

O mercado de beleza está em franca expansão no Brasil. Em pesquisa feita pelo

Instituto Data Popular, os gastos com cosméticos, produtos de higiene pessoal e serviços de

beleza passaram de R$26,5 bilhões há dez anos, chegando a R$59,3 bilhões em 2013, um

crescimento de 124%6. Ainda segundo este estudo, a classe A foi responsável por 34,2% do

consumo de produtos de beleza e higiene pessoal em 2013.

Como aponta o Pyxis Consumo, ferramenta de dimensionamento de mercado do Ipobe

Inteligência, a previsão de gastos de produtos de beleza e higiene alcançou a marca de

R$55,14 bilhões, frente aos R$49,65 bilhões em 2012. A classe C, devido ao seu volume e

crescimento nos últimos anos, representa a maior fatia de gastos (45% do total), seguido da

classe B (25% do total) e classe A7. Este estudo de mercado ainda menciona que a região

Sudeste representa metade do consumo do país, seguido do Nordeste (19%) e Sul (16%).

Segundo dados da Euromonitor, o setor de produtos de higiene e beleza no Brasil

apresenta um crescimento anual de 10%, empregando 5,7 milhões de pessoas. Ainda segundo

este instituto de pesquisa, o Brasil é o primeiro mercado do mundo em desodorante; segundo

em produtos infantis, masculinos, higiene oral, proteção solar, perfumaria e banho; o terceiro

em produtos para cabelo e cosméticos; o sexto em pele e o oitavo em depilatórios8. Acredita-

se que o Brasil ocupe a segunda posição em 2017.

5 Disponível em: <http://www.sophiamind.com/wp-content/uploads/SophiaMind_Beleza_rev.pdf>. Acesso em: 8 jun. 2014. 6 Disponível em: <http://www.beautyfair.com.br/estetica/noticia/2620.html>. Acesso em: 5 jul. 2014. 7 Disponível em: < http://www.ibope.com.br/pt-br/noticias/paginas/brasileiros-devem-gastar-55-bilhoes-com-produtos-de-beleza-neste-ano.aspx>. Acesso em: 2 nov. 2014. 8 Disponível em: <http://redeglobo.globo.com/globouniversidade/noticia/2013/11/brasil-e-o-terceiro-pais-do-mundo-em-consumo-de-produtos-de-beleza.html>. Acesso em: 30 set. 2014.

Page 18: A relação das mulheres de 40 a 50 anos com a beleza e produtos de beleza: um estudo exploratório

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2. MÉTODO

A pesquisa de hábitos e atitudes é considerada básica para o estudo do comportamento

do consumidor. Através dela podemos obter as informações que serão necessárias para

estudar o público de uma campanha e estudar o processo de planejamento (COTRIM, 1988

apud FARIA, 2009, p. 28). Esta pesquisa pode ser usada para identificar hábitos de compra,

hábitos de uso, atitude diante de tipos e marcas de produtos, experiência com o produto, perfil

do heavy, medium ou light user (quantidade e fidelidade), entre outros (FARIA, 2009, p. 28).

No caso deste estudo, procura-se identificar estas características para assim ser possível traçar

o identificar as preferências de consumo e hábitos das mulheres, profissionais, das classes A e

B consumidoras de produtos de beleza.

O presente trabalho será uma pesquisa exploratória, que tem como objetivo “explorar ou

examinar um problema ou situação para proporcionar conhecimento e compreensão”

(MALHOTRA, 2005, p. 56). Segundo Mattar (2001), a pesquisa exploratória visa prover o

pesquisador de maior conhecimento sobre o tema ou o problema de pesquisa em perspectiva.

No caso deste estudo, não haverá hipóteses, que se criarão ao longo das entrevistas e na

análise final dos dados.

Este estudo pretende enfatizar as motivações, hábitos e atitudes das mulheres adultas,

para criação de insights e novas ideias para compreender este segmento. Para traçar um perfil

mais completo, seria necessário a realização de uma pesquisa quantitativa na sequência deste

estudo, que deve ser realizada com uma amostra probabilística e representativa da população,

para descrever as características, medir as opiniões e obter detalhes específicos do segmento,

como tamanho e importância para o mercado de beleza como um todo.

O estudo utilizará dados primários e dados secundários. Para Malhotra (2005), dados

primários são aqueles coletados para solucionar um problema específico de pesquisa, e dados

secundários são quaisquer dados já coletados, já existentes sobre o tema ou outros propósitos.

No caso deste trabalho, os dados primários serão obtidos através de pesquisa qualitativa com

entrevistas em profundidade, e os secundários, através de livros, artigos, relatórios de

tendências e comportamento do consumidor, jornais e revistas.

A pesquisa qualitativa, segundo Wolfinbarger et al. (2008), consegue fazer

investigações mais profundas pois os pesquisadores buscam compreender os participantes da

pesquisa, não encaixar suas respostas em categorias predeterminadas sem espaço para

qualificar ou explicar suas escolhas. Para Malhotra (2005), a pesquisa qualitativa proporciona

uma melhor visão e compreensão do problema e o explora com poucas ideias preconcebidas

Page 19: A relação das mulheres de 40 a 50 anos com a beleza e produtos de beleza: um estudo exploratório

19

sobre o resultado dessa investigação. O autor também afirma que a qualitativa é baseada em

amostras pequenas não-representativas, os dados não são analisados estatisticamente e seus

resultados não podem ser usadas para fazer generalizações para toda a população.

As entrevistas em profundidade são, segundo Malhotra (2005), “conversas levemente

estruturadas com indivíduos escolhidos do publico alvo. [...] São conduzidas uma a uma e

tentam descobrir os motivos básicos, os preconceitos e as atitudes em relação a questões

delicadas”. O autor ainda afirma que as entrevistas em profundidade são eficazes para

investigar o universo do entrevistado, compreender detalhadamente seus comportamentos e

descobrir percepções mais profundas.

Com a finalidade de identificar um perfil e compreender a relação da mulher adulta com

a beleza e os produtos de beleza, este estudo buscou selecionar mulheres, residentes na cidade

de São Paulo, da classe A/B, que tenham uma atividade profissional e que gostem e usem

produtos de beleza (medium ou heavy user). O problema que a pesquisa procurou responder

foi:

• Qual o comportamento e preferências de consumo das mulheres de 40 a 50 anos, profissionais, da classe A e B, consumidoras de produtos de beleza?

A amostragem desta pesquisa foi não probabilística por objetivo em mente e por

conveniência. As entrevistadas foram selecionadas de acordo com seu perfil a fim de se

encaixar perfeitamente no objetivo proposto para realização deste trabalho. Foram

selecionadas 6 mulheres, número considerado razoável para a responder o problema de

pesquisa.

Um breve perfil das entrevistadas pode ser observado na tabela 1 a seguir. Os nomes

foram modificados para garantir o anonimato das entrevistadas. A classe social foi

classificada de acordo com o Critério de Classificação Econômica Brasil, que utiliza um

esquema de pontos que leva em consideração o grau de instrução do chefe de família e a

posse de bens nos domicílios.

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20

Idade Profissão Classe social

Ana 40 Coordenadora de Marketing B2 Cláudia 42 Designer de joias A2 Márcia 41 Gerente de RH B1 Lina 50 Designer A2 Maria 50 Gerente Comercial A2 Olga 44 Consultora de negócios A1

De acordo com Faria (2009), a análise dos resultados do método qualitativo “implica

não só numa análise do discurso do entrevistado, como também de sua postura mais global

diante das questões que lhe são colocadas” (FARIA, 2009, p. 115). A autora sugere que a

análise qualitativa é feita de forma mais abrangente, não existe preocupação estatística e o

analista sempre volta ao roteiro utilizado nas entrevistas, pois ele já sugere uma ordem prévia

a ser seguida para atingir os objetivos propostos pela pesquisa.

No caso deste trabalho, as entrevistas de caráter individual foram guiadas por um

roteiro, que foi pré testado. Após o pré-teste algumas questões tiveram que ser mais

explicadas, para guiar as respostas, e principalmente foi necessário definir o que são produtos

de beleza e o que são cosméticos. Para esta entrevista, foi considerado como cosmético:

cremes para corpo e rosto, óleos, protetor solar, produtos dermatológicos, protetor labial, etc.

e como maquiagem: base, corretivo, pó compacto, bb cream, delineador, blush, sombra,

rímel, batom, etc. Por uma questão de foco do trabalho, foi excluído do roteiro de pesquisa

qualquer assunto relacionado a produtos para cabelo. Cada entrevista durou em média 25

minutos, e foi usado um gravador para registrar as respostas e transcrevê-las para um

documento Word. Algumas entrevistas tiveram que ser feitas por telefone e e-mail, para

agilizar a coleta de dados. Após a transcrição das entrevistas, as mesmas foram relidas e

categorizadas de acordo com o assunto de cada pergunta, para criar áreas de consenso, tanto

positivas quanto negativas e assim facilitar a compreensão, interpretação e análise dos dados

com o objetivo de responder a pergunta da pesquisa.

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21

3. RESULTADOS

3.1 Conceito de beleza

Quando questionadas sobre o que é beleza, as entrevistadas mencionaram alguns

aspectos físicos (tangíveis), mas os intangíveis foram os principais, como bom humor, bem

estar, personalidade, atitude, entre outros.

“Beleza é estar saudável e bem consigo mesma, independente da idade!” (Lina, 50

anos)

“Eu acho que é algo que reflete o que se tem no interior.” (Olga, 44 anos)

“Pra mim a beleza não é apenas uma propriedade física, ela está relacionada com o

caráter, com a personalidade e com o bem estar.” (Márcia, 41 anos)

Para as entrevistadas, a beleza também está associada com as características

“autoestima”, “saúde”, “positividade” e “felicidade”. Para elas, alguns aspectos da

personalidade e a forma de encarar a vida são essenciais para definir uma mulher bela, sem

um padrão definido de como deve ser o cabelo, rosto e o corpo. Mas, notou-se que cuidar da

aparência é essencial para repassar essas características interiores para o exterior. Como cita

Márcia (41 anos), “O interior das pessoas demonstram muito a sua beleza exterior. Mas

obviamente que os meios alternativos, dos quais estamos falando aqui, com certeza ajudam e

contribuem muito para a melhoria da aparência.” Afinal, como afirma Ana, 40 anos: “Ficar

bela com produtos que não requer muito tempo, com fácil aplicação e resultados leves e

perceptíveis aos olhos alheios. É sempre bom ouvir elogios de detalhes”.

3.2 O que fazer para ficar mais bonita?

Nesta questão foi deixado de lado os aspectos intangíveis e todas afirmaram ter um

ritual de beleza diário com cosméticos e maquiagem, e principalmente, uma alimentação

balanceada. Notou-se que o uso de botox é comum, assim como outros tratamentos de beleza

focados no rosto, para melhorar a aparência e passar uma imagem de “saudável”.

“Evito comer demais, principalmente a noite. Cuido da pele sempre que possível (botox

sem exagero) e base com protetor solar. Make up leve sempre.” (Olga, 44 anos)

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22

“Me alimento bem, procuro fazer exercícios e vou a dermatologista 2 vezes ao ano.”

(Lina, 50 anos)

“Um ritual de beleza faz parte da rotina diária. Desde os cuidados básicos aos mais

intensos como os tratamentos de pele, cabelo, uma maquiagem leve e adequada para a

ocasião que vou estar.” (Ana, 40 aos)

“Tem um creme que eu gosto muito de usar na hora que eu acordo, depois do banho na

hora e a noite eu uso um para clarear. No dia a dia, rímel, corretivo e gloss.” (Cláudia,

42 anos)

3.3 Corpo ou rosto: qual mais importa?

A pele e o rosto foram mencionados como o principal foco de atenção, porque nesta

idade o aparecimento de rugas é inevitável. Como já falado, o uso de botox é muito comum

entre as entrevistadas, mas sem exagero, pois acreditam que é necessário amenizar as marcas

de expressão, não extingui-las totalmente. “Você usa os cremes não para esconder, não para

sumir tudo, mas pra tentar amenizar alguma coisa. Você tem que ter uma beleza de acordo

com a idade que você tem.” (Cláudia, 42 anos)

Outra parte do corpo bastante mencionada foi a região abdominal, braços e pernas. Os

testemunhos afirmam que após os 40 anos, o corpo muda e a perda de peso e redução de

medidas fica mais difícil.

“Depois que você faz 40 a barriga faz assim “puf” (gesto de barriga crescendo para os

lados).” (Cláudia, 42 anos).

“A região abdominal me incomoda um pouco. Como tenho 2 filhos, obviamente o corpo

muda”. (Márcia, 41 anos)

“O corpo me incomoda. Depois dos 50 fica difícil atingir um corpo de capa de

revista!” (Lina, 50 anos)

3.4 Uso de produtos de beleza

O uso de maquiagem e cosméticos foi citada como sinônimo de “segurança” e

“autoestima”. Nota-se que o uso destes produtos são diários e considerados essenciais para

uma boa apresentação pessoal.

“Com produtos de beleza, sem dúvida apresentação pessoal se transforma. Os cuidados

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com a beleza são nítidos, as pessoas observam, a aparência fica diferenciada.”

(Márcia, 41 anos)

“Eu gosto de usar produtos que não requer muito tempo. Não tenho muita paciência,

mas a gente que tem que usar né?” (Ana, 40 anos)

“Eu uso para me sentir bem. Olhar no espelho e ver que tenho 40 mas sem ter cara de

velhinha. Com cara de saudável.” (Cláudia, 42 anos)

3.5 Consumo de produtos de beleza e cosméticos

A relação das entrevistadas com produtos de beleza é intensa, e elas se mostram

antenadas e sempre em busca de novos produtos que amenizem as marcas da idade e

disfarcem as imperfeições. Cláudia (42 anos) chegou a acreditar em um anúncio, dizendo que

o creme facial era milagroso e trazia resultado em 7 semanas. Ela disse: “Vi um banner

imenso do creme anti-manchas dizendo que era milagroso, que em 7 semanas você vê o

resultado. Na hora pensei nossa preciso desse creme. Aí eu comprei. Mas mentira, foram 5

meses pra ver a diferença. Demora alguns meses pra começar a fazer efeito, não é tão

milagroso assim. Mas hoje não vivo sem!”

Os locais de compras de produtos de beleza citados pelas entrevistadas no Brasil foram

“farmácias”, “farmácias de manipulação”, “lojas especializadas do segmento” e

“shoppings”.

As entrevistadas são consumidoras ávidas por novidades e percebe-se que gostam e se

dedicam ao consumo de produtos de beleza e cosméticos, conforme depoimentos abaixo:

“Eu compro bastante. Eu vejo que esta acabando e vejo que saiu uma coisa nova, eu

vou comprar.” (Cláudia, 42 anos)

“Compro com frequência. Quando me deparo com alguma novidade, algum

lançamento que me atrai acabo comprando. Não abro mão de bons shampoos e

condicionadores, cremes para o corpo. Tenho o hábito de usar cremes específicos para

cada região: corpo, rosto, pés e mãos.” (Márcia, 41 anos)

“Eu compro mensalmente, de tudo: make up, shampoos importados, hidratantes e

esfoliantes.” (Olga, 44 anos)

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3.6 Frequência de compra e valores gastos nos produtos

As consumidoras da entrevista também alegam comprar com uma frequência muito alta,

e gastar quantias consideráveis com os produtos. Notou-se que o preço não é um fator tão

importante na hora da compra, visto que elas prezam pelos benefícios do produto. Cláudia (42

anos), comenta” “faço pesquisa de preço, mas se for algo que quero muito eu compro mesmo,

não me importo com o preço.”

“Eu compro de 3 em 3 meses, gasto uns 600 e mais os hidratantes e maquiagem” (Lina,

50 anos)

“Mensalmente para a parte de higiene e cuidado pessoal 250. Maquiagem somente em

viagens, até 500 dólares” (Olga, 44 anos)

“Eu compro mensalmente. Se for nacional por volta de 200, e se for importado com

menos frequência, pois são muito bons e tem uma duração que vale o investimento a

partir de 250 reais.” (Ana, 40 anos)

Destacou-se o fato de, nos depoimentos, todas dizerem que já sabem qual produto

querem comprar. Elas pesquisam em revistas voltadas para o público feminino, redes sociais e

blogs sobre os produtos existentes no mercado e lançamentos, e na hora da compra, já sabem

exatamente qual desejam.

“Sempre pesquiso, pergunto, adoro saber o que as pessoas estão usando.” (Ana, 40

anos)

“Acho que é legal você já ir com uma noção do que quer comprar de cosmético. Eu

sempre pesquiso antes de comprar por causa da minha alergia. Eu vejo em revista, dou

um Google pra ver se tem opinião de outras pessoas, vejo no Facebook. Procuro preço

na internet e se vale a pena ou não.” (Cláudia, 42 anos)

“Eu queria receber mais informações de produtos e novidades nas redes sociais. Adoro

comprar online também, porque eu já sei o que quero, vou lá compro e entregam na

minha casa. Acho muito prático.” (Maria, 50 anos)

3.7 Atendimento de vendedores e lojas

Sobre o atendimento, algumas dispensam ajuda de vendedores, mas outras consideram

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muito importante o atendimento, a atenção e a explicação sobre forma de usar, benefícios dos

produtos e novidades. Através dos depoimentos, percebe-se que que as consumidoras

pesquisadas são muito bem informadas, e os vendedores neste caso não influenciam a compra.

Apenas fazem um papel de auxiliar com informações “técnicas” como por exemplo, indicar a

melhor opção para o tipo e tom de pele. Cláudia (42 anos) até menciona “não gosto de

ninguém em cima de mim me empurrando produto”, mas defende um atendimento um pouco

mais atencioso nas lojas quando ela quer saber mais informações de um produto que já tem

conhecimento e deseja comprar.

“Não gosto de interferência na hora da compra, gosto de escolher com calma e depois

perguntar e pedir dica.” (Ana, 40 anos)

“A maioria das compras eu já sei o que quero, não há intermediações de vendedores.”

(Márcia, 41 anos)

“Sempre peço ajuda de vendedores para saber as novidades, mas escolho e compro

somente o que gosto sem ser influenciada.” (Olga, 44 anos)

Houve uma pergunta sobre quais fatores podiam melhorar a experiência de compra. As

entrevistadas mencionaram que gostam de tocar, experimentar, sentir o cheiro e a textura dos

produtos, e que se não conhecem o produto, este fator é essencial para a tomada de decisão de

compra. Esta informação vai de encontro com a tendência mundial de showrooming, em que

lojas físicas cada vez mais são um local que completa a experiência com a marca, mas que a

finalização da compra pode se dar em qualquer outro canal9. As entrevistadas também

mencionaram que acham importante materiais de comunicação descrevendo de forma simples

o uso e benefícios do produto e a disposição dos mesmos no ponto de venda.

“Gosto de fotos, com dicas e os produtos devem estar bem expostos. Tem que ser fácil

para tatear e aumentar o desejo de compra. Acho que beleza precisa ser tocada, a

sensibilidade do cheiro e do toque estimula a compra.” (Ana, 40 anos)

“A disposição dos produtos é muito importante, porque gosto de pegar. Se está em um

lugar fácil eu já pego e leio pra que serve.” (Cláudia, 42 anos)

“Displayagem dos produtos me chama a atenção. Se tudo estiver bem disposto e eu

conseguir identificar o que é cada produto, pra quê serve, acho legal.” (Olga, 44 anos) 9 Disponível em: < http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2013/01/17/NRF-Tendencias-e-o-novo-papel-do-PDV.html>. Acesso em: 19 out. de 2014.

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26

3.8 Compras no exterior

Para as entrevistadas, a compra no exterior é frequente e todas alegam que o fazem por

dois fatores: variedade de produtos e custo benefício. O preço dos produtos no exterior,

quando comparado com o Brasil, é mais atrativo frente aos benefícios que o produto traz e o

renome da marca. Apenas uma das pesquisadas não viaja diretamente para comprar, porém,

faz encomenda para os amigos que viajam. Mas as outras vão pessoalmente às lojas no

exterior e ao free shop para escolher os produtos que mais agradam.

“Compro muito quando estou em viagem. O preço é muito mais em conta, pela

qualidade também. Pela variedade de produtos, tem varias marcas que você pode

comprar, desde o mais barato ate o mais caro. Eu só compro fora. Aqui no Brasil é

difícil.” (Cláudia, 42 anos)

“Alguns produtos específicos compro no exterior, como hidratantes, loções e perfumes.

O motivo são os preços, que realmente são bem diferenciados.” (Márcia, 41 anos)

“Eu só compro produtos de beleza no exterior, porque você sabe né, são boas marcas,

com um preço bacana, variedade e lançamentos de produtos que não tem aqui no

Brasil.” (Olga, 44 anos)

3.9 Marcas de produtos de beleza nacionais e internacionais

A maioria das entrevistadas considera que as marcas brasileiras oferecem produtos para

sua idade. Apenas uma disse que acredita que a oferta não é satisfatória. A marca brasileira

que ocupa o top of mind das consumidoras com produtos específicos para a idade delas foi a

Natura. Outra que foi citada foi Contém 1g, mas apenas por duas entrevistadas e uma delas

ainda disse “eu usava o perfuminho da Contém 1g, mas agora acho que nem tem mais né?”.

A maioria delas não usa marcas brasileiras, apenas uma.

“Os hidratantes para o rosto e região dos olhos da Natura são bem específicos,

determinados por idade e até por tipo de linhas de expressões, o que me fez aderir a

esta marca e atualmente uso esta linha.” (Márcia, 41 anos)

“Ja usei Natura e Boticário. Acho que tem produtos para a minha idade, deve ter. Mas

não uso.” (Cláudia, 42 anos)

“Acho que principalmente a Natura tem produtos para a minha idade.” (Ana, 40 anos)

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27

Quando interrogadas sobre quais são as marcas de produto de beleza preferidas ou as

que mais usam, todas citaram marcas do exterior: M.A.C, Lancôme, Clinique, Mary Kay,

Revlon, L’occitane e Clarins.

Nos gestos e na forma de falar das entrevistas, pode-se notar que para elas, comprar e

usar produtos do exterior tem uma atribuição de glamour, em pertencer a uma classe que

consegue viajar frequentemente e consumir fora do Brasil. Mas, não somente isso. Com a

respostas das entrevistadas, conclui-se que a indústria brasileira de produtos de beleza não

desperta desejo e as consumidoras pesquisadas não se sentem atraídas para consumir marcas

brasileiras. As razões para este problema podem ser a ausência de um mix de produtos mais

atrativo para o segmento estudado, o preço elevado demais, a falta de posicionamento de um

bom custo-benefício dos produtos, a ausência de posicionamento de marca e marketing

focado neste segmento e consequentemente, lojas pouco atrativas ou inexistentes.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo exploratório teve como objetivo compreender qual o comportamento e

preferências de consumo das mulheres de 40 a 50 anos, profissionais, da Classe A e B,

consumidoras de produtos de beleza. Para tanto, foram realizadas entrevistas com

representantes deste público, a fim de identificar o que elas pensam sobre beleza, produtos de

beleza, o consumo destes produtos e as marcas que mais gostam.

De acordo com o relato das pesquisadas, a beleza em uma mulher é definida

principalmente por aspectos intangíveis, em que foi citado o bem estar, a personalidade, bom

humor e o caráter. Porém, ao serem perguntadas o que as fazem ficar mais belas, nenhuma

resposta envolveu algum destes aspectos, mas sim aqueles tangíveis, o que as pessoas

enxergam. Para elas, estar/ser bonita é cuidar da aparência, ter a pele bem cuidada, a

aparência de saudável, cabelo e corpo em harmonia com o conjunto. Esta contradição na

resposta sugere que, apesar das características e personalidade da pessoa ser valorizada e

levada em consideração, a aparência conta muito para definir uma pessoa bonita.

À medida que a conversa sobre beleza fluiu, percebe-se que estas mulheres estão

satisfeitas com sua própria aparência e não tem problemas com a passagem da juventude. Elas

sabem lidar com a beleza na idade que possuem, com o aparecimento de rugas e marcas de

expressão. Conforme falou uma das entrevistadas, “Você tem que ter sua beleza na sua idade,

tem que aceitar a idade e lógico cuidar para não parecer nem muito velha e que tem 20

anos”. Um fator importante para justificar este contentamento com a idade é que estas

mulheres de classe A/B tem acesso aos recursos oferecidos pelo mercado que amenizam as

marcas da idade. Desta forma, tem condições financeiras para cuidar da aparência e, como

mencionado, “não parecer muito velha”.

Vale ressaltar que, notou-se que as entrevistadas sentem uma certa pressão social de se

cuidar e parecer um pouco mais jovem, estar sempre arrumadas como que para esconder a

chegada da velhice e para impressionar as outras pessoas. Tal fato pode ser notado nas falas:

“você tem que aceitar sua idade e logico cuidar né”, “a maquiagem, a roupa, o cabelo, todo

um cuidado para estar preparada para surpreender sempre”, “os cuidados com a beleza são

nítidos, as pessoas observam, a aparência fica diferenciada”.

O uso de produtos de beleza e cosméticos para as entrevistadas se mostrou essencial

para garantir uma boa aparência. Elas expuseram uma espécie de ritual de beleza que envolve

muitos produtos, combinado com exercício físico para controle do peso. Pode-se notar que

são muito vaidosas e se preocupam com sua imagem socialmente. Algumas mulheres

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29

mencionaram o fato de preferir produtos práticos, fáceis de usar e que não tomam muito

tempo. Porém, nenhuma delas alegou este fato como impeditivo para se cuidar todos os dias.

Os gastos e consumo de produto de beleza se mostram elevados, e ocupam um posição

relevante nos hábitos de consumo das entrevistas. Todas fazem gastos mensais com este tipo

de produtos e com tratamentos estéticos para o corpo e rosto, a fim de ficar com uma

aparência “saudável” e uma pele “lisa, sem manchas”. Como todas trabalham e ocupam

cargos de notoriedade nas empresas, possuem filhos porém já crianças ou adolescentes, suas

rendas podem ser convertidas em prol de sua imagem.

Em se tratando de preço dos produtos, os discursos das pesquisadas pareceu favorecer

mais a qualidade e os benefícios dos produtos do que o preço. Porém, o preço é sim um fator

relevante para a tomada de decisão de compra, pois foi comentado que preferem comprar

produtos no exterior porque é mais barato se comparado ao preço do Brasil. Sobre esta

informação, surgem algumas questões: os produtos brasileiros não possuem qualidade

suficiente para se tornar atrativo para este segmento? Os preços são muito elevados e não

destacam o custo benefício?

Outro fator importante sobre o consumo é que as duas entrevistadas pertencentes à

classe B possuem hábitos de compras um pouco diferentes das de classe A. As de classe B

ainda consomem produtos de beleza de marcas brasileiras (Natura e Contém 1g), mas

apontam como preferidas as marcas do exterior, como se estas marcas fossem uma

representação de ascensão de classe social. Por outro lado, as de classe A não consomem

nenhum produto de marca brasileira.

RECOMENDAÇÕES

Segmentar ainda mais o público alvo e realizar uma pesquisa qualitativa somente com

uma classe social, que se mostraram diferentes de acordo com o relato das entrevistadas.

Realizar uma pesquisa quantitativa para buscar identificar e traçar um perfil dessas

mulheres de 40 a 50 anos.

E por fim, acreditamos que este estudo foi relevante para mostrar a oportunidade que a

indústria de beleza no Brasil possui neste segmento de classes mais elevadas e idade mais

avançada. Há uma crescente demanda ávida por novidades e produtos focados em qualidade.

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CONCLUSÃO

De acordo com a pesquisa exploratória realizada neste artigo, em que se uniram a

pesquisa bibliográfica e a pesquisa qualitativa, pode-se compreender que as mulheres de 40 a

50 anos se sentem jovens, estão satisfeitas com sua aparência e são extremamente

preocupadas com a beleza e o bem estar.

A partir da metodologia empregada nesse estudo, foi possível concluir que o segmento

estudado possui um grande potencial de consumo, está constantemente em busca de

novidades relacionados a produtos de beleza e cosméticos e não sente desejo de comprar estes

produtos de marcas brasileiras, preferindo fazer suas compras no exterior, devido aos fatores

preço e qualidade.

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Moderno: São Paulo, 28 ago. 2013. Disponível em: <http://consumidormoderno.uol.com.br/

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LOPES, Marcela Teixeira. O conceito de beleza e maternidade: um estudo exploratório do comportamento feminino. 2005. Dissertação de Mestrado em Administração.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005. Disponível em : <http://livros

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MURNO, Gabriela. Gastos com beleza devem chegar aos R$53,9 bilhões em 2013. Brasil

Econômico: São Paulo, 10 jun. 2013. Disponível em: <http://economia.ig.com.br/2013-06-

10/gastos-com-beleza-devem-chegar-aos-r-539-bilhoes-em-2013.html>. Acesso em: 30 set.

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Pesquisa sobre consumo de produtos de beleza. Sophia Mind. Disponível em: <http://www.

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SCHMIDTT, Alexandra; OLIVEIRA, Claudete Alves. O mercado da beleza e suas conseqüências. Artigo científico (graduação em Tecnologia em Cosmetologia e Estética) -

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Page 34: A relação das mulheres de 40 a 50 anos com a beleza e produtos de beleza: um estudo exploratório

34

<http://Siaibib01.univali.br/pdf/Alexandra Shmidtt e Claudete Oliveira.pdf>. Acesso em: 9 de

jun. 2014.

Page 35: A relação das mulheres de 40 a 50 anos com a beleza e produtos de beleza: um estudo exploratório

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ANEXOS

Anexo 1 - Roteiro de Entrevista

1. O que é beleza para você?

2. Você se considera preocupada com a aparência?

3. O que você faz para ficar mais bonita?

4. Qual área do corpo você mais dá atenção? E qual mais te incomoda?

5. Para você, beleza pode ser associada com quais características? (sucesso, saúde, bem-

estar, felicidade, etc)

6. O que motiva você a usar produtos de beleza? (sentir-se bonita, desejada, feliz, saudável,

etc)

7. Quais os tipos de produtos de beleza você mais usa?

8. Com qual frequência você costuma comprar produtos de beleza? Quanto em média você

costuma gastar?

9. Onde você costuma comprar produtos de beleza? Se for no exterior, o que mais te motiva

a comprar produtos fora do Brasil?

10. Qual foi a experiência de compra de produtos de beleza mais relevante nos últimos 3

meses? Se não houve, comente a última que se lembra. Você conseguiu encontrar o que

procurava? Você pesquisou sobre o produto antes da compra? Já conhecia o produto e

seus benefícios?

11. Houve algum vendedor que intermediou o processo de compra? Ele(a) te ajudou?

12. O que poderia ter melhorado sua experiência de compra? (Loja, disposição dos produtos,

informações dos produtos, vendedores, site, redes sociais, etc)

13. Qual marca de produto de beleza você mais usa? (real) E qual você mais gosta?

(aspiracional)

14. Você considera que as marcas brasileiras oferecem produtos de beleza específicos para

sua idade? (Exemplos de marcas brasileiras: Boticário, Natura, Quem disse Berenice,

Eudora, Contém 1g, Jequiti, etc.)

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Anexo 2 - Termo de Compromisso

Eu, Stéfanie Cruz, aluno regularmente matriculado no Curso de Master em Inteligência

Competitiva do Programa de Pós Graduação da Business School São Paulo, declaro que o

conteúdo do projeto final intitulado: A relação das mulheres de 40 a 50 anos com a beleza

e produtos de beleza: um estudo exploratório é autêntico, original, e de minha autoria

exclusiva. As obras consultadas e as transcrições dos textos de apoio foram devidamente

citados e referenciados.

Estou ciente de que, por ocasião da entrega do trabalho ou a qualquer tempo, caso o mesmo

seja caracterizado como plágio total ou parcial, estarei reprovado(a), sem direito à revisão de

notas, e sujeito(a) às sanções previstas por lei.

São Paulo, _______ de________________ de 2014

____________________________________

Nome: Stéfanie Cruz