02_estudo exploratório babaçú 2007

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DEPARTAMENTO DE ESTUDOS SCIO-ECONMICOS DESER SECRETARIA DE AGRICULTURA FAMILIAR/ MDA (Convnio MDA 112/2006)

A CADEIA PRODUTIVA DO BABAU: ESTUDO EXPLORATRIO

Curitiba, maio de 2007

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS SCIO-ECONMICOS RURAISMonitoramento da Conjuntura de Mercado das Principais Cadeias Produtivas Brasileiras. (CONVNIO MDA N. 112/2006) DIRETORIA Presidente: Luis Pirin STR Francisco Beltro - PR Vice-Presidente: Cludio Risson Cresol Central/SC e RS 1 Secretria: Sandra Nespolo Bergamin Fetraf - Sul/CUT 2 Secretrio: Marcio Luiz Cassel STR de Sarandi/RS 1Tesoureiro: Gens da Fonseca Rosa - Cresol Chapec/SC 2Tesoureiro: Ademir Luiz Dallazen - UNICAFES/PR Membros Efetivos: Avelino Callegari - ASSESOAR/PR Valdir Zembruski - STR de Xanxer e Regio/SC Gervsio Plucinski - COORLAC/RS Augusto V. Pinto - STR de Mallet/PR Bernardo Vergapolem - Ecoaraucria/PR Severine Carmem Macedo - Fetraf Brasil/CUT Membros Suplentes: Rinaldo Segalin - Ascooper/SC Denise Knereck - SINTRAF de Laranjeiras do Sul/PR Adir Fiorese - Cresol-Baser/PR Conselho Fiscal Efetivo: Celso Prando - STR Sananduva/RS Manoel Cardozo - Sintraf Itaperuu/PR Vera Lucia Cecchin Dapont - STR Marmeleiro/PR EQUIPE INTERNA Alvori Cristo dos Santos rea: Produo Familiar e Mercado, Redes e Sistemas Amadeu Antonio Bonato rea: Polticas Pblicas, Redes e Sistemas, Desenvolvimento Institucional. Denilson Pasin rea: Desenvolvimento Institucional. zio Gomes rea: Produo Familiar e Mercado. Gerson Ferreira Lima rea: Desenvolvimento Institucional. Ivone Pereira Atade rea: Desenvolvimento Institucional. Joo Carlos Sampaio Torrens rea: Polticas Pblicas, Redes e Sistemas. Marcos Antonio de Oliveira rea: Produo Familiar e Mercado. Moema Hofstaetter rea: Desenvolvimento Institucional. Sidemar Presotto Nunes rea: Polticas Pblicas e Produo Familiar e Mercado. Thiago de Angelis rea: Produo Familiar e Mercado. Thiago Gonalvez Basilio rea: Desenvolvimento Institucional.

EQUIPE TCNICA: Sidemar Presotto Nunes, Thiago de Angelis.

DESER Departamento de Estudos Scio-econmicos Rurais Endereo: Rua Ubaldino do Amaral, 374 - Alto da Glria 80060-90 - Curitiba - PR Tel: (41) 3262-1842 - Fax: (41) 3362-3679 http://www.deser.org.br

A CADEIA PRODUTIVA DO BABAU

IntroduoO babau uma espcie da famlia das palmceas. A rea de ocorrncia dos babauais predomina em zonas de vrzeas, junto do vale dos rios e, eventualmente, em pequenas colinas e elevaes (MIC, 1982). A explorao se d atravs da extrao, a partir de plantas no

cultivadas, em reas de ocorrncia natural. Embora a rea de explorao dos babauais se estenda ao Piau, Par, Bahia, Cear e Tocantins, o Maranho, de acordo com o IBGE (2007), concentra quase toda produo de amndoa de babau destinada ao mercado. A produo de amndoas de babau no Brasil chegou a 118.723 toneladas em 2005, sendo 111.730 no Maranho, 5.562 no Piau e 967 toneladas em Tocantins, os estados mais importantes. A disponibilidade de babau no Maranho levou instalao de vrias empresas processadoras de leo comestvel e lurico obtidos a partir da amndoa do babau. As dcadas de 60 ao incio de 80 constituram-se no auge da economia babaueira. Neste perodo, 52 empresas de mdio e de grande porte funcionavam no Maranho produzindo leo bruto e refinado para abastecimento das indstrias alimentcias e de higiene e limpeza no pas e no exterior. A produo anual de leo de babau girava em torno de 130 mil toneladas, sendo o principal item da pauta de exportao do Estado (Pensa, 2000, pg 17). Atualmente, o volume de produo de leo caiu menos da metade e o nmero de empresas de mdio e grande porte reduziu-se menos de uma dezena. Toda a produo de amndoa de babau feita em regime de economia familiar, atravs das mulheres quebradeiras de cco babau e tambm por crianas. No h empreendimentos empresariais atuando nessa fase da cadeia produtiva, at porque a renda mdia obtida nesse processo muito baixa, o que dificultaria a viabilidade econmica do trabalho assalariado s empresas. A quebra do cco consiste em um trabalho rduo em que aproximadamente 300.000 mulheres obtm fonte de renda principal ou complementar. Na maioria das vezes o cco trocado nas quitandas localizadas nas comunidades por alimentos que no so produzidos na lavoura. A dificuldade em obter outras fontes de renda faz com que ao Sul do Estado do Maranho e ao Norte do Estado do Tocantins encontrem-se quebradeiras que residem no meio urbano e que fazem a coleta de cco em babauais localizados em reas privadas ou pblicas. O presente documento um estudo exploratrio da cadeia produtiva do babau. Identifica os aspectos considerados mais importantes do mercado, caracterizando os locais e volumes de produo, identificando os atores, problemas e alternativas que podero ser

estimuladas. A elaborao se deu a partir de reviso bibliogrfica e visitas e entrevistas empresas, instituies e entidades envolvidas diretamente ou como parte da estrutura de apoio s quebradeiras do Estado do Maranho e Tocantins.

1. O comrcio internacional de leo de babaA produo mundial de leos vegetais aumentou aproximadamente 400% entre 1974/75 e 2006/07, passando de 25,7 milhes de toneladas para 123,1 milhes de toneladas. Nesse perodo, a produo de leo de palma aumentou em 1.203%, a mais alta de todas, passando de 2,89 milhes de toneladas para 37,6 milhes de toneladas, disputando a liderana mundial com a soja. Atualmente, somados o leo de palma e de palmiste, chega-se quase 40 milhes de toneladas, enquanto a soja 35,8 milhes de toneladas. Tabela 1 Evoluo da produo mundial de leos (Mil toneladas)1974/75 Palma Soja Canola/ Colza Girassol Amendoim Algodo Palmiste Cco Oliva Soma 2.891 6.476 2.443 3.868 2.743 2.930 415 2.554 1.37925.699

1984/85 6.754 10.203 5.552 6.125 2.875 3.762 902 2.537 1.57940.289

1994/95 14.888 19.849 10.013 8.26 4.118 3.594 1.91 3.401 1.76057.623

2000/01 24.295 26.762 13.318 8.385 4.535 3.529 3.061 3.596 2.49089.971

2004/05 33.875 32.511 15.76 9.038 5.069 4.709 4.134 3.439 2.96895.743

2005/06 35.956 34.522 17.165 10.389 5.172 4.568 4.360 3.458 2.593118.183

2006/07 37.672 35.868 18.243 10.733 4.975 4.726 4.573 3.295 2.990123.075

Particip. (%)30,61 29,14 14,82 8,72 4,04 3,84 3,72 2,68 2,43 100,00

Fonte: USDA (2007). Obs: Exceto gorduras. Embora tenham algumas especificidades no que se refere s caractersticas qumicas, os leos vegetais, mas tambm as gorduras animais, concorrem entre si. A maioria desses leos so utilizados em processos industriais e na alimentao humana e animal1. O leo de babau, por sua vez, encontra-se no grupo dos leos luricos2, onde est a palma tambm. Os principais produtores de leo de palma e palmiste (produzidos a partir do endocarpo e da amndoa da palma, respectivamente) so a Malsia e a Indonsia, responsveis por aproximadamente 80% da produo mundial. De acordo com a FAO, expresso na tabela a seguir, esses dois pases exportaram mais de 23 milhes de toneladas de leo de palma e palmiste em 2005.

1 Alguns leos no se prestam alimentao por substncias txicas, como a ricina no leo de mamona. Esses leos situam-se no grupo dos non edible oils. 2 leos luricos so aqueles que possuem entre os seus cidos graxos livres, o cido lurico como principal constituinte, em mdia 46% (Pensa, 2000).

Tabela 2 Produo, importao, exportao e consumo domstico de leo de palma no mundo (1964/65 2005/06), leo de palmiste (2005/06) e totais (leo de palma + palmiste, em mil toneladas)Pas 1964/65 1974/75 1984/85 1994/95 2004/05 2005/06 Palmiste 15 Brasil 9 7 22 85 110 110 Produo 1.865 Indonsia 157 411 1.185 4.250 14 15.400 1.970 Malsia 151 1.258 3.817 7.771 15.194 4.573 Mundo 1.243 2.891 6.754 14.888 33.875 35.956 55 Brasil 0 0 0 27 40 72 Importao 280 China 1 8 62 1.667 4.363 4.975 150 ndia 7 15 730 480 3.725 2.899 240 Est. Unidos 0 436 169 99 345 600 1.840 Mundo 551 1.81 5.102 9.903 24.104 25.380 Brasil 0 0 8 5 45 27 Exportao 1.180 Indonsia 126 340 652 1.798 9.621 11.135 733 Malsia 141 1.16 3.254 6.634 12.634 2.052 600 1.938 5.385 10.384 24.615 26.239 Mundo 75 Brasil 9 7 14 107 105 155 Consumo 280 China 41 8 62 1.437 4.363 4.975 domstico ndia 156 7 15 720 465 3.606 3.125 685 Indonsia 30 94 636 2.440 4.015 4.361 1.397 Malsia 11 62 506 1.17 2.689 241 Est. Unidos 0 409 168 102 322 567 4.292 Mundo 1.191 2.701 6.278 14.301 32.652 35.118 Atributo Total 125 17.265 40.529 127 5.255 3.049 840 27.220 27 12.315 28.291 230 5.255 3.281 5.046 808 39.410

Fonte: USDA (2007)

O cultivo comercial de palma se d em larga escala e com baixa remunerao do trabalho, fatores que tem permitido a baixa internacional dos preos dos leos luricos. Enquanto a produo brasileira de leo de babau se d atravs da coleta do cco, a produo de palmiste na Malsia e Indonsia possui tecnologias que permitem poupar trabalho. A produtividade da palma (pode chegar a mais de 5 mil kg de leo por hectare, de 5 a 10 vezes mais produtiva que outras espcies produtoras de leo) tambm contribui para coloc-la em vantagem em relao ao babau e outras espcies produtoras de leo. Enquanto do babau retira-se o leo apenas da amndoa, da palma (no Brasil conhecida como dend) produz-se o leo de palma a partir do mesocarpo e leo de palmiste a partir da amndoa. O esmagamento do cco babau produz dois tipos de leos: um para fins comestveis e outro para fins industriais (leo lurico). A utilizao do leo de babau para fins comestveis tem sofrido declnio constante, em virtude de duas razes: a substituio por leos mais acessveis e a tendncia dos consumidores a optarem por leos e gorduras no saturadas. O leo de soja o principal concorrente do leo de babau no mercado de leos comestveis. De acordo com o Pensa (2000):

O mercado brasileiro formal para o leo de babau comestvel estimado em 5,5 mil toneladas/ano, predominantemente para o mercado nordestino. O mercado brasileiro de leos luricos constitui-se atualmente no principal mercado para o leo de babau. As indstrias dos segmentos de higiene, limpeza e cosmticos absorvem cerca de 35 mil toneladas anuais de leo de babau bruto. O mercado brasileiro de luricos (leos, cido e gorduras) est estimado em 80.000 toneladas. Os principais consumidores so as indstrias de higiene e limpeza e margarinas localizadas na regio sudeste do pas. A Gessy Lever, a Nestl e Braswey esto entre os maiores consumidores de leos e gorduras luricas do Brasil. Grande parte destes produtos comercializada atravs de corretoras (Pensa, 2000).

Alm da produo destinada ao mercado, as famlias produtoras extraem e utilizam-se do que chamam de azeite de babau para o consumo familiar ou para vender no mercado local3. O carvo outro produto utilizado no consumo domstico ou comercializado localmente. produzido a partir do que sobra do cco durante o processo de extrao da amndoa. Empresas siderrgicas tambm tm feito uso do mesmo, sob a restrio de no utilizarem o cco inteiro, antes da extrao da amndoa. Do cco do babau pode-se utilizar tambm o endocarpo, o pericarpo e o mesocarpo para o uso industrial, na alimentao animal e na produo de fertilizantes. Alm dos usos indicados na figura a seguir, outros usos esto sendo dados aos sub-produtos do babau. Como exemplo disso, a Assema4 est produzindo e comercializando a farinha de mesocarpo de babau, utilizada na alimentao humana, rica em fibras. J no que se refere ao leo, a associao est testando-o na produo de cremes corporais. No entanto, trata-se de um uso que grandes empresas j fazem, a exemplo da Body Shop.

3 H processos caseiros que permitem a extrao do leo atravs da prensagem ou da fervura das amndoas. 4 Associao em reas de Assentamento do Estado do Maranho. A caracterizao da entidade e dos produtos com que trabalha feita mais adiante.

Possveis usos do cco de babau (Pensa, 2000).

Apesar da possibilidade de se utilizar o baba de diversas formas e em diversos processos industriais, conforme demonstra a figura acima, a amndoa que tem a maior importncia econmica atualmente. Isso porque, da amndoa que se produz o leo de baba, o produto mais importante.

2. Comrcio exterior brasileiro2.1 Importaes As importaes brasileiras de leo de palmiste e palma chegaram 60 mil toneladas em 2006 e US$ 36,4 milhes. Esses nmeros tm aumentado nesses ltimos anos com vistas a suprir as necessidades do mercado interno brasileiro, uma vez que a produo nacional de palma (ou dend, como conhecido no Brasil) no tem sido suficiente. Em virtude de que o preo do leo de palmiste e palma tem chegado a um preo cada vez mais baixo no pas, isso tem levado uma reduo do preo do leo de babau no mercado interno. Tabela 3 Importaes brasileiras (em kg e U$) de leo de palmiste entre 1996 e 2006.Ano 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Palmiste em bruto Qtde US$ FOB (Kg) 15.782.874 20.537.622 14.099.000 31.184.051 5.001.801 8.031.655 488.500 600.000 2.595.471 4.279.856 46.000 100.000 921.418 2.050.000 894.939 1.783.800 1.527.910 2.219.230 977.556 1.371.060 360.000 500.000 Outros leos de palmiste US$ FOB 19.867.631 16.935.984 22.925.463 12.598.330 20.207.018 11.149.834 14.071.686 13.073.894 19.503.703 26.822.301 36.013.546 Qtde (Kg) 25.877.175 22.556.553 31.931.117 17.965.779 40.056.026 35.184.271 35.668.351 29.028.962 29.363.426 40.491.431 59.779.427 Total US$ FOB 35.650.505 31.034.984 27.927.264 13.086.830 22.802.489 11.195.834 14.993.104 13.968.833 21.031.613 27.799.857 36.373.546 Qtde (Kg) 46.414.797 53.740.604 39.962.772 18.565.779 44.335.882 35.284.271 37.718.351 30.812.762 31.582.656 41.862.491 60.279.427 Preo mdio (US$/ ton) 768,08 577,50 698,83 704,89 514,31 317,30 397,50 453,35 665,92 664,08 603,42

Fonte: Secex/ Mdic, 2007. Elaborao: Deser. A tabela 3 apresenta os volumes das importaes brasileiras de leo de palmiste entre 1996 e 2006. Verifica-se que em 2006 as importaes foram superiorres 60 mil toneladas, resultando em um dispndio de mais de 36 milhes de dlares, a um preo mdio de 664 dlares por tonelada. Exceto em 1999, anos em que a taxa de cmbio real/dlar foi desfavorvel importao, o Brasil tem adquirido acima de 30 mil toneladas de leo de palmiste todos os anos.

Figura 3 Importaes brasileiras de leo de palmiste segundo os pases de origem.

Verifica-se, atravs da figura acima, que as importaes brasileiras de leo de palmiste (e de palma tambm) tem como origem dois principais pases: Indonsia (49,42%) e a Malsia (47,06%). Em 2005 o Brasil importou 20,6 mil toneladas de leo da Indonsia e 19,7 mil toneladas da Indonsia. Esses pases so os principais produtores mundiais de palma e, em conseqncia, os maiores exportadores tambm.

2.2 Exportaes

As exportaes brasileiras de leo de babau, que j foram grandes e se constituram no principal item de exportao do Estado do Maranho, atualmente muito pequena em virtude dos preos internacionais dos leos luricos terem sido rebaixados muito nos ltimos anos. Nos anos 40 do sculo passado, o Brasil fechou contrato com os Estados Unidos que garantia a comercializao de 75% da produo nacional de babau. Num perodo posterior, que foi at os anos 80, os pases da Europa foram os principais compradores. Atualmente, as exportaes brasileiras de leo de babau correspondem 0,35% em termos de quantidade e

1,12% em termos de valor em relao ao leo de palma e palmiste importados pelas empresas brasileiras. Tabela 4 Exportaes brasileiras de leo de babauPerodo US$ FOB Peso Lquido(Kg) 2006 291.978 96.089 2005 243.478 109.670 2004 238.370 136.572 2003 234.933 189.860 2002 336.418 326.190 2001 449.015 483.448 2000 313.550 164.980 1999 411.743 225.776 1998 348.476 196.060 1997 288.060 150.523 1996 405.229 212.080 Fonte: Secex/Sistema Alice (2007). Elaborao: Deser. Preo mdio/ ton 3.038,62 2.220,10 1.745,38 1.237,40 1.031,36 928,78 1.900,53 1.823,68 1.777,39 1.913,73 1.910,74

Verifica-se, atravs da tabela acima, que as exportaes brasileiras de leo de babau tem se reduzido nesses ltimos dez anos. Em 1996 foram exportados 212 toneladas e em 2006 foram 96 toneladas. O preo mdio, no entanto, tem se elevado significativamente, passando de US$ 1.910 para mais de US$ 3.000/ tonelada de leo. Isso tem ocorrido em virtude de que atualmente as exportaes tem sido comercializadas com apelo social e ambiental (comrcio justo, solidrio, etc), pois h empresas importadoras, localizadas na Europa e nos Estados Unidos, que se propem a pagar um preo maior para se diferenciar no mercado.

Em 2001 e 2002 os volumes das exportaes brasileiras de leo de babau foram maiores em virtude da alta cotao do dlar em relao ao real, o que permitiu que algumas empresas pudessem ser competitivas no mercado internacional, mesmo com um baixo preo em dlar. A figura a seguir permite identificar que, em 2005, 43% das exportaes de leo de babau foram para a Holanda, 28,5% foi para os Estados Unidos e 18,7% foi para a Alemanha.

Exportaes brasileiras de babau em 2005 segundo os pases importadores.

As exportaes de leo de babau, atualmente, tm se dado principalmente atravs do apelo social e ecolgico. Nesse contexto, a Cooperativa dos Pequenos Produtores do Lago do Junco (COPPALJ) exportou no ltimo ano cerca de 100 toneladas de leo bruto de babau a um preo relativamente alto (U$ 3,00 por quilo, preo FOB no porto de Fortaleza). A Body Shop, indstria da rea de cosmticos e perfumaria, a principal compradora. Atualmente, os exportadores de leo de babau no Brasil so: Cooperativa dos pequenos produtores agroextrativistas de Lago do Junco Ltda; Redexport comercial exportadora e importadora Ltda; Companhia Palmares da Amaznia; Gewalt comercializao de produtos qumicos Ltda e Fortinbrs comercial e Industrial Ltda5.

De acordo com o portal Exportadores Brasileiros, disponvel em www.exportadoresbrasileiros.gov.br. Acesso em 22 de maio de 2007.

5

3. Produo brasileiraCostuma-se dizer que o babau est em decadncia, haja vista a reduo nos ltimos anos dos volumes de amndoa e leos produzidos. Como se trata de uma atividade em que um grande nmero de pessoas possui envolvimento direto ou indireto, disso resulta que os impactos economia costumam ser de grande vulto. Um conjunto de fatores internos e externos tem contribudo nesse processo:Na dcada de 80 o avano da produo de soja no Brasil em bases extremamente competitivas iniciou um processo de migrao da demanda por leos comestveis em favor desta. Com uma demanda residual no mercado de leos comestveis, restou indstria de leos maranhense o mercado de leos luricos (segmentos de higiene, limpeza e cosmticos). No entanto, este mercado reduziu-se em pouco tempo. O processo de abertura da economia brasileira iniciado na dcada de 90 resultou na reduo das alquotas de importao dos leos luricos. Produtos oriundos do sudeste asitico, com preos extremamente competitivos, iniciaram uma forte concorrncia no mercado brasileiro, restringindo ainda mais a demanda por leo de babau. O resultado deste processo foi a falncia de vrias esmagadoras, com a reduo significativa do parque industrial de leos maranhense (Pensa, 2000, pg 17).

A partir dos anos 90 a tendncia apontada acima se manteve, embora tenha sido mais forte no incio da referida dcada e menor a partir da metade dela em diante. O leo de palmiste (obtido da amndoa da palma) tem chegado ao Brasil a preos competitivos em relao ao leo de babau. Isso tem promovido a reduo da produo nacional de leo de babau e tambm a reduo dos preos nos diversos elos da cadeia. A produo brasileira de leo de babau responde por aproximadamente 60 mil toneladas. O leo de babau obtido atravs da extrao mecnica ou atravs de solvente. O segundo processo economicamente mais dispendioso, mas mais eficiente na extrao, j que o teor residual de leo na torta mais baixo. Artesanalmente, as quebradeiras utilizam-se do processo de fervura para extrair o leo para o consumo familiar ou para o mercado local. A partir de 1991 o leo de dend iniciou um processo de asceno no volume produzido que se manteve ao longo de quase todo o tempo, ultrapassando a produo de leo de baba j em 1992. A produo se estagnou em 2003, mas novos plantios foram feitos nessa poca, o que dever indicar uma nova evoluo na produo de leo de dend nos prximos anos, estimulado, em grande parte, pelos benefcios fiscais que as empresas vem recebendo do governo brasileiro. A produo de leo de baba, por sua vez, iniciou um processo de queda a partir de 1991, alcanando o menor volume histrico em 1996. A partir de ento, a produo se recuperou um pouco e voltou a crescer. Nos anos seguintes iniciou um novo processo de queda, mas bem menor do que no perodo anterior. Cabe salientar que o baba uma planta

cujos frutos so colhidos de forma extrativa e que sofre a concorrncia externa, atravs dos preos e da importao de leo de palma, e a concorrncia interna, atravs do leo produzido a partir do dend, que se equivale palma. No Brasil, o dend produzido principalmente no Par e na Bahia. A produo de leo de mamona foi bastante varivel a partir do perodo considerado (1991), pois a produo se elevava em ano e caa no ano seguinte. Em 1998 a produo atingiu o menor nvel. Cabe salientar que o leo de mamona, embora concorra com outros leos, como o de baba e dend, apresenta algumas especificidades em virtude de no ser utilizado para fins alimentcios em virtude da toxidez do cido rcinico presente no leo. No entanto, para alguns fins os leos se equiparam, como em alguns processos industriais e na produo de biodiesel.

4. Regies produtorasA rea de ocorrncia dos babauais no se limita rea de explorao, haja vista que se encontra em vrios outros estados amaznicos (Rondnia, por exemplo) distribudos entre outras espcies da floresta. O Ministrio da Agricultura avalia que a superfcie total de babau de aproximadamente 13,4 milhes de hectares. Supe-se que nessa superfcie encontrem-se 20,1 bilhes de palmeiras que produzem anualmente 20.153 bilhes de cocos (Ferreira, 1999).Figura 1: Evoluo da produo de am ndoa de baba (ton) no perodo entre 1990 e 2005, Brasil e principais estados produtores (IBGE - produo extrativa vegetal, 2007).

200.000 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2005

Brasil

Maranho

Piau

Tocantins

A produo de baba est bastante concentrada no estado do Maranho, embora a ocorrncia natural dos babauais, conforme j se tratou, acontea em uma ampla regio do

Norte e Nordeste do Brasil. Atualmente, o estado do Maranho responde por mais de 90% da produo nacional, seguido do Piau e do Tocantins. Se de um lado a produo est bastante concentrada no Maranho, nesse estado ela tambm se concentra bastante em algumas regies. As microrregies geogrficas do Mdio Mearim, de Pindar, da Baixada Maranhense e de Cod respondem por 66% da produo estadual, sendo que o Mdio Mearim responde por metade desse volume.

Tabela 5 Participao das principais regies produtoras de babau (ton amndoa) em relao produo maranhenseRegies Mdio Mearim Pindar Baixada Maranhense Cod Itapecuru Mirim Chapadinha Caxias Presidente Dutra Chapadas Alto Itapecuru Alto Mearim e Graja Coelho Neto Baixo Parnaba Maranhense Rosrio Litoral Ocidental Maranhense Imperatriz Porto Franco Chapadas das Mangabeiras Gurupi Lenois Maranhenses 1995 19.076 13.739 7.319 14.675 5.925 2.310 6.332 7.664 3.524 1.493 1.506 232 1.378 632 1.070 499 287 293 1997 29.458 15.999 14.954 16.059 9.833 6.704 7.415 4.505 3.214 1.315 2.291 598 131 177 62 8 31 22 4 1999 29.436 15.465 14.806 15.082 10.313 6.011 7.068 4.611 3.514 1.372 2.141 599 129 175 27 22 71 22 4 2001 28.516 14.972 14.514 14.043 10.430 5.677 6.199 4.882 2.349 1.371 2.026 611 119 166 21 20 66 22 3 2003 30.303 14.554 14.361 12.846 10.246 6.057 5.165 4.447 2.142 1.411 1.880 623 94 170 55 31 53 21 2 2005 37.950 15.683 14.002 11.917 9.444 6.256 4.638 4.500 2.243 2.157 1.785 637 171 159 97 46 27 19 2 Part. (%) 32,16 13,29 11,87 10,10 8,00 5,30 3,93 3,81 1,90 1,83 1,51 0,54 0,14 0,13 0,08 0,04 0,02 0,02 -

Fonte: IBGE (2007).

5. As indstrias de leo de babauConsiderando o nmero de empresas de mdio e grande porte que estavam instaladas no Estado do Maranho nos anos 50 e 60 (mais de 50), atualmente h um nmero reduzido (menos de 10). Isso se deveu crise pela qual o babau passou nos ltimos anos, cuja produo tem se reduzido. As principais empresas esto localizadas em So Lus, Pedreiras, Imperatriz, Caxias e Cod. A amndoa de babau adquirida de intermedirios que normalmente compram de outros intermedirios (cantinas). Algumas vezes as cantinas so mantidas de forma

associativa, mas na maioria das vezes elas so privadas e fazem a troca da amndoa de babau por itens de primeira necessidade s famlias. Algumas vezes as indstrias de uma certa forma financiam os intermedirios de que adquirem as amndoas, j que fazem um adiantamento em dinheiro aos mesmos. Os intermedirios juntos (j que pode haver dois ou trs antes da amndoa chegar indstria) ficam com em torno de 40 a 45% do valor da amndoa colocada na indstria. As principais empresas do Estado do Maranho so: Oleama, FC Oliveira6, Saponleo, Iovesa e Sabo Princesa, localizadas em So Lus e Pedreiras. A Oleama processou 7,25 milhes de kg de amndoa em 2004 e a FC Oliveira processou aproximadamente 10 milhes de Kg. Para as demais empresas no foram levantadas informaes. Algumas indstrias compram leo bruto de babau de outras pequenas indstrias do Estado (como o caso da COPPALJ), seja para revend-lo, seja como matria-prima para produo de sabes ou outros produtos. Da amndoa de babau adquirida dos intermedirios, as indstrias extraem o leo. O leo de babau ou transformado em produtos de higiene e limpeza ou comercializado em bruto indstrias localizadas no Sudeste do pas atravs de corretores da Bolsa de Valores do Estado de So Paulo. Normalmente as empresas processam uma parte do leo e comercializam a outra. A Oleama, localizada em So Lus, transforma 20% do leo bruto em sabes, sabonetes, velas, desinfetantes, amaciantes e leo de cozinha. A torta de babau um sub-produto da extrao do leo e comercializada para indstrias de raes para sunos e aves. Possui aproximadamente 23% de fibras, 6% de matria mineral, 51% de extrato etreo e 18% de protena bruta e concorre com a torta de soja, cujo nvel de protena mais alto e o cujo cultivo vem se ampliando ao Sul do Estado do Maranho. J as indstrias localizadas na regio de Imperatriz tem a opo de tanto processar babau quanto soja. A Aboissa, localizada em So Paulo, a principal corretora dos produtos oriundos das indstrias de babau do Estado do Maranho. Alm do babau, a corretora trabalha com um conjunto amplo de farinhas, leos e gorduras nacionais e importados (palma, palmiste, soja, tungue, algodo, arroz, farinha animal, sebo bovino, algodo, mamona, lecitina de soja, girassol, azeite de oliva, entre outros). Tendo em vista a conjuntura de mercado do babau, em que a concorrncia com os leos de palma e palmiste foi grande, as empresas no demonstram interesses em ampliar a

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A empresa atua em outras reas, no somente na produo e processamento de cco babau.

produo. Tambm no foi possvel identificar se as empresas esto interessadas em diversificar os produtos, mas, se isso vier a acontecer, os produtos seriam destinados prioritariamente aos mercados do nordeste e do norte do Brasil, haja vista a concorrncia com as indstrias localizadas no Sudeste. Atualmente, a Oleama processa aproximadamente 20% do leo bruto que produz e a FC Oliveira processa entre 40% e 60%, variando com as condies do mercado.

Fluxograma babau.

dos

possveis

destinos

dos

produtos

e

sub-produtos

do

Fonte: Pensa, 2000.

6. Produo de biodieselA produo brasileira de leos vegetais bastante significativa, mas o uso na forma de biocombustvel ainda pequeno. O biodiesel pode ser obtido a partir de uma ampla gama de produtos, que atualmente so utilizados com outros fins. Apesar de que a utilizao de biodiesel j esteja mais desenvolvida na Europa, atualmente leos vegetais vm sendo utilizados em mquinas agrcolas e no transporte coletivo. Prev-se uma mistura de 2% ao leo diesel derivado do petrleo (autorizado at 2007 e obrigatrio aps esse ano) e a ampliao para 5% a partir de 2013.

Tabela 6 Produtos agrcolas cultivados no Brasil e passveis de utilizao na produo de biocombustveisProduto Produo brasileira rea cultivada atual (ha) 1.115.000 105.000 extrativo 5.633.000 Produtividade % leo no brasileira (kg/ha) gro ou amndoa 2.142 2.247 73.670 66% 15 Produtividade Principais estados leo (kg/ha) produtores

Algodo (caroo) Amendoim (em casca) Babau Cana-deacar Dend Girassol Mamona Milho

2.394 236 118,7 415.205

321 MT, BA, GO, SP, MS, MG, PR SP 7 m de lcool3

MA SP, AL, PR, PE, MG, MT. 909 87.553 10.380 20 2.076 PA, BA. 94 150.000 1.595 44 701 Centro-Oeste 138.000 172.000 802 45 361 BA 41.787 12.864.000 3.248 - PR, MG, SP, GO, MT Soja 49.549 21.600.000 2.293 18 412,9 MT, PR, GO, RS, MS, MG, BA, SP, MA, TO, SC, PA Outros* 11 extrativo BA, MG, Amaznia. * Produtos extrativos vegetais, produzidos principalmente na regio Norte e Nordeste do Brasil: licuri, pequi, oiticica, tucum, copaba, cumaru, etc. Fonte: PAM e PPM 2004 (IBGE).

Em termos de biocombustveis, o Brasil produz lcool e se tornar produtor de biodiesel. A produo de lcool na atual safra deve ficar em torno de 18 bilhes de litros, destinando-se ao mercado nacional e internacional (15%). Atualmente, a produo est sendo estimulada pelo desenvolvimento de automveis bicombustveis e tricombustveis (gasolina, lcool e gs), que do maior segurana (em relao ao preo e disponibilidade) em relao aos automveis movidos somente lcool. Com isso, espera-se que a produo brasileira chegue 35 bilhes de litros em 10 anos e as exportaes em 8 bilhes de litros7. Cabe salientar que para alguns produtos agrcolas (soja, cana-de-acar, algodo) o leo apenas um dos produtos, enquanto que, para outros ou o nico ou o principal produto (mamona e dend), embora possa ser utilizado para muitos fins (aviao, produo de inseticidas, fungicidas, plsticos, etc.). A anlise da competitividade dos biocombustveis, o que no se pretende apresentar aqui, deve levar em considerao os resultados econmicos dos diversos cultivos e tambm o nvel de subsdio pblico. Apesar dessas particularidades e dos distintos usos dos leos vegetais, devemos considerar que o uso na forma de combustvel pode fazer que a produo aumente muito.7

Conforme projeo do Instituto de Economia Agrcola do Estado de So Paulo (IEA/ SP).

Processo de produo de biodiesel a partir de leo vegetal (Ceplac, 2007)

A cana-de-acar e o dend apresentam atualmente as maiores produtividades de biocombustveis (lcool e biodiesel, respectivamente). No que se refere ao lcool, o Brasil bastante competitivo internacionalmente devido produtividade alta da cana-de-acar e a baixa remunerao do trabalho. Em virtude disso, provvel que o cultivo avance bastante nos prximos anos, at porque o lcool utiliza o mesmo sistema de combusto da gasolina, que o combustvel mais usado atualmente nos veculos de passeio e utilitrios no Brasil. Em nveis internacionais, o rendimento de lcool obtido atravs de outros produtos (milho, por exemplo) inferior e necessita de subsdios pblicos.

7. Os preos nos diversos nveis da cadeiaO leo de babau uma commodity. O preo do leo de babau nos diversos elos da cadeia possui variaes significativas durante o ano de acordo com a disponibilidade do produto no mercado nacional (oferta) e dos preos do leo de palmiste e palma importados da Indonsia e da Malsia. Apesar de que uma parte da produo de leo de babau se destine ao consumo humano e produo de derivados para a regio Nordeste do pas, a maior parte negociada na bolsa de valores, de onde segue para as indstrias produtoras de sabonetes, sabes, alimentcia, etc. A maioria delas est localizada na regio Sudeste.

Tabela 7 Variao de preos por kg da amndoa e do leo de babau durante uma mesma safra, segundo os diversos agentes.1. Preo pago s quebradeiras (amndoa) 2. Preo pago aos intermedirios pela indstria (amndoa) 3. Preo pago pelas indstrias de sabes do Estado de So Paulo (leo bruto) Outubro de 2004 0,93 1,55 3,80 Fevereiro 2005 0,48 0,80 2,20 Maio de 2007 0,80* 0,80 2,4 (So Lus) 2,80 (So Paulo)

Fonte: entrevistas. * O preo pago s quebradeiras varia de acordo com a regio. Nas regies mais distantes das indstrias o preo tende a ficar mais baixo.

A reduo dos preos entre outubro de 2004 e fevereiro de 2005, verificada na tabela acima, deveu-se, principalmente, ao aumento da oferta de leo de babau no mercado nacional. Isso porque a extrao da amndoa de babau comea em setembro/outubro, meses em que a oferta mais baixa, e termina normalmente em abril, quando se intensificam as chuvas que dificultam a coleta e a quebra do cco. Fevereiro , portanto, um ms em que a oferta de leo de babau alta, promovendo um rebaixamento dos preos.

Considerando que a produo de palma (tambm conhecido como dend) tem aumentado nos ltimos anos no Brasil, embora a produo ainda seja muito pequena em relao ao mercado internacional e aos pases asiticos produtores, certo que a produo de leo de babau passa ser afetada tambm pelo mercado nacional de leo de palma. Nesse estudo no se identificou detalhadamente o volume de leo, apenas a produo de cco, nica informao disponvel no momento, tornando-se difcil afirmar o nvel de concorrncia. um trabalho que dever ser desenvolvido posteriormente, em um estudo exploratrio j previsto para ser realizado pelo Deser com o apoio do Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA).

8. A agricultura familiar na produo agrcolaA Tabela 8, a seguir, demonstra que em 1995/96, de acordo com o Censo Agropecurio do IBGE, no maranho, 80% dos estabelecimentos agropecurios eram considerados familiares. Os mesmos detinham 43,2% da rea dos estabelecimentos e respondiam por 58,2% do Valor Bruto da Produo. Se de um lado os dados refletem a

importncia scio-econmica dos estabelecimentos familiares, de outro, demonstram que quase a metade dos mesmos encontrava-se na categoria quase sem renda.

Tabela 8 Maranho: nmero de Estabelecimentos, rea e Valor Bruto da Produo, categorias Familiares por Tipo de Renda e Patronal.Valor Bruto da Produo % 1000 Reais 100 698.162 43,2 406.413 8,5 15,7 9,6 9,4 54,4 0,1 2,3 0 121.987 133.719 88.831 61.876 231.683 2.615 57.428 23 % 100 58,2 17,5 19,2 12,7 8,9 33,2 0,4 8,2 0

Categorias

Estabelecimentos Nmero 368.191 294.605 12.717 61.446 88.645 131.797 13.703 1.503 58.345 % 100 80 3,5 16,7 24,1 35,8 3,7 0,4 15,8 0

rea Total Hectares 12.560.692.475 5.431.000.809 1.065.318.346 1.967.552.959 1.211.703.661 1.186.425.843 6.837.956.523 8.529.890 283.083.951 121.302

TOTAL Total Familiar Maiores rendas Renda mdia Renda baixa Quase sem renda Patronal Instituies Religiosas Entidades Pblicas

No Identificado 35 Fonte: Censo Agropecurio 1995/96, IBGE. Elaborao: Convnio INCRA/FAO.

Somadas a produo agrcola, a silvicultura e a extrao vegetal, verifica-se que a agricultura vem perdendo importncia econmica no Estado do Maranho nos ltimos anos, respondendo por pouco mais de 81% do Valor Bruto da Produo (VBP). A produo extrativa, por seu turno, devido aos aspectos identificados anteriormente, vinha perdendo importncia econmica at o ano de 2003. Em 2005 responde por aproximadamente 17% do VBP, sendo pouco mais de 5% da amndoa de babau, cuja participao tem aumentado nos ltimos dois anos.

No que se refere aos produtos extrativos vegetais, no qual o babau est inserido, o carvo vegetal o mais importante. Representa 42%, o babau 32% e a lenha e madeira em tora em torno de 10% cada uma. Embora no tenhamos nmeros, importante considerar que uma parte do carvo produzida a partir da amndoa de babau.

Tabela 9 Maranho: Valor Bruto da Produo (VBP, em mil reais) e participao (%) da agricultura, silvicultura, extrao vegetal e amndoa de babau entre 1994 e 2005. Extrao Valor da Amndoa Agricultura Silvicultura Ano Vegetal Produo Babau*

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

459.302,00 597.337,00 388.122,00 466.331,00 490.885,00 620.451,00 671.903,00 826.616,00 1.079.678,00 1.529.338,00 1.739.392,00 1.726.002,00

80,00 81,84 77,27 78,06 77,86 79,39 81,55 84,70 83,20 85,79 84,75 81,11

0,03 0,01 0,05 0,03 0,03 0,11 0,16 0,22 0,43 0,18 0,95 2,20

19,97 18,15 22,68 21,90 22,10 20,50 18,29 15,07 16,37 14,02 14,29 16,68

5,48 3,90 8,40 7,46 7,60 7,30 6,26 4,86 5,46 4,60 4,97 5,36

Fonte: Produo Agrcola Municipal e Produo Extrativa Vegetal, IBGE, 2005. * A amndoa de babau parte da produo extrativa vegetal.

A produo pecuria no consta dos dados apresentados porque as informaes disponibilizadas pelo IBGE demonstram apenas a evoluo do rebanho e no do VBP. Os dados indicam reduo do nmero de sunos e aves alojados. Para os sunos essa reduo foi de 40% no perodo compreendido entre 1990 e 2005. J no que se refere ao rebanho bovino comum se comentar que o mesmo vem promovendo a destruio dos babauais, em um processo de substituio. No entanto, verifica-se que a evoluo do rebanho bovino foi pequena no mesmo perodo.

9. As quebradeiras de cco babau na cadeia produtivaDe acordo com Ferreira (1999), em sua dissertao de mestrado defendida na UFSC, no Maranho 22% das famlias que trabalham com o babau dependem exclusivamente da atividade. Das demais, em 16% das famlias, o babau contribui com 70% da renda familiar, em 29% com 50% da renda e em 33% com at 30% da renda. A autora no caracterizou os intervalos em que os percentuais se inserem e tambm no identificou a fonte dos dados.

9.1 As regies pesquisadas As informaes aqui levantadas referem-se ao Estado do Maranho, onde se concentra quase a totalidade da produo de babau. Identificaram-se as associaes e cooperativas ligadas s quebradeiras de cco babau no Estado, as instituies de apoio e as pequenas e

mdias indstrias. Tambm se identificou uma associao ligada ao MIQCB (Movimento Interestadual das Quebradeiras de Cco Babau) localizada no municpio de So Miguel, no Estado do Tocantins, que possui uma pequena unidade de produo de sabes a partir do leo de babau.

9.2 Caractersticas da agricultura familiar na produo Uma parte das quebradeiras est localizada em reas de assentamento do INCRA, que podem ser remanescentes de quilombos. O processo que conduziu ao surgimento desses assentamentos normalmente se caracteriza muito mais pela regularizao fundiria das reas em que essas pessoas residem do que um programa propriamente de reforma agrria, mas que permite aos assentados acessar as polticas do INCRA.

9.3 As cooperativas e associaes ligadas s quebradeiras No que se refere organizao das quebradeiras para o processamento do cco de babau, a maioria delas est ligada ao MIQCB. Algumas das iniciativas ligadas ao Movimento se ocupam apenas de extrair o leo da amndoa de babau, haja vista a falta de estrutura para industrializar, mas outras j industrializam uma parte do que produzem. No Estado do Maranho h duas associaes que esto em fase de constituio e que so apoiadas pela Secretaria Estadual de Agricultura do Maranho, no mbito do projeto Quebra Cco. O projeto prev a mecanizao do processo de quebra do cco para extrao da amndoa e a extrao do leo atravs da prensagem mecnica. Vrias experincias foram postas em prtica com vistas a processar a amndoa de cco e no sentido de facilitar o trabalho de quebra. Algumas delas foram apoiadas atravs de projetos do INCRA, mas, segundo alguns entrevistados, tiveram dificuldades de se afirmar.

a) MIQCB (Movimento Interestadual de Quebradeiras de Cco Babau) O MIQCB o nico e um importante movimento das quebradeiras de cco babau. Sua origem, ao menos formal, deu-se em 1991 durante encontro do movimento na cidade de So Lus. O movimento constitudo por pessoas e entidades das principais regies produtoras do Estado do Maranho, Tocantins e Par. O movimento definiu algumas reas prioritrias para sua atuao: (i) a organizao e a articulao das mulheres quebradeiras de cco babau dos estados do Maranho, Piau, Tocantins e Par; (ii) a preservao do meio ambiente; (iii) a defesa do livre acesso aos babauais; (iv) o apoio s iniciativas de produo, beneficiamento, comercializao e gerao

de renda; e (v) a defesa de polticas pblicas que beneficiem as famlias agro-extrativistas (Figueiredo, 2000). Como aes polticas, integram o pleito do Movimento: a reviso das alquotas de leo de palmiste, a iseno fiscal para as organizaes comunitrias, a criao de reservas extrativistas, a proibio de derrubada do babau, a proibio da utilizao do cco de babau para produo de carvo.

b) COPPALJ (Cooperativa dos Pequenos Produtores Agrcolas de Lago do Junco) Apesar de haverem diversas cooperativas e associaes ligadas s quebradeiras de babau no Estado do Maranho, a COPPALJ a nica que possui prensa para produo de leo. A COPPALJ localiza-se no municpio de Lago do Junco e conta com 164 cooperados. Ela recolhe a amndoa e fornece, para scios e no scios, produtos ditos essenciais s famlias (acar, caf, sal, leo de cco, querosene, fsforo, etc) atravs de suas cantinas localizadas nas comunidades. A origem da COPPALJ est em consonncia com o projeto poltico do MIQCB e sua fundao deu-se no mesmo ano da fundao do movimento. A Cooperativa tem buscado formas alternativas de acesso ao mercado, seja atravs do prprio leo bruto de babau, seja atravs de produtos e sub-produtos. Do que sobra da amndoa durante o processo de extrao do leo de babau, a cooperativa produz a torta de babau que destinada produo de rao animal. Os produtos da COPPALJ so comercializados atravs da ASSEMA (Associao em reas de Assentamento do Estado do Maranho).

c) AMTR (Associao das Mulheres Trabalhadoras Rurais) A Associao das Mulheres Trabalhadoras Rurais teve sua origem dentro da prpria COPPALJ. A associao tem sede no municpio de Lago dos Rodrigues, tambm na regio dos Cocais e possui 128 associadas, sendo que atualmente 21 esto envolvidas diretamente com a produo de sabonetes. Para a construo da fbrica de sabonetes, a AMTR contou com o apoio financeiro do UNICEF. O leo de babau adquirido da COPPALJ e posteriormente beneficiado e embalado na fbrica da associao. Os produtos so comercializados atravs da ASSEMA.

d) Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Esperantinpolis

A Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Esperantinpolis possui 68 associados. Alm da extrao da amndoa, a cooperativa produz farinha de mesocarpo de baba. A produo comercializada atravs da Assema.

e) ASSEMA (Associao em reas de Assentamento do Estado do Maranho) A ASSEMA uma associao sem fins lucrativos fundada em 1989 por lideranas sindicais. Possui carter regional e atual na regio denominada Mdio Mearim, no Estado do Maranho. A associao presta assessoria tcnica e poltica s quebradeiras de cco babau. Possui vnculos polticos com a COPPALJ, a AMTR e o MIQCB e tambm tem sido responsvel pela comercializao dos produtos das duas primeiras. A tabela 05 demonstra os volumes comercializados em 2004, a partir da aquisio de 400 toneladas de amndoas de babau que resultaram em 210 toneladas de leo bruto. Tabela 10 Produtos comercializados pela ASSEMA em 2004 e 2006, com seus respectivos volumes e destinos.Produto 1. Amndoa de babau 2. leo bruto de babau 2004 Volume (ton) 400 210 Destino Produo de leo bruto Comrcio exterior (32%), produo de sabo e sabonetes (5%) e indstrias (63%). So Lus Regional e Mercado 2006 Volume (ton) 400 210 Destino Produo de leo bruto Comrcio exterior (60%), produo de sabo e sabonetes (510%) e indstrias (3035%). PAA doao simultnea (8 ton), mercado nacional (4 ton) Indstrias produtoras de rao animal nacional nacional Caixa Econmica Federal, outros. de

3. Farinha de mesocarpo

12

12

4. Torta de babau 5. Sabo 6. Sabonete 7. Papel reciclado 8. Carvo vegetal

120 0,5 120

Indstrias produtoras de rao animal Mercado regional Mercado regional

120 Deixou produzir

Mercado regional

Fonte: entrevista. OBS: produtos oriundos das cooperativas e associaes que compem a ASSEMA. A ASSEMA, atravs das entidades filiadas, processa cerca de 400 toneladas de amndoas para a produo de 210 toneladas de leo bruto por ano. Em 2006, 60% do leo foi exportado sob o apelo social e ambiental que empresas que utilizado em seus produtos, o que tem resultado em um preo superior ao praticado no mercado nacional. Do restante, 5%

10% destinado produo de sabonetes e sabes. A outra parte ainda, comercializada em indstrias do municpio de Pedreiras. Verificou-se que as exportaes entre 2004 e 2006 com o selo do comrcio justo aumentaram. Tratando desse aspecto, da concentrao da produo exportao, Valdener Miranda afirma que:Primeiro aspecto se justifica pelo fato de que a produo e comercializao dos produtos solidrios brasileiros esto muito mais direcionados ao mercado externo do que ao interno. Uma razo, certamente, remonta da prpria historia do movimento de comercio justo solidrio, que nasceu com finalidade de aproximao dos produtores do sul aos consumidores do norte. Considero necessariamente a importncia de desenvolver mercados locais que garantam a comercializao interna dos produtos aqui produzidos, de forma a alterar, paulatinamente, a realidade acima apontada no para excluir a exportao, mas para contemplar tambm as inmeras possibilidades existentes no nosso territrio (Valdener Miranda8).

f) ASMUBIP (Associao das Mulheres Trabalhadoras do Bico do Papagaio). A Associao das Mulheres trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio est localizada no municpio de So Miguel, no Estado do Tocantins. Possui 500 associadas, mas nem todas trabalham na quebra do babau. A associao ligada ao MIQCB. A associao possui uma prensa para extrao do leo de babau. Em 2004, a associao vendeu 6.000 kg de leo para, principalmente, empresas do municpio de Imperatriz, Maranho. Uma pequena frao da referida produo comercializada para a produo de velas, sabo e sabonetes fabricados artesanalmente na regio de atuao da associao. Segundo a ASMUBIP, a maioria das associadas que trabalha com babau necessita utilizar terras de terceiros para a coleta e extrao de amndoa.

g) Embaixada Babau Livre De acordo com a Assema, a Embaixada Babau Livre :... Uma casa de eventos, como exposies, feiras e debates. A Embaixada Babau Livre hoje mantida atravs de uma parceria estabelecida entre a ASSEMA e a OXFAM GB Brasil que tem garantido o suporte financeiro necessrio para manter a casa. Outros mantenedores da Embaixada so os prprios grupos de gerao de renda, como as cooperativas dos pequenos8 Coordenador do Programa de Comercializao Solidria (PCS) da ASSEMA; Membro do Conselho Nacional de Economia Solidria e Membro da Coord. Nacional da Articulao de Certificao para Comercio tico, Justo e Solidrio Brasileiro. Disponvel em www.assema.org.br. Acesso em maio de 2007.

produtores agroextrativistas de Lago do Junco (COPPALJ) e de Esperantinpolis (COPPAESP), a Associao das Mulheres Trabalhadoras Rurais de Lago do Junco e Lago dos Rodrigues (AMTR), a Associao dos Moradores da Gleba Riachuelo (Lima Campos), a Associao de Jovens Rurais de Lago do Junco e Lago dos Rodrigues e o Grupo de Mulheres de Santana (So Luiz Gonzaga do Maranho), que, atravs da venda de seus produtos tm contribudo para a manuteno da casa. Alm desses, contamos tambm com a parceria de outros grupos interessados em estabelecer a economia solidria no Maranho. Outros apoios pontuais tm garantido o desenvolvimento de suas aes: DED; Christian Aid; Actionaid; Ministrio de Desenvolvimento Agrrio; Fundao Banco do Brasil; Petrobrs; Universidades federal e estadual do Maranho; Centro Educacional Colmia; Escolas de ensino fundamento e ensino mdio da rede privada de So Lus; e o Centro de Cultura Popular Antnio Vieira Filho (Assema, 2007).

h) Associaes apoiadas pela Secretaria Estadual de Agricultura do Estado do Maranho

A Secretaria estadual de Agricultura do Estado do Maranho apia duas associaes de quebradeiras de cco, dentro do mbito do projeto quebra cco. Uma delas est localizada no municpio de Catanhde e outra no municpio de Itapecorumirim. So associaes comunitrias com aproximadamente 20 associadas cada uma. Esto em fase inicial de estruturao da unidade de extrao de leo de babau.

10. Limites e perspectivas da agricultura familiar na cadeiaDificuldades encontradas pelas quebradeiras de cco babau A maior parte da amndoa de babau produzida no comercializada atravs das organizaes ligadas s quebradeiras, mas sim atravs de intermedirios que vendem para as principais indstrias maranhenses. Estima-se que em torno de 300.000 mulheres se envolvam com a quebra do cco babau e que destas em torno de 400 esto organizadas para a extrao e comercializao do leo ou produtos obtidos a partir do leo de babau. A grande maioria das quebradeiras ainda depende dos intermedirios com os quais, na maioria das vezes, trocam a amndoa de babau por alimentos/mantimentos que no produzem (sal, acar, etc.). Da decorre que os intermedirios, cantinas e pequenos comerciantes, beneficiam-se duas vezes, com a compra do babau e a venda dos mantimentos e alimentos necessrios s famlias. Uma questo importante, e que coloca dificuldades s quebradeiras, diz respeito posse ou propriedade da terra. A tabela 11 indica que em 1995/96 apenas 16,1% da produo

de amndoa era obtida por quebradeiras que tinham a propriedade da terra; 22,6% por quebradeiras que pagavam arrendamento; 6,1% em sistemas de parceria; e, a maior parte, 55,2%, por quebradeiras que se encontravam na condio de ocupante.

Tabela 11 - Maranho: Distribuio da quantidade de amndoa de babau produzida segundo a condio de produtor. Quantidade produzida (ton) Participao (%) Proprietrio 18.377 16,1 Arrendatrio 25.837 22,6 Parceiro 7.011 6,1 Ocupante 63.162 55,2 TOTAL 114.387 100 Fonte: Censo Agropecurio 1995/96. De acordo com o MIQCB e a ASSEMA, apesar da aprovao da Lei do Babau Livre em cinco municpios, que permite o livre acesso aos babauais, mesmo em reas privadas, as quebradeiras ainda possuem dificuldades no acesso. Outras dificuldades citadas pelas entidades so: a grande variao dos preos entre a safra entressafra e a falta de polticas que ajudem viabilizar o aproveitamento integral, o beneficiamento e a comercializao do babau.

Os projetos das organizaes ligadas s quebradeiras de cco babau As organizaes ligadas s quebradeiras de cco, j citadas, possuem diversos projetos que buscam preservar a atividade das mesmas, incrementar a renda familiar e preservar os recursos ambientais da regio dos babauais. Os principais projetos por que lutam so: - Criao de leis estaduais para preservar os babauais, evitar a queima do cco inteiro na produo de carvo e garantir o acesso das quebradeiras aos babauais em reas privadas (babau livre); - Aprovao do projeto de lei Babau Livre que se encontra na Cmara Federal; - Incluso de representante das trabalhadoras na Cmara Setorial do leo; - Incentivos Fiscais para facilitar que as organizaes ligadas s quebradeiras possam acessar outros mercados (estadual e nacional); - Criar mecanismos para evitar a sazonalidade de preos entre a safra e entressafra; - Viabilizar o aproveitamento integral do cco de babau, estimulando pequenas unidades industriais e novos produtos;

- Desenvolver tecnologias socialmente adequadas e economicamente viveis. Um estudo importante de ser desenvolvido sobre a viabilidade de incluir as reas de babau como reas de seqestro de carbono, previstos nos protocolos internacionais. Poderia ser uma alternativa de renda importante s famlias da regio, mas o processo necessita ser mais bem estudado e debatido com as organizaes sociais envolvidas e que apiam as quebradeiras de cco babau.

Referncias bibliogrficas

Aboissa leos Vegetais. Apresentao da Empresa. Disponvel em www.aboissa.com.br. Acesso em abril de 2007. Almeida, A. W. B et al. Economia do Babau: levantamento preliminar de dados. MIQCB/ Balaios Typographia. So Lus, 2001. Almeida, A. W. B. Quebradeiras de Cco Babau: Identidade e Mobilizao. II Encontro Interestadual das Quebradeiras de Cco Babau. So Lus, 1995. Associao em reas de Assentamento do Estado do Maranho ASSEMA. Apresentao e documentos da Assema. Disponvel em www.assema.org.br. Acesso em maio de 2007. FAO. Detailed World Agricultural Trade Flows. Disponvel em http://faostat.fao.org. Ferreira, M. E. M. Modelos Log-normal e Markoviano para estudo da evoluo de abundncia em uma floresta de babau. Dissertao apresentada ao Mestrado em Engenharia de Produo da UFSC. Florianpolis, 1999. IBGE. Produo Agrcola Municipal 2005. Disponvel em www.ibge.gov.br. Acesso em maro de 2007. IBGE. Produo Extrativa Vegetal 2005. Disponvel em www.ibge.gov.br. Acesso em maro de 2007. INCRA/FAO. Novo Retrato da Agricultura Familiar: O Brasil Redescoberto. Disponvel em www.incra.gov.br/sade. Acesso em maro de 2005. Ministrio da Indstria e Comrcio. Mapeamento e levantamento de potencial das ocorrncias de babauais. MIC/SIT. Braslia, 1982. Apud: Almeida, A. W. B. Quebradeiras de Cco Babau: Identidade e Mobilizao. II Encontro Interestadual das Quebradeiras de Cco Babau. So Lus, 1995. Oilworld. Dados estatsticos. In: Pensa/ USP. Reorganizao do Agronegcio do babau no Estado do Maranho. USP, 2000. Oleaginosas Maranhense S/A. Apresentao e produtos da empresa. Disponvel em www.oleama.com.br. Acesso em maio de 2007. Pensa/ USP. Reorganizao do Agronegcio do babau no Estado do Maranho. USP, 2000. SECEX/ MDIC. Exportaes aliceweb.desenvolvimento.gov.br/ brasileiras. Disponvel em http//:

USDA. Production, Supply and distribution on line. Disponvel em ww.usda.gov.br, acesso em 28 de maio de 2007.

Entrevistas1. Jos Mrio Frazo Secretaria Estadual de Agricultura. 2. Amlio Ghelen - Secretaria Municipal de Agricultura do municpio de Catanhede. 3. Wendel de Souza Pereira FC Oliveira 4. Luis Carlos Pinheiro Peixoto Oleama 5. Teresinha - Asmubip 6. Valdener Miranda - Assema 7. Henrique Cardias UFMA. 8. Reunio com quebradeiras de cco dos municpios de Itapecorumirim e Catanhede.

Lista de contatos de entidades, instituies e empresas envolvidas na cadeia do babauOrganizaes sociais e instituies ASSEMA (Associao em reas de Assentamento do Estado do Maranho) COPPALJ (Cooperativa dos Pequenos Produtores Agrcolas de Lago do Junco) Secretaria Estadual de Agricultura Grupo de Estudos Rurais e Urbanos (GERUR/UFMA) Pessoa contato Valdener Miranda Telefone 099 3642 2061/ 2152 099 3642 2061/ 2152 e-mail [email protected] Endereo Pedreiras MA.

1

2

[email protected]

3 4

Jos Mrio Frazo Alfredo Wagner Berno da Silva

098 3218 9801 098 32178616

So Lus MA. [email protected] So Lus MA.

5

6 7

Movimento Interestadual das Quebradeiras de Cco Babau - MIQCB Projeto Biodiesel - UFMA ASMUBIP Associao das Mulheres Trabalhadoras do Bico do Papagaio TO. Empresas

099 3642 2061/ 2152 Henrique Cardias Raimunda Nonada 098 3217 8201 063 447 1274 [email protected] So Miguel TO.

1

leos Vegetais Maranho - OLEAMA FC Oliveira Saponleo Sabo Princesa Iovesa Indstria e Comrcio Mateus Sociedade Industl e Coml de Prod de Limpeza do MA Imperquyl Aboissa (corretora)

2 3 4 5 6 7

Pessoa contato Luis Carlos Pinheiro Peixoto Wendel

Telefone 098 3241 1512 099 36615200 099 36421208 099 36422480 099 36428028 099 35269581 099 35214062 099 35256758 011 33533000

e-mail [email protected]

Localizao So Lus - MA

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Imperatriz - MA So Paulo - SP