1 direito das mulheres e da igualdade social (dmis) teresa pizarro beleza fdunl2008/2009

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1 DIREITO DAS MULHERES DIREITO DAS MULHERES E DA IGUALDADE E DA IGUALDADE SOCIAL (DMIS) SOCIAL (DMIS) Teresa Pizarro Beleza Teresa Pizarro Beleza FDUNL FDUNL 2008/2009 2008/2009

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DIREITO DAS MULHERES DIREITO DAS MULHERES E DA IGUALDADE E DA IGUALDADE

SOCIAL (DMIS)SOCIAL (DMIS)

Teresa Pizarro BelezaTeresa Pizarro Beleza

FDUNLFDUNL

2008/20092008/2009

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DIS? DMIS?DIS? DMIS?

Origem da disciplinaOrigem da disciplina Variações na designaçãoVariações na designação Objectivo: perceber criação pelo Objectivo: perceber criação pelo

Direito, entre outras instâncias, de Direito, entre outras instâncias, de identidades discriminatóriasidentidades discriminatórias

Remédios que o mesmo Direito cria Remédios que o mesmo Direito cria (criou, vai criando); limites?(criou, vai criando); limites?

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DiscriminaçõesDiscriminações

GéneroGénero RaçaRaça Orientação sexualOrientação sexual Idade, capacidades físicas Idade, capacidades físicas

[deficiência], religião, origem [deficiência], religião, origem nacional, posição social…nacional, posição social…

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DMISDMISDIREITO DA IGUALDADE DIREITO DA IGUALDADE

SOCIALSOCIAL - transversal- transversal - multiplicidade de fontes- multiplicidade de fontes - atenção a práticas e hábitos sociais- atenção a práticas e hábitos sociais - direitos humanos- direitos humanos - movimentos feministas- movimentos feministas - estudos sobre as mulheres (ou - estudos sobre as mulheres (ou

sobre o género); investigação sobre o género); investigação empíricaempírica

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O papel do DireitoO papel do Direito

““Women are second-class citizens Women are second-class citizens throughout the world. For all the throughout the world. For all the differences among Nations, there are differences among Nations, there are striking commonalities as well. Much of striking commonalities as well. Much of this is a product of Law. Exclusion from this is a product of Law. Exclusion from political participation; inequality in the political participation; inequality in the ownership of land and in rights of ownership of land and in rights of inheritance; restrictions on contraception inheritance; restrictions on contraception and abortion – all these and many more, and abortion – all these and many more, are legal controls”are legal controls”

Cass Sunstein, 1995: 359Cass Sunstein, 1995: 359

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A construção das A construção das categorias discriminatóriascategorias discriminatórias

o Direito é uma das instâncias o Direito é uma das instâncias em que as categorias são criadas (ao em que as categorias são criadas (ao lado da Ciência, Medicina, Arte, lado da Ciência, Medicina, Arte, Cultura, Religião, Política...)Cultura, Religião, Política...)

a a diferença hierarquizada diferença hierarquizada é é socialmente construída em variadas socialmente construída em variadas práticas e discursospráticas e discursos

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Conceitos fundamentaisConceitos fundamentais

sexo, género (Const. Rep. África do sexo, género (Const. Rep. África do Sul, 1996, art.9, enumera ambos)Sul, 1996, art.9, enumera ambos)

raçaraça orientação sexualorientação sexual discriminaçãodiscriminação igualdadeigualdade

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igualdadeigualdade

Igualdade “SOCIAL”?Igualdade “SOCIAL”?

Igualdade legal/socialIgualdade legal/social Igualdade formal/substancialIgualdade formal/substancial Igualdade de oportunidadesIgualdade de oportunidades

Igualdade perante a Lei: o Direito vale para todosIgualdade perante a Lei: o Direito vale para todos Igualdade na Lei: as diferenciações devem ser Igualdade na Lei: as diferenciações devem ser

racionalmente justificadasracionalmente justificadas Igualdade através da Lei: corrigir desigualdades? Igualdade através da Lei: corrigir desigualdades?

(discriminação “positiva”)(discriminação “positiva”)

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discriminaçãodiscriminação

Dicionário: distinção, separação, destrinçaDicionário: distinção, separação, destrinça

““Discriminar Discriminar significa estabelecer significa estabelecer diferenças entre as pessoas com diferenças entre as pessoas com fundamento, não num juízo, mas num pré-fundamento, não num juízo, mas num pré-juízo sobre aquilo que as distingue e sobre juízo sobre aquilo que as distingue e sobre as características que formam a sua as características que formam a sua identidade. Por definição, os pré-juízos, identidade. Por definição, os pré-juízos, sempre culturalmente induzidos, nunca sempre culturalmente induzidos, nunca são são razoáveis.” razoáveis.” (M.L.Amaral, 2001)(M.L.Amaral, 2001)

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1010

discriminaçãodiscriminação

CRP, artº 13CRP, artº 13 CEDAW, artº 1CEDAW, artº 1 Directiva 2006/54/CE, artº 2Directiva 2006/54/CE, artº 2 Cód. Trabalho, artº 23Cód. Trabalho, artº 23

Ver H. Pereira de MELO, 2007Ver H. Pereira de MELO, 2007

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CRPCRP

Artigo 13.ºArtigo 13.º(Princípio da igualdade)(Princípio da igualdade)

1. 1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei. e são iguais perante a lei.

2. 2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou situação económica, condição social ou orientação sexual.orientação sexual.

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1212

CRPCRP

Artigo 9.ºArtigo 9.º(Tarefas fundamentais do Estado)(Tarefas fundamentais do Estado)

São tarefas fundamentais do Estado: São tarefas fundamentais do Estado: (…)(…)d) Promover...d) Promover...a igualdade real entre os a igualdade real entre os

portuguesesportugueses h)h) Promover Promover a igualdade entre homens e a igualdade entre homens e

mulheres.mulheres.

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1313

CRPCRP

Artigo 109.ºArtigo 109.º(Participação política dos cidadãos) (Participação política dos cidadãos)

A participação directa e activa de homens e A participação directa e activa de homens e mulheres na vida política constitui mulheres na vida política constitui condição e instrumento fundamental de condição e instrumento fundamental de consolidação do sistema democrático, consolidação do sistema democrático, devendo a lei promover a igualdade no devendo a lei promover a igualdade no exercício dos direitos cívicos e políticos e a exercício dos direitos cívicos e políticos e a não discriminação em função do sexo no não discriminação em função do sexo no acesso a cargos políticos. acesso a cargos políticos.

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CEDAW, 1979CEDAW, 1979

Article I Article I For the purposes of the present Convention, the For the purposes of the present Convention, the term "discrimination against women" shall mean term "discrimination against women" shall mean any distinction, exclusion or restriction made on any distinction, exclusion or restriction made on the basis of sex which has the effect or purpose the basis of sex which has the effect or purpose of impairing or nullifying the recognition, of impairing or nullifying the recognition, enjoyment or exercise by women, irrespective of enjoyment or exercise by women, irrespective of their marital status, on a basis of equality of men their marital status, on a basis of equality of men and women, of human rights and fundamental and women, of human rights and fundamental freedoms in the political, economic, social, freedoms in the political, economic, social, cultural, civil or any other field.cultural, civil or any other field.

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1515

CEDAW, 1979CEDAW, 1979

Artigo 1.ºArtigo 1.º Para os fins da presente Convenção, a expressão Para os fins da presente Convenção, a expressão «discriminação contra as mulheres» significa «discriminação contra as mulheres» significa qualquer distinção, exclusão ou restrição baseada qualquer distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo que tenha como efeito ou como objectivo no sexo que tenha como efeito ou como objectivo comprometer ou destruir o reconhecimento, o comprometer ou destruir o reconhecimento, o gozo ou o exercício pelas mulheres, seja qual for gozo ou o exercício pelas mulheres, seja qual for o seu estado civil, com base na igualdade dos o seu estado civil, com base na igualdade dos homens e das mulheres, dos direitos do homem e homens e das mulheres, dos direitos do homem e das liberdades fundamentais nos domínios, das liberdades fundamentais nos domínios, político, económico, social, cultural e civil ou em político, económico, social, cultural e civil ou em qualquer outro domínio. qualquer outro domínio.

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CEDAW, 1979CEDAW, 1979Article 4 Article 4

1. Adoption by States Parties of temporary special 1. Adoption by States Parties of temporary special measures aimed at accelerating de facto equality measures aimed at accelerating de facto equality between men and women shall not be considered between men and women shall not be considered discrimination as defined in the present Convention, discrimination as defined in the present Convention, but shall in no way entail as a consequence the but shall in no way entail as a consequence the maintenance of unequal or separate standards; maintenance of unequal or separate standards; these measures shall be discontinued when the these measures shall be discontinued when the objectives of equality of opportunity and treatment objectives of equality of opportunity and treatment have been achieved. have been achieved.

2. Adoption by States Parties of special measures, 2. Adoption by States Parties of special measures, including those measures contained in the present including those measures contained in the present Convention, aimed at protecting maternity shall not Convention, aimed at protecting maternity shall not be considered discriminatory. be considered discriminatory.

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1717

CEDAW, 1979CEDAW, 1979Artigo 4.ºArtigo 4.º 1 - A adopção pelos Estados Partes de medidas 1 - A adopção pelos Estados Partes de medidas

temporárias especiais visando acelerar a instauração temporárias especiais visando acelerar a instauração de uma igualdade de facto entre os homens e as de uma igualdade de facto entre os homens e as mulheres não é considerada como um acto de mulheres não é considerada como um acto de discriminação, tal como definido na presente discriminação, tal como definido na presente Convenção, mas não deve por nenhuma forma ter Convenção, mas não deve por nenhuma forma ter como consequência a manutenção de normas como consequência a manutenção de normas desiguais ou distintas; estas medidas devem ser desiguais ou distintas; estas medidas devem ser postas de parte quando os objectivos em matéria de postas de parte quando os objectivos em matéria de igualdade de oportunidades e de tratamento tiverem igualdade de oportunidades e de tratamento tiverem sido atingidos.sido atingidos.

2 - A adopção pelos Estados Partes de medidas 2 - A adopção pelos Estados Partes de medidas especiais, incluindo as medidas previstas na presente especiais, incluindo as medidas previstas na presente Convenção que visem proteger a maternidade, não é Convenção que visem proteger a maternidade, não é considerada como um acto discriminatório.considerada como um acto discriminatório.

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1818

CÓDIGO DO TRABALHOCÓDIGO DO TRABALHO

Artigo 23.ºArtigo 23.ºProibição de discriminaçãoProibição de discriminação1 - O empregador não pode praticar qualquer 1 - O empregador não pode praticar qualquer discriminação, directa ou indirecta, baseada, discriminação, directa ou indirecta, baseada, nomeadamente, na ascendência, idade, sexo, nomeadamente, na ascendência, idade, sexo, orientação sexual, estado civil, situação familiar, orientação sexual, estado civil, situação familiar, património genético, capacidade de trabalho património genético, capacidade de trabalho reduzida, deficiência ou doença crónica, reduzida, deficiência ou doença crónica, nacionalidade, origem étnica, religião, convicções nacionalidade, origem étnica, religião, convicções políticas ou ideológicas e filiação sindical.políticas ou ideológicas e filiação sindical.

(…)(…)

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1919

CÓDIGO DO TRABALHOCÓDIGO DO TRABALHOArtigo 24.ºArtigo 24.º

AssédioAssédio1 - Constitui discriminação o assédio a candidato a 1 - Constitui discriminação o assédio a candidato a emprego e a trabalhador.emprego e a trabalhador.2 - Entende-se por assédio todo o comportamento 2 - Entende-se por assédio todo o comportamento indesejado relacionado com um dos factores indesejado relacionado com um dos factores indicados no n.º 1 do artigo anterior, praticado indicados no n.º 1 do artigo anterior, praticado aquando do acesso ao emprego ou no próprio aquando do acesso ao emprego ou no próprio emprego, trabalho ou formação profissional, com o emprego, trabalho ou formação profissional, com o objectivo ou o efeito de afectar a dignidade da objectivo ou o efeito de afectar a dignidade da pessoa ou criar um ambiente intimidativo, hostil, pessoa ou criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante ou desestabilizador.degradante, humilhante ou desestabilizador.3 - Constitui, em especial, assédio todo o 3 - Constitui, em especial, assédio todo o comportamento indesejado de carácter sexual, sob comportamento indesejado de carácter sexual, sob forma verbal, não verbal ou física, com o objectivo forma verbal, não verbal ou física, com o objectivo ou o efeito referidos no número anterior.ou o efeito referidos no número anterior.

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2020

discriminaçãodiscriminação

Discriminação legítima e ilegítimaDiscriminação legítima e ilegítima Discriminação directa e indirectaDiscriminação directa e indirecta Discriminação positiva e negativaDiscriminação positiva e negativa

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2121

discriminaçãodiscriminação

Discriminação pressupõe Discriminação pressupõe comparação entre grupos, ou entre comparação entre grupos, ou entre membros de grupos de pessoasmembros de grupos de pessoas

Discriminação remete para igualdade Discriminação remete para igualdade e para diferençae para diferença

““tratar igualmente ou que é igual e tratar igualmente ou que é igual e diferentemente o que é diferente”diferentemente o que é diferente”

““PARADIGMA IGUALITÁRIO”PARADIGMA IGUALITÁRIO”

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2222

O O paradigma igualitário - paradigma igualitário - características e problemascaracterísticas e problemas homogeneiza grupos heterogéneoshomogeneiza grupos heterogéneos não questiona categoriasnão questiona categorias reforça expectativas de reforça expectativas de

comportamento “unitário”comportamento “unitário” desigualdade e diferença; a desigualdade e diferença; a

“desigualdade assimétrica”, ie, “desigualdade assimétrica”, ie, hierarquizadahierarquizada

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2323

““Império da igualdade”Império da igualdade”

Assédio? Violência? Maternidade? Assédio? Violência? Maternidade? Sistema penal?Sistema penal?

Legitimar luta contra certas Legitimar luta contra certas injustiças implica conceptualização injustiças implica conceptualização em termos de em termos de igualdade/discriminação?igualdade/discriminação?

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2424

COMPARACIONISMOCOMPARACIONISMO

““MULHER” é MULHER” é desvio desvio de “HOMEM”de “HOMEM” ““NEGRO” é NEGRO” é desvio desvio de “BRANCO”de “BRANCO” ““HOMOSSEXUAL” é HOMOSSEXUAL” é desvio desvio de de

“NORMAL”…“NORMAL”… DOENTEDOENTE DEFICIENTEDEFICIENTE VELHO…VELHO…

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Norma/desvio?Norma/desvio? Na Agenda da AEFDUNL 2007/2008, escreve-se, Na Agenda da AEFDUNL 2007/2008, escreve-se,

na pág.22: “… no ano de 1999… presidente A. M; na pág.22: “… no ano de 1999… presidente A. M; no ano de 2000, vence as eleições N. T., o no ano de 2000, vence as eleições N. T., o primeiro presidente africano ao leme da primeiro presidente africano ao leme da AEFDUNL; em 2001, toma posse a primeira AEFDUNL; em 2001, toma posse a primeira mulher presidente, I. R; em 2002, é a vez de V. L. mulher presidente, I. R; em 2002, é a vez de V. L. assumir as rédeas da AEFDUNL; em 2003, vence assumir as rédeas da AEFDUNL; em 2003, vence a S. C., confirmando a tendência de que nem a S. C., confirmando a tendência de que nem sempre quando as mulheres estão ao volante há sempre quando as mulheres estão ao volante há um perigo constante; e, por fim, dando por um perigo constante; e, por fim, dando por terminado um ciclo de três mulheres à frente da terminado um ciclo de três mulheres à frente da Direcção da Associação, N. M. G. é eleito Direcção da Associação, N. M. G. é eleito presidente para o mandato de 2004-2005.”presidente para o mandato de 2004-2005.”

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ESSENCIALISMOESSENCIALISMO

““Vai ali um negro”Vai ali um negro” ““Hoje vi um deficiente”Hoje vi um deficiente” ““O namorado da Ana é um judeu”O namorado da Ana é um judeu” ““Morreram dez pessoas, oito das Morreram dez pessoas, oito das

quais mulheres”quais mulheres” ““Está ali um velho a perguntar pelo Está ali um velho a perguntar pelo

médico”médico”

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2727

Essencialismo e Essencialismo e “Romantismo”: imagens de “Romantismo”: imagens de

“mulher”“mulher” Sexo fracoSexo fraco Belo sexoBelo sexo Eterno FemininoEterno Feminino CavalheirismoCavalheirismo Ideal de juventude e belezaIdeal de juventude e beleza Idealização maternidadeIdealização maternidade

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John Stuart MILL, 1869John Stuart MILL, 1869

““What is now called the nature of women What is now called the nature of women is an eminently artificial thing - the is an eminently artificial thing - the result of forced repression in some result of forced repression in some directions, unnatural stimulation in directions, unnatural stimulation in others. It may be asserted without others. It may be asserted without scruple, that no other class of scruple, that no other class of dependants have had their character so dependants have had their character so entirely distorted from its natural entirely distorted from its natural proportions by their relation with their proportions by their relation with their masters...” masters...” (Stuart Mill, (Stuart Mill, The Sujection of The Sujection of Women, Women, 1970, p. 148).1970, p. 148).

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CULTURA POPULARCULTURA POPULAR

Bridget Jones (…) Bridget Jones (…) is an average woman is an average woman struggling against her age, her weight, struggling against her age, her weight, her job, her lack of a man, and her her job, her lack of a man, and her many imperfectionsmany imperfections. As a New Year's . As a New Year's Resolution, Bridget decides to take Resolution, Bridget decides to take control of her life, starting by keeping a control of her life, starting by keeping a diary in which she will always tell the diary in which she will always tell the complete truth. (…)complete truth. (…)

Summary of Summary of Bridget Jones’s DiaryBridget Jones’s Diary, 2001, written by , 2001, written by Anuja Varghese, on IMDBAnuja Varghese, on IMDB

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3434

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3535

Sojourner TruthSojourner Truth

18511851

““Aint’I a Woman?”Aint’I a Woman?”

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3636

Sojourner Truth Sojourner Truth (1797-1883) (1797-1883)

The woman we know as Sojourner Truth was born The woman we know as Sojourner Truth was born into slavery in New York as Isabella Baumfree (after into slavery in New York as Isabella Baumfree (after her father's owner, Baumfree). She was sold several her father's owner, Baumfree). She was sold several times (…) In 1843, she took the name Sojourner times (…) In 1843, she took the name Sojourner Truth, believing this to be on the instructions of the Truth, believing this to be on the instructions of the Holy Spirit and became a traveling preacher (…)Holy Spirit and became a traveling preacher (…)

In 1827, New York law emancipated all slaves (…)In 1827, New York law emancipated all slaves (…) In the late 1840s she connected with the In the late 1840s she connected with the

abolitionist movement, becoming a popular abolitionist movement, becoming a popular speaker. In 1850, she also began speaking on speaker. In 1850, she also began speaking on woman suffrage.  Her most famous speech, woman suffrage.  Her most famous speech, Ain't I a Woman?, was presented in 1851 at a , was presented in 1851 at a women's rights convention in Ohio. women's rights convention in Ohio.

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3737

Sojourner TruthSojourner Truth Women's Convention in Akron, Ohio, 1851Women's Convention in Akron, Ohio, 1851 (…)(…) That man over there says that women need to be helped That man over there says that women need to be helped

into carriages, and lifted over ditches, and to have the into carriages, and lifted over ditches, and to have the best place everywhere. Nobody ever helps me into best place everywhere. Nobody ever helps me into carriages, or over mud-puddles, or gives me any best carriages, or over mud-puddles, or gives me any best place! And ain't I a woman? Look at me! Look at my arm! place! And ain't I a woman? Look at me! Look at my arm! I have ploughed and planted, and gathered into barns, I have ploughed and planted, and gathered into barns, and no man could head me! And ain't I a woman? I could and no man could head me! And ain't I a woman? I could work as much and eat as much as a man - when I could work as much and eat as much as a man - when I could get it - and bear the lash as well! And ain't I a woman? I get it - and bear the lash as well! And ain't I a woman? I have borne thirteen children, and seen most all sold off have borne thirteen children, and seen most all sold off to slavery, and when I cried out with my mother's grief, to slavery, and when I cried out with my mother's grief, none but Jesus heard me! And ain't I a woman? none but Jesus heard me! And ain't I a woman?

(…)(…)http://womenshistory.about.com/library/bio/bltruth.htmhttp://womenshistory.about.com/library/bio/bltruth.htm

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3838

DESCONSTRUIR PARADIGMA?DESCONSTRUIR PARADIGMA?

Problematizar categoriasProblematizar categorias Compreender o seu papel históricoCompreender o seu papel histórico Imaginar alternativas?Imaginar alternativas?

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3939

Mudar o paradigma?Mudar o paradigma?

Abolição das categorias? E a realidade Abolição das categorias? E a realidade social? Como lutar pelos direitos das social? Como lutar pelos direitos das “mulheres” ou dos “negros” se “mulheres” ou dos “negros” se aquelas e estes “não existem”?aquelas e estes “não existem”?

Refinamento da igualdade: igualdade Refinamento da igualdade: igualdade para a diferença?para a diferença?

Igualdade ou Dignidade? (TC da R. Igualdade ou Dignidade? (TC da R. África do Sul: President of the África do Sul: President of the Republic Republic versusversus Hugo) Hugo)

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4040

Indicações bibliográficasIndicações bibliográficas

Beleza, T. P. (2000a) “Género e Beleza, T. P. (2000a) “Género e Direito. Da Igualdade ao Direito das Direito. Da Igualdade ao Direito das Mulheres”, in Mulheres”, in ThémisThémis

(2000b) “Genderising Human (2000b) “Genderising Human Rights…”in Rights…”in EU-China DialogueEU-China Dialogue, Univ. , Univ. LaplandLapland

Dahl, Tove Stang (1993) Dahl, Tove Stang (1993) O Direito O Direito das Mulheres… das Mulheres… Parte I, esp. cap. 3Parte I, esp. cap. 3

Page 41: 1 DIREITO DAS MULHERES E DA IGUALDADE SOCIAL (DMIS) Teresa Pizarro Beleza FDUNL2008/2009

Indicações bibliográficas (2)Indicações bibliográficas (2)

Mackinnon, Cath. (2005) Mackinnon, Cath. (2005) Women’s Women’s Lives, Men’s LawsLives, Men’s Laws ch.4, p.44-57 ch.4, p.44-57 (“Toward a New Theory of Equality”)(“Toward a New Theory of Equality”)

Melo, Helena Pereira de (2007) Melo, Helena Pereira de (2007) Implicações Jurídicas do Projecto do Implicações Jurídicas do Projecto do Genoma HumanoGenoma Humano cap. 1 e 2 da Parte cap. 1 e 2 da Parte III (Princípio da Igualdade no Dt III (Princípio da Igualdade no Dt Nacional e Internacional)Nacional e Internacional)

Sunstein, Cass (1995) “Gender Caste Sunstein, Cass (1995) “Gender Caste and Law”and Law”

4141