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GILBERTO ALVES LOPES JUNIOR KAMILA VALDEVINA DE ALMEIDA SILVIO GOMES DA SILVA A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:UMA ANÁLISE DE MODELOS QUE TRAGAM MAIORES BENEFÍCIOS PARA EMPRESA E COLABORADORES. FACOL FACULDADE ESCRITOR OSMAN DA COSTA LINS VITÓRIA DE SANTO ANTÃO DEZEMBRO 2013

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GILBERTO ALVES LOPES JUNIOR

KAMILA VALDEVINA DE ALMEIDA

SILVIO GOMES DA SILVA

A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO:UMA ANÁLISE DE MODELOS QUE

TRAGAM MAIORES BENEFÍCIOS PARA EMPRESA E COLABORADORES.

FACOL – FACULDADE ESCRITOR OSMAN DA COSTA LINS

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO

DEZEMBRO

2013

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A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: UMA ANÁLISE DE MODELOS QUE TRAGAM BENEFÍCIOS PARA EMPRESAS E COLABORADORES.

Gilberto Alves Lopes Júnior*

Kamila Valdevina de Almeida**

Silvio Gomes da Silva***

Joábia Monteiro Alves****

RESUMO

Este artigo é resultado de um estudo de pesquisa bibliográfica onde foram consultados vários autores que abordam o tema que é a qualidade de vida no trabalho. De acordo com as informações obtidas, vimos que o assunto vem sendo destaque nas últimas décadas, pois se trata de um momento em que as empresas buscam melhorar de forma considerável o bem estar dos seus colaboradores, para com isso obterem resultados positivos. Nosso objetivo é descrever os benefícios de se promover uma boa qualidade de vida para empresas e colaboradores. Os investimentos por parte das empresas têm sido bastante significativos, e os resultados são evidentes. As dificuldades para implantar este programa são muitas, pois o processo precisa envolver todo o corpo de funcionários, desde o administrativo até o operacional. Levando em consideração diversos fatores que influenciam diretamente no resultado da implantação do programa de qualidade de vida no trabalho, tais como: político, econômico, psicológico e sociológico. Foram apresentados neste trabalho diversos modelos que podem ser aplicados as empresas para diminuir os problemas que interferem na satisfação pessoal e profissional dos colaboradores e venham a interferir na sua respectiva produtividade. As pessoas constituem o principal ativo para as organizações, e são elas que na realidade fazem a diferença com seu poder de raciocínio, criatividade e solução de problemas. Chegamos à conclusão que existe um modelo mais completo dos programas de qualidade de vida no trabalho, pois apesar de utilizar critérios praticamente idênticos, tem enfoque mais amplo comparado aos outros modelos.

PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de vida, benefício, modelos.

_______________________________________________________________

*Graduada do curso de bacharelado em administração da Faculdade Osman Lins.

[email protected]

**Graduado do curso de bacharelado em administração da Faculdade Osman Lins.

[email protected]

*** Graduado do curso de bacharelado em administração da Faculdade Osman Lins.

[email protected]

****Profª orientadora mestranda em administração pela UDE – Faculdade de La Empresa

UY. Especialista em Gestão de Pessoas pela FACOL e graduada em Turismo pela

faculdade Osman Lins. [email protected]

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1. INTRODUÇÃO

Este artigo tem como objetivo definir, analisar, apresentar modelos e

relacionar a Qualidade de Vida no Trabalho com a produtividade por deter uma

grande importância para as empresas que buscam ser altamente competitivas em

mercados cada vez mais globalizados. Há uma unanimidade na certeza de que o

homem é o principal elemento diferenciador, e o agente responsável pelo sucesso

de todo e qualquer negócio.

Percebe-se que não são apenas as condições físicas de trabalho que

importam. As condições sociais e psicológicas também fazem parte do ambiente de

trabalho. Comprovou-se através de pesquisa que para alcançar qualidade e

produtividade, as empresas precisam dispor de pessoas participantes e motivadas

nos trabalhos que executam e sejam recompensadas de acordo com a sua

contribuição. Dessa forma a competitividade passa obrigatoriamente pela qualidade

de vida no trabalho.

Para atender ao cliente externo, deve-se lembrar do cliente interno. Para

conseguir satisfazer ao cliente externo, as organizações precisam antes satisfazer

seus funcionários responsáveis pelo produto ou serviço oferecido. A gestão da

qualidade total em uma organização depende fundamentalmente da otimização do

potencial humano, e isto depende do quanto se sentem as pessoas trabalhando

dentro da empresa.

A organização que investe diretamente nos seus funcionários faz um

investimento indireto no cliente. Pois para alcançar níveis elevados de qualidade e

produtividade, as organizações precisam executar as boas práticas de trabalho.

Portanto à qualidade de vida no trabalho assimila duas posições: A reivindicação

dos funcionários quanto ao bem-estar e satisfação no trabalho, e o interesse das

organizações quanto aos seus efeitos potenciados sobre a produtividade e a

qualidade.

A metodologia utilizada para este trabalho foi a qualitativa e os conceitos

foram fundamentados em pesquisa bibliográfica de publicações editadas em

português. Optamos por restringir ao nosso idioma, pois grande parte das teorias

aqui relacionada possui edições traduzidas. No decorrer das pesquisas teve-se a

necessidade de recorrer a estudos académicos mais atuais como monografias e

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teses, pois estas tratam do assunto de forma mais atualizada, baseando nossa

análise crítica.

Sob esta perspectiva, avaliou-se o tema deste trabalho como um fenômeno

que pode ser melhor compreendido no contexto em que ocorre e do qual é parte,

devendo ser analisado numa visão integrada de autores. O caminho utilizado foi a

pesquisa documental. Vale ressaltar que as observações diretas feitas por ocasião

de eventos específicos na área empresarial, além de consultas à Internet também

fizeram parte do estudo.

Embora contando com informações de vários tipos e com análises e relatos

de múltiplas fontes, tentamos construir um discurso o mais autônomo e não

redundante possível, integrando materiais e observações de várias fontes, sempre

citadas entre si.

Além disso, os dados, observações e referências apresentadas neste

trabalho, na verdade, não visam demonstrar, mas sugerir hipóteses, comprimindo

ideias em um campus de observação selecionado segundo as questões surgidas

durante nossa pesquisa e, sem dúvida, não organizada em função de respostas

preconcebidas.

A metodologia seguida neste trabalho, cujas consequências específicas são

apresentadas em seus capítulos, está a serviço do objetivo abrangente de seu

esforço intelectual: propor alguns elementos de teorias exploratórias do bem estar

no trabalho da sociedade e da Organização, no que se refere, especificamente, ao

empregado.

Visto que na produção científica nem tudo o que se faz tem a mesma

solidez, pudemos perceber que alguns enunciados possuem a tessitura de uma

tese, significando posturas mais ou menos aceitas. Outros são apenas hipóteses, ou

suposições aceitáveis, no sentido de poderem ser argumentadas. Mas há também

pontos de partida sem maiores rigores comprobatórios, e mesmo gratuitos já que

não posso arcar com o compromisso de elucidar definitivamente toda e qualquer

afirmação.

Existe um melhor modelo de programa de qualidade de vida?

A organização, por outro lado, percebe cada vez mais, a importância do ser

humano para o alcance de resultados. Pois a capacidade de raciocínio, de

criatividade, de solucionar problemas, está presente nas pessoas e não nas

máquinas.

Desta forma, a organização passa a se preocupar em oferecer um ambiente

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que traga ao indivíduo: conforto, respeito, segurança e bem-estar, entre outros. Ou

seja, a organização deve oferecer um ambiente propício e que favoreça o uso de

suas capacidades.

Muitos fatores contribuem para uma não qualidade de vida por isso devem

ser identificados e combatidos com políticas e ações que visem minimizar ou mesmo

eliminar esses males que afetam, não somente o trabalho, mas também a vida

familiar e social dos colaboradores.

A busca pela Qualidade de Vida no Trabalho e a implementação de ações

visando melhorias para as pessoas, não pode ser considerada como um custo nas

planilhas das organizações, uma vez que os custos com afastamentos e ações

trabalhistas são maiores do que uma medida preventiva.

Zelar pelo bem-estar e segurança dos indivíduos é de suma importância

para assegurar uma maior produtividade e qualidade no trabalho e maior satisfação

na vida familiar e pessoal.

Se avaliarmos que para uma boa produtividade no trabalho é necessário

demonstrar que os colaboradores são de extrema importância para a

instituição,então torna-se necessário oferecer no mínimo algum benefício aos

mesmos.

Se coordenarmos todos os recursos humanos, financeiros, ou materiais,

alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido, certamente o

resultado da empresa será melhorado.

Se distribuídas às atribuições e as responsabilidades para que o trabalho

seja o mais disciplinado possível, então serão minimizando os esforços dos

membros da organização devido ao uso de todos os recursos organizacionais para

alcançar os objetivos estabelecidos.

Dessa maneira podemos medir o nível de satisfação dos empregados

avaliando a forma como os processos estão sendo executados. Manter sempre

eficiente evitando re-trabalhos e desperdícios diversos para promover um bom

desempenho nas tarefas.

Manter o clima organizacional sobre controle em um nível aceitável, ter

processos bem definidos e estabelecer uma boa condição de trabalho é primordial

para o sucesso de qualquer pequena ou média empresa.

Nosso Objetivo principal é descrever os benefícios de se promover uma

boa qualidade de vida no trabalho para empresa e colaboradores. Mas sendo

necessário :Apresentar modelos de programas de qualidade de vida;Analisar

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segundo a literatura estudada, qual o melhor modelo a ser adotado pelas

empresas;Explicar os conceitos de qualidade de vida no trabalho;Definir variáveis

que estão presentes na qualidade de vida no trabalho;Demonstrar à relação de um

programa de qualidade no trabalho e a produtividade obtida, através de uma melhor

forma de se ver o tema;Descrever métodos de implantação da qualidade de vida no

trabalho;

2. CONCEITO DE QUALIDADE DE VIDA

A qualidade de vida no trabalho hoje é bastante importante para um bom

resultado das empresas por estar diretamente ligada à produtividade dos

colaboradores. Pode-se entender qualidade de vida no trabalho como um programa

que visa a facilitar e satisfazer as necessidades do trabalhador ao desenvolver suas

atividades na organização.

Para Vieira e Hanashiro (2000) o conceito QTV1 é entendido como um

movimento orientado para melhoria nas condições de trabalho com extensão a todas

as funções de qualquer natureza ou nível hierárquico em termos das variáveis

comportamentais, ambientais e organizacionais, que venham, juntamente com os

estabelecimentos de políticas de recursos humanos, humanizarem o emprego de

forma a obterem-se resultados satisfatórios, tanto para o empregado como para a

organização.

Ainda coloca que a qualidade de vida no trabalho é um modo de pensar

sobre pessoas, trabalho e organização. Seus elementos distintivos são preocupação

sobre o impacto do trabalho sobre as pessoas e a participação da solução de

problemas organizacionais e tomada de decisões.

Sobre a mesma perspectiva, Hackman e Lawer (2004) entendem que a

qualidade de vida no trabalho funciona como um instrumento que visa tornar os

cargos mais eficazes e satisfatórios e, através do seu enriquecimento, elevar os

níveis de motivação e bem estar dos funcionários, pois, os indivíduos são capazes

de obter uma satisfação pessoal significativa quando eles desempenham os

trabalhos que experimentam com elevada variedade, autonomia, identidade de

tarefa e diálogo entre todas as partes envolvidas.

1 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO (QVT) Vieira e Hanashiro (2000)

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Apesar da ausência de consenso entre os diferentes autores no que diz

respeito à qualidade de vida no trabalho, esta tem sido entendida como aplicação

concreta de uma filosofia humanista, visando alterar aspectos do e no trabalho, a fim

de se criar uma situação mais favorável à satisfação dos empregados.

2.1- ASPECTOS A SEREM ANALISADOS

Alguns pontos na organização podem ou não contribuir para uma boa

qualidade de vida no trabalho. Segundo Westley (2002) vários problemas podem

afetar a qualidade de vida no trabalho e assim tornam-se obstáculos à mesma,

quando não solucionados.

Ainda conforme outros autores desta área esses problemas podem ser

agrupados em:

Políticos: Caracterizados pela sensação de instabilidade quanto à

permanência no emprego ou pelo medo de ser discriminadamente

dispensado. (...)

Econômicos: Representados pela ausência de equidade salarial, o que

gera o sentimento de injustiça.

Psicológicos: Caracterizados pela ausência de possibilidades de auto-

realização, o que leva à alienação.

Sociológicos: Representados pela não participação ativa dos indivíduos

em decisões diretamente relacionadas com o processo de trabalho,

como a forma de se executarem as tarefas e com a distribuição de

responsabilidades dentro da equipe. (SANTANA E KILIMNIK, 2011, p.

16)

Portanto a insatisfação reflete a remuneração inadequada; a alienação é um

sentimento de que o trabalho é pessoalmente prejudicial; e a autonomia, uma falta

de envolvimento moral. Como forma de solucionar ou minimizar esses problemas, o

autor sugere que sejam utilizadas técnicas de enriquecimento de tarefas e métodos

sociotecnicos para estruturação de grupos

de trabalho.

Para Huse e Cummings (2005) a participação dos trabalhadores dar-se-á

através do envolvimento dos mesmos em Círculos de Controle de Qualidade,

comissões de fábricas, grupos cooperativos ou mediante outros canais que lhes

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possibilitem participar dos processos de tomada de decisões nos diversos níveis da

organização.

Ainda cita o projeto de cargos que devem estar ajustados às necessidades

dos trabalhadores a as exigências da tecnologia. Neste sentido, em sua

elaboração, deve-se ter sempre em mente a busca do enriquecimento do trabalho,

levando-se em consideração aspectos como variedade de habilidades, diálogo e a

constituição de grupos de trabalho auto-gerenciados.

Na sequência fala da inovação do programa de recompensas, pois este fator

diz respeito à revisão de todo o plano de cargos e salários da organização com

vistas a se buscar maior equilíbrio entre os diversos níveis salariais e de status

funcional. Também deve ser feito uma melhoria do ambiente organizacional, ou seja,

a melhoria das condições de trabalho produz efeitos positivos sobre a satisfação e o

desempenho dos empregados. Segundo os autores os principais aspectos desta

questão são: horários de trabalho flexíveis, modificações no local ou nos

equipamentos de trabalho e a instituição de grupos de trabalho semi-autônomos.

2.2 - RELAÇÕES DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E PRODUTIVIDADE

As pessoas constituem o principal ativo da organização. Daí a necessidade

de tornar as organizações mais conscientes e atentas para seus funcionários. As

empresas bem sucedidas estão percebendo que apenas podem crescer, prosperar

e manter sua continuidade se forem capazes, de otimizar o retorno dos

investimentos de todos os parceiros.

Segundo Eda Fernandes (2006), a QVT deve ser considerada como uma

gestão dinâmica porque por meio dela as organizações e as pessoas se

transformam constantemente; e é contingencial porque depende da realidade de

cada empresa no contexto que está inserida. Além disso, pouco resolve atentar-se

apenas para fatores físicos, pois aspectos sociológicos e psicológicos interferem

igualmente na satisfação dos indivíduos em situação de trabalho, que, em conjunto,

afetam cultura e interferem no clima organizacional com reflexos a produtividade e

na satisfação dos empregados. A pedra fundamental da gestão de pessoas esta na

contribuição conceitual e prática para uma vida humana mais saudável e com

resultados legítimos de produtividade, qualidade e desenvolvimento e

competitividade sustentável entre as organizações.

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Devemos ressaltar que dentro desse processo de qualidade de vida no

trabalho, temos o fator motivacional como uma parte fundamental para sucesso de

tais atividades voltadas para a melhoria de vida no ambiente de trabalho. Alguns

dos fatores que podem influenciar, decisivamente, sobre a motivação pessoal são:

reconhecimento, trabalho em grupo, segurança e integração ao grupo,

necessidades sociais, necessidades fisiológicas, necessidades de segurança

material, necessidade do ego e necessidade de realização pessoal.

A motivação das pessoas parte de um processo dentro das organizações,

do qual as mesmas devem saber que possuem um papel importante dentro da

empresa e que elas fazem a diferença.

Segundo Weiss (2001, p. 32), "As pessoas trabalham por recompensas.

Essas não precisam ser tangíveis, como dinheiro. Pode ser intangíveis, como no

caso de deixar um funcionário ser líder de um grupo".

Ainda de acordo com Weiss:

Conseguir o máximo e o melhor dos outros quer dizer que você deve

estabelecer padrões elevados, mas razoáveis, deve reconhecer suas

próprias responsabilidades, bem como a dos empregados, e deve

deixar que o empregado pague o preço pelo mal resultado, ou

receba a recompensa pelo sucesso. (WEISS, 2001, P.36)

De acordo com Limongi-França (2003) a produtividade tem sido

constantemente definida como o grau de aproveitamento dos métodos usados para

produzir bens e serviços. A perspectiva geral é utilizar ao máximo os recursos

disponíveis para se obter resultados cada vez mais satisfatórios e competitivos.

Segundo Limongi-França (2004) o desafio é reconstruir, com conforto, o

ambiente competitivo, que seja altamente tecnológico, de alta produtividade do

trabalho, para assegurar os ritmos e situações ecologicamente corretas. O bem-

estar considera, no referente à qualidade de vida no trabalho, as dimensões,

psicológica, biológica, social e organizacional de cada pessoa e não, simplesmente,

o atendimento a doenças e outros sintomas de stress que emergem ou

potencializam-se no trabalho. Trata-se do bem-estar no sentido de manter-se íntegra

como pessoa, cidadão e profissional.

A melhoria da produtividade não pode ser discutida sem o reconhecimento

de que o conceito de produtividade vai além da idéia de uma boa produção

ou de ser eficiente. É também um conceito que encontra suas raízes no

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dinamismo humano, porque tem indispensável conexão com a melhoria da

qualidade de vida de cada indivíduo no trabalho e suas consequências fora

desta esfera. ( BENNETT,1983 apud LIMONG, 2004,p.45-46).

De acordo com Gil (2001) para que essas empresas tornem-se competitivas,

é preciso que seus recursos humanos proporcionem elevados níveis de

produtividade. De forma que, quando se referir à vantagem competitiva das nações,

costuma-se apresentar os índices de produtividade de sua mão-de-obra. A

produtividade aqui mencionada, por sua vez, depende de dois fatores: capacitação e

motivação.Competitividade é importante para uma empresa crescer e reconhecer o

desempenho de seus funcionários é mais um fator para que isso aconteça.

De acordo com Limongi-França (2002), as estratégias para ampliar a

qualidade de vida no trabalho colaboram para a melhoria da produtividade, uma vez

que relacionadas com a qualidade de experiências humanas no ambiente de

trabalho que por sua vez envolvem o trabalho em si, além, do ambiente de trabalho

e a personalidade do funcionário.

2.3 MODELOS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

O desempenho no cargo e o clima organizacional representam fatores na

determinação da QVT. Se não houver uma boa qualidade de trabalho, logo haverá a

alienação do empregado, a insatisfação e a má vontade, chegando ao declínio da

produtividade. Quando a qualidade do trabalho é boa, tudo muda e fica diferente,

conduzindo-se a um clima de confiança e respeito mútuo, no qual o indivíduo

tenderá a aumentar as suas contribuições. (CHIAVENATO,1999).

A seguir serão apresentados alguns modelos que buscam minimizar os

impactos causados pelo stress cotidiano do trabalho.

2.3.1. Modelos de QVT de Nadler e Lawler

Para Nadler e Lawler (apud CHIAVENATO,2009, p.392), a QVT está

fundamentada em quatro aspectos:

Participação dos

funcionários nas

decisões;

Reestruturação do

trabalho através do

enriquecimento de

Inovação no

sistema de

recompensas para

Melhoria no

ambiente de

trabalho quanto às

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tarefas e de grupos

autônomos de

trabalho;

influenciar o clima

organizacional

condições físicas e

psicológicas,

horário de trabalho.

Fonte: Nadler e Lawler (apud CHIAVENATO,2009, p.392)

Na medida em que esses quatro aspectos são incrementados, haverá uma

melhoria na QVT.

2.3.2 Modelos de QVT de Hackman de Oldhan

Hackman e Oldhan (apud CHIAVENATO, 2009) apresentam um modelo de

QVT no qual as dimensões do cargo produzem estados psicológicos críticos que

conduzem a resultados pessoais de trabalho que afetam a QVT. As dimensões do

cargo são:

Identidade da tarefa: o trabalho deve ser realizado do inicio até o fim para que a pessoa

possa perceber que produz um resultado palpável;

Significado da tarefa: a pessoa deve ter uma clara percepção de como o seu trabalho

produz consequências do impacto sobre o trabalho das outras;

Autonomia: a pessoa deve ter responsabilidade pessoal para planejar e executar as tarefas,

autonomia e independência para desempenhá-las;

Retroação do próprio trabalho: a tarefa de proporcionar informação de retorno á pessoa

para que ela própria possa auto-avaliar seu desempenho;

Retroação extrínseca: deve haver o retorno proporcionado pelos superiores hierárquicos ou

clientes a respeito do desempenho na tarefa

Inter- relacionamento: a tarefa deve possibilitar contato interpessoal do ocupante com

outras pessoas ou clientes internos e externos.

Tais fatores são refletidos dentro da organização de maneira em que as pessoas

passam a desenvolver suas atribuições de forma diferenciada, a fim de contribuir

com a QVT e ainda assegurar-se de um trabalho satisfatório e bem elaborado.

Fonte: Hackman e Oldhan (apud CHIAVENATO, 2009, p.392).

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2.3.3Modelos de QVT de Walton

Para Walton (apud CHIAVENATO, 1999), existem oito fatores que afetam a

QVT, a saber:

Compensação justa e adequada: a justiça distributiva de compensação depende da

adequação da remuneração ao trabalho que a pessoa realiza, da equidade interna

(equilibro entre remuneração dentro da organização) e da equidade externa

(equilíbrio com as remunerações do mercado de trabalho);

Condição de segurança e saúde no trabalho: envolvendo as dimensões jornada de

trabalho e ambiente físico adequado a saúde e bem-estar da pessoa;

Utilização e desenvolvimento de capacidades: proporcionar oportunidades de

satisfazer as necessidades de utilização de habilidades e conhecimentos do

trabalhador, desenvolver sua autonomia, autocontrole e obter informações sobre o

processo total do trabalho, bem como retroinformação quanto ao seu desempenho;

Oportunidade de crescimento contínua e segurança: no sentido de proporcionar

possibilidades de carreira na organização, crescimento e desenvolvimento pessoal

e segurança no emprego de forma duradoura;

Integração social na organização, eliminação de barreiras hierárquicas marcantes,

apoio mútuo, franqueza interpessoal e ausência de preconceito;

Constitucionalismo: refere-se ao estabelecimento de normas e regras da

organização, direitos e deveres do trabalhador, recursos contra decisões arbitrárias

e um clima democrático dentro da organização;

Trabalho e espaço total de vida: o trabalho não deve absolver todo o tempo e

energia de trabalhador em detrimento de sua vida familiar ou particular, de seu lazer

e atividades comunitárias

Relevância social da vida no trabalho: o trabalho deve ser uma atividade social que

traga orgulho para as pessoas em participar de uma organização. A organização

deve ter uma atuação e uma imagem perante a sociedade, responsabilidade social,

responsabilidade pelos produtos e serviços oferecidos, prática de emprego, regras

bem definida de funcionamento e de administração eficiente.

Fonte: Walton (apud CHIAVENATO, 1999, p.393).

A relação feita por Chiavenato convém a todo e qualquer funcionário que

visa crescer e se satisfazer em seu ambiente de trabalho, porém na prática não é

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bem assim, empresários buscam a todo custo implantar o QVT em suas empresas,

mais o modelo implantado nem sempre corresponde a todas as expectativas dos

seus colaboradores, que necessariamente sempre acabam por acatar a falta de

cumprimento das propostas ofertadas para o emprego.

2.4 MÉTODOS DE IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA

NO TRABALHO

Um programa de qualidade de vida no trabalho precisa envolver

responsabilidade institucional, responsabilidade social, de comprometimento de

dirigentes de todos os níveis hierárquicos, de parcerias intersetoriais e da

participação efetiva dos colaboradores.

Através de uma metodologia eficaz e comprovada pela literatura cientifica,

podemos nos aproximar mais do sucesso na implantação de um processo de

Qualidade de Vida no local de trabalho.

O' Donell (2000) descreve o método a seguir e o divide em três etapas:

sensibilização, mudança de estilo de vida e ambiente de suporte. Sensibilizar as

pessoas através de informações importantes para que elas possam compreender

melhor sobre um determinado assunto e para que possam ter o poder e a opção de

tomar decisões importantes para favorecer sua saúde. Sendo Assim a sensibilização

tem o objetivo de fazer com que as pessoas aumentem o nível de interesse sobre

assuntos abordados.

Segundo Vilarta e Goncalves (2004) são várias as formas de sensibilização:

palestras, pósteres, informativos escritos, publicação em jornais internos, murais,

exames, check-up e feiras de saúde. Sendo assim, a sensibilização é caracterizada

por ser uma ação, algo pontual e especifico.

O próximo passo é a mudança do estilo de vida, ou seja, o desenvolvimento

do programa. Nesta fase, damos inicio ao desenvolvimento de um programa com o

intuito de proporcionar subsídios aos participantes a modificar seus

comportamentos. Os programas podem ser realizados em forma de grupos de

apoio, utilizando-se métodos de educação, de mudanças de comportamento e

muitas atividades vivenciais.

Para que isso aconteça, é necessário que se tenha uma avaliação inicial do

grupo (com os aspectos que serão acompanhados como IMC, percentual de

gordura, colesterol, etc.) e uma avaliação final dos mesmos indicadores. Mais

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importante que isso, e que todos os participantes devem receber um feedback ou

resposta sobre toda a sua situação. Isso fará com que a pessoa saiba exatamente

seu estado de saúde com relação ao tema trabalhado, o que lhe dará a

oportunidade de modificar o comportamento específico para sua melhora. Portanto,

a etapa de mudança de estilo de vida deve possuir um começo, meio e fim, com a

vantagem de que o individuo identifica-se com um grupo e recebe seu apoio.

Sua grande desvantagem e que, sendo um programa com começo, meio e

fim, pode permitir que a pessoa sofra o chamado "efeito sanfona", ou seja, ao

termino do programa, volta-se ao comportamento anterior e, por consequência, aos

índices anteriores prejudiciais a saúde. Para que evitemos as recaídas, devemos

pensar em nossa terceira etapa.

A etapa seguinte mostra-se o ambiente de suporte. Esta etapa visa a

proporcionar as pessoas envolvidas no programa um ambiente saudável, de acordo

com o tema trabalhado. É incoerente proporcionarmos as pessoas um programa de

controle de peso, se continua a existir, no ambiente de trabalho, as vending

machines (maquinas em que podemos comprar alimentos) com alimentos não

saudáveis, ou maquinas de refrigerantes com alto teor de açúcar.

Em um programa para alimentação saudável, devem-se estimular os

envolvidos a realizar compras de alimentos saudáveis, pois, se alimentos ricos em

gorduras ou açúcares estiverem disponíveis em casa, eles certamente serão

consumidos.

Em uma empresa, deve-se modificar o cardápio para sempre se ter a opção

de alimentos saudáveis. Da mesma forma, em um programa de estimulo a pratica de

atividades físicas, deve-se proporcionar um espaço para que essa prática ocorra.

Vemos, portanto, que a etapa do ambiente de suporte transforma o

programa em um processo, ou seja, algo continua, sem fim, e que permite que

qualquer pessoa possa dele desfrutar.

Dessa forma, a etapa 3 deve adequar o ambiente para estimular um estilo

de vida saudável.

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2.5 VARIÁVEIS PRESENTES NA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

O modelo proposto por Hackman e Oldham (1975) salienta a construção de

QVT em relação à integração entre o ambiente de trabalho e as necessidades

pessoais considerando que quando o ambiente de trabalho é capaz de satisfazer as

necessidades pessoais, constitui um efeito de interação positivo que pode conduzir a

elevada qualidade de vida no trabalho. O modelo postula também que a QVT resulta

de três variáveis principais, designadamente, Dimensões da Tarefa (e.g. variedade

de capacidades, identidade da tarefa, significado da tarefa, autonomia, inter-

relacionamento);

Estados Psicológicos Críticos (e.g. significado do trabalho, responsabilidade

do trabalho e conhecimento dos resultados do trabalho) e Resultados Pessoais e de

Trabalho (e.g. motivação interna para o trabalho, satisfações específicas, produção

de trabalho de alta qualidade, baixo absentismo e satisfação geral com o trabalho).

Também o modelo de QVT proposto por Walton (1973 cit. por Walton, 1995)

se revela um instrumento de análise com boas qualidades e identifica oito

fatores/dimensões da QVT, Compensação justa e adequada, Condições de trabalho

(segurança e saúde), Oportunidades de utilizar e desenvolver capacidades,

oportunidades de crescimento, avanço e desenvolvimento na carreira, Integração

social na empresa, Constitucionalismo, Equilíbrio entre o trabalho e o espaço total

de vida e relevância social. Estas dimensões parecem afetar de modo significativo a

vida do colaborador sugerindo que, dependendo do contexto, poderão ser ampliadas

ou complementadas assumindo assim um caráter dinâmico e diferenciado.

A Compensação justa e adequada refere-se à adequação da remuneração

recebida pelo trabalho realizado, estando implícita uma avaliação de equidade

interna e externa, estabelecendo-se uma medida de QVT em função dessa

remuneração.

Relativamente à dimensão Condições de trabalho (saúde e segurança), esta

é referente à avaliação das condições físicas do ambiente de trabalho e aos

aspectos que podem interferir e contribuir para a insalubridade do colaborador como

a carga horária e os equipamentos existentes para a execução das atividades

laborais.

A dimensão de oportunidades para utilizar e desenvolver capacidades diz

respeito ao aproveitamento do capital humano, da qual se destaca os indicadores de

carência de autonomia, incito ao pleno uso das suas competências individuais e

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conhecimentos, informações quanto ao seu desempenho e feedback relativo aos

resultados organizacionais e ao processo global.

A oportunidade de crescimento, progresso e desenvolvimento na carreira é a

dimensão que visa dimensionar a possibilidade de crescimento na carreira

profissional, estabilidade no emprego, desenvolvimento pessoal, segurança no

trabalho e, envolvendo todas as práticas organizacionais.

A dimensão de Integração social na empresa é referente à descentralização

de grandes desníveis na escala hierárquica, espírito de colaboração e sinceridade

nas relações interpessoais, os quais podem ser avaliados através de indicadores

como a igualdade de oportunidades independentemente de variáveis como o sexo, a

idade, a classe social, entre outros (ALBUQUERQUE, 2002).

Para Walton (2005) o Constitucionalismo se refere às normas e

procedimentos organizacionais, obrigações e direitos do colaborador e o recurso

contra decisões arbitrárias consideradas injustas pelo colaborador. Alguns dos

principais indicadores desta dimensão são a liberdade de expressão, o tratamento

imparcial e a privacidade e em relação à dimensão equilíbrio entre o trabalho e o

espaço de vida, esta, visa avaliar o meio-termo existente entre a vida pessoal e

profissional, a estabilidade de horários, tempo disponível para o lazer, entre outros

aspectos.

3. DISCUSSÃO CRÍTICA

Como ocorre com muitos programas de departamento pessoal, a barreira à

implantação pode iludir o sucesso de qualquer programa para colaboradores,

porque tanto a administração como os sindicatos, usualmente, temem o efeito de

uma mudança desconhecida, mesmo quando o processo e os resultados da

mudança são explicados, pois para eles, os incentivos para esta podem ser

insuficientes.

Para sobrepujar estas barreiras, normalmente o departamento de pessoal

precisa explicar a necessidade da mudança, os resultados esperados e quaisquer

garantias que possa proporcionar. Às vezes, os empregados e os sindicatos ficam

desconfiados porque julgam que qualquer programa vantajoso para a administração

provavelmente não os beneficie. Amiúde, a administração reside à mudança porque

dúvida que os seus benefícios justifiquem a perturbação potencial da produção ou

serviço.

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Entretanto, a qualidade de vida no trabalho representa outra camada de

desafios à administração de pessoas, podendo encontrar melhores maneiras de

projetar e reformular os cargos. Do contrário, o propósito desse departamento, na

melhor das hipóteses, permanece apenas parcialmente cumprido.

Mas, tão importante como o desafio de melhorar a qualidade de vida no trabalho

possa ser, ele representa apenas um em uma longa linha de desafios que os

departamentos de pessoas enfrentam.

Estes outros desafios precisam ser enfrentados para que a administração de

pessoas contribua para o sucesso da organização, embora a qualidade de vida no

trabalho seja importante, os especialistas de pessoal não podem deixar de levar em

conta os desafios de cumprir os propósitos, objetivos e atividades atribuídas ao

departamento de pessoas.

Um dos fatores que mais preocupam os gestores de qualquer organização é a

presença de estresse, que pode ser definido como um conjunto de reações físicas,

químicas e mentais de uma pessoa a estímulos ou estressores no ambiente,

prejudicando o bom desempenho do colaborador dentro da organização.

Uma série de fatores pode causar insatisfação e desestimular dentro do

ambiente de trabalho tais como: sobrecarga de tarefas, cobranças indevidas, falta

de reconhecimento, alinhamento incorreto das metas da empresa, falta de clareza

dos gestores, mudança brusca e não programada dos direcionamentos, etc. Muitos

são os contribuintes para o comprometimento de um bom clima organizacional, e

que refletem diretamente no nível de capacidade produtiva e desenvolvimento

profissional dos colaboradores, que muitas vezes podem ser avaliados

inadequadamente pela organização que pode não estar fornecendo condições

físicas e psicológicas favoráveis para o desempenho esperado pela empresa.

Pode-se dizer que o trabalho, além de possibilitar crescimento,

transformações, reconhecimento e independência pessoal e profissional, também

causa problemas de insatisfação, desinteresse, apatia e, também, muita irritação. O

termo estresse vem da física, e neste campo do conhecimento tem o sentido de

grau de deformidade que uma estrutura sofre quando é submetida a um esforço.

A qualidade de vida no trabalho vem mostrar os caminhos e a importância

de promover estímulos de trabalho aos colaboradores e dessa forma tornando-os

mais produtivos e satisfeitos, com o local e pela forma que realizam suas atividades

profissionais.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) representa o grau em que os

membros da organização são capazes de satisfazer suas necessidades pessoais

por meio de suas experiências na organização. A qualidade de vida no trabalho

afeta atitudes pessoais e comportamentos importantes para a produtividade

individual, tais como motivação para o trabalho, a adaptabilidade de mudança no

ambiente de trabalho criatividade e vontade de inovar, de aceitar mudanças.

A busca pela qualidade total, antes voltada apenas para o aspecto organizacional, já

deve voltar sua atenção para a qualidade de vida no trabalho, buscando uma maior

participação das empresas.

Pode-se motivar o trabalhador, criando um ambiente de participação, de

integração com superiores, com colegas de trabalho, partindo sempre da

compreensão das necessidades dos empregados. A gerência ou o líder mais

próximo tenha responsabilidade de criar um ambiente onde às pessoas possam se

sentir bem. Elas também precisam saber o que a administração espera que eles

produzam e de que maneira. A gerência ou líder mais próximo precisa estar sempre

demonstrando que as pessoas têm um papel importante na organização e que

outras pessoas contam com elas.

Somos conscientes de que o trabalho é vital para o ser humano, torná-lo

mais participativo, utilizando potencialidades e talentos, dar-lhes condições de

trabalho adequadas, resultará no aumento da saúde mental e física dos

trabalhadores. Assim, um programa de QVT deve atingir todos os níveis,

direcionando esforços para a canalização da energia disponível para o

comprometimento humano.

A necessidade de tornar nossas empresas competitivas colocou-nos de

frente coma busca pela qualidade, que deixou de ser um diferencial competitivo,

para se tornar condição de sobrevivência. Para tanto, é necessário concentrar

esforços para o comprometimento humano, na busca da qualidade de vida.

Feita uma análise dos modelos aqui apresentados e chegou-se a conclusão

que o modelo de Qualidade de Vida no Trabalho apresentado por Walton vem a ser

o mais completo e indicado, por abranger os mais diferentes aspectos necessários

para o sucesso do programa, um deles é o constitucionalismo que se refere as tanto

direitos como dos deveres do trabalhador para com a empresa.

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5. ABSTRACT

This article is the result of a study of literature where several authors who address

the topic that is the quality of work life were consulted . According to the information

obtained , we saw that the matter has been highlighted in recent decades , because

it is a time when companies seek to improve considerably the welfare of its

employees, to obtain positive results with it . Our goal is to describe the benefits of

promoting good quality of life for businesses and employees . Investments by

companies has been very significant , and the results are evident . The difficulties to

implement this program are many, because the process needs to involve the entire

body of employees , from administrative to operational . Taking into account several

factors that directly influence the outcome of the implementation of the program

quality of life at work, such as political, economic , psychological and sociological .

This work that many companies can be applied to reduce the problems that interfere

with personal and professional satisfaction of employees and may interfere with their

respective productivity were presented . People are the main asset for organizations ,

and they are what actually make a difference with your power of reasoning , creativity

and problem solving. We conclude that there is a more complete model of quality of

work life programs because despite using nearly identical criteria , has broader focus

compared to others.

KEYWORDS : Quality of life benefit models .

6. REFERÊNCIAS

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