a pobreza envergonhada - fe.uc.pt · que sempre quis que ficassem comigo... perante o facto de os...

26
A Pobreza Envergonhada Dalete Pinela Barbosa N’tchama Coimbra, 2010

Upload: ngotruc

Post on 09-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

A Pobreza Envergonhada

Dalete Pinela Barbosa N’tchama

Coimbra, 2010

A Pobreza Envergonhada

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Fontes de Investigação Sociológica,

leccionada pelo professor Paulo Peixoto.

Dalete Pinela Barbosa N’tchama

Aluna número: 2009109574

Fui vítima de maus tratos, estava empregada e efectiva... tenho dois filhos a meu cargo

que sempre quis que ficassem comigo... perante o facto de os meus filhos assistirem

constantemente a situações anormais de conflito, vim embora de uma casa que ainda

é minha com apenas a roupa do corpo e alguma mais que me ajudaram a trazer

respeitante aos meus filhos! Tive de abandonar a universidade, o trabalho onde estava

efectiva para ficar a cuidar dos meus filhos, o pai recusou-se a articular comigo para eu

ficar com o meu trabalho!

As entidades competentes, afirmavam que os meus filhos não eram necessitados, pois

viviam com a avó e a mãe, apesar de dormirmos todos os três num só quarto... não

éramos pobres... o facto de ninguém aceitar para trabalhar uma mãe, sozinha com a

guarda de dois menores... e sem trabalho em que o pai simplesmente participava com

75 euros para cada um e mais nada... não éramos pobres... os advogados estudam

para prejudicar o pobre e defender quem lhes propõe corrupção... não éramos

pobres... a Segurança Social dizia que constava uma casa em meu nome não

acreditando nos papeis comprovativos da situação da altura... mas não éramos

pobres... tantas situações que ainda hoje desempregada apenas com 381 euros de

desemprego 104 de abono e 170 de pensão de alimentos, a pagar casa 300 euros,

alimentar duas crianças, vesti-las, calça-las, tudo o que corresponde ao

desenvolvimento saudável de uma criança acrescido as despesas de água luz e gás...

mesmo assim não sou pobre!!!

Tive a sorte de algumas almas muito ricas... me darem DADO, mobília para os meus

filhos dormirem sem ser no chão, mesa para comermos sem ser num simples tapete

no chão com um caixote de fruta tapado com um pano com motivos engraçados a

servir de toalha, e mais algumas coisas necessárias ao bem estar das crianças... (…)

Sei que esta mensagem é apenas para ficar como testemunho mas fica um testemunho

vivido na primeira pessoa!!!!

Odete Correia

25-05-2010

Índice

1.-Introdução……………………………………………………………………………………………………….…1

2.-Desenvolvimento…………………………………………………………………………….…………………2

2.1-Estado das Artes……………………………………………………………………..………………2

2.1.1- O que é a pobreza? .................................................................................2

2.1.2- As causas desta realidade social……………………………….………..………2

2.1.3-Tipos de pobreza……….………………………………………….………….………...3

2.1.4- Consequências da pobreza envergonhada……………………….....…….5

2.1.5- Evidências da pobreza envergonhada……………………………..….…..…6

2.1.6- Medidas e políticas na erradicação da pobreza…………………………8

2.2-Descrição detalhada de pesquisa……………….………………………………..……10

3- Avaliação da página da Internet…………………………………………………………………...….12

4- Ficha da Leitura………………………………………………………………………………………………..13

5-Conclusão……………………………………………………………………………………………………….….15

6-Referências Bibliográficas……………………………………………………………………..…………..16

Anexos

Anexo A- Página da Internet Avaliada http://www.fngis.org/

Anexo B- Ficha de Leitura

Rodrigues, Eduardo Vítor, (co-autor), 1999, “A Pobreza e a exclusão social: teorias,

conceitos e politicas sociais em Portugal”, in Sociologia – Problemas e Práticas, Porto

1

Introdução

O meu tema é a pobreza envergonhada. A razão da escolha deste tema é o

facto de se tratar de um assunto bastante actual e de imensa importância na

sociedade.

Com o intuito de elaborar o presente trabalho e para saber o significado deste

fenómeno social e de modo a compreender os vários tipos de pobreza consultei as

seguintes fontes:” A pobreza em Portugal” da autoria de Alfredo Bruto da Costa e

Maria Manuela Silva; “ A Luta contra a pobreza em Portugal. Experiências do programa

nacional de luta contra a pobreza “da Organização Internacional do Trabalho.

Através do recurso da internet, consegui recolher informações para

complementar com as que encontrarei nas obras seleccionadas.

2

2-Desenvolvimento

2.1- Estado das artes

2.1.1 O que é a pobreza?

Para a compreensão deste fenómeno é importante entender a origem da

palavra “pobre”, pois são os pobres os sujeitos deste facto.

O termo “pobre” surge do latim «pauper»: que surge de «pau» que significa

pequeno e «pario» que designa “dou a luz”. Na sua origem a palavra pobre encontra-

se associada a agricultura e gado. (Wikipedia, 2010)

A pobreza quanto fenómeno social pode ser compreendida de vários modos,

mas, para o meu trabalho interessa a sua definição enquanto um problema da

realidade social. Assim, pode ser definida, afirmam Manuela Silva e Alfredo Bruto da

Costa, como:

(…) uma realidade pluridimensional, caracterizada por uma situação de carência em

(…) domínios ligados a necessidades elementares. (Silva e Costa1985)

Enquanto problema social, tem vindo a caracterizar-se como uma das grandes

preocupações contemporâneas, tendo em conta que esta realidade acaba por afectar

todas as nacionalidades. Deste modo, é possível afirmar que esta realidade. Também,

é um fenómeno global dadas as relações de interdependências entre nações.

A pobreza não deve ser entendida como um mero problema individual, porque

afecta todo o corpo social.

2.1.2 As causas desta realidade social

A pobreza poderá ser compreendida como um estado de privação num

domínio normalmente também tem carências noutros domínios, isto é, esta realidade

social não afecta apenas por exemplo, a sua esfera profissional, pois, arrasta-se a

outros sectores da sua vida. (Silva e Costa 1985)

3

Assim, é possível considerar-se que o fenómeno deriva por várias razões dado o

seu “carácter multidimensional” (Organização Internacional de Trabalho: 2003)

factores macro (globais); factores meso (locais ou sectoriais) e, por fim, factores micro

(pessoas e famílias).

Os primeiros “dizem respeito às figurações estruturais da economia mundial e

dos modelos de desenvolvimento e de organização e funcionamento dos sistemas

económicos e financeiros”.(idem) Estes condicionantes encontram-se associados ao

fenómeno da globalização das economias, por exemplo, com a implementação de

modelos de desenvolvimento economistas, produtivas, consumistas e quantitativas à

escala mundial.

No que se refere aos factores meso caracterizam-se por se relacionarem com

factos culturais ou políticos, e por afectarem apenas pequenas dimensões.

Por último, os factores micro, contrariamente ao termo «macro», significam

pequeno. Assim, é compreensível que os factores meso façam referência aos aspectos

pessoais e familiares.

O programa da luta nacional contra a pobreza inclui nestes factores as

seguintes variáveis: “dimensão e estatuto da família; saúde; idade, educação” (idem)

entre outros.

As causas da pobreza envergonhada “não diferem qualitativamente das causas

geradoras da pobreza em geral, ou seja, o modelo de desenvolvimento vigente e a

orientação da política económica (Silva e Costa:1985).

2.1.3-Tipos de pobreza

Com a evolução desta realidade social, têm se verificado novos fenómenos de

pobreza. Tradicionalmente, quando se fala dos vários géneros de pobreza existentes,

destacam-se três conceitos: o da pobreza absoluta, pobreza relativa e pobreza

subjectiva.

4

Mas, tal como já havia afirmado, este fenómeno social não se manteve

inalterável. Assim, foram surgindo novos factores. Consequentemente, apareceram

novos tipos de pobreza, como é o caso da pobreza envergonhada.

Tendo em conta as diferentes formas existentes de pobreza torna-se

importante caracterizá-las de forma particular.

A pobreza absoluta pode ser entendida como a situação em que o individuo se

encontra a viver abaixo do nível mínimo, sem as condições de subsistência necessárias,

geralmente, em África. (Wikipedia:2008)

A pobreza relativa é a situação em que o individuo se encontra quando tem o

mínimo para puder viver, mas, comparando-o com os restantes indivíduos não tem as

mesmas condições e oportunidades. (Silva e Costa:1985)

Antes de definir a pobreza subjectiva é importante referir que “as duas

primeiras noções de pobreza consideram-se objectivas (…) porque assentam na

avaliação das condições de vida concretas das pessoas (…) indiferentemente do modo

como estas analisam e avaliam a sua própria situação”. (Forum Não Governamental

para Inclusão Social:)

Quanto à pobreza subjectiva vem contrapor as bases da pobreza objectiva, pois

dá importância aos testemunhos das pessoas que se defrontam por estas situações

amargaras da vida. Não se caracteriza pelos juízos por parte do corpo social.

Por último, e não menos importante, falta a caracterização da pobreza

envergonhada. Este novo conceito surge fruto das modificações socioeconómica e da

evolução do fenómeno pobreza.

Para o coordenador do Banco Alimentar Contra a Fome da Cova da Beira,

Ricardo Pinheiro Alves, “Hoje falamos de pessoas que necessitam de alimentos, já não

falamos apenas de miséria” (REAPN: 2007), desta maneira caracteriza este novo tipo de

pobreza que emergiu nas sociedades contemporâneas.

5

Em modo de definição, a pobreza envergonhada, refere-se aos indivíduos que

pelo seu exterior, transmitem à sociedade que se encontram em óptimas condições,

mas, que, na verdade, escondem a realidade das suas circunstâncias.

Normalmente, são as próprias pessoas que escondem as mudanças com que se

deparam, todavia, em muitos casos a própria família, também, coloca “a poeira aos

olhos”.

2.1.4- Consequências da pobreza envergonhada

Como qualquer fenómeno explicável, a pobreza tem as suas causas e

consequências. Importa sublinhar que esta nova pobreza tem uma consequência

comum do fenómeno pobreza em si, isto é, o facto de as pessoas estarem

desempregadas.

Os indivíduos que se encontram nesta situação é devido à perda de emprego

“insolvência de empresas de certos ramos e sectores, efeitos do processo inflacionário

na repartição do rendimento da riqueza” (FONTE:DATA).

Este tipo de pobreza está associado às circunstâncias repentinas de crise

económica, tal como a que se vive hoje a nível mundial. Geralmente, as pessoas ficam

longos períodos sem encontrarem e surgir uma nova oportunidade de trabalho.

Ricardo Pinheiro Alves declara que “Normalmente te de suportar varias dividas

sobre créditos que de um momento para o outro deixam de poder pagar”;”Face aos

compromissos, chegam a não ter dinheiro para alimentação”. (REAPN: 2007)

Para todos os indivíduos em circunstâncias como esta é importante o uso da

razão e capacidade de adaptação às novas realidades. Perceber que os hábitos que

tinham como, por exemplo, idas ao cabeleireiro devem ser encarado como

necessidade secundárias e não como um luxo.

Alfredo Bruto da Costa, em nome da sua Comissão Nacional Justiça e Paz,

defende que “há motivos para nos preocuparmos com o futuro da nossa economia e,

consequentemente, com as condições do nosso país, que já se traduzem em novas

situações de pobreza e precariedade”. (Agencia Ecclesia:2009)

6

Contudo, é importante referir que para as pessoas que se encontram nesta

situação, embora sem recursos, continuam na maior parte das vezes a manter os

hábitos de nível social mais elevado e vivem numa situação de pobreza cada vez mais

profunda.

Assim, a pobreza exige transformação.

2.1.5- Evidências da pobreza envergonhada

Tendo em conta que esta nova pobreza surgiu no mundo contemporâneo,

ainda recentemente pretendo neste ponto apresentar opiniões de algumas

personalidades, organizações que trabalham no combate à pobreza, testemunhos de

pessoas que enfrentam esta realidade social.

Para o Presidente da República o país está a caracterizar-se por “Homens e

mulheres que sofrem em silêncio ainda mal refeitos do choque que representa

perderem um emprego ou esboroar de um estilo de vida que se julgava conquistado.

Estes são já identificados (…) como os «pobres novos»”.(Presidência da

Republica:2009)

O representante máximo do país aconselha às pessoas nesta ou outras

situações de precariedade o seguinte: “ temos de estar preparados para fazer face as

situações de emergência social que possuam vir a revelar-se”. (idem)

Segundo Isabel Jonet, para uma melhor inserção o Governo tem a obrigação de

«reestruturar as redes de proximidade social» e as instituições sociais “que trabalham

no terreno (…) devem ser mais eficazes e dar respostas mais rápidas a quem

precisa”.(REAPN:2008)

A Comissão Permanente de Cáritas Portuguesa alerta para a necessidade de

programas de incentivo e apoios.

7

Três testemunhos – reportagem SIC: A Pobreza envergonhada: crise

económica fez surgir nova classe de pobres

Como já tinha evidenciado, a nova crise económica fez surgir uma nova classe

de pobres. Alguns estão a enfrentar pela primeira vez a situação de falta de reversões

para puderem sobreviverem.

Na maior parte dos casos com estas novas circunstâncias, os sujeitos têm como

única alternativa o pedido de auxilio a Organizações Não Governamentais (ONG).

Por exemplo, a Mesa de Nossa Senhora, situada num dos bairros de Lisboa com

elevados níveis de vida, fornece refeições aos que mais precisam. Esta organização

ajuda mais de trinta e quatro pessoas que se confrontam com esta situação de

precariedade.

Primeiro testemunho:

Mónica Névoa mãe divorciada, com a crise viu o seu ordenado congelado. No

seu testemunho à Reportagem Especial emitida pela SIC, afirma que uma das maneiras

de conseguir lidar com a sua actual realidade: “dirigimos a esta ou aquela cadeia de

supermercados mesmo por causa da qualidade-preço. Antigamente (…) a compra era

um bocado aleatória, era aquilo que eu gostava (…). Hoje em dia, isso já não acontece

com tanta facilidade”.Recebe de ordenado setecentos euros tendo muitas despesas

que passaram a ser o dobro com a separação.

Segundo testemunho:

Esta reportagem contou com o testemunho de António, o ex-empresário que

possuía uma fábrica têxtil, mas, com a falência da fábrica, viu-se obrigado a encerra-la.

Consequentemente trinta funcionários foram colocados no desemprego, e o António

não ficou excluído.

Actualmente, vê-se confrontado com muitas dívidas, incluindo ao Estado e à

Segurança Social. Recorreu de diversas maneiras para pedir ajuda, mas tal como o

próprio afirmou: “Quando as pessoas procuram, põem mil e um problemas.”

8

António declara que a sua empresa nem sempre viveu bons momentos, apesar

de terem trabalhado para multinacionais, contudo, passado alguns anos as empresas

multinacionais deixaram de precisar de trabalhos da sua empresa.

Segundo Paula Castanho, jornalista responsável por esta reportagem, o

testemunho de António é o exemplo de estado da indústria portuguesa na

actualidade.

Terceiro Testemunho:

Cristina Dionísio, encontra-se, actualmente, no desemprego há três anos.

Segundo a própria usufruía de um ordenado de secretária de direcção que lhe permitia

levar a vida sem preocupações porque não tinha filhos e vivia sozinha.

De acordo com a própria, Cristina, sentia que tinha encontrado o trabalho para

toda sua vida. Como relata a jornalista, Cristina ficou no desemprego devido a “uma

incompatibilidade com a chefia e à beira de uma depressão”.

Para a testemunha, com a perda do emprego teve, ainda, que enfrentar outra

amargura, pois, tendo em conta que a sua saída da empresa foi em mútuo acordo

soube que não poderia usufruir do subsídio de desemprego por esse facto. Assim,

conta apenas com 187€ do RSI e com ajuda da sua mãe já reformada. Deste modo,

muitas vezes, é a própria família que ajuda a esconder a realidade.

Segundo as Organizações Não Governamentais, a pobreza está a aumentar no

nosso país, principalmente o caso de famílias que viviam sem quaisquer dificuldades

económicas sentem-se, cada vez mais, a pedir auxílio às ONG.

2.1.6- Medidas e políticas na erradicação da pobreza

Para Manuela Silva e Alfredo Bruto da Costa “uma política de erradicação da pobreza

deverá estar articulada com as seguintes políticas específicas:

- Política de emprego;

- Política de educação e valorização dos recursos humanos;

9

- Política de salários produtividade e preços;

- Política de dotação de capital;

- Política redistributiva e de segurança social;

- Política de urbanização e equipamento colectivo;

- Política de participação social.” (Silva e Costa:1985)

Com a finalidade de erradicar este fenómeno social, é fundamental a

implementação de políticas e medidas que consigam conjugar todas as componentes,

anteriormente, referidas.

Uma das questões mais relevante no combate desta realidade é a “criação de

um modelo de desenvolvimento que gere novas oportunidades de emprego” (Silva e

Costa:1985), deste modo, é possível concluir que o emprego é um factor

extremamente importante para cada indivíduo, e deve ser acessível a todos a

igualdade de oportunidades de trabalho.

A política da educação, também, deve ser tida em atenção, porque, a educação

deve ser acessível a todos os seres, independentemente das suas idades.

As ajudas desenvolvidas por parte da Segurança Social são cruciais para o

combate às situações mais complicadas como, por exemplo, “em caso de doença,

maternidade, desemprego, incapacidade para o trabalho, velhice e morte” (Silva e

Costa:1985),

A política da participação social é fundamental para a inclusão das pessoas e

famílias pobres que são colocados à parte pelo corpo social.

10

2.2-Descrição detalhada da pesquisa

Tendo escolhido o tema “A Pobreza Envergonhada” soube, desde logo, que

pelo facto de tratar de um fenómeno recente me iria confrontar com alguns

obstáculos. Contudo, considero ter conseguido ultrapassá-los.

Para iniciar a minha pesquisa, desloquei-me à Biblioteca da Faculdade de

Economia da Universidade de Coimbra, de maneira a que pudesse encontrar diversas

obras escritas úteis para o meu tema. Como sabia que para tratar do tema pobreza

envergonhada recorri, essencialmente, a obras que abordassem o fenómeno pobreza

em si, pois era fundamental conhecer e compreender as causas e consequências,

assim, como o tipos de pobreza existentes para além da envergonhada. Assim,

consegui encontrar as seguintes obras que me ajudaram a desenvolver o meu

trabalho: A pobreza em Portugal, da autoria de Manuela Silva e Alfredo Bruto da

Costa; A luta contra a pobreza em Portugal. Experiências do programa nacional de luta

contra a pobreza, da Organização Internacional do Trabalho.

Em relação às pesquisas na internet, utilizei como motor de pesquisa o Google,

e, recolhi os dados fornecidos pela Wikipedia. Neste motor de pesquisa utilizei as

seguintes expressões para efectuar as pesquisas: “a pobreza” surgiram 15.900.000

resultados; “factores de pobreza” apareceram 3.000.000 resultados, e, escolhi para o

meu trabalho: http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1311371;

”pobreza absoluta”, assim, pude encontrar cerca de 1.660.000 resultados, dos quais

apenas usei http://www.sarpn.org.za/documents/d0002739/4-

PARPA_II_Aprovado_Matriz_May2006.pdf; “pobreza relativa” e consegui cerca de

1.980.000 resultados, mas, para o meu trabalho só fiz uso de

http://pt.wikipedia.org/wiki/Pobreza_relativa. Por último, a expressão “pobreza

envergonhada”onde apareceram cerca de 27.600 resultados, dos quais escolhi um só

resultado http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=1136374.

Como já me tinha informado sobre este problema através de uma reportagem

televisiva, elaborada pela SIC (Sociedade Independente de Comunicação), intitulada

“Pobreza Envergonhada: crise económica fez surgir nova classe de pobres ”, revi

11

novamente, esta reportagem, mas, desta vez para recolher os testemunhos de várias

histórias de vida. Esta reportagem pode ser vista através da seguinte hiperligação:

http://www.siconline.pt/online/video/informacao/Reportagem+Especial/2009/12/pob

reza-envergonhada-crise-economica-fez-surgir-nova-classe-de-pobres-19-12-2009-

0410.htmhttp://www.siconline.pt/online/video/informacao/Reportagem+Especial/200

9/12/pobreza-envergonhada-crise-economica-fez-surgir-nova-classe-de-pobres-19-12-

2009-0410.htm.

Procurei, também, encontrar com este motor de pesquisa uma organização não

governamental que lutasse contra este fenómeno social. Deste modo, consegui

descobrir o FNGIS (Forum não Governamental para a Inclusão Social) que me foi

bastante útil na parte das designações. A hiperligação que usei desta ONG para o meu

trabalho foi http://www.fngis.org/index.php?jump=nocoes_conceitos.

Aproveitei para o meu trabalho a intervenção do representante máximo da

república, Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República no que diz respeito ao

fenómeno da pobreza, disponível na hiperligação seguinte

http://www.presidencia.pt/?idc=22&idi=23800.

12

3.-Avaliação de um Página Web

O sítio Web que escolhi para fazer avaliação tendo em atenção o meu tema foi

o da Rede Europeia Anti Pobreza/Portugal. De modo mais concreto este sitio pode ser

consultado na hiperligação seguinte http://www.fngis.org/ . A principal finalidade

desta Organização Não Governamental é lutar contra a pobreza e exclusão social.

O tipo de informação fornecida por este sítio é de grande interesse para o

tema. A língua original do sítio é a portuguesa.

Em relação ao endereço URL posso afirmar que é curto, simples e evidente. O

sítio proporciona documentos úteis para o tema em questão.

Ao avaliar este sítio é possível verificar que o único autor é a própria instituição,

ou seja, Forum Não Governamental Para a Inclusão Social.

A nível de leitura, do sítio, é bastante fácil, primeiro, porque a informação é

bastante clara e objectiva e, também, porque o sítio não tem publicidade o que torna a

sua leitura bastante fácil.

A nível de estrutura não é complexo. O sítio é constituído por uma página

principal e por catorze hiperligações. É importante mencionar que o sítio não dispõe

de mapa de pesquisa e motor de pesquisa que tem é o Google com pesquisa

personalizada.

Quanto ao grafismo, é atractivo e, tal como já havia dito anteriormente, o texto

é de fácil leitura. O sítio dispõe de algumas imagens que são alusivas ao tema.

Resumindo, o sítio contém informações muito importantes para o meu

trabalho, contudo, não me baseei apenas nesta fonte de informação.

13

4.- Ficha da Leitura

Dados Gerais do Artigo

Título da Publicação: A pobreza e a exclusão social: teorias, conceitos e politicas

sociais em Portugal

Autor (es): Eduardo Vítor Rodrigues, Maria Manuela Mendes, Hélder Ferreira, Susana

Januário

Titulo da revista cientifica: Sociologia – Problemas e Práticas

Local onde se encontra: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1468.pdf

Data da publicação: 1999

Nº de páginas: 63-101

Assunto: Abordagens das consequências sociais da pobreza e exclusão social

Data da Leitura: 6 de Maio de 2010

Sobre o (s) autor (es)

Eduardo Vítor Rodrigues é Sociólogo e docente na Faculdade de Letras de

Universidade do Porto (FLUP) e investigador no Instituto de Sociologia da FLUP.

Susana Januário é Socióloga e, também, é docente na Faculdade de Letras da

Universidade do Porto. Fez a sua tese de doutoramento, em 2001, com título A

Diversidade do Terceiro Sector em Portugal.

Maria Manuela Mendes é, também, Socióloga e uma das obras que escreveu

foi Representações institucionais

Resumo do artigo

Para os autores, existe uma problemática na concepção na definição da

inclusão social, pois existem várias abordagens sobre esse conceito.

De acordo com o texto “a exclusão social resulta, então, de uma desarticulação

entre as diferentes partes da sociedade e os indivíduos, gerando uma não-participação

14

num conjunto gerando mínimo de benefícios que definem um membro do pleno

direito dessa sociedade”. (Rodrigues et.al:64)

Tal como o fenómeno da pobreza, a exclusão social, também, é uma realidade

causada por diversos factores segundo o texto podem ser “o desemprego, a

marginalidade, a discriminação e a pobreza”. (Rodrigues et.al:65)

A pobreza e a exclusão social encontram-se muitas vezes associadas e fazem

surgir novos classes sociais que segundo os autores são “classes perigosas”.

Em concordância com Alfredo Bruto da Costa os autores defendem que o

fenómeno pobreza tem vindo a sofrer modificações e deste modo “surgiram

dicotomias no conceito de pobreza que nos dão conta da multiplicidade de significados

que pode assumir”. Uma das alterações que este conceito tem sofrido é o facto de

anteriormente se encontrar apenas relacionado com as pessoas que vivessem com

falta de recursos económicos, mas, actualmente podem existir pessoas que não

tenham falta de recursos económicos e se encontram na situação de pobreza, por

exemplo, podem não ter dinheiro para a alimentação devido as excessivas despesas.

Estas duas realidades trazem consigo categorias sociais desfavorecidas. É bom

realçar que existem as categorias sociais, tradicionais e novas.

As primeiras incluem idosos, camponeses pobres e assalariados possuidores de

fracas qualificações, já, nas novas categorias sociais encontram-se os desempregados

de longa duração, famílias monoparentais, pessoas portadoras de deficiência, os sem-

abrigo, jovens em riscos e beneficiários do rendimento mínimo garantido.

No intuito de colocar fim a estas realidades sociais é fundamental criar

políticas/medidas de combate ao desemprego, pois, o emprego é fundamental para

sobrevivência dos indivíduos.

Os autores consideram que um indivíduo na situação de desemprego vê-se

afectado a sua capacidade mental.

Um dos modos de combate à exclusão social dos indivíduos é trabalharem para

a sua integração social de maneira a terminar com as desigualdades sociais.

Os principais autores citados por Eduardo Vítor Rodrigues são: Luís Capucha,

Xiberras, Fernandes, Almeida, José A. Pereirinha, Costa, Ferreira, Paugam, Mendes,

Auster, Richard Hall, Doeringer, Medina Correia, Boa Ventura de Sousa Santos e A.

Fonseca Ferreira.

15

5-Conclusão

Ao realizar este trabalho pude compreender de facto que a pobreza é uma

realidade presente nas sociedades desde há muito tempo. Actualmente, este

fenómeno social, reapresenta uma grande preocupação a nível mundial.

Com a realização deste trabalho foi possível entender que esta realidade não

priva o indivíduo na esfera económica, tal como, o senso comum pensa, pois, o

indivíduo fica depara-se com outros problemas ao ser excluído da sociedade devido à

sua condição de pobre.

A partir da Organização Internacional do Trabalho é possível afirmar que as

causas da pobreza são: os factores meso, macro e micro.

Este ano (2010) ficou definido como o Ano Europeu do Combate à Pobreza e

Exclusão Social, por isso, cabe a cada cidadão colaborar do seguinte modo: não ficando

indiferente.

16

6-Referências Bibliográficas

Fontes Impressas

Organização Internacional do Trabalho (2003), A luta contra a pobreza e a exclusão

social em Portugal: Experiencias do Programa Nacional de Luta Contra Pobreza.

Genebra: OIT.

Rodrigues, Eduardo Vítor et al (1999), “A Pobreza e a exclusão social: teorias, conceitos

e politicas sociais em Portugal”, in Sociologia – Problemas e Práticas, Porto.

Silva, Manuela e Costa, Alfredo Bruto da (1985), A pobreza em Portugal. Lisboa:

Serviços da Cáritas Portuguesas.

Internet

Agência Ecclesia (2009), “Desemprego e pobreza preocupam CNJP”. Página consultada

em 25 de Maio de 2010,disponivel em <http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-

bin/noticia.pl?id=69923>

Aguiar, Carla (2008), “Nova pobreza envergonhada está a alastrar em Portugal”. Diário

de Noticias, 26 de Novembro. Página consultada em 15 de Maio de 2010, disponível

em <http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=1136374>

Ano Europeu do Combate à Pobreza e Exclusão Social (2010), “Testemunhos”. Página

consultada a 25 de Maio de 2010, disponível em

http://www.2010combateapobreza.pt/testemunhos.asp?tit=8

Castanho, Paula (2009), “Pobreza envergonhada: crise económica fez surgir nova

classe de pobres”. SIC, 19 de Dezembro. Página consultada em10 de Maio de 2010,

disponível em

<http://www.siconline.pt/online/video/informacao/Reportagem+Especial/2009/12/po

breza-envergonhada-crise-economica-fez-surgir-nova-classe-de-pobres-19-12-2009-

17

0410.htmhttp://www.siconline.pt/online/video/informacao/Reportagem+Especial/200

9/12/pobreza-envergonhada-crise-economica-fez-surgir-nova-classe-de-pobres-19-12-

2009-0410.htm>

Diário de Notícias (2009), "Há novos factores de pobreza com o desemprego", 19 de

Julho. Página consultada em 17 de Maio de 2010, disponível em

<http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1311371>

FNGIS (s.d), “Noções e Conceitos”. Página consultada a 17 de Maio de 2010, disponível

em <http://www.fngis.org/index.php?jump=nocoes_conceitos>

PARPA (s.d), “Pobreza Absoluta - Evolução”. Página consultada em 7 de Maio de

2010,disponível em <http://www.sarpn.org.za/documents/d0002739/4-

PARPA_II_Aprovado_Matriz_May2006.pdf>

Wikipedia (2010), “Pobreza relativa”. Página consultada em 20 de Maio de 2010,

disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Pobreza_relativa>

Presidência da Republica (2009), “Intervenções”. Página consultada em 22 de Maio de

2010,disponivel em <http://www.presidencia.pt/?idc=22&idi=23800>

REAPN (2008), “Quem são os «novos pobres» de Portugal?”. Página consultada em 22

de Maio de 2010,disponivel em http://reapnimprensa.blogspot.com/2008/05/quem-

so-os-novos-pobres-de-portugal.html>

REAPN (2007),”Banco alimentar responde a novos tipos de pobreza”. Página

consultada em 17 de Maio de 2010,disponivel em

http://reapnimprensa.blogspot.com/2007/06/banco-alimentar-responde-novos-tipos-

de.html>

18

José Vieira (2008),” Quase dois milhões ameaçados pela pobreza”. Página consultada em 20 de Maio de 2010, disponível em <http://4.bp.blogspot.com/_4iyV_CrHEy8/SUbx02TEz7I/AAAAAAAABAA/qpHvjAAkucg/s400/imagem_pobreza.jpg>

19

Anexo A

(Página da Web Avaliada http://www.fngis.org/)

20

21

Anexo B

(Texto de suporte de ficha de leitura)

22

Rodrigues, Eduardo Vítor, (co-autor), 1999, “A Pobreza e a exclusão social: teorias,

conceitos e politicas sociais em Portugal”, in Sociologia – Problemas e Práticas, Porto