a perspectiva estratÉgico militar norte...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARABA
CAMPUS V MINISTRO ALCIDES CARNEIRO
CENTRO DE CINCIAS BIOLGICAS E SOCIAIS APLICADAS
BACHARELADO EM RELAES INTERNACIONAIS
EMMANUELLE ANDRADE PESSOA
A PERSPECTIVA ESTRATGICO MILITAR NORTE-AMERICANA
PARA A COREIA DO NORTE: A QUESTO DO ARMAMENTO
NUCLEAR
JOO PESSOA PB
2013
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EMMANUELLE ANDRADE PESSOA
A PERSPECTIVA ESTRATGICO MILITAR NORTE-AMERICANA
PARA A COREIA DO NORTE: A QUESTO DO ARMAMENTO
NUCLEAR
Trabalho de Concluso de Curso - TCC
apresentado ao Curso de Bacharelado em
Relaes Internacionais da Universidade
Estadual da Paraba - UEPB, em cumprimento
exigncia para obteno do grau de Bacharel
em Relaes Internacionais.
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Csar da Cunha Leite
JOO PESSOA PB
2013
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F ICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA SETORIAL CAMPUS V UEPB
P475p Pessoa, Emmanuelle Andrade.
A perspectiva estratgico militar norte-americana para a Coreia
do Norte: a questo do armamento nuclear / Emmanuelle Andrade
Pessoa . 2013.
37f.
Digitado.
Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em Relaes
Internacionais) Universidade Estadual da Paraba, Centro de
Cincias Biolgicas e Sociais Aplicadas, Curso de Relaes
Internacionais, 2013.
Orientao: Prof. Dr. Alexandre Csar da Cunha Leite , Curso
de Relaes Internacionais.
1. Poltica externa dos Estados Unidos. 2. Relaes
Internacionais - Coreia do Norte - Estados Unidos. 3. Estratgia
militar dos Estados Unidos. I. Ttulo.
21. ed. CDD 327.73
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EMMANUELLE ANDRADE PESSOA
A PERSPECTIVA ESTRATGICO MILITAR NORTE-AMERICANA
PARA A COREIA DO NORTE: A QUESTO DO ARMAMENTO
NUCLEAR
Trabalho de Concluso de Curso - TCC
apresentado ao Curso de Bacharelado em
Relaes Internacionais da Universidade
Estadual da Paraba - UEPB, em cumprimento
exigncia para obteno do grau de Bacharel
em Relaes Internacionais.
Aprovada em 04/09/2013
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DEDICATRIA
Dedico este trabalho a Deus, minha famlia e
a todos que no mediram esforos para me
confortarem com palavras de perseverana,
nos momentos em que mais precisei durante
minha caminhada no curso de Relaes
Internacionais.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pelo seu grande amor e misericrdia, pelos grandes milagres
que realizou no decorrer deste ltimo semestre, por ter me dado foras e pela certeza de sua
presena em minha vida.
Ao meu pai Jos Fernando de Melo, a minha me Ozanete Pessoa de Melo, a minha
irm Vitria Pessoa de Melo e a toda minha famlia que sempre esteve na torcida da minha
Vitria.
Ao meu av Joo Anatlio Pessoa e a minha av Antnia Andrade Pessoa (in
memorian), pois, embora fisicamente ausentes, encontrar-se-o sempre presentes em minha
vida.
Ao meu orientador, o Prof. Dr. Alexandre Csar Cunha Leite, por ter dedicado seu
precioso tempo a me orientar, por todo ensinamento e ajuda, fatores que muito contriburam
para a concluso deste trabalho.
Aos professores (a) Dr.Henrique Altemani de Oliveira e Dr Ana Paula Maielo, por
terem aceitado o convite em participar da banca avaliadora e por todo ensinamento que me
passaram.
A todos os meus colegas de curso pelo companheirismo durante nossa caminhada
acadmica, em especial aos meus amigos (a) Jane Eyre M. D. F. Fernandes, Daniella Luna F.
de Arajo, Jeane S. de Freitas e Flaviano Fagner que disponibilizaram o seu precioso tempo
para me ajudar em diversas reas da minha vida.
Ao meu namorado Joo Paulo pelo apoio constante e compreenso, principalmente
nos momentos em que estive prestes a me desanimar .
Aos os professores do curso de Relaes Internacionais da UEPB, por toda dedicao
e pelos ensinamentos ao longo do curso.
A todos os funcionrios da UEPB, em especial s secretrias Sandra Maranho e
Kaline Barbosa, pela presteza e carinho no atendimento.
UEPB e a todos aqueles que contriburam, de maneira direta ou indireta, para a realizao
deste trabalho.
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O equilbrio de foras convencionais seria
essencialmente irrelevante caso emergisse um
hegemon nuclear. (MEARSHEIMER, 2001: 23)
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A PERSPECTIVA ESTRATGICO MILITAR NORTE-AMERICANA
PARA A COREIA DO NORTE: A QUESTO DO ARMAMENTO
NUCLEAR
PESSOA, Emmanuelle Andrade1.
Orientador: Prof. Dr. Alexandre Csar Cunha Leite
RESUMO
Este artigo almeja contextualizar de forma geral e sucinta as grandes estratgias adotadas na
poltica externa norte-americana no campo da questo militar nos governos Clinton, Bush e
Obama, cujo foco volta-se especificamente para as estratgias adotadas no governo de Barack
Obama. Atravs da anlise de poltica externa no mbito militar, cuja perspectiva voltada
para sia, busca-se compreender a relao existente entre Estados Unidos e Coreia do Norte.
Estes pases possuem certa adversidade, devido a um passado conflituoso, pois, aps a diviso
da Pennsula Coreana no sculo XX em zonas de ocupao norte-americana e soviticas,
ambos os lados reivindicaram soberania sobre toda a pennsula, o que os levou Guerra da
Coreia em 1950, em que a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul, e por conseguinte o
Conselho de Segurana das Naes Unidas interveio contra a invaso com uma tropa liderada
pelos Estados Unidos. No entanto, apesar de um armistcio em 1953 ter suspendido o conflito,
os dois pases formalmente continuam em guerra. A proposta deste trabalho consiste em
identificar qual a perspectiva estratgico militar norte-americana para a Coreia do Norte e
consequentemente como esta Nao tem reagido diante das aes dos EUA, buscando
entender as razes que motivam os EUA a no lutarem uma guerra preventiva contra a Coreia
do Norte, mesmo diante do arsenal nuclear que esta ltima possui e da realizao de mais um
teste nuclear no incio deste ano. Acredita-se que a ausncia de guerra esteja associada s
estratgias militares dos EUA para a Coreia do Norte, ou, ainda, ao comportamento agressivo
da Coreia do Norte que infringe as normas do Conselho de Segurana das Naes Unidas,
atravs da dissuaso nuclear efetuada e que provavelmente devido a este comportamento vem
conseguindo conter a ecloso de uma guerra com os EUA. Para tanto, faz-se uma anlise do
comportamento da Coreia do Norte atravs do realismo ofensivo cuja vertente terica entende
que os Estados tem como norte para sua ao a maximizao de poder, dentre outros
princpios que para esta teoria possibilitam a garantia da sobrevivncia, onde o Estado pode
conquistar uma posio dominante sobre os outros Estados.
PALAVRAS-CHAVE: Coreia do Norte. Estados Unidos. Estudos Estratgicos
1 Graduanda em Relaes Internacionais pela Universidade Estadual da Paraba.
E-mail: [email protected]
mailto:[email protected]
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INTRODUO
As relaes entre Coreia do Norte e Estados Unidos so de adversidade, devido a um
passado conflituoso, pois, aps a diviso da Pennsula Coreana no sculo XX em zonas de
ocupao norte-americana e soviticas, ambos os lados reivindicaram soberania sobre a
pennsula inteira, o que levou as Coreias a entrarem em conflito, dando incio Guerra da
Coreia em 1950, que ficou marcada pela intensidade e violncia que assolou a pennsula, onde
a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul. O Conselho de Segurana das Naes Unidas
(ONU) interveio contra a invaso com suas tropas lideradas pelos Estados Unidos. Ento, a
Coreia permaneceu dividida com dois projetos polticos distintos. Em 1953 um armistcio
suspendeu o conflito, porm os dois pases formalmente continuam em guerra at os dias
atuais. Diante do breve histrico de conflitos entre estes pases, busca-se neste artigo
contextualizar de forma sucinta as grandes estratgias da poltica externa norte americana no
mbito da questo militar. No entanto o foco de anlise volta-se para a estratgia aplicada
durante o governo de Barack Obama especificamente para a Coreia do Norte, buscando
entender a atual relao existente entre estes dois pases, tendo em vista que provavelmente
neste sculo XXI, o olhar norte-americano esteja voltando-se para sia.
A concepo desta pesquisa deu-se em meio percepo da importncia de anlise da
estratgia adotada na poltica externa norte-americana no mbito militar pelo governo Obama
diante da dissuaso nuclear efetuada pela Coreia do Norte e os conflitos vivenciados por estas
naes. Considerando o reflexo de tais comportamentos no cenrio internacional, o recente
teste nuclear realizado no ano corrente chama ateno da comunidade internacional, haja vista
que pe em risco a vida humana. Ademais, ressalta-se a importncia da administrao do
presidente Obama que teve sua gesto nomeada como governo da esperana, contrria a
administrao anterior do ex-presidente Bush conhecida enquanto governo do terror.
Portanto, o trabalho intenta trazer uma contribuio para o estudo da relao EUA - Coreia do
Norte, destacando as possveis causas de tais conflitos, bem como sua importncia no mbito
da atual conjuntura internacional e a questo do armamento nuclear que retoma sua evidncia
no atual governo de ambos os pases analisados.
Optou-se neste estudo pelo marco temporal compreendido no perodo em que Barack
Obama assume a presidncia dos Estados Unidos (2009 at os dias atuais). Considerando-se
nesse eixo temporal, a poltica externa militar aplicada no governo Obama para sia, em
especial para o Norte da Coreia, e o comportamento agressivo desta nao diante do
posicionamento estratgico militar norte-americano, suas divergncias polticas e a busca por
poder.
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Surge nesse sentido, o ponto de partida desse trabalho apresentando-se na seguinte
questo: quais so as estratgias militares adotadas pelos EUA para a Coreia do Norte? E se a
posio Norte Coreana em realizar testes nucleares uma resposta para aos EUA? Assim,
pode-se considerar que a Coreia do Norte tem se comportado de forma agressiva, pois, de
acordo com Mearsheimer (2001) uma nao como a Coreia do Norte detentora de um arsenal
nuclear considerada uma potncia irracional, logo, provvel a ecloso de uma guerra.
Desse modo, o lado Norte da Coreia tem conseguido inibir a poltica externa norte-americana
no campo da segurana militar, evitando que os EUA iniciem uma guerra preventiva? Tal
ao armada empreendida tem o objetivo de evitar que a outra parte ataque, embora no haja
evidncia de que o ataque seja iminente ou que esteja sendo planejado. Deste modo, este
estudo dar-se- a partir do ponto de vista norte americano.
Nessa direo o presente artigo tem como objetivo geral analisar o comportamento da
poltica externa dos Estados Unidos, no governo Obama (2009 em exerccio), no campo da
segurana militar em relao Coreia do Norte e seus possveis desdobramentos, respaldados
na teoria designada por Mearsheimer de realismo ofensivo, cuja natureza essencialmente
realista. O realismo ofensivo uma teoria estrutural que, ao contrrio do realismo clssico de
Hans Morgenthau, acusa o conflito de segurana na anarquia do sistema internacional, e no a
natureza humana ou as caractersticas de cada uma das grandes potncias. Em contraste com
outras teorias estruturais realistas, o realismo ofensivo acredita que os Estados no esto
satisfeitos com uma determinada quantidade de poder, mas buscam a hegemonia
(maximizao de sua parcela de poder no mundo), para segurana e sobrevivncia, partindo
do princpio de que o sistema internacional molda fortemente o comportamento dos estados.
No entanto, esta teoria utilizada no presente estudo, pois, traz um esclarecimento
considervel quanto ao comportamento agressivo da Coreia do Norte, diante realizao do seu
teste nuclear efetuado no presente ano.
Para alcanar tal objetivo, faz-se necessrio estabelecer alguns objetivos especficos.
Nesse sentido, dentro desse escopo pretende-se: 1) Contextualizar a perspectiva estratgico-
militar norte americana de forma geral e identificar qual estratgia utilizada para a Coreia do
Norte; 2) Descrever brevemente o conflito entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul sob
respaldo da influncia norte americana; e 3) Analisar a questo do armamento nuclear da
Coreia do Norte e os impactos desse comportamento para a poltica externa norte americana.
A metodologia aplicada nessa pesquisa ser baseada no mtodo descritivo, analtico,
bibliogrfico. Sero utilizadas fontes secundrias com pesquisa de literatura especfica da
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rea de Relaes Internacionais e das subreas de Segurana Internacional e Poltica Externa.
Alm do mais, sero realizadas pesquisas em sites oficiais do governo dos EUA, da Coreia do
Norte e do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da Amrica, assim como sites de
jornais e trabalhos acadmicos que versem sobre a Poltica Externa norte-americana.
Em termos estruturais, este trabalho compe-se da presente introduo, trs tpicos
centrais e das consideraes finais. O primeiro tpico contextualiza a perspectiva estratgico
militar norte-americana de forma geral, caracterizando e examinado as grandes estratgias
adotadas na poltica externa no campo da segurana militar nas distintas administraes dos
EUA com: Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama, com nfase no governo do atual
presidente, cujo intuito identificar quais estratgias foram adotadas em sua administrao.
O segundo tpico tem como objetivo percorrer brevemente a histria do conflito entre
a Coreia do Norte e a Coreia do Sul sob respaldo da influncia norte-americana a partir da
diviso da Pennsula. Nessa anlise, foi feita uma sucinta abordagem acerca da posio Norte
Coreana frente grande estratgia norte americana e as motivaes e interesses que pautam
a relao conflituosa entre EUA X Coreia do Norte.
J no terceiro tpico, analisar-se- a questo do armamento nuclear da Coreia do Norte
e os impactos do seu comportamento para a poltica externa norte-americana, como forma de
manifestar sua insatisfao perante as estratgias aplicadas no campo militar pela
administrao dos EUA. Nessa seo, as abordagens se constituir-se-o de dois sub-tpicos: o
primeiro questionando se a Coreia do Norte foi capaz de conter a perspectiva estratgico
militar dos EUA e, no segundo discutindo-se se a dissuaso do armamento nuclear decisiva
para a Coreia do Norte se comportar como um hegemon no cenrio internacional, pois o
objetivo primordial de cada estado maximizar sua cota de poder mundial, o que significa
conquistar poder alm dos outros estados, cuja finalidade a de se tornar a grande potncia do
sistema, em suma, um estado hegemnico (MEARSHEIMER, 2001).
1. A PERSPECTIVA ESTRATGICO MILITAR NORTE AMERICANA:
CONJUNTURA, CONSIDERAES GERAIS.
O sculo XX foi marcado por diversos conflitos internacionais. Geraes inteiras se
criaram sombra de batalhas nucleares globais que, acreditava-se firmemente, podiam
estourar a qualquer momento e devastar a humanidade (HOBSBAWM, 1994). De acordo
com Resende (2013) com o fim da Guerra Fria surgiu a necessidade de os Estados Unidos
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refletirem sobre suas prioridades e estratgias globais, repensando sua Poltica de Segurana
Nacional. Ento quatro grandes estratgias e seus argumentos sobre o papel dos EUA no
mundo so debatidos. Neste artigo busca-se identificar a estratgia aplicada pelos EUA para
sia, especificamente para a Coreia do Norte.
As grandes estratgias que se destacam na poltica externa norte-americana so
chamadas: neo-isolacionismo, engajamento seletivo, segurana cooperativa e primazia. Estas
foram formuladas com base em algumas questes levantadas por Posen e Ross (1996-1997)
que tinham como objetivo melhorar o planejamento da poltica externa dos EUA. Pode-se
considerar tais estratgias como um programa criado pelas autoridades governamentais com o
objetivo de atingir determinado resultado diante de outros Estados. A anlise das estratgias
ressalta a importncia do sistema poltico domstico, do modelo institucional dos pases, do
papel desempenhado pelos governos e da formulao da poltica externa.
O quadro exposto uma apresentao sumria das quatro vises estratgicas norte-
americana. Em seguida descreve-se cada umas das quatro estratgias de forma sucinta.
QUADRO - Perspectivas concorrentes da Grande Estratgia
NEO
ISOLACIONISMO
ENGAJAMENTO
SELETIVO
SEGURANA
COOPERATIVA
PRIMAZIA
ncora
Analtica
Realismo
Defensivo
Mnimo
Equilbrio de
poder
Tradicional do
Realismo
Liberalismo
Realismo
Mximo /
Unilateralismo
Maior
Problema da
Poltica
Internacional
Evita se
envolver nos
assuntos dos
outros
Paz entre as
Grandes
Potncias
A
Indivisibilidade
da Paz
A ascenso de
um Competidor
sua altura
Ordem
Mundial
Desejada
Equilbrio de
poder a
distncia
Balana de
Poder
Interdependnci
a Hegemnica
Dinmica
Nuclear
Manter o status
quo
Manter o status
quo Apoia Agresso
Apoia a
Agresso
Concepo dos
Interesses
Nacionais
Estreita Restrita Transnacional Amplo
Prioridades
Regionais
Amrica do
Norte
Eursia
Industrial Global
Eursia
Industrial e na
Regio de
qualquer
Potencial Rival
Proliferao No nosso Preveno Preveno Preveno
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Nuclear problema Discriminada Indiscriminada Indiscriminada
OTAN Retirar
Manter Transformar e
Expandir Expandir
Conflito
Regional
Evita
Conter,
Interveno
Discriminada
Intervir
Conter,
Interveno
Discriminada
Conflito tnico Evita
Conter
Quase
Interveno
Indiscriminada
Conter
Interveno
Humanitria
Evita
Interveno
Discriminada
Quase
Interveno
Indiscriminada
Interveno
Discriminar
Uso da fora Autodefesa
Discriminada Frequente vontade
Postura de
Fora
Fora de
Autodefesa
Mnima
Duas vezes a
Maior Fora de
Contingncia
Regional
Complexo
Militar de
Reconhecimento
para a Ao
Multilateral
Uma Fora
Padro de Duas
Potncias
Fonte: (POSEN e ROSS, 1996-1997: 6). Traduo livre.
O neo-isolacionismo tem fundamento no realismo, portanto concentra-se no poder,
apresentando uma viso restrita do interesse nacional norte-americano (a defesa da liberdade,
propriedade e integridade do povo e do territrio norte-americano). Ao cabo da Guerra Fria
nenhum Estado teria a capacidade para ameaar a supremacia estadunidense. A poltica
externa norte-americana deveria ficar distante dos problemas internacionais. O
comprometimento com instituies internacionais e os conflitos externos deveriam ser
deixados em segundo plano (GOMES, 2007).
A segunda grande estratgia o engajamento seletivo, cujos esforos so para assegurar a
paz entre as grandes potncias. Os EUA devem estar preparados para a manuteno do
equilbrio de poder entre os principais pases do sistema internacional. Ainda que nenhuma
delas possa competir militar e ideologicamente com os EUA, a paz entre grandes potncias
como Rssia, China, Japo e a Unio Europeia de suma importncia para evitar a ecloso de
uma nova guerra de propores similares aos grandes conflitos do sculo XX, cujos
desdobramentos podem comprometer toda a estabilidade do sistema (GOMES, 2007).
O objetivo do envolvimento dos EUA deve ser afetar diretamente a propenso desses
poderes para ir guerra um com o outro. Essas guerras tm a maior chance de produzir em
larga escala recurso a armas de destruio em massa, uma experincia global que os EUA
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devem tentar evitar. Essa estratgia, ao acentuar a necessidade da manuteno do equilbrio de
poder entre as grandes potncias, em muito nos remete ao realismo estrutural pregado por
Waltz (1979).
Ao considerar que os recursos estadunidenses so finitos, alianas tradicionais e
organizaes internacionais, como a OTAN, so os veculos mais adequados para a
perseguio desse objetivo. Conflitos tnicos e intervenes humanitrias tornam-se
importantes porque suas consequncias podem afetar a balana de poder entre as potncias
(GOMES, 2007).
Assim como o neo-isolacionismo, o engajamento seletivo emerge da tradio realista
da Poltica Internacional e seu foco tambm em grandes concentraes de poder
(PECEQUILO, 2003). No engajamento seletivo espera-se que o equilbrio dos estados, e que
as armas nucleares favoream a defesa do status quo. No entanto, engajamento seletivo
tambm reconhece que o equilbrio pode ser tardio, estadistas podem calcular mal e a
dissuaso nuclear pode falhar. Dado o interesse em grande poder de paz, as armas nucleares
dissuadem, e pode-se colocar o peso de foras nucleares estratgicas dos EUA por trs dos
poderes do status quo (POSEN e ROSS, 1996-1997).
Na terceira estratgia chamada segurana cooperativa, diferentemente das demais
estratgias, a nica de matriz liberal. Partindo do pressuposto de que a paz indivisvel,
EUA teriam um grande interesse na manuteno da mesma e que a sua atuao deveria ser
pautada pela ao de instituies internacionais, assim como prega a importncia do
funcionamento dos mecanismos de segurana coletiva (GOMES, 2007). E de acordo com
Posen e Ross (1996-1997), a segurana cooperativa representa um esforo para superar as
deficincias da segurana tradicional.
A quarta e ltima estratgia a primazia. Assim como o engajamento seletivo
motivada pelo poder e pela paz. O aspecto particular de poder importante, pois, esta
estratgia afirma que somente uma preponderncia do poder dos EUA garante a paz. A prtica
pr-Guerra Fria de agregar poder, atravs de coligaes e de alianas, que est na base de
engajamento seletivo, vista como insuficiente. Paz o resultado de um desequilbrio de
poder em que as capacidades do Estado so suficientes, operando por conta prpria. No
basta, uma posio confortvel para o engajamento seletivo. Tanto a ordem mundial e
nacional de segurana exige que os EUA mantenham a primazia com a qual ele emergiu da
Guerra Fria (POSEN e ROSS, 1996-1997).
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Dentre todas as estratgias, a primazia foi a que conseguiu maior destaque nesse
perodo. O final da Guerra Fria legou aos EUA a condio de nica superpotncia, e os
adeptos dessa estratgia argumentavam que o interesse vital do pas seria manter o momento
unipolar (KRAUTHAMER, 1991).
Os Estados Unidos precisam da hegemonia para garantir sua segurana ou para ser um
equilibrador externo. Segundo Layne (2006), durante as ltimas seis dcadas, os EUA tem se
esforado para ser uma hegemonia extra-regional e os Estados no devem procurar maximizar
seu poder, apenas maximizar sua segurana. Diante das grandes estratgias abordadas foram
encontradas caractersticas tanto do realismo ofensivo quanto do defensivo.
A primazia vai alm da lgica de engajamento seletivo e seu foco na gesto das
relaes entre as atuais e potenciais futuras grandes potncias. Logo deixa claro que a
emergncia de um rival deveria ser percebida no apenas como uma ameaa aos Estados
Unidos, mas a ordem mundial. Por isso, quaisquer aspiraes hegemnicas, de potncias
regionais ou globais, deveriam ser rechaadas. Todavia, o que chama a ateno nessa
estratgia a ideia que se apresenta como corolrio necessrio manuteno da guerra
preventiva, cuja ao armada empreendida com o pretexto de evitar que a outra parte ataque,
embora no haja evidncia de que o ataque seja iminente ou que esteja sendo planejado.
(RESENDE, 2013).
Proponentes da primazia entendem que o papel das organizaes internacionais possui
pouca relevncia para a manuteno da paz. No obstante, no as descartam, pois podem
proporcionar ares de legitimidade s aes da superpotncia. Por exemplo, quando o assunto
interveno humanitria e conflito regional, a proposta semelhante do engajamento
seletivo: algumas regies so mais importantes que as demais (GOMES, 2007). Por fim, fica
ilustrado que a primazia, por almejar uma posio hegemnica no sistema internacional, pode
ser encaixada no que Mearsheimer (2001) cunhou como realismo ofensivo, caracterizado pela
contnua expanso dos estados rumo preponderncia no sistema internacional.
Aps a caracterizao das quatro grandes estratgias, sero analisadas as estratgias
adotadas para poltica externa norte-americana no campo da segurana aplicada para a sia,
especificamente para a Coreia do Norte. Ser feita uma retrospectiva atravs de uma viso
geral da administrao Clinton e Bush, se detendo no governo do atual presidente Barack
Obama, cujas estratgias militares postas em prtica na sua administrao so o foco de
anlise deste artigo.
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A vitria de Bill Clinton foi marcada fortemente por uma campanha voltada para
temas de cunho domstico. As iniciativas propostas pela primazia e vazadas para a imprensa
em 1992, no agradaram populao, alm de causar mal-estar aos demais pases (GOMES,
2007). Tal estratgia no conseguiu ganhar a simpatia da populao. Quando Clinton assumiu
o governo foi possvel notar a mudana de uma poltica mais coerciva e ideolgica para uma
perspectiva que enfatizava a cooperao, maiores investimentos e comrcio (HERZ, 2002).
Identificando, assim, uma poltica voltada para segurana cooperativa.
Conforme Posen e Ross (1996-1997), a Estratgia de Segurana Nacional de
Engajamento e Ampliao (1996), a declarao mais completa da viso do governo trazia
uma linguagem da segurana cooperativa e do engajamento seletivo, alm de uma pitada de
primazia. O documento revela uma qualidade dialtica, alternando entre a retrica da
segurana cooperativa e a retrica do engajamento seletivo. O governo adotou uma postura
declaradamente internacionalista fundamentada em uma concepo ampla de interesses
nacionais. A expresso "engajamento e alargamento" transmitem tanto o modo como a
finalidade, ou viso, da estratgia: os EUA devem estar engajados no mundo para ampliar a
comunidade democrtica de pases de livre mercado.
O documento ressalta medidas de segurana cooperativa e reconhecem limites para o
envolvimento dos EUA no mundo, limites impostos por uma avaliao dos interesses
fundamentais e dos custos e benefcios. Controle de armas inequivocamente abraada como
parte integrante da estratgia de segurana nacional e vista como cada vez mais multilateral.
Mas a estrutura de fora do pas deve permitir que os EUA lidem com ameaas no apenas
multilateralmente, mas unilateralmente. A liderana deve enfatizar a diplomacia preventiva a
fim de ajudar a resolver problemas, reduzir as tenses e neutralizar os conflitos antes que eles
se transformem em crises, mas o engajamento deve ser seletivo, concentrando-se em desafios
que so mais importantes para os prprios interesses (POSEN e ROSS, 1996-1997).
A administrao Clinton foi forada a um compromisso com a segurana cooperativa
porque seus propsitos provaram ser muito grandes. A retrica liberal internacionalista que
acompanha essa estratgia gera uma agenda longa e grandes expectativas de ao. Mas para
obter sucesso sem o comprometimento do poder dos EUA, ambas as instituies
internacionais e multilaterais precisam ser fortes e coesas. Uma extensa cooperao
internacional seria necessria. Clinton em sua administrao descobriu que, embora
instituies internacionais sejam fracas, as foras da poltica interna norte-americana no so
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favorveis de fortalec-las. O governo Clinton tambm descobriu que a cooperao
internacional no to fcil de arranjar. (POSEN e ROSS, 1996-1997)
Na cena internacional, alguns estados que pareciam no reconhecer obrigaes de
comportamento luz das normas internacionais, distinguindo-se, entre outros aspectos, pela
aquisio, aparentemente irracional, de capacidades no convencionais de ataque a grandes
distncias. Clinton passou a design-los por rogue states, expresso utilizada para designar
estados que reprimem o seu povo, ameaam vizinhos, violam tratados internacionais e
rejeitam ou combatem os valores em que assentam as democracias ocidentais. Nessa
classificao destacam-se: Ir, Iraque e Coreia do Norte (RODRIGUES, 2007).
Em seguida, a chegada de George W. Bush presidncia foi conturbada, aps
acusaes de fraude eleitoral que levaram o pleito somente a ser decidido pela Suprema Corte
Federal. De posse do Executivo, iniciou a implementao de sua agenda (PECEQUILO,
2007). As mudanas observadas entre Clinton e Bush se deram nos meios utilizados em sua
poltica externa, uma vez que ambos possuam objetivos comuns (segurana de seu territrio e
liberalizao comercial).
Argumenta-se que a grande inovao do governo Bush foi fazer uso indiscriminado do
poder do pas, porm mesmo tendo os mesmos interesses, nota-se a diferena empregada nos
mtodos. Enquanto Clinton fez uso de premissas do engajamento seletivo e da segurana
cooperativa, Bush, a partir da oportunidade proporcionada pelos atentados de 11 de setembro
de 2001, pde organizar integralmente, de acordo com a sua revoluo na poltica externa do
pas atravs da primazia (GOMES, 2007). Desenvolveu uma grande estratgia clara, coerente
e bem definida aps 11 de setembro (DREZNER, 2011). Os Estados Unidos teriam de lanar
unilateralmente guerras preventivas peridicas para se defender contra terroristas com armas
de destruio em massa e que iria fazer isso sozinho (FUKUYAMA, 2006).
Todavia, de acordo com Daalder e Lindsay (2003) a administrao republicana de
George W. Bush deparou-se com grande parte de sua equipe formada por adeptos da
estratgia de primazia, que postula uma atuao soberana do pas nas relaes internacionais,
isenta de constrangimentos que parcerias permanentes pudessem trazer. Bush sempre teve
bem claro as diretrizes que deveriam gui-lo: segurana, prosperidade e liberdade.
Suas ideias acerca de temas de poltica externa convergiam com o exerccio unilateral
do poder norte americano, sem constrangimentos proporcionados por parcerias permanentes.
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De acordo com Botelho (2008) a percepo da unilateralidade dos Estados Unidos fez
parte da histria diplomtica dos oito anos do governo Bush, porm houve cenrios em que,
no segundo mandato, o Governo optou pela via multilateral, trabalhando com aliados ou com
instituies internacionais. O governo Bush considerava seriamente o uso da fora, tinha
preferncia de resolver suas questes militarmente, como o problema iraniano, destruindo as
suas instalaes nucleares (BOTELHO, 2008).
Em 2009, deu-se inicio a administrao de Barack Obama, existia uma expectativa
global com o fim do governo Bush. Segundo Vianna (2010) muitas mensagens publicitrias
associavam a imagem do novo presidente, era da Esperana ou ao fim do governo do
terror. Houve uma notria mudana na retrica oficial do novo governo, visando estabelecer
uma distncia formal do governo anterior. Termos como eixo do mal (referendado a Coria
do Norte, dentre outros pases), ou uso das palavras bem e mal que caracterizam a
retrica fundamentalista do governo de Bush, desapareceram dos pronunciamentos oficiais.
Tudo isso foi substitudo pela retrica conciliatria, sbria, centrista, moderada e cosmopolita
da estratgia de engajamento de Barack Obama (VIANNA, 2010).
Obama primava pelo princpio de que a diplomacia multilateral significaria fora e de
que no seu governo no apenas queria ratificar como relevante o papel de organismos
mediadores internacionais, mas, tambm sinalizar desde o seu discurso de posse, em 20 de
janeiro de 2009, para a possibilidade de dilogo com os Estados ditos adeptos do terrorismo
que efetivamente desejassem estabelecer parcerias proveitosas economicamente e que
abrissem mo de favorecer aes que colocassem em risco a segurana dos EUA e de seus
interesses estratgicos no mundo (VIANNA, 2010).
Com a chegada de Barack Obama, na Casa Branca, o debate sobre a estratgia da
poltica externa dos EUA e os seus instrumentos de poder e influncia tornou-se
particularmente importante (DIMITROVA, 2011). A sua administrao foi criticada por ter
sido caracterizada como um governo marcado pela inexistncia de uma grande estratgia
surgindo, assim, dois questionamentos: Obama tem uma grande estratgia? Por que
precisamos de uma doutrina em tempos incertos? Essas interrogaes dividem a opinio de
profissionais de poltica externa e de outras reas do conhecimento, sobrando crticas ao
afirmarem que este governo no possui uma estratgia (DREZNER, 2011).
De acordo com Posen e Ross (1996-1997) a estratgia um importante mecanismo de
orientao, uma estratgia claramente articulada acompanhada por aes consistentes, torna-
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19
se til porque pode direcionar o discurso domstico sobre as intenes do pas ao pblico
interno e externo. Apesar do que dizem seus crticos, a administrao Obama tem na verdade
no apenas uma grande estratgia, mas duas (DREZNER, 2011).
A primeira estratgia que tem como foco a busca por ampliao das relaes
multilaterais, com intuito de reduzir compromissos que os Estados Unidos possussem no
exterior, restaurando sua posio financeira no mundo, e transferindo encargos para os
parceiros globais. Esta estratgia foi claramente articulada, mas no obteve os resultados
polticos esperados. Todavia devido ao seu insucesso a segunda estratgia surgiu com o
intuito de reequilibrar as relaes entre os pases, onde a administrao Obama emergiu com
disposio a fazer valer sua influncia e seus ideais em todo o mundo, quando desafiados por
outros pases, tranqilizando seus aliados e sinalizando acabar com os seus adversrios, esta
estratgia teve um desempenho melhor (DREZNER, 2011).
No primeiro ano do governo Obama, de acordo com Vianna (2010) observou-se as
metas da sua poltica externa, segue algumas de forma resumida: pacificar o Oriente Mdio,
firmar o princpio da inviolabilidade da soberania dos estados como forma de se distanciar da
estratgia preventiva, buscar a no proliferao de armas nucleares, melhorar o equilbrio
regional na sia Central, conter a ameaa de grupos extremistas violentos e de redes
transnacionais de trfico de drogas, reformar as leis e instituies que regulam e mediam a
situao de imigrantes e asilados.
A retrica observada no governo Obama enfatiza a construo de um mundo de
multiparceiros, valorizando de forma seletiva o papel dos organismos de mediao poltica
internacional. No primeiro semestre de 2009, houve um esforo da presidncia em vencer as
polarizaes, desconfianas e ressentimentos criados, no espectro poltico internacional, pela
estratgia de defesa preventiva do governo Bush.
Conforme Vianna (2010) o texto da Estratgia de Inteligncia Nacional evitou
qualquer recurso retrico sobre as dualidades ao modo da abordagem da expresso eixo do
mal do governo Bush, preferindo falar em atores ou fatores, dentre outras expresses
utilizadas que criavam desafios, mas tambm novas possibilidades, para uma liderana
mundial dos EUA.
De acordo com o relato acima, segue a viso dos EUA sobre a
Coria do Norte, que era vista como uma ameaa paz e segurana no leste da sia
por ter alta capacidade de armamento convencional, por estar perseguindo
capacidade de lanar msseis nucleares balsticos e por estar possivelmente
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transferindo a sua capacidade militar para terceiros (embora no se afirmasse
explicitamente no documento, o Departamento de Estado suspeitava da Junta Militar
de Myanmar, no poder desde 1990). (VIANNA, 2010: 117)
Ento, Chellaney (2011) aponta que a estratgia da administrao Obama poderia ter
tomado uma volta no segundo semestre de 2010, para procurar desde um reforo das velhas
alianas at alcanar novos (especialmente no Sudeste da sia), com vista a contrabalanar o
potencial do poder chins.
Conforme Vianna (2010), Obama entende o engajamento como o princpio que deve
guiar qualquer plano de cooperao internacional, a conseqncia lgica deste princpio
afirmar a importncia de organismos internacionais, como ONU, OEA ou OTAN, para
resolver problemas comuns, evitar ameaas globais e novas escaladas mundiais, regionais e
hemisfricas de guerra.
Atravs de uma grande estratgia bem articulada fica mais fcil entender o
comportamento da administrao. Contudo, Chellaney (2011) faz uma anlise do cenrio da
segurana asitica, cuja estratgia da administrao Obama ainda est tomando sua forma
final, mas, est estruturada e volta-se em torno da emergncia da China e dos seus efeitos
sobre a estabilidade da regio, uma estabilidade que rege a poltica asitica de Washington.
A grande estratgia consiste nos interesses nacionais associados a um conjunto de
planos operacionais. Essas estratgias geralmente so definidas com antecedncia. Outrora as
discusses estratgicas so oferecidas como explicaes que ligam as polticas do passado
com as futuras.
O cenrio desenhado apresenta um futuro incerto, em que possveis conflitos podem
eclodir neste sculo, pois enquanto a sia est comeando a emergir em termos econmicos,
no se pode dizer o mesmo a nvel poltico. A Coreia do Norte exemplo vivo desta
realidade. Todavia de acordo com Chellaney (2011), aponta-se uma questo importante, os
Estados Unidos podem ser forados a reduzir seus ativos na sia reforando a necessidade de
tal mudana poltica, devido a sua necessidade urgente de uma extensa renovao interna para
impedir a eroso do seu poder relativo e cortar seu enorme dficit. Esse imperativo pode levar
a reduzir a sua presena militar permanente na regio da sia-Pacfico.
2. A PERSPECTIVA ESTRATGICO MILITAR NORTE AMERICANA FACE
AO CASO NORTE COREANO: HISTRICO E DESDOBRAMENTOS.
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O inicio das relaes entre a Repblica Popular da Coreia e os Estados Unidos da Amrica
que se deu desde o sculo XIX. De acordo como site do Departamento de Estado dos Estados
Unidos da Amrica podemos obter a seguinte informao: Os Estados Unidos e a Dinastia
Joseon da Coria estabeleceu relaes diplomticas com o Tratado de Paz, Amizade,
Comrcio e Navegao de 1882, e seu primeiro enviado diplomtico dos EUA chegou na
Peninsula da Coreia em 1883. As relaes entre EUA-Coreia continuou at 1905, quando o
Japo tomou a direo sobre os assutos estrangeiros coreanos. Em 1910, o Japo comeou um
perodo de domnio colonial sobre a Coreia, devido a sua importncia econmica, que
permaneceu como colnia por 35 anos. Aps a rendio do Japo em 1945, no final da II
Guerra Mundial, a pennsula coreana foi dividida no paralelo 382, em duas zonas de ocupao,
com os Estados Unidos no sul do pas e a Unio Sovitica no Norte3. Essa diviso da
pennsula deu-se devido ao receio dos Estados Unidos de que a Unio Sovitica, pudesse
ocupar toda a pennsula (OLIVEIRA, 2009). Esperanas iniciais de um sistema unificado,
independente da Coreia no foram realizados, e, em 1948, foram estabelecidas duas naes
distintas - a Repblica da Coria (Coria do Sul), no Sul, e a Repblica da Coreia Popular
Democrtica (RPDC) no Norte4.
Na tentativa de unificao das Coreias, em junho de 1950, tropas norte-coreanas
invadiram o Sul, dando incio Guerra da Coreia. (OLIVEIRA, 2009). Depois do fracasso
desta guerra que tinha por objetivo conquistar a Repblica Coreia do Sul (ROK) que
apoiada pelos Estados Unidos, a Coreia do Norte (RPDC), sob seu fundador Presidente Kim Il
Sung, adotou uma poltica de "auto-suficincia" como uma aliada para impedir influncia
externa. A RPDC tinha os EUA como a maior ameaa ao seu sistema social atravs da
propaganda financiada pelo Estado, e suas polticas pblicas, econmica e militar cujo
objetivo central da eventual unificao da Coria sob o controle de Pyongyang5.
Contudo, pode-se considerar o relacionamento Coria do Norte e Estados Unidos como
herana da Guerra Fria (OLIVEIRA, 2009).
De acordo com Venncio (2012) ainda em 1950 o Conselho de Segurana, expediu uma
Resoluo, onde por meio dela agradeceu o eficiente apoio fornecido pelo Governo dos EUA
e integrantes das Naes Unidas para Repblica da Coreia, na defesa do ataque armado e na
2 Paralelo 38 N uma linha imaginria que est a 38 graus ao norte da Linha do Equador.
3 U.S. Departament of State Diplomacy in Action. U.S. Relations With North Korea. Disponvel em:
acessado em: 23 de julho de 2013. 4 U.S. Departament of State Diplomacy in Action. U.S. Relations With North Korea. Disponvel em:
acessado em: 23 de julho de 2013. 5 The World Factbook. Central Intelligence Agency. Disponvel
em: acessado em: 07.agos.2013.
https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/kn.html
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busca da restaurao da paz e da segurana internacional. Da mesma forma, autorizou o
Comando Unificado a utilizar a bandeira das Naes Unidas durante as operaes contra as
foras norte coreanas e solicitou aos Estados Unidos que enviassem relatrios do curso das
aes tomadas no Comando. Todavia pode-se destacar essa atitude, que ressalta a influncia
dos Estados Unidos na conformao das decises.
A paz na pennsula coreana foi adiada por cerca de dois anos. Em meados de 1951 ambos
os lados perceberam que a vitria s seria alcanada a um preo que ambos no estavam
dispostos a pagar. Aps o desgaste provocado pela luta e a insatisfao com um conflito que
parecia interminvel, sem vencedores, levou s duas Coreias a um cessar fogo (SANDLER,
2009, p. 25, apud VENNCIO, 2012, p.273). Sendo esta trgua possvel aps um tratado de
armsticio, que compreendeu ajustes entre os beligerantes para a cessao temporria das
hostilidades.
Pode-se considerar a relao da Coreia do Norte versus Coreia do Sul como um conflito
estagnado no tempo. Segundo Lee (2012) a Coreia do Norte usou um nvel elevado de fora
contra a Coreia do Sul a partir do final de 2009 at 2010, sendo a agressividade da Coreia do
Norte canalizada para a Coreia do Sul (em vez de ser para os Estados Unidos). Mesmo no
havendo uma confrontao direta para os EUA, nota-se que uma forma de enfrent-lo
indiretamente, devido ao conhecimento de que os norte-americanos exercem influncia sobre
Seul.
Em novembro de 2009, um navio da marinha norte-coreano abriu fogo contra os
navios de guerra sul-coreano perto Daecheong Island, que pertence ao Sul e fica na
costa norte-coreana. Ento, em maro de 2010, um submarino norte-coreano lanou
um torpedo ataque secreto contra a corveta sul-coreana Cheonan, afundando-o e
matando 46 marinheiros. Em novembro de 2010, a artilharia da Coreia do Norte
bombardeou instalaes militares e reas civis em Yeonpyeong ilha da Coreia do
Sul, matando dois fuzileiros navais e dois civis, e ferindo dezenas de pessoas. (Este
foi o primeiro ataque direto ao territrio sul-coreano desde a Guerra da Coria.).
(LEE, 2012: 103)
Estagnado no tempo no sentido de que nos dias atuais vivenciamos conflitos entre essas
duas naes e no se chega a um verdadeiro acordo de paz. Segundo Han (2009) na viso de
Pyongyang apenas Washington poderia estabilizar a relao nessa regio, servindo como
intermedirio nas relaes potencialmente contenciosas entre a Repblica Popular
Democrtica da Coreia (RPDC) e Repblica da Coreia (ROK).
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2.1 Posicionamento do governo Norte Coreano frente a grande estratgia norte
americana.
A Coreia do Norte apresenta um alvo principal para a doutrina estadunidense adotada pelo
governo Bush e que vem sendo observada no governo Obama. A RPDC parte do que o
presidente George W. Bush chamou em Washington de "eixo do mal". Que cometeu atos
terroristas no passado, e possui um arsenal nuclear, podendo chantagear ou atacar os Estados
Unidos e seus aliados (LEE, 2006).
Contudo diversas especulaes so realizadas, porm quase nunca se obtm xito, sobre
as possveis evolues da postura internacional da Coreia do Norte (RODRIGUES, 2009). O
comportamento da Coreia do Norte chama para um ataque militar dos EUA para impedir a
aquisio de um arsenal nuclear. No se tem conhecimento do real cenrio potencial da
Coreia do Norte e um confronto diplomtico permanece sem soluo. Esta incongruncia da
retrica poltica representa um enigma interessante: Por que os Estados Unidos, em
contradio com a sua doutrina articulada, no travou uma guerra preventiva contra a Coreia
do Norte?
Defendo que o uso preventivo (ou o que a administrao Bush chama de
"preventivo") da fora pelos Estados Unidos contra a Coreia do Norte continua a ser
muito improvvel, principalmente porque as nicas estratgias disponveis para
Washington nesta situao so aquelas de atrito. (LEE, 2006: p.2, Traduo livre)
Os Estados Unidos ainda no usou de uma guerra preventiva, apesar do conhecimento
do armamento nuclear Norte Coreano. De acordo com Lee (2006) adotaram oficialmente essa
doutrina de guerra preventiva, aps os ataques de 11 de setembro e a crescente proliferao
nuclear. A Estratgia de Segurana Nacional de 2002 dos Estados Unidos relata que o pas
deve estar preparado para parar estados desonestos e seus terroristas antes que eles sejam
capazes de ameaar ou usar armas de destruio em massa. O governo dos EUA justificou a
sua maior nfase em aes preventivas sobre o fundamento de que a conteno no possvel
quando ditadores desequilibrados com armas de destruio em massa podem entregar as
armas em msseis ou secretamente fornec-los aos aliados terroristas.
Conforme Rodrigues (2009) esperava-se que a Coreia do Norte aproveitasse a
administrao Obama para dialogar, porm, o caminho escolhido, mais a afasta dessa
possibilidade e da hiptese de converter o atual armistcio que ps fim Guerra da Coreia
num Tratado de Paz, desde a administrao Clinton e Bush entende-se que o programa
nuclear norte-coreano era instrumento de negociao.
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Pode-se observar nestes ltimos meses testes nucleares efetuados pela RDPC de forma
admirvel, sem medo das represlias norte americana, uma afronta a potncia mundial.
Apesar de todas as suas vantagens materiais, os Estados Unidos podem no estar confiantes
de que uma guerra iria derrotar a Coreia do Norte com nveis aceitveis de perdas e despesas,
mesmo que a Coria do Norte no tenha a quantidade de armas nucleares que se acredita
(LEE, 2006). No entanto, de acordo com Han (2009) especulaes de especialistas norte-
americanos e sul-coreanos sobre a Coreia do Norte afirma que o uso de armamento nuclear
por Pyongyang tem a inteno de exigir a ateno de Washington para iniciar negociaes
bilaterais e, eventualmente, normalizar as relaes com os norte-americanos.
Existia uma previso de que a Coreia do Norte iria provocar um agravamento de
tenses na pennsula coreana, no porque o regime queira a guerra, mas porque quer ganhar
uma posio de vantagem para depois negociar com os EUA a assinatura de um acordo de paz
que substitua o armistcio de 1953. Porm no se esperava que os seus dirigentes os levasse
por um caminho de irracionalidade e irresponsabilidade nunca visto anteriormente e
dificilmente imaginvel (RODRIGUES, 2013).
3. A QUESTO DO ARMAMENTO NUCLEAR E SUAS ANALISIS SOB UMA
PERSPECTIVA REALISTA
A histria do programa nuclear norte-coreano data de 1986, quando comea a operar o
reactor nuclear de Yongbyon, construdo com o apoio da Unio Sovitica. O anncio de que a
Coreia do Norte se preparava para se retirar do Tratado de No-Proliferao (TNP), levaria a
Administrao Clinton a aceitar os termos de um acordo negociado por Jimmy Carter em
1994, segundo o qual o regime de Kim Il-Sung se comprometia a no prosseguir com o seu
programa nuclear, em troca do fornecimento pelos Estados Unidos de 500 mil toneladas de
petrleo pesado por ano para fins energticos civis. (BOTELHO, 2008)
O programa nuclear norte-coreano tem uma importncia econmica para o pas e o
desenvolvimento do seu arsenal nuclear tem sido um projeto em longo prazo, onde as
negociaes de desnuclearizao tem seguido um padro cclico em que o a Coreia do Norte
tem provocado crises para fazer novas demandas e ganhar vantagem nas negociaes
(HABIB, 2011). Utilizando-se do seu comportamento como uma moeda de troca.
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Em 2003, depois de exposto o programa nuclear clandestino norte-coreano e de
Pyongyang ter sido includa no campo do eixo do mal, o pas abandonaria definitivamente o
(TNP) e retomaria abertamente o seu programa nuclear que culminaria no anncio, em 2005,
de que j possua armas nucleares, declarao corroborada pela conduo de um teste nuclear
subterrneo. (BOTELHO, 2008)
Em maio de 2009 a Coreia do Norte realizou outro teste nuclear, seu segundo desde
outubro de 20066. Demonstrando, assim, que Pyongyang no tem inteno de abandonar seu
programa nuclear.
Durante as administraes Clinton e Bush, considerou-se que o seu programa nuclear era,
sobretudo, um instrumento de negociao, visando a obteno das ajudas necessrias para
evitar a entrada do regime em colapso. Contudo as carncias se mantiveram, em vez de
conceder o que lhes dariam acesso a outras ajudas, optaram por consolidar o status de
potncia nuclear. sob essa perspectiva que se encara o teste nuclear de Maio de 2009 que
parece querer tirar as dvidas dos que tinham considerado pouco credvel o rebentamento de
2006, dada a sua baixa potncia (RODRIGUES, 2009). Demonstrando, assim, que o objetivo
de Pyongyang no mudou, em decorrncia do ltimo teste nuclear realizado.
A Coreia do Norte tem demonstrado uma agressividade maior desde o final de 2009.
Segundo Lee (2012) a causa do uso da fora foi motivada pela frustrao por parte dos lderes
norte-coreanos que no tiveram suas expectativas cumpridas, no perodo de sucesso do
governo de Lee Myung-bak da Coreia do Sul que no cumpriu com os benefcios que seus
antecessores haviam prometido e entregue ao regime de Kim Jong-il como tambm a
insatisfao com a administrao Obama que no conseguiu satisfazer as elevadas
expectativas de Pyongyang sobre negociaes diretas e avanos diplomticos.
De acordo com Dimitrova (2011) os analistas polticos continuam tentando definir a
doutrina Obama em termos de poltica externa e de segurana nacional, onde a cada discurso
ou tomada de deciso caracterizado como: a doutrina Obama ou que sua posio de
quem tomou emprestada a doutrina Bush.
Em 2010 ocorreu um ataque militar ordenado por Pyongyang contra um territrio
governado por Seul. O ataque atingiu a ilha de Yeonpyeong, perto da fronteira, no Mar
6 International Crisis Group Working to Prevent Conflict Wolrdwide. Shades of Red: Chinas Debate Over North
Korea, Asia Report N179 2 Nov 2009. Disponvel em:
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Amarelo, chegando a quatro o nmero de mortos, dois civis e dois militares. Diante deste
episdio o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak:
...falou por telefone com os lderes dos EUA, Japo, Alemanha e
Reino Unido sobre o ataque norte-coreano, mas no fez declaraes
pblicas sobre o tema. O presidente dos EUA, Barack Obama,
reafirmou o apoio de Washington Coreia do Sul7.
Dando continuidade aos seus testes, a Coreia do Norte realizou em 12 de fevereiro deste
ano mais uma exploso nuclear. Ocasionando um impacto negativo sobre a segurana do
Nordeste da sia. O teste nuclear foi desafiando at mesmo a China sua suposta aliada. Isso
aconteceu poucas horas antes de Barack Obama proferir o pronunciamento quanto ao seu
segundo mandato como presidente, no entanto, a Coreia do Norte insistiu numa "medida de
autodefesa" contra "hostilidade contnua" pela Amrica. Sendo ameaadores, ao informar que
tomariam medidas mais fortes8.
Os principais responsveis pelo regime coreano mantm esse comportamento hostil
afetando no apenas seu alvo, mas, indiretamente outros pases da regio, assim gerando
uma insatisfao entre seus vizinhos, como o caso da China que mesmo tendo uma relao
de interdependncia com a Coreia do Norte, que no entra numa situao de colapso graas a
ajuda alimentar que a China d, dentre outros programas das Naes Unidas.
Conforme reportagem do The Economist, segue discurso de Obama:
Em seu discurso, Obama prometeu ao. Ele disse que a Amrica estaria por seus
aliados na regio e reforar as suas defesas antimsseis. No entanto, os meios para
disciplinar a Coreia do Norte so limitadas. Para comear, no importa o quo
isolado do regime, Kim Jong Un, o jovem ditador, no cargo h pouco mais de um
ano, parece ter herdado de seu pai e seu av a convico de que a capacidade nuclear
uma estratgia de sobrevivncia no negocivel. Isso faz com que o objetivo da
desnuclearizao, uma premissa para qualquer compromisso americano renovado
com a Coreia do Norte, parece um sonho, pelo menos por enquanto o regime
sobrevive. Se a Coria do Norte define qualquer loja pelas negociaes de seis
partes paralisadas convocada pela China e incluindo a Rssia, Coreia do Sul, Japo e
7 Estado.com.br. Aps ataque, Coreia do Sul corta ajuda humanitria a Pyongyang. Disponvel em:
Acessado em: 28/08/2013. 8 The Economist. Disponvel em: acessado em: 16/08/2013.
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,apos-ataque-coreia-do-sul-corta-ajuda-humanitaria-a-pyongyang,644555,0.htmhttp://www.estadao.com.br/noticias/internacional,apos-ataque-coreia-do-sul-corta-ajuda-humanitaria-a-pyongyang,644555,0.htm
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Amrica, ser como um frum para a negociao no fora a sua capacidade, mas por
reconhecer o Norte como uma potncia nuclear9. Traduo livre.
3.1. A Coreia do Norte foi capaz de conter a perspectiva estratgico militar norte-
americana.
A Coreia do Norte mesmo com armas nucleares, ainda no pode vencer uma grande
guerra sobre o Sul e os Estados Unidos (LEE, 2007). Porm seu comportamento provocativo
incita uma reao. Aps o teste nuclear realizado em fevereiro do presente ano e ameas de
novos lanamentos, John Kerry, secretrio de Estado dos EUA, alertou a Coreia do Norte de
que testar um mssil de mdio alcance seria um "enorme erro", e que Washington jamais
aceitaria o pas comunista como uma potncia nuclear10
. Mesmo diante do poderio blico
norte-americano ser considervel em relao ao da Coreia do Norte, ela est conseguindo
evitar uma guerra preventiva, pois, Washington no lutou uma guerra preventiva contra a
Coreia do Norte, apesar da movimentao no pas em se armar com armas nucleares e do seu
histrico de estratgias de atrito.
Talvez Washington esteja temendo algum possvel comportamento por parte de
Pyongyang, que diante da sua condio econmica venha vender sua tecnologia nuclear e de
materiais para os terroristas e outros possveis malfeitores. Este cenrio uma das
preocupaes dos Estados Unidos, que levando em conta ameaas e aes passadas, onde, a
Coria do Norte vendeu msseis balsticos e de hexafluoreto de urnio de naes islmicas,
incluindo o Ir, Lbia e Paquisto. Alm disso, a Coreia do Norte teria ameaado exportar
weapons. (LEE, 2006).
Se o desenvolvimento nuclear da Coreia do Norte, no for controlado, possvel o
desencadear de uma corrida armamentista nuclear na regio estrategicamente importante do
nordeste da sia (LEE, 2007). Assim podemos concluir que a Coreia do Norte tomou uma
posio de um pas com poder militar substancial sem medo das retaliaes norte-americana e
at o momento pode-se considerar que est conseguindo conter um ataque preventivo militar
norte-americano.
9 The Economist, Disponivel em: acessado em: 16/08/2013. 10
Estado.com.br. Coreia do Norte pode cometer 'grande erro' se lanar mssil, diz Kerry. Disponvel em:
Acessado em: 28/08/2013.
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Muitos pases asiticos, ainda acreditam que possvel encontrar uma maneira
diplomtica de desarmar a Coreia do Norte o ex-presidente sul-coreano Roh Moo-hyun que
esteve no governo at 25 de fevereiro de 2008 argumentou que o programa nuclear norte-
coreano numeroso aos passos da produo de um arsenal operacional significativo. Ele
tambm exps que o programa representa um problema a longo prazo ao invs de uma
ameaa imediata, permitindo, assim, tempo suficiente para a comunidade internacional buscar
uma soluo negocivel para frear o desenvolvimento de armas nucleares (LEE, 2007, apud,
Roh 2006b).
Devido ao insucesso da primeira estratgia lanada por Obama, proferida, mas
entregue com resultados polticos no satisfatrios, pois, visava reduzir compromissos que os
Estados Unidos possussem no exterior, diminuindo assim seu dficit atravs da transferncia
de encargos para parceiros globais. O presidente partiu para sua segunda estratgia que
projetava uma poltica externa de reequilbrio e lanava sua ateno para sia.
Barack Obama no seu anuncio em 5 de janeiro de 2012 anunciou, Nossa nao vive
um momento de transio, e sua estratgia de defesa para os Estados Unidos, prev a
reduo do Exrcito e o fim de algumas misses de combate tendo como meta concentrar-se
em particular na sia e no Pacfico, com sua ateno voltada para: ciberguerra, operaes
especiais e o controle dos mares. A fora inter aliada norte-americana ficar mais leve,
precisou o secretrio de Defesa, Leon Panetta, mas ela ser mais gil e flexvel, pronta a se
introduzir rapidamente, inovadora e tecnologicamente aperfeioada11
.
A mudana do olhar de Washington dar-se diante de novos possveis conflitos
potenciais, com a Coreia do Norte, dentre outros, assim, como a afirmao crescente na
economia da China. Todavia de acordo com Mearsheimer (2001) o sistema internacional
molda fortemente o comportamento dos estados.
Essa poltica que visa constituir uma fora militar mais restrita, porm bem adaptada
aos futuros perigos potenciais, pode ser percebida como uma resposta pragmtica a um
contexto econmico e geopoltico em movimento. Confrontados ao aparecimento de rivais
ambiciosos e a eroso de seu status de nica superpotncia, os Estados Unidos buscam
eternizar a supremacia mundial mantendo sua superioridade nos conflitos decisivos e nas
11
Le Monde Diplomatique Brasil, Disponvel em:
, acesso em: 18/08/2013.
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zonas-chave do globo, como: nas periferias martimas da sia, segundo um arco que se
estende do Golfo Prsico ao Oceano ndico, passando pelo Mar da China e o noroeste do
Pacfico12
. Mearsheimer (2001) ressalta que a violncia prolongar-se- pelo novo milnio e as
esperanas de paz perdem suas foras, j, que as grandes potncias competem pelo poder,
pois, seu fim o alcance dominante sobre os outros Estados.
3.2. A dissuaso nuclear decisiva para a Coreia do Norte se comportar como uma
potncia no cenrio internacional.
A proliferao de armas de destruio em massa e seus meios de lanamento
constituiro a maior ameaa segurana mundial para o resto de nossas vidas.
(KRAUTHAMMER, 1991). No entanto, h cerca de quarenta anos atrs cinco pases
possuiam armas nucleares, todavia, este numero tem crescido, com a possvel exceo do Ir,
nenhuma dessas potncias nucleares representa um grave e desafiante problema para a
segurana regional e os interesses dos EUA como a Coreia do Norte (RICH, 2012).
A Proliferao nuclear tem grande relevncia para pases politicamente ambiciosos,
que tm demonstrado certa insensibilidade aos riscos e custos Coreia do Norte, Iraque e Ir se
enquadram nesta categoria. Um ponto importante que eles esto sendo observados, e que os
EUA pretendem resistir a quaisquer ambies nucleares que possam ter (POSEN e ROSS,
1996; 1997).
Sendo o poder a mola propulsora das grandes potncias e por ele que os Estados
competem desejando-o cada vez mais, nunca bastando o poderio j adquirido, pois, de acordo
com o realismo ofensivo, a fora garante segurana, porm, a maior fora a melhor garantia
de segurana. A Coreia do Norte mesmo diante de sua escassez ou nenhuma fonte de recursos
naturais e praticamente em falncia econmica e financeira, parece apostar no nuclear como
forma de garantir que no ser invadida nem que o regime ser mudado por influncia
exterior.
Segundo Mearsheimer (2001) de acordo com sua teoria do realismo ofensivo as
grandes potncias se consagram maximizao da sua cota de poder mundial, no por isso
pode-se considerar que este venha sendo o objetivo no decorrer dos anos da Coreia do Norte,
conquistar a hegemonia na sia, assim, possuir capacidade para dominar outros pases.
12
Le Monde Diplomatique Brasil, Disponvel em: http://www.diplomatique.org.br/print.php?tipo=ar&id=1117,
acesso 18/08/2013.
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Contudo para Mearsheimer (2001) nenhuma potncia teve ou provvel que venha a
ter capacidade para se tornar um estado hegemnico global, assim o desejo das grandes
potncias conquistarem a hegemonia regional e impedir a ascenso de adversrios em outras
reas do globo, em suma os estados que conquistam a hegemonia regional atuam como
equilibradores externos em outras regies. Assim a Coreia do Norte est utilizando das suas
foras para eliminar possveis ameaas advindas principalmente dos Estados Unidos, tentando
se estruturar militarmente mesmo diante de sua fragilidade econmica e atuando como um
hegemon na sua regio.
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CONSIDERAES FINAIS
Este artigo contextualiza as grandes estratgias norte americanas adotadas para sia,
especificamente para a Coreia do Norte que marcaram o sculo XX e o cenrio de diversos
conflitos internacionais, travados ao longo do perodo. Diante de tal fato surgiu a necessidade
dos Estados Unidos de repensarem a sua poltica de segurana nacional. Fez-se uma breve
anlise acerca das grandes estratgias: neo-isolacionismo, engajamento seletivo, segurana
cooperativa e primazia. Constatam-se inovaes, adaptaes e mudanas de alvo nas
estratgias da poltica externa do governo Obama, que no inicio de 2010 voltou-se para sia,
cuja busca era colocar em prtica um relacionamento multilateral com outros pases visando
reduzir compromissos e transferir encargos para parceiros globais, que devido o insucesso
desta estratgia passou-se a projetar uma poltica de reequilbrio das relaes entre os pases,
no sendo possvel identificar claramente sua estratgia para a Coreia do Norte.
As estratgicas produzem conselhos diferentes e muitas vezes no so to explcitas
sob quando os EUA deveriam usar a fora, abrangendo diversas teorias que compartilham a
ideia de que os Estados so motivados pelo desejo de poder e segurana, tanto militar quanto
econmico. Ento utiliza-se o realismo ofensivo cuja vertente terica acredita que os Estados
no esto satisfeitos com uma determinada quantidade de poder, mas buscam a hegemonia
(maximizao de sua parcela de poder no mundo), para segurana e sobrevivncia, ento
diante desta linha de pensamento buscou-se analisar o comportamento da Coreia do norte.
O inicio das relaes entre a Repblica Popular da Coreia e os Estados Unidos da Amrica
deu-se desde o sculo XIX, onde no final da II Guerra Mundial ocorreu a diviso da pennsula
coreana em duas zonas de ocupao, com os Estados Unidos no sul do pas e a Unio
Sovitica no Norte, por conseguinte em 1950 ocorreu a Guerra da Coreia, assim, as
hostilidades entre esses pases nunca ganharam um ponto final. Nota-se que tal
relacionamento e suas conturbaes so frutos da Guerra Fria.
Diante dos desafios enfrentados pela Coreia do Norte, tendo que lidar com disputas
territoriais, heranas histricas que pesam sobre a relao global entre os principais estados da
sia e os EUA. Ressalta-se a relevncia da proliferao de armas de destruio em massa e
seus meios de lanamento que constitui uma ameaa segurana mundial.
Todavia constata-se que a Coreia do Norte consegue inibir a poltica externa norte
americana no campo da segurana militar no que tange a no ecloso de uma guerra
preventiva, possvel levantar algumas hipteses para este comportamento dos EUA,
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percebe-se que os norte-americanos no querem contrariar a emergente potncia econmica
asitica, China.
No entanto atravs do comportamento agressivo da Coreia do Norte diante dos testes
nucleares realizados pela mesma agindo como um hegemon que busca incessantemente a
ampliao do seu arsenal nuclear, consequentemente a maximizao de poder global, percebe-
se que possvel fazer uma leitura deste comportamento norte-coreano a luz do realismo
ofensivo, pois, para Mearsheimer (2001) a Coreia do Norte uma potncia irracional que,
sedo detentora de um arsenal nuclear torna possvel a ecloso de uma guerra. Em suma,
atravs desta teoria conclui-se que uma situao onde os EUA se mantm de forma
estacionria, e que outros Estados se mantm inativos, no pode ser real. No entanto
denota a dominncia da Coreia do Norte como um Estado hegemnico mantendo uma posio
de potncia nuclear. Situao onde os outros Estados aguardam condies mais favorveis
para siti-lo e destronarem-no de sua posio.
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ABSTRACT
This article aims to contextualize generally and briefly the grand strategies adopted in the
U.S. foreign policy in the field of military issue in the Clinton, Bush and Obama, whose focus
turns specifically to the strategies adopted under President Barack Obama. Through the
analysis of foreign policy in the military, whose prospect is toward Asia, seeks to understand
the relationship between the United States and North Korea. These countries have some
adversity due to a past conflicted because, after the division of the Korean Peninsula in the
twentieth century in areas of the U.S. occupation and Soviet, both sides claimed sovereignty
over the entire peninsula, which led to the War of Korea in 1950, when North Korea invaded
South Korea, and therefore the Security Council of the United Nations intervened against the
invasion with an army led by the United States. However, despite an armistice in 1953 had
suspended the conflict, the two countries still formally at war. The purpose of this work is to
identify strategic perspective which U.S. military to North Korea and consequently how this
nation has reacted to the actions of the U.S., seeking to understand the reasons behind the
U.S. not to fight a preventive war against Korea North, even before the nuclear arsenal that
the latter owns and conducting another nuclear test earlier this year. It is believed that the
absence of war is associated with the military strategies of the United States to North Korea,
or even aggressive behavior from North Korea that violates the rules of the Security Council
of the United Nations, through the nuclear deterrent and made probably due to this behavior is
able to contain the outbreak of a war with the U.S. Therefore, it is an analysis of the behavior
of North Korea through the offensive realism whose theoretical model considers that the
Member has as its action north to the maximization of power, among other principles that this
theory enables a guarantee of survival, where the state can gain a dominant position over
other states.
KEYWORDS: North Korea. United States. Strategic Studies
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