a perspectiva estratÉgico militar norte...

37
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CAMPUS V MINISTRO ALCIDES CARNEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SOCIAIS APLICADAS BACHARELADO EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS EMMANUELLE ANDRADE PESSOA A PERSPECTIVA ESTRATÉGICO MILITAR NORTE-AMERICANA PARA A COREIA DO NORTE: A QUESTÃO DO ARMAMENTO NUCLEAR JOÃO PESSOA PB 2013

Upload: doantuyen

Post on 25-May-2018

219 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

  • 1

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARABA

    CAMPUS V MINISTRO ALCIDES CARNEIRO

    CENTRO DE CINCIAS BIOLGICAS E SOCIAIS APLICADAS

    BACHARELADO EM RELAES INTERNACIONAIS

    EMMANUELLE ANDRADE PESSOA

    A PERSPECTIVA ESTRATGICO MILITAR NORTE-AMERICANA

    PARA A COREIA DO NORTE: A QUESTO DO ARMAMENTO

    NUCLEAR

    JOO PESSOA PB

    2013

  • 2

    EMMANUELLE ANDRADE PESSOA

    A PERSPECTIVA ESTRATGICO MILITAR NORTE-AMERICANA

    PARA A COREIA DO NORTE: A QUESTO DO ARMAMENTO

    NUCLEAR

    Trabalho de Concluso de Curso - TCC

    apresentado ao Curso de Bacharelado em

    Relaes Internacionais da Universidade

    Estadual da Paraba - UEPB, em cumprimento

    exigncia para obteno do grau de Bacharel

    em Relaes Internacionais.

    Orientador: Prof. Dr. Alexandre Csar da Cunha Leite

    JOO PESSOA PB

    2013

  • F ICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA SETORIAL CAMPUS V UEPB

    P475p Pessoa, Emmanuelle Andrade.

    A perspectiva estratgico militar norte-americana para a Coreia

    do Norte: a questo do armamento nuclear / Emmanuelle Andrade

    Pessoa . 2013.

    37f.

    Digitado.

    Trabalho de Concluso de Curso (Graduao em Relaes

    Internacionais) Universidade Estadual da Paraba, Centro de

    Cincias Biolgicas e Sociais Aplicadas, Curso de Relaes

    Internacionais, 2013.

    Orientao: Prof. Dr. Alexandre Csar da Cunha Leite , Curso

    de Relaes Internacionais.

    1. Poltica externa dos Estados Unidos. 2. Relaes

    Internacionais - Coreia do Norte - Estados Unidos. 3. Estratgia

    militar dos Estados Unidos. I. Ttulo.

    21. ed. CDD 327.73

  • 4

    EMMANUELLE ANDRADE PESSOA

    A PERSPECTIVA ESTRATGICO MILITAR NORTE-AMERICANA

    PARA A COREIA DO NORTE: A QUESTO DO ARMAMENTO

    NUCLEAR

    Trabalho de Concluso de Curso - TCC

    apresentado ao Curso de Bacharelado em

    Relaes Internacionais da Universidade

    Estadual da Paraba - UEPB, em cumprimento

    exigncia para obteno do grau de Bacharel

    em Relaes Internacionais.

    Aprovada em 04/09/2013

  • 5

    DEDICATRIA

    Dedico este trabalho a Deus, minha famlia e

    a todos que no mediram esforos para me

    confortarem com palavras de perseverana,

    nos momentos em que mais precisei durante

    minha caminhada no curso de Relaes

    Internacionais.

  • 6

    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente a Deus, pelo seu grande amor e misericrdia, pelos grandes milagres

    que realizou no decorrer deste ltimo semestre, por ter me dado foras e pela certeza de sua

    presena em minha vida.

    Ao meu pai Jos Fernando de Melo, a minha me Ozanete Pessoa de Melo, a minha

    irm Vitria Pessoa de Melo e a toda minha famlia que sempre esteve na torcida da minha

    Vitria.

    Ao meu av Joo Anatlio Pessoa e a minha av Antnia Andrade Pessoa (in

    memorian), pois, embora fisicamente ausentes, encontrar-se-o sempre presentes em minha

    vida.

    Ao meu orientador, o Prof. Dr. Alexandre Csar Cunha Leite, por ter dedicado seu

    precioso tempo a me orientar, por todo ensinamento e ajuda, fatores que muito contriburam

    para a concluso deste trabalho.

    Aos professores (a) Dr.Henrique Altemani de Oliveira e Dr Ana Paula Maielo, por

    terem aceitado o convite em participar da banca avaliadora e por todo ensinamento que me

    passaram.

    A todos os meus colegas de curso pelo companheirismo durante nossa caminhada

    acadmica, em especial aos meus amigos (a) Jane Eyre M. D. F. Fernandes, Daniella Luna F.

    de Arajo, Jeane S. de Freitas e Flaviano Fagner que disponibilizaram o seu precioso tempo

    para me ajudar em diversas reas da minha vida.

    Ao meu namorado Joo Paulo pelo apoio constante e compreenso, principalmente

    nos momentos em que estive prestes a me desanimar .

    Aos os professores do curso de Relaes Internacionais da UEPB, por toda dedicao

    e pelos ensinamentos ao longo do curso.

    A todos os funcionrios da UEPB, em especial s secretrias Sandra Maranho e

    Kaline Barbosa, pela presteza e carinho no atendimento.

    UEPB e a todos aqueles que contriburam, de maneira direta ou indireta, para a realizao

    deste trabalho.

  • 7

    O equilbrio de foras convencionais seria

    essencialmente irrelevante caso emergisse um

    hegemon nuclear. (MEARSHEIMER, 2001: 23)

  • 8

    A PERSPECTIVA ESTRATGICO MILITAR NORTE-AMERICANA

    PARA A COREIA DO NORTE: A QUESTO DO ARMAMENTO

    NUCLEAR

    PESSOA, Emmanuelle Andrade1.

    Orientador: Prof. Dr. Alexandre Csar Cunha Leite

    RESUMO

    Este artigo almeja contextualizar de forma geral e sucinta as grandes estratgias adotadas na

    poltica externa norte-americana no campo da questo militar nos governos Clinton, Bush e

    Obama, cujo foco volta-se especificamente para as estratgias adotadas no governo de Barack

    Obama. Atravs da anlise de poltica externa no mbito militar, cuja perspectiva voltada

    para sia, busca-se compreender a relao existente entre Estados Unidos e Coreia do Norte.

    Estes pases possuem certa adversidade, devido a um passado conflituoso, pois, aps a diviso

    da Pennsula Coreana no sculo XX em zonas de ocupao norte-americana e soviticas,

    ambos os lados reivindicaram soberania sobre toda a pennsula, o que os levou Guerra da

    Coreia em 1950, em que a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul, e por conseguinte o

    Conselho de Segurana das Naes Unidas interveio contra a invaso com uma tropa liderada

    pelos Estados Unidos. No entanto, apesar de um armistcio em 1953 ter suspendido o conflito,

    os dois pases formalmente continuam em guerra. A proposta deste trabalho consiste em

    identificar qual a perspectiva estratgico militar norte-americana para a Coreia do Norte e

    consequentemente como esta Nao tem reagido diante das aes dos EUA, buscando

    entender as razes que motivam os EUA a no lutarem uma guerra preventiva contra a Coreia

    do Norte, mesmo diante do arsenal nuclear que esta ltima possui e da realizao de mais um

    teste nuclear no incio deste ano. Acredita-se que a ausncia de guerra esteja associada s

    estratgias militares dos EUA para a Coreia do Norte, ou, ainda, ao comportamento agressivo

    da Coreia do Norte que infringe as normas do Conselho de Segurana das Naes Unidas,

    atravs da dissuaso nuclear efetuada e que provavelmente devido a este comportamento vem

    conseguindo conter a ecloso de uma guerra com os EUA. Para tanto, faz-se uma anlise do

    comportamento da Coreia do Norte atravs do realismo ofensivo cuja vertente terica entende

    que os Estados tem como norte para sua ao a maximizao de poder, dentre outros

    princpios que para esta teoria possibilitam a garantia da sobrevivncia, onde o Estado pode

    conquistar uma posio dominante sobre os outros Estados.

    PALAVRAS-CHAVE: Coreia do Norte. Estados Unidos. Estudos Estratgicos

    1 Graduanda em Relaes Internacionais pela Universidade Estadual da Paraba.

    E-mail: [email protected]

    mailto:[email protected]

  • 9

    INTRODUO

    As relaes entre Coreia do Norte e Estados Unidos so de adversidade, devido a um

    passado conflituoso, pois, aps a diviso da Pennsula Coreana no sculo XX em zonas de

    ocupao norte-americana e soviticas, ambos os lados reivindicaram soberania sobre a

    pennsula inteira, o que levou as Coreias a entrarem em conflito, dando incio Guerra da

    Coreia em 1950, que ficou marcada pela intensidade e violncia que assolou a pennsula, onde

    a Coreia do Norte invadiu a Coreia do Sul. O Conselho de Segurana das Naes Unidas

    (ONU) interveio contra a invaso com suas tropas lideradas pelos Estados Unidos. Ento, a

    Coreia permaneceu dividida com dois projetos polticos distintos. Em 1953 um armistcio

    suspendeu o conflito, porm os dois pases formalmente continuam em guerra at os dias

    atuais. Diante do breve histrico de conflitos entre estes pases, busca-se neste artigo

    contextualizar de forma sucinta as grandes estratgias da poltica externa norte americana no

    mbito da questo militar. No entanto o foco de anlise volta-se para a estratgia aplicada

    durante o governo de Barack Obama especificamente para a Coreia do Norte, buscando

    entender a atual relao existente entre estes dois pases, tendo em vista que provavelmente

    neste sculo XXI, o olhar norte-americano esteja voltando-se para sia.

    A concepo desta pesquisa deu-se em meio percepo da importncia de anlise da

    estratgia adotada na poltica externa norte-americana no mbito militar pelo governo Obama

    diante da dissuaso nuclear efetuada pela Coreia do Norte e os conflitos vivenciados por estas

    naes. Considerando o reflexo de tais comportamentos no cenrio internacional, o recente

    teste nuclear realizado no ano corrente chama ateno da comunidade internacional, haja vista

    que pe em risco a vida humana. Ademais, ressalta-se a importncia da administrao do

    presidente Obama que teve sua gesto nomeada como governo da esperana, contrria a

    administrao anterior do ex-presidente Bush conhecida enquanto governo do terror.

    Portanto, o trabalho intenta trazer uma contribuio para o estudo da relao EUA - Coreia do

    Norte, destacando as possveis causas de tais conflitos, bem como sua importncia no mbito

    da atual conjuntura internacional e a questo do armamento nuclear que retoma sua evidncia

    no atual governo de ambos os pases analisados.

    Optou-se neste estudo pelo marco temporal compreendido no perodo em que Barack

    Obama assume a presidncia dos Estados Unidos (2009 at os dias atuais). Considerando-se

    nesse eixo temporal, a poltica externa militar aplicada no governo Obama para sia, em

    especial para o Norte da Coreia, e o comportamento agressivo desta nao diante do

    posicionamento estratgico militar norte-americano, suas divergncias polticas e a busca por

    poder.

  • 10

    Surge nesse sentido, o ponto de partida desse trabalho apresentando-se na seguinte

    questo: quais so as estratgias militares adotadas pelos EUA para a Coreia do Norte? E se a

    posio Norte Coreana em realizar testes nucleares uma resposta para aos EUA? Assim,

    pode-se considerar que a Coreia do Norte tem se comportado de forma agressiva, pois, de

    acordo com Mearsheimer (2001) uma nao como a Coreia do Norte detentora de um arsenal

    nuclear considerada uma potncia irracional, logo, provvel a ecloso de uma guerra.

    Desse modo, o lado Norte da Coreia tem conseguido inibir a poltica externa norte-americana

    no campo da segurana militar, evitando que os EUA iniciem uma guerra preventiva? Tal

    ao armada empreendida tem o objetivo de evitar que a outra parte ataque, embora no haja

    evidncia de que o ataque seja iminente ou que esteja sendo planejado. Deste modo, este

    estudo dar-se- a partir do ponto de vista norte americano.

    Nessa direo o presente artigo tem como objetivo geral analisar o comportamento da

    poltica externa dos Estados Unidos, no governo Obama (2009 em exerccio), no campo da

    segurana militar em relao Coreia do Norte e seus possveis desdobramentos, respaldados

    na teoria designada por Mearsheimer de realismo ofensivo, cuja natureza essencialmente

    realista. O realismo ofensivo uma teoria estrutural que, ao contrrio do realismo clssico de

    Hans Morgenthau, acusa o conflito de segurana na anarquia do sistema internacional, e no a

    natureza humana ou as caractersticas de cada uma das grandes potncias. Em contraste com

    outras teorias estruturais realistas, o realismo ofensivo acredita que os Estados no esto

    satisfeitos com uma determinada quantidade de poder, mas buscam a hegemonia

    (maximizao de sua parcela de poder no mundo), para segurana e sobrevivncia, partindo

    do princpio de que o sistema internacional molda fortemente o comportamento dos estados.

    No entanto, esta teoria utilizada no presente estudo, pois, traz um esclarecimento

    considervel quanto ao comportamento agressivo da Coreia do Norte, diante realizao do seu

    teste nuclear efetuado no presente ano.

    Para alcanar tal objetivo, faz-se necessrio estabelecer alguns objetivos especficos.

    Nesse sentido, dentro desse escopo pretende-se: 1) Contextualizar a perspectiva estratgico-

    militar norte americana de forma geral e identificar qual estratgia utilizada para a Coreia do

    Norte; 2) Descrever brevemente o conflito entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul sob

    respaldo da influncia norte americana; e 3) Analisar a questo do armamento nuclear da

    Coreia do Norte e os impactos desse comportamento para a poltica externa norte americana.

    A metodologia aplicada nessa pesquisa ser baseada no mtodo descritivo, analtico,

    bibliogrfico. Sero utilizadas fontes secundrias com pesquisa de literatura especfica da

  • 11

    rea de Relaes Internacionais e das subreas de Segurana Internacional e Poltica Externa.

    Alm do mais, sero realizadas pesquisas em sites oficiais do governo dos EUA, da Coreia do

    Norte e do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da Amrica, assim como sites de

    jornais e trabalhos acadmicos que versem sobre a Poltica Externa norte-americana.

    Em termos estruturais, este trabalho compe-se da presente introduo, trs tpicos

    centrais e das consideraes finais. O primeiro tpico contextualiza a perspectiva estratgico

    militar norte-americana de forma geral, caracterizando e examinado as grandes estratgias

    adotadas na poltica externa no campo da segurana militar nas distintas administraes dos

    EUA com: Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama, com nfase no governo do atual

    presidente, cujo intuito identificar quais estratgias foram adotadas em sua administrao.

    O segundo tpico tem como objetivo percorrer brevemente a histria do conflito entre

    a Coreia do Norte e a Coreia do Sul sob respaldo da influncia norte-americana a partir da

    diviso da Pennsula. Nessa anlise, foi feita uma sucinta abordagem acerca da posio Norte

    Coreana frente grande estratgia norte americana e as motivaes e interesses que pautam

    a relao conflituosa entre EUA X Coreia do Norte.

    J no terceiro tpico, analisar-se- a questo do armamento nuclear da Coreia do Norte

    e os impactos do seu comportamento para a poltica externa norte-americana, como forma de

    manifestar sua insatisfao perante as estratgias aplicadas no campo militar pela

    administrao dos EUA. Nessa seo, as abordagens se constituir-se-o de dois sub-tpicos: o

    primeiro questionando se a Coreia do Norte foi capaz de conter a perspectiva estratgico

    militar dos EUA e, no segundo discutindo-se se a dissuaso do armamento nuclear decisiva

    para a Coreia do Norte se comportar como um hegemon no cenrio internacional, pois o

    objetivo primordial de cada estado maximizar sua cota de poder mundial, o que significa

    conquistar poder alm dos outros estados, cuja finalidade a de se tornar a grande potncia do

    sistema, em suma, um estado hegemnico (MEARSHEIMER, 2001).

    1. A PERSPECTIVA ESTRATGICO MILITAR NORTE AMERICANA:

    CONJUNTURA, CONSIDERAES GERAIS.

    O sculo XX foi marcado por diversos conflitos internacionais. Geraes inteiras se

    criaram sombra de batalhas nucleares globais que, acreditava-se firmemente, podiam

    estourar a qualquer momento e devastar a humanidade (HOBSBAWM, 1994). De acordo

    com Resende (2013) com o fim da Guerra Fria surgiu a necessidade de os Estados Unidos

  • 12

    refletirem sobre suas prioridades e estratgias globais, repensando sua Poltica de Segurana

    Nacional. Ento quatro grandes estratgias e seus argumentos sobre o papel dos EUA no

    mundo so debatidos. Neste artigo busca-se identificar a estratgia aplicada pelos EUA para

    sia, especificamente para a Coreia do Norte.

    As grandes estratgias que se destacam na poltica externa norte-americana so

    chamadas: neo-isolacionismo, engajamento seletivo, segurana cooperativa e primazia. Estas

    foram formuladas com base em algumas questes levantadas por Posen e Ross (1996-1997)

    que tinham como objetivo melhorar o planejamento da poltica externa dos EUA. Pode-se

    considerar tais estratgias como um programa criado pelas autoridades governamentais com o

    objetivo de atingir determinado resultado diante de outros Estados. A anlise das estratgias

    ressalta a importncia do sistema poltico domstico, do modelo institucional dos pases, do

    papel desempenhado pelos governos e da formulao da poltica externa.

    O quadro exposto uma apresentao sumria das quatro vises estratgicas norte-

    americana. Em seguida descreve-se cada umas das quatro estratgias de forma sucinta.

    QUADRO - Perspectivas concorrentes da Grande Estratgia

    NEO

    ISOLACIONISMO

    ENGAJAMENTO

    SELETIVO

    SEGURANA

    COOPERATIVA

    PRIMAZIA

    ncora

    Analtica

    Realismo

    Defensivo

    Mnimo

    Equilbrio de

    poder

    Tradicional do

    Realismo

    Liberalismo

    Realismo

    Mximo /

    Unilateralismo

    Maior

    Problema da

    Poltica

    Internacional

    Evita se

    envolver nos

    assuntos dos

    outros

    Paz entre as

    Grandes

    Potncias

    A

    Indivisibilidade

    da Paz

    A ascenso de

    um Competidor

    sua altura

    Ordem

    Mundial

    Desejada

    Equilbrio de

    poder a

    distncia

    Balana de

    Poder

    Interdependnci

    a Hegemnica

    Dinmica

    Nuclear

    Manter o status

    quo

    Manter o status

    quo Apoia Agresso

    Apoia a

    Agresso

    Concepo dos

    Interesses

    Nacionais

    Estreita Restrita Transnacional Amplo

    Prioridades

    Regionais

    Amrica do

    Norte

    Eursia

    Industrial Global

    Eursia

    Industrial e na

    Regio de

    qualquer

    Potencial Rival

    Proliferao No nosso Preveno Preveno Preveno

  • 13

    Nuclear problema Discriminada Indiscriminada Indiscriminada

    OTAN Retirar

    Manter Transformar e

    Expandir Expandir

    Conflito

    Regional

    Evita

    Conter,

    Interveno

    Discriminada

    Intervir

    Conter,

    Interveno

    Discriminada

    Conflito tnico Evita

    Conter

    Quase

    Interveno

    Indiscriminada

    Conter

    Interveno

    Humanitria

    Evita

    Interveno

    Discriminada

    Quase

    Interveno

    Indiscriminada

    Interveno

    Discriminar

    Uso da fora Autodefesa

    Discriminada Frequente vontade

    Postura de

    Fora

    Fora de

    Autodefesa

    Mnima

    Duas vezes a

    Maior Fora de

    Contingncia

    Regional

    Complexo

    Militar de

    Reconhecimento

    para a Ao

    Multilateral

    Uma Fora

    Padro de Duas

    Potncias

    Fonte: (POSEN e ROSS, 1996-1997: 6). Traduo livre.

    O neo-isolacionismo tem fundamento no realismo, portanto concentra-se no poder,

    apresentando uma viso restrita do interesse nacional norte-americano (a defesa da liberdade,

    propriedade e integridade do povo e do territrio norte-americano). Ao cabo da Guerra Fria

    nenhum Estado teria a capacidade para ameaar a supremacia estadunidense. A poltica

    externa norte-americana deveria ficar distante dos problemas internacionais. O

    comprometimento com instituies internacionais e os conflitos externos deveriam ser

    deixados em segundo plano (GOMES, 2007).

    A segunda grande estratgia o engajamento seletivo, cujos esforos so para assegurar a

    paz entre as grandes potncias. Os EUA devem estar preparados para a manuteno do

    equilbrio de poder entre os principais pases do sistema internacional. Ainda que nenhuma

    delas possa competir militar e ideologicamente com os EUA, a paz entre grandes potncias

    como Rssia, China, Japo e a Unio Europeia de suma importncia para evitar a ecloso de

    uma nova guerra de propores similares aos grandes conflitos do sculo XX, cujos

    desdobramentos podem comprometer toda a estabilidade do sistema (GOMES, 2007).

    O objetivo do envolvimento dos EUA deve ser afetar diretamente a propenso desses

    poderes para ir guerra um com o outro. Essas guerras tm a maior chance de produzir em

    larga escala recurso a armas de destruio em massa, uma experincia global que os EUA

  • 14

    devem tentar evitar. Essa estratgia, ao acentuar a necessidade da manuteno do equilbrio de

    poder entre as grandes potncias, em muito nos remete ao realismo estrutural pregado por

    Waltz (1979).

    Ao considerar que os recursos estadunidenses so finitos, alianas tradicionais e

    organizaes internacionais, como a OTAN, so os veculos mais adequados para a

    perseguio desse objetivo. Conflitos tnicos e intervenes humanitrias tornam-se

    importantes porque suas consequncias podem afetar a balana de poder entre as potncias

    (GOMES, 2007).

    Assim como o neo-isolacionismo, o engajamento seletivo emerge da tradio realista

    da Poltica Internacional e seu foco tambm em grandes concentraes de poder

    (PECEQUILO, 2003). No engajamento seletivo espera-se que o equilbrio dos estados, e que

    as armas nucleares favoream a defesa do status quo. No entanto, engajamento seletivo

    tambm reconhece que o equilbrio pode ser tardio, estadistas podem calcular mal e a

    dissuaso nuclear pode falhar. Dado o interesse em grande poder de paz, as armas nucleares

    dissuadem, e pode-se colocar o peso de foras nucleares estratgicas dos EUA por trs dos

    poderes do status quo (POSEN e ROSS, 1996-1997).

    Na terceira estratgia chamada segurana cooperativa, diferentemente das demais

    estratgias, a nica de matriz liberal. Partindo do pressuposto de que a paz indivisvel,

    EUA teriam um grande interesse na manuteno da mesma e que a sua atuao deveria ser

    pautada pela ao de instituies internacionais, assim como prega a importncia do

    funcionamento dos mecanismos de segurana coletiva (GOMES, 2007). E de acordo com

    Posen e Ross (1996-1997), a segurana cooperativa representa um esforo para superar as

    deficincias da segurana tradicional.

    A quarta e ltima estratgia a primazia. Assim como o engajamento seletivo

    motivada pelo poder e pela paz. O aspecto particular de poder importante, pois, esta

    estratgia afirma que somente uma preponderncia do poder dos EUA garante a paz. A prtica

    pr-Guerra Fria de agregar poder, atravs de coligaes e de alianas, que est na base de

    engajamento seletivo, vista como insuficiente. Paz o resultado de um desequilbrio de

    poder em que as capacidades do Estado so suficientes, operando por conta prpria. No

    basta, uma posio confortvel para o engajamento seletivo. Tanto a ordem mundial e

    nacional de segurana exige que os EUA mantenham a primazia com a qual ele emergiu da

    Guerra Fria (POSEN e ROSS, 1996-1997).

  • 15

    Dentre todas as estratgias, a primazia foi a que conseguiu maior destaque nesse

    perodo. O final da Guerra Fria legou aos EUA a condio de nica superpotncia, e os

    adeptos dessa estratgia argumentavam que o interesse vital do pas seria manter o momento

    unipolar (KRAUTHAMER, 1991).

    Os Estados Unidos precisam da hegemonia para garantir sua segurana ou para ser um

    equilibrador externo. Segundo Layne (2006), durante as ltimas seis dcadas, os EUA tem se

    esforado para ser uma hegemonia extra-regional e os Estados no devem procurar maximizar

    seu poder, apenas maximizar sua segurana. Diante das grandes estratgias abordadas foram

    encontradas caractersticas tanto do realismo ofensivo quanto do defensivo.

    A primazia vai alm da lgica de engajamento seletivo e seu foco na gesto das

    relaes entre as atuais e potenciais futuras grandes potncias. Logo deixa claro que a

    emergncia de um rival deveria ser percebida no apenas como uma ameaa aos Estados

    Unidos, mas a ordem mundial. Por isso, quaisquer aspiraes hegemnicas, de potncias

    regionais ou globais, deveriam ser rechaadas. Todavia, o que chama a ateno nessa

    estratgia a ideia que se apresenta como corolrio necessrio manuteno da guerra

    preventiva, cuja ao armada empreendida com o pretexto de evitar que a outra parte ataque,

    embora no haja evidncia de que o ataque seja iminente ou que esteja sendo planejado.

    (RESENDE, 2013).

    Proponentes da primazia entendem que o papel das organizaes internacionais possui

    pouca relevncia para a manuteno da paz. No obstante, no as descartam, pois podem

    proporcionar ares de legitimidade s aes da superpotncia. Por exemplo, quando o assunto

    interveno humanitria e conflito regional, a proposta semelhante do engajamento

    seletivo: algumas regies so mais importantes que as demais (GOMES, 2007). Por fim, fica

    ilustrado que a primazia, por almejar uma posio hegemnica no sistema internacional, pode

    ser encaixada no que Mearsheimer (2001) cunhou como realismo ofensivo, caracterizado pela

    contnua expanso dos estados rumo preponderncia no sistema internacional.

    Aps a caracterizao das quatro grandes estratgias, sero analisadas as estratgias

    adotadas para poltica externa norte-americana no campo da segurana aplicada para a sia,

    especificamente para a Coreia do Norte. Ser feita uma retrospectiva atravs de uma viso

    geral da administrao Clinton e Bush, se detendo no governo do atual presidente Barack

    Obama, cujas estratgias militares postas em prtica na sua administrao so o foco de

    anlise deste artigo.

  • 16

    A vitria de Bill Clinton foi marcada fortemente por uma campanha voltada para

    temas de cunho domstico. As iniciativas propostas pela primazia e vazadas para a imprensa

    em 1992, no agradaram populao, alm de causar mal-estar aos demais pases (GOMES,

    2007). Tal estratgia no conseguiu ganhar a simpatia da populao. Quando Clinton assumiu

    o governo foi possvel notar a mudana de uma poltica mais coerciva e ideolgica para uma

    perspectiva que enfatizava a cooperao, maiores investimentos e comrcio (HERZ, 2002).

    Identificando, assim, uma poltica voltada para segurana cooperativa.

    Conforme Posen e Ross (1996-1997), a Estratgia de Segurana Nacional de

    Engajamento e Ampliao (1996), a declarao mais completa da viso do governo trazia

    uma linguagem da segurana cooperativa e do engajamento seletivo, alm de uma pitada de

    primazia. O documento revela uma qualidade dialtica, alternando entre a retrica da

    segurana cooperativa e a retrica do engajamento seletivo. O governo adotou uma postura

    declaradamente internacionalista fundamentada em uma concepo ampla de interesses

    nacionais. A expresso "engajamento e alargamento" transmitem tanto o modo como a

    finalidade, ou viso, da estratgia: os EUA devem estar engajados no mundo para ampliar a

    comunidade democrtica de pases de livre mercado.

    O documento ressalta medidas de segurana cooperativa e reconhecem limites para o

    envolvimento dos EUA no mundo, limites impostos por uma avaliao dos interesses

    fundamentais e dos custos e benefcios. Controle de armas inequivocamente abraada como

    parte integrante da estratgia de segurana nacional e vista como cada vez mais multilateral.

    Mas a estrutura de fora do pas deve permitir que os EUA lidem com ameaas no apenas

    multilateralmente, mas unilateralmente. A liderana deve enfatizar a diplomacia preventiva a

    fim de ajudar a resolver problemas, reduzir as tenses e neutralizar os conflitos antes que eles

    se transformem em crises, mas o engajamento deve ser seletivo, concentrando-se em desafios

    que so mais importantes para os prprios interesses (POSEN e ROSS, 1996-1997).

    A administrao Clinton foi forada a um compromisso com a segurana cooperativa

    porque seus propsitos provaram ser muito grandes. A retrica liberal internacionalista que

    acompanha essa estratgia gera uma agenda longa e grandes expectativas de ao. Mas para

    obter sucesso sem o comprometimento do poder dos EUA, ambas as instituies

    internacionais e multilaterais precisam ser fortes e coesas. Uma extensa cooperao

    internacional seria necessria. Clinton em sua administrao descobriu que, embora

    instituies internacionais sejam fracas, as foras da poltica interna norte-americana no so

  • 17

    favorveis de fortalec-las. O governo Clinton tambm descobriu que a cooperao

    internacional no to fcil de arranjar. (POSEN e ROSS, 1996-1997)

    Na cena internacional, alguns estados que pareciam no reconhecer obrigaes de

    comportamento luz das normas internacionais, distinguindo-se, entre outros aspectos, pela

    aquisio, aparentemente irracional, de capacidades no convencionais de ataque a grandes

    distncias. Clinton passou a design-los por rogue states, expresso utilizada para designar

    estados que reprimem o seu povo, ameaam vizinhos, violam tratados internacionais e

    rejeitam ou combatem os valores em que assentam as democracias ocidentais. Nessa

    classificao destacam-se: Ir, Iraque e Coreia do Norte (RODRIGUES, 2007).

    Em seguida, a chegada de George W. Bush presidncia foi conturbada, aps

    acusaes de fraude eleitoral que levaram o pleito somente a ser decidido pela Suprema Corte

    Federal. De posse do Executivo, iniciou a implementao de sua agenda (PECEQUILO,

    2007). As mudanas observadas entre Clinton e Bush se deram nos meios utilizados em sua

    poltica externa, uma vez que ambos possuam objetivos comuns (segurana de seu territrio e

    liberalizao comercial).

    Argumenta-se que a grande inovao do governo Bush foi fazer uso indiscriminado do

    poder do pas, porm mesmo tendo os mesmos interesses, nota-se a diferena empregada nos

    mtodos. Enquanto Clinton fez uso de premissas do engajamento seletivo e da segurana

    cooperativa, Bush, a partir da oportunidade proporcionada pelos atentados de 11 de setembro

    de 2001, pde organizar integralmente, de acordo com a sua revoluo na poltica externa do

    pas atravs da primazia (GOMES, 2007). Desenvolveu uma grande estratgia clara, coerente

    e bem definida aps 11 de setembro (DREZNER, 2011). Os Estados Unidos teriam de lanar

    unilateralmente guerras preventivas peridicas para se defender contra terroristas com armas

    de destruio em massa e que iria fazer isso sozinho (FUKUYAMA, 2006).

    Todavia, de acordo com Daalder e Lindsay (2003) a administrao republicana de

    George W. Bush deparou-se com grande parte de sua equipe formada por adeptos da

    estratgia de primazia, que postula uma atuao soberana do pas nas relaes internacionais,

    isenta de constrangimentos que parcerias permanentes pudessem trazer. Bush sempre teve

    bem claro as diretrizes que deveriam gui-lo: segurana, prosperidade e liberdade.

    Suas ideias acerca de temas de poltica externa convergiam com o exerccio unilateral

    do poder norte americano, sem constrangimentos proporcionados por parcerias permanentes.

  • 18

    De acordo com Botelho (2008) a percepo da unilateralidade dos Estados Unidos fez

    parte da histria diplomtica dos oito anos do governo Bush, porm houve cenrios em que,

    no segundo mandato, o Governo optou pela via multilateral, trabalhando com aliados ou com

    instituies internacionais. O governo Bush considerava seriamente o uso da fora, tinha

    preferncia de resolver suas questes militarmente, como o problema iraniano, destruindo as

    suas instalaes nucleares (BOTELHO, 2008).

    Em 2009, deu-se inicio a administrao de Barack Obama, existia uma expectativa

    global com o fim do governo Bush. Segundo Vianna (2010) muitas mensagens publicitrias

    associavam a imagem do novo presidente, era da Esperana ou ao fim do governo do

    terror. Houve uma notria mudana na retrica oficial do novo governo, visando estabelecer

    uma distncia formal do governo anterior. Termos como eixo do mal (referendado a Coria

    do Norte, dentre outros pases), ou uso das palavras bem e mal que caracterizam a

    retrica fundamentalista do governo de Bush, desapareceram dos pronunciamentos oficiais.

    Tudo isso foi substitudo pela retrica conciliatria, sbria, centrista, moderada e cosmopolita

    da estratgia de engajamento de Barack Obama (VIANNA, 2010).

    Obama primava pelo princpio de que a diplomacia multilateral significaria fora e de

    que no seu governo no apenas queria ratificar como relevante o papel de organismos

    mediadores internacionais, mas, tambm sinalizar desde o seu discurso de posse, em 20 de

    janeiro de 2009, para a possibilidade de dilogo com os Estados ditos adeptos do terrorismo

    que efetivamente desejassem estabelecer parcerias proveitosas economicamente e que

    abrissem mo de favorecer aes que colocassem em risco a segurana dos EUA e de seus

    interesses estratgicos no mundo (VIANNA, 2010).

    Com a chegada de Barack Obama, na Casa Branca, o debate sobre a estratgia da

    poltica externa dos EUA e os seus instrumentos de poder e influncia tornou-se

    particularmente importante (DIMITROVA, 2011). A sua administrao foi criticada por ter

    sido caracterizada como um governo marcado pela inexistncia de uma grande estratgia

    surgindo, assim, dois questionamentos: Obama tem uma grande estratgia? Por que

    precisamos de uma doutrina em tempos incertos? Essas interrogaes dividem a opinio de

    profissionais de poltica externa e de outras reas do conhecimento, sobrando crticas ao

    afirmarem que este governo no possui uma estratgia (DREZNER, 2011).

    De acordo com Posen e Ross (1996-1997) a estratgia um importante mecanismo de

    orientao, uma estratgia claramente articulada acompanhada por aes consistentes, torna-

  • 19

    se til porque pode direcionar o discurso domstico sobre as intenes do pas ao pblico

    interno e externo. Apesar do que dizem seus crticos, a administrao Obama tem na verdade

    no apenas uma grande estratgia, mas duas (DREZNER, 2011).

    A primeira estratgia que tem como foco a busca por ampliao das relaes

    multilaterais, com intuito de reduzir compromissos que os Estados Unidos possussem no

    exterior, restaurando sua posio financeira no mundo, e transferindo encargos para os

    parceiros globais. Esta estratgia foi claramente articulada, mas no obteve os resultados

    polticos esperados. Todavia devido ao seu insucesso a segunda estratgia surgiu com o

    intuito de reequilibrar as relaes entre os pases, onde a administrao Obama emergiu com

    disposio a fazer valer sua influncia e seus ideais em todo o mundo, quando desafiados por

    outros pases, tranqilizando seus aliados e sinalizando acabar com os seus adversrios, esta

    estratgia teve um desempenho melhor (DREZNER, 2011).

    No primeiro ano do governo Obama, de acordo com Vianna (2010) observou-se as

    metas da sua poltica externa, segue algumas de forma resumida: pacificar o Oriente Mdio,

    firmar o princpio da inviolabilidade da soberania dos estados como forma de se distanciar da

    estratgia preventiva, buscar a no proliferao de armas nucleares, melhorar o equilbrio

    regional na sia Central, conter a ameaa de grupos extremistas violentos e de redes

    transnacionais de trfico de drogas, reformar as leis e instituies que regulam e mediam a

    situao de imigrantes e asilados.

    A retrica observada no governo Obama enfatiza a construo de um mundo de

    multiparceiros, valorizando de forma seletiva o papel dos organismos de mediao poltica

    internacional. No primeiro semestre de 2009, houve um esforo da presidncia em vencer as

    polarizaes, desconfianas e ressentimentos criados, no espectro poltico internacional, pela

    estratgia de defesa preventiva do governo Bush.

    Conforme Vianna (2010) o texto da Estratgia de Inteligncia Nacional evitou

    qualquer recurso retrico sobre as dualidades ao modo da abordagem da expresso eixo do

    mal do governo Bush, preferindo falar em atores ou fatores, dentre outras expresses

    utilizadas que criavam desafios, mas tambm novas possibilidades, para uma liderana

    mundial dos EUA.

    De acordo com o relato acima, segue a viso dos EUA sobre a

    Coria do Norte, que era vista como uma ameaa paz e segurana no leste da sia

    por ter alta capacidade de armamento convencional, por estar perseguindo

    capacidade de lanar msseis nucleares balsticos e por estar possivelmente

  • 20

    transferindo a sua capacidade militar para terceiros (embora no se afirmasse

    explicitamente no documento, o Departamento de Estado suspeitava da Junta Militar

    de Myanmar, no poder desde 1990). (VIANNA, 2010: 117)

    Ento, Chellaney (2011) aponta que a estratgia da administrao Obama poderia ter

    tomado uma volta no segundo semestre de 2010, para procurar desde um reforo das velhas

    alianas at alcanar novos (especialmente no Sudeste da sia), com vista a contrabalanar o

    potencial do poder chins.

    Conforme Vianna (2010), Obama entende o engajamento como o princpio que deve

    guiar qualquer plano de cooperao internacional, a conseqncia lgica deste princpio

    afirmar a importncia de organismos internacionais, como ONU, OEA ou OTAN, para

    resolver problemas comuns, evitar ameaas globais e novas escaladas mundiais, regionais e

    hemisfricas de guerra.

    Atravs de uma grande estratgia bem articulada fica mais fcil entender o

    comportamento da administrao. Contudo, Chellaney (2011) faz uma anlise do cenrio da

    segurana asitica, cuja estratgia da administrao Obama ainda est tomando sua forma

    final, mas, est estruturada e volta-se em torno da emergncia da China e dos seus efeitos

    sobre a estabilidade da regio, uma estabilidade que rege a poltica asitica de Washington.

    A grande estratgia consiste nos interesses nacionais associados a um conjunto de

    planos operacionais. Essas estratgias geralmente so definidas com antecedncia. Outrora as

    discusses estratgicas so oferecidas como explicaes que ligam as polticas do passado

    com as futuras.

    O cenrio desenhado apresenta um futuro incerto, em que possveis conflitos podem

    eclodir neste sculo, pois enquanto a sia est comeando a emergir em termos econmicos,

    no se pode dizer o mesmo a nvel poltico. A Coreia do Norte exemplo vivo desta

    realidade. Todavia de acordo com Chellaney (2011), aponta-se uma questo importante, os

    Estados Unidos podem ser forados a reduzir seus ativos na sia reforando a necessidade de

    tal mudana poltica, devido a sua necessidade urgente de uma extensa renovao interna para

    impedir a eroso do seu poder relativo e cortar seu enorme dficit. Esse imperativo pode levar

    a reduzir a sua presena militar permanente na regio da sia-Pacfico.

    2. A PERSPECTIVA ESTRATGICO MILITAR NORTE AMERICANA FACE

    AO CASO NORTE COREANO: HISTRICO E DESDOBRAMENTOS.

  • 21

    O inicio das relaes entre a Repblica Popular da Coreia e os Estados Unidos da Amrica

    que se deu desde o sculo XIX. De acordo como site do Departamento de Estado dos Estados

    Unidos da Amrica podemos obter a seguinte informao: Os Estados Unidos e a Dinastia

    Joseon da Coria estabeleceu relaes diplomticas com o Tratado de Paz, Amizade,

    Comrcio e Navegao de 1882, e seu primeiro enviado diplomtico dos EUA chegou na

    Peninsula da Coreia em 1883. As relaes entre EUA-Coreia continuou at 1905, quando o

    Japo tomou a direo sobre os assutos estrangeiros coreanos. Em 1910, o Japo comeou um

    perodo de domnio colonial sobre a Coreia, devido a sua importncia econmica, que

    permaneceu como colnia por 35 anos. Aps a rendio do Japo em 1945, no final da II

    Guerra Mundial, a pennsula coreana foi dividida no paralelo 382, em duas zonas de ocupao,

    com os Estados Unidos no sul do pas e a Unio Sovitica no Norte3. Essa diviso da

    pennsula deu-se devido ao receio dos Estados Unidos de que a Unio Sovitica, pudesse

    ocupar toda a pennsula (OLIVEIRA, 2009). Esperanas iniciais de um sistema unificado,

    independente da Coreia no foram realizados, e, em 1948, foram estabelecidas duas naes

    distintas - a Repblica da Coria (Coria do Sul), no Sul, e a Repblica da Coreia Popular

    Democrtica (RPDC) no Norte4.

    Na tentativa de unificao das Coreias, em junho de 1950, tropas norte-coreanas

    invadiram o Sul, dando incio Guerra da Coreia. (OLIVEIRA, 2009). Depois do fracasso

    desta guerra que tinha por objetivo conquistar a Repblica Coreia do Sul (ROK) que

    apoiada pelos Estados Unidos, a Coreia do Norte (RPDC), sob seu fundador Presidente Kim Il

    Sung, adotou uma poltica de "auto-suficincia" como uma aliada para impedir influncia

    externa. A RPDC tinha os EUA como a maior ameaa ao seu sistema social atravs da

    propaganda financiada pelo Estado, e suas polticas pblicas, econmica e militar cujo

    objetivo central da eventual unificao da Coria sob o controle de Pyongyang5.

    Contudo, pode-se considerar o relacionamento Coria do Norte e Estados Unidos como

    herana da Guerra Fria (OLIVEIRA, 2009).

    De acordo com Venncio (2012) ainda em 1950 o Conselho de Segurana, expediu uma

    Resoluo, onde por meio dela agradeceu o eficiente apoio fornecido pelo Governo dos EUA

    e integrantes das Naes Unidas para Repblica da Coreia, na defesa do ataque armado e na

    2 Paralelo 38 N uma linha imaginria que est a 38 graus ao norte da Linha do Equador.

    3 U.S. Departament of State Diplomacy in Action. U.S. Relations With North Korea. Disponvel em:

    acessado em: 23 de julho de 2013. 4 U.S. Departament of State Diplomacy in Action. U.S. Relations With North Korea. Disponvel em:

    acessado em: 23 de julho de 2013. 5 The World Factbook. Central Intelligence Agency. Disponvel

    em: acessado em: 07.agos.2013.

    https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/kn.html

  • 22

    busca da restaurao da paz e da segurana internacional. Da mesma forma, autorizou o

    Comando Unificado a utilizar a bandeira das Naes Unidas durante as operaes contra as

    foras norte coreanas e solicitou aos Estados Unidos que enviassem relatrios do curso das

    aes tomadas no Comando. Todavia pode-se destacar essa atitude, que ressalta a influncia

    dos Estados Unidos na conformao das decises.

    A paz na pennsula coreana foi adiada por cerca de dois anos. Em meados de 1951 ambos

    os lados perceberam que a vitria s seria alcanada a um preo que ambos no estavam

    dispostos a pagar. Aps o desgaste provocado pela luta e a insatisfao com um conflito que

    parecia interminvel, sem vencedores, levou s duas Coreias a um cessar fogo (SANDLER,

    2009, p. 25, apud VENNCIO, 2012, p.273). Sendo esta trgua possvel aps um tratado de

    armsticio, que compreendeu ajustes entre os beligerantes para a cessao temporria das

    hostilidades.

    Pode-se considerar a relao da Coreia do Norte versus Coreia do Sul como um conflito

    estagnado no tempo. Segundo Lee (2012) a Coreia do Norte usou um nvel elevado de fora

    contra a Coreia do Sul a partir do final de 2009 at 2010, sendo a agressividade da Coreia do

    Norte canalizada para a Coreia do Sul (em vez de ser para os Estados Unidos). Mesmo no

    havendo uma confrontao direta para os EUA, nota-se que uma forma de enfrent-lo

    indiretamente, devido ao conhecimento de que os norte-americanos exercem influncia sobre

    Seul.

    Em novembro de 2009, um navio da marinha norte-coreano abriu fogo contra os

    navios de guerra sul-coreano perto Daecheong Island, que pertence ao Sul e fica na

    costa norte-coreana. Ento, em maro de 2010, um submarino norte-coreano lanou

    um torpedo ataque secreto contra a corveta sul-coreana Cheonan, afundando-o e

    matando 46 marinheiros. Em novembro de 2010, a artilharia da Coreia do Norte

    bombardeou instalaes militares e reas civis em Yeonpyeong ilha da Coreia do

    Sul, matando dois fuzileiros navais e dois civis, e ferindo dezenas de pessoas. (Este

    foi o primeiro ataque direto ao territrio sul-coreano desde a Guerra da Coria.).

    (LEE, 2012: 103)

    Estagnado no tempo no sentido de que nos dias atuais vivenciamos conflitos entre essas

    duas naes e no se chega a um verdadeiro acordo de paz. Segundo Han (2009) na viso de

    Pyongyang apenas Washington poderia estabilizar a relao nessa regio, servindo como

    intermedirio nas relaes potencialmente contenciosas entre a Repblica Popular

    Democrtica da Coreia (RPDC) e Repblica da Coreia (ROK).

  • 23

    2.1 Posicionamento do governo Norte Coreano frente a grande estratgia norte

    americana.

    A Coreia do Norte apresenta um alvo principal para a doutrina estadunidense adotada pelo

    governo Bush e que vem sendo observada no governo Obama. A RPDC parte do que o

    presidente George W. Bush chamou em Washington de "eixo do mal". Que cometeu atos

    terroristas no passado, e possui um arsenal nuclear, podendo chantagear ou atacar os Estados

    Unidos e seus aliados (LEE, 2006).

    Contudo diversas especulaes so realizadas, porm quase nunca se obtm xito, sobre

    as possveis evolues da postura internacional da Coreia do Norte (RODRIGUES, 2009). O

    comportamento da Coreia do Norte chama para um ataque militar dos EUA para impedir a

    aquisio de um arsenal nuclear. No se tem conhecimento do real cenrio potencial da

    Coreia do Norte e um confronto diplomtico permanece sem soluo. Esta incongruncia da

    retrica poltica representa um enigma interessante: Por que os Estados Unidos, em

    contradio com a sua doutrina articulada, no travou uma guerra preventiva contra a Coreia

    do Norte?

    Defendo que o uso preventivo (ou o que a administrao Bush chama de

    "preventivo") da fora pelos Estados Unidos contra a Coreia do Norte continua a ser

    muito improvvel, principalmente porque as nicas estratgias disponveis para

    Washington nesta situao so aquelas de atrito. (LEE, 2006: p.2, Traduo livre)

    Os Estados Unidos ainda no usou de uma guerra preventiva, apesar do conhecimento

    do armamento nuclear Norte Coreano. De acordo com Lee (2006) adotaram oficialmente essa

    doutrina de guerra preventiva, aps os ataques de 11 de setembro e a crescente proliferao

    nuclear. A Estratgia de Segurana Nacional de 2002 dos Estados Unidos relata que o pas

    deve estar preparado para parar estados desonestos e seus terroristas antes que eles sejam

    capazes de ameaar ou usar armas de destruio em massa. O governo dos EUA justificou a

    sua maior nfase em aes preventivas sobre o fundamento de que a conteno no possvel

    quando ditadores desequilibrados com armas de destruio em massa podem entregar as

    armas em msseis ou secretamente fornec-los aos aliados terroristas.

    Conforme Rodrigues (2009) esperava-se que a Coreia do Norte aproveitasse a

    administrao Obama para dialogar, porm, o caminho escolhido, mais a afasta dessa

    possibilidade e da hiptese de converter o atual armistcio que ps fim Guerra da Coreia

    num Tratado de Paz, desde a administrao Clinton e Bush entende-se que o programa

    nuclear norte-coreano era instrumento de negociao.

  • 24

    Pode-se observar nestes ltimos meses testes nucleares efetuados pela RDPC de forma

    admirvel, sem medo das represlias norte americana, uma afronta a potncia mundial.

    Apesar de todas as suas vantagens materiais, os Estados Unidos podem no estar confiantes

    de que uma guerra iria derrotar a Coreia do Norte com nveis aceitveis de perdas e despesas,

    mesmo que a Coria do Norte no tenha a quantidade de armas nucleares que se acredita

    (LEE, 2006). No entanto, de acordo com Han (2009) especulaes de especialistas norte-

    americanos e sul-coreanos sobre a Coreia do Norte afirma que o uso de armamento nuclear

    por Pyongyang tem a inteno de exigir a ateno de Washington para iniciar negociaes

    bilaterais e, eventualmente, normalizar as relaes com os norte-americanos.

    Existia uma previso de que a Coreia do Norte iria provocar um agravamento de

    tenses na pennsula coreana, no porque o regime queira a guerra, mas porque quer ganhar

    uma posio de vantagem para depois negociar com os EUA a assinatura de um acordo de paz

    que substitua o armistcio de 1953. Porm no se esperava que os seus dirigentes os levasse

    por um caminho de irracionalidade e irresponsabilidade nunca visto anteriormente e

    dificilmente imaginvel (RODRIGUES, 2013).

    3. A QUESTO DO ARMAMENTO NUCLEAR E SUAS ANALISIS SOB UMA

    PERSPECTIVA REALISTA

    A histria do programa nuclear norte-coreano data de 1986, quando comea a operar o

    reactor nuclear de Yongbyon, construdo com o apoio da Unio Sovitica. O anncio de que a

    Coreia do Norte se preparava para se retirar do Tratado de No-Proliferao (TNP), levaria a

    Administrao Clinton a aceitar os termos de um acordo negociado por Jimmy Carter em

    1994, segundo o qual o regime de Kim Il-Sung se comprometia a no prosseguir com o seu

    programa nuclear, em troca do fornecimento pelos Estados Unidos de 500 mil toneladas de

    petrleo pesado por ano para fins energticos civis. (BOTELHO, 2008)

    O programa nuclear norte-coreano tem uma importncia econmica para o pas e o

    desenvolvimento do seu arsenal nuclear tem sido um projeto em longo prazo, onde as

    negociaes de desnuclearizao tem seguido um padro cclico em que o a Coreia do Norte

    tem provocado crises para fazer novas demandas e ganhar vantagem nas negociaes

    (HABIB, 2011). Utilizando-se do seu comportamento como uma moeda de troca.

  • 25

    Em 2003, depois de exposto o programa nuclear clandestino norte-coreano e de

    Pyongyang ter sido includa no campo do eixo do mal, o pas abandonaria definitivamente o

    (TNP) e retomaria abertamente o seu programa nuclear que culminaria no anncio, em 2005,

    de que j possua armas nucleares, declarao corroborada pela conduo de um teste nuclear

    subterrneo. (BOTELHO, 2008)

    Em maio de 2009 a Coreia do Norte realizou outro teste nuclear, seu segundo desde

    outubro de 20066. Demonstrando, assim, que Pyongyang no tem inteno de abandonar seu

    programa nuclear.

    Durante as administraes Clinton e Bush, considerou-se que o seu programa nuclear era,

    sobretudo, um instrumento de negociao, visando a obteno das ajudas necessrias para

    evitar a entrada do regime em colapso. Contudo as carncias se mantiveram, em vez de

    conceder o que lhes dariam acesso a outras ajudas, optaram por consolidar o status de

    potncia nuclear. sob essa perspectiva que se encara o teste nuclear de Maio de 2009 que

    parece querer tirar as dvidas dos que tinham considerado pouco credvel o rebentamento de

    2006, dada a sua baixa potncia (RODRIGUES, 2009). Demonstrando, assim, que o objetivo

    de Pyongyang no mudou, em decorrncia do ltimo teste nuclear realizado.

    A Coreia do Norte tem demonstrado uma agressividade maior desde o final de 2009.

    Segundo Lee (2012) a causa do uso da fora foi motivada pela frustrao por parte dos lderes

    norte-coreanos que no tiveram suas expectativas cumpridas, no perodo de sucesso do

    governo de Lee Myung-bak da Coreia do Sul que no cumpriu com os benefcios que seus

    antecessores haviam prometido e entregue ao regime de Kim Jong-il como tambm a

    insatisfao com a administrao Obama que no conseguiu satisfazer as elevadas

    expectativas de Pyongyang sobre negociaes diretas e avanos diplomticos.

    De acordo com Dimitrova (2011) os analistas polticos continuam tentando definir a

    doutrina Obama em termos de poltica externa e de segurana nacional, onde a cada discurso

    ou tomada de deciso caracterizado como: a doutrina Obama ou que sua posio de

    quem tomou emprestada a doutrina Bush.

    Em 2010 ocorreu um ataque militar ordenado por Pyongyang contra um territrio

    governado por Seul. O ataque atingiu a ilha de Yeonpyeong, perto da fronteira, no Mar

    6 International Crisis Group Working to Prevent Conflict Wolrdwide. Shades of Red: Chinas Debate Over North

    Korea, Asia Report N179 2 Nov 2009. Disponvel em:

  • 26

    Amarelo, chegando a quatro o nmero de mortos, dois civis e dois militares. Diante deste

    episdio o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak:

    ...falou por telefone com os lderes dos EUA, Japo, Alemanha e

    Reino Unido sobre o ataque norte-coreano, mas no fez declaraes

    pblicas sobre o tema. O presidente dos EUA, Barack Obama,

    reafirmou o apoio de Washington Coreia do Sul7.

    Dando continuidade aos seus testes, a Coreia do Norte realizou em 12 de fevereiro deste

    ano mais uma exploso nuclear. Ocasionando um impacto negativo sobre a segurana do

    Nordeste da sia. O teste nuclear foi desafiando at mesmo a China sua suposta aliada. Isso

    aconteceu poucas horas antes de Barack Obama proferir o pronunciamento quanto ao seu

    segundo mandato como presidente, no entanto, a Coreia do Norte insistiu numa "medida de

    autodefesa" contra "hostilidade contnua" pela Amrica. Sendo ameaadores, ao informar que

    tomariam medidas mais fortes8.

    Os principais responsveis pelo regime coreano mantm esse comportamento hostil

    afetando no apenas seu alvo, mas, indiretamente outros pases da regio, assim gerando

    uma insatisfao entre seus vizinhos, como o caso da China que mesmo tendo uma relao

    de interdependncia com a Coreia do Norte, que no entra numa situao de colapso graas a

    ajuda alimentar que a China d, dentre outros programas das Naes Unidas.

    Conforme reportagem do The Economist, segue discurso de Obama:

    Em seu discurso, Obama prometeu ao. Ele disse que a Amrica estaria por seus

    aliados na regio e reforar as suas defesas antimsseis. No entanto, os meios para

    disciplinar a Coreia do Norte so limitadas. Para comear, no importa o quo

    isolado do regime, Kim Jong Un, o jovem ditador, no cargo h pouco mais de um

    ano, parece ter herdado de seu pai e seu av a convico de que a capacidade nuclear

    uma estratgia de sobrevivncia no negocivel. Isso faz com que o objetivo da

    desnuclearizao, uma premissa para qualquer compromisso americano renovado

    com a Coreia do Norte, parece um sonho, pelo menos por enquanto o regime

    sobrevive. Se a Coria do Norte define qualquer loja pelas negociaes de seis

    partes paralisadas convocada pela China e incluindo a Rssia, Coreia do Sul, Japo e

    7 Estado.com.br. Aps ataque, Coreia do Sul corta ajuda humanitria a Pyongyang. Disponvel em:

    Acessado em: 28/08/2013. 8 The Economist. Disponvel em: acessado em: 16/08/2013.

    http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,apos-ataque-coreia-do-sul-corta-ajuda-humanitaria-a-pyongyang,644555,0.htmhttp://www.estadao.com.br/noticias/internacional,apos-ataque-coreia-do-sul-corta-ajuda-humanitaria-a-pyongyang,644555,0.htm

  • 27

    Amrica, ser como um frum para a negociao no fora a sua capacidade, mas por

    reconhecer o Norte como uma potncia nuclear9. Traduo livre.

    3.1. A Coreia do Norte foi capaz de conter a perspectiva estratgico militar norte-

    americana.

    A Coreia do Norte mesmo com armas nucleares, ainda no pode vencer uma grande

    guerra sobre o Sul e os Estados Unidos (LEE, 2007). Porm seu comportamento provocativo

    incita uma reao. Aps o teste nuclear realizado em fevereiro do presente ano e ameas de

    novos lanamentos, John Kerry, secretrio de Estado dos EUA, alertou a Coreia do Norte de

    que testar um mssil de mdio alcance seria um "enorme erro", e que Washington jamais

    aceitaria o pas comunista como uma potncia nuclear10

    . Mesmo diante do poderio blico

    norte-americano ser considervel em relao ao da Coreia do Norte, ela est conseguindo

    evitar uma guerra preventiva, pois, Washington no lutou uma guerra preventiva contra a

    Coreia do Norte, apesar da movimentao no pas em se armar com armas nucleares e do seu

    histrico de estratgias de atrito.

    Talvez Washington esteja temendo algum possvel comportamento por parte de

    Pyongyang, que diante da sua condio econmica venha vender sua tecnologia nuclear e de

    materiais para os terroristas e outros possveis malfeitores. Este cenrio uma das

    preocupaes dos Estados Unidos, que levando em conta ameaas e aes passadas, onde, a

    Coria do Norte vendeu msseis balsticos e de hexafluoreto de urnio de naes islmicas,

    incluindo o Ir, Lbia e Paquisto. Alm disso, a Coreia do Norte teria ameaado exportar

    weapons. (LEE, 2006).

    Se o desenvolvimento nuclear da Coreia do Norte, no for controlado, possvel o

    desencadear de uma corrida armamentista nuclear na regio estrategicamente importante do

    nordeste da sia (LEE, 2007). Assim podemos concluir que a Coreia do Norte tomou uma

    posio de um pas com poder militar substancial sem medo das retaliaes norte-americana e

    at o momento pode-se considerar que est conseguindo conter um ataque preventivo militar

    norte-americano.

    9 The Economist, Disponivel em: acessado em: 16/08/2013. 10

    Estado.com.br. Coreia do Norte pode cometer 'grande erro' se lanar mssil, diz Kerry. Disponvel em:

    Acessado em: 28/08/2013.

  • 28

    Muitos pases asiticos, ainda acreditam que possvel encontrar uma maneira

    diplomtica de desarmar a Coreia do Norte o ex-presidente sul-coreano Roh Moo-hyun que

    esteve no governo at 25 de fevereiro de 2008 argumentou que o programa nuclear norte-

    coreano numeroso aos passos da produo de um arsenal operacional significativo. Ele

    tambm exps que o programa representa um problema a longo prazo ao invs de uma

    ameaa imediata, permitindo, assim, tempo suficiente para a comunidade internacional buscar

    uma soluo negocivel para frear o desenvolvimento de armas nucleares (LEE, 2007, apud,

    Roh 2006b).

    Devido ao insucesso da primeira estratgia lanada por Obama, proferida, mas

    entregue com resultados polticos no satisfatrios, pois, visava reduzir compromissos que os

    Estados Unidos possussem no exterior, diminuindo assim seu dficit atravs da transferncia

    de encargos para parceiros globais. O presidente partiu para sua segunda estratgia que

    projetava uma poltica externa de reequilbrio e lanava sua ateno para sia.

    Barack Obama no seu anuncio em 5 de janeiro de 2012 anunciou, Nossa nao vive

    um momento de transio, e sua estratgia de defesa para os Estados Unidos, prev a

    reduo do Exrcito e o fim de algumas misses de combate tendo como meta concentrar-se

    em particular na sia e no Pacfico, com sua ateno voltada para: ciberguerra, operaes

    especiais e o controle dos mares. A fora inter aliada norte-americana ficar mais leve,

    precisou o secretrio de Defesa, Leon Panetta, mas ela ser mais gil e flexvel, pronta a se

    introduzir rapidamente, inovadora e tecnologicamente aperfeioada11

    .

    A mudana do olhar de Washington dar-se diante de novos possveis conflitos

    potenciais, com a Coreia do Norte, dentre outros, assim, como a afirmao crescente na

    economia da China. Todavia de acordo com Mearsheimer (2001) o sistema internacional

    molda fortemente o comportamento dos estados.

    Essa poltica que visa constituir uma fora militar mais restrita, porm bem adaptada

    aos futuros perigos potenciais, pode ser percebida como uma resposta pragmtica a um

    contexto econmico e geopoltico em movimento. Confrontados ao aparecimento de rivais

    ambiciosos e a eroso de seu status de nica superpotncia, os Estados Unidos buscam

    eternizar a supremacia mundial mantendo sua superioridade nos conflitos decisivos e nas

    11

    Le Monde Diplomatique Brasil, Disponvel em:

    , acesso em: 18/08/2013.

  • 29

    zonas-chave do globo, como: nas periferias martimas da sia, segundo um arco que se

    estende do Golfo Prsico ao Oceano ndico, passando pelo Mar da China e o noroeste do

    Pacfico12

    . Mearsheimer (2001) ressalta que a violncia prolongar-se- pelo novo milnio e as

    esperanas de paz perdem suas foras, j, que as grandes potncias competem pelo poder,

    pois, seu fim o alcance dominante sobre os outros Estados.

    3.2. A dissuaso nuclear decisiva para a Coreia do Norte se comportar como uma

    potncia no cenrio internacional.

    A proliferao de armas de destruio em massa e seus meios de lanamento

    constituiro a maior ameaa segurana mundial para o resto de nossas vidas.

    (KRAUTHAMMER, 1991). No entanto, h cerca de quarenta anos atrs cinco pases

    possuiam armas nucleares, todavia, este numero tem crescido, com a possvel exceo do Ir,

    nenhuma dessas potncias nucleares representa um grave e desafiante problema para a

    segurana regional e os interesses dos EUA como a Coreia do Norte (RICH, 2012).

    A Proliferao nuclear tem grande relevncia para pases politicamente ambiciosos,

    que tm demonstrado certa insensibilidade aos riscos e custos Coreia do Norte, Iraque e Ir se

    enquadram nesta categoria. Um ponto importante que eles esto sendo observados, e que os

    EUA pretendem resistir a quaisquer ambies nucleares que possam ter (POSEN e ROSS,

    1996; 1997).

    Sendo o poder a mola propulsora das grandes potncias e por ele que os Estados

    competem desejando-o cada vez mais, nunca bastando o poderio j adquirido, pois, de acordo

    com o realismo ofensivo, a fora garante segurana, porm, a maior fora a melhor garantia

    de segurana. A Coreia do Norte mesmo diante de sua escassez ou nenhuma fonte de recursos

    naturais e praticamente em falncia econmica e financeira, parece apostar no nuclear como

    forma de garantir que no ser invadida nem que o regime ser mudado por influncia

    exterior.

    Segundo Mearsheimer (2001) de acordo com sua teoria do realismo ofensivo as

    grandes potncias se consagram maximizao da sua cota de poder mundial, no por isso

    pode-se considerar que este venha sendo o objetivo no decorrer dos anos da Coreia do Norte,

    conquistar a hegemonia na sia, assim, possuir capacidade para dominar outros pases.

    12

    Le Monde Diplomatique Brasil, Disponvel em: http://www.diplomatique.org.br/print.php?tipo=ar&id=1117,

    acesso 18/08/2013.

  • 30

    Contudo para Mearsheimer (2001) nenhuma potncia teve ou provvel que venha a

    ter capacidade para se tornar um estado hegemnico global, assim o desejo das grandes

    potncias conquistarem a hegemonia regional e impedir a ascenso de adversrios em outras

    reas do globo, em suma os estados que conquistam a hegemonia regional atuam como

    equilibradores externos em outras regies. Assim a Coreia do Norte est utilizando das suas

    foras para eliminar possveis ameaas advindas principalmente dos Estados Unidos, tentando

    se estruturar militarmente mesmo diante de sua fragilidade econmica e atuando como um

    hegemon na sua regio.

  • 31

    CONSIDERAES FINAIS

    Este artigo contextualiza as grandes estratgias norte americanas adotadas para sia,

    especificamente para a Coreia do Norte que marcaram o sculo XX e o cenrio de diversos

    conflitos internacionais, travados ao longo do perodo. Diante de tal fato surgiu a necessidade

    dos Estados Unidos de repensarem a sua poltica de segurana nacional. Fez-se uma breve

    anlise acerca das grandes estratgias: neo-isolacionismo, engajamento seletivo, segurana

    cooperativa e primazia. Constatam-se inovaes, adaptaes e mudanas de alvo nas

    estratgias da poltica externa do governo Obama, que no inicio de 2010 voltou-se para sia,

    cuja busca era colocar em prtica um relacionamento multilateral com outros pases visando

    reduzir compromissos e transferir encargos para parceiros globais, que devido o insucesso

    desta estratgia passou-se a projetar uma poltica de reequilbrio das relaes entre os pases,

    no sendo possvel identificar claramente sua estratgia para a Coreia do Norte.

    As estratgicas produzem conselhos diferentes e muitas vezes no so to explcitas

    sob quando os EUA deveriam usar a fora, abrangendo diversas teorias que compartilham a

    ideia de que os Estados so motivados pelo desejo de poder e segurana, tanto militar quanto

    econmico. Ento utiliza-se o realismo ofensivo cuja vertente terica acredita que os Estados

    no esto satisfeitos com uma determinada quantidade de poder, mas buscam a hegemonia

    (maximizao de sua parcela de poder no mundo), para segurana e sobrevivncia, ento

    diante desta linha de pensamento buscou-se analisar o comportamento da Coreia do norte.

    O inicio das relaes entre a Repblica Popular da Coreia e os Estados Unidos da Amrica

    deu-se desde o sculo XIX, onde no final da II Guerra Mundial ocorreu a diviso da pennsula

    coreana em duas zonas de ocupao, com os Estados Unidos no sul do pas e a Unio

    Sovitica no Norte, por conseguinte em 1950 ocorreu a Guerra da Coreia, assim, as

    hostilidades entre esses pases nunca ganharam um ponto final. Nota-se que tal

    relacionamento e suas conturbaes so frutos da Guerra Fria.

    Diante dos desafios enfrentados pela Coreia do Norte, tendo que lidar com disputas

    territoriais, heranas histricas que pesam sobre a relao global entre os principais estados da

    sia e os EUA. Ressalta-se a relevncia da proliferao de armas de destruio em massa e

    seus meios de lanamento que constitui uma ameaa segurana mundial.

    Todavia constata-se que a Coreia do Norte consegue inibir a poltica externa norte

    americana no campo da segurana militar no que tange a no ecloso de uma guerra

    preventiva, possvel levantar algumas hipteses para este comportamento dos EUA,

  • 32

    percebe-se que os norte-americanos no querem contrariar a emergente potncia econmica

    asitica, China.

    No entanto atravs do comportamento agressivo da Coreia do Norte diante dos testes

    nucleares realizados pela mesma agindo como um hegemon que busca incessantemente a

    ampliao do seu arsenal nuclear, consequentemente a maximizao de poder global, percebe-

    se que possvel fazer uma leitura deste comportamento norte-coreano a luz do realismo

    ofensivo, pois, para Mearsheimer (2001) a Coreia do Norte uma potncia irracional que,

    sedo detentora de um arsenal nuclear torna possvel a ecloso de uma guerra. Em suma,

    atravs desta teoria conclui-se que uma situao onde os EUA se mantm de forma

    estacionria, e que outros Estados se mantm inativos, no pode ser real. No entanto

    denota a dominncia da Coreia do Norte como um Estado hegemnico mantendo uma posio

    de potncia nuclear. Situao onde os outros Estados aguardam condies mais favorveis

    para siti-lo e destronarem-no de sua posio.

  • 33

    ABSTRACT

    This article aims to contextualize generally and briefly the grand strategies adopted in the

    U.S. foreign policy in the field of military issue in the Clinton, Bush and Obama, whose focus

    turns specifically to the strategies adopted under President Barack Obama. Through the

    analysis of foreign policy in the military, whose prospect is toward Asia, seeks to understand

    the relationship between the United States and North Korea. These countries have some

    adversity due to a past conflicted because, after the division of the Korean Peninsula in the

    twentieth century in areas of the U.S. occupation and Soviet, both sides claimed sovereignty

    over the entire peninsula, which led to the War of Korea in 1950, when North Korea invaded

    South Korea, and therefore the Security Council of the United Nations intervened against the

    invasion with an army led by the United States. However, despite an armistice in 1953 had

    suspended the conflict, the two countries still formally at war. The purpose of this work is to

    identify strategic perspective which U.S. military to North Korea and consequently how this

    nation has reacted to the actions of the U.S., seeking to understand the reasons behind the

    U.S. not to fight a preventive war against Korea North, even before the nuclear arsenal that

    the latter owns and conducting another nuclear test earlier this year. It is believed that the

    absence of war is associated with the military strategies of the United States to North Korea,

    or even aggressive behavior from North Korea that violates the rules of the Security Council

    of the United Nations, through the nuclear deterrent and made probably due to this behavior is

    able to contain the outbreak of a war with the U.S. Therefore, it is an analysis of the behavior

    of North Korea through the offensive realism whose theoretical model considers that the

    Member has as its action north to the maximization of power, among other principles that this

    theory enables a guarantee of survival, where the state can gain a dominant position over

    other states.

    KEYWORDS: North Korea. United States. Strategic Studies

  • 34

    REFERNCIAS

    BOTELHO, Teresa. A Amrica e o Mundo Depois de Bush. Os Estados Unidos no fim da

    Presidncia Bush ainda a nao indispensvel? pag. 21 31, 2008. Disponvel em:

    . Acesso em 02 ago. 2013.

    CHELLANEY, Brahma. La estrategia de la Administracin Obama en Asia. Anurio sia

    Pacfico, pag. 69 75, 2011. Disponvel em:

    . Acesso em: 19 ago.

    2013.

    DAALDER, I.; LINDSAY, J. America Unbound: the Bush Revolution in Foreign Policy.

    Washington: Brookings Institution, 2003.

    DIMITROVA, Anna. Obamas Foreign Policy: Between Pragmatic Realism and Smart

    Diplomacy? pag. 1 7, 2011. Disponvel em:

    Acesso em: 19 ago. 2013.

    DREZNER, Daniel W. Does Obama Have a Grand Strategy? Why We Need Doctrines in

    Uncertain Times? In: Foreign Affairs. New York, v.90, Iss. 4, Jul/Aug 2011, pp.57-68.

    FUKUYAMA, Francis. Depois dos Neoconservadores: A Amrica na Encruzilhada. Lisboa,

    gradiva, 2006, p. 151-161.

    GOMES, Aureo de Toledo. Doutrina Bush: Uma Anlise de Poltica Externa pag. 33 56,

    2007. Disponvel em:

    Acesso em: 12 ago.

    2013.

    HABIB, Benjamin Dr. North Korea's nuclear weapons programme and the maintenance

    of the Songun system pag. 43 64, 2011. Disponvel em:

    Acesso em: 16 jul. 2013.

    HAN, Jongwoo. North Koreas diplomacy to engage the United States. pag. 105 120,

    2009. Disponvel em: < http://dx.doi.org/10.1080/10357710802642209> Acesso em: 24 jun.

    2013.

    HERZ, Monica. Poltica de segurana dos EUA para a Amrica Latina aps o final da

    Guerra Fria pag. 85 104, 2002. Disponvel em:

    Acesso em: 19 ago. 2013.

    HOBSBAWM, Eric J., Era dos Extremos: o breve sculo XX: 1914-1991. So Paulo

    Companhia das Letras, 1995.

    http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S164591992008000200003&script=sci_arttexthttp://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S164591992008000200003&script=sci_arttexthttp://www.anuarioasiapacifico.es/pdf/2010/8_brahma_chellaney.pdfhttp://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/RIMA/article/view/236/208http://dx.doi.org/10.1080/09512748.2011.554992http://dx.doi.org/10.1080/10357710802642209http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142002000300007

  • 35

    KRAUTHAMMER, Charles. The Unipolar Moment. In: Foreign Affairs. Vol. 70, N. 1, p.

    23-33, 1990-1991. Disponvel em: < http://www.foreignaffairs.com/articles/46271/charles-

    krauthammer/the-unipolar-moment> Acesso em: 20 ago. 2013.

    LAYNE, Christopher. The Peace of Illusions. Ithaca, Cornell University Press, 2006.

    Chapter 1. Theory, History and US Grand Strategy.

    LEE, Dong Sun. US Preventive War against North Korea. Asian Security, vol. 2, no. 1, p.

    123, 2006. Disponvel em: < http://dx.doi.org/10.1080/14799850600575181> Acesso em: 24

    jun. 2013.

    LEE, Dong Sun. A nuclear North Korea and the stability of East Asia: a tsunami on the

    horizon? pag. 435 454, 2007. Australian Journal of International Affairs. Disponvel

    em: Acesso em: 24 jun. 2013.

    LEE, Dong Sun. Causes of North Korean belligerence pag. 103 120, 2012. Australian

    Journal of International Affairs. Disponvel em: < http://www.tandfonline.com/loi/caji20>

    Acesso em: 24 jun. 2013

    MEARSHEIMER, John J.; A Tragdia da Poltica das Grandes Potncias. Lisboa:

    Gradiva, 2001.

    OLIVEIRA, Henrique Altemani de. A pennsula Coreana: proposies para mudanas.

    Disponvel em: Acesso em:

    07 ago. 2013.

    PECEQUILO, Cristina Soreanu. A Poltica Externa dos EUA: Continuidade ou Mudana?

    pag. 1 30, 2003. Disponvel em:

    Acesso em: 20 ago.

    2013.

    PECEQUILO, Cristina Soreanu. A Era George W. Bush (2001/2007): Os EUA e o Sistema

    Internacional. pag. 1 15, 2007. Disponvel em:

    Acesso em 13 ago. 2013.

    POSEN e ROSS. Competing Visions for U.S. Grand Strategy. In: International Security,

    Vol. 21, N. 3 (Winter, 1996-1997), p. 5-53

    RESENDE, Erica. Uma Anlise Da Doutrina Bush No Dcimo Aniversrio Do Onze De

    Setembro. pag. 7 - 18, 2013. Disponvel em:

    Acesso em 26 ago.

    2013.

    RICH, Timothy S. Deciphering North Korea's Nuclear Rhetoric: An Automated Content

    Analysis of KCNA News. pag. 73 89, 2012. Disponvel em:

    Acesso em: 17 jul.2013.

    RODRIGUES, Alexandre Reis. Porque quer a Coreia do Norte ser uma Potncia

    Nuclear? Qual a dimenso da sua ameaa? 2009. Disponvel em:

    http://www.foreignaffairs.com/articles/46271/charles-krauthammer/the-unipolar-momenthttp://www.foreignaffairs.com/articles/46271/charles-krauthammer/the-unipolar-momenthttp://dx.doi.org/10.1080/14799850600575181http://www.tandfonline.com/loi/caji20http://ceaa.colmex.mx/estudioscoreanos/images/altamani.pdfhttp://www.cebri.org/midia/documentos/apoliticaexternadoseua.pdfhttp://pascal.iseg.utl.pt/~magoliv/site%20rei/textos%20para%20as%20aulas/texto%20%2010%20%20a%20era%20de%20george%20bush%202001-2007.pdfhttp://pascal.iseg.utl.pt/~magoliv/site%20rei/textos%20para%20as%20aulas/texto%20%2010%20%20a%20era%20de%20george%20bush%202001-2007.pdfhttp://dx.doi.org/10.1080/00927678.2012.678128

  • 36

    Acesso em: 20 ago. 2013.

    RODRIGUES, Alexandre Reis. As Novas Ameaas: a Proliferao de Armas de

    Destruio Macia. pag. 251 - 273, 2007. Disponvel em:

    . Acesso

    em: 02 ago. 2013.

    RODRIGUES, Alexandre Reis. At onde ir Kim Jong Un arriscar a justificao do regime?

    JDRI Jornal de Defesa e relaes Internacionais. 2013. Disponvel em:

    . Acesso 05 ago. 2013.

    VENNCIO, Marina Demaria. A Organizao das Naes Unidas e o Conflito das

    Coreias. ANAIS, Congresso Internacional Jurisdio Internacionais: Fragmentao e

    Obrigatoriedade. 20 e 21 de Agosto de 2012. Auditrio do Centro de Cincias Jurdicas da

    UFSC. Editora Fundao Jos Arthur Boiteux ISSN 1983-8638, Florianpolis, agosto de

    2012.

    VIANNA, Alexander Martins. Paradoxos da Politica externa de Barack Obama Anno

    Primo. Revista Espao Acadmico N 105 Fevereiro 2010 ANO IX ISSN 1519-6186.

    Disponvel em:

    .

    Acesso em: 20 ago. 2013.

    WALTZ, K. Teoria das relaes internacionais. Lisboa: Gradiva, 2002.

    Sites:

    Department of Defense United States of America. Dsponivel em:

    . Acesso em: 21 ago. 2013

    Estado.com.br. Aps ataque, Coreia do Sul corta ajuda humanitria a Pyongyang. Disponvel

    em: Acesso em: 28 ago. 2013.

    International Crisis Group Working to Prevent Conflict Wolrdwide. Shades of Red: Chinas

    Debate Over North Korea, Asia Report N179 2 Nov 2009. Disponvel em:

    Acesso em: 21 ago. 2013.

    Le Monde Diplomatique Brasil. Disponvel em:

    . Acesso em: 18 ago.2013.

    The World Factbook. Central Intelligence Agency. Disponvel em:

    https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/kn.html. Acesso em: 07

    ago. 2013.

    http://database.jornaldefesa.pt/crises_e_conflitos/coreia_do_norte/Porque%20quer%20a%20Coreia%20do%20Norte%20ser%20uma%20pot%C3%AAncia%20nuclear%20Qual%20a%20dimens%C3%A3o%20da%20sua%20amea%C3%A7a.pdfhttp://database.jornaldefesa.pt/crises_e_conflitos/coreia_do_norte/Porque%20quer%20a%20Coreia%20do%20Norte%20ser%20uma%20pot%C3%AAncia%20nuclear%20Qual%20a%20dimens%C3%A3o%20da%20sua%20amea%C3%A7a.pdfhttp://database.jornaldefesa.pt/crises_e_conflitos/coreia_do_norte/Porque%20quer%20a%20Coreia%20do%20Norte%20ser%20uma%20pot%C3%AAncia%20nuclear%20Qual%20a%20dimens%C3%A3o%20da%20sua%20amea%C3%A7a.pdfhttps://infoeuropa.eurocid.pt/files/database/000038001-000039000/000038287%3e.http://database.jornaldefesa.pt/crises_e_conflitos/coreia_do_norte/JDRI%20046%20070413%20crise%20coreia.pdfhttp://database.jornaldefesa.pt/crises_e_conflitos/coreia_do_norte/JDRI%20046%20070413%20crise%20coreia.pdfhttp://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/search/authors/view?firstName=Alexander&middleName=Martins&lastName=Vianna&affiliation=UFRRJ&country=BRhttp://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/search/authors/view?firstName=Alexander&middleName=Martins&lastName=Vianna&affiliation=UFRRJ&country=BRhttp://www.defense.gov/news/defense_strategic_guidance.pdfhttp://www.crisisgroup.org/en/regions/asia/north-east-asia/china/179-shades-of-red-chinas-debate-over-north-korea.aspxhttp://www.crisisgroup.org/en/regions/asia/north-east-asia/china/179-shades-of-red-chinas-debate-over-north-korea.aspxhttp://www.diplomatique.org.br/print.php?tipo=ar&id=1117https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/kn.html

  • 37

    The Economist. Disponvel em: acesso em:

    16 ago. 2013.

    The Economist. Disponvel em: http://www.economist.com/news/asia/21571938-chagrin-his-

    neighbours-young-despot-appears-determined-continue-his-familys-atomic> Acesso em: 16

    ago. 2013.

    U.S. Departament of State Diplomacy in Action. Disponvel em:

    acesso em: 23 jul. 2013.

    http://www.economist.com/news/asia/21571938-chagrin-his-neighbours-young-despot-appears-determined-continue-his-familys-atomichttp://www.economist.com/news/asia/21571938-chagrin-his-neighbours-young-despot-appears-determined-continue-his-familys-atomic