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A perceção de empregabilidade dos Brasileiros graduados em Administração/Gestão de Empresas Renato Fornari Muller Dissertação de Mestrado em Economia e Gestão de Recursos Humanos Orientadora Drª Luísa Helena Ferreira Pinto 2017

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Page 1: A perceção de empregabilidade dos Brasileiros graduados ... · considerada uma das maiores empresas de plano de saúde do Brasil. Em 2015, com o intuito de adquirir mais experiência,

A perceção de empregabilidade dos Brasileiros

graduados em Administração/Gestão de Empresas

Renato Fornari Muller

Dissertação de Mestrado em Economia e Gestão de Recursos Humanos

Orientadora

Drª Luísa Helena Ferreira Pinto

2017

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Biografia

Renato Fornari Muller nasce em 3 de abril de 1987, em Itajaí, uma cidade portuária

no sul do Brasil.

Em 2005 iniciou seus estudos no curso superior em Automação industrial, no centro

de Tecnologia em Automação e Informática (CTAI), localizado em

Florianópolis/Brasil.

Durante o período que esteve presente no curso de Automação Industrial, participou

das olimpíadas do conhecimento (WorldSkills) etapa nacional, modalidade mecatrônica,

realizado na cidade de Recife/Brasil.

No ano de 2008 trocou a faculdade de automação pelo curso de Administração

(Gestão) na Universidade Paulista, localizada em São Paulo. Em 2010, transferiu os

seus estudos para a Universidade do Estado de Santa Catarina, pelo fato desta ser

considerada uma das melhores universidades do País. Finalizou a graduação em

Administração no ano de 2013, com uma média maior que 15 valores.

Na Universidade do Estado de Santa Catarina, continuou a participar em atividades

extracurriculares como o Diretório Académico, ajudando em diversos eventos. Por dois

anos foi atleta da faculdade do estado de Santa Catarina, participando do Jiudesc na

modalidade de natação, onde foi consagrado em duas ocasiões com o Segundo lugar no

revezamento 4x4 (50 e 100 metros).

Desde cedo começou a trabalhar, ajudando a fundar a Ruller Engenharia no ano de

2005. Após obter a graduação em Administração, foi colaborador da Unimed,

considerada uma das maiores empresas de plano de saúde do Brasil.

Em 2015, com o intuito de adquirir mais experiência, saiu do Brasil e ingressou no

Mestrado em Economia e Gestão de Recursos Humanos da Universidade do Porto.

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Agradecimentos

Primeiramente gostaria de agradecer a minha orientadora Prof.ª. Drª. Luísa Helena

Ferreira Pinto, que além de ajudar com seu conhecimento e experiência, teve

disponibilidade e paciência, se dedicando a este trabalho.

Outra pessoa que não teria de deixar de agradecer é minha mãe, que além de me

incentivar a todo momento, foi decisiva para que tudo ocorresse conforme planejado.

Aos meus irmão Rafael e Rodrigo, e a todos os meus amigos que estiveram

presentes nesta jornada.

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Resumo

Diante de um mercado de trabalho cada vez mais concorrencial, caraterizado por

exigências crescentes por parte dos empregadores, são frequentes as preocupações dos

jovens graduados quanto à forma de ocuparem o seu tempo com o intuito de facilitarem

a entrada no mercado de trabalho. São comuns os esforços para aumentar o desempenho

académico e participar em atividades extracurriculares, cuja eficácia para a

empregabilidade dos graduados no Brasil se desconhece. Assim, este trabalhado utiliza

um método quasi-experimental com o intuito de analisar o impacto do desempenho

académico (GPA) e das atividades extracurriculares (ECAs), na perceção de

empregabilidade e gestão de impressões de um conjunto de currículos de jovens

graduados brasileiros candidatos a cargos de administração/gestão. Trata-se de uma

réplica, para o contexto Brasileiro, de estudos similares realizados em Portugal e na

China. No total foram obtidos 269 inquéritos completos, respondidos por trabalhadores

Brasileiros. Sob a perspetiva destes respondentes, a participação em atividades

extracurriculares em conjunto com o GPA traduz-se em melhores níveis de

empregabilidade. Porém, na questão do efeito combinado de cada uma destas variáveis,

verifica-se que a participação em atividades extracurriculares permite superar a

desvantagem de um menor desempenho académico, conduzindo a uma melhor

avaliação da empregabilidade do candidato. Do ponto de vista da gestão de impressões,

todos os currículos, ainda que fictícios, foram considerados confiáveis, não sendo

nenhum alvo de desconfiança por parte dos avaliadores. Estes resultados são discutidos

à luz dos estudos similares e as suas contribuições distintivas são assinaladas.

Palavras-chave: Graduados Brasileiros, Administração, Gestão, Ensino Superior,

Empregabilidade, Desempenho Académico, Atividades Extracurriculares, Gestão de

Impressões

JEL-Codes: J24, M10.

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Abstract

Faced with an increasingly competitive labor market, characterized by increasing

demands on the part of employers, they are often a concern of young graduates as to

how they spend their time in facilitating entry into the labor market. They often focus

the academic performance and the engagement in extracurricular activities, although the

employability benfits of these strategies in Brazil is unknown. Thus, this work uses a

quasi-experimental method with the purpose of analyzing the impact of academic

performance (GPA) and extracurricular activities (ECAs) in the perception of

employability and impression management of a set of curricula of young Brazilian

graduates from Business Administration/Management. This study is a replica, for the

Brazilian context, of similar studies conducted in Portugal and China. In total, 269

completed surveys were obtained, answered by Brazilian workers. From the perspective

of these respondents, participation in extracurricular activities together with GPA

translates into higher levels of employability. However, in examing the interacting

effects, the participation in extracurricular activities can overcome the disadvantage of a

lower academic performance, leading to a better evaluation of the candidate's

employability. From the point of view of impression management, all résumés, even if

fictitious, were considered reliable, not being the target of mistrust on the part of the

evaluators. The results of this research are discussed in light of earlier studies and the

distinctive contributions are noted.

Keywords: Brazilian graduates, Businessn Administration and Management, Higher

Education, Employability, Academic Performance, Extracurricular Activities,

Impression Management.

JEL-Codes: J24, M10.

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Índice

Biografia ...................................................................................................................... i

Agradecimentos .......................................................................................................... ii

Resumo ...................................................................................................................... iii

Abstract ...................................................................................................................... iv

Índice .......................................................................................................................... v

Lista de Tabelas ........................................................................................................ vii

1. Introdução .......................................................................................................... 1

2. Revisão de Literatura ......................................................................................... 3

2.1. O termo empregabilidade e conceitos afins ................................................ 4

2.2. A empregabilidade dos graduados no Brasil .............................................. 8

2.3. As estratégias de empregabilidade dos graduados no Brasil .................... 10

2.4. Empregabilidade e género dos graduados ................................................ 12

2.5. Empregabilidade e desempenho académico dos graduados ..................... 14

2.6. Empregabilidade e atividades extracurriculares dos graduados ............... 16

2.7. Empregabilidade e gestão de impressões .................................................. 18

3. Modelo Teórico e Hipóteses ............................................................................ 21

Efeito GPA - Hipóteses 1 e 2 .................................................................. 22

Efeito ECAs - Hipóteses 3 e 4 ................................................................. 23

Efeitos do GPA e ECAs – Hipóteses 5, 6, 7 e 8 ...................................... 24

4. Metodologia ..................................................................................................... 25

4.1. Método e design ........................................................................................ 25

4.2. Materiais de estímulo ................................................................................ 25

4.3. Medidas ..................................................................................................... 27

4.4. Procedimentos de recolha de dados .......................................................... 29

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4.5. Amostra ..................................................................................................... 30

5. Resultados ........................................................................................................ 31

5.1. Diferenças da amostra por condição experimental ................................... 31

5.2. Consistência interna das medidas ............................................................. 31

5.3. Análise descritiva ...................................................................................... 32

5.4. Teste de hipóteses ..................................................................................... 33

Efeito GPA - Hipóteses 1 e 2 .................................................................. 34

Efeito ECAs - Hipóteses 3 e 4 ................................................................. 35

Efeitos do GPA e ECAs – Hipóteses 5, 6, 7 e 8 ...................................... 35

6. Discussão, limitações e implicações ................................................................ 38

6.1. Comparação Brasil x China X Portugal .................................................... 40

6.2. Limitações ................................................................................................. 41

6.3. Implicações teóricas .................................................................................. 41

6.4. Implicações práticas .................................................................................. 43

7. Conclusão ......................................................................................................... 44

Referências ................................................................................................................ 45

Anexos ...................................................................................................................... 56

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Lista de Tabelas

Tabela 1- Definição do conceito de empregabilidade................................................. 6

Tabela 2 - Oito passos para cuidar da sua empregabilidade. .................................... 11

Tabela 3 - Estratégias de gestão de impressões. ....................................................... 19

Tabela 4 - Modelo Teórico – Variáveis dependentes e independentes. .................... 22

Tabela 5 - Condições experimentais. ........................................................................ 25

Tabela 6 - Composição da amostra por condição experimental. .............................. 30

Tabela 7 - Resultados ANOVA para diferenças entre as condições experimentais. 31

Tabela 8 - Análises de fatores confirmantes ............................................................. 32

Tabela 9- Média e desvio padrão das variáveis dependentes por condição. ............. 32

Tabela 10 - Médias, desvios padrão e inter-correlação das variáveis. ...................... 33

Tabela 11 – ANCOVA – Resultado das variáveis. ................................................... 34

Tabela 12 - ANOVA por grupo de variáveis dependentes ....................................... 36

Tabela 13 - Resultado dos testes de hipótese. ........................................................... 39

Tabela 14 - Comparação dos resultados das hipóteses. ............................................ 40

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1. Introdução

O termo empregabilidade vem ganhando destaque dentro das organizações, no que

diz respeito à sua importância para a área da gestão de recursos humanos. A

globalização, o crescimento e uso da tecnologia, a necessidade de utilização de muitas

informações ao mesmo tempo, e o acúmulo de tarefas direcionadas a um único

trabalhador, tem exigido dos profissionais uma postura multifuncional, um único

profissional deve ser capaz de realizar muitas atividades ao memso tempo (Kilimnik,

2016; Pochmann, 2001; Singer, 2000; Veiga 2007).

Para Helal (2005, p. 3) “a preocupação com a empregabilidade é, na verdade,

resultado das novas exigências feitas aos trabalhadores, por parte das organizações, sob

a égide do novo modo de acumulação capitalista, conhecido como pós-Fordismo ou

modo de acumulação flexível”. Devido o surgimento da tecnologia, muitas atividades

dentro da indústria foram reduzidas, enquanto se observou o crescimento do setor de

serviços, “o mercado de trabalho flexibilizou-se e as relações de trabalho precarizaram-

se, aumentando a ocupação por conta própria e a informalidade em geral” (Helal, 2005,

p. 3).

Para o trabalhardor, estas mudanças acabaram por gerar impactos negativos, como a

perda de muitos empregos, e dificultando para muitos o acesso novamente ao mercado

de trabalho (Helal, 2005; Paiva, 2000). Com este novo contexto do emprego, novas

habilidades da mão-de-obra são necessárias, segundo Sennett (1999), os novos

requisitos exigidos, para se tornar empregavél são: ter agilidade, aceitar mudanças,

assumir riscos e conhecer às novas exigências do mercado. Estas exigências também se

fazem presentes para os profissionais com formação no ensino superior. Os jovens

diplomados que entram no mercado de trabalho enfrentam requisitos exigentes e

"novos" por parte dos empregadores (Roulin e Bangerter, 2013b). Segundo Tomlinson,

(2007) o mercado de trabalho é hoje mais dinâmico e mais arriscado, já que não

proporciona trabalho para a vida. Além disso, os graduados estão mais conscientes de

que suas credenciais académicas não são suficientes (Brown et al., 2003; Tomlinson,

2008) sentindo maior necessidade de se tornarem competitivos em termos de

competências de empregabilidade (Brown e Hesketh, 2004; Roulin e Bangerter, 2013b).

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Neste contexto também as instituições de educação superior e os cursos de gestão

estão vigilantes para verificar e garantir que formam profissionais com as competências

necessárias.

Dada a importância do tema, em geral, e da empregabilidade dos graduados no

Brasil, o presente estudo analisa o impacto do do desempenho académico (GPA) e das

atividades extracurriculares (ECAs), na perceção de empregabilidade e gestão de

impressões de um conjunto de currículos de jovens graduados brasileiros, candidatos a

cargos de administração/gestão. As principais questões de pesquisa são:

(1) De que forma o desempenho académico (GPA), medido pela menção da média

de fim de curso no curriculum, influencia a adequação à função, a empregabilidade e a

gestão de impressões de jovens graduados brasileiros, candidatos a cargos de

administração/gestão?

(2) De que forma as atividades extracurriculares (ECAs), medidas pela menção à

participação nestas atividades indicada no curriculum, influenciam a adequação à

função, a empregabilidade e a gestão de impressões de jovens graduados brasileiros,

candidatos a cargos de administração/gestão?

(3) De que forma o desempenho académico e as atividades extracurriculares

combinadas influenciam a perceção da empregabilidade e a gestão de impressões de

jovens graduados brasileiros, candidatos a cargos de administração/gestão?

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2. Revisão de Literatura

De acordo com Morin (2001, p. 8) o trabalho “representa um valor importante nas

sociedades ocidentais contemporâneas, exercendo uma influência considerável sobre a

motivação dos trabalhadores, assim como sobre sua satisfação e a sua produtividade”,

completa Morin (2001, p. 8) que “compreender os significados do trabalho hoje é um

desafio importante para os administradores, tendo em vista as múltiplas transformações

que têm atingido as organizações e os “mundos do trabalho”. Em Kurz (1997, p.3) “no

século XVIII, com a ascensão da burguesia, com o desenvolvimento das fontes

produtivas, com a transformação da natureza e com a evolução da técnica e da ciência,

enfatizou-se a condenação do ócio, sacralizando-se o trabalho e a produtividade”.

Antigamente era possível perceber que o trabalho era classificado pelo trabalhador

qualificado ou não qualificado, por aquele que que sabia produzir e o que não era

produtivo, e ainda entre o trabalho braçal, com o uso da força ou intelectual. Se

transformando então na sociedade moderna o trabalho em emprego. Segundo Marx

(1983, p. 149), “o trabalho revela o modo como o homem lida com a natureza, o

processo de produção pelo qual ele sustenta a sua vida e, assim, põe a nu o modo de

formação das suas relações sociais e das ideias que fluem destas". Nesta concepção o

trabalho passa a ser o centro da atividade humana.

Conforme Albornoz (1988, p.96) “na Idade Moderna, o entendimento da palavra

trabalho era diferente do entendimento que se tinha de ocupação. Na Modernidade,

gradativamente, o trabalho foi sendo compreendido como ocupação econômica,

transformando-se em emprego”. Essa atividade então passa a ser reconhecida como o

trabalho remunerado. No entanto, só a partir do final do Século XIX, “que se dá a

transformação do trabalho em emprego, em emprego protegido ou emprego com

estatuto, conduzido como compromisso social (Albornoz, 1988, p. 96)”. Atualmente,

citado por Rifkin (1995, p. 71) “o processo de reorganização da economia mundial e as

transformações técnico-organizacionais não só tem afetado as condições, os meios e as

relações de trabalho, como também estão associados à construção de novas formas de

representação ou re-significação das noções de trabalho, qualificação, competência e

formação profissional”, abrindo caminho à empregabilidade.

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2.1. O termo empregabilidade e conceitos afins

As mudanças percebidas no contexto empresarial estão causando influências sobre

as características do novo profissional (Campos, 2006; Carvalho, 2006; Possarri, 2003;

Sennette, 1999) e devido a esta nova realidade, caracterizada por mudanças e

contínuas transformações, os estudos a respeito do tema empregabilidade têm

aumentado nos últimos anos. Baseado em Helal (2011) é por causa das novas

exigências organizacionais, que o tema empregabilidade tem sido estudado.

O termo empregabilidade surgiu no início do século XX, pelas sociedades anglo-

saxónicas que buscavam diferenciar as pessoas consideradas empregáveis dos

trabalhadores não empregáveis (Almeida, 2007). Baseado em Náder e Oliviera (2007)

foi então que a partir dos anos 60, que uma a nova definição de empregabilidade foi

apresentada, baseda em um contexto de que empregabilidade está relacionada ao tempo

que uma pessoa consegue estar empregada novamente. Mas é na década de 1990, que o

tema demostra a sua importância. A palavra “empregabilidade” passou a ser utilizada de

forma mais habitual em todos os lugares, comentada por empregados, dentro da

empresas, e nas Intituições de Ensino Superir, voltada a conhecer e atender as

necessidades do mercado de trabalho (Campos, 2006).

O termo empregabilidade tem sido definindo por vários autores, conforme se

apresenta na tabela 01 seguinte.

Autor/Data Definição

Minarelli (1995,

p. 11)

Define empregabilidade “como sendo a condição de ser

empregável, isto é, de dar e conseguir emprego pelos seus

conhecimentos, habilidades e atitudes, intencionalmente

desenvolvidos por meio de educação e formação sintonizados com as

necessidades do mercado de trabalho”.

Lemos (1997, p.

06)

Entende o conceito como um “conjunto das qualidades de um

profissional que o tornam capacitado a obter um emprego, à luz da

nova era da sociedade pós-industrial”.

Civelli (1998)

Define o fenômeno como a possibilidade de um indivíduo usar

ou empregar uma série de competências e conhecimentos em novas

ou diferentes áreas das organizações.

Machado (1998,

p. 18)

A empregabilidade tem sido utilizada “ para referir as condições

de integração dos sujeitos na realidade atual dos mercados de

trabalho e ao poder que possuem para negociarem a sua própria

capacidade de trabalho, considerando o que os empregadores

definem por competência”.

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Autor/Data Definição

Gazier (2001)

Negociação de competências individuais acumuladas e medidas

pela ampliação do capital humano acumulado e suscetível de o ser

(conhecimentos e atitudes produtivas, mais capacidades de

aprendizagem) e pelo modo como uma pessoa é capaz de mobilizar

em torno dela uma rede de colaborações e apoios.

Lavinas (2001, p.

03)

Empregabilidade remete “às características individuais do

trabalhador capazes de fazer com que possa escapar do desemprego

mantendo a sua capacidade de obter um emprego.. Na visão da

autora, o divisor de águas entre trabalhadores empregáveis e não

empregáveis reside no seu grau de aptidão para um determinado

trabalho”.

Kovács (2002, p.

82)

Define a empregabilidade como a "oportunidade e capacidade

das pessoas adquirirem competências que lhes permitam encontrar,

manter e enriquecer a sua atividade e o seu trabalho”.

Knight e Yorke

(2002)

Destacam as características individuais de empregabilidade,

argumentando que está principalmente relacionado com várias

realizações em termos de características que ajudam os indivíduos a

serem seguros e bem-sucedidos nas ocupações que escolherem.

Carrieri e Sarsur

(2002)

Entendem a empregabilidade como uma estratégia adotada pela

alta administração das empresas, no sentido de transferirem a

responsabilidade pela não-contratação ou demissão da organização

para o trabalhador.

Carvalho (2002)

Compreende-se por empregabilidadde aquele profissional que

apresenta qualidade empregável, representando, desta forma, um

conceito dinâmico referente ao mundo do trabalho, que expressa tudo

quanto o indivíduo deve ter para uma profunda e imprescindível

capacidade de se adaptar e se enquadrar no mercado globalizado.

Brown; Hersketh

e Williams

(2003, p. 110)

“É o conjunto de competências pessoais considerado como útil

para beneficiar o indivíduo, a sociedade e as organizações”.

Stefano e Gomes

Filho (2004)

Associam o constructo de empregabilidade à capacidade do ser

humano de se adequar às novas exigências da aprendizagem contínua

para desenvolver novas habilidades que tornam o profissional

necessário não apenas para uma, mas para toda e qualquer

organização.

Fugate; Kinicki e

Ashforth (2004,

p. 15)

A empregabilidade é uma "construção psicológica que incorpora

características individuais que (...) melhoram a interface individual-

trabalho ".

Lemos (2006, p.

49)

Considera que o constructo empregabilidade ainda é um conceito

em construção, mas afirma que “a empregabilidade atualiza as

conceções de carreira e de qualificação profissional” até então

vigente. A autora também afirma “que com o advento da

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Autor/Data Definição

empregabilidade, a qualificação profissional deixa de ser somente

uma atividade concentrada em um determinado período da vida do

trabalhador para tornar-se uma exigência permanente pela

atualização das capacidades adquiridas, tornando-se um movimento

individual constante em direção à conquista de novas habilidades e

disposições”.

Hilsdorf (2008)

Afirma que a empregabilidade é um tema bastante dinâmico, e a

lista de pré-requisitos necessários para ser desejado pelo mercado de

trabalho cresce de uma forma contínua, uma vez que as

competências essenciais se tornam mais extensas, à medida que o

tempo passa. Essa situação obriga os profissionais a construir, a

apresentar e a ampliar os conhecimentos gerados no decorrer da

progressão profissional.

Vanhercke;

Cuyper; Peeters e

Witte (2014)

Introduziu o conceito de empregabilidade percebida, enfatizando

a avaliação das fraquezas e pontos fortes individuais em termos de

obtenção e manutenção do seu emprego.

COMISSÃO

EUROPEIA

(2014, p. 19).

Define também a empregabilidade como a "combinação de

fatores que permitem aos indivíduos progredir ou entrar no emprego,

permanecer no emprego e progredir durante a sua carreira".

Tabela 1- Definição do conceito de empregabilidade.

Fonte: Elaborado pelo autor (2017)

As definições e concepções de empregabilidade passaram por modificações desde

seu surgimento (Lemos, 2006), e as definições apresentadas tendem a caracterizar o

profissional como o indivíduo responsável pela aquisição, aprendizagem e permanência

numa atividade profissional.

Finn (2000) aborda que o conceito de empregabilidade surgiu na área da educação, a

partir dos docentes que passaram a se preocupar com formação profissional e a

colocação no mercado de trabalho dos seus alunos. Neste caso, a preocupação não era

só com a formação técnica, mas também o reconhecimento das competências esperadas

para um profissional. Neste sentido aborda McLaughlin (1995) quando apresenta que se

preocupar com as competências de empregabilidade devem ser consideradas por futuros

trabalhadores.

Harvey (1999, citado por Morosini, 2001) ressalta que, no campo do Ensino

Superior, “a empregabilidade é a probabilidade de o graduando apresentar atributos que

os empregadores antecipem como necessários para o funcionamento efetivo de sua

organização. Preparar para a empregabilidade exigiria, portanto, propiciar não apenas

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habilidades de emprego, mas também o desenvolvimento da capacidade crítica e

reflexiva no processo de aprendizagem continuada”. Nabi (2003) complementa que essa

seria uma forma de o aluno sair melhor preparado enfrentar a realidade do mercado de

trabalho. Na definição de Campos et. Al. (2003) “a empregabilidade pode ser

compreendida como um conjunto de competências necessárias para uma pessoa

conquistar e manter um trabalho ou emprego”.

Baseado em Lima (2004) a definição da palavra competência não é nova, teve

origem no termo em latim “competere” que significa a capacidade de se falzer algo.

Corroborando o exposto, Fleury e Fleury (2001) mencionam que, nos últimos anos, o

tema das competências passou a ser discutido nas Insitituições de Ensino Superior e no

mundo e empresarial. Já anteriormente, em 1973, McClelland publicou o artigo

“Testing for Competence rather than Intelligence”, o que iniciou o debate nos Estados

Unidos, sobre competência, entre psicólogos e gestores. A competência, segundo este

autor, “é uma característica subjacente a uma pessoa que é casualmente relacionada com

um desempenho superior na realização de uma tarefa ou em determinada situação

(McClelland, 1973). Diferenciava assim, (a) competência versus aptidões,

correspondentes ao talento natural da pessoa e que pode vir a ser aprimorado; (b)

competência versus habilidades, correspondentes à demonstração de um talento

particular na prática; e (c) competência versus conhecimentos, correspondentes ao que

as pessoas precisam saber para desempenhar uma tarefa”.

Durante a década de 80, Richard Boyatzis, verificando os estudos sobre as

competências de gestão identificou um conjunto de características que definem a

capacidade de uma pessoa. O trabalho de autores (McLagan, 1996; Mirabile, 1997;

Spencer e Spencer, 1993) marcaram significativamente a literatura americana a respeito

do tema competência, onde competência passa a ser considerado como conjunto de

conhecimentos, habilidades. Segundo Zarifian (2012), “a competência é a inteligência

prática para situações que se apoiam sobre os conhecimentos adquiridos e os

transformam com mais força, quanto mais aumenta a complexidade das situações”. Já

na visão de Resende (2000, p. 32), competência “é a transformação de conhecimentos,

aptidões, habilidades, interesses, vontade etc. em resultados práticos”. Por fim, na

concepção de Man e Lau (2000), competência pode ser percebida como as característica

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que faz parte de uma pessoa, suas habilidades e conhecimento, que são influenciados

pela experiência e modo de vida.

No Brasil Fleury e Freury (2001, p.186) “o debate sobre competências foi

influenciado inicialmente pela literatura americana. A introdução de autores franceses

como Le Boterf, Zarifian, autores ingleses como Jacques e seus seguidores (Billis e

Rowbottom, Stamp e Stamp), contribuiu para o enriquecimento conceptual e empírico,

gerando novas perspectivas e enfoques (Amatucci, 2000; Fleury e Fleury, 2000;

Hipolito, 2000; Rhinow, 1998; Rodrigues, 2000)”.

Para Moura e Bitencourt (2006), a competência está relacionada ao desempenho do

trabalhador na empresa, onde também pode passar por treinamentos ou capacitações,

conforme as necessidades para o desempenho das atividades e de acordo com os

objetivos a serem alcançados. A competência pode ser construída por meio de formação

e desenvolvimento, ela pode estar sempre em aperfeiçoamento. Um indivíduo

competente deve buscar uma melhor atuação profissional e qualidade na busca de

resolução de problemas. No Brasil pode-se dizer que se assume o conceito de

competência de acordo com a definção de Oliveira (2000) onde competência é

considerado em: saber o que fazer, saber como fazer e saber por que fazer.

2.2. A empregabilidade dos graduados no Brasil

O mercado cada vez mais competitivo tem exigido que os profissionais tenham,

além do conhecimento técnico e específico, competências comportamentais que

promovam integral formação, com busca constante de atualização para acompanhar as

mudanças que o mercado propõe. Em virtude da constante competitividade, o

profissional, para melhorar sua empregabilidade, deve acompanhar e adequar seu perfil

profissioinal às exigências do mercado de trabalho (Rodrigues, 2016). Nos últimos

anos, os brasileiros passaram a perceber a importância de se ter uma graduação na área

de gestão, e de que as grandes organizações estão a procura de mão de obra

qualificada, essa procura por profissionais qualificados deve-se aos efeitos de

propagação das tecnologias da informação, à pressão do mercado e à aceleração da

renovação técnica (Vidal, 2008). De acordo com Veiga (2007), aquele profissional que

apenas cumpria as ordens recebidas, cedeu lugar a um profissional que tem consciência

da grande importância do valor do seu cargo nas organizações.

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Os brasileiros que possuem o ensino superior completo têm uma probabilidade

maior de estarem empregados, e segundo o estudo "Panorama sobre a Educação 2013

(Education at a Glance, 2013) a taxa de emprego no Brasil, em 2011, para os

trabalhadores com o ensino superior foi de 85,3%, enquanto nos países da Organização

para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) a taxa foi de 83,8%.

Segundo o mesmo relatório (OECD, 2015), na faixa etária dos 25 a 64 anos, entre as

pessoas que concluíram o seu nível superior, a taxa de emprego ficou 13 pontos

percentuais acima do índice daqueles que tinham apenas o ensino médio. Entre os

países da OCDE, a diferença média foi de 25 pontos percentuais. O estudo considera

dados dos 34 países que compõem a OCDE, além de Brasil, Rússia, Índia, China, África

do Sul, Indonésia, Argentina e Arábia Saudita. A diferença de salário entre os adultos da

mesma faixa etária com o ensino superior, em comparação com pessoas com

escolaridade menor, também é significativamente maior no Brasil. Essa faixa etária com

formação universitária teve um rendimento 157% superior ao das pessoas com apenas

ensino médio completo em 2011. Entre os países da OCDE essa diferença foi de

somente 57%. Entre todos os países pesquisados, apenas o Chile apresenta uma

diferença salarial superior à do Brasil, de 159%. Estas estatísticas corroboram os

argumentos de Guimarães (2016) quando este afirma que um trabalhador com

bacharelado no Brasil, por exemplo, ganha mais que o dobro de um trabalhador que

tenha concluído apenas o ensino médio. Quem completa mestrado ou doutoramento, por

exemplo, ganha mais de quatro vezes o que ganham aqueles que concluíram até ao

ensino médio.

A constante busca por profissionais qualificados é uma realidade atual e cabe ao

profissional, de qualquer área, estar preparado e consciente para as exigências do

mercado de trabalho. Para os recém-formados em Administração/Gestão o mercado é

bastante diversificado, mas é necessário que os mesmos estejam sintonizados com essas

constantes mudanças. Não basta ter um diploma, a empregabilidade exige muito mais. É

importante que o profissional tenha habilidades diversas para que possa atuar em

qualquer ambiente, demonstrando sempre uma visão renovadora (Sanches, 2013).

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2.3. As estratégias de empregabilidade dos graduados no Brasil

Alguns especialistas apresentam estratégias para garantir o resultado quanto à

empregabilidade, segundo Segundo Cabreira (2005), a grande dificuldade ao alcançar a

empregabilidade é estar sempre reciclando, a fim de não ficar na estabilidade. A

manutenção da Empregabilidade é uma tarefa diária e constante, pois o profissional que

deseja manter-se competitivo no atual mercado de trabalho deve estar predisposto a

flexibilidade, e a adaptação a estas mudanças. Para Valéria Andrade (2017), vice-

presidente de Operações da Kelly no Brasil argumenta que “Esse é um momento

delicado, pelos quais muitos brasileiros passaram nos últimos meses. Saber a maneira

certa de agir pode ser fundamental para encontrar um novo emprego de maneira

rápida e eficaz” e sugere oito passos para cuidar da sua empregabilidade, conforme se

apresenta na Tabela 02, seguinte.

Passos Descrição

Conheça seu perfil

profissional

O desemprego é “um momento em que a pessoa deve

pensar sobre os seus pontos fortes e pontos a desenvolver.

Essa reflexão irá ajudar na elaboração de uma estratégia de

recolocação e de um novo posicionamento profissional. Além

de abrir espaço para rever aspetos pessoais e profissionais que

podem ser melhorados”.

Faça uma lista de

desejos

“Pense em tudo aquilo que você quer fazer, inclusive

coisas inovadoras e novas oportunidades. Coloque os seus

projetos em uma lista de prioridades e pense por onde poderia

começar. Liste desde pequenos projetos, como organizar

armários, até a realização de cursos e viagens. O processo de

recolocação profissional deve ser um desses itens. A partir

disso, defina as prioridades e avalie por onde será melhor

começar”.

Inicie o projeto de

recolocação

Para começar,” faça uma lista de empresas ou posições

que gostaria de trabalhar, áreas em que quis atuar e nunca

encontrou oportunidade e empresas que admira. Liste também

as companhias que possuem relação com as suas últimas

experiências profissionais”. A recolocação em organizações

do mesmo segmento tende a ser mais rápida, pois a

experiência anterior vale muito. “É importante dar índices de

prioridade para cada item, pois as opções podem não se

concretizar em pouco tempo e a pessoa terá que ampliar a sua

busca”.

Prepare o curriculum

“O curriculum é uma das principais apresentações que o

profissional possuiu. Antes de começar a busca por um novo

emprego, é preciso elaborar um curriculum que se destaque”.

Faça networking “Contatos de empresas anteriores, redes sociais (Linkedin,

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Passos Descrição

Facebook) e colegas de faculdade podem ajudar na divulgação

do seu curriculum e oferecer referências de como foi trabalhar

ou desenvolver projetos consigo. Eles também podem saber de

oportunidades que você não sabe. Por isso, divulgue o seu

projeto de recolocação com eles”.

Inicie a busca por

vagas

“A partir deste momento, comece a procurar pelas vagas

com base nos 5 passos anteriores”.

Prepare-se para a

entrevista

Pesquise sobre a empresa, “vá para a entrevista a saber a

sua história, principais produtos ou serviços, missão e valores.

“Ter informações sobre seu potencial empregador faz com que

o candidato não seja pego desprevenido e ainda passa uma

excelente impressão ao recrutador”, explica a executiva. Outro

ponto importante é separar a roupa que irá usar com

antecedência, adequada ao perfil da empresa. E evite atrasos.

“Procure a localização da entrevista e trace uma rota

calculando o tempo de deslocação. Tente calcular um tempo

extra, caso enfrente dificuldades com o trânsito ou transporte

que utilizará”,

Saiba como conversar

com o recrutador

Quando o recrutador pedir para você falar sobre si

mesmo, seja breve, claro, objetivo e só diga as informações

que sejam relevantes ao emprego que busca. “Tenha

propriedade para falar sobre seu último empregador. Isso

transmite confiança para quem está te entrevistando”, garante

Valéria. Esteja preparado para falar sobre os seus objetivos,

projetos desenvolvidos, situações adversas vividas no passado,

desafios que busca na carreira, qualidades e defeitos, sua

postura com gestores e pretensão salarial. “Antes da

entrevista, treine essas respostas, que muito provavelmente

serão perguntadas durante uma entrevista”.

Tabela 2 - Oito passos para cuidar da sua empregabilidade.

Fonte: Baseado em Martins (2017)

A partir da pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Administração (CFA,

2016), na visão dos Empregadores também os Administradores/Gestores devem ter

conhecimentos específicos, competências, habilidades e atitudes que lhes permitam

formar, liderar e motivar equipes de trabalho e articular as diversas áreas da

organização. Dentre os Administradores participantes da pesquisa, 53,2% exerciam

atividades no setor privado, 33,7% no setor público e 13,1% estavam desempregados.

Entre os profissionais que declararam possuir carteira profissional assinada, 75%

exercia atividades no setor privado. Um dos aspetos mais relevantes da pesquisa foi o

mapeamento das áreas nas quais os Administradores trabalham: Administração e

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Planeamento Estratégico, Financeira, Recursos Humanos, Vendas, Gestão de Processos

e Administração Geral. Entre os setores da economia promissores para o

Administrador/Gestor Brasileiro estão: a Consultoria Empresarial, Administração

Pública Direta, Administração Pública Indireta, Instituições Financeiras, Administração

Hospitalar/Serviços de Saúde, Logística, Agronegócio, Industrial e Terceiro Setor.

Os conhecimentos específicos percebidos por todos os grupos voltam-se para a área

estratégica da empresa e para administração de pessoas, de finanças e orçamento e

atribuem ao Administrador/Gestor uma visão de conjunto de todas as áreas da

organização. As competências requeridas são (CFA, 2016): Identificar problemas,

formular e implantar soluções; Desenvolver raciocínio lógico, crítico e analítico sobre a

realidade organizacional; Assumir o processo decisório das ações de planeamento,

organização, direção e controle; Ser capaz de negociar, mediar e arbitrar conflitos e

Elaborar e interpretar cenários. As principais habilidades percebidas são: capacidade de

se relacionar, visão do todo e exercício de liderança, sendo também apreciada a

adaptação à transformação e a criatividade e inovação. É positivo verificar a semelhança

entre as principais competências requeridas aos gestores no Brasil com as competências

transversais que foram identificadas por Evers et al. (1998) para os estudantes,

graduados e profissionais de gestão canadianos. Dada esta semelhança e o teste da

adequação deste modelo de competências noutros países, este estudo empregará

algumas das aptidões transversais consideradas fundamentais nesta área,

designadamente: (a) as aptidões pessoais de organização e gestão de tempo; e (b) a

competência de aprendizagem.

2.4. Empregabilidade e género dos graduados

“O Brasil levará 95 anos para alcançar a igualdade de género” (WEF, 2017). Esta

constatação é do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), que divulgou

no seu amplo relatório anual as diferenças de oportunidades para homens e mulheres em

144 países. O Brasil ficou na 79ª posição no ranking global de 2016 para a igualdade de

géneros. Em 2015, havia ficado na 85ª posição. Mas a pontuação do país subiu apenas

marginalmente: 0.687, sendo 1 o desempenho ideal. As mulheres brasileiras têm um

desempenho melhor do que os homens nos indicadores de saúde e educação, mas ainda

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enfrentam acentuada discrepância na representatividade política e paridade económica,

como destaca o relatório (Wentzel, 2016).

Em relação ao Ensino Superior, verificou-se que o o Brasil registrou 7.305.977

milhões de estudantes matriculados em 2013, Somando-se os estudantes de pós-

graduação em sentido estrito (mestrado e doutorado), são 7.526.681 matriculados. É o

que mostra o Censo da Educação Superior 2013, divulgado pelo Ministério da Educação

(MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira

(INEP, 2017). Entre os alunos de graduação, 5.373.450 - aproximadamente 71,4% -

estão vinculados a instituições de ensino superior privadas. Dentre os estados

brasileiros, os cinco que possuem mais alunos matriculados em instituições públicas do

que em instituições privadas, são: Santa Catarina, Paraíba, Tocantins, Pará e Roraima.

Em São Paulo, há cinco alunos matriculados na rede privada por cada aluno inscrito na

rede pública. De acordo com os dados do mesmo Censo, atualmente o Brasil tem 2.391

mil instituições de ensino superior que oferecem mais de 32 mil cursos de graduação.

As universidades são responsáveis por 53,4% das matrículas, enquanto as faculdades

concentram 29,2%.

Em relação ao total de alunos que ingressaram no ensino superior em 2013,

permaneceu estável em relação ao ano anterior e chegou a 2,7 milhões. Considerando-se

o período 2003-2013, já o número de inscritos em cursos de graduação aumentou

76,4%. Outro dado considerado dado relevante diz respeito aos 10 maiores cursos de

graduação em número de matrículas por gênero.. O censo mostra que 55,5% dos

matriculados nas instituições são mulheres e 59,2% daqueles que concluem os cursos

também. Referente aos cursos da área de Administração/Gestão, existem atualmente

2.846 cursos no Brasil. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal

de Administração (CFA, 2016), carateriza-se o perfil de ingresso nesta formação. A

maioria dos Administradores/Gestores brasileiros é do sexo masculino, casado e com

dependentes e com idade entre 31 e 35 anos. Estes profissionais provêm de

universidades particulares. Além disso, a maioria possui especialização em alguma área

da Administração. O estudo mostra ainda, que a maioria dos formados em gestão

trabalham em empresas privadas, de grande porte e no setor industrial, ocupando cargo

de Gerência e de Analista. Esse Administrador/Gestor atua nas áreas de Administração

e Planeamento Estratégico, possui Carteira Profissional assinada, tem registo no CRA e

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o seu rendimento individual mensal situa-se entre 3,1 e 10 Salários Mínimos, com um

valor médio mensal de 9,24 Salários Mínimos, levando-se em consideração que o

sálario mínimo em 2017, no Brasil é de R$ 937,00 (novecentos e trinta e sete reais).

As estatísticas apresentam que as mulheres brasileiras sofrem com falta de

representação política e salários baixos (WEF, 2017), apesar de estarem mais

representadas no ensino superior e alcançarem melhores resultados académicos. Na

saúde, as brasileiras têm também melhores indicadores: vivem em média cinco anos a

mais que os homens: a expectativa de vida para as mulheres é de 68 anos, face a 63 anos

para os homens. Em face destes resultados, o género será uma das variáveis

independentes a considerar, porque pode afetar as perceções de empregabilidade jovens

graduadas brasileiras candidatas a cargos de administração/gestão.

2.5. Empregabilidade e desempenho académico dos graduados

O principal indicador usado no sistema educacional para medir o desempenho

académico é a média de final de curso ou grade point average (GPA) (Imose e Barber,

2015, Johansen, 2014, Ruetzler et al., 2011, Thomas, 2000).

A avaliação da aprendizagem para Nérici (1977) é uma das etapas de um processo

maior onde deve ser incluída uma análise prévia. Para este autor, a avaliação é o

processo onde ocorrre a apreciação, julgamento ou valorização do que o aluno mostra

ter assimilado durante um período que estudou ou durante o processo

ensino/aprendizagem. Esse processo de aprendizagem envolve todo o sistema escolar,

desde a pré-escola até a formação superior (Vidal, 2008). De acordo com McKinney et

al. (2003, p. 827), o GPA global refere-se ao "desempenho de um indivíduo em todos as

disciplinas realizados como parte de um programa de graduação". O GPA também é

considerado uma credencial académica em relação ao mercado de trabalho e, mais

especificamente, em termos das primeiras decisões de triagem para candidatos a

emprego de nível básico (Campion e Brown, 1994; Roberts e Dombkowsk, 1999).

Como afirmado por McKinney et al. (2003), o uso do GPA na seleção é provavelmente

mais frequente numa fase inicial do que depois, quando outras fontes de informação são

ponderadas. Além disso, os currículos de candidatos aumentam as possibilidades de

serem chamados para uma entrevista de emprego (Thoms et al., 1999). Algumas

grandes empresas consideram o GPA importante para a seleção dos candidatos e para a

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definição de prioridades no processo de seleção (Roth e Bobko, 2000). Recentemente,

Gonçalves (2014b) descobriu, com graduados de gestão da Universidade do Porto que

aqueles que obtiveram melhores resultados académicos reportaram também melhores

resultados objetivos de carreira um ano após a conclusão, em termos de (a) primeiro

salário após a graduação; (b) situação face ao emprego; (c) e salário atual. Esses

resultados sugerem que o desempenho académico oferece maiores possibilidades de

recompensa profissional, em termos de emprego e salário, pelo menos após a formatura

(Gonçalves, 2014b). Esses resultados estão de acordo com os reportados por outros

autores (McKinney et al., 2003, Roth e Clarke, 1998, Ruetzler et al., 2011) segundo os

quais o GPA influencia positivamente não apenas o salário inicial, mas também o

salário auferido pelos gestores profissionais, o que sugere um efeito positivo e contínuo

a longo prazo.

Os empresários também têm enfatizado a importância das notas académicas como

um indicador de desempenho no trabalho, já que as boas notas são um indicador de

habilidades de comunicação e matemática (Campion e Brown, 1994) sendo um sinal de

inteligência, motivação e outras habilidades necessárias para execução das atividades

profissionais (Baird, 1985, Roth e Bobko, 2000). A habilidade cognitiva requerida na

faculdade não será diferente da capacidade cognitiva exigida no local de trabalho e está

positivamente relacionada com a avaliação do potencial e da criatividade dos

funcionários no trabalho (Kuncel et al., 2004).

Uma pesquisa realizada em Portugal por Ramalheira (2015), sobre a influência do

GPA na perceção da empregabilidade dos graduados em gestão da Universidade do

Porto revelou que os candidatos cujos currículos continham médias de fim de curso

mais elevadas eram avaliados como mais adequados para uma função júnior em gestão

e também mais empregáveis em termos de organização pessoal e gestão do tempo e

competências de aprendizagem. O estudo de He (2016), revelou que somente o GPA

não é suficiente para um currículo ter a melhor avaliação no que diz respeito a

empregabilidade.

O presente estudo procura determinar a adequação à função e a avaliação da

empregabilidade dos graduados brasileiros, contrastando os currículos que apresentam

resultados escolares mais elevados e mais baixos. Face aos resultados obtidos

anteriormente (He, 2016; Ramalheira, 2015) será de esperar um efeito GPA, ou seja,

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será de esperar uma avaliação menos positiva do curriculum dos graduados brasileiros

candidatos a cargos de administração/gestão com piores resultados escolares (menor

GPA).

2.6. Empregabilidade e atividades extracurriculares dos graduados

As atividades extracurriculares ou extracurricular activities (ECAs) são atividades

desportivas, associativas ou de voluntariado organizadas e ligadas à escola, mas

geralmente sem crédito académico. Os alunos que participam nestas atividades podem

não só aumentar a sua participação escolar como também melhorar a sua qualidade de

vida (Daley e Leahy, 2003). Morrissey (2005) descreve o desenvolvimento positivo

causado pela participação nestas atividades em pelo menos cinco dimensões: “(1)

competência em áreas académicas, sociais e vocacionais; (2) confiança; (3) conexão

com a família, comunidade e colegas; (4) caráter; e (5) cuidado e compaixão”.

As universidades têm apresentado um conjunto diversificado de propostas de

trabalho, compondo os projetos político-pedagógicos dos cursos a fim de estimularem o

desenvolvimento dos estudantes nestas dimensões. Além disso, conforme aborda Fior e

Mercuri (2009) ainda com base no princípio da autonomia e da flexibilização curricular,

muitas universidades têm trazido, para a composição dos seus cursos, um conjunto de

atividades denominadas complementares. A flexibilização curricular, prevista na

Orientação para as Diretrizes Curriculares dos cursos de graduação, homologada por

meio do parecer n° CNE/CES 776/1997 (BRASIL, 1997b), aprovado em 03/12/1997,

ganha um aspeto particular nas Diretrizes Nacionais específicas de cada curso, por meio

da sugestão de serem realizadas atividades complementares. Portanto, o curriculum de

diversos cursos passa a valorizar e contabilizar créditos para um conjunto de vivências

que extrapolam os limites das disciplinas e que asseguram, entre outros aspetos, um dos

princípios das Diretrizes Curriculares Nacionais que se refere “à prática de estudos e

atividades independentes com características interdisciplinaridades e opcionais”, a fim

de enriquecer e complementar o perfil profissional do formando. A partir do

entendimento de curriculum academico “como o conjunto das aprendizagens

vivenciadas pelos alunos, planeadas ou não pela escola, dentro ou fora da aula e da

escola, mas sob a responsabilidade desta, ao longo de sua trajetória escolar” (Geraldi,

1994, p. 117), observa-se que “os estudantes também podem podem apresentar a sua

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carreira acadêmica demonstrando suas experiências denominadas de: complementares,

eletivas, extramuros, extracurriculares e não obrigatórias. Estas atividades são

implementadas pela instituição, ou estão sob responsabilidade direta desta, e têm em

comum a oferta de experiências diversificadas para os diferentes estudantes de um

mesmo curso ou de toda uma universidade, caracterizando-se por maior liberdade de

escolha por parte do aluno” (Fior e Mercuri, 2009). Ainda Geraldi (1994, p. 117) o

currículo é “conjunto das atividades que são vivenciadas pelos alunos e que podem ter

características obrigatórias, quando pertencerem ao conjunto de atividades que são

determinadas como essenciais à conclusão do curso. Quando não são obrigatórias,

caracterizam-se pelas atividades realizdas pelos alunos dentro ou fora da sala de aula ou

do espaço físico da universidade, onde existe autonomia do estudante na seleção das

experiências com as quais se envolverá”. No caso dos cursos de graduação em Gestão

do Brasil: participação em Empresas Juniores, estágios obrigatórios e não obrigatórios,

atividade esportivas, iniciação científica, projetos de extensão, organização de eventos,

entre outros.

Dados da literatura apontam que o envolvimento dos alunos em diversas atividades

contribui para desenvovlvimentos dos alunos (Kuh, 1995; Pascarella e Blimling, 1996).

Dentre as principais características das mudanças pelas quais passam os estudantes

durante o período de graduação inclui-se o “desenvolvimento nas áreas cognitivas,

social e afetiva, com ganhos nas habilidades intelectuais, domínio de conhecimentos

específicos e nas dimensões atitudinal, psicossocial e moral” (Astin, 1984; Kuh, 1995;

Pascarella e Terenzini, 1991, 2005).

Na pesquisa realizada em Portugal por Ramalheira (2015), sobre a influência da

participação nas ECAs na perceção da empregabilidade dos graduados em gestão da

Universidade do Porto revelou que os currículos que possuiam atividade

complemetares, não eram os melhores avaliados, ao contrário dos dados obtidos por He

(2016), onde para os graduados Chineses os currículos que possuiam atividades

complementares eram avaliados como mais adequados para uma função júnior em

gestão.

Apesar destes resultados contraditórios, em Portugal e na China, no Brasil é de

esperar, pela importância atribuída pelas próprias unidades, que a participação em

atividades extracurriculares influencie as perceções sobre a adequação e

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empregabilidade dos jovens graduados brasileiros candidatos a cargos de

administração/gestão. Será de esperar um efeito ECA, ou seja, avaliações mais positivas

dos currículos dos graduados brasileiros que mencionam a participação em atividades

extracurriculares enquanto estudantes, quer em adequação à função quer em

competências de empregabilidade.

2.7. Empregabilidade e gestão de impressões

A gestão de impressões (GI) pode ser compreendida como a maneira pelo qual uma

pessoa se expõe e/ou apresenta as suas ideias a outras pessoas em situações quotidianas

(Goffman 2002). Pode também ser definido como o conjunto de comportamentos

utilizados por um indivíduo, tendo como principal objetivo influenciar a perceção dos

outros sobre si mesmo (Bolino & Turnley, 1999; Goffman, 2008). Rosenfeld (1997)

define gestão de impressões como os meios pelos quais os indivíduos buscam controlar

o que outros indivíduos pensam a seu respeito, no que tange o comportamento, valores e

atributos pessoais.

O estudo da GI foi iniciado pelo sociólogo e antropólogo americano Goffman,

contido na sua obra “Representação do eu na vida quotidiana”, publicada em 1959

(Leary, 1995). Segundo Leary (1995) a gestão de impressões tem como objetivo:

influenciar os outros indivíduos, manter a autoestima, reforçar a identidade pessoal e

proporcionar emoções positivas. Por meio da GI, as pessoas pretendem se apresentar ,

podendo fazer-se de uma forma “autêntica, cínica ou excludente” (Leary, 1995). Na

autoapresentação autêntica o indivíduo age de forma autêntica e sincera por questões

de princípios ou pelo temor de ser desacreditado. Na autoapresentação cínica o

individuo usa desde o exagero até à mentira completa. As pessoas agem assim por

temerem uma reação negativa, para não magoarem alguém, para evitarem conflitos ou,

para atenderem às convenções sociais ou atingirem um objetivo pessoal. Por fim, na

autoapresentação excludente o individuo faz uma espécie de edição da

autoapresentação, omitindo algumas informações e escolhendo o que deseja comunicar.

A GI pode ser incluir comportamentos “não-verbais, como gestos, expressões

faciais, linguagem corporal, tom de voz, apresentação social” (Ambady & Weisbuch,

2010; Fiske, Gilbert, & Lindzey, 2010; Hall & Coats, 2005) “e verbais, que são

definidos como um estrátégia para atingir metas antecipadamente estabelecidas,

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podendo ser usadas táticas ou ações específicas para esses fins” (Rosenfeld 2005,

Giacalone, & Riordan, 2002; Wayne & Ferris, 1990). A utilização da GI também

envolve diversas táticas e estratégias. De acordo Ralston e Kirkwood, (1999) os

comportamentos que influênciam diretamente as impressões de longo prazo, são

considerrados os estratégico; e como táticos, os que afetam impressões a curto-prazo.

Entre as principais estratégias de GI, estão as de autopromoção, exemplificação,

insinuação, suplicação e intimidação conforme se apresenta na tabela 03, seguinte.

Estratégia Definição

Autopromoção O indivíduo revela-se competente, ressaltando as suas

habilidades e aptidões mais positivas.

Exemplificação O indivíduo revela-se confiável, criando uma imagem de ter

honestidade, lealdade e ética.

Insinuação O indivíduo revela-se amigável e simpático.

Suplicação O indivíduo revela-se desamparado, criando uma imagem de

desproteção e ou vítima da situação.

Intimidação

O indivíduo transmite uma imagem de ameaça e ou possível

agressão. Podendo destacar as desvantagens de não contratá-lo de

forma agressiva.

Tabela 3 - Estratégias de gestão de impressões.

Fonte: Adaptado de Schlenker (1980); Jones e Pittman (1982); Leary (1995);

Rosenfeld (1997); Bolino & Turnley (1999, p.199).

Dentre os diversos processos geridos pela área de Recursos Humanos, a entrevista

de seleção pode apresentar um contexto onde se para evidenciar a GI. De acordo com

Carvalho e Grisci (2002, p. 5) todos os candidatos utilizam a GI durante a entrevista de

seleção, os candidatos tendem” a: (a) evidenciar os talentos e aspetos positivos,

escondendo as informações sobre deficiências, (b) apresentar altos níveis de motivação

para realizar um trabalho, (c) expressar extremo interesse pelo cargo e (d) demonstrar

simpatia pelo entrevistador”. De acordo com Ferreira, Guedes e Pilati (2014) um

aspecto que deve ser levado em consideração é que o desempenho do candidato durante

a entrevista de seleção também depende de sua crença sobre os critérios usados pelo

entrevistador para avalaiar as supostas competências do candidato para o cargo em

questão (Kleinmann et al., 2011), o que seguramente afeta a sua apresentação física

(e.g. vestuário), manifestações para linguísticas (e.g. tom de voz) e posturais (e.g. olhar

diretamente para o entrevistador para transmitir segurança).

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Ao abordar-se o tema GI, percebe-se o foco da gestão de impressões durante a

entrevista de seleção (Roulin et al., 2014) sabendo-se menos sobre como o conteúdo dos

currículos, que também pode ser usado para gerir impressões sobre os candidatos.

Nos estudos anteriores realizados em Portugal e na China (Ramalheira, 2015; He,

2016) verificou-se que independente das informações contidas no currículo, os

empregadores e ou avaliadores confiam nos dados apresentados pelo candidato.

Este estudo visa abordar esta lacuna de pesquisa e examinar como as informações

do curriculum sobre o desempenho académico (GPA) e participação em atividades

extracurriculares (ECAs) de jovens graduados brasileiros candidatos a cargos de

administração/gestão afetam as impressões percebidas pelos avaliadores. Dada a

evidência anterior, não é de esperar qualquer desconfiança em relação à veracidade e

plausibilidade dos currículos.

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3. Modelo Teórico e Hipóteses

Este estudo analisa o impacto do desempenho académico (GPA) e das atividades

extracurriculares (ECAs), na perceção de empregabilidade e gestão de impressões de

um conjunto de currículos de jovens graduados brasileiros candidatos a cargos de

administração/gestão.

As principais questões de pesquisa são:

(1) De que forma o desempenho académico (GPA), medido pela menção da média

de fim de curso no curriculum, influencia a adequação à função, a empregabilidade e a

gestão de impressões de jovens graduados brasileiros, candidatos a cargos de

administração/gestão?

(2) De que forma as atividades extracurriculares (ECAs), medida pela menção à

participação nestas atividades indicada no curriculum, influenciam a adequação à

função, a empregabilidade e a gestão de impressões de jovens graduados brasileiros,

candidatos a cargos de administração/gestão?

(3) De que forma o desempenho académico e as atividades extracurriculares

combinadas influenciam a perceção da empregabilidade e a gestão de impressões de

jovens graduados brasileiros, candidatos a cargos de administração/gestão.

Para este propósito, oito currículos fictícios foram produzidos, contendo as

informações habituais de um curriculum (contatos, educação e outras experiências) mas

variando quanto as variáveis independentes: género, desempenho académico (GPA) e

envolvimento em atividades extracurriculares (ECAs). Os candidatos foram avaliados

de acordo com os seguintes critérios: (1) adequação à função, (2) aptidões pessoais de

organização e gestão de tempo, (3) habilidades, de aprendizagem, (4) criação de

imagem do candidato e (5) transparência do candidato.

Page 30: A perceção de empregabilidade dos Brasileiros graduados ... · considerada uma das maiores empresas de plano de saúde do Brasil. Em 2015, com o intuito de adquirir mais experiência,

22

Variáveis independentes

Variáveis dependentes

• Desempenho Académico

(GPA)

• Atividades Extracurriculares

(ECAs)

• Adequação à posição

• Aptidões pessoais de

organização e gestão de tempo

• Habilidades de aprendizagem

• Ligeira criação de imagem

• Transparência do candidato

Tabela 4 - Modelo Teórico – Variáveis dependentes e independentes.

Fonte: Elaborado pelo autor (2017)

Efeito GPA - Hipóteses 1 e 2

De acordo com a revisão da literatura:

1. O desempenho académico é considerado o resultado do processo educacional e da

média ao longo do curso de graduação, tendo sido usado como um padrão para medir o

desempenho académico do graduado (Galiher, 2006).

2. O GPA tem sido considerado uma credencial académica em relação ao mercado

de trabalho (Campion e Brown, 1994). Além disso, as grandes empresas consideram o

GPA importante para a seleção dos candidatos a emprego (Roth e Bobko, 2000). Em

Portugal, Ramalheira (2015) verificou a importância do GPA nas empresas Portuguesas.

Na China (He, 2016), realizou a mesmo perquisa realizada em portugal, obtendo dados

diferentes, onde o GPA acabou por não ser a principal varialvel para ser ter uma boa

empregabilidade.

3. Enquanto os graduados com GPAs baixos podem usar táticas de gestão de

impressões para mover a atenção deste aspeto negativo para aspetos mais positivos

(Kristof-Brown et al., 2002) do currículo, os candidatos a emprego com GPAs altos

podem ser percebidos como menos envolvidos neste processo de criação de imagem,

sendo considerados mais transparentes. Em ambos os estudos anteriores (Ramalheira,

2015; He, 2016), puderam observar que independente dos dados incluidos no currículo,

os mesmo são considerados confiáveis perante os avaliadores.

Portanto, é possível esperar que:

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1: Um alto nível de GPA está positivamente associado com a empregabilidade

percebida em termos de (a) adequação a função, (b) aptidões pessoais de organização e

gestão de tempo e (c) habilidades de aprendizagem.

H2: Um alto nível de GPA está negativamente associado ao (a) esforço dos

candidatos de criação de imagem, e (b) positivamente associado à transparência dos

candidatos.

Efeito ECAs - Hipóteses 3 e 4

1. Morrissey (2005) descreve o desenvolvimento positivo da participações em

atividades extracurriculares, englobando cinco construções: (1) competência em

áreas académicas, sociais e vocacionais; (2) confiança; (3) conexão com a família,

comunidade e colegas; (4) caráter; e (5) cuidado e compaixão

2. As ECAs também são vistas como um lugar para obter experiência prática, para

desenvolver habilidades específicas de empregabilidade e são muitas vezes

escolhidos pelos alunos para se apresentarem melhor aos empregadores (Merino,

2007; Roulin e Bangerter, 2013; Stevenson e Clegg, 2011; Thompson et al. 2013).

(IDEM). Em Portugal, Ramalheira (2015) verificou que para os empregadores, as

ECAs não é a principal várialvel, no que diz respeito a empregabilidade, enquanto

na China (He, 2016) as atividades extracurriculares têm mais impacto do que o

GPA.

3. Os currículos dos diplomados que participam em ECAs provavelmente terão uma

classificação melhor em termos de habilidades de empregabilidade, mas menor em

termos de transparência do candidato, uma vez que o envolvimento em ECAs pode

ser visto como uma estratégia de criação de imagem ligeira (Kristof-Brown et al.,

2002). Em ambos os estudos anteriores (Ramalheira, 2015; He, 2016), não se

comprovou que possuir atividades complementares no currículos, transmite ao

avaliador um estratégia de criação de imagem.

Portanto, é possível esperar que:

H3: A participação nas atividades extracurriculares está positivamente associada

com a empregabilidade percebida em termo de (a) adequação à posição, (b) aptidões

pessoais de organização e gestão de tempo e (c) habilidades de aprendizagem.

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H4: A participação nas atividades extracurriculares está positivamente associada

(a) ao esforço dos candidatos de criação de imagem, e (b) está negativamente associada

à transparência dos candidatos.

Efeitos do GPA e ECAs – Hipóteses 5, 6, 7 e 8

1. Como observou Yew Ming (2005), a combinação de ECAs, GPA e inteligência

emocional é importante para obter uma entrevista de trabalho inicial.

2. Os alunos com um alto nível de GPA serão percebidos como não envolvendo uma

ligeira criação de imagem e, portanto, como mais transparentes. Inversamente, os

alunos envolvidos em ECAs podem ser percebidos como mais intencionais no uso

de táticas enganosas e, portanto, menos transparentes, devido à sua consciência da

importância atual atribuída às ECAs. A combinação desses pressupostos leva à

expectativa de que os candidatos que mencionam GPAs altos combinados com o

envolvimento nas ECAs sejam percebidos como "muito bons para serem

verdadeiros" (Ramalheira, 2015).

Portanto, é possível esperar que:

H5: A participação em atividades extracurriculares (ECAs), combinada com uma

média elevada de final de curso (GPA), está positivamente associado com a

empregabilidade percebida em termos de (a) adequação à função, (b) aptidões pessoais

de organização e gestão de tempo e (c) habilidades de aprendizagem.

H6: A participação em atividades extracurriculares (ECAs), combinada com uma

média elevada de final de curso (GPA), está positivamente associada: (a) aos esforços

de criação de imagem dos candidatos, e (b) está negativamente associada à

transparência dos candidatos.

H7: A ausência de participação em atividades extracurriculares (ECAs), combinada

com uma baixa média de final de curso (GPA), está negativamente associada com a

empregabilidade percebida em termos de (a) adequação à função, (b) aptidões pessoais

de organização e gestão de tempo e (c) habilidades de aprendizagem.

H8: A ausência de participação em atividades extracurriculares (ECAs), combinada

com uma baixa média de final de curso (GPA), está negativamente associada: (a) aos

esforços de criação de imagem dos candidatos, e (b) positivamente associado à

transparência dos candidatos.

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4. Metodologia

4.1. Método e design

Para este estudo foi utilizada a metodologia quantitativa e um modelo quasi-

experimental (Cooper e Schindler, 2014). As variáveis independentes (genêro, GPA,

ECAs), foram apresentadas e controladas em condições experimentais separadas

(usando oito currículos distintos), com o objetivo de verificar o efeito sobre as variáveis

dependentes. A restante informação constante no currículo e as instruções (por exemplo

quanto ao cargo da candidatura) foi comum em todas as condições.

O estudo aplicou a uma manipulação de 2 X 2 X 2, totalizando oito condições

experimentais: 2 condições para género (candidato masculino e candidatos femininos),

2 condições de GPA (candidato com alto GPA e baixo GPA), 2 condições de ECAs

(candidato com participação em ECAs e sem participação em ECAs). A tabela seguinte

sumariza as oito condições experimentais.

Condição Desempenho

Académico

Atividades

Extracurriculares Género

A GPA alto Participação em ECAs Masculino

B GPA alto Participação em ECAs Feminino

C GPA alto Sem participação em ECAs Masculino

D GPA alto Sem participação em ECAs Feminino

E GPA baixo Participação em ECAs Masculino

F GPA baixo Participação em ECAs Feminino

G GPA baixo Sem participação em ECAs Masculino

H GPA baixo Sem participação em ECAs Feminino

Tabela 5 - Condições experimentais.

4.2. Materiais de estímulo

Para operacionalizar a manipulação experimental, foram usados oito currículos,

adaptados da versão Portuguesa de Ramalheira (2015). Cada curriculum apresentava

uma só página, com informações acerca do candidato e as instruções de preenchimento

do inquérito indicavam que o mesmo era candidato a uma função júnior de

administrador/gestor. Na versão Brasileira, o curriculum retratava um(a) recém-

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formado, com bacharelado em administração pela Universidade do Estado de Santa

Catarina (anexo B). Todos os currículos (oito condições) continham os mesmos dados

pessoais, passatempos, áreas de interesses, formação adicional, idiomas e TI. O nome

do candidato, data de nascimento, endereço, número de telefone, correio eletrónico e

formação eram fictícios. Não foi incluída fotografia, pois há evidências que a imagem

do candidato pode afetar a opinião dos avaliadores (Gonçalves, 2014a).

Os currículos só se diferenciavam nas variáveis independentes: sexo, nível de GPA,

para o Brasil foi usada uma média de fim de curso baixa de 7 valores (em 10) e outra

alta, de 9,5 (em 10). Para a condição das atividades extracurriculares, foram criados dois

tipos de currículos, um com participação e outro sem participação em ECAS. Os

primeiros incluíam três atividades populares no Brasil: participação na associação de

estudante da universidade, voluntariado em ações e projetos de solidariedade e atleta da

equipe futebol da universidade. A escolha destas atividades teve em conta a revisão da

literatura e a importância de usar estas três dimensões, a comparabilidade com o estudo

de Ramalheira (2015) e He (2016) e a popularidade das mesmas nas universidades

brasileiras.

A condição género (masculino-feminino) foi criada usando dois nomes comuns na

população Brasileira (João Silva e Joana Silva). Por fim, cada curriculum recebeu uma

identificação (A a H), visando facilitar e assegurar a pronta identificação.

Depois da criação dos oitos currículos, foram realizados dois pré-testes. No primeiro

pré-teste, em papel, cada currículo foi encaminhado para 8 pessoas que pertenciam ao

grupo de pesquisa (e.g. adultos Brasileiros) para determinar a adequação, compreensão

e plausibilidade da informação constante nos currículos. Como resultado deste pré-teste,

foi modificado o currículo, trocando a forma de apresentação do GPA: onde antes

estava “valores” passou a constar “média atual das disciplinas cursadas”. Não foi

modificado mais nenhum aspeto.

O segundo pré-teste foi realizado online, com mais oito pessoas (adultos

Brasileiros), onde estas já tiveram que responder o questionário inserido no qualtrics.

Como resultado foram inseridas as variáveis de controlo: nacionalidade (separada em

Brasileira e outra), local atual de residência, sendo pré-apresentados os 26 estados do

Brasil e o Distrito Federal e uma última opção “Outros”.

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Por fim, os currículos, assim como os questionários foram validados e usados na

pesquisa.

4.3. Medidas

Por se tratar de uma réplica para o Brasil dos estudos anteriores efetuados em

Portugal (Ramalheira, 2015) e na China (He, 2016), este estudo utiliza as mesmas

medidas da versão Portuguesa (cf. Ramalheira, 2015). Para medir as variáveis

dependentes de empregabilidade e gestão de impressões foram utilizadas as escalas pré-

estabelecida (anexo D), traduzidas e adaptadas para o português.

(1) Adequação à função: Foram utilizadas as cinco questões adaptadas d a medida

original de McElroy el al. (2014), usando para resposta uma escala de Likert de 7

pontos (1=discordo totalmente e 7= concordo totalmente). Esta escala mede a perceção

de adequação do candidato a uma posição júnior na área de administração/gestão. Os

itens que a compõem são: “Este candidato é qualificado para exercer uma função

júnior na área de administração/gestão”, “Este candidato tem boas hipóteses de ser

chamado para uma entrevista para uma função júnior na área de

administração/gestão”, “Este candidato reúne os requisitos para exercer uma função

júnior na área de administração/gestão”, “Não contrataria esta pessoa para exercer

uma função júnior na área de administração/gestão” (item inverso) e “Este candidato

tem boas hipóteses de ser incluído na lista final de candidatos selecionados para uma

função júnior na área de administração/gestão”. O alfa de Cronbach obtido para esta

escala foi de 0.943, o que compara adequadamente com McElroy et al. (2014) (0.89

para a amostra 1 e 0.97 para a amostra 2) e com valor maior do que o 0.863 obtido na

versão Portuguesa (Ramalheira, 2015).

(2) Aptidões pessoais de organização e gestão de tempo: Foram utilizados os

quatro itens originais de Evers et al. (1998), posteriormente adaptadas por Gonçalves

(2010), utilizando para responder uma escala de Likert de 5 pontos (1 = Baixo nível de

competência/capacidade, 5 = Muito elevado nível de competência/capacidade), com o

intuito de avaliar a capacidade de organização e gestão de tempo do candidato. A escala

contém os seguintes itens: “Este candidato é capaz de estabelecer prioridades”, “Este

candidato é capaz de gerir o tempo de forma eficiente”, “Este candidato é capaz de

gerir/supervisionar várias tarefas em simultâneo” e “Este candidato é capaz de

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cumprir prazos”. O alfa de Cronbach obtido foi de 0.911, que compara adequadamente

com Evers et al. (1998) e Gonçalves (2010) (respetivamente, 0.83 e 0.621), e com valor

maior do que o 0.883 obtido na versão Portuguesa (Ramalheira, 2015).

(3) Habilidades de aprendizagem: Foram utilizadas as duas questões originais

de Evers el al. (1998), posteriormente traduzidas e adaptadas por Gonçalves (2010),

utilizando-se para resposta a mesma escala de Likert de 5 pontos (1 = Baixo nível de

competência/capacidade, 5 = Muito elevado nível de competência/capacidade). Os itens

usados são: “Este candidato é capaz de adquirir conhecimentos através das

experiências do cotidiano” e “Este candidato é capaz de se manter atualizado(a) sobre

os desenvolvimentos na sua área profissional”. O alfa de Cronbach para esta escala foi

de 0,904, o que é considerado superior e adequado a Evers et al. (1998) e Gonçalves

(2010), (respetivamente 0,669 e 0,476) e com valor maior do que o 0.723 obtido na

versão Portuguesa (Ramalheira, 2015).

(4) Ligeira criação de imagem: Para esta medida, foi aplicada a escala Interview

Faking Behavior (IFB), desenvolvida por Levashina e Campion (2007), composta por

dois itens (na versão Portuguesa usada por Ramalheira, 2015): “Este candidato

distorceu a sua experiência extracurricular para preencher os requisitos de uma função

júnior na área de administração/gestão” e “Este candidato distorceu as suas

qualificações para preencher os requisitos de uma função júnior na área de

administração/gestão”. Para responder, foi usada uma escala de Likert de 5 níveis (1 =

discordo totalmente; 5 = concordo totalmente). O alfa de Cronbach otido para esta

escala foi de 0.820, sendo próximo de 0.90 de Levashina e Campion (2007) e com valor

ligeiramente menor do que o 0.875 obtido na versão Portuguesa (Ramalheira, 2015).

(5) Transparência do candidato: Foram utilizadas três itens adaptados de Roulin et

al. (2014), usando para classificar a resposta uma escala de 5 pontos (1 = discordo

totalmente; 5 = concordo totalmente). Os itens usados da tradução Portuguesa de

Ramalheira (2015) são: “Foi fácil para mim diferenciar os factos da ficção ao ler o CV

deste candidato”, “Ao ler este CV foi fácil para mim avaliar a honestidade deste

candidato” e “Ao ler este CV foi fácil para mim ver quem o candidato realmente é”. O

alfa Cronbach foi 0.859, sendo maior que a escala original de Roulin et al. (2014) 0.83 e

com valor maior do que o 0.822 obtido na versão Portuguesa (Ramalheira, 2015).

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(6) Outras variáveis: Segundo Harrison et al. (1998) e Graves e Powell (1995), os

recrutadores podem ser influenciados pelas características apresentadas pelo candidato

ao emprego. Tendo em vista controlar possíveis interações que tenham que ver com o

grau de semelhança entre o candidato e os avaliadores, foram solicitados os seguintes

dados demográficos aos respondentes: género, idade, nacionalidade, local atual de

residência, ocupação, educação/escolaridade, desempenho académico (GPA),

experiência em recrutamento, participação em atividades extracurriculares (ECAs) e

experiência em recrutamento. O género foi codificado em duas categorias (1 –

Masculino, 0 - Feminino). A idade foi solicitada em anos. A nacionalidade foi

codificada em duas categorias (1 – Brasileira, 0 - Outra). O local atual de residência foi

codificado em 28 categorias: os 27 estados Brasileiros e uma opção para “outro”. A

ocupação foi codificada em três categorias (1 – Trabalhador-Estudante, 2 – Trabalhador

(conta pp/outrem), 3 – Outro (Desempregado/Aposentado). A educação/escolaridade foi

codificada em duas categorias (0 - Sem ensino superior e 1 – com ensino superior). O

GPA do último grau de escolaridade completo, foi solicitado em valores de 0 a 10

(convertido posteriormente em uma escala de 0 a 20). Por fim, a participação em ECAs

e experiência em recrutamento foram codificadas em duas categorias (1 – Sim, 0 - Não).

4.4. Procedimentos de recolha de dados

A amostra foi composta por 269 trabalhadores adultos Brasileiros, residentes no

Brasil. Foi escolhida uma amostra de trabalhadores adultos brasileiros, visto que no

Brasil, 98% das empresas, são classificadas micro e pequenas empresas (Fiesp, 2004),

onde as decisões de recrutamento são principalmente (maioritariamente), realizadas pelo

gerente, coordenador do departamento e ou pelo próprio dono do negócio e em alguns

casos pode até ser realizado por um funcionário comum. As respostas foram obtidas

entre 10 de abril 2017 a 29 de maio de 2017.

Para abordar a amostra pretendida, foram utilizadas as redes sociais (Facebook e

Linkedin), além de contatos diretos com empresas via pedidos por correio eletrónico.

As pessoas que aceitaram participar foram direcionadas para um link do “Qualtrics”,

onde o sistema aleatoriamente apresentava uma das oito condições experimentais para o

participante responder. Foi escolhida a aleatorização das condições para diminuir os

riscos de variância de método comum (Podsakoff et al., 2003).

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Após darem o consentimento de participação, os respondentes recebiam instruções

para lerem com atenção o currículo e avaliarem a sua adequação e empregabilidade para

uma função júnior na área de administração/gestão em termos de: (a) adequação ao

cargo, (b) aptidões de organização pessoal e gestão do tempo, (c) e habilidades de

aprendizagem, além se serem questionados a cerca de suas impressões sobre o

candidato em termos de gestão de impressões, mais especificamente em termos de, (d)

ligeira criação de imagem e (e) transparência do candidato. No final do questionário, os

participantes responderam às questões demográficas anteriormente mencionadas,

fornecendo o contato caso quisessem fazer sugestões e/ou receber os resultados da

pesquisa.

4.5. Amostra

A tabela seguinte resume as caraterísticas da amostra, por condição experimental.

Tabela 6 - Composição da amostra por condição experimental.

A amostra é composta por 269 participantes. Estes têm uma média etária de 38.7

anos, sendo 61% do sexo masculino. Em relação à educação 82,5% possui o ensino

superior, sendo a média final de curso (GPA) de 8,331 (em 10). 57% dos respondentes

possui experiência e ou já participou de um recrutamento e somente 49% participou de

atividades extracurriculares. Na condição A e H, a uma predominância de respondentes

masculinos.

Masculino Feminino M SD < HE HENo

AnserM SD

Condição A (HGPA x ECAs x Masc.) 33 73% 27% 41.39 15.941 9,1% 90,9% 0,0% 8.186 1.160 42% 55%

Condição B (HGPA x ECAs x Fem.) 33 58% 42% 39.36 14.208 15,2% 84,8% 0,0% 8.742 1.653 67% 67%

Condição C (HGPA x NECAs x Masc.) 32 66% 34% 42.03 15.455 9,4% 90,6% 0,0% 8.237 1.359 47% 56%

Condição D (HGPA x NECAs x Fem.) 34 59% 41% 38.06 13.839 26,5% 73,5% 0,0% 8.146 1.665 47% 53%

Condição E (LGPA x ECAs x Masc.) 35 54% 46% 43.00 15.917 14,3% 82,9% 2,9% 8.054 1.711 53% 65%

Condição F (LGPA x ECAs x Fem.) 35 54% 46% 36.66 14.054 8,6% 85,7% 5,7% 8.466 1.151 48% 55%

Condição G (LGPA x NECAs x Masc.) 36 58% 42% 32.69 12.435 27,8% 72,2% 0,0% 8.324 1.486 50% 47%

Condição H (LGPA x NECAs x Fem.) 31 71% 29% 36.58 13.451 19,4% 80,6% 0,0% 8.551 1.420 35% 58%

Total da amostra 269 61% 39% 38,7 14.627 16,4% 82,5% 1,1% 8.331 1.460 49% 57%

Participação

em ECAs

Experiência

em

recrutamento

Condição Experimental N

Gênero Idade Educação GPA

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5. Resultados

5.1. Diferenças da amostra por condição experimental

Visando testar a existência de diferenças demográficas da amostra por condição

experimental, mesmo que a alocação dos respondentes tenha sido aleatória, utilizou-se a

análise de variância (ANOVA unidirecional), para comparar os valores médios por

condição. Como se observa na tabela seguinte não existem diferenças demográficas

significativas entre as condições, confirmando assim que as subamostras que

responderam a cada grupo experimental provêm da mesma população e são similares

entre si.

Tabela 7 - Resultados ANOVA para diferenças entre as condições experimentais.

5.2. Consistência interna das medidas

Antes de testar as hipóteses, foram determinada a consistência interna das escalas,

através do cálculo do alfa de Cronbach. Os resultados obtidos (Tabela seguinte)

suportam a adequação à amostra das medidas que foram usadas neste estudo e

anteriormente usadas com outras amostras (Evers et al., 1998; Gonçalves, 2010;

Ramalheira, 2015; He, 2016).

F Sig.

Idade 1.953 .062*

Genero 0.729 .648*

Educação 1.471 .178*

GPA 0.702 .670*

Experiência em Recrutamento 0.547 .799*

ECAs 1.008 .426*

*p<0.05

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Tabela 8 - Análises de fatores confirmantes

5.3. Análise descritiva e correlacional

A Tabela seguinte apresenta as médias e desvios padrão das variáveis dependentes

por condição.

Tabela 9- Média e desvio padrão das variáveis dependentes por condição.

Conforme se observa na tabela as variáveis (a) adequação à função, (b) organização

pessoal/gestão de tempo e (c) habilidades de aprendizagem apresentam valores médios

decrescentes pelas condições, ou seja, de A para H. A condição A foi a que obteve a

valores médios mais elevados, seguida pela condição B, o que sugere avaliações de

empregabilidade mais elevadas quando os currículos mencionam uma média de fim de

curso elevada e a participação em atividades extracurriculares. Inversamente, os valores

Portugal China

Itens

Média

(Mean)SD

Cronbach

Alpha

Cronbach

Alpha

Cronbach

AlphaAdaptado de

Adequação à função 5 4.82 1.49 .943 .863 .845 (McElroy et al., 2014)

Aptidões pessoais de

organização e gestão de

tempo

4 3.53 0.98 .911 .883 .933

Habilidades de aprendizagem 2 3.54 1.03 .904 .723 .884

Ligeira criação de imagem 2 1.37 0.70 .820 .875 .956(Levashina and

Campion, 2007)

Transparência do candidato 3 3.15 1.02 .859 .822 .897 (Roulin et al., 2014)

(Evers et al., 1998;

Gonçalves, 2010)

Brasil

M SD M SD M SD M SD M SD

Condição A (HGPA x ECAs x Masc.) 33 6.121 0.857 4.22 0.66 4.409 0.592 1.409 0.744 3.282 1.044

Condição B (HGPA x ECAs x Fem.) 33 5.781 0.844 4.197 0.648 4.181 0.610 1.287 0.649 3.272 0.783

Condição C (HGPA x NECAs x Masc.) 32 4.437 1.105 3.219 0.621 3.125 0.803 1.282 0.507 2.781 1.175

Condição D (HGPA x NECAs x Fem.) 34 4.552 1.273 3.368 0.776 3.352 0.793 1.455 0.782 2.970 0.951

Condição E (LGPA x ECAs x Masc.) 35 5.485 0.914 3.979 0.858 4.000 0.840 1.2 0.488 3.477 0.993

Condição F (LGPA x ECAs x Fem.) 35 5.394 0.788 3.964 0.715 3.971 0.746 1.642 0.966 3.085 1.129

Condição G (LGPA x NECAs x Masc.) 36 3.172 1.425 2.576 0.95 2.527 0.985 1.361 0.752 3.444 0.942

Condição H (LGPA x NECAs x Fem.) 31 3612 1.578 2.734 0.928 2.709 0.937 1.274 0.513 2.892 0.940

Total da amostra 269 4.820 1.492 3.53 0.70 3.54 1.03 1.37 0.70 3.15 1.02

Ligeira Criação de

ImagemTranparência

Notes. HGPA - Performace Acadêmica Alta, LGPA - Performace acadêmica Baixoge, ECAs - Atividades

Extracurriculares (participação), NECAs - Sem participação em atividades extracurriculares

Habilidades de

aprendizagemCondição N

Adequação à

posição

Aptidões pessoais

de organização e

gestão de tempo

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médios mais baixos foram obtidos para nas condições H e G, onde os currículos

possuem um baixo GPA e sem participação em ECAs.

Em relação ao género, é possível observar que nas condições em que o currículo não

possuía uma participação em atividades extracurriculares, o género feminino em

comparação ao género masculino obteve uma média superior.

A tabela seguinte, mostra as médias, os desvios-padrão e a inter-correlação

(coeficiente de correlação de Pearson) para as variáveis principais da pesquisa.

Tabela 10 - Médias, desvios padrão e inter-correlação das variáveis.

Nem todas as variáveis estão inter-relacionadas. A variável criação de imagem, só

está inter-relacionada com a transparência, e de forma negativa. Isto sugere que quanto

mais positivamente os candidatos são avaliados na questão transparência, pior são

avaliados na criação de imagem. Todos os outros itens estão inter-relacionados de forma

positiva, desta forma quanto melhor são avaliados na questão habilidade de

aprendizagem, melhor são avaliados na adequação a posição.

5.4. Teste de hipóteses

Para testar as hipóteses, várias análises de covariância foram utilizadas (ANCOVA),

que incluíram as medidas demográficas correlacionadas com as variáveis dependentes,

designadamente: idade, género, educação, GPA dos entrevistados, participação em

ECAs e experiência em recrutamento.

Os resultados principais estão apresentados nas tabelas seguintes, reportando-se as

estatísticas de teste F e nível de significância para o modelo completo (o que inclui as

variáveis de controle).

Variável Média SD 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

1. Idade 38.67 14.62 .125* .015 .204** .012 .424** .079 .126* .114 -.850 .054

2. Gênero (0= feminino) 0.61 0.488 -.062 -.077 -.002 -.064 -.134* -.054 -.068 -.059 -.087

3. Educação (0 = não possui) 1.93 10.34 .354** .190** .408** .037 -.062 -.083 .150* -.017

4. GPA 8.33 1.46 .183** .316** .028 .012 .061 -.039 .025

5. ECA (1 = sim) 0.49 0.50 .197** .029 .041 .086 -.174** -.005

6. Experiêcia em recrutamento (1 = sim) 0.57 0.50 .019 .097 .125* .031 -.005

7. Adequação à posição 4.82 1.49 .716** .731** .004 .176**

8. Aptidões pessoais de organização e

gestão de tempo3.53 0.98 .930** -.031 .162**

9. Habilidades de aprendizagem 3.37 1.03 .019 .135*

10. Ligeira criação de imagem 1.37 0.70 - 158**

11. Transparência do candidato 3.15 1.02

*p < .05. **p < .01. n = 269

Nota. GPA - Performace acadêmica do entrevistados, ECA - Respondente com participação em atividade extracuricular

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Tabela 11 – ANCOVA – Resultado das variáveis.

Efeito GPA - Hipóteses 1 e 2

Para testar as hipóteses H1 e H2, foram calculadas duas variáveis: (1) GPA alto

para as condições com elevado nível de GPA (Condições A a D) e (2) GPA baixo para

as condições com baixos níveis de GPA (Condições E a H).

A Hipótese 1 supos Um alto nível de GPA está positivamente associado com a

empregabilidade percebida em termos de (a) adequação a função, (b) aptidões pessoais

de organização e gestão de tempo e (c) habilidades de aprendizagem. Os resultados da

ANCOVA suportam esta hipótese, pois em termos de (a) adequação ao cargo, os

candidatos a emprego com altos níveis de GPA foram percebidos de forma mais

positiva (M1 = 5,233) do que os candidatos a emprego com baixos níveis de GPA (M2

= 4,371) e esta diferença é estatisticamente significativa (F (7,231) = 4,661, p <0,001).

Além disso, aqueles com altos níveis de GPA foram percebidos de forma mais positiva

em relação a (b) aptidões pessoais de organização e gestão de tempo (M1 = 3,821

versus M2 = 3,355) e (c) habilidades de aprendizagem (M1 = 3.831 versus M2 = 3.361)

e estes as diferenças são estatisticamente (F (7,231) = 3,091, p = 0,004 e F (7,231) =

3,632, p < 0,001, respetivamente).

A Hipótese 2 um alto nível de GPA está negativamente associado ao (a) esforço dos

candidatos de criação de imagem, e (b) positivamente associado à transparência dos

candidatos. Os resultados da ANOVA não suportam esta hipótese, pois M1 = 1,331 para

GPA alto versus M2 = 1,315 para GPA baixo; F (7.231) = 3,351, p = 0,003); e

transparência: M1 = 3,118 versus M2 = 3,260; F (7.231) = 1,047, p = 0,339).

M SD F Sig M SD F sig M SD F Sig M SD F Sig M SD F Sig

GPA

HGPA (condição A, B, C, D) 113 5,234 1,234 4,961 0,000 3,821 0,782 3,091 0,004 3,832 0,870 3,632 0,001 1,332 0,643 3,151 0,003 3,118 1,051 1,047 0,339

LGPA (condição E, F, G, H) 119 4,371 1,618 3,355 1,126 3,361 1,146 1,315 0,692 3,261 1,010

ECAs

ECAs (condição A, B, E, F) 115 5,697 0,889 20,192 0,000 4,176 0,895 18,022 0,000 4,235 0,689 20,929 0,000 1,322 0,705 3,104 0,004 3,281 1,020 1,119 0,352

NECAs (condição C, D, G, H) 117 3,901 1,454 2,998 0,709 2,957 0,946 1,325 0,631 3,103 1,039

Tranparência

Significância *p < .05, **p < .01, ***p < .001

Efeito das condições

combinadasN

Adequação à posição Competências Habilidades de Ligeira Criação de

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Efeito ECAs - Hipóteses 3 e 4

A Hipótese 3 supôs A participação nas atividades extracurriculares está

positivamente associada com a empregabilidade percebida em termo de (a) adequação à

posição, (b) aptidões pessoais de organização e gestão de tempo e (c) habilidades de

aprendizagem. Os resultados das ANCOVAs suportam esta hipótese. Adequação à

posição (M1 = 5.697 para a participação em ECA versus M2 = 3.900 para nenhuma

participação); F (7,231) = 20.192, p <0.001); (b) organização de pessoa e gestão de

tempo (M1 = 4.176 para participação em ECA versus M2 = 2,998 para nenhuma

participação em ECAs, F (7, 231) = 18,022, p <0.001); e (c) habilidades de

aprendizagem (M1 = 4.234 para participação em ECA versus M2 = 2,957 para nenhuma

participação em ECAs, F (7, 231) =20,929, p <0.001).

A Hipótese 4 previa a participação nas atividades extracurriculares está

positivamente associada (a) ao esforço dos candidatos de criação de imagem, e (b) está

negativamente associada à transparência dos candidatos. Os resultados das ANCOVAs

não suportam esta hipótese. Enquanto a ligeira criação de imagem (M1 = 1,327) para

participação em ECAs é ligeiramente inferior à das condições de não participação em

ECAs (M2 = 1,324), as diferenças não são significativas, embora o modelo no seu

conjunto o seja (F (7, 231) = 3,104, p = 0,004), porque as variáveis idade e participação

anterior em ECAs do respondente explicam parte da perceção de imagem criada

(respetivamente 1.9% e 5.9%). Os respondentes mais velhos e os que participaram em

ECAs acreditam que os currículos com ECA não refletem um esforço de criação de

imagem. Por fim, não foram observadas diferenças significativas em relação à

transparência percebida dos candidatos de acordo com o seu envolvimento em ECAs

(M1 = 3,281 versus M2 = 3,102, F (7,231) = 1,119, p = 0,352).

Efeitos do GPA e ECAs – Hipóteses 5, 6, 7 e 8

Para testar os efeitos de interação foram computadas quatro variáveis adicionais: (1)

GPA alto e participação em ECAs (Condições A e B) e (2) GPA alto sem participação

em ECAs (Condições C e D), (3) GPA baixo e participação em ECAs (Condições E e

F), (4) GPA baixo e sem participação em ECAs (Condições G e H). Na Tabela seguinte

é possível verificar as medias e e cada variável dependente, para cada uma destas quatro

novas variáveis.

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Tabela 12 - ANOVA por grupo de variáveis dependentes

A Hipótese 5 supôs que a participação em atividades extracurriculares (ECAs),

combinada com uma média elevada de final de curso (GPA) (condições A e B), está

positivamente associado com a empregabilidade percebida em termos de (a) adequação

à função, (b) aptidões pessoais de organização e gestão de tempo e (c) habilidades de

aprendizagem. Os resultados das ANCOVAs suportam esta hipótese. Em termos de

adequação ao cargo, os candidatos a emprego de alto GPA e ECAs foram percebidos de

forma mais positiva (M1 = 5,951) do que aqueles das condições remanescentes (M2 =

4,442) e esta diferença é estatisticamente significativa (F (7.231) = 10.20, p <0.001). Da

mesma forma, esses candidatos a emprego são percebidos de forma mais positiva em

termos de habilidades de organização pessoal e gestão de tempo (M1 = 4,209) e

habilidades de aprendizagem (M1 = 4,295) do que suas contrapartes (respectivamente

M2 = 3,307 e M2 = 3,281) e essas diferenças são estatisticamente significativas,

Respectivamente (F (7.231) = 7.461, p <0.001) e (F (7.231) = 8.867, p <0.001

A Hipótese 6 supôs que a participação em atividades extracurriculares (ECAs),

combinada com uma média elevada de final de curso (GPA), está positivamente

associada: (a) aos esforços de criação de imagem dos candidatos, e (b) está

negativamente associada à transparência dos candidatos. Os resultados obtidos não

suportam esta hipótese, ainda que e tal como anteriormente, a idade dos respondentes e

a participação em ECAs explique parte da variância para a medida de criação de

imagem.

A Hipótese 7 supôs que a ausência de participação em atividades extracurriculares

(ECAs), combinada com uma baixa média de final de curso (GPA), está negativamente

associada com a empregabilidade percebida em termos de (a) adequação à função, (b)

M1 M2 M1 M2 M1 M2 M1 M2 M1 M2

5,223 4,416 3,751 3,313 3,767 3,302 1,358 1,369 3,076 3,225

5,695 3,943 4,090 2,974 4,140 2,928 1,385 1,343 3,279 3,022

5,951 4,442 4,209 3,307 4,295 3,281 1,348 1,369 3,277 3,108

3,392 5,295 2,655 3,825 2,618 3,840 1,318 1,379 3,168 3,145

Alto vs. Baixo GPA(1)

ECAs vs. sem ECAs(2)

Alto GPA & ECAs(3)

Baixo GPA & ECAs(4)(1) Con d ição A, B, C an d D = M1; Con d ição E , F, G an d H = M2 / (2) Con d ição A, B, E an d F = M1; Con d ição C, D, G an d H = M2 / (3) Con d ição A an d

B = M1; Con d ição C, D, E , F, G an d H = M2 / (4) Con d ição G an d H = M1; Con d ição A, B, C, D, E an d F = M2

TranparênciaAdequação à

posição

Competências

pessoais de

organização e

Habilidades de

aprendizagem

Ligeira Criação

de ImagemEfeitos Combinados

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aptidões pessoais de organização e gestão de tempo e (c) habilidades de aprendizagem.

Os resultados obtidos suportam esta hipótese. Em geral, os candidatos a emprego com

baixo GPA e sem ECAs são percebidos de forma mais negativa do que os candidatos a

emprego das condições remanescentes, em termos de (a) adequação à posição (M1 =

3,392 versus M2 = 5,295); F (7.231) = 9.553, p >0.001); (B) habilidades de organização

pessoal e gestão de tempo (M1 = 2,655 versus M2 = 3,825; F (7.231) = 6.257, p

>0.001); E (c) habilidades de aprendizagem (M1 = 2,618 versus M2 = 3,840, F (7.231)

= 6.982, p > 0.001)

Por fim, a Hipótese 8 A ausência de participação em atividades extracurriculares

(ECAs), combinada com uma baixa média de final de curso (GPA), está negativamente

associada: (a) aos esforços de criação de imagem dos candidatos, e (b) positivamente

associado à transparência dos candidatos. Os resultados obtidos não suportam esta

hipótese.

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6. Discussão, limitações e implicações

Este estudo analisa o impacto do desempenho académico (GPA) e das atividades

extracurriculares (ECAs), na perceção de empregabilidade e gestão de impressões de

um conjunto de currículos de jovens graduados brasileiros candidatos a cargos de

administração/gestão. As principais questões de pesquisa são: (1) De que forma o

desempenho académico (GPA), medido pela menção da média de fim de curso no

currículo, influência a adequação à função, a empregabilidade e a gestão de impressões

de jovens graduados brasileiros, candidatos a cargos de administração/gestão? (2) De

que forma as atividades extracurriculares (ECAs), medida pela menção à participação

nestas atividades indicada no currículo, influenciam a adequação à função, a

empregabilidade e a gestão de impressões de jovens graduados brasileiros, candidatos a

cargos de administração/gestão? (3) De que forma o desempenho académico e as

atividades extracurriculares combinadas influenciam a perceção da empregabilidade e a

gestão de impressões de jovens graduados brasileiros, candidatos a cargos de

administração/gestão. Os resultados obtidos e o teste de hipóteses ajudam a esclarecer

estas questões e estão expostos na tabela seguinte.

Hipóteses Descrição Resultado

H1

Um alto nível de GPA está positivamente associado

com a empregabilidade percebida em termos de (a)

adequação a função, (b) aptidões pessoais de organização

e gestão de tempo e (c) habilidades de aprendizagem.

Suportada

H2

Um alto nível de GPA está negativamente associado

ao (a) esforço dos candidatos de criação de imagem, e (b)

positivamente associado à transparência dos candidatos.

Não

suportada

H3

A participação nas atividades extracurriculares está

positivamente associada com a empregabilidade percebida

em termo de (a) adequação à posição, (b) aptidões

pessoais de organização e gestão de tempo e (c)

habilidades de aprendizagem.

Suportada

H4

A participação nas atividades extracurriculares está

positivamente associada (a) ao esforço dos candidatos de

criação de imagem, e (b) está negativamente associada à

transparência dos candidatos.

Não

Suportada

H5

A participação em atividades extracurriculares

(ECAs), combinada com uma média elevada de final de

curso (GPA), está positivamente associado com a

empregabilidade percebida em termos de (a) adequação à

função, (b) aptidões pessoais de organização e gestão de

tempo e (c) habilidades de aprendizagem.

Suportada

Page 47: A perceção de empregabilidade dos Brasileiros graduados ... · considerada uma das maiores empresas de plano de saúde do Brasil. Em 2015, com o intuito de adquirir mais experiência,

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Hipóteses Descrição Resultado

H6

A participação em atividades extracurriculares

(ECAs), combinada com uma média elevada de final de

curso (GPA, está positivamente associada: (a) aos

esforços de criação de imagem dos candidatos, e (b) está

negativamente associada à transparência dos candidatos.

Não

Suportada

H7

A ausência de participação em atividades

extracurriculares (ECAs), combinada com uma baixa

média de final de curso (GPA), está negativamente

associada com a empregabilidade percebida em termos de

(a) adequação à função, (b) aptidões pessoais de

organização e gestão de tempo e (c) habilidades de

aprendizagem.

Suportada

H8

A ausência de participação em atividades

extracurriculares (ECAs), combinada com uma baixa

média de final de curso (GPA), está negativamente

associada: (a) aos esforços de criação de imagem dos

candidatos, e (b) positivamente associado à transparência

dos candidatos.

Não

Suportada

Tabela 13 - Resultado dos testes de hipótese.

Conforme previsto, as hipóteses 1,3,5 e 7 foram suportadas pelo presente estudo. Os

resultados mostram que os candidatos cujos currículos apresentam um alto índice de

GPA associado à participação em ECAs são os que obtêm maior empregabilidade,

seguido dos que possuem um baixo GPA associado com as ECAS. Os currículos que

possuíam um baixo GPA associado com a não participação em ECAs foram os piores

avaliados. Contrariamente ao previsto, os resultados obtidos não suportam a hipótese de

que o desempenho académico e as atividades extracurriculares mencionadas no

curriculum afetam a perceção de que o candidato é menos transparente ou procurou

criar uma imagem distintiva. Estes resultados sugerem que todos os currículos foram

considerados confiáveis pelos avaliadores.

No seu conjunto, estes resultados são consistentes com os argumentos de Thompson

(2013), quando este afirma que os alunos se envolvem em atividades extracurriculares

para promoverem o desenvolvimento de habilidades de empregabilidade, para gerirem

melhor, para organizarem os seus estudos académicos e/ou para compensarem notas

mais baixas. Merino (2007) refere que o envolvimento dos graduados em atividades

extracurriculares é principalmente devido às suas preocupações com a empregabilidade.

Tendo em consideração os resultados obtidos neste trabalho, podemos perceber o

porquê de alguns estudantes despenderem tempo para realizarem atividades

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extracurriculares, quando poderiam estar utilizando este tempo para estudar com o

intuito de obter um alto GPA.

6.1. Comparação Brasil x China X Portugal

Porque este estudo é uma réplica para o Brasil de estudos anteriores, realizados em

Portugal (Ramalhei, 2015) e na China (He, 2016), esta secção é dedicada à comparação

com esses resultados. A tabela seguinte resume essa informação.

Hipóteses Brasil China Portugal

H1 Suportada Não Suportada Suportada

H2 Não suportada Não Suportada Não Suportada

H3 Suportada Suportada Parcialmente

Suportada

H4 Não Suportada Não Suportada Não Suportada

H5 Suportada Não Suportada Suportada

H6 Não Suportada Não Suportada Não Suportada

H7 Suportada Suportada Suportada

H8 Não Suportada Não Suportada Não Suportada

Tabela 14 - Comparação dos resultados das hipóteses.

Após analisar os resultados obtidos, pode-se observar que os resultados das

hipóteses entre Brasil e Portugal são semelhantes. Contudo, após comparar-se a

importância do GPA e a das ECAs nos três países, verifica-se que no Brasil e na China

valorizam-se as atividades extracurriculares (ECAs), enquanto que em Portugal o GPA

é mais valorizado.

Ao analisar os resultados, no Brasil, os currículos melhores avaliados foram os que

continham um GPA elevado associado com a participação em atividades

extracurriculares e piores para os que referiam baixo desempenho académico sem

participação em ECAs. Este resultado é similar nos três estudos. As diferenças entre

países referem-se à importância atribuída, à participação em ECAs como forma de

compensar um pior desempenho académico. Enquanto em Portugal (Ramalheira, 2015),

o desempenho académico (GPA) foi a variável explicativa mais importante, na China

(He, 2016) e no Brasil os currículos que possuíam ECAs foram melhores avaliados

mesmo quando comparados com currículos com elevado GPA, sem essa participação.

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41

No que se refere à perceção da gestão de impressões e transparência dos candidatos,

todos os currículos foram considerados igualmente confiáveis pelos respondentes dos

três países.

6.2. Limitações

Este estudo tem algumas limitações que devem ser consideradas. Uma das

limitações é que nos oito currículos elaborados para serem avaliados pelos

respondentes, os candidatos estudaram na mesma Universidade, a Universidade do

Estado de Santa Catarina, onde o curso de Administração está entre os dez melhores do

Brasil. Embora esta seleção tenha sido feita considerando a comparabilidade com os

estudos anteriores (e.g. escolher uma das universidades e cursos mais prestigiados no

respetivo país) é possível que as perceções dos respondentes poderiam ser outras se uma

outra universidade fosse escolhida.

Outra limitação é que os respondentes são pessoas que estão localizadas no sul do

Brasil, a grande maioria no Estado de Santa Catarina. Todos os respondentes trabalham

em empresas, no entanto, nem todos estão relacionados com a área de Gestão de

Recursos Humanos, ou terão selecionado antes candidatos na área de

administração/gestão. Embora a experiência anterior de recrutamento, usada como

controlo nas ANCOVAs não tenha produzido efeitos explicativos, é possível que as

opiniões destes adultos Brasileiros difiram das perceções de empregabilidade de outros

recrutadores e empregadores. A generalização dos resultados está por isso, limitada

Uma outra limitação refere-se à seleção das variáveis dependentes para medir as

perceções de a empregabilidade. Por razões práticas, este estudo considera apenas a

adequação ao trabalho e as aptidões de organização pessoal e tempo e aprendizagem.

No caso do Brasil, outras competências de empregabilidade poderão ser ainda mais

importantes, como o trabalho em equipa, habilidades de comunicação, liderança, e

criatividade, o que poderá vir a ser examinado no futuro.

6.3. Implicações teóricas

Este estudo evidencia vários resultados relevantes relacionados com as

particularidades do mercado de trabalho local.

O primeiro é a importância do desempenho académico (GPA) associado à

participação em atividades extracurriculares (ECAs), como informação relevante a

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inserir no curriculum dos graduados em Administração/Gestão para promoverem a sua

empregabilidade. Outro resultado a destacar é a importância de inserir a participação em

atividades extracurriculares sobretudo quando o desempenho académico é menor. Um

dos fatores a considerar na interpretação destes resultados, diz respeito à

respeitabilidade académica da universidade em questão, pois todos os currículos eram

da Universidade do Estado de Santa Catarina, sendo esta uma universidade de

excelência. É possível que ao analisarem os currículos, os respondentes possam ter

levado em conta que um baixo GPA nesta universidade equivale a um alto GPA numa

outra universidade menos conceituada. Por isso, um desempenho académico menor

combinado com atividades extracurriculares resultaria numa empregabilidade maior.

Esta hipótese poderá ser testada em investigações futuras, empregando outras

universidades e respondentes.

Outro aspeto a destacar na interpretação dos resultados é o facto de que um

graduado que possui um alto GPA sem ter tido atividades extracurriculares poder

significar que apenas desenvolveu as suas competências académicas e não possui outras

habilidades necessárias no mercado, em comparação com os graduados que

participaram nessas atividades. Por exemplo, no pré-teste, todos os currículos que não

possuíam atividades extracurriculares foram alvo de questionamentos e um dos motivos

pode relacionar-se com a generalização dessas atividades na universidade do Estado de

Santa Catarina, visto que todos os alunos realizam um estágio, como unidade curricular

obrigatória. Outro ponto que poderá ter chamado a atenção dos avaliadores para a

ausência deste aspeto no curriculum é o fato de, no Brasil, a maioria dos estudantes

trabalhar e estudar ao mesmo tempo ou realizar atividades extracurricular fora do

horário de aulas. Como estas atividades são comuns no mercado Brasileiro, a sua

ausência no curriculum é talvez mais negativa do que um pior desempenho académico.

Este aspeto poderá vir a ser melhor explorado no futuro.

Em relação ao género, embora não se tenham formulado hipóteses associadas a

diferenças de género, verificou-se que os homens foram avaliados mais positivamente

do que as mulheres nos currículos que possuíam atividades extracurriculares. Nos

currículos onde não se observavam as atividades extracurriculares, as mulheres foram

melhor avaliadas. Este aspecto das diferenças de genêro podem vir a ser alvo de uma

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43

investigação futura, tendo em vista entender o porquê as mulheres são melhores

avaliadas quando os currículos não possuem atividades extracurriculares.

6.4. Implicações práticas

O presente estudo tem implicações práticas importantes, quer para os Brasileiros

formados em Gestão, quer para as empresas que procuram um profissional formado

nesta área, quer para as Universidades, principalmente para a Universidade do Estado

de Santa Catarina.

Para os Brasileiros formados em gestão, este estudo apresenta implicações quanto à

gestão do tempo, pois como se observou, um alto GPA associado à participação em

ECAs permitirá elevar a empregabilidade, facto que o desempenho académico sozinho

não permite. Tendo em conta estes resultados, os estudantes podem assim melhor

definir quais as suas prioridades.

Para as empresas, os resultados podem ajudar a verificar quais as aptidões que o

mercado precisa, para assim não perder tempo e dinheiro a procura de um profissional

que nao se enquadre no mercado em que estao inseridos.

Por fim, para as universidades, este estudo pode incentivar a que ofereçam mais

atividades extracurriculares e/ou coloquem nas suas unidades curriculares a

obrigatoriedade e/ou a sugestão de que o aluno realize ECAs, pois assim o mesmo

poderá ter uma vantagem competitiva em relação a universidades que não ofereçam

essas ECAs. Como obter um bom nível de empregabilidade é importante tanto para o

aluno, que muitas vezes procura uma boa universidade, tendo em vista sua saída

profissional, como para as universidades que oferecem o curso de gestão, um dos

critérios que um futuro universitário poderá utilizar para concorrer a uma universidade,

é a saída profissional dos formados. Desta forma quanto melhor a Universidade estiver

alinhada com os requisitos solicitados e ou procurados pelos empregadores, melhor será

a empregabilidades dos formados. Para a Universidade, este pode ser um diferencial,

pois pode vir a atrair mais e/ou melhores alunos.

Por fim podemos dizer que este estudo pode ajudar tanto os alunos de gestão assim

como as universidades e empregadores, podendo direcionar os mesmo pra uma melhor

empregabilidade dos formados em gestão, assim como os requisitos do mercado.

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7. Conclusão

Este estudo teve como objetivo analisar o impacto do desempenho académico

(GPA) e das atividades extracurriculares (ECAs), na perceção de empregabilidade e

gestão de impressões de um conjunto de currículos de jovens graduados brasileiros

candidatos a cargos de administração/gestão. Para avaliar a empregabilidade do

candidato, foram consideradas variáveis como (1) adequação à função, (2) aptidões

pessoais de organização e gestão de tempo, (3) habilidades de aprendizagem, (4) ligeira

criação de imagem e (5) transparência. No total foram obtidos 269 inquéritos

completos, respondidos por trabalhadores Brasileiros.

Tratando-se de uma réplica, para o contexto Brasileiro, de estudos similares

realizados em Portugal e na China, os resultados permitiram caraterizar melhor a

importância do desempenho académico e da participação em atividades

extracurriculares na empregabilidade dos jovens graduados. Ao contrário do que se

observou em Portugal (Ramalheira, 2015), e de forma parcialmente semelhante ao

constatado na China (He, 2016) a participação em atividades extracurriculares permite

compensar, em termos de empregabilidade (e para todas as variáveis usadas), um menor

desempenho escolar. É possível que este resultado tenha sido influenciado pela superior

reputação académica da universidade e do curso de Administração/Gestão mencionados

em todos os currículos, não sendo replicável para candidatos provenientes de

universidades/cursos menos prestigiantes, o que poderá ser explorado no futuro.

Adicionalmente, os currículos foram considerados igualmente confiáveis e os

candidatos considerados transparentes, o que ressalta a importância da informação

contida nos currículos para influenciar a empregabilidade percebida dos candidatos.

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Anexos

Anexo A - Desenho do estudo quasi-experimental

F 30

M 30

F 30

M 30

F 30

M 30

F 30

M 30

2 2 2 240

Adequação

à posição

Competências

pessoais de

organização e

gestão de

tempo

Habilidades de

aprendizagem

Ligeira

criação de

imagem

Transparência

do candidato

Váriaveis de Controle: Idade, Genêro, Educação, GPA, Paricipação

em ECAs, Experiência em recrutamento.

Variáveis

independentesGenêro

N

(240)Percepção da empregabilidade dos

candidatos a emprego em termos de:

Percepção dos

candidatos a emprego

gerenciamento de

impressões em termos

de:

Variáveis dependentes

Alt

o G

PA

Bai

xo G

PA

ECA

ECA

Sem ECA

Sem ECA

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Anexo B – Condição experimental

Condição experimental A

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Condição experimental B

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59

Condição experimental C

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Condição experimental D

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61

Condição experimental E

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62

Condição experimental F

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Condição experimental G

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Condição experimental H

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Anexo C – Inquérito e carta de apresentação

Bom dia/Boa tarde,

O meu nome é Renato Muller e faço parte de uma equipa de investigação da

Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

O presente estudo, dirigido a trabalhadores Brasileiros, tem como principal objetivo

avaliar a perceção de empregabilidade dos graduados Brasileiros em Administração.

Neste sentido, vimos pelo presente meio solicitar a sua colaboração, anónima e

confidencial, através do preenchimento de um breve inquérito no seguinte

link: https://qtrial2017q2az1.az1.qualtrics.com/jfe/form/SV_42TFvAgKmk9Vdat

A sua opinião é extremamente valiosa para que seja possível preparar ainda

melhor os diplomados do ensino superior para o mercado de trabalho.

Em troca da sua colaboração, temos todo o gosto em partilhar consigo os resultados

desta investigação pelo que, caso seja do seu interesse, partilhe conosco o seu endereço

de e-mail.

Colocamo-nos ao dispor para prestar qualquer esclarecimento que considerem

conveniente, agradecendo desde já a sua colaboração neste estudo!

Com os melhores cumprimentos,

Renato Muller

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Abaixo apresentamos o Curriculum Vitae de um candidato a uma funçãoo júnior na

área de Administração/gestão, o qual solicitamos que observe e leia atentamente e

cuidadosamente.

(Condição A, B, C, D, E, F, G ou H)

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(3) Dados sociodemográficos

1. Genêro:

o Masculino

o Feminino

2. Idade: ____________________

3. Nacionalidade:

o Brasileira

o Outra ______________

4. Local atual de residência:

o Santa Catarina

o Acre

o Alagoas

o Amapá

o Amazonas

o Bahia

o Ceará

o Distrito Federal

o Espírito Santo

o Goiás

o Maranhão

o Mato Grosso

o Mato Grosso do Sul

o Minas Gerais

o Pará

o Paraíba

o Paraná

o Pernambuco

o Piauí

o Rio de Janeiro

o Rio Grande do Norte

o Rio Grande do Sul

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o Rondônia

o Roraima

o São Paulo

o Sergipe

o Tocantins

o Outro (favor especificar o país)____________

5. Qual sua ocupação atual?

o Estudante

o Trabalhador- Estudante

o Trabalhando para terceiros

o Trabalhando por conta própria

o Desempregado

o Aposentado

6. Qual o nível de escolaridade mais elevado que concluiu?

o Ensino básico ou inferior

o Ensino médio

o Licenciatura (ensino superior)

o Pós-graduação

o Mestrado

o Doutorado

o Outro (favor especificar) ____________

7. Média de conclusão do último nível de escolaridade (se aplicável):

_______________

8. Qual o número de trabalhadores da Empresa em que trabalha ou da última

Empresa em que trabalhou? Por favor selecione apenas uma das seguintes

opções:

o <10

o 10-49

o 50-249

o >250

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9. Qual o Volume de Negócios (VN) da Empresa em que trabalha ou da última

Empresa em que trabalhou? Por favor selecione apenas uma das seguintes

opções: (Favor ajustar para proporção monetária local)

o VN <= 2 milhões de euros anuais

o VN >2 milhões de euros anuais e <=10 milhões de euros anuais

o VN >10 milhões de euros anuais e <=50 milhões de euros anuais

o VN>50 milhões de euros anuais

10. Qual a sua função na Empresa em que trabalha ou da última Empresa em que

trabalhou? ____________________

11. Já participou diretamente no processo de recrutamento e seleção de diplomados,

nomeadamente na avaliação de um Curriculum Vitae?

o Sim

o Não

12. Deseja receber uma cópia com os resultados da presente investigação? Por favor

selecione apenas uma das seguintes opções:

o Sim

o Não

13. Se sim, por favor indique-nos o seu endereço de e-mail: _______________

14. Tem alguma sugestão relativamente ao inquérito e/ou investigação que queira

partilhar conosco? _________________

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Anexo D – Adaptação das medidas

Adequação à posição

(McElroy et al., 2014)

5 itens

A adequação do candidato foi medida

utilizando uma escala de cinco itens

adaptada de McElroy et al. (2014). Os

entrevistados foram solicitados a

classificar em uma escala de sete pontos, o

grau em que perceberam a

qualificação/adequação do candidato. (1 =

totalmente inadequado, 7 = totalmente

adequando).

Os itens incluem:

1- “Considero o candidato qualificado

para esta função/cargo”;

2- “Gostaria de entrevistar esta pessoa

para esta função/cargo:

3- “Este candidato é um bom

concorrente para esta função/cargo;

4- “Não contrataria esta pessoa para

esta função/cargo;

5- “Este candidato tem uma boa

chance/hipótese de fazer parte da lista de

candidatos para esta função/cargo”.

Adaptação (medido por meio de uma

escala de 7 pontos, onde: 1 = discordo

totalmente; 7 = concordo totalmente).

1 – Este candidato é qualificado para

exercer uma função júnior na área de

administração/gestão.

2 – Este candidato tem boas hipóteses

de ser chamado para uma entrevista para

uma função júnior na área de

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administração/gestão.

3 – Este candidato reúne os requisitos

para exercer uma função júnior na área de

administração/gestão.

4 – Não contrataria esta pessoa para

exercer uma função júnior na área de

administração/gestão.

5 – Este candidato tem boas hipóteses

de ser incluído na lista final de candidatos

selecionados para uma função júnior na

área administração/gestão.

Aptidões pessoais de organização e

gestão de tempo

(Evers et al., 1998) and (Gonçalves,

2010)

4 itens

A organização pessoal e as habilidades

de gerenciamento de tempo foram medidas

usando uma escala de quatro itens

adaptada de Evers et al. (1998) e

Gonçalves (2010).

Os itens de Evers et al. (1998)

incluem:

1- Definição de prioridades;

2- Alocação eficiente de tempo;

3- Gerir/supervisionar várias tarefas ao

mesmo tempo;

4- Cumprimento dos prazos.

Adaptado de Gonçalves (2010) por

meio de uma escala de cinco pontos (1=

nível muito baixo de

competência/capacidade; 5 = nível muito

alto (Elevado) de

competência/capacidade):

1 – Este candidato é capaz de

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estabelecer prioridades;

2 – Este candidato é capaz de gerir o

tempo de forma eficiente;

3 – Este candidato é capaz de

gerir/supervisionar várias tarefas em

simultâneo;

4 – Este candidato é capaz de cumprir

prazos.

Habilidades de aprendizagem

(Evers et al., 1998) and (Gonçalves,

2010)

2 itens

As habilidades de aprendizagem foram

medidas utilizando uma escala de dois

itens, adaptada de Evers et al. (1998) e

Gonçalves (2010).

Os itens de Evers et al. (1998)

incluem:

1- Atualização constante em sua área

de atuação;

2- Adquirir novos conhecimentos a

partir de experiências cotidianas.

Adaptado de Gonçalves (2010)

Por meio de uma escala de cinco

pontos onde: (1 = nível muito baixo de

competência/capacidade; 5 = nível muito

alto de competência/capacidade).

1 – Este candidato é capaz de adquirir

conhecimentos através das experiências do

cotidiano;

2 – Este candidato é capaz de se

manter atualizado(a) sobre os

desenvolvimentos na sua área profissional.

“Ligeira criação de imagem” A criação de imagem foi avaliada por

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(Levashina and Campion, 2007)

2 itens

meio da adaptação de uma medida

desenvolvida por Levashina e Campion

(2007), com uma escala de cinco pontos

(1= discordo totalmente, 5 = concordo

totalmente). Os itens desta avaliação

abrangem três categorias, mas no presente

estudo serão utilizados apenas dois itens:

1- Eu distorci minha experiência

profissional de acordo com a visão/posição

do entrevistador;

2- Eu distorci minhas qualificações

para corresponder às qualificações

exigidas para o trabalho.

Adaptação (por meio de uma escala

de5 pontos, onde: 1- discordo totalmente;

5 = concordo totalmente):

1 - Este candidato distorceu a sua

experiência extracurricular para preencher

os requisitos de uma função júnior na área

de administração/gestão.

2 – Este candidato distorceu as suas

qualificações para preencher os requisitos

de uma função júnior na área de

administração/gestão.

Transparência do candidato

(Roulin et al., 2014)

3 itens

A transparência do candidato foi

avaliada por meio de uma medida de três

itens, adaptada de Roulin et al. (2014),

com uma escala de cinco pontos, onde: (1

= discordo totalmente, 5 = concordo

totalmente).

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Os itens incluem:

1- Foi fácil para mim diferenciar os

fatos da ficção nas respostas dos

candidatos;

2- Foi fácil para mim julgar a

honestidade dos candidatos;

3- Foi fácil para mim ver que era

realmente o candidato.

Adaptação (por meio de uma escala de

5 pontos, onde: 1 = discordo totalmente; 5

= concordo totalmente):

1 – Foi fácil para mim diferenciar os

factos da ficção ao ler o CV deste

candidato.

2 – Ao ler este CV foi fácil para mim

avaliar a honestidade deste candidato.

3 - Ao ler este CV foi fácil para mim

ver quem o candidato realmente é.

Género (1) Masculino / (2) Feminino

Idade Apresentado por Idade

Grau Escolar – Completo. (1) Ensino Básico / (2) Ensino Médio /

(3) Licenciatura (Ensino Superior) / (4)

Pós – Graduação / (5) Mestrado / (6)

Doutorado / (7) Outro

Média final do Curso – Desempenho

Académico

Média final do Curso - GPA (0-10)

Participação em atividades

extracurriculares

(1) Sim / (2) Não

Possui experiência em recrutamento (1) Sim / (2) Não