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CURSO DE DIREITO JESSYCA CRISTINA DE AQUINO CRUZEIRO A PENA DE MORTE E SEU IMPACTO NOS DIREITOS HUMANOS E NO ÂMBITO INTER- NACIONAL: Análise ao caso da brasileira presa por tráfico internac- ional de drogas em Manila BRASÍLIA, 28 abril de 2017.

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CURSO DE DIREITO

JESSYCA CRISTINA DE AQUINO CRUZEIRO

A PENA DE MORTE E SEU IMPACTO NOS DIREITOS HUMANOS E NO ÂMBITO INTER-

NACIONAL:

Análise ao caso da brasileira presa por tráfico internac-ional de drogas em Manila

BRASÍLIA, 28 abril de 2017.

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JESSYCA CRISTINA DE AQUINO CRUZEIRO

PENA DE MORTE E SEU IMPACTO NOS DIREITOS HUMANOS E NO ÂMBITO INTERCIONAL:

Análise ao caso da brasileira presa por tráfico internac-

ional de drogas em Manila

Projeto de Pesquisa apresentado no

âmbito do Curso de Bacharelado em Direito

das Faculdades Integradas Promove de

Brasília, para ao processo seletivo do Edital

ICESP/PROMOVE 01/2017 - Bolsa de Ini-

ciação Científica do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciação Científica.

Orientador: Prof. Mestrendo Ana

Cecília Pereira Melo

BRASÍLIA, 28 abril de 2017.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 04

2. PROBLEMATIZAÇÃO ............................................................................. 06

3. JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 07

4. OBJETIVOS ........................................................................................... 09

5. REFERÊNCIAL TEÓRICO ..................................................................... 10

6. METODOLOGIA ..................................................................................... 16

7. CRONOGRAMA ..................................................................................... 17

8. ORÇAMENTO ....................................................................................... 18

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 19

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1. INTRODUÇÃO O presente trabalho se destina ao projeto de pesquisa apresentado

no âmbito do Curso de Bacharelado em Direito das Faculdades Intergra-

das Promove Brasília, para o processo seletivo do Edital de

ICESP/PROMOVE 01/2017- Bolsa de Iniciação Científica do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC).Tem–se como

conteúdo a aplicação da pena de morte e sua colisão nos Direitos Hu-

manos.

A relevância do conteúdo está em compreender a aplicabilidade da

pena de morte e suas consequências. A pena de morte no Brasil é ve-

dada, salvo em caso de guerra declarada por meio do art. 5º, inc. XLVII,

alínea “a” c/c art. 84, inc. XIX da Carta Magna de 1983 e pelo art. 55 do

Código Penal Militar, e sua execução é através do fuzilamento, como

dispõe o art. 56 do referido Código, porém alguns países são retencionis-

tas essa penalidade é aplicada independente da pessoa ser estrangeira

ou nacional.

Por meio de dados da Organização das Nações Unidas cerca de

cento e setenta dos cento e noventa e três países que a integram aboli-

ram a pena de morte ou não a praticam por mais de dez anos. Porém al-

guns países como Filipinas têm dado passos na direção errada, apreci-

ando novamente à pena capital.

Desde que o presidente filipino Rodrigo Duterte assumiu mandato

lançou apelo explícito incentivando a polícia e os cidadãos a atacarem os

traficantes, o número de execuções extrajudiais tem crescido. Esses

métodos para combater a criminalidade e o uso de drogas têm pre-

ocupado o Escritório das Nações Unidas sobre drogas e crimes. Os

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presídios estão lotados de dependentes e pequenos traficantes que se

entregaram com medo da morte, não se passa um dia sem que a im-

prensa local relate uma execução.

Essas execuções extrajudiciais são assassinatos ilegais e violam o

direito à vida como definido nas leis filipinas e internacionais. Para o

Direito Internacional todos os Estados são soberanos, reconhecimento

pode ser expresso ou tácito, mas não se pode dizer que a legislação in-

terna é independente do resto do mundo. Há tratados que vedam a pena

de morte e penas desumanas, mas países possuem o seu ordenamento

interno.

Com isto, a pesquisa pretende abordar o impacto da pena de morte

nos direitos humanos e no âmbito nacional e analisar o caso da brasileira

presa nas Filipinas por Tráfico Internacional de Drogas.

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2. PROBLEMATIZAÇÃO

Conquanto, a lei nº 9.346 de 24 de junho de 2006, proíba a im-

posição da pena de morte nas Filipinas, fora aprovado o projeto de lei

4.727 que legaliza a pena capital para crimes relacionados com drogas.

Assassinatos deliberados, difundidos e sistemáticos de supostos

usuários e traficante de drogas que parecem ser planejados e organiza-

dos pelas autoridades, podem ser enquadrados com crimes contra a hu-

manidade sob a lei internacional.

Questiona-se mesmo que a brasileira Yasmin Silva tenha sido deti-

da antes da aprovação da futura legalização da pena capital, venha sof-

rer algum ato contra o princípio da dignidade da pessoa humana.

Desse modo, a presente pesquisa pretende contribuir para com-

preensão da soberania e a responsabilidade dos países que aplicam tal

penalidade e a possibilidade de um detendo que cometeu crime internac-

ional cumprir pena em seu país de origem.

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3. JUSTIFICATIVA

Em dezembro de 2016, fora relatado pela mídia a prisão da brasilei-

ra Yasmin Silva, de vinte anos, abordada no aeroporto de Manila, situada

nas Filipinas, com quantidade aproximadamente superior a seis quilos de

cocaína.

Ocorre que, no mesmo período de sua prisão, o país iniciou uma

espécie de caça às bruxas, por ordem expressa do Presidente, Sr, Ro-

drigo Duterte, de modo a apertar o cerco contra o narcotráfico, de-

fendendo a volta da pena capital (pena de morte) para os condenados

por tráfico de drogas, além de permitir que a polícia e os cidadãos matem

os traficantes e os consumidores de drogas, apoiando assim, as ex-

ecuções extrajudiciais com a utilização de métodos radicais.

O crime cometido por Yasmin atrai pessoas de todo o mundo devi-

do à alta lucratividade caso seja finalizado o processo de transporte de

drogas de um país a outro, o que por sua vez acarreta problemas para o

Estado e para a sociedade, em face da degradação psicológica e social

dos usuários.

Embora a Lei n. 9.346 (Republic Act 9346), de 24 de junho de 2006,

proíba a imposição da pena capital nas Filipinas, fora aprovado o projeto

de lei n. 4.727, que legaliza a pena capital para crimes relacionados com

drogas. Sua aprovação se deu por 216 votos a favor, 54 contra e 1 ab-

stenção.

Assim, diante da possibilidade de aplicação da pena de morte à

brasileira Yasmin Silva e tantas outras pessoas na mesma situação des-

ta, atenta-se a necessidade de analisar a pena de morte e seu impacto

nos direitos humanos e no âmbito internacional, cabendo discutir os limi-

tes da atuação das autoridades brasileiras em relação aos presos bra-

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sileiros no exterior.

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4. OBJETIVOS

4.1. GERAL

• Estudar o impacto da pena de morte nos direitos humanos e

no âmbito internacional.

4.2. ESPECÍFICOS

• Analisar o caso da brasileira presa em Manila por tráfico inter-

nacional de drogas.

• Discutir limites da atuação das autoridades brasileiras em

relação aos presos brasileiros no exterior.

• Conduzir o estudo analisando o Princípio da Dignidade da

Pessoa Humana, diante da implantação da pena capital no governo do

Rodrigo Duterte.

• Discutir o apoio de Rodrigo Duterte a execuções extrajudi-

ciais.

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5. REFERÊNCIAL TEÓRICO

A utilização da violência como repressão por parte do Estado é

legítima, suprindo de forma extrema as garantias e direitos fundamentais

do homem. A progressiva violência legítima do Estado gera o seu fortal-

ecimento contra a sociedade enfraquecendo os Direitos humanos.

Porém nos dias atuais, é possível notar que vários Estados estão

evoluindo em relação as Direitos Humanos, a abolição da pena capital é

considerando um progresso mundial em relação aos direitos inerentes à

pessoa humano e ao direito à vida.

A pena de morte é vista como um retrocesso para os países que

aplicam, o ser humano não pode reconsiderar no que diz respeito ao

Princípio da Dignidade da Pessoa Humana conquistado, existe a neces-

sidade de proteger e garantir esses direitos por meio de tratados para

que a sanção não seja desumana e degradante, como diz o autor Alexis

Couto de Brito “a superação do malum passionis propter malum actionis

de Boecio. O direito a que o código penal imponha sanção, mas não um

castigo, um maltrato, uma tortura”.

De acordo com o subsecretário de Direitos Humanos da ONU, Ivan

Simonovic “Não há nenhuma evidência de que a pena de morte desen-

coraje qualquer crime” sintetizando não se tem confirmações que a pena

de morte diminua delitos criminosos. Na contemporaneidade, 160 países

são abolicionistas ou nunca adotaram a pena de morte.

Nos Estados que possuem a democracia como forma de governo, a

existência dos direitos fundamentais é ainda maior já que é aessência da

democracia. Através de documentos disponibilizados pela Amnistia In-

ternacional de Portugal a Filipinas está entre países que aboliram a pena

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de morte para todos os tipos de crimes.

As Filipinas em 1987 se tornou um dos primeiros países asiáticos a

abolir a pena de morte, mas em 1993 a punição voltou a ser instaurada

com objetivo de combater a criminalidade, mas novamente em 2006 foi

suspensa com a assinatura da lei que decreta a abolição da pena de

morte no país por Macapagal Arroyo presidente do país.

Apesar de muitos considerarem uma solução medieval o atual Pres-

idente das Filipinas Rodrigo Duterte apertar o cerco contra o narcotráfico,

defendendo a volta da pena capital para os condenados por tráfico de

drogas, além de permitir que a polícia e os cidadãos matem os trafi-

cantes e os consumidores de drogas, apoiando assim, as execuções ex-

trajudiciais com a utilização de métodos radicais.

A Câmara dos Deputados das Filipinas com o apoio de Rodrigo

Duterte, no mês de Março de 2017 aprovou por ampla maioria o projeto

de recriação da pena de morte para crimes relacionados à drogas, com

216 votos contra 54 e uma abstenção. Tornando-se uma opção de

sanção. O representante Rafael Franzini do Brasil no Escritório das

Nações Unidas sobre Drogas e Crime sumariza que a aplicação dessa

pena não minimiza a ocorrência de crimes.

[...] não há evidencias confiáveis que atestem a eficácia da

pena de morte em prevenir crimes, já que o próprio fato de as

pessoas, mesmo sabendo desse tipo de pena, continuarem a

cometer crimes, é a prova disso.

O projeto em votação gera conturbação a grupos religiosos e ativis-

tas de direitos humanos, temem que as punições sejam usadas de for-

mas extraordinárias para propaganda da campanha do presidente contra

entorpecentes. Ferindo a convenção internacional de direitos civis e polí-

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ticos assinada pelas Filipinas, sendo que os Direitos Humanos devem ser

sempre protegidos, sem que os direitos adquiridos retrocedam.

A pena de morte é uma resposta inadequada contra a violência e

crimes relacionados a tráfico de drogas como diz Bobbio:

Existe um argumento mais forte contra a pena de morte e,

principalmente, contra essa cadeira sem fim de violência, essa

tentativa de justificar um erro com outro, talvez o único pelo

qual valha a pena lutar, que é a salvação da humanidade. A

abolição da pena de morte não é a solução para todos os

problemas, não é o elixir da paz mundial, da solidariedade,

mas é, indubitavelmente, o fim dessa cadeira, é um grande

começo de humanização mundial, pois o assassinato legaliza-

do é incomparavelmente mais brutal que o assassinato crimi-

noso, é um retrocesso de toda evolução dos direitos humanos.

Yasmin Silva é um dos exemplos de brasileiros que estão sendo

processados no país por envolvimento com drogas. Mesmo que o país

volte a ser retencionista a pena de morte, a pena não deve atingir quem

já está preso, não se aplica nova legislação a crimes cometidos antes de

sua aprovação, a não ser para beneficiar os réus.

Yasmin foi presa em 15 de outubro de 2016, ao desembarcar no

aeroporto Ninoy Aquino, em Manila. Saía de São Paulo, num que

fez escala em Dubai, nos Emirados Árabes, antes de chegar às

Filipinas, país formado por diversas ilhas ao sul da China. Na ma-

la, foram encontrados 5,8 kg de cocaína, escondidos num forro

acolchoado. (Reportagem, G1. Globo)

Segundo o doutrinador Cícero Coimbra Neves sendo ratificadas

convenções internacionais de Direitos Humanos e tornando-se a cláusula

pétrea o direito não pode retroagir salvo para beneficiar os direitos.

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O que inquieta na situação da brasileira presa, nesse momento de

caça as bruxas é a quantidade de mortes extrajudiciais acobertadas pelo

o presidente. Como defendem os autores Zaffaroni e Pierangeli que o

sistema penal é seletivo e que as minorias são os que mais sofrem.

[...] ao menos em boa medida, o sistema penal seleciona pes-

soas ou ações, como também criminaliza certas pessoas se-

gundo sua classe e posição social. [...] Há uma clara demon-

stração de que não somos todos igualmente ‘vulneráveis’ ao

sistema penal, que costuma orientar-se por ‘estereótipos’ que

recolhem os caracteres dos setores marginalizados e humil-

des, que a criminalização gera fenômeno de rejeição do eti-

quetado como também daquele que se solidariza ou contata

com ele, de forma que a segregação se mantém na sociedade

livre. A posterior perseguição por parte das autoridades com

rol de suspeitos permanentes incrementa a estigmatização

social do criminalizado.

É reputado que pena de morte previne o determinado condenado

volte a cometer infrações, porém faz com que outros tenham mais

violência nos seus atos, já que se forem pegos serão condenados à

morte, gerando mais violência com a ação que deveria recriminar. Se-

gundo Guilherme de Souza Nucci e Salla Duro a natureza da pena é pre-

ventivo e ressocializador.

A pena tem caráter multifacetado, envolvendo, necessari-

amente, os aspectos retributivo e preventivo [...]. Ou seja, a

pena tem como um dos objetivos a punição, a qual é uma me-

dida privativa do Estado. Por outro lado, a censura imposta

pelo Estado ao delituoso faz com o que o processo penal seja

eficiente, no qual inibem outros de cometer os mesmos erros.

E, por fim, pretende-se que o preso cumpra sua pena e seja

ressocializado na sociedade, para que não volte a cometer os

mesmo erros.

Em síntese, o culpado deve ser punido pelo Estado, mas tem o

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direito de mudar e reingressar na sociedade. Com a aplicação da pena

morte, é retirada deste o direito a vida sendo irreversível.

Devido à importância do Direito Internacional na matéria de Direitos

Humanos, diversos Estados ratificam tratados em relação ao assunto

passando a ter força normativa de lei, podendo possuir soberania sob as

leis internas dos Estados Partes.

Sobre a responsabilidade internacional do Estado, o país responde

de forma subjetiva na prática de ato ilícito, o Estado que causar dano a

outrem deve indenizá-lo na proporção adequada segundo o autor Rezek

em sua obra “Responsabilidade Internacional”.

Mesmo que a pena capital seja considerada desumana e cruel sen-

do respeitada pela a soberania de um Estado deve ser obedecida pelo os

outros, cada país tem o direito de seguir estabelecer e seguir suas pró-

prias leis, porém não justifica as execuções. O Estado deve buscar ser

compadeceste ao outrem.

Dessa forma, a soberania deve ser vista como cooperação mútua

entre os países e pode considerar que penas cruéis é falta de diplomacia

entre os Estados.

Segundo Guilherme Souza Nucci no que tange a execução de pena

de morte é meritório o desrespeito aos direitos fundamentais.

Fundamental é o básico, necessário, essencial. E por tal razão

são fundamentais os direitos e garantias individuais. A sua or-

igem foi justamente para combater os abusos do Estado,

reconhecendo-se que o homem possui valores que estão aci-

ma e fora do alcance estatal. Os mandamentos cristãos em

muito auxiliaram o cultivo cada vez maior desses direitos, mas

nem por isso a Igreja, quando se tornou totalitária na Idade

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Média, deixou de sofrer o refluxo causado pelos protestantes

que, em última análise, clamavam por direitos e valores que

vinham sendo deixados de lado pela Inquisição. Desde então,

evoluíram o constitucionalismo e as liberdades individuais lado

a lado, formando as bases do Estado democrático de Direito.

As garantias fundamentais devem ser invioláveis, Flávia Piovesan

afirmar que tais garantias foram consolidadas no âmbito internacional em

meados do século XX, em decorrência a 2ª Guerra Mundial e os atos

cometidos por Hitler e o seu clã.

Entretanto, observa-se que a pena capital gera mais violência, sem

dados comprobatórios quanto a eficacia da aplicação seja capaz de gerar

melhorias no índice criminal. Lembrando também da possibilidade de er-

ros nas execuções, inocentes pode ser condenados já que com um

sistema coletivo apenas as minorias são condenadas, pessoas de classe

social baixa.

6. METODOLOGIA

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A pesquisa será elaborada a partir da legislação brasileira e das Fil-

ipinas pertinente, do acompanhamento ao caso da brasileira presa em

Manila por tráfico internacional de drogas. Farse-á a coleta de dados e

informações de livros, artigos publicados em revistas especializadas, no-

ticias disponibilizadas pela embaixada e textos publicados na Internet

com a devida fonte de autoria.

Observados os limites da estabelecidos para a abordagem temáti-

ca, a pesquisa será avançada junto outros meios que forem necessários,

da seguinte forma:

a) pesquisa bibliográfica;

b) estudo crítico sobre a postura de Rodrigo Duerte;

c) identificação de aspectos relevantes do impacto da pena de

morte nos direitos humanos;

d) verificação dos efeitos da prisão da brasileira; e

e) verificação do andamento do processo.

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7. CRONOGRAMA DE PESQUISA (previsão)

Mês/Ano Descrição das Atividades

07/2017 Levantamento bibliográfico.

Início da pesquisa.

08/2017 Estudo preliminar de aspectos cuja compreensão seja necessária ao en-

tendimento da temática e da abordagem escolhida.

Participação no encontro presencial do Grupo de Pesquisa Direitos Fun-damentais e Políticas Públicas (GPDFPP).

09/2017 Análise de legislação, doutrina ou jurisprudência.

Participação no encontro presencial do GPDFPP.

Entrega relatório parcial.

10/2017 Análise de legislação, doutrina ou jurisprudência.

Participação no encontro presencial do GPDFPP.

11/2017 Análise de legislação, doutrina ou jurisprudência.

Participação no encontro presencial do GPDFPP.

Elaboração do relatório final

12/2017 Entrega do relatório final

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8. ORÇAMENTO (estimativa)

DESPESAS VALORES (R$)

Resma de papel 30,00

Gastos com transporte 180,00

Cartuchos de tinta de impressora 150,00

Aquisição de livros 400,00

Fotocópias 100,00

Aquisição de mídias para armazenamento de dados

15,00

Total ............................................................................

875,00

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9. Referências Bibliográficas

COIMBRA NEVES, Cícero Robson; STREIFINGER, Marcello. Manual de

Direito Penal Militar. São Paulo: Saraiva, 2014.

FOLHA DE S. PAULO. Câmara das Filipinas aprova pena de morte para

crime relacionado a droga. 07 de março de 2017. Disponível em:

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/03/1864279-camara-das-

filipinas-aprova-pena-de-morte-para-crime-relacionado-a-droga.shtml.

Acesso em: 15 março 2017.

FOLHA DE S. PAULO. Licença para Matar. 02 de janeiro de 2017.

Disponível em: http://temas.folha.uol.com.br/licenca-para-matar/guerra-

as-drogas/noite-apos-noite-37-novos-mortos-aparecem-nas-cidades-

filipinas.shtml. Acesso em: 08 de março 2017.

JUSBRASIL. Panorama da pena de morte. 14 de fevereiro de 2015.

Disponível em:

https://jpmoraisadv.jusbrasil.com.br/noticias/162017354/panorama-da-

pena-de-morte?ref=hom. Acesso em: 03 de março 2017.

G1. Brasileira presa nas Filipinas por tráfico diz: “Não vou ficar aqui 40

anos”. 05 de março 2017. Disponível em:

http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2017/03/brasileira-presa-nas-

filipinas-por-trafico-diz-nao-vou-ficar-aqui-40-anos.html. Acesso em: 19

de março 2017.

NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo e Execução Penal.

11. ed. Rio de Janeiro: Forense. 2014.

ONU Brasil. “Não há nenhuma evidência de que a pena de morte desen-

coraje qualquer crime”, diz representante da ONU: apesar do progresso

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nos últimos anos para que a pena de morte seja abolida universalmente,

vários países

continuam a aplicá-la para crimes relacionados com as drogas. In:

Cidade Nova – Fraternidade em Rede, 06 de março de 2015. Disponível

em: . Acesso em: 10 fevereiro 2017.

PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e Direito Constitucional Internac-

ional. São Paulo: Max Limonad, 2002.

PUBLICO. Presidente filipina assinou decreto para abolição de pena de

morte. 24 de junho de 2006. Disponível em:

https://www.publico.pt/2006/06/24/mundo/noticia/presidente-filipina-

assinou-decreto-para-abolicao-de-pena-de-morte-1261937. Acesso em:

24 de abril 2017.

_____. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. 14. ed.

São Paulo: Saraiva, 2013.

REZEK, J. F. Direito Internacional público. São Paulo: Saraiva, 2002.

SALLA DURO, Eduardo Zottis. Os objetivos da execução penal. In:

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março de 2017.

TERRA. Retorno da pena de morte avança nas Filipinas. 07 de março de

2017. Disponível em: https://noticias.terra.com.br/retorno-da-pena-de-

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filipinas,4c450f15acc23ce21413f98c09c917b7j4ljd02w.html. Acesso em:

22 março de 2017.

ZAFFARONI, Eugenio Raul; PIERANGELI, José Henrique. Manual de

Direito Penal brasileiro, 9. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,

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2011. v. 1: Parte Geral.

ZHNOTÍCIAS. Presidente eleito das Filipinas promete restabelecer pena

de

morte. 15 de maio de 2016. Disponível em:

http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2016/05/presidente-eleito-das-

filipinas-promete-restabelecer-pena-de-morte-5801856.html. Acesso em:

18 de março de 2017.