a negaÇÃo do poder local democrÁtico
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O respeito que tenho pelos paredenses acabou por pesar na balança – eles merecem ser esclarecidos e saber da tramoia que o tal Álvaro e Granja da Fonseca, o presidente da Assembleia Municipal de Paredes, praticaram na última assembleia municipal.TRANSCRIPT
Paredes
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Autor: Artur Penedos
A NEGAÇÃO DO PODER LOCAL DEMOCRÁTICO
Interroguei-me sobre se deveria, ou não, produzir este “Curiosidades”.
O motivo da interrogação era saber até que ponto valeria a pena gastar o meu precioso tempo a
referir-me a alguém que não tem nada que o recomende – um tal Álvaro – que preside à junta
de freguesia de Parada de Todeia, em Paredes.
Mas, o respeito que tenho pelos paredenses acabou por pesar na balança – eles merecem ser
esclarecidos e saber da tramoia que o tal Álvaro e Granja da Fonseca, o presidente da
Assembleia Municipal de Paredes, praticaram na última assembleia municipal.
Para uma boa compreensão do que vou dizer a seguir, torna-se necessário uma explicação
prévia e breve sobre o funcionamento das assembleias municipais.
O uso da palavra, como se compreende e aceita, está reservado aos membros da assembleia e,
ainda, ao presidente da câmara ou ao(s) vereador(es) que ele designe, para dar explicações
sobre as matérias que o executivo leva à aprovação daquele órgão.
Para além destes, a lei prevê que em situações de ofensa aos vereadores, estes possam usar da
palavra para defender a honra e, também, se forem solicitados pelos deputados municipais para
explicar uma questão concreta.
Isto é o que diz a lei n.º 169/99, alterada pela Lei n.º 5-A/2002, no seu art.º 48, número 5, que
estabelece: “Os vereadores podem ainda intervir para o exercício do direito de defesa da
honra.”, coisa que em Paredes não funciona, porque ali, não se cumpre a Lei!
A prática geral é de verdadeira e completa “asfixia democrática” – estás comigo … tens direito
à liberdade e à defesa do bom nome. Estás contra mim … não falas e ainda és enxovalhado!
Um vereador da câmara de Paredes – eu próprio – foi maltratado (insultado) por um presidente
de junta de freguesia, na última reunião de Assembleia Municipal, porque, no domínio da
blogosfera, tinha havido uma troca de posições (cada um no seu para não haver misturas!) que
não agradou aos comunistas que “mandam” na freguesia e que mantêm uma secreta aliança
com a direita.
O motivo foi um requerimento dos vereadores socialistas à câmara, apresentado numa reunião
do Executivo, sobre uma churrascada nos muros do cemitério da freguesia de Parada de Todeia.
A câmara, dominada pelo PSD e sem qualquer representante do PCP, recebeu o requerimento,
mas nunca respondeu, apesar de a lei a isso obrigar. Mas, estranhamente, a resposta chegou
Paredes
através de um blogue, denominado “filhos de Abril”, de forma insultuosa para o Partido
Socialista.
Perante tão evidente “encomenda” (não responde quem deve, mas quem serve) publiquei um
“Curiosidades” no blogue ”ParedesPSvencera” a comentar a nota dos filhos de Abril e a tornar
pública a observação que qualquer cidadão faz sobre as “alianças” pós-eleitorais que o partido
comunista realiza habitualmente. A última aliança espúria, com PSD e CDS-PP, derrubou o
governo de Sócrates.
Sustentei a minha apreciação no comportamento dos representantes do PCP no município de
Paredes, com especial enfoque para a forma como votam os Orçamentos e as Contas.
Sendo ambos, de uma forma geral, contrários aos interesses dos cidadãos, seria lícito esperar
que votassem contra, mas a realidade é outra e por mais que o endividamento da câmara
aumente (há 7 anos era de 10 milhões, atualmente é superior a 100 milhões); que as taxas
subam – o IMI vai ser um descalabro para as finanças das famílias; que os apoios sociais
diminuam e que as Contas demonstrem o irrealismo dos orçamentos, a direita conta com o
apoio e o voto favorável dos comunistas. Estranho, não acham?
Pois é, como nunca deixo de dizer o que penso e isso, para alguns, é uma grande chatice,
especialmente se tal conduz à revelação de algumas verdades, há logo quem, com tendências
malignas, decida preparar uma tramoia.
Foi o que fizeram o tal de Álvaro e Granja da Fonseca.
O Álvaro levaria para a Assembleia Municipal um chorrilho de insultos e mentiras para
enxovalhar a imagem de um vereador da oposição (espantoso, não é verdade?) e o presidente
da Assembleia Municipal, que não tem qualificação para a função – a brejeirice e a violação
das normas legais são o seu divertimento dileto – garantia que ninguém o interromperia e que
se o ofendido quisesse defender-se, lhe recusaria a palavra. Deve ter sido isto que combinaram
num intervalo de uma das múltiplas partidas de sueca!
E foi o que se passou. Perante as ofensas, a mentira e a pulhice dos referidos eleitos locais, o
citado vereador, eu mesmo, pediu a palavra para defesa da honra e teve como resposta “um não
lhe dou a palavra porque nem vi qualquer ofensa (sic)” e só a daria se o presidente da câmara, o
seu companheiro de partido, autorizasse.
É claro que durante a assembleia não teve a mesma atitude “maligna” e autoritária com outros
membros que se sentiram ofendidos, que requereram a defesa da honra e que o incompetente
presidente da assembleia autorizou, dando-lhes a palavra.
Esta não é a primeira vez que o presidente da assembleia municipal viola a lei que regula o
funcionamento do poder local, mas acreditem, vai ser a primeira vez que vou recorrer à tutela,
para que esta assuma as responsabilidades que lhe cabem e para que ponha na ordem este
desqualificado presidente.