a nÃo atuaÇÃo da defensoria pÚblica da uniÃo no Âmbito da justiÇa do trabalho
TRANSCRIPT
FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS PROFESSOR ALBERTO DEODATO
FRANCIANNE VALÉRIA DA SILVA
A NÃO ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO
ÂMBITO DA JUSTIÇA DO TRABALHO E A CLASSIFICAÇÃO DA
HIPOSSUFICIÊNCIA
Belo Horizonte
2012
FRANCIANNE VALÉRIA DA SILVA
A NÃO ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO
ÂMBITO DA JUSTIÇA DO TRABALHO E A CLASSIFICAÇÃO DA
HIPOSSUFICIÊNCIA
Trabalho de conclusão de curso apresentado de Bacharelado em Direito apresentado à Faculdade de Ciências Jurídicas Professor Alberto Deodato.
Orientador: Prof. João Salvador
Belo Horizonte
2012
FRANCIANNE VALÉRIA DA SILVA
A NÃO ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NO ÂMBITO DA
JUSTIÇA DO TRABALHO E A CLASSIFICAÇÃO DA HIPOSSUFICIÊNCIA
Trabalho de conclusão de curso apresentado de Bacharelado em Direito apresentado à Faculdade de Ciências Jurídicas Professor Alberto Deodato.
Orientador: Prof. João Salvador
Examinado por:
________________________________________________
Prof. XXXX
________________________________________________
Prof. XXXX
________________________________________________
Prof. XXXX
Belo Horizonte, ___, de ____________, de 2012.
DEDICATÓRIA
Dedico o presente trabalho em especial à Carolina
Issa, aos Drs. Diego de Oliveira, Guilherme Ataíde
Luiz Henrique Vasconcelos e Guilherme Machado
Matar, por me propiciarem a oportunidade e, pelo
incentivo para tratar acerca do tema a ser
apresentado.
AGRADECIMENTO
Agradeço ao Prof. João Salvador pela dedicação,
atenção e dispêndio na consecução do trabalho, ao
prof. Helom Lopes pela disponibilidade, e aos amigos
e familiares que contribuíram para a realização deste
trabalho.
EPÍGRAFE
O presente é a sombra que se move
separando o ontem do amanhã. Nele
repousa a esperança.
Frank Llyod Wright
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE SIGLAS
AGU – Advocacia Geral da União
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas
CR/88 – Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
CRBV – Constituição da República Bolivariana da Venezuela
DF – Distrito Federal
DPU – Defensoria Pública da União
LC – Lei Complementar
RCSDPU – Resolução do Conselho Superior da Defensoria Pública da União
TRT – Tribunal Regional do Trabalho
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 11
2 A DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO 12
2.1 Construção histórica 13
2.2 Atribuição no Estado Democrático de Direito...........................14
3 JUS POSTULANDI 14
3.1 Conceito 14
3.2 Jus Postulandi x Efetividade …..................................................16
3.3 Direito Comparado …..................................................................17
4 HIPOSSUFICIÊNCIA ...............................................................................19
4.1 Conceito …..................................................................................19
4.2 Hipossuficiência na Defensoria Pública da União …..............20
5 PROJETO PILOTO NO DISTRITO FEDERAL 22
6 CONCLUSÃO 51
7 REFERÊNCIAS 53
8 ANEXO …................................................................................................ 54
11
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo propõe-se a demonstrar a necessidade de atuação
da Defensoria Pública da União (DPU) no âmbito da Justiça do Trabalho.
O que se pretende é analisar a figura do Jus Postulandi na atualidade
em confronto com a sua idealização, vistas a atual dinâmica que se verifica nas
audiências trabalhistas e a necessidade de conhecimento técnico para garantir
a sua defesa.
A DPU surge como uma forma do Estado garantir às pessoas
hipossuficientes o acesso à justiça de forma gratuita. A Constituição Federal de
1988 em seu art. prevê a criação da entidade, bem como a sua área de
atuação.
O instituto do Jus Postulandi surgiu como uma forma de possibilitar ao
cidadão o acesso à justiça sem a necessidade de constituição de advogado,
consoante previsão dos arts. 791 e 839 da Consolidação das Leis Trabalhistas
(CLT). A Justiça do Trabalho permite a postulação em juízo sem advogado
valendo-se de tal instituto, mas o que se observa nos dias atuais é a evolução
do direito, o que enseja conhecimento técnico para que este possa ser
garantido e efetivado.
Assim, podemos vislumbrar que o Jus Postulandi na verdade, conforme
BREVIDELLI é consiste numa afronta aos princípios constitucionais de
contraditório, isonomia e paridade entre as partes.
Logo, entender a sociedade em que vivemos e buscar entender o Jus
Postulandi e classificação da hipossuficiência é mister para evolução do
pensamento e da aplicabilidade da lei diante da realidade vivenciada pelo
judiciário brasileiro na atualidade.
O Direito, como ciência, não é estático, o que ocasiona alterações a
cada dia, seja por influências sociais, políticas ou econômicas. Assim, o que se
observa nos dias atuais é a falência do instituto do Jus Postulandi, frente às
12
questões técnicas e ágeis na esfera trabalhista, o que diretamente reflete na
necessidade de atuação da DPU para garantir ao cidadão o efetivo acesso à
justiça gratuito.
Ao analisar a figura do Jus Postulandi bem como a atuação da DPU sob
a égide da classificação da hipossuficiência, busca-se entender o momento
vivenciado pela sociedade, e o processo de transformação até obtermos as
garantias atuais, que não observadas, de modo a lesar a quem efetivamente
possui direito, padecendo de transformação ou exclusão do Jus Postulandi na
justiça do trabalho.
Hoje, o acesso à justiça tem a possibilidade de ser garantido a quem
não possui os meios de arcar com as despesas processuais e com o patrocínio
de um advogado, mediante atuação da DPU. O presente trabalho propõe
justamente a adaptação do conceito de acesso à justiça, no que concerne à
postulação sem acompanhamento de profissional ser realizada por meio de
instituição pública criada para promover a defesa dos hipossuficientes, que
possui critérios para a sua caracterização.
2 A DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
2.1 Construção histórica
No Brasil, as origens mais remotas da Defensoria Pública são
encontradas nas Ordenações Filipinas, que vigoraram no país até 1.916. À
época, aplicava-se a Lei de 20 de outubro de 1.823, que assim dispunha em
seu Título 84, §10:
Em sendo o agravante tão pobre que jure não ter bens móveis, nem
de rais, nem por onde pague o aggravo, e dizendo na audiência uma
vez o Pater Noster pela alma Del Rey Don Diniz, ser-lhe-á havido,
como se pagasse os novecentos réis, contanto que tire de tudo
certidão dentro do tempo, em que havia de pagar o aggravo.
13
Nabuco de Araújo, no ano de 1.870, quando Presidente do Instituto da
Ordem dos Advogados Brasileiros, deu impulso à causa da denominada
Justiça dos Pobres, que consistia no fato de alguns membros do Instituto
prestarem consultas jurídicas às pessoas pobres, além de defendê-las em
juízo, o que acabou por se tornar uma praxe.
Tal inspiração é advinda da antiga Atenas, onde 10 (dez) advogados
eram nomeados anualmente, para promoverem a defesa dos pobres diante
dos tribunais cíveis e criminais.
Assim discursava Nabuco apud Da Silva (2010):
Que importa ter direito se não é possível mantê-lo? Seum outro pode
vir privar-nos delle? Que importa ter uma reclamação justa, se não
podemos apresentál-a e seguil-a por falta de dinheiro? A lei é, pois,
para quem tem dinheiro, para quem pode suportar as despesas das
demandas. ( DA SILVA, 2010. Foi mantida a grafia da época)
No ano de 1.897 fora publicado Decreto XX, que instituiu a Assistência
Judiciária no Distrito Federal (DF). Com o passar dos anos, em 1.934, a
Constituição em seu art.113, item nº 32, prescrevia: “A União e os Estados
concederão aos necessitados assistência judiciária criando para esse efeito,
órgãos especiais assegurando a isenção de emolumentos, custos, taxas e
selos”. (LIMA, 2010)
Denota-se que a Constituição de 1.934 já previa a necessidade de
criação de órgãos especiais, a fim de que a assistência judiciária pudesse ser
prestada de modo especializado. Valendo-se da análise detalhada de DA
SILVA (2010), observa-se a existência de três aspectos distintos: o serviço
público prestado (que corresponde à assistência judiciária), quem deverá
prestá-lo (os órgãos especiais), e o que se encontra abrangido por ele (neste
caso, é a ocorrência da isenção de emolumentos).
14
O Estado de São Paulo em 1.935 criou o primeiro serviço governamental
de Assistência judiciária do Brasil, seguido pelo rio Grande do Sul e Minas
Gerais, respectivamente.
A Constituição de 1.937 outorgada por Getúlio Vargas, absteve-se de
estatuir o benefício da assistência judiciária, sendo importante considerar o
momento vido à época, uma vez que o Executivo operava com mãos de ferro.
Há que se frisar que, o fato de não estar estatuído, não significou sua
vedação, apenas deixou de ser “considerada como um direito individual, a
ponto de ser alçada no corpo da Constituição” (LIMA, 2010).
O Código de Processo Civil de 1.939 contemplou em capítulo próprio as
regras básicas da justiça gratuita, assim dispondo:
Art.68 a parte que não estiver em condições de pagar as cutas do processo, sem prejuízo do sustento próprio ou da família, gozará do benefício de gratuidade, que compreende as seguintes isenções:
I – das taxas judiciárias e dos selos;
II – dos emolumentos e custas devido aos juízes, órgãos do Ministério Público e serventuários da justiça;
III – das despesas com as publicações no jornal encarregado da divulgação dos atos oficiais;
IV – das indenizações devidas a testemunhas;
V – dos honorários de advogado e perito.
Parágrafo único. O advogado será escolhido pela parte, si esta não o fizer, será indicado pela assistência judiciária e, na falta desta, nomeado pelo juiz.
Art. 69. O benefício de gratuidade é personalíssimo, extinguindo-se com a morte do beneficiário; poderá, entretanto, ser concedido aos herdeiros que continuarem a demanda, verificadas as condições previstas neste capítulo.
Art. 70. o benefício de gratuidade´será concedido a estrangeiro quando este residir no Brasil e tiver filho brasileiro, ou quando a sua lei nacional estabelecer reciprocidade de tratamento.
Art. 71. O benefício de justiça gratuita abrangerá todas as instâncias, estendendo-se à execução da sentença.
Art. 72. A parte que pretender o benefício de gratuidade mencionará, na petição, o rendimento ou vencimentos que percebe e os seus encargos pessoais e de família.
Parágrafo único. Quem, para este efeito, prestar declarações falsas, será punido na forma da lei penal.
15
Art. 73. O pedido formulado no curso da lide não a suspenderá, podendo o juiz, à vista das circunstâncias, conceder, de plano, a isenção. A petição, neste caso, será autuada em apartado, apensando-se os respectivos autos aos da causa principal, depois de resolvido o incidente.
(…)
Art. 77. A concessão do benefício poderá ser revogada em qualquer tempo, desde que se apure a inexistência ou o desaparecimento de qualquer dos requisitos necessários à sua concessão.
Nota-se, portanto, a estipulação de como se dará bem como quais
requisitos necessitam restas preenchidos para a concessão do benefício da
justiça gratuita, que integra a assistência judiciária, o que à época era um
avanço. Vale destacar que 11 (onze) anos depois, tais regras foram
consubstanciadas na Lei 1.060/50, até hoje em vigor, porém com importantes
modificações.
Após o período de instabilidade, a Constituição de 1.946 em seu art.
141, §35 destacou que “o Poder Público, na forma que a lei estabelecer,
concederá assistência judiciária aos necessitados”.
A edição da Lei 1.060/50 traz uma novidade ao efetivar a implantação de
assistência judicial, pois faz uma distinção entre os institutos que, mormente
são confundidos: assistência judiciária e justiça gratuita.
A assistência, conforme nos ensina LIMA (2010), representa “o ato ou
efeito de assistir” quando observada como tão somente um substantivo, pois ao
se incluir adjetivos há uma complementação. Assim, assistência judiciária
consiste no ato de “assistir, de auxiliar, de ajudar, de proteger na esfera
judicial”, já a assistência jurídica é o ato de “assistir, de auxiliar, de ajudar, de
proteger no campo jurídico”, ou seja, a proteção não está restrita ao âmbito
judicial somente, podendo ser realizada “fora do processo” também.
A mudança trazida pela CR/88 objetivou a ampliação do rol de
atribuições do Estado em favor dos menos favorecidos. A assistência jurídica
não constitui apenas uma dádiva a ser concedida, pois ela exprime um direito
individual, uma vez que, se encontra inserida em sede de direitos
fundamentais, é o que se depreende dos ensinamentos de SOUTO MAIOR
apud SCHIAVI:
16
O acesso à Justiça pressupõe a efetividade do processo. Mas
efetividade é algo vago. Para dar substância a esta ideia, traduz-se a
efetividade em igualdade de armas, como garantia de que o resultado
final de uma demanda dependa somente do mérito dos direitos
discutidos e não de forças externas. As reformas propostas pelo
movimento do acesso à Justiça devem ser pensadas com a mente
carregada dos riscos que delas podem decorrer, além de não se
perder de vista as suas limitações. A meta não é fazer uma Justiça do
pobre, mas uma justiça a que todos tenham acesso, inclusive o pobre.
(SCHIAVI, 2009) 1
Logo, a assistência judiciária deve ser entendida como o amparo judicial
prestado por alguém, ou por algum órgão e a assistência jurídica representa o
auxílio prestado tanto em questões extrajudiciais quanto judiciais, exemplo
disto são as consultorias, conciliação extrajudicial e defesa em processos
administrativos.
1 SOUTO MAIOR; Jorge Luiz. apud SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. p.287-288.
17
2.2 Atribuição da DPU no Estado Democrático de Direito
A CR/88 prevê em seu artigo 1342 que a DPU é instituição essencial à
função jurisdicional do Estado, sendo-lhe cabível a orientação jurídica e a
defesa dos necessitados em todos os graus.
Para tanto, mister a necessidade de Lei Complementar (LC) que
regulamente a instituição em sua forma organizacional. Em contra partida,
somente as Defensoria Públicas Estaduais, possuem de forma assegura a
autonomia funcional e administrativa.
A LC 80/94 em seu art.4, II assim prevê:
Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública entre outras:I - (…)II - promover, prioritariamente, a solução extrajudicial dos litígios, visando à composição entre pessoas em conflito de interesses, por meio de mediação, conciliação, arbitragem e demais técnicas de de composição e administração de conflitos.
Assim, a transação, mediação ou conciliação realizadas pela DPU tem
validade de título extrajudicial, mesmo que se tenha como parte, pessoa
jurídica de direito público (art. 4º,§4º, LC/80/94)3. Tal possibilidade é um
diferencial quando se compara aos advogados, pois viabiliza a possibilidade de
solução do conflito sem a necessidade de ingressar na justiça, causando, por
conseguinte, diminuição no número de demandas trabalhistas no judiciário.
2 Art. 134. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV.)
3 LC 80/94 Art.4º: São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras:
(...)
§ 4º O instrumento de transação, mediação ou conciliação referendado pelo Defensor Público valerá como título executivo extrajudicial, inclusive quando celebrado com a pessoa jurídica de direito público.
18
No entanto, o que se observa é apesar de todas as garantias previstas,
de modo prático, não se pode valer destas, já que estão presentes dispositivos
que limitam a atuação da DPU por demandar a favor de litigantes
hipossuficientes.
Em virtude de não possuir a autonomia funcional e administrativa a DPU
e seus respectivos núcleos nos Estados, Municípios e DF ficam atrelados ao
Ministério da Justiça, o que implica na dependência de aval da Casa Civil e da
AGU para que possa fazer diversas coisas, como analisar aumento do valor da
bolsa-auxílio aos estagiários, ou aguardar autorização para dispensa de
licitação em caso de emergência.
Não obstante, veja-se a contrariedade, a DPU mesmo não possuindo
autonomia, atua constantemente em demandas nas quais litiga contra a União.
Ainda neste sentido, cumpre destacar que a CR/88 exclui a DPU dentre as
partes legitimadas para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade,
possibilitado somente a criação de Súmulas vinculantes e sua revisão. Nota-se
conforme fora acima exposto, que a CR/88 e a própria LC 80/94 que a DPU
que tem por previsão constitucional a defesa dos necessitados, não a pode
garantir de forma integral, tão pouco possibilitar o acesso a justiça de forma
integral, por existir impeditivos legais que se contrapõe à própria natureza da
instituição.4
A competência da DPU está disciplinada no art. 14 da LC 80/94 que
prevê a sua atuação nos Estados, no DF e Territórios, j unto à Justiça Federal,
do Trabalho, Militar, Tribunais superiores e instâncias administrativas da União.
Nesse passo, nada obsta a atuação da DPU nas causas trabalhistas, por
ter competência para atuar em lides desta matéria além das demais
supracitadas. De tal modo, as pessoas consideradas hipossuficientes, serão
atendidas pela instituição tanto no âmbito administrativo quanto no judicial.
Mediante critério estabelecido na Resolução do Conselho Superior da
Defensoria Pública da União (RCSDPU) nº 13/2006 em seu art. 1º, no qual
“presume-se necessitado todo aquele que integre família cuja renda mensal
não ultrapasse o valor da isenção de pagamento do imposto de renda”.
4 Matéria publicada através do site www.conjur.com.br/2011-mar-06/ente em 18/01/2011
19
Com a existência de previsão legal de atuação perante a Justiça do
Trabalho, a DPU necessita, portanto, de estrutura física, de pessoal e
orçamentária para que possa atender a demanda trabalhista. Por se tratar de
uma instituição que é relativamente nova, e não tem um quadro de pessoal
efetivo, por estar atrelada ao Ministério da Justiça, sendo seus servidores,
pertencentes a tal ministério e não à instituição, posto que ainda não ocorreram
concursos para preenchimento de cargos na DPU, fora criado um projeto piloto
no DF, que será analisado no capítulo 5 do presente estudo.
Em assim sendo, a DPU possui competência para atuar em todas as
esferas do judiciário em defesa daqueles que forem hipossuficientes
(classificação a ser tratada em capítulo específico) de forma a garantir-lhes o
acesso à Justiça em todos os graus além de defesa de direitos inter partes,
daqueles cuja decisão possui efeito erga omnes, como, por exemplo, no caso
do ENEM, ocorrido no ano de 2011.
3 JUS POSTULANDI
3.1 O conceito de Jus Postulandi
O Jus Postulandi surgiu ainda na era Vargas como uma forma de
garantir ao cidadão a possibilidade de postular em juízo em demandas iniciais,
sem a necessidade de constituir advogado, diretamente ao juízo.
3.2 Jus Postulandi x Efetividade
Para tanto, a CLT em seu art. 791 estabelece que tanto empregados e
empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e
acompanhar suas reclamações até o final.5
Ora, à época de sua instituição, a Justiça do Trabalho possuía um
procedimento mais simplista se comparado aos dias atuais, sendo que o que
predominava à época, era a oralidade, a simplicidade e informalidade. Assim, o
5 ROSA, Aline. O Jus Postulandi e a Súmula 352. Disponível em www.webartigos.com/../pagina1.html
20
instituto não evoluiu com o passar do tempo, afinal, o Direito necessita
acompanhar as mudanças ocorridas na sociedade.
Neste diapasão Russomano assim leciona:
(...) o Direito Processual do Trabalho está subordinado aos princípios e postulados medulares de toda a ciência jurídica, que fogem à compreensão dos leigos. É ramo de direito positivo com regras abundantes e que demandam análise hermenêutica, por mais simples que sejam. (RUSSOMANO apud ROSA, 2010)
Como explicitado acima, o acesso à Justiça não conseguirá ser
alcançado se permanecer a aplicação de tal instituto, já que por ser a parte
leiga e não dispor de advogado, esta não conseguirá ter garantido a
preservação de seus direitos e garantias preconizados constitucionalmente,
tais como contraditório e ampla defesa que, por conseguinte acabam por
prestar ao cidadão que recorre ao judiciário, infundadas expectativas.
Não se trata apenas de acesso à Justiça, mas também há que se
observar os princípios norteadores da ordem social, não podendo aquele que
se encontra da condição de hipossuficiência postular sozinho demanda que
necessita de conhecimentos técnicos. Se a parte não possui meios de arcar
com os honorários advocatícios, cabe ao Estado propiciar formas de garantir a
todos a que se fizerem necessário, o acesso à Justiça de forma integral e
gratuita, através da DPU que é a instituição apta a defender os interesses dos
hipossuficientes sem qualquer ônus para a parte, seja ela demandante ou
demandado.
DA SILVA (1999), nos ensina que “a advocacia é mais que uma
profissão, é um munus publicum é um serviço, público, ou melhor, é um dos
elementos essenciais à administração digna e democrática da justiça”. De tal
modo, cumpre destacar a figura do advogado que é indispensável à
administração da justiça, se do ele, dotado de conhecimento técnico a quem
cabe manter-se atualizado de modo a poder garantir de forma correta o direito
daqueles que buscam seu serviços.
Na esfera pública a figura do advogado corresponde ao defensor
público, que é tão apto para o exercício da atividade quando o advogado
particular. Há que se ressaltar que não são todos que possuem meios de arcar
com os honorários e custas processuais em sede de recurso, ainda que se
21
vislumbre a concessão da justiça gratuita, haverá alguém que não possuirá
meios de arcar os custos inerentes à demanda pelo serviço prestado.
Assim, é possível verificar que o Jus Postulandi não traz de forma
efetiva, nenhum benefício ao empregado ou empregador, ainda mais quando
se considerar que o reclamado se encontre financeiramente em pé de
igualdade com o reclamante, no caso da economia informal. Lúcio Guedes em
sua entrevista, afirma que no caso da economia informal, dando como exemplo
a dona de casa que faz doces para fora, haverá, portanto, casos em que
ambas as partes deverão ser assistidas, já que o fato de saber possuir direitos
está equidistante de saber o modo de reivindicá-las da foram adequada.
Depreende-se, por exemplo, de Souto Maior apud Aline Rosa (2010), que:
garantir o acesso à Justiça não é simplesmente conceder às pessoas
acesso físico ao Judiciário, abrindo as portas dos prédios e deixando
que o jurisdicionado entre, pois isso equivaleria a dizer que o Othon
Palace está com as suas portas abertas para todos. (ROSA, 2010,
pag.4)
Noutro giro, cumpre destacar o posicionamento do Defensor Público Federal
Lúcio Guedes, que está à frente do projeto piloto realizado no Distrito Federal,
que frisa a necessidade de autonomia da instituição, com a devida
desvinculação do Governo, tendo de depender sempre de aval da Casa Civil e
da Advocacia Geral da União, não obstante, afirma em entrevista que:
A Justiça do Trabalho já possui uma demanda grande suportada
pelos advogados particulares e pelos Núcleos de Prática Jurídica das
Faculdades de Direito. A Defensoria Pública da União é mais uma
opção para o cidadão hipossuficiente. É um processo de conquista de
espaço que é nosso legalmente, mas onde ainda precisamos gerar
know how, estabelecer cultura com juízes, com os advogados e com
a OAB.6
6
22
3.3 Direito comparado
A DPU é instituição existente não apenas no Brasil, mas em todo o
MERCOSUL, conforme será demonstrado no decorrer do presente capítulo.
Resta evidenciado a necessidade de atuação de órgão público para
atender à população mais carente de recursos financeiros, para que estes,
possam ter o devido acesso à justiça sem ter que dispender valores para arcar
com o todo o procedimento judicial a ser adotado em seu caso concreto. Para
uma melhor análise da DPU em âmbito internacional, abordar-se-á como
parâmetro comparativo a DPU da Venezuela consoante Omaria Camacho
Carrión.
Ao analisarmos a Defensoria Pública na Venezuela, se faz necessário
abordar seus antecedentes históricos. Assim, temos que em 1787 fora criado a
figura do “advogado dos pobres” e do “Procurador dos presos”. Já em 1915 o
Código de Processo Penal passou a contemplar a figura do “Defensor dos
presos” e com sua reforma ocorrida em 1962, passou a ser denominado
“Defensor Público de Presos” 7.
Omaria (2011) ao discorrer sobre os antecedentes históricos da
Defensoria Pública na Venezuela nos assegura que tais expressões:
(...) carecían de los alcances necesarios para la adecuada protección
de um derecho universal y humano tan importante como lo es el
derecho a la defensa, ya que se limitaba la atención de quienes
requerían del auxilio gratuito de um profisional del derecho em um
processo penal8.
7 Revista das Defensorias Públicas do MERCOCUL/Defensoria Pública da União. – N.2 (dez.2011) - . – Brasília: DPU, 2011, p.170.
8 Revista das Defensorias Públicas do MERCOCUL/Defensoria Pública da União. – N.2 (dez.2011) - . – Brasília: DPU, 2011, p.170.
23
O presidente Hugo Rafael Chávez Frías, promoveu referendo para que
a população votasse acerca da Constituição da República Bolivariana da
Venezuela.
Inicialmente, a Constituição da República Bolivariana da Venezuela
(CRBV) previa a existência da Defensoria Pública de Presos, que fora
convertida em Defensoria Pública, vindo a ser incorporada no Sistema de
Justiça venezuelano9 em seu art. 253 in verbis:
Artículo 253. La potestad de administrar justicia emana de los
ciudadanos y ciudadanas y se imparte en nombre de la República por
autoridad de la ley.
Corresponde a los órganos del Poder Judicial conocer de las causas
y asuntos de su competencia mediante los procedimientos que
determinen las leyes, y ejecutar o hacer ejecutar sus sentencias.
El sistema de justicia está constituido por el Tribunal Supremo de
Justicia, los demás tribunales que determine la ley, el Ministerio
Público, la Defensoría Pública, los órganos de investigación penal, los
o las auxiliares y funcionarios o funcionarias de justicia, el sistema
penitenciario, los medios alternativos de justicia, los ciudadanos o
ciudadanas que participan en la administración de justicia conforme a
la ley y los abogados autorizados o abogadas autorizadas para el
ejercicio10.
Como visto, houve a ampliação do alcance do serviço social, ou seja, a
defesa, ressaltando sua importância e abrangendo mais áreas para a
consecução de seu objetivo.
O art. 268 da CRBV outorgou autonomia à defensoria Pública como
forma garantir à instituição eficácia da realização e prestação de seus serviços,
9 Revista das Defensorias Públicas do MERCOCUL/Defensoria Pública da União. – N.2 (dez.2011) - . – Brasília: DPU, 2011, p.171.
10 Disponível em: http://www.tsj.gov.ve/legislacion/constitucion1999.htm. Acesso em 12/06/2012
24
tendo se concretizado no ano de 2008 com a Lei Orgânica da Defensoria
Pública11, vejamos:
Constituicón de la República Bolivariana de Venezuela:
(...)
Artículo 268. La ley establecerá la autonomía y organización, funcionamiento, disciplina e idoneidad del servicio de defensa pública, con el objeto de asegurar la eficacia del servicio y de garantizar los beneficios de la carrera del defensor o defensora12.
Ley Orgánica de la Defensa Pública
(...)
Artículo 3
Naturaleza y autonomía
La Defensa Pública es un órgano constitucional del Sistema de
Justicia con plena autonomía funcional, financiera y administrativa,
única e indivisible, bajo la dirección y responsabilidad del Defensor
Público General o Defensora Pública General.
Parágrafo Único: La inspección y vigilancia de la prestación de los
servicios de la Defensa Pública corresponde al Tribunal Supremo de
Justicia, de conformidad con lo establecido en la Constitución de la
República Bolivariana de Venezuela y demás leyes que rigen la
materia13.
Assim, a Defensoria Pública da Venezuela possui autonomia financeira, funcional e administrativa sendo que sua direção e responsabilidade estão a cargo do Defensor Público-Geral:
El Legislador patrio, en desarrollo de los preceptos constitucionales consagrados en el Artículo 268 de la Constitución de la República Bolivariana de Venezuela, concibió a la Defensa Pública como un “órgano constitucional del Sistema de Justicia con plena autonomía funcional, financiera y administrativa, única e indivisible, bajo la
11 Revista das Defensorias Públicas do MERCOCUL/Defensoria Pública da União. – N.2 (dez.2011) - . – Brasília: DPU, 2011, p.171.
12 Disponível em: http://www.tsj.gov.ve/legislacion/constitucion1999.htm. Acesso em 12/06/2012
13 Disponível em: http://www.defensapublica.gob.ve/images/PDF/Leyes/2leyorganicadp.pdf. Acesso em 12/06/2012
25
dirección y responsabilidad del Defensor Público General o Defensora Pública General”, tal como lo dispone el Artículo 3 de la Ley Orgánica de la Defensa Pública, publicada en la Gaceta Oficial de la República Bolivariana de Venezuela Nº 39.021 del 22 de septiembre de 2008.
De acuerdo a lo anterior, la Defensa Pública es un órgano constitucional autónomo, sin personalidad jurídica propia, ya que ostenta la misma de la República, sin ningún tipo de subordinación a otro órgano del Estado y que tiene el sagrado deber de garantizar los derechos a la Defensa, Debido Proceso y Acceso a la Justicia de las
personas que requieran este servicio14.
No ano de 2010, com a designação da Sra. Omaria Camacho Carrión ao cargo de Defensor Pública-Geral da República Venezuelana aplicou-se uma nova visão acerca da instituição. Neste diapasão, Carrión aderiu ao princípio da progressividade e da proteção aos Direitos Humanos conforme previsão do art. 19 da CRBV.
A Defensoria Pública na Venezuela atende toda a população sem qualquer tipo de discriminação, assegurando o acesso a todas as pessoas que requeiram a defesa por parte da instituição15. Nesse sentido:
Ley Orgánica de la Defensa Pública
Artículo 4
Ámbito material
Las disposiciones de esta Ley son de orden público y serán de
aplicación general en los procesos judiciales y las asesorías
extrajudiciales en todas las materias, bajo los términos que la misma
dispone para garantizar el acceso a la justicia y el derecho a la
defensa.
Artículo 8
Competencias de la Defensa Pública
Son competencias de la Defensa Pública:
1. Garantizar a toda persona el derecho a la defensa en todo grado y
estado del proceso judicial y administrativo en todas las materias que
le son atribuidas de conformidad con la Ley y la Constitución de la
República Bolivariana de Venezuela.
14 Disponível em: http://www.defensapublica.gob.ve/index.php?option=com_content&view= article&id=181&Itemid=2 Acesso em 12/06/2012
15 Revista das Defensorias Públicas do MERCOCUL/Defensoria Pública da União. – N.2 (dez.2011) - . – Brasília: DPU, 2011, p.171.
26
2. Cualquier otra que, por aplicación de la Constitución de la
República Bolivariana de Venezuela, de las normas, tratados, pactos
y convenciones internacionales suscritos y ratificados por la
República Bolivariana de
Venezuela le sean atribuidas16.
Constituição da República Bolivariana de Venezuela:
Artículo 26. Toda persona tiene derecho de acceso a los órganos de
administración de justicia para hacer valer sus derechos e intereses,
incluso los colectivos o difusos, a la tutela efectiva de los mismos y a
obtener con prontitud la decisión correspondiente.
El Estado garantizará una justicia gratuita, accesible, imparcial,
idónea, transparente, autónoma, independiente, responsable,
equitativa y expedita, sin dilaciones indebidas, sin formalismos o
reposiciones inútiles17.
Mediante estes dispositivos legais denota-se que está concebido o
Estado democrático social de direito que rege os venezuelanos, uma vez que a
garantia da gratuidade é premissa básica, de modo a garantir o acesso à
justiça. Depreende-se da lei orgânica da Defensoria Pública que há aborda um
conceito geral concomitantemente claro e direto, hábil a reconhecer o valor do
direto à defesa, tão protegido pela Venezuela.
16 Disponível em http://www.defensapublica.gob.ve/images/PDF/Leyes/2leyorganicadp.pdf Acesso em 12/06/2012
17 Disponível em http://www.tsj.gov.ve/legislacion/constitucion1999.htm Aceso em 12/06/2012
27
4 CLASSIFICAÇÃO DA HIPOSSUFICIÊNCIA
Coube à DPU, no uso de suas atribuições conferidas pela LC 80/94
estabelecer critérios para ratar da hipossuficiência de modo a atender ao
tratamento uniforme a todos, considerando-se que:
a assistência jurídica pública é serviço público destinado aos necessitados;Considerando que a Constituição da República veda a utilização do salário mínimo como indexador no seu inciso IV do art.7º;Considerando que a isenção do imposto de renda é medida de política fiscal que se destina a preservar o patrimônio dos que tem menor capacidade econômica;(…)Resolve fixar parâmetros objetivos e procedimentos para a presunção e para a comprovação da necessidade.
Disposições gerais sobre a necessidadeArt. 1º. Presume-se necessitado todo aquele que integre família cuja renda não ultrapasse o valor da isenção de pagamento de imposto de renda.(…)§2º. Renda familiar mensal é a soma dos rendimentos brutos auferidos mensalmente pela totalidade dos membros da família maiores de dezesseis anos, excluindo-se os rendimentos concedidos por programas oficiais de transferência de renda e de benefícios assistenciais. (RCSDPU nº13/2006)
A partir de tais disposições acima colacionadas, observa-se que o
critério da hipossuficiência no âmbito da DPU há requisitos a serem
preenchidos, não sendo bastante apenas o fato da pessoa estar
desempregada.
Em consonância com a RCSDPU nº13/2006, aquele que possuir
patrimônio vultoso, independentemente da renda mensal, não será presumido
necessitado. Diante disso, para a averiguação da condição de hipossuficiente,
é realizada pesquisa socioeconômica, na qual o requente deverá informar e
comprovar dados sobre sua família, renda e patrimônio.
28
Resta evidenciado, critérios que possam filtrar o atendimento da DPU,
fato este fortemente debatido quando da implantação do projeto piloto do
Distrito Federal, que será visto no capítulo posterior.
O Dr. Flávio Luís Guedes
5 DO PROJETO PILOTO NO DISTRITO FEDERAL
Em 25 de Outubro de 2011, no intuito de atender em caráter
experimental as demandas na área trabalhista, foi instalado o 1º Ofício
Trabalhista da DPU/DF em cumprimento à Portaria DPGF nº 482/2008, perante
o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região.
No desiderato de cumprir a referida Portaria, institui-se quatro Ofícios
Especializados em matéria trabalhista na Segunda Categoria da Defensoria
Pública da União no Distrito Federal, que vieram a ser providos após a
realização do 4º Concurso para Carreira de Defensor Público Federal.
Após a instalação do 1º Ofício Trabalhista, que atuou temporariamente
em todos os PAJs dessa matéria, o foco se voltou para a divulgação dessa
espécie de assistência jurídica pela DPU/DF. Nesse sentido, o intenso
processo de divulgação dessa atuação ocorreu mediante a confecção de
cartazes e cartões que foram amplamente distribuídos em locais de circulação
de grande público, ocorreram também várias entrevistas para os mais variados
meios de comunicação (jornais, revistas, sites, rádios, emissoras de televisão
aberta e fechada etc.), oportunidade em que sempre era destacada a novidade
dessa atuação na seara laboral.
foram realizadas visitas institucionais informativas aos principais órgãos
de amparo ao trabalhador, do que resultou, por exemplo, a celebração do
Termo de Cooperação nº 21/2011 com o Tribunal Regional do Trabalho da 10ª
Região, cujo conteúdo foi o reconhecimento das prerrogativas previstas na LC
nº 80/94 e a instrumentalização de formalidades quanto à remessa de autos
processuais a esta Defensoria.
29
Dessas incursões institucionais, reconheça-se, veio grande da
demanda atualmente existente. Isso porque, em razão das parcerias firmadas,
órgãos como o Tribunal Regional do Trabalho, a Superintendência Regional de
Trabalho e Emprego do Distrito Federal (antiga Delegacia Regional do
Trabalho), o Ministério Público do Trabalho e até mesmo os sindicatos
profissionais passaram a encaminhar, diretamente, os trabalhadores
desassistidos para a Defensoria Pública da União.
Observe-se, a respeito, conforme consta do Relatório Preliminar do Projeto Piloto, a
evolução dos atendimentos ao longo do período analisado:
Mês/Ano Iniciais Retornos
Nov/2010 03 03
Dez/2010 08 01
Jan/2011 18 26
Fev/2011 82 23
Mar/2011 139 47
Abr/2011 153 119
Maio/2011 166 288
Jun/2011 105 288
Jul/2011[18][19] 168 178
Ago/2011 175 271
Set/2011 140 272
Out/2011[20] 114 205
18 Em julho/2011, o SGA (sistema de gestão de atendimento) foi adotado na DPU/DF, sofrendo-se, naquele mês, com as dificuldades implantação, razão pela qual os números daquele mês são aproximados.
19 Importante registrar que no SGA o retorno para juntada de documentos não é discriminado por matéria. Em razão disso, restaram desconsiderados os seguintes quantitativos de retornos não identificados: julho 418; agosto 396; setembro355; outubro 302.
20 Atualizado até 26 de outubro de 2011.
30
TOTAL 1271 1721
Tabela 1: Evolução dos atendimentos trabalhistas
A partir do mês julho/2011, foi iniciado o debate acerca de eventual
estabelecimento de restrição de atendimento inicial (instauração de PAJ) na
seara laboral.
Dessa discussão, saiu o Memorando n. 659/2011/GAB/DPU/DF,
encaminhando consulta ao Conselho Superior da Defensoria Pública da União
acerca de eventual restrição do atendimento inicial, do que resultou o
deferimento de medida liminar proferida nos autos do processo administrativo
n. 08038.023921/2011-96 , autorizando a adoção de critérios experimentais de
restrição para o atendimento trabalhista e o Memorando nº
015/2011/DPU-DF/1º OT requerendo à Chefia a adoção de critério de restrição
de atendimento inicial trabalhista, o que foi prontamente acolhido. Assim,
vigorando desde 22 de agosto de 2011, a restrição restou estabelecida nos
seguintes termos:
31
Art. 1º. O atendimento inicial (instauração de novos PAJs) em matéria
trabalhista será condicionado à razão de 02 (duas) pretensões por
ofício ativo, por dia útil.
Parágrafo único. Qualquer afastamento legal de Defensor Público
Federal em exercício em Ofício Trabalhista implicará redução
quantitativa do somatório de atendimentos iniciais diários, na
proporção definida no caput.
Art. 2º. A demanda diária de atendimento inicial será
preferencialmente agendada para a data mais próxima disponível,
observado o quantitativo previsto no artigo anterior.
Art. 3º. O atendimento de retorno trabalhista não se submete à
restrição do art. 1º.
Perceba-se, em primeiro lugar, que, embora esteja sendo nominada de
restrição de atendimento, a medida apenas posterga o momento da abertura
do PAJ. Isso porque, não se deixa de atender o requerente da assistência
jurídica integral e gratuita, mas apenas se agenda o seu atendimento inicial
(abertura de PAJ) para a data desimpedida mais próxima, limitado ao
quantitativo de 02 (dois) novos PAJs por Ofício ativo, ressalvados os casos de
urgência, que não se submetem àquela restrição.
Note-se, no entanto, que, mesmo após a instituição da restrição, o
atendimento registrou para o mês de setembro a abertura de 140 PAJs.
Confira-se a estatística do atendimento inicial ao longo do período21:
Cível[22] Criminal[23] Previdenciário Trabalhista
Mês/Ano I R I R I R I R
Nov/10 11 40 01 07 13 114 03 03
Dez/10 57 144 08 15 73 419 08 01
Jan/11 84 209 07 09 102 629 18 26
21 Fonte: Coordenadoria do Atendimento da Defensoria Pública da União de Segunda Categoria no Distrito Federal.
22 Já somados os quantitativos do Ofício de Direitos Humanos e Tutela Coletiva.23 Já somados o criminal comum e o criminal militar.
32
Fev/11 94 196 10 22 107 496 82 23
Mar/11 82 272 06 11 78 584 139 47
Abr/11 73 59 19 07 78 279 153 119
Maio/11 68 419 04 24 78 833 166 288
Jun/11 32 347 0 27 55 843 105 288
Jul/11[24][25] 182 306 15 30 118 627 168 178
Ago/11 148 433 22 30 143 873 175 271
Set/11 158 361 33 29 161 890 140 272
Out/11[26] 124 294 09 31 135 724 114 205
TOTAL 1113 3080 134 242 1141 7311 1271 1721
Legenda:
I = atendimentos iniciais / R = retornos
Veja-se que, se considerado o quantitativo de atendimentos iniciais, o núcleo trabalhista, mesmo após a instituição da restrição, continua liderando o ranking de instauração de PAJs. Se essa avaliação for feita proporcionalmente, isto é, considerada a quantidade de ofícios por núcleo, chega-se a mais que o dobro de PAJs instaurados por ofício das demais, mesmo naquela área que mais se aproxima da seara laboral. Confira-se:
Cível[27] Criminal[28] Previdenciário Trabalhista
24 Em julho/2011, o SGA (sistema de gestão de atendimento) foi adotado na DPU/DF, sofrendo-se, naquele mês, com as dificuldades implantação, razão pela qual os números daquele mês são aproximados.
25 Importante registrar que no SGA o retorno para juntada de documentos não é discriminado por matéria. Em razão disso, restaram desconsiderados os seguintes quantitativos de retornos não identificados: julho 418; agosto 396; setembro355; outubro 302.26 Atualizado até 26 de outubro de 2011.27 Já somados os quantitativos do Ofício de Direitos Humanos e Tutela Coletiva, ainda que excluído da conta.28 Já somados o criminal comum e o criminal militar.
33
139,13 26,80 142,63 317,75
Tabela 3: Comparativo de instauração de PAJs por Ofício
Perceba-se, finalmente, que, mesmo já vultosos, esses números não abarcam a totalidade dos PAJs trabalhistas instaurados no período. Isso porque, atualmente29, os quatro Ofícios Trabalhistas reúnem 1.745 (mil setecentos e quarenta e cinco) PAJs ao total, sendo: 437 (quatrocentos e trinta e sete) no 1º Ofício Trabalhista; 422 (quatrocentos e vinte e dois) no 2º Ofício Trabalhista; 434 (quatrocentos e trinta e quatro) no 3º Ofício Trabalhista; e 452 (quatrocentos e cinquenta e dois) no 4º Ofício Trabalhista30, gerando uma média de 436,25 (quatrocentos e trinta e seis inteiros e vinte e cinco centésimos de) PAJs por Ofício Trabalhista, cerca de 118,5 (cento e dezoito inteiros e cinquenta centésimos) PAJs a menos que o registrado na abertura,
29 Dados atualizados até 20 de outubro de 2011.
30 Números contabilizados até 20 de outubro de 2011, conforme pesquisa de estatísticas do sistema E-PAJ da DPU/DF.
34
atribuindo-se essa diferença é redistribuição interna de PAJs ou até mesmo a falhas no controle das estatísticas31.
Apesar das dificuldades encontradas, houve muitos progressos naquilo pertinente à atuação trabalhista da Defensoria Pública da União. Além do acúmulo de experiência, objetivo primordial do Projeto-Piloto que compõe essa atuação pioneira na DPU/DF, extraem-se os seguintes resultados concretos dessa atuação32:
TIPO (descrição) QUANTIDADE
Petições iniciais 417
Audiências judiciais 551
Recursos (ordinários e agravos) 26
Cautelares 01
Outros33 167
Tabela 4
Observe-se que os quantitativos encontram-se somados em relação a todos os quatro Ofícios Trabalhistas. Isso se deveu, em especial, ao fato de que, em razão das peculiaridades da atuação nessa seara especializada, muitas medidas são praticadas em regime de substituição, formal e informal, a exemplo do que ocorre com as audiências judiciais, cuja designação, muitas das vezes, ocorre em horários conflitantes, sendo necessária a solidariedade dos colegas para fazer a Defensoria Pública da União presente em mais de uma localidade ao mesmo tempo. Daí porque se optou por aglutinar os números, compartilhando igualmente ônus e bônus deste núcleo especializado.
Algumas muitas dificuldades foram enfrentadas nesses primeiros meses de atuação.
A primeira delas, talvez, tenha sido a ausência de experiência prévia de atuação específica na área trabalhista. Isso implicou um maior trabalho dos Defensores titulares desses Ofícios a gerar um banco de petições trabalhistas.
31 Nesse contexto, se considerado esse quantitativo real de PAJs, o atendimento inicial (instauração) trabalhista supera o triplo do previdenciário e do cível.
32 Números contabilizados até 20 de outubro de 2011, conforme informações aproximadas passadas pelos titulares de cada Ofício Trabalhista.33 Embargos à execução, Exceção de Pré-Executividade, Contestações, Réplicas a Contestações e Petições Inominadas (sustação de leilão, proposta de acordo na execução, respeito a prerrogativas da Defensoria etc.).
35
Relembre-se, contudo, que no Direito Processual Trabalhista vigora o princípio da primazia da realidade, segundo o qual a verdade real prevalece sobre a formal, exigindo-se, assim, uma atuação bastante diligente no quesito instrução da petição inicial, talvez, a peça mais trabalhosa de todo o processo.
Por outro lado, a ausência de atuação anterior à criação do Projeto Piloto do Distrito Federal na seara trabalhista fez da Defensoria Pública instituição completamente desconhecida naquele meio. Dentre juízes, membros do Ministério Público do Trabalho, advogados, servidores da Justiça poucos conheciam a Instituição Defensoria Pública.
Isso porque, na Justiça do Trabalho, o costume é de que, com fundamento na Lei nº 5.584/70, os Sindicatos prestem a assistência jurídica. Apenas na ausência daquelas entidades representativas, caberia ao Ministério Público e, em último caso, à Defensoria Pública34 .
a celebração do Termo de Cooperação nº 21/2011, parece ter sido uma grande conquista para a Instituição nesse caminhar. Não apenas deu muita visibilidade à Instituição no seio do TRT 10, mas, sobretudo, porque serviu de símbolo, a demonstrar que o apoio do Tribunal à efetiva entrada da Defensoria Pública da União na Justiça Laboral.
Relembre-se, nesse contexto, que os primeiros meses de atuação foram recheados de episódios lamentáveis em que a OAB/DF e a AATDF (Associação dos Advogados Trabalhistas do Distrito Federal) importantes e de muita força política e jurídica tentaram combater a atuação da Defensoria Pública da União na seara trabalhista, o que parece, a esta altura, ser situação superada, ainda que haja pequenos percalços ocasionais.
Ao argumento de que a Defensoria Pública da União não tinha condições de adentrar naquela seara especializada, devendo se restringir às já tradicionais áreas cível e criminal, a OAB/DF fez abaixo-assinado com cerca de 350 assinaturas em que se pedia a não atuação da DPU/DF na seara trabalhista. Até mesmo o Presidente da OAB/DF se reunião com o Secretário de Justiça, Dr. Luis Paulo Teles Barreto, e com o então Defensor Público-Geral Federal, Dr. José Rômulo Plácido Sales.
A AATDF, que realizou eleição para diretoria este ano, contava como principal proposta das duas chapas que disputavam a direção daquela entidade o combate à atuação da Defensoria Pública da União na seara trabalhista, conforme se vê do Anexo 3 deste Relatório.
34 A propósito, a tese dos Ofícios Trabalhistas é de que, com a CF/88, o paradigma se alterou: agora cabe, prioritariamente, à Defensoria Pública a prestação da assistência jurídica integral e gratuita. Apenas na omissão desta é que incumbirá aos Sindicatos, residual e subsidiariamente, prestá-la.
36
Daí porque também importante se mostraram as parcerias firmadas com as entidades co-irmãs na proteção do trabalhador.
Para que se melhor compreenda a as dificuldades da atuação nesta seara, parece relevante destacar algumas características da justiça trabalhista
Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que o processo trabalhista tem peculiaridades: é, formalmente, regido pela CLT, mas se utiliza do regramento do CPC subsidiariamente. A despeito disso, porém, a justiça laboral tem larga tradição sumular, estando grande parte do conteúdo normativo (substantivo e processual) consolidada nos enunciados de súmula do Tribunal Superior do Trabalho.
Daí porque se mostra absolutamente acertada a decisão de especializar os Ofícios, pois não é conveniente estar o Defensor com as atenções divididas entre muitas matérias, face à sua especialidade.
Outras características da justiça são rápida tramitação processual e a grande quantidade de audiências, marcadas a cada dois minutos até. Isso gera problema sério: conflitos de horários. Muitas e muitas vezes, foi necessário estarem os quatro defensores no foro trabalhista e, mesmo assim, não era possível realizar todas as audiências designadas, o que acabava por causar o adiamento ou, pior ainda, a realização do ato prescindindo da presença do Defensor.
Atente-se que, na Justiça do Trabalho, é aceito o instituto do jus postulandi (postulação de direitos sem assistência jurídica técnica), o que, na prática, muitas vezes acaba obrigando o Defensor a “escolher” e “optar” por um assistido “precisa mais” da assistência, em total desprestígio do direito do hipossuficiente35 .
Ressalte-se também o fato de que a Defensoria Pública Trabalhista abraça o trabalhador assistido num dos momentos mais frágeis do cidadão, em que ele, normalmente, perdeu o seu trabalho, seu sustento, sua fonte de renda. Daí porque se mostra tão necessitado da assistência defensorial e carece de acompanhamento digno.
Como visto, o Projeto-Piloto de atuação trabalhista que funciona na DPU/DF opera hoje sob regime de restrição do atendimento inicial, limitando a instauração de PAJs em 02 por dia por ofício ativo.
Reconheça-se que, embora não haja condições de levantar a restrição atualmente, o cenário ideal seria existir tal limitação, atendendo-se a
35 Nesse sentido, atente-se à Sumula 425 do TST:
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.
37
todos os cidadãos que precisassem de assistência jurídica integral gratuitamente.
Para que isso seja possível, no entanto, é indispensável que se aumento da quantidade de Ofícios Trabalhistas especializados para, pelo menos, oito, aumentando em quatro e igualando, assim, a capacidade de atendimento da DPU/DF entre a pretensão de assistência jurídica trabalhista e previdenciária, segunda maior demanda do núcleo.
É impensável ampliar a assistência jurídica, incluindo a atuação na seara trabalhista, em outras Unidades senão por meio de Ofícios Trabalhistas especializados.
Isso porque, conforme já abordado no tópico 3.1., a Justiça Trabalhista possui uma série de peculiaridades. Na prática, a grande quantidade de audiência e a especificidade da matéria impossibilitam a cumulação de outras matérias em ofícios gerais ou mesmo previdenciários e trabalhistas, por mais próximos que sejam.
De qualquer forma, para que haja uma efetiva atuação na seara trabalhista, faz-se necessário que a Defensoria Pública da União se transforme e se prepare para atuação na seara laboral. Significa eleger esta área como um norte prioritário na DPU.
A propósito, note-se que além de ser uma área de atuação extremamente necessitada, de pessoas verdadeiramente hipossuficientes, em que a ação da Defensoria Pública mostra relevantíssimo impacto social, à semelhança do que ocorre na seara previdenciária, existe aqui um fator político-estratégica que nenhuma outra área detém. É o apelo social e o amplo espectro de parceiros e aliados políticos que se pode fazer com a colocação da assistência jurídica laboral na ordem do dia pela Defensoria Pública da União.
Reversamente, colocando-se a DPU como agente transformador importante da sociedade, com o apoio dessas entidades, o crescimento institucional da Defensoria Pública da União parece inexorável.
Perceba-se que, dentre as entidades mobilizadoras da sociedade, os sindicatos são agentes importantíssimos nesse processo, podendo servir como fortes aliados nessa caminhada de crescimento Institucional.
Isso exige, então, um conjunto de medidas no curto, médio e longo prazo.
Mais imediatamente, a criação de uma Câmara de Coordenação especializada na matéria Trabalhista parece ser indispensável. Relembre-se: ainda que de forma eventual e pontual, há, pelo menos, mais cinco Unidades atuando no trabalhista (Alagoas, Ceará, Piauí, Maranhão e Pará), de maneira que, se as dificuldades já são grandes no núcleo da DPU/DF onde existem
38
quatro defensores voltados exclusivamente pra essa matéria, imaginem-se as dificuldades dos colegas daquelas localidades.
Entende-se que uma Câmara de Coordenação Trabalhista poderia nortear a atuação das unidades já existentes e, sobretudo, daquelas que venham a atuar na seara laboral. É importante não apenas a uniformização, mas especialmente que a Câmara seja um espaço de discussão, formulação e compartilhamento de teses, divulgação de boletins informativos, elaboração de enunciados, normatizações especializadas, recomendações etc. Parece um instrumento mais do que necessário para viabilizar a definitiva entrada da Defensoria Pública da União na Justiça do Trabalho.
De outro lado, mostra-se necessário também incrementar a formação dos Defensores, pondo-se em foco a matéria trabalhista.
De tudo quanto foi exposto, conclui-se que:
1. A demanda pela assistência jurídica trabalhista, inicialmente pequena, cresceu vertiginosamente, superando, atualmente, a demanda inicial dos demais núcleos da DPU/DF, especialmente em função do bom trabalho que vem sendo desenvolvido e da ampla publicidade promovida desta atuação;
2. A despeito das múltiplas dificuldades relatadas, o Projeto-Piloto de atuação trabalhista da DPU/DF já obteve resultados que demonstram êxito, tanto na esfera judicial e como na extrajudicial, como prova o reconhecimento dos órgãos do Sistema de Justiça Laboral, e da sociedade em geral, numa área em que não havia eficaz ação estatal em prol hipossuficientes, que se viam servidos apenas pela atuação limitada dos núcleos de prática das faculdades e pela atuação da advocacia privada, ainda que vinculada a sindicatos profissionais;
3. Para que se dê continuidade nesse processo de ampliação da assistência jurídica para a seara trabalhista na unidade do Distrito Federal, faz-se necessário, notadamente, o atendimento dos seguintes requisitos;
a) ampliação da quantidade de ofícios trabalhista para, pelo menos, oito, equiparando este núcleo especializado com a estrutura de Ofícios existentes nas áreas de atuação da DPU/DF (cível e previdenciária);
b) a lotação de servidores que possam desempenhar a função de assessores dos Defensores trabalhistas, especialmente em razão da peculiaridade de grande quantidade de audiência, o que demanda a permanente presença dos defensores nas cortes laborais;
c) a disposição de pelo menos mais um veículo para DPU/DF, voltado, preferencialmente, para o atendimento da demanda de audiências trabalhistas;
4. Para que se possa ampliar a assistência jurídica da DPU, incluindo a atuação trabalhista, mostra-se indispensável que se priorize esta atuação:
39
a) criando e especializando os Ofícios, tornando-os exclusivos trabalhistas, dada a impossibilidade de cumulação de matérias tão distintias;
b) qualificando os defensores com atribuição nesta seara especializada, por meio de ênfase no concurso e no curso de formação de defensores.
40
41
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Planalto, 1988.
LIMA, Frederico Rodrigues Viana de. Defensoria Pública. Bahia: JusPodvm, 2010, 535p.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado.