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Dany-Edson Oliveira
Mindelo 2015
UNIVERSIDADE DO MINDELO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E EMPRESARIAIS
LICENCIATURA EM ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DE EMPRESAS
MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO
ORGANIZACIONAL
ASO NA LOGICAB SARL
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página II
DANY-EDSON OLIVEIRA COSME
MOTIVAÇÃO E SATISFAÇÃO ORGANIZACIONAL
Memória monógrafica apresentada para
cumprimento dos requisitos necessários a
obtenção do grau de Licenciatura em Organização
e Gestão de Empresas da Universidade do
Mindelo.
Orientador: Mestre Rodrigo Martins
DECLARAÇÃO
Dany-Edson Cosme, autor da obra da Monográfia
“Motivação e Satisfação Organizacional”, declaro
que, salvo fontes devidamente citadas e refiridas,
o presente documento é fruto do seu trabalho
pessoal, individual e original.
Mindelo 01 de Julho de 2015
A motivação e satisfação organizacional
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Dany-Edson Oliveira
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho á minha mãe Maria Da Cruz
Oliveira.
A motivação e satisfação organizacional
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ser o meu anjo protector por dar-me força para chegar
até aqui e por nunca me desamparar nos momentos mais difíceis da minha vida.
Quero agradecer a minha família que me apoiaram e que o amo muito e quero
agradecer aos meus amigos e colegas.
Quero agradecer aos meus professores, que me apoiaram ao longo desse percurso e
aguentaram-me ao longo desses quatro anos.
Quero agradecer ao coordenador de curso, Srº Juscelino dias, ao meu orientador
Mestre, Rodrigo Martins e por fim quero agradecer a Universidade do Mindelo e a Câmara
Municipal de São Vicente.
MUITO OBRIGADO!
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EPÍGRAFE
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página VII
RESUMO
A motivação e satisfação e tem sido alvo de estudos e pesquisas de teóricos das mais
variadas correntes ao longo do século XX. Saber o que motiva, o que satisfaz o
trabalhador, é descobrir o procedimento a ser adoptado com relação a ele para que melhore
seu desempenho profissional. A teoria das organizações com as mais variadas escolas, é
um exemplo claro a busca por uma melhor inserção do homem na organização.
A motivação e satisfação é um tema que tem ocupado uma atenção redobrada das
organizações, nos últimos anos devido a importância das actividades de relacionamento
desenvolvidas pelas organizações com os seus diversos públicos.
Dentro da perspectiva de Gestão de Recursos Humanos, o factor satisfação implica
no desempenho dos funcionários da Câmara Municipal de São Vicente no trabalho,
constituindo assim uma relação directa. A partir de então, abordando a satisfação no
trabalho, as necessidades humanas, bem como algumas teóricas sobre o tema, este
investigação procurou avaliar o nível de satisfação no trabalho na Câmara Municipal de
São Vicente com vista a alcançar tal objectivos.
Para confrontação das hipóteses foi utilizado como método de recolha de dados o
questionário a uma amostra. A pesquisa utilizada para elaboração desde trabalho foi de
carácter exploratório e descritivo.
Utilizou-se para tratamentos dos dados do questionário o programa SPSS versão 17
e o Excel. Foi feito uma revisão bibliográfica que deu suporte aos resultados.
Palavras-chave: Motivação, Satisfação, Organização.
A motivação e satisfação organizacional
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ABSTRACT
The motivation and satisfaction and has been the subject of studies and research of
theoretical currents of the most varied throughout the twentieth century. Knowing what
motivates, which satisfies the worker is to find out the procedure to be adopted in relation
to it to improve their professional performance. The theory of the organizations with the
most varied schools is a clear example of the search for a better integration of man in the
organization.
The motivation and satisfaction is a subject that has occupied careful attention of
organizations in recent years because of the importance of the relationship activities of the
organization with its stakeholders.
From the perspective of Human Resources Management, the satisfaction factor involves
the performance of the employees of the Municipality of São Vicente at work, thus
providing a direct link. Since then, addressing job satisfaction, human needs, as well as
some theoretical on the subject, this research sought to assess the level of job satisfaction in
the Municipality of São Vicente to achieve such objectives.
To compare the hypotheses was used for data collection method to a sample questionnaire.
The survey used to prepare since work was exploratory and descriptive.
We used to questionnaire data of the treatments the SPSS version 17 and Excel. It was
made a bibliographic review that supported the results.
Keywords: Motivation, Satisfaction, Organization.
A motivação e satisfação organizacional
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ÍNDICE
Índice
CAPITULO 1 ........................................................................................................................ 1
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
1.1. Definição do Problema .................................................................................. 2
1.2. Justificativa .................................................................................................... 4
1.3. Contextualização do Tema ............................................................................ 5
1.4. Hipóteses ......................................................................................................... 6
1.5. Pergunta de Partida ..................................................................................................... 6
1.6.1. Objectivo Geral .......................................................................................... 6
1.6.2. Objectivos Específicos ............................................................................... 7
1.7. Enquadramento metodológico...................................................................... 8
1.8. Caracterização da população - alvo de estudo ............................................ 9
1.8.1. O recenseamento do público-alvo ............................................................. 9
1.8.2. Estratégia de investigação ......................................................................... 9
1.8.3. Método e técnicas utilizadas na investigação........................................... 9
Capitulo 2 ............................................................................................................................ 11
II - ANÁLISE CRITÍCA DA LITERATURA .................................................................... 11
2. A organização .................................................................................................... 11
2.1. O conceito de organização .......................................................................... 11
3. A Motivação ..................................................................................................... 12
3.1. O Papel das pessoas nas organizações ....................................................... 16
3.2. O Ciclo Motivacional ................................................................................... 17
3.3. E qual a necessidade ou motivo predominante? ................................ 18
3.4. Principais Teorias da Motivação .............................................................................. 24
3.4.1. Teorias de Conteúdo ........................................................................................... 29
3.4.2. Hierarquia das Necessidades de Maslow ........................................... 30
3.4.3. Teoria ERC ........................................................................................... 35
3.4.4. Os Dois Factores de Herzberg ............................................................. 35
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3.4.5. Teoria das Necessidades Aprendidas ou Adquiridas ........................ 39
3.4.6. Teorias Centradas no Processo ........................................................... 40
3.4.8. Teoria da Expectância ......................................................................... 43
3.4.9. Teoria da Fixação de Metas ................................................................... 44
3.4.10. Teoria da Avaliação Cognitiva .......................................................... 45
3.4.11. Teorias Referentes ao Distanciamento ou Proximidade da Acção 46
3.4.12. Teoria da Aprendizagem Social ........................................................ 46
3.4.13. Teoria da Auto-Regulação ................................................................. 47
3.4.14. Teoria do fluxo .................................................................................... 48
3.5. Motivação - Entendimentos ao Longo dos Tempos e Outras Teorias
Aristóteles .......................................................................................................... 49
3.5.1. Eric Berne ............................................................................................. 49
3.5.2. Freud ..................................................................................................... 50
3.5.3. Gooch e McOowell ................................................................................... 52
3.5.4. Platão ..................................................................................................... 52
3.5.5. Motivação Fundamentada na Aplicação Sistêmica ........................... 52
3.5.6. Teoria das Necessidades Manifestas ................................................... 53
3.5.7. Teorias X e Y de McGregor ................................................................ 54
3.5.8. Teoria da Temporalidade .................................................................... 54
3.6. Clima Organizacional .......................................................................... 55
3.7. Motivação X Clima Organizacional ................................................... 56
3.8. A Satisfação no Trabalho .................................................................... 57
3.8.1. Satisfação no Trabalho: Conceptualização ........................................ 58
3.8.2. Autores Definição ................................................................................. 59
3.8.3. Satisfação e Desempenho Profissional ................................................ 60
3.8.4. Factores determinantes da Satisfação no Trabalho .......................... 60
3.8.5. Consequências da Insatisfação ............................................................ 61
CAPITULO 3 ..................................................................................................................... 63
4. ESTUDO DE CASO: CAMARA MUNICIPAL DE SÃO VICENTE ............... 63
Missão .................................................................................................................................. 63
Visão .................................................................................................................................... 63
A motivação e satisfação organizacional
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Objectivos ................................................................................................................ 63
4.1. ANALISE DOS DADOS ........................................................................................ 64
4.1.1. População e Amostra ............................................................................... 64
4.1.2. Questionário ............................................................................................. 65
4.1.3. Inquérito por questionário ...................................................................... 65
4.1.4. Caracterização dos inquéritos ................................................................ 66
4.1.5. Classificação dos inqueridos segundo sexo ............................................ 66
4.1.6. CRUZAMENTOS .................................................................................... 75
5. CONCLUSÃO ......................................................................................................... 86
6. RECOMENDAÇÕES / SUGESTÕES .................................................................. 88
7. Limitações ................................................................................................................ 89
Resultado do questionário .............................................................................................. 100
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1- Sexo (%) ............................................................................................................. 66
Gráfico 2- IDADE (%) ........................................................................................................ 67
Gráfico 3- HABILITAÇÕES (%)........................................................................................ 67
Gráfico 4 -GRUPO PROFISSIONAL (%) .......................................................................... 68
Gráfico 5 -FUNÇÃO PÚBLICA (%) .................................................................................. 69
Gráfico 6- MAIS IMPORTANTE PARA OCUPAÇÃO DE CHEFIA (%) ....................... 69
Gráfico 7- CHEFIA ATRIBUI ATENÇÃO ESPECIAL (%) ............................................. 70
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LISTAS FIGURAS
Figura 1- Os motivos dirigem-se para os objectivos ........................................................... 17
Figura 2- O motivo mais forte determina o comportamento ............................................... 18
Figura 3- Ciclo motivacional padrão, com satisfação da necessidade ................................ 19
Figura 4- Comportamento alternativo devido ao bloqueio em atingir o objectiva .............. 19
Figura 5- Ciclo motivacional padrão completo, sem satisfação da necessidade ................. 20
Figura 6- Necessidades múltiplas ........................................................................................ 21
Figura 7 -Uso de um incentivo concreto numa situação motivadora .................................. 22
Figura 8- Funcionamento cíclico das actividades dirigidas para o objectivo e das
actividades no objectivo ...................................................................................................... 23
Figura 9- Diagrama expandido de uma situação motivadora .............................................. 23
Figura 10- Principais factores implicados na motivação ..................................................... 25
Figura 11- Três modelos de classificação das teorias da motivação ................................... 26
Figura 12- Mudando o comportamento com o reforço ........................................................ 27
Figura 13- Escala das necessidades ..................................................................................... 30
Figura 14 -Hierarquia das Necessidades de Maslow ........................................................... 31
A motivação e satisfação organizacional
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Figura 15- A Hierarquia de Necessidade ............................................................................. 32
Figura 16- Teona Bifatorial de Herzberg, Mausner e Snyderman ...................................... 38
Figura 17- Comparação entre a Hierarquia das Necessidades de Maslow e os Factores de
Motivação/Higiene, de Herzberg ......................................................................................... 38
Figura 18- Principais elementos da Teoria da Expectativa ................................................. 43
Figura 19- Teoria da Avaliação Cognitiva .......................................................................... 45
Figura 20- Teoria do Fluxo da Motivação ........................................................................... 47
A motivação e satisfação organizacional
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Satisfação global dos colaboradores com a CMSV ............................................. 71
Tabela 2- Satisfação com o modelo de administração ........................................................ 71
Tabela 3- Satisfação com as condições de trabalho ............................................................ 72
Tabela 4- Satisfação com o desempenho da carreira ........................................................... 73
Tabela 5- Níveis de motivação ............................................................................................ 73
Tabela 6- Satisfação com condições de higiene, segurança, equipamentos e serviços ....... 74
Tabela 7- Qual é o grau de importância .............................................................................. 74
Tabela 8- Cruzamento entre sexo e acção de formação ...................................................... 75
Tabela 9- Cruzamento entre anos trabalho e perspectivas de promoção ............................. 76
Tabela 10- Cruzamentos entre habilitações e aptidão para motivar .................................... 77
Tabela 11- Cruzamentos entre grupo profissional e sua carreira na administração pública 79
Tabela 12- Cruzamentos entre habilitações e desenvolvimento profissional ...................... 81
Tabela 13 - Cruzamento entre idade e sugerir melhorias .................................................... 83
Tabela 14- Cruzamentos entre vínculo e gestão participativa ............................................. 84
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A motivação e satisfação organizacional
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SIGLAS/ ABREVIATURAS
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences - Pacote estatístico para as Ciências
Sociais
NS/NR – não sei não responde
CMSV – Câmara Municipal de São Vicente
ERC – Existência Relacionamento Crescimento
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CAPITULO 1
1. INTRODUÇÃO
O trabalho de investigação aborda o tema Motivação e Satisfação um estudo de caso na
Câmara Municipal de São Vicente. Tem por objectivo geral avaliar o nível de satisfação
no trabalho dos funcionários da Câmara Municipal de São Vicente.
A motivação e satisfação têm sido alvo de estudos e pesquisas de teóricos das
mais variadas correntes ao longo do século XX. Saber o que motiva, o que satisfaz o
trabalhador, é descobrir o procedimento a ser adoptado com relação a ele para que
melhore seu desempenho profissional. A teoria das organizações com as mais variadas
escolas, é um exemplo claro a busca por uma melhor inserção do homem na
organização.
O presente trabalho de investigação foi desenvolvido no contexto do tema “A
Motivação E Satisfação” onde se pretende avaliar o nível de satisfação no trabalho dos
funcionários da Câmara Municipal São Vicente.
O objectivo da escolha do tema resultou do facto de ser um assunto de estudo de
extrema importância para todos os funcionários das organizações e a investigadores.
Nessa perspectiva, o investigador decidiu aplicar um estudo de caso na Câmara
Municipal de São Vicente, distribuição de questionários aos funcionários nas áreas da
administração e gabinete técnico.
No primeiro capítulo introdução, segundo capítulo análise crítica da literatura,
terceiro capítulo estudo de caso quarto e ultimo capítulo conclusão e recomendações.
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1.1. Definição do Problema
Na nossa sociedade moderna, a maior parte do processo produtivo é levado a cabo pelas
organizações. Por tanto, ela se caracteriza por estar constituída de organizações. O
homem moderno passa a maior parte do seu tempo nas organizações, dependendo dela
para nascer, para viver, para aprender, para trabalhar, para desenvolver, para ter o seu
auto sustento, para produzir bens e serviços para a satisfação das nossas necessidades.
Hoje em dia, vive-se em um mundo altamente competitivo onde as organizações
têm um papel obrigatório que é de influenciar pessoas a alcançarem os seus objectivos.
Desse modo, ter os seus colaboradores motivados é de suma importância, pois este
saberá como encarar os problemas e as dificuldades do dia-a-dia, delegar tarefas,
orientar, motivar, controlar além de saber manter um clima organizacional propício para
a realização das actividades, visando sempre o trabalho em equipa para manter seus
colaboradores motivados e satisfeitos no intuito de maior rentabilidade tanto no
aumento da produção ou prestação de serviços como nos lucros da empresa.
Numa visão mais alargada, as organizações são unidades sócias ou
agrupamentos de pessoas intencionalmente constituídas e reconstituídas para conseguir
determinados objectivos específicos. A organização não é fixa e acabada mais sim uma
organismo social vivo e dinâmica.
Para Chiavenato (1993) as organizações são a forma dominante de instituição na
sociedade, intervêm em todos os aspectos da vida moderna e envolvem atenção, tempo
e energia de imensas pessoas. São a característica de uma sociedade especializada e
interdependente, que se caracteriza por um crescente padrão de vida.
Deste modo, verifica-se que actualmente as organizações desempenham um
papel muito importante no quotidiano das nossas vidas, pois os indivíduos necessitam
A motivação e satisfação organizacional
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das organizações para viver. Nas sociedades industrializadas, as organizações integram
diferentes grupos profissionais.
As organizações permitem satisfazer diferentes tipos de necessidades dos
indivíduos: emocionais, espirituais, intelectuais, económicas, etc. No fundo, existem
para cumprir objectivos que os indivíduos isoladamente não podem alcançar em face
das suas limitações individuais. Assim, as organizações são formadas por pessoas para
sobreporem suas limitações individuais com as organizações, a limitação final para
alcançar muitos objectivos humanos não é mais a capacidade intelectual ou de força,
mas a habilidade de trabalhar eficazmente Chiavenato, (1990).
O estudo da relação homem organização não é novo contudo as investigações
empíricas e cientificas só começou no século XX. Enquanto as primeiras décadas os
estudiosos fizeram depender a relação homem organização da consecução do lucro a
partir da década de cinquenta surgiram vários investigadores direccionaram as suas
investigações para a possibilidade do homem se realizar nas organizações.
A importância dos estudos sobre a satisfação profissional deve-se a dois factos,
nomeadamente ser um dos resultados humanos do trabalho e ser um conceito sempre
associado ao desempenho, levando então à relação “trabalhador satisfeitos serem mais
produtivos” Cunha et al.,( 2007).
No estudo sobre a satisfação profissional, os investigadores têm estabelecido
uma ligação entre satisfação profissional e desempenho. Contudo, as investigações
efectuadas com este objectivo têm criado variadas e contraditórias conclusões, no geral
a satisfação profissional encontra-se relacionada com importantes comportamentos
organizacionais como o despedimento, o absentismo e o comprometimento
organizacional Seo et al., (2004).
A motivação e satisfação organizacional
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No estudo pretendo analisar os factores que influenciam a motivação e a
satisfação dos funcionários assim como no desempenho das suas tarefas diárias nas
organizações. Com ajuda de vários autores que falam sobre esse temática da motivação
e satisfação no trabalho.
1.2. Justificativa
Escolhemos este tema, em primeiro lugar, devido ao nosso interesse pelas organizações,
interesse esse despertado pelos conhecimentos adquiridos no decorrer do curso em
algumas cadeiras principalmente a de Gestão de Recursos Humanos
.
Em segundo lugar, por ser importante para a compreensão do funcionamento das
pessoas nas organizações porque sem as pessoas as organizações não funcionam.
O tema em questão é pertinente se pensar que o desenvolvimento económico
sustentável de um país passa necessariamente pela qualificação dos seus recursos
humanos. Sendo Cabo Verde, conforme alguns estudos, um país pobre e sem recurso
natural, torna se importante apostar na qualificação dos seus recursos humanos, visto
que são maior riqueza do nosso país se por bem explorado.
Por isso e mais, escolhemos, este tema no sentido de dar uma visão mais clara e
objectiva sobre o fenómeno “motivação satisfação e implicação organizacional”.
No que dessem respeita a motivação pessoal pela escolha do tema é devido à
elevada taxa da insatisfação dos trabalhadores nas organizações com objecto deste
presente análise.
A motivação e satisfação organizacional
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1.3. Contextualização do Tema
O mercado cabo-verdiano nos dias de hoje é bastante atraente e diversificado em
constantes transformação em relação aos mercados estrangeiros, tentando acompanhar a
evolução do mercado internacional e dando uma melhor e mais satisfação aos
consumidores nacionais em particular e os consumidores internacionais em geral que
visitam o nosso país.
O contexto actual, globalizado e com as novas tecnologias do conhecimento e da
informação, contribui para que o mundo se transforme, a cada ano, a um ritmo cada vez
mais rápido.
Novos cenários surgem e instantaneamente são modificados, paradigmas são
quebrados e novos desafios são impostos às organizações, obrigando-as a mudar
consideravelmente seus processos de produção de bens e prestação de serviços e seus
relacionamentos com os diversos públicos com quem interagem.
E essa ambiente, em constantes transformações, agindo sobre o conjunto da
sociedade - pessoas, empresas e organizações públicas - obriga-os a se manterem
atentos às tendências vindouras, abertos para aceitá-las, flexíveis para se adaptarem às
mudanças e inovadores para criarem novas alternativas de sustentabilidade.
Diante desse ambiente, tão instável e altamente competitivo, organizações, ao
buscarem um diferencial que as mantenham em posição de vanguarda, entendem
alcançá-lo, antes de tudo, com a obtenção do conhecimento e da informação, por serem
vistas essas variáveis actualmente como pontos-chave que favorecem a motivação
satisfação e implicação nas organizações.
Além disso, se os recursos humanos não estiverem em condições psicológicas
satisfatórias para produzir, como estando desmotivados ou não sintonizadas com o
A motivação e satisfação organizacional
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desempenho de suas actividades, independente de outros benefícios que lhes sejam
proporcionados, a produção da organização estará comprometida.
1.4. Hipóteses
Para responder a essa problemática construímos as seguintes hipóteses:
H1: Quando maior for o grau de satisfação dos funcionários da Câmara
Municipal São Vicente em relação ao trabalho depende do maior nível de
escolaridade?
H2: Quando maior for o grau de satisfação dos funcionários da Câmara
Municipal São Vicente em relação ao trabalho depende do maior tempo serviço?
H3: Quando maior for o grau de satisfação dos funcionários da Câmara
Municipal São Vicente em relação ao trabalho depende do maior grau do cargo
chefia?
1.5. Pergunta de Partida
Qual é o grau de satisfação dos funcionários da Câmara Municipal em relação ao
trabalho que desempenham?
1.6. Objectivos do Estudo
1.6.1. Objectivo Geral
O presente estudo tem como objectivo geral avaliar o nível de satisfação no trabalho dos
funcionários da Câmara Municipal São Vicente.
A motivação e satisfação organizacional
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1.6.2. Objectivos Específicos
Pretende-se alcançar os seguintes objectivos específicos:
Verificar o grau de motivação dos funcionários Câmara Municipal São Vicente;
Procurar conhecer os factores que os funcionários da Câmara Municipal São
Vicente consideram que provocam a satisfação no trabalho;
Identificar quais os factores internos e externos á Câmara Municipal São Vicente
que condicionam a motivação e satisfação no trabalho.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 8
1.7. Enquadramento metodológico
A metodologia corresponde a um conjunto de métodos, técnicas e procedimentos
organizados a partir dos quais se constrói os conhecimentos respeitantes a uma
determinada área do saber.
Para conseguir os objectivos, adoptou-se por uma metodologia que permitiu a
recolha e tratamentos dos dados, baseada numa inter-relação entre os métodos
quantitativo (inquérito por questionário) e ainda, a pesquisa ou análise documental.
Numa primeira fase metodológica, recorreu-se a fontes bibliográficas: livros;
revistas; jornais e internet para uma revisão bibliográfica, sobre o tema a estudar.
Pretendemos fazer uma análise realista, tendo para isso seguido critérios com um
certo rigor na elaboração, distribuição, recolha e tratamento de todos os dados.
Os questionários utilizados para a colecta de dados, foram elaborados com
perguntas fechadas de múltipla escolha e o respondente teve opção da escolha de uma
resposta entre uma série de opções possíveis, e também perguntas abertas com mais do
que uma opção de resposta.
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, trabalha-se com a
pesquisa quantitativa, traduzindo em números e gráficos as informações, classificando e
analisando-as com técnicas estatísticas.
Optamos pela técnica de estudo de caso aplicado na Câmara Municipal de São
Vicente, que terá como objectivo analisar os factores motivacionais que aumentam a
rentabilidade da organização, que irá também investigar um fenómeno actual e
observação detalhada de um contexto, ou de um indivíduo para recolha de dados, a
partir da aplicação de um inquérito.
A motivação e satisfação organizacional
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O tratamento dos dados recolhidos recorreu ao software estatístico SPSS 17.0 e ao
excell.
1.8. Caracterização da população - alvo de estudo
A nossa população alva de estudo é composto por 114 pessoas distribuídas por gabinete
técnico e administração da Câmara Municipal
1.8.1. O recenseamento do público-alvo
Para escolher a nossa amostra, foi utilizado o método aleatório, mediante uma lista de
todos os funcionários da Câmara Municipal de São Vicente distribuído pela
administração e gabinetes técnicos facultados pela direcção de recursos humanos.
1.8.2. Estratégia de investigação
Foi aplicado 80 questionários na Câmara Municipal de São Vicente sobre o tema
Motivação e Satisfação na administração e no gabinete técnico nos seus respectivos
departamentos, onde deixei os questionários com os funcionários num dia depois passei
para recolher, os questionários são auto preenchidos. Entreguei 80 e recebi 65
questionários com margem de erro de 15% mais que não coloca em causa a qualidade
do trabalho porque a amostra é representativa.
1.8.3. Método e técnicas utilizadas na investigação
Com o intuito de conseguir os objectivos pretendidos, as informações requeridas pela
hipótese e prescritos pelos indicadores, utilizamos o questionário com objectivo do
conhecimento mais aprofundado de determinadas questões.
A motivação e satisfação organizacional
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Os questionário aplicados eram de natureza mista, porque continham um
conjunto de perguntas abertas e fechadas em maior numero, porque o mesmo
questionário era de administração directa, onde os funcionários que preencham os
questionários.
O questionário foi dividido em duas partes: na primeira parte, as perguntas eram
relacionadas a dados demográficos como sexo, idade, tempo de serviço, cargo, nível de
escolaridade. Na secunda parte foram apresentados varias questões sobre as variáveis
trabalho como autonomia na trabalho, possibilidade de crescimento e desenvolvimento
profissional, participar em acção formação, desenvolvimento de trabalho em equipa, sua
remuneração, apreender novos métodos de trabalho. A este respeito parece me
importante referir que a generalidade das potenciais pessoas a inquirir mostrava-se
insegura, em maior ou menos grau em dar o seu parecer sobre o problemática visada por
este trabalho.
A amostra inquerida encontra-se distribuída pela administração e gabinetes
técnicos da Câmara Municipal de São Vicente. Como tal a sua representatividade em
relação ao universo visando pelo diagnóstico - entendido como a totalidade dos
funcionários ao serviço deste organismo – é parcial.
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Capitulo 2
II - ANÁLISE CRITÍCA DA LITERATURA
2. A organização
2.1. O conceito de organização
É frequente afirmar-se que vivemos numa sociedade de organizações. Realmente, a
maior parte de nós nasce numa organização (hospital/maternidade), estuda numa
organização (escola primária/secundária/universidade), trabalha em organização
(bancos, empresas industriais, seguradoras, hotéis…) e nos tempos de lazer utiliza
intensamente os serviços prestados ainda por organizações (hotéis, restaurantes,
cinemas, museus…) ou os produtos por elas produzidos (artigos de desporto, filmes,
discos, livros…), Sousa, (1990).
Para Chiavenato (1993) as organizações são a forma dominante de instituição na
sociedade, intervêm em todos os aspectos da vida moderna e envolvem atenção, tempo
e energia de imensas pessoas. São a característica de uma sociedade especializada e
interdependente, que se caracteriza por um crescente padrão de vida.
As organizações permitem satisfazer diferentes tipos de necessidades dos
indivíduos: emocionais, espirituais, intelectuais, económicas, etc. No fundo, existem
para cumprir objectivos que os indivíduos isoladamente não podem alcançar em face
das suas limitações individuais. Assim, as organizações são formadas por pessoas para
sobreporem suas limitações individuais com as organizações, a limitação final para
alcançar muitos objectivos humanos não é mais a capacidade intelectual ou de força,
mas a habilidade de trabalhar eficazmente Chiavenato, (1990).
A motivação e satisfação organizacional
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Giddens (2000), afirma que “uma organização é em vasto grupo de pessoas,
estruturado em linhas impessoais e constituído para se alcançarem objectivos
específicos (…)”. Ou seja, as organizações assumem-se como uma grande associação de
pessoas constituída com a finalidade de alcançar determinados objectivos, estas
organizações podem ser empresas, hospitais, escolas, entre outros.
3. A Motivação
Um antigo provérbio japonês lembra-nos de que de nada adianta entalhar a imagem de
Buda se esquece do espírito'.Analogicamente, por mais excelente que seja a organização
que criamos, ela será inútil, ou mesmo contraproducente, se as pessoas não se sentirem
motivadas KONDO,(1994).
Posso carregar a bateria de um funcionário, depois recarregá-la e tornar a
carregá-las uma vez. Mas somente quando ele tiver seu próprio gerador é que podemos
falar em motivação HERZBERG apud CELlNSKi, (1995). Independentemente do
autoritarismo da instituição, esta tem de satisfazeres ambições e as necessidades de seus
membros e fazê-lo tomando em consideração sua capacidade como indivíduos I...].
A implicação para os administradores é que o primeiro passo para causar as
pessoas está no reconhecimento de que estas agem no seu próprio interesse, do modo
que for definido por suas necessidades. Os funcionários serão motivados a esforçar-se
na execução de suas tarefas organizacionais se puderem, ao mesmo tempo em que
contribuem, satisfazer suas necessidades DRUCKER apud HAMPTON, (2005).
Muito se tem discutido sobre o significado da palavra motivação. Afinal de
contas, o que faz com que alguém perca uma noite de sono lendo um livro
aparentemente entediante para outro leitor? O que faz também com que uma pessoa se
sinta desafiada a dar respostas a um problema matemático de difícil solução e não
consiga desviar sua sentido até resolvê-lo, enquanto uma outra diante do mesmo
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 13
problema decida por procurar colegas que possam lhe ensinar rapidamente os passos
necessários para sua solução? GONDIM e SILVA,( 2004).
Em resposta à questão, os mesmos autores indicam que os psicólogos acreditam
que grande parte das razões da diversidade das condutas individuais se dá em função da
motivação e que, além disso, estudiosos de outras áreas do conhecimento, como os
administradores e dirigentes organizacionais, voltam-se para a compreensão desse
processo sociológico básico tendo em vista o desejo de conviver com empregados
motivados com seu trabalho, sua equipe e acima de tudo com a organização a que
pertençam.
Para eles, altos níveis de motivação proporcionarão a melhoria do desempenho
dos empregados e, assim, ganhos de produtividade.
Davis e Newstrom (2004) entendem que embora existam acções humanas que
ocorram sem motivação, praticamente quase todos os comportamentos conscientes são
motivados ou ocorrem devido à existência de uma causa. Nesse sentido, eles fazem o
seguinte comentário: não é necessária motivação para que o cabelo cresça, mas sim para
cortá-lo.
Para Hampton (2005), os administradores, actualmente, convivem com um
problema interessante: por serem responsáveis pela execução de uma variedade de
tarefas desempenhadas na organização e em virtude de sozinhos não poderem concluir
essas tarefas, o que fazer para alinhar seus esforços aos esforços dos subordinados para
alcançar os resultados pretendidos? Induzir as pessoas a dar mais de si para o
desempenho da actividade, para ele constitui o grande desafio da motivação.
Com relação a essa variável, Gondim e Silva (2004) indicam que a fé
compartilhada pelos pesquisadores sobre a importância da motivação para o
desempenho no trabalho, associada ao reconhecimento da complexidade desse
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 14
fenómeno e do limitado poder explicativo das teorias da motivação, contribuíram muito
para a incorporação de conceitos e teorias que a rigor não estariam directamente
envolvidos na discussão do tema, o que vem dificultando sua delimitação teórica no
campo de estudos do comportamento organizacional. GONDIM E SILVA, (2004).
Holanda-Ferreira (2006) descreve motivação como o ato ou efeito de motivar;
exposição de motivos ou causas; o que induz incita ou motiva alguém a uma acção;
conjunto de factores psicológicos (conscientes ou inconscientes), de ordem fisiológica,
intelectual ou afectiva, os quais agem entre si e determinam a conduta de um individuo.
Ao analisar as diversas demonstrações apresentadas sobre motivação, percebe-se
claramente que esta se dá em função dos motivos ou necessidades, razão pela qual, para
se compreender o seu significado, primeiramente, torna-se imprescindível entender a
definição do que seja essa variável.
Para Hersey e Blanchard (2004), a motivação das pessoas se dá em função da
intensidade dos seus motivos, sendo estes definidos como necessidades, desejos ou
impulsos oriundos do indivíduo e dirigidos para objectivos, que podem ser conscientes
ou subconscientes. Entendem eles que os motivos são os porquês do comportamento e
que, além disso, provocam e mantêm as actividades e determinam a orientação geral do
comportamento das pessoas, ou seja, são as molas propulsoras da acção.
Para Hampton (2005), os administradores que queiram motivar seus
funcionários aumentam as possibilidades de o fazer se compreenderem as necessidades,
crenças e expectativas destes em relação ao trabalho. Esse mesmo autor esclarece que a
natureza dessas necessidades e o modo como a administração deve agir para possibilitar
a sua satisfação tornam-se, portanto, a preocupação básica dos administradores.
Definido o que seja motivo, passa-se agora a verificar a definição do que seja
motivação.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 15
De acordo com Gil (2001), motivação é a força que estimula as pessoas a agir e
conforme observa Chiavenato (2000), a motivação funciona como forças activas e
impulsionadoras, tipo "desejo" e "receio"; o indivíduo deseja poder, status; receia o
ostracismo social e as ameaças à sua auto-estima.
Hoje se sabe que a motivação decorre de uma necessidade não satisfeita e que,
como os seres humanos possuem necessidades diferentes, suas motivações também são
diferentes, pois são intrínsecas às pessoas. Além disso, deve-se entender que qualquer
pessoa não tem capacidade de motivar outras pessoas, mas que, conhecendo-se as
necessidades destas, pode-se criar condições para que se sintam motivadas.
De acordo com Leavitt (1964) apud CHIAVENATO, (2000), indivíduos
diferentes possuem motivações diferentes, já que as necessidades, comportamentos,
valores sociais e aptidões são diferentes. Na percepção desse autor, o processo que
induz o comportamento mostra-se igual para todas as pessoas, e as seguintes conclusões
podem ser tiradas: o comportamento é causado por estímulos internos ou externos;
sempre há uma finalidade em todo comportamento humano e o comportamento é
orientado para objectivos.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 16
3.1. O Papel das pessoas nas organizações
Para que as organizações sobrevivam diante de um ambiente cada vez mais competitivo
e sobressaíam frente a seus concorrentes, sejam eles directos ou indirectos, não basta
apenas se preocuparem em oferecer recursos matérias e patrimoniais para as realizações
das actividades, é preciso que além destes, haja uma inteira preocupação em atender da
melhor forma possível o capital intelectual, pois este é quem irá operacionalizar todas as
acções que serão desenvolvidas no ambiente de trabalho.
Hoje as instituições precisam visualizar as pessoas dentro do ambiente de
trabalho, não como um simples recurso e sim como parceiras, visto que não são seres
estáticos, são altamente flexíveis que por este motivo se tornam uma das principais
fontes de riqueza para a organização, pois quando trabalhadas de forma eficaz tornarão
mais produtivas, e assim, farão toda a diferença em prol das metas e objectivos a serem
alcançados, alavancando a margem de lucro da empresa SCHERMERHORN, (2007).
As pessoas se agrupam nas empresas com a finalidade de alcançarem objectivos,
dessa forma, significa dizer que elas pretendem crescer e consequentemente precisam de
indivíduos capazes de liderar.
Conforme Chiavenato (2000), a relação das pessoas com as empresas é um tema
complexo, pois ambos visilumbram o alcance dos seus objectivos. Esses indivíduos às
vezes possuem objectivos totalmente diferentes dos que iniciaram a empresa e desta
maneira os verdadeiros fins da organização ficam cada vez mais distantes dos objectivos
dos novos membros da mesma.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 17
3.2. O Ciclo Motivacional
O ciclo motivacional, segundo Chiavenato (2000), acontece conforme a seguinte
sequência: estando o indivíduo em equilíbrio, primeiro surge uma necessidade, que o
induz a um estado de desequilíbrio, que o leva a se comportar de determinada maneira
para se livrar desse estado.
Para Hersey e Blanchard (2004) uma vez que as necessidades (motivos) são
dirigidas para objectivos, conscientes ou subconscientes, que se encontram fora da
pessoa, o indivíduo procurará, por meio desse comportamento, atingir certo objectivo e,
com isso, satisfazer a necessidade ou motivo predominante
Figura 1- Os motivos dirigem-se para os objectivos
Fonte: Hersey e Blanchard, (2004).
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 18
3.3. E qual a necessidade ou motivo predominante?
Tendo as pessoas inúmeras necessidades, que se acham em competição pelo seu
comportamento, o que determinará, dessa forma, qual desses motivos a pessoa
procurará satisfazer por meio da actividade? Para Hersey e Blanchard (2004), a
necessidade mais intensa em determinado momento é a que leva á actividade; posição
esta sustentada por Gil (2001).
Figura 2- O motivo mais forte determina o comportamento
Fonte: Herseye Blanchard,( 2004).
Chiavenato (2000), nesse sentido, adverte que se o conduta for satisfatório, a
necessidade será preenchida e o organismo do indivíduo voltará ao estado de equilíbrio
e que uma vez satisfeita, a necessidade deixa de ser motivadora de comportamento, já
que não causa tensão ou desconforto. Inicialmente, esse comportamento alternativo
poderá ser bastante racional. da seguinte maneira: Equilíbrio interno> estimulo ou
incentivo> necessidade> tensão> comportamento ou acção> satisfação> equilíbrio
interno.
A motivação e satisfação organizacional
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Figura 3- Ciclo motivacional padrão, com satisfação da necessidade
Fonte: Celinski,
Apesar do exposto, nem sempre o ciclo motivacional se apresenta com a
necessidade satisfeita, pois pode ocorrer um bloqueio ou impedimento da consecução
do objectivo:
Figura 4- Comportamento alternativo devido ao bloqueio em atingir o objectiva
Fonte: Hersey e Blanchard, (2004)
Não sendo satisfeita a necessidade, dois estados podem surgir: frustração ou
compensação. Se não satisfeita nem frustrada, a necessidade pode ser compensada, ou
seja, transferida para a satisfação de uma outra necessidade que reduz ou aplaca a
intensidade da necessidade não satisfeita.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 20
O ciclo motivacional, com frustração ou compensação, é exposto conforme se
segue: equilíbrio interno> estimulo ou incentivo> necessidade> tensão> barreira
(frustração)> outro comportamento derivativo> compensação.
Figura 5- Ciclo motivacional padrão completo, sem satisfação da necessidade
Fonte: Celinski
Para Hersey e Blanchard (2004), motivos bloqueados e um comportamento
alternativo racional, que não alcança êxito, poderão levar a formas de comportamento
alternativo irracional, que desenvolverá a frustração. Segundo eles, ocorrendo a
frustração da necessidade, a tensão provocada pelo surgimento da necessidade procurará
um meio indirecto de se libertar, o que ocorre pela agressividade ou outros
comportamentos negativos. Esses comportamentos agressivos ou negativos podem
conduzir a comportamentos destrutivos, como a hostilidade ou raiva, que, por último,
será dirigida contra o objecto ou a pessoa que julga ser a causa da frustração.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 21
Quanto a essa ocorrência, Hersey e Blanchard descobrem que o comportamento
pode modificar-se se a intensidade de uma necessidade existente aumentar a ponto de
tomá-la predominante. A intensidade de algumas necessidades tende a manifestar-se de
forma cíclica. Por exemplo, a necessidade de alimento tende a reaparecer
periodicamente, independente do factor de ter sido satisfeita em dado momento.
Pode-se acelerar ou retardar" a velocidade desse padrão cíclico alterando-se o
ambiente. Assim, por exemplo, a necessidade de alimento de uma pessoa pode passar de
moderada a prioritária alterando-se o ambiente imediato, de modo que seus sentidos
sejam expostos á vista e ao cheiro de um prato apetitoso. O indivíduo pode ter várias
necessidades em determinado momento: fome, sede, cansaço. Mas a necessidade de
maior intensidade é que determinará o que fará primeiro. Todas essas necessidades
tendem.
A repetir-se ciclicamente ao longo do tempo HERSEY e BLANCHARD,
(2004); e, ainda, que dois factores importantes que influenciam essa intensidade são a
expectativa e a possibilidade ou disponibilidade. Embora esses dois conceitos estejam
relacionados entre si, a expectativa tende a influir sobre os objectivos ou necessidades,
enquanto a disponibilidade afecta a percepção dos objectivos.
Figura 6- Necessidades múltiplas
Fonte: Hersey e Blanchard, (2004)
Hersey e Blachard (2004) ainda apontam um outro factor que diz respeito às
categorias de actividades. Para eles, as actividades resultantes das necessidades
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 22
prioritárias podem ser classificadas, de maneira geral, em duas espécies: actividades
dirigidas para o objectivo e as actividades no objectivo. As actividades dirigidas para o
objectivo compreendem o comportamento motivado preparatório para o alcance do
objectivo pretendido.
Figura 7 -Uso de um incentivo concreto numa situação motivadora
Fonte: Hersey e Blanchard, (2004).
Hersey e Blanchard (2004), dando seguimento, colocam a seguinte pergunta: é
melhor desenvolver actividades dirigidas para o objectivo ou actividades no objectivo?
E respondem da seguinte maneira:
Na verdade, permanecer exclusivamente em qualquer uma dessas actividades
cria problemas. Se alguém permanecer muito tempo numa actividade dirigida para o
objectivo, sentir-se-á frustrado, acabando por desistir ou adoptar padrões de
comportamento irracionais. Por outro lado, se uma pessoa se empenhar exclusivamente
em actividades no objectivo e esse objectivo não for suficientemente excitante, surgirá
desinteresse e apatia, e a motivação tenderá a decrescer.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 23
Figura 8- Funcionamento cíclico das actividades dirigidas para o objectivo e das
actividades no objectivo
Fonte: Hersey e Blanchard, (2004).
Figura 9- Diagrama expandido de uma situação motivadora
Fonte: Hersey e Blanchard, (2004).
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 24
3.4. Principais Teorias da Motivação
De épocas remotas às actuais, diversas teorias sobre o tema motivação
analisaram definir seu significado e esclarecer como se dá o seu surgimento. Seja
utilizando-se de teorias geradas por filósofos ou por estudiosos do assunto, a partir de
experiências e observações próprias em seu meio de trabalho, o fato é que, diante desse
vasto cabedal de conhecimentos sobre o tema, colocados á disposição, qualquer
empresa, seja pública ou privada, pode-se utilizar deste conhecimento acumulado para
aplicá-los em seu dia-a-dia de trabalho, e buscar, assim, melhorar seu ambiente interno,
o rendimento de seus trabalhadores e, em consequência, o aumento de sua
produtividade.
Para Gondim e Silva (2004), os principais aspectos envolvidos no conceito de
motivação e que repercutem na construção de teorias sobre esse processo psicológico
são a ênfase, o foco, a pergunta e a resposta. Godoi (2002) apud GONDIM e SILVA,
(2004) assim os define:
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 25
a) Ênfase, o que é escolhido como importante para abordar a motivação (activação,
direcção, intensidade e persistência);
b) Foco, o alvo ou objecto de sentido que está intimamente envolvido com a ênfase de
abordagem escolhida (estado inicial, alvo, força e manutenção);
c) Pergunta, a indagação que se faz ao objecto;
d) Resposta, o nível de explicação ou de entendimento que se pretende obter.
Para esses autores, se a ênfase escolhida for a activação, o ponto central de
estudo será o questionamento sobre o que seria capaz de desencadeá-la, podendo esta
incógnita estar localizada extrínseca ou intrinsecamente à pessoa.
Caso fosse a direcção, a pergunta a ser feita seria no sentido de se verificar se a
pessoa dirige e controla o alvo, ou, ao contrário, se a direcção estaria fora de seu
controle consciente. Escolhendo-se a intensidade como ênfase, já que esta está atrelada
à variabilidade da força de acção, em virtude de necessidades a serem preenchidas ou de
objectivos a serem atingidos, para eles, a pergunta seria no sentido de se buscar saber
em função de que esta intensidade se daria, que poderia ser em virtude de um estado
anterior de carência (necessidade, desejo, afecto) ou de um estado posterior a ser
alcançado (alvo, objectivo, meta).
Figura 10- Principais factores implicados na motivação
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 26
Fonte: Gondim e Silva,( 2004).
Além do exposto anteriormente, Gondim e Silva (2004) apontam existir pelo menos três
modelos de classificação das teorias da motivação disponível na literatura:
a) 1° Modelo, o da classificação unidimensional proposto por Campbell
et ai (1970), que diferencia as teorias de conteúdo das teorias de processo;
b) 2° Modelo, o da classificação bidimensional proposto por Thierry
(1994).
Que inclui, além da dimensão conteúdo versus processo, a dimensão reforçomento
versus cognição; e,
c) 3° Modelo, o da classificação unidimensional de Kanfer (1992), que organiza as
teorias em um contínuo entre proximidade e distanciamento da acção.
Figura 11- Três modelos de classificação das teorias da motivação
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 27
Fonte: Gondim e Silva, (2004).
O primeiro modelo de classificação apresenta as teorias da motivação inseridas
em dois grupos: o de conteúdo e o de processo. O primeiro grupo (de conteúdo) explica
a motivação humana a partir das necessidades, afirmando que a conduta é orientada para
a sua satisfação.
Para Daft (2005), as teorias de conteúdo contribuem para a compreensão das
necessidades das pessoas nas organizações e auxiliam os gerentes a perceber como
podem satisfazer essas necessidades no ambiente de trabalho. Além disso, ele entende
que as necessidades são como uma relação secreta de coisas desejadas por alguém, que
trabalhará para consegui-las, e, na medida em que os gerentes captam as carências dos
trabalhadores, os sistemas de recompensa da empresa podem ser projectados para
satisfazê-las e reforçar os funcionários para que -direccionem as energias e prioridades
para a obtenção das metas organizacionais.
Figura 12- Mudando o comportamento com o reforço
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 28
Fonte: Daft,( 2005).
Conforme exposto por Gondim e Silva (2004), o terceiro modelo proposto por
Kanfer (1992) desconsidera as dimensões apresentadas nos dois modelos anteriores,
pois considera que o factor central de diferenciação das teorias da motivação não está
nas dimensões mencionadas. No entender deles, para Kanfer a motivação é
fundamentalmente uma teoria da acção. E como tal, sua relevância deve ser destacada à
medida que repercute de modo activo na orientação da mudança da acção da pessoa, ou
seja, uma teoria da motivação aumenta sua importância na proporção em que oferece
perspectivas concretas de intervenção para reorientação da acção individual KANFER,
(1992) apud GONDIM e SILVA,( 2004).
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 29
3.4.1. Teorias de Conteúdo
No rol das teorias sobre a motivação as que mais se destacam estão relacionadas Com as
necessidades humanas e são denominadas teorias das necessidades ou, como designam
vários estudiosos, fotorrealistas, em virtude de seus seguidores procurarem identificar
conjuntos de factores capazes de motivar as pessoas.
Para Chiavenato (2000), de acordo com essas teorias, o comportamento humano
é motivado por factores que residem no próprio indivíduo, ou seja, sua motivação para
agir e se comportar resulta de necessidades conscientes ou inconscientes que existem
dentro dele.
De acordo com Gondim e Silva (2004), as décadas que envolveram o período de
1940 a 60 foram tidas como produtivas para o desenvolvimento dessas teorias, já que
neste período houve a edificação das seguintes teorias: das necessidades de Maslow
(1943); das necessidades (afiliação, poder e realização) de McClelland (1953); da
existência, relacionamento e crescimento (ERC) de Alderfer (1969) e a teoria bifatorial
de Herzberg, Mausner e Snyderman (1959). Para eles, as teorias, que se sustentam no
conceito de necessidade, partem da premissa de que há uma energia ou força que excita
ou gera uma tensão interna no organismo, experimentada subjectivamente como um
impulso ou desejo para agir de modo que se reduza a força deste mesmo impulso,
tensão ou desejo. Essas teorias, em certo sentido, estariam interessadas em desvendar os
aspectos individuais biológicos e psicológicos que desencadeariam impulso ou desejo;
em outras palavras, a falta ou a carência de algo a ser suprido GONDIM e SILVA,
(2004).
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 30
3.4.2. Hierarquia das Necessidades de Maslow
Entre os autores cujas teorias estão voltadas para as necessidades humanas, o mais
consagrado talvez seja o psicólogo Abraham. H. Maslow, que propôs, em função de
suas observações de clientes de consultório, a existência de uma hierarquia de
necessidades ou motivos.
Para Daft (2005), essa teoria propõe que as pessoas são motivadas por
necessidades múltiplas, dispostas em uma ordem hierárquica. Gondim e Silva (2004)
apontam, além disso, que parte da premissa de que a origem das necessidades é
biológica e que a existência da hierarquia deixa implícito o pressuposto antropológico
de que o homem tem uma propensão para o auto desenvolvimento e o crescimento
pessoal. Para os autores citados, essas necessidades estão distribuídas em cinco tipos
distintos, de acordo com a seguinte ordem de ascendência: fisiológicas, segurança,
sociais, estima e auto-realização.
Conforme menciona Salgado (2005), as três primeiras são necessidades de
carência, pois devem ser satisfeitas para que os indivíduos se sintam saudáveis e
seguros e as duas últimas são as necessidades do crescimento, porque estão relacionadas
ao desenvolvimento e à realização do potencial de cada pessoa.
Figura 13- Escala das necessidades
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 31
Fonte: Herseye Blanchard, (2004).
Gondim e Silva (2004) observam que o desenvolvimento do homem somente ocorrerá
com livre curso se as necessidades inferiores (fisiológicas e de segurança) forem em
parte satisfeitas e as superiores (sociais, estima e auto realização) apresentarem-se como
motivadoras da conduta humana.
Assim, conforme menciona Daft, as necessidades de ordem mais baixa tem
prioridades elas precisam ser satisfeitas antes de as necessidades de ordem mais alta
serem activadas. As necessidades são satisfeitas em sequência: as necessidades
fisiológicas vêm antes das necessidades de segurança, que vêm antes das necessidades
sociais, e assim por diante. Uma pessoa que deseja segurança física dedicará seus
esforços para um ambiente mais seguro e não estará preocupada com as necessidades de
estima ou auto-realização.
Uma vez que uma necessidade é satisfeita, ela declina em importância e a
próxima necessidade mais alta é activada. DAFT, (2006).
Figura 14 -Hierarquia das Necessidades de Maslow
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 32
Fonte: Gondim e Silva, (2004).
Figura 15- A Hierarquia de Necessidade
Fonte: Hampton, (2005).
Com relação às necessidades fisiológicas, dentre tantas outras, enumeram-se as
seguintes: oxigénio, alimento, água, moradia, sono, repouso, desejo sexual e vestimenta.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 33
Gondim e Silva (2004) vêem essas necessidades como indispensáveis à
sobrevivência do indivíduo e da espécie humana e para Chiavenato (2000), elas
monopolizam o comportamento do recém-nascido e predominam no adulto sobre todas
as demais necessidades humanas e, enquanto não estiverem satisfeitas, as pessoas
provavelmente darão pouca atenção aos outros níveis.
No entender de Chiavenato (2000), a satisfação dessas necessidades conduz a
sentimentos de autoconfiança, valor, força, prestigio, poder, capacidade e utilidade.
Por último, estão as necessidades de auto-realização, consideradas as que levam cada
pessoa a tentar realizar seu próprio potencial e a desenvolvê-lo ao máximo no decorrer
de sua vida.
Hampton (2005) observa que as pessoas que conseguem auto-realização são
indivíduos que chegam muito próximo a viver de acordo com o seu pleno potencial de
serem realistas, executores, amantes da vida e, de modo geral, exemplo das virtudes
clássicas.
Conforme aponta Chiavenato (2000), estas necessidades somente podem ser
satisfeitas por recompensas que são dadas intrinsecamente pelas pessoas a si próprias,
como o sentimento de realização, e que não são observáveis nem controláveis por
outros. Para ele, elas têm uma peculiaridade em relação às quatro outras: enquanto
aquelas deixam de motivar as pessoas à medida que são satisfeitas, estas, à proporção
que são preenchidas, tornam-se cada vez mais importantes para as pessoas e, assim,
estas procurarão cada vez mais satisfazê-las.
Para Salgado (2005), a maior contribuição destas necessidades está no aumento
da discussão a respeito da motivação, com um referencial teórico que inclui
características do mundo interno e da subjectividade. Entretanto, ele entende que essa
Teoria não se configurou como um modelo capaz de gerar tecnologias de actuação ou
intervenção, apenas exigindo uma amplitude maior nas políticas e programas de
pessoal.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 34
Daft (2005) diz que podem satisfeitas nas organizações, quando se proporciona
às pessoas oportunidades de crescimento, de serem criativas e de adquirirem
treinamento para as tarefas desafiadoras.
Apesar da inegável importância da Teoria da Hierarquia das Necessidades de
Maslow, autores há que apontam limitações existentes quanto à utilização desta.
Nesse sentido, Hampton (2005) entende que a hierarquia das necessidades de Maslow é
antes um reflexo da cultura onde surgiu do que um guia para se entender a motivação
em outras culturas. Para ele, existem diferenças dentro de uma mesma cultura, as
necessidades dos trabalhadores mudam ao longo dos tempos, o grau de intensidade da
motivação, dentro das necessidades, varia de indivíduo para indivíduo e que a evidência
de diferenças culturais e individuais nos padrões de necessidade sugere que os esforços
para administrar motivação poderiam ser mais bem orientados por uma teoria
modificada da hierarquia das necessidades.
Nesse mesmo sentido, Davis e Newstrom ressaltam: Apesar desses benefícios, o
modelo de Maslow tem muitas limitações, e ele foi seriamente criticado. Como um
esquema filosófico, tem sido difícil estudá-lo e não tem sido confirmado inteiramente.
As pesquisas não confirmam a presença de todos os cinco níveis como sendo
verdadeira, nem tão pouco a progressão do nível mais baixo para o nível mais alto tem
sido comprovada. Existe, todavia, alguma evidência que apesar dos dois níveis mais
baixos (necessidades físicas e de segurança) estarem basicamente satisfeitos, os
empregados não estão especialmente preocupados com as necessidades de níveis mais
altos DAVIS e NEWSTROM,( 2004).
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 35
3.4.3. Teoria ERC
Seguindo a mesma linha de raciocínio de Maslow, Alderfer (apud GONDIM e SILVA,
(2004), no final da década de 1960, redefiniu as cinco necessidades hierarquizadas e as
agrupou em três: existência, relacionamento e crescimento (ERC), compreendendo a
existência às necessidades fisiológicas e de segurança; o relacionamento, às sociais e de
estima e o crescimento, á de auto-realização.
Para Daft (2005), o modelo ERC e a Hierarquia das Necessidades de Maslow
são parecidos, devido à mesma disposição hierárquica e por presumirem que os
indivíduos se movimentam para cima na hierarquia, um passo por vez, apesar de
Alderfer ter reduzido a três as categorias de necessidades e proposto ser o
direcionamento para cima na hierarquia mais complexo, reflectindo um princípio de
frustração-regressão. Nesse sentido, Daft observa que um funcionário que não consegue
satisfazer uma necessidade para o crescimento pessoal poderá reverter para uma
necessidade de ordem mais baixa e redireccionar seus esforços para poder fazer muito
dinheiro.
O modelo ERC, portanto, é menos rigoroso do que a hierarquia das necessidades
de Maslow, sugerindo que os indivíduos podem se movimentar para baixo assim como
para cima na hierarquia, dependendo da sua habilidade em satisfazer as necessidades
(DAFT, (2005).
3.4.4. Os Dois Factores de Herzberg
De acordo com Salgado (2005), em estudo sobre os factores comportamentais, Herzberg
pedia aos trabalhadores para descreverem situações nas quais se sentiam
excepcionalmente bem e mal, com relação aos seus cargos e, a partir daí, tirou suas
constatações conhecidas como Teoria da Motivação-Higiene.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 36
Esse autor menciona que os achados de Herzberg sugeriram que as
características de trabalho, associadas com a insatisfação, são bem diferentes daquelas
pertencentes à satisfação, o que o estimulou à noção de que dois factores influenciam a
motivação no trabalho: higiénicos ou extrínsecos e motivacionais ou intrínsecos.
Os factores higiénicos, no entender de Daft (2005), envolvem a presença ou
ausência de aspectos insatisfatórios no trabalho e os motivacionais ou intrínsecos,
relacionados ao trabalho propriamente dito, influenciam a satisfação no trabalho.
Consoante Chiavenato (2000), os factores higiénicos dizem respeito às
condições que actuam sobre a pessoa enquanto trabalha, como físicas e ambientais de
trabalho, natureza do cargo, autoridade, salário, benefícios sociais, clima de relações
entre a direcção e os empregados, regulamentos internos, segurança no cargo, relações
com os colegas, oportunidades existentes. Gil (2001) acrescenta a esses bónus e
prémios, condições de trabalho (equipamentos, máquinas, quantidade de horas de
trabalho), planos de saúde, condições físicas de segurança e permanência no emprego,
políticas da empresa (normas formais, regras informais), tipo de supervisão recebida.
Herzberg, que distinguiu, entre os factores existentes, aqueles que ele
considerava motivadores dos que ele considerava higiénicos, ou seja, aqueles cuja
ausência ou desatenção implicava insatisfação dos trabalhadores, mas cuja presença,
considerada satisfatória, não gerava nas pessoas qualquer satisfação pela realização do
trabalho ou vontade de trabalhar (SALGADO, (2005).
Os factores motivacionais, conforme exposto por Daft (2005), dizem respeito às
necessidades de alto nível e, de acordo com Chiavenato (2000), relacionam-se com as
atribuições e deveres do cargo - o trabalho em si – e produzem efeito duradouro de
satisfação e de aumento de produtividade acima dos níveis normais. Estes autores
depreendem que eles envolvem sentimentos de realização, responsabilidade,
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 37
crescimento, reconhecimento profissional, manifestados por meio de exercícios das
tarefas e actividades que oferecem suficiente desafio e significado para o trabalho.
Depreendem também que quando esses factores são óptimos, a satisfação se eleva
substancialmente; quando são insuficientes, acarretam a ausência de satisfação. Além
disso, eles enfatizam que são factores de motivação porque as pessoas os consideram
intrinsecamente recompensadores e percebem a importância das actividades que
realizam, a associação entre suas acções no trabalho e seu progresso e crescimento no
mesmo.
A satisfação é afectada pelos factores de motivação, a insatisfação pelos factores
de higiene. Se os motivadores, ou factores de satisfação, e os factores de higiene, ou de
insatisfação, são dimensões separadas, os gerentes precisam lidar com ambos. Além do
mais, os gerentes precisam ser realistas e não esperar que o aprimoramento dos factores
de higiene aumente a motivação. A manutenção de um ambiente "higiénico" de trabalho
não melhorará a motivação mais do que o tratamento do lixo ou a purificação da água
melhorará a saúde. Porém, assim como o saneamento ajuda a prevenir a queda do nível
de saúde, um bom ambiente de trabalho ajuda a evitar a insatisfação e a deterioração do
desempenho que pode trazer.
Herzberg apud DAFT, (2005) acreditava que, quando os motivadores não se
fazem presentes, os funcionários encontram-se neutros em relação ao trabalho,
entretanto, quando presentes, os funcionários são altamente motivados e satisfeitos e,
dessa forma, os factores higiénicos e os motivadores representam dois factores distintos
que influenciam a motivação.
Os factores higiénicos funcionam apenas na área da insatisfação. As condições
de trabalho inseguras ou um ambiente de trabalho barulhento farão com que as pessoas
fiquem insatisfeitas, mas a correcção dessas condições não levará a um nível alto de
motivação e satisfação. Os motivadores como o desafio, a responsabilidade e o
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 38
reconhecimento precisam existir antes de os funcionários ficarem altamente motivados
para excederem nos seus trabalhos (DAFT, (2005).
Figura 16- Teona Bifatorial de Herzberg, Mausner e Snyderman
Fonte: Gondim e Silva, (2004).
Para Salgado (2005), com seu trabalho, Herzberg abriu caminhos para a
elaboração de propostas de "destaylorização" dos processos de organização do trabalho
e segundo Hampton (2005), as ideias de Herzberg assemelham-se com as de Maslow,
pois os factores motivadores contribuem principalmente para a satisfação das
necessidades de ordem mais elevada - estima e auto-realização e os higiénicos,
principalmente, para a satisfação de necessidades de ordens mais baixa - fisiológicas, de
segurança e de afecto.
Para este, 05 factores de higiene não têm poder para motivar porque conseguem
apenas satisfazer necessidades que estão relativamente bem atendidas para muitos
empregados. Porém, os motivadores podem motivar porque atendem a necessidades que
não estão bem atendidas para muitos empregados HAMPTON, (2005).
Figura 17- Comparação entre a Hierarquia das Necessidades de Maslow e os
Factores de Motivação/Higiene, de Herzberg
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 39
Fonte: Hampton, (2005).
3.4.5. Teoria das Necessidades Aprendidas ou Adquiridas
Na visão de David McClelland, o comportamento é estimulado por três necessidades,
consideradas secundárias, aprendidas ou adquiridas socialmente, denominadas
realização, poder e afiliação.
Essa teoria, conforme expressa Daft (2005), estabelece que determinados tipos
de necessidades são adquiridos durante o tempo de vida do indivíduo, ou seja, as
pessoas não nascem com essas necessidades, entretanto podem assimilá-las durante suas
expectativas de vida. Para ele, a necessidade de realização se dá com o desejo de
realizar algo difícil; com o domínio de atribuições complexas; com impulso de se fazer
notar. Além disso, com o interesse de realizar-se em relação a um conjunto de padrões;
de ser bem-sucedido e de superar outras pessoas.
O poder envolve a necessidade de fazer com que outras pessoas ajam de uma
maneira que, em outro contexto, se comportariam diferente, ou seja, o desejo de
influenciar ou controlar outras pessoas, além de ser responsável pelos outros e de ter
autoridade sobre os outros. A afiliação compreende ao desejo de amizade; a manutenção
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 40
de relações interpessoais e o desejo de evitar conflitos. Para ele, as primeiras
experiências na vida determinam se as pessoas adquirirão essas necessidades.
Se as crianças forem encorajadas a fazer as coisas por conta próprias e
receberem reforços, elas adquirirão a necessidade de realização. Se elas forem
reforçadas a formar relacionamentos humanos calorosos, desenvolverão a necessidade
de afiliação. Se elas ficarem satisfeitas em controlar os outros, adquirirão a necessidade
de poder DAFT,( 2005).
De acordo com Perez-Ramos e Robbins (1990 e 1998) apud GONDIM e
SILVA, (2004), um dos méritos da teoria de McClelland foi o de ter destacado a
importância do processo de socialização e da cultura na definição de perfis psicológicos
mais ajustados às demandas no ambiente de trabalho.
3.4.6. Teorias Centradas no Processo
Para Daft (2005), dentre as teorias inseridas nesse grupo destacam-se a da equidade,
desenvolvida por Adams e a da expectativa, associada com o trabalho de Vroom.
Já para Gondim e Silva (2004), conforme o primeiro modelo de classificação, de
Campbell et ai (1970), inserem-se nesse grupo as teorias de Vroom (ajuste entre
expectativas e alcance de resultados efectivos); Locke (estabelecimento de metas e
objectivos); Deci (percepção da acção como decorrente de recompensas externas ou do
prazer com a própria actividade) e Bandura e Kanfer (observação das próprias acções,
da auto-avaliação e da percepção de auto-eficácia), por serem teorias que se preocupam
em explicar como a motivação ocorrem.
Já o segundo modelo, Thierry (1994) apud GONDIM e SILVA, (2004) insere
neste grupo as teorias de Vroom, Locke, Bandura e Kanfer, retirando a teoria de Deci,
por considerá-la como de conteúdo.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 41
Esta parte do trabalho apresentará a teoria da Equidade e se envolverá apenas
com o primeiro modelo apresentado, já que ao trabalhar as teorias de conteúdo não
considerou a teoria de Deci como integrante daquele grupo. Deixará de lado as teorias
de Kanfer e Bandura, por comporem a parte referente às teorias que envolvem a
proximidade ou distanciamento da Acção
3.4.7. Teoria da Equidade
Salgado (2005) observa que os trabalhadores se sensibilizam diante das diferenças
relativas às recompensas; fazem comparações entre seu empenho e resultado com o
empenho e resultados de amigos, vizinhos, parentes, companheiros ou colegas de
trabalho e, mediante essas comparações, três percepções se tornam possíveis:
iniquidade, devido à remuneração inferior; equidade ou iniquidade, devido à
recompensa superior.
Nesse sentido, Robbins e Finley entendem que o sentido de justiça resulta da
comparação de nossa contribuição e de nossas recompensas com as dos outros. Por
contribuição deve-se entender o esforço e o tempo empregados, o talento e o nível de
desempenho, enquanto as recompensas incluem o reconhecimento, os pagamentos, os
benefícios e até as punições por parte da organização ou da chefia. Se houver igualdade
nessa "proporção", a certeza da equidade e do tratamento com justiça será reforçada.
Havendo desigualdade, o processo motivacional será prejudicado pelo sentimento de
injustiça. Dai a importância da igualdade nas relações e nas políticas que norteiam o
trabalho. Ao perceber uma injustiça, o colaborador procurará reequilibrar a relação:
diminuindo sua contribuição; pedindo maior recompensa; solicitando maior esforço dos
outros; modificando a situação, transferindo-se ou deixando a organização
(ROBBINS e FINLEY, (1997) apud MACEDO et ai,( 2005).
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 42
Para Salgado (2005), a teoria da equidade propõe que a iniquidade gerará tensão e
que essa tensão poderá levar um funcionário a buscar justiça. Além disso, ele observa
que, para fazer comparações, os funcionários utilizam os seguintes referentes:
a) Igual interno, que corresponde às experiências de um funcionário em uma
posição parecida dentro da organização;
b) Igual externo, que corresponde às experiências de uma outra pessoa externa à
sua organização, em uma situação ou posição parecida;
c) Outro interno, que diz respeita a outro indivíduo ou grupo de indivíduos dentro
da organização; e,
d) Outro externo, que se refere a outro indivíduo ou grupo de indivíduos de fora da
organização.
Para Daft (2005), quando ocorre a iniquidade, os métodos mais comuns para reduzi-la
são os seguintes:
a) Mudar as entradas - as pessoas escolhem aumentar ou diminuir suas entradas para
a organização. Nesse caso, os indivíduos que são mal pagos poderiam reduzir
seu nível de esforço ou aumentar seu absentismo;
b) Mudar os resultados - alguém que é mal pago poderá exigir um aumento de
salário ou um escritório maior;
c) Distorcer as percepções - as pessoas poderão aumentar artificialmente o status
ligado aos seus trabalhos ou distorcer as recompensas percebidas dos outros para
equilibrar a equidade;
d) Sair do emprego - em seus novos empregos as pessoas esperam encontrar um
equilíbrio mais favorável de recompensas.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 43
3.4.8. Teoria da Expectância
Vroom (1964) apud CHIAVENATO, (2000) relaciona sua teoria de motivação
exclusivamente com a variável produção e diz que a motivação é determinada por três
factores: objectivos individuais, relação percebida pela pessoa entre produtividade e
alcance dos seus objectivos e capacidade que tem a pessoa em influenciar seu próprio
nível de produtividade à medida que acredita poder influenciá-lo.
Vroom (1964) apud CHIAVENATO, (2000) propõe um modelo de expectação
da motivação para produzir, baseado em objectivos intermediários e gradativos (meios)
que conduzem a um objectivo final (fins) e, em seu entender, a procura de um resultado
intermediário (produtividade elevada, por exemplo) determinará o alcance de resultados
finais (dinheiro, benefícios sociais, apoio do supervisor, promoção, aceitação do grupo,
etc).
Para Chiavenato (2000), a teoria de Vroom é denominada Modelo Contingências
de Motivação porque enfatiza as diferenças entre as pessoas e os cargos e, ademais, essa
contingência se dá sob duas forças que actuam em uma situação de trabalho: as
diferenças individuais e as maneiras de operacionalizas.
Nas organizações, a teoria da expectativa ajuda os gerentes, em particular a irem além
daquilo que Maslow e Herzberg mostraram - que a motivação para trabalhar somente
pode ocorrer quando o trabalho consegue satisfazer necessidades insatisfeitas. A teoria
da expectativa deixa implícito que os gerentes devem fazer com que os empregados
possam ver que o esforço pode resultar em recompensas apropriadas, que satisfazem
necessidades.
Figura 18- Principais elementos da Teoria da Expectativa
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 44
Fonte: Oaft, (2005).
3.4.9. Teoria da Fixação de Metas
Salgado (2005) aponta que esta teoria está baseada na influência que a fixação de metas
exerce sobre o desempenho e que para ela:
a) As metas específicas aumentam o desempenho;
b) Quando aceitas, as metas difíceis promovem alto desempenho; e,
c) Um "feedback" sobre as metas resulta em melhor desempenho.
Para Gondim e Silva (2004), de acordo com essa teoria, as metas variam em
conteúdo e intensidade, sendo classificadas, de acordo com o conteúdo em fáceis ou
difíceis, específicas ou gerais e simples ou complexas e quanto à intensidade se
apresentam conforme a percepção da importância do comprometimento com a meta.
Esses autores indicam que, segundo pesquisas realizadas, de acordo com o
conteúdo, as metas especificadas de forma clara constituem os verdadeiros factores que
motivam o comportamento humano no trabalho. Entretanto, para eles, não basta apenas
especificar as metas a serem atingidas e solicitar a alguém que dê o melhor de si para
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 45
alcançá-las; é preciso, além disso, que a pessoa as valorize, as perceba como
desafiadoras e difíceis de serem conquistadas.
3.4.10. Teoria da Avaliação Cognitiva
Para Deci (1971) apud GONDIM e SILVA, (2004), as pessoas inclinam-se em /medir
seus actos considerando-se o juízo que fazem de suas causas ou razões.
Assim, de acordo com sua avaliação, o indivíduo pode entender que seu desempenho no
trabalho pode estar ocorrendo em função de recompensas externas ou devido à
motivação interna. Dessa forma, para Gondim e Silva,
Se as recompensas extrínsecas (factor externo), tais como o salário, são bastante
altas para realizar uma tarefa, há grandes chances de que a pessoa venha a atribuir o seu
bom desempenho ao fato de estar sendo bem paga, e não ao fato de gostar de realizar a
tarefa (motivação intrínseca). E, sendo assim, não haveria razão para se empenhar tanto
para realizar um bom trabalho.
Dito de outro modo é a percepção de que a causa da acção seja encontra no
exterior ou no interior da pessoa que responde pelo nível de motivação para a realização
desta acção. O exemplo contrário seria o de alguém que realiza uma tarefa
aparentemente monótona e recebe em troca recompensas externas insatisfatórias, pois o
clima de trabalho é ruim, a jornada de trabalho é extensa e o salário é baixo.
Nesse caso, torna-se bastante provável que ela e outros atribuam sua persistência
na acção a factores intrínsecos, ou seja, da própria pessoa (GONDIM e SILVA, (2004).
Figura 19- Teoria da Avaliação Cognitiva
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 46
Fonte: Gondim e Silva, (2004).
3.4.11. Teorias Referentes ao Distanciamento ou Proximidade da Acção
De acordo com o terceiro modelo de Kanfer (1992) apud GONDIM e SILVA, (2004),
as teorias de Vroom, Deci e Csikszentmihalyi se enquadram em um nível intermediário
da acção; e as teorias de Locke e Latham, Bandura e Kanfer estão situadas bem
próximas da acção.
Este segmento do trabalho discorrerá apenas sobre as teorias de Bandura, Kanfer
e Csikszentmihalyi, visto que as outras teorias estão inseridas em outras partes trabalho.
3.4.12. Teoria da Aprendizagem Social
Brandura (1971) apud GONDIM e SILVA, (2004) entende que o êxito para atingir
objectivos depende de quatro componentes, influenciados por factores contextuais e de
personalidade, que são:
a) Auto-observação, que diz respeita à atenção a aspectos relevantes a conduta e que
serve a dois propósitos, o autodiagnóstico e a auto motivação;
b) Auto-avaliação, que corresponde à avaliação da lacuna entre a condição almejada
(objectivo) e a actual (conduta e desempenho reais), o que inevitavelmente
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 47
desencadeará reacções afectivas e emocionais, dependendo da extensão dessa
lacuna;
c) Auto reacção, que se refere ao modo como a pessoa reage diante de
acontecimentos, podendo expressar um estado de satisfação ou insatisfação; e,
d) Auto-eficácia, expressa pela expectativa de que se pode alcançar com sucesso
uma acção, que trará resultados positivos para a pessoa.
Figura 20- Teoria do Fluxo da Motivação
.
Fonte: Gondim e Silva, (2004).
3.4.13. Teoria da Auto-Regulação
Gondim e Silva (2004) alegam que essa Teoria alinha-se em termos de argumento à
Teoria da Aprendizagem Social de Bandura e que ela descreve o fluxo por intermédio
do qual a pessoa acesa informações do ambiente, como processa e as finaliza em acções
controladas.
Kanfer (1977) apud GONDIM e SILVA, (2004) afirma que o processo de auto-
regulação envolve três componentes:
a) Auto-observação, expressa pela atenção dirigida para a própria pessoa;
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 48
b) Auto-avaliação, que consiste na comparação entre os objectivos pretendidos e as
condições pessoais para atingi-los; e,
c) Auto-reacção, representada pela resposta afectiva à auto-avaliação negativa ou
positiva e à crença na capacidade de realização.
3.4.14. Teoria do fluxo
Para Csikszentmihalyi (1996), apud GONDIM e SILVA, (2004), a motivação consiste
de um estado emocional de breve tempo de duração e de alta activação, caracterizado
por metas claras, elevada concentração e percepção de total controlo da actividade que
está sendo desenvolvida, ou seja, o fluxo é tido como uma condição psicológica de
êxtase que se dá em função de uma integração de processos cognitivos, de
características da tarefa e de estados emocionais múltiplos.
Gondim e Silva (2004) apontam que a compreensão dessa teoria se faz mais fácil
quando se percebe actividades extremamente prazerosas e excitantes sendo praticadas e
que a curta duração e a dificuldade em atingir o êxtase consistem nas limitações desta.
Eles entendem que os principais factores que conduzem a tal estado de êxtase
seriam:
a) Oferecer metas claras e atingíveis e "feedbacks" contínuos no processo de
desenvolvimento da actividade;
b) Permitir que a pessoa tenha controlo do processo, ao reconhecer que suas
habilidades e potencialidades estão sendo mobilizadas para o exercício da
actividade;
c) Minimizar os factores de distracção, de modo que haja intensa concentração no
que se está fazendo, o que repercute na percepção subjectiva do tempo e na
sensação de perda temporária dos limites do eu (ápice do estado de fluxo); e,
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 49
d) Identificar as situações potenciais capazes de provocar na pessoa este estado de
fluxo.
3.5. Motivação - Entendimentos ao Longo dos Tempos e Outras Teorias
Aristóteles
Aristóteles apud SALGADO, (2005) acreditava que a opinião da maioria dos homens e
das pessoas mais qualificadas de sua época era a de que "viver bem e ser bem-sucedido
era o mesmo que ser feliz".
Dessa forma, para esse filósofo, a motivação fundamental do comportamento
humano era dada basicamente pela procura da felicidade, que poderia se dar pela forma
directa (comportamento objectivo); pela posse de objectos de prazer ou pela via
transaccional (comportamento transaccional), onde recebe do outro o reconhecimento
de sua excelência pessoal.
Além disso, de acordo com Salgado (2005), Aristóteles acreditava ser a alma
fundamentalmente "vegetativa", pois apresentava comportamentos simples como
dormir, bocejar, etc; semelhantes aos dos vegetais, e que os homens têm na alma
funções próprias da alma sensitiva dos animais, já que se movimentam e buscam aquilo
que desejam, ou fogem do que os assustam.
Entretanto, em última análise, ele compreendia que a alma humana é a mais
completa de todas, pois além de ter funções que existem nas almas dos vegetais e dos
animais, ela tem a função da racionalidade, que governa seu comportamento mais
próprio e mais excelente.
3.5.1. Eric Berne
Como modificar o comportamento e melhorar a personalidade? Segundo
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 50
Salgado (2005), o primeiro passo que a pessoa deve ter como referência é saber onde ela
está, ou seja, como ela é e, a partir daí, seguir o que tenha traçado para sua vida. E é
para ele, nesse particular, que se torna necessário entender um pouco de análise
transaccional, para discutir os aspectos da motivação humana. Esse autor aponta que a
análise transaccional foi criada por Eric Berne, com a formulação de alguns conceitos e
termos que ajudam a retratar o ser humano como ele é, situando, dando-lhe uma visão
sistematizada do seu modo habitual de ser e agir e, bastará à pessoa sua própria crítica e
inteligência, para corrigir, se não completamente, o seu caminho.
Para Berne apud SALGADO, (2005), o comportamento da pessoa é retratado
por três estados do ego ou conteúdos da memória, que são:
a) O Pai, que compreende o modo de falar, as expressões, as posições radicais ou
mansas dos nossos pais;
b) O Criança, que representa resíduos arcaicos, embora activos, que foram fixados
na primeira infância; e,
c) O Adulto, que é autonomamente dirigido para uma avaliação objectiva da
realidade.
3.5.2. Freud
É bastante difícil conhecer aquilo que se entende por autêntica motivação caso não se
tenham em mente as descobertas feitas pela Psicanálise de Freud a respeito das
emoções. É a teoria analítica que oferece apoio para que se compreenda o ser humano
em seu aspecto mais característico, ao dar relevo especial à dimensão emocional da
personalidade humana BERGAMINI, (1997).
De acordo com Salgado (2005), as ideias de Freud assemelham-se às de Platão,
pois aquele, além de tomar da filosofia a noção de actividade associativo subconsciente,
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 51
também adoptou, como divisão da mente humana, a divisão platónica da alma,
chamando-as de Id, Ego e Superego.
Para Freud apud Bergamini (1997), os motivos actualmente perseguidos pelas
pessoas têm ligação com a história da vida anterior. Só se poderá realmente entender o
quadro actual da motivação de cada um à medida que ele está coerentemente ligado ao
desencadeamento de experiências já vividas que representam, assim, a sua fonte de
origem.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 52
3.5.3. Gooch e McOowell
Para Gooch e McDowell, a motivação é uma força que se encontra no interior de cada
pessoa e que pode estar ligada a um desejo. Uma pessoa não consegue jamais motivar
alguém; o que ela pode fazer é estimular a outra pessoa. A probabilidade de que uma
pessoa siga uma orientação de acção desejável está directamente ligada à força de um
desejo GOOCH e MCDOWELL, (1988) apud BERGAMINI, (1997).
3.5.4. Platão
Platão apud SALGADO, (2005) entendia que as acções humanas eram orientadas por
subdivisões ou partes da alma, denominadas acomodada/passiva, moderada e sábia e
irascível; cada uma com seus defeitos e qualidades próprias e que, além disso, apesar de
essas partes conviverem numa pessoa, sempre haveria a dominância de uma. Verificar
qual a alma (comportamento) dominante de um ser humano seria, segundo ele, tarefa
fácil e desprovida de maiores dificuldades.
3.5.5. Motivação Fundamentada na Aplicação Sistêmica
Skinner (1953 e 1969) apud GONDIM e SILVA,( 2004) entende que, como o controle
do comportamento depende de suas consequências, manipulando-se as consequências
pode-se controlar ou pelo menos afectar certo número de comportamentos dos
empregados.
Esse modelo, de acordo com Gil (2001), é fundamentado pela lei do efeito que
versa o seguinte: uma pessoa tende a repetir aquele comportamento que foi
acompanhado de consequências favoráveis.
Skinner apud SALGADO, (2005) sustenta que os seres humanos podem ter as
suas características comportamentais aprendidas a partir de adequados estímulos ou
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 53
reforços, positivos ou negativos, de tal modo que estes os condicionam à adopção de um
comportamento desejado. Assim, ocorrendo imediatamente após o término da acção, os
estímulos positivos têm a faculdade de elevar a frequência da sua repetição. Do mesmo
modo, estímulos negativos, que ocorrem após o término de determinado
comportamento, têm a capacidade de diminuir a repetição deste, decretando, inclusive,
o seu completo desaparecimento.
3.5.6. Teoria das Necessidades Manifestas
Para Murray apud SALGADO, (2005), dois componentes fazem parte das necessidades:
direcção e intensidade. Bergamini (1997) indica que : Se as teorias cognitivas
consideraram o homem como um ser racional, tendo consciência dos próprios desejos,
bem como conhecendo a sua capacidade de satisfazê-los, as teorias dos instintos e
impulsos sugerem que essa clarividência nem sempre seja a principal característica do
desencadeamento do comportamento motivacional.
De acordo com Murray apud SALGADO, (2005), as necessidades não são
herdadas e sim aprendidas, não existe hierarquia das necessidades e múltiplas
necessidades motivam simultaneamente o comportamento.
Lorenz (1988) apud BERGAMINI, (1997) sugere que os sistemas de instintos
aumentam a habilidade não somente do animal, como também do homem em adaptar-se
ao ambiente.
Para ele, esse processo de adaptação envolve, necessariamente, a utilização de
um tipo de energia interna que pode ser considerado como o responsável por uma
espécie de tensão, que leva os seres a adoptarem uma sequência predeterminada de
comportamentos.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 54
Esse comportamento aparentemente espontâneo busca um conjunto específico de
traços no meio ambiente, que é chamado de esquema produtor responsável pelo
atendimento da necessidade menos satisfeita e consequente rebaixamento da tensão
interior LORENZ, 1988 apud BERGAMINI, (1997).
3.5.7. Teorias X e Y de McGregor
Conformes apontam Gondim e Silva (2004), essas teorias, a rigor, não acrescentaram
nova perspectiva de compreensão da motivação humana no trabalho, já que se basearam
no estudo da prática administrativa norte-americana com o intuito de examinar
criticamente as concepções da natureza humana implícitas nestes modelos de
gerenciamento. De acordo com McGregor (1960) apud GIL, (2001), as teorias X e Y
estão assentadas em dois tipos distintos de gerenciamento: o dos gestores apreciadores
da teoria X e o dos apreciadores da teoria Y.
Para Hersey e Blanchard (2004), a teoria X supõe que a maioria das pessoas
prefere ser dirigida, não está interessada em assumir responsabilidades e deseja, acima
de tudo, segurança. Segundo esses autores, essa filosofia é acompanhada pela crença de
que as pessoas são motivadas pelo dinheiro, pelos benefícios marginais e pela ameaça
de punição. Os administradores que aceitam as suposições da Teoria X procuram
estruturar, controlar e supervisionar estritamente os seus empregados. Esses
administradores acham que o controle externo é inteiramente apropriado para tratar com
pessoas nas quais não se pode confiar, que são irresponsáveis e imaturas HERSEY e
BLANCHARD,( 2004).
3.5.8. Teoria da Temporalidade
Volta-se essa teoria para funcionários cujo emprego se caracteriza pela eventualidade,
pouca segurança e limitadas oportunidades de promoção.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 55
Solidamente comprometidos com seu campo de especialidade, Salgado (2001)
especifica que a lealdade funcional se dá mais em decorrência da profissão do que do
empregador; que o dinheiro e promoções a cargos gerenciais, em termos de prioridade,
são na maioria das vezes secundários e que esses empregados são motivados por
trabalhos desafiadores, oportunidades de desenvolvimento de novas habilidades,
concessão de horários flexíveis, treinamento custeado pela empresa e possibilidade de
adquirir emprego permanente. Conforme esse autor, com base em uma revisão da
literatura sobre satisfação no cargo, as quatro recomendações seguintes podem
promover satisfação do funcionário:
a) Proporcionar trabalhos mentalmente desafiadores;
b) Fornecer recompensas equitativas;
c) Oferecer suporte, condições de trabalho animadoras;
d) Encorajar colegas apoia dores.
3.6. Clima Organizacional
A palavra clima, no senso comum e segundo Holanda-Ferreira (2006), é utilizada para
descrever as condições predominantes no ambiente, conforme o estado da temperatura.
Dessa forma, pode-se dizer que o clima está ardente, muito frio ou marítimo quando a
temperatura encontra-se muito alta, muito baixa ou constante.
No meio organizacional a utilização desse termo, na compreensão de Chiavenato
(2000), está associada às condições em que se encontra o ambiente interno, decorrentes
do estado como se apresentam seus membros, estando, nesse sentido, vinculado ao grau
de motivação e satisfação destes.
Para Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2004), o clima organizacional pode ser
entendido como a qualidade ou propriedade do ambiente que é percebida ou
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 56
experimentada pelos membros da organização e que influencia o comportamento dos
mesmos.
Segundo Oliveira (1994) apud TACHIZAWA, FERREIRA e FORTUNA,
(2004), a difícil compreensão do que seja clima organizacional se dá devido à forma
como este se apresenta: difusa, incorpórea, como uma espécie de fantasma que se
manifesta no dia-a-dia das organizações, numa confusa trama de acções, reacções e
sentimentos jamais explicados.
3.7. Motivação X Clima Organizacional
Para Chiavenato (2000), como o clima diz respeito ao estado do ambiente interno entre
os membros da organização e esse estado dos membros depende de como está sendo
trabalhada a satisfação das suas necessidades, dependendo do grau de motivação de seus
participantes, o ambiente interno pode encontrar-se triste ou alegre, pesado ou leve,
produtivo ou improdutivo, etc.
Em sua compreensão, havendo alto grau de motivação entre os membros, o
clima organizacional se eleva e, assim, predominam estados positivos como satisfação,
interesse, cooperação, amizade, animação, etc.
E, nesse caso, o clima organizacional é favorável visto que proporciona
satisfação das necessidades pessoais dos participantes. Por outro lado, havendo baixo
grau de motivação entre os membros o clima organizacional diminui e, assim,
predominam estados negativos como depressão, desinteresse, raiva, insatisfação, etc.,
sendo, nesse caso, o clima organizacional desfavorável porque proporciona frustração
das necessidades pessoais.
Na visão de Chiavenato (2000), na verdade o clima organizacional influencia e é
influenciado pelo estado motivacional das pessoas.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 57
3.8. A Satisfação no Trabalho
A busca do trabalhador feliz produtivo poderia ser vista como um sonho impossível do
ponto de vista marxista do inevitável conflito trabalhador gestão.
Poderia também ser visto como simplista ou naif da perspectiva das relações industriais
tradicionais no termo da qual os resultados são necessariamente um produto do regateio
e compromisso.
Todavia, de uma perspectiva psicológica, a prossecução do trabalhador
feliz/produtivo tem-se afigurado como um objectivo meritório, ainda que difícil – um
objectivo que pode ser alcançado se incrementarmos fortemente o nosso conhecimento
acerca das atitudes e comportamentos Staw, (1986), citado em Cunha et al., (2007).
As autoras Espindola e Oliveira (2009) referem que as organizações do século
XXI cada vez mais buscam a máxima eficácia devido à globalização. A área de recursos
humanos tem sofrido diversas inovações. O ser humano é movido por influências do
meio em que vive.
E a empresa onde as pessoas passam a maior parte do tempo é o local que o
comportamento pode sofrer maior oscilação, revelando diversas características
individuais. As empresas são favoráveis a interferir neste comportamento
organizacional, por exemplo, através de acções de motivação ou mesmo tornando o
canal de comunicação eficaz.
Colaboradores motivados e informados estão aptos a gerar grandes benefícios
em termos de produtividade, qualidade de vida, além de proporcionar um clima
organizacional agradável.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 58
3.8.1. Satisfação no Trabalho: Conceptualização
A satisfação no trabalho começou a reunir o interesse dos teóricos, investigadores e
gestores desde a altura em que o modelo taylorista da organização do trabalho foi posto
em causa e se valorizou o factor humano na empresa.
A partir de então, esta variável tem sido considerada muito importante porque,
explicita ou implicitamente, é associada simultaneamente à produtividade da empresa e
à realização pessoal dos empregados, apesar de nenhuma destas duas relações causais
estar provada empiricamente Vala,
Lima & Caetano, (1995).
O conceito satisfação no trabalho é um dos mais estudados na área do
comportamento organizacional. Vários autores dedicavam-se, principalmente a partir
dos anos 80 até à actualidade, ao estudo deste conceito atribuindo-lhe, cada vez maior
importância.
A satisfação no trabalho é um fenómeno amplamente estudado e esse interesse
decorre da influência que a mesma pode exercer sobre o trabalhador, afectando sua
saúde física e mental, atitudes, comportamento profissional, social, tanto com
repercussões para a vida pessoal e familiar do indivíduo como para as organizações
Cura, (1994); Locke, (1976); Pérez-Ramos, (1980); Zalewska (1999), citados por
Martinez & Paraguay,
(2003).
Portanto, um dos motivos de interesse do estudo da satisfação no trabalho
prende-se com as consequências desta, não só para o trabalhador como também para os
colegas de trabalho, chefes e para a organização como um todo.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 59
Na literatura consultada encontram-se variadíssimas concessões sobre a
satisfação no trabalho, salientamos:
Para Fraser (1983), citado por Martinez & Paraguay, (2003).
Satisfação no trabalho é um fenómeno complexo e de difícil definição. Uma
parte dessa dificuldade decorre de a satisfação no trabalho ser um estado subjectivo em
que a satisfação (…) pode variar de pessoa a pessoa, de circunstância para
circunstância, ao longo do tempo para a mesma pessoa e estar sujeita a influências de
forças internas e externas ao ambiente de trabalho imediato.
A palavra satisfação, de origem latina “satisfactione”, significa “acto ou efeito
de satisfazer ou de satisfazer-se; contentamento; alegria; aprazimento” (Costa & Melo,
1996, citados por Ferreira, (2001).
Parafraseando Santos (2001), citado por Ramos, (2005), a “satisfação é um
estado de boa disposição, manifestado por se sentir bem com o que faz e sentir-se
reconhecido pelo seu trabalho”.
3.8.2. Autores Definição
Locke (1976) “Um estado emocional positivo ou de prazer, resultante da avaliação do
trabalho ou das experiências proporcionadas pelo trabalho.”
Brief (1998,) “Um estado emocional expresso através da avaliação afectiva e/ou
cognitiva de uma experiência de trabalho, com algum grau de favorabilidade ou
desfavorabilidade.”
Na perspectiva de Gonçalves (1999), a satisfação no trabalho constitui um
fenómeno complexo, visa dar resposta a um estado emocional positivo, ou seja, é uma
atitude positiva face ao trabalho, à profissão e às experiências em contexto de trabalho.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 60
Por sua vez, Chiavenato (1993) define a satisfação como o resultado da
motivação em ciclo, ou seja, quando um estímulo altera o equilíbrio do indivíduo cria-se
uma necessidade, uma tensão que conduz ao comportamento que satisfaz essa
necessidade e promove novamente esse equilíbrio.
De acordo com Spector (1997), a satisfação profissional pode ser definida como
a medida que alguém gosta (satisfação) ou não gosta do seu trabalho (insatisfação).
3.8.3. Satisfação e Desempenho Profissional
A importância dos estudos sobre a satisfação profissional deve-se a dois factos, nome
amamente ser um dos resultados humanos do trabalho e ser um conceito sempre
associado ao desempenho, levando então à relação “trabalhador satisfeitos serem mais
produtivos” Cunha et al., (2007).
No estudo sobre a satisfação profissional, os investigadores têm estabelecido
uma ligação entre satisfação profissional e desempenho.
Contudo, as investigações efectuadas com este objectivo têm criado variadas e
contraditórias conclusões, no geral a satisfação profissional encontra-se relacionada com
importantes comportamentos organizacionais como o despedimento, o absentismo e o
comprometimento organizacional Seo et al., (2004).
“Segundo Al-Hussami (2008) trabalhadores satisfeitos tendem a ser mais
produtivos e a sentir um maior envolvimento organizacional. Eles são mais propensos a
serem mais comprometidos com a organização quando os trabalhadores sentem
autonomia de trabalho e cargas de trabalho equitativas” Pereira, (2010).
3.8.4. Factores determinantes da Satisfação no Trabalho
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 61
O conceito de satisfação é multidimensional, pois existem variadíssimas causas, como
veremos de seguida.
De acordo com Cunha e colaboradores (2007), existem três determinantes para a
satisfação com o trabalho, nomeadamente “o indivíduo, o trabalho e a interacção
indivíduo/trabalho”.
Os autores referem ainda que quando combinados estes três factores, pode
concluir-se que “determinadas características individuais tendem a funcionar como
predisposições para níveis de satisfação superiores, independentemente do tipo de
trabalho desenvolvido; determinadas funções tendem a provocar níveis de satisfação
superiores naqueles que as executam, independentemente das características individuais
dos seus executantes; a principal fonte de satisfação no trabalho é o grau de ajustamento
entre as características do indivíduo e as do trabalho” ou seja, resume-se as causas a três
variáveis, designadamente:
- “As políticas e práticas organizacionais como a política salarial, os estilos de
chefia, o processo decisional” (por exemplo, quem participa? quando participa?);
- “As características de função, como a variedade, identidade, significado,
autonomia e feedback das tarefas”;
- “As características individuais, como a auto estima, o locus de controlo, a
necessidade/motivação de sucesso, etc”.
3.8.5. Consequências da Insatisfação
“A Satisfação Profissional pode gerar determinados comportamentos por parte dos
trabalhadores que afectam o funcionamento organizacional. Alem disso a Satisfação
Profissional pode ser o reflexo do funcionamento da organização” Pereira, (2010).
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 62
Nas palavras de Locke (1976), citado por Marquese & Moreno, (2005), “a
Satisfação no trabalho pode gerar consequências tanto para o indivíduo como para a
organização, afectando aspectos comportamentais e a satisfação e mental do
trabalhador”.
Estes autores referem assim que Locke (1969, 1979) considera que os
fenómenos da satisfação e insatisfação estilos interligados e critica as teorias que
consideram estes fenómenos dissociados, como o caso da teoria de Herzberg (1971).
Logo, na perspectiva de Locke (1969 e 1979), citado por Marquese & Moreno,(
2005) para se analisar a satisfação no trabalho deve-se ter em conta “o comportamento
afectivo emocional (relacionado ao sentimento de como a pessoa se sente no trabalho) e
o componente cognitivo (a racionalidade do individuo sobre o trabalho). Desta forma,
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 63
CAPITULO 3
4. ESTUDO DE CASO: CAMARA MUNICIPAL DE SÃO VICENTE
As Autarquias gozam de poder regulamentar proprio nos limites da constituição das leis
e dos regulamentos emandos das Autarquias de grau superior ou das autoridades com
poder tutelar. A tutela administrativas sobre as Autarquias locais consiste na verificação
do cumprimento da lei pelos orgãos autarquias e é exercida nos casos e nos termo da lei.
As autarquias locais possuem quadros de pessoal proprio nos termos da lei. Aos
funcionários e agentes locais das autarquias é aplicavel o regime dos funcionários e
agente da administração central com adaptações necessarias ,nos termos da lei.
As atribuições e orgnização das Autarquias bem como a competência dos seus
orgãos são reguladas por lei com respeito pelo principio de autonomia e da
centralização.’’ (Constituição da República de Cabo Verde)
Missão
Satisfação das necessidades básicas dentro das suas competências e resolução dos
problemas dos munícipes de São Vicente.
Visão
Melhorar futuramente a qualidade de vida dos utentes deste Município e ser uma
Câmara de exemplo na primeira linha de qualidade de vida.
Objectivos:
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 64
É melhorar as condições gerais de vida, de trabalho e de lazer da população residente no
Concelho de São Vicente;
Ter um Município de qualidade com transparência, rigor, eficiência e
responsabilidade;
Ter um Município com mais e melhor educação e formação com qualidade e alargar
horizontes;
Ter um Município com mais humanismo e que aposta nas novas gerações.
4.1. ANALISE DOS DADOS
4.1.1. População e Amostra
No caso de nossa população ser composta por um número relativamente elevado de
pessoas será praticamente impossível utilizá-la, por razões de tempo e de custos, e
porque não é na realidade imprescindível examinar cada unidade da população. Em vez
de realizar esta cansativa tarefa, procederemos a extracção de uma amostra dessa
população, ou seja, um conjunto de unidades, numa porção do total, que nos represente
a conduta da população no seu conjunto. Uma amostra (n), neste sentido amplo, não é
mais do que UMA PARTE DO TODO A QUE CHAMAMOS POPULAÇÃO (N) e
QUE A REPRESENTA Fortin,(1999).
Assim, a população é o conjunto de todos os indivíduos nos quais se desejam
investigar algumas propriedades. Este conjunto tem uma ou mais características
comuns, e encontram-se num espaço ou território conhecido. Numa investigação pode
haver mais do que uma população, tudo dependendo da complexidade e variedade dos
objectivos da investigação. As vezes, cada objectivo requer uma população distinta.
Toda a população utilizada num estudo deve ser especificada e descrita
pormenorizadamente.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 65
4.1.2. Questionário
Para Wood e Haber (2001), os questionários são instrumentos de registo escritos e
planeados para pesquisar dados de sujeitos, através de questões, a respeito de
conhecimento, atitudes, crenças e sentimentos.
Neste instrumentos de recolha de dados é necessário ter atenção cuidadosa na
sua prepara e na sua organização. Antes de mais, as perguntas devem ser extremamente
bem organizadas, de uma forma lógica para quem a ele responde. Deve, também, ser
organizado por temáticas claramente enunciadas. Assim, a finalidade do questionário é
obter, de maneira sistemática e ordenada, a informação, acerca da população que se
estuda, das variáveis que são objecto do estudo. Fox (1981) considera que, ao utilizar
esta técnica, o investigador tem de se considerar os caminhos metodológicos gerais:
estar plenamente convencido de que as perguntas podem fazer com clareza suficiente
para que funcionam na interacção pessoal que supõe o questionário, preenchendo os
itens necessários para maximizar a probabilidade de que o sujeito conteste ou responda
as questões.
4.1.3. Inquérito por questionário
Pode ser definido como uma interrogação particular acerca de uma situação que englobe
os indivíduos, com o objectivo de generalizar Ghiglione e Matalon, (2001). Possibilita
obter dados através do questionário, consistindo em apresentar um conjunto
predeterminado de perguntas a população. O questionário é, portanto, um conjunto
estruturado de questões expressas num papel, destinado a explorar a opinião das pessoas
a que se dirige.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 66
4.1.4. Caracterização dos inquéritos
Da amostra pretendida, ou seja 80 funcionários, 15 não foram inqueridos por não se
encontra no momento do inquérito na Câmara Municipal (alguns se estavam de férias,
outros de licença sem vencimentos também outros de baixa médica), que se encontram
distribuídos na administração e gabinetes técnicos, de modo que a nossa amostra
reduziu-se a 65 funcionários.
4.1.5. Classificação dos inqueridos segundo sexo
Do total dos 65 inquiridos, 37 dos inquiridos são do sexo feminino o que corresponde a
56,9%, 28 dos inquiridos são do sexo masculino o que corresponde a 43,1%, como se
pode verificar no gráfico 1.
Gráfico 1- Sexo (%)
Fonte: Inquéritos
Classificação dos inqueridos segundo idade
De acordo com o gráfico, 65 inquiridos, 20 dos inquiridos tem idade compreendida
entre 30 Anos a 40 Anos onde a uma acentuada concentração dos funcionários nessa
faixa etária o que corresponde a 30,8%,18 dos inquiridos tem idade entre 41 Anos a 50
Anos o que corresponde a 27,7%, 15 dos inquiridos com maior de 51 Anos inclusive 51
Anos o que corresponde a 23,1%, 12 dos inquiridos tem idade menor a 30 Anos o que
corresponde a 18,5%, pelo que pode constar no gráfico 2.
43.1
56.9
Masculino Feminino
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 67
Gráfico 2- IDADE (%)
Fonte: Inquéritos
Classificação dos inqueridos segundo habilitações académicas
Os inquiridos foram classificados consoante as habilitações académicas sendo:
licenciatura 32,3%, Inferior a 9º Ano 20,0%, 11º/12º Ano 20,0%, outra qual 18,5%,
9º/10º Ano 9,2%, pelo que pode verificar no gráfico 3.
Gráfico 3- HABILITAÇÕES (%)
18.5
30.827.7
23.1
Menor 30Anos
Entre 30 Anosa 40 Anos
Entre 41 Anosa 50 Anos
Maior 51Anosinclussive 51
Anos
20.0
9.2
20.0
32.3
18.5
Inferior ao 9ºAno
. 9º/10º Ano 11º/12º Ano Licenciatura Outra ( )Qual
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 68
Fonte: Inquéritos
Classificação dos inqueridos segundo o grupo profissional se insere
De acordo com o gráfico dos 65 inquiridos16 dos inquiridos são outro qual o que
corresponde a 24,6%, 15 dos inquiridos são administrativos o que corresponde a 23,1%,
11 dos inquiridos são técnicos profissionais o que corresponde a 16,9%,10 dos
inquiridos são técnicos superiores o que corresponde a 15,4%, 9 dos inqueridos são
dirigentes o que corresponde a 13,8%, 3 dos inquiridos são técnicos o que corresponde a
4,6%, 1 dos inquiridos é ns/nr o que corresponde a 1,5% pelo que constam no gráfico 4.
Gráfico 4 -GRUPO PROFISSIONAL (%)
Fonte: Inquéritos
Classificação dos inqueridos segundo anos trabalhos na função pública
Dos 65 dos inqueridos, 16 dos inquiridos com mais 24Anos de trabalho na função
pública o que corresponde a 24,6%,11 dos inquiridos tem entre 5 a 9Anos de trabalho
na função pública o que corresponde a 16,9%, 10 dos inquiridos tem entre 20 a 24Anos
de trabalho na função pública o que corresponde a 15,4%, 9 dos inquiridos tem menos
de 5Anos de trabalho na função pública o que corresponde a 13,8%, 9 dos inquiridos
13.8 15.4
4.6
16.9
23.1 24.6
1.5
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 69
tem entre 10 a 14Anos de trabalho na função pública o que corresponde a 13,8%, 9 dos
inquiridos tem entre 15 a 19Anos de trabalho na função pública o que corresponde a
13,8%, 1 dos inquiridos ns/nr anos de trabalho na função pública o que corresponde a
1,5%, pelo que constam no gráfico 5.
Gráfico 5 -FUNÇÃO PÚBLICA (%)
Fonte: Inquéritos
Classificação dos inqueridos segundo dois itens que são mais importante
para se ocupar um cargo de chefia
Dos 65 dos inquiridos, 26 dos inquiridos escolheram capacidade de liderança e de
assumir responsabilidades como mais importante para se ocupar cargo de chefias o que
corresponde a 40,0%, 23 dos inquiridos escolheram o grau académico como o segundo
mais importante para se ocupar cargo de chefia o que corresponde a 35,4%, pelo que
pode constar no gráfico 6.
Gráfico 6- MAIS IMPORTANTE PARA OCUPAÇÃO DE CHEFIA (%)
13.8
16.9
13.8 13.815.4
24.6
1.5
Menosde 5Anos
5 a 9Anos
10 a 14Anos
15 a 19Anos
20 a 24Anos
Mais 24Anos
NS/NR
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 70
Fonte: Inquéritos
Classificações dos inqueridos segundo a importância que as chefias possuem
para o melhoramento do desempenho organizacional, as chefias devem
atribuir atenção especial
Dos 65 inquiridos, os três aspectos que considera que as chefias devem atribuir atenção
especial são: Aceitar sugestões de melhorias por parte dos funcionários com 25,1% dos
inquiridos, apostar fortemente na formação com 23,1% e incentivar processos de
mudanças organizacional com 18,5% como pode constatar no gráfico 7.
Gráfico 7- CHEFIA ATRIBUI ATENÇÃO ESPECIAL (%)
13.8%
35.4%
4.6%
40.0%
4.6%
1.5%
Antiguidade na Câmara
Grau académico
Grau de desenpenho na câmara
Capacidade de liderança e de
asumir responsabilidades
Capacidade de trabalhar em equipa
Cor politica
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 71
Fonte: Inquéritos
Tabela 1- Satisfação global dos colaboradores com a CMSV
Fonte: Inquéritos
Analisando os dados do quadro seguinte, confirma quase a maioria estão pouco
satisfeito com a imagem e desempenho global que corresponde a (43,1%) dos
inquiridos, enquanto (44,6%) estão satisfeitos com o relacionamento da organização,
como pode ver na tabela 1.
Tabela 2- Satisfação com o modelo de administração
9.7%
15.4%
25.1%
8.2%
23.1%
18.5%
Incentivar processos de mudanças
organizacional
Aceitar critica construtivas
Aceitar sugestões de melhoria por parte dos
funcionários
Encorajar a confiança mútua e a
colaboração entre os diferentes serviços
Apostar fortemente na formação
Incentivar a participação dos funcionários
no melhoramento da Câmara
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 72
Fonte: Inquéritos
Considerando os aspectos “aptidão de liderança”, “aptidão de gestão para comunicar”
como factores importante para analisar influência da satisfação com o modelo de
administração, “forma como os objectivos são fixados” (52,3%), ”apresentar propostas”
(44,6%), ” forma para motivar os funcionários” (43,1%), estão pouco satisfeito com
satisfação com o modelo de administração, como pode constatar na tabela 2.
Tabela 3- Satisfação com as condições de trabalho
Fonte: Inquéritos
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 73
De acordo com o estudo realizado, considerou-se que o horário de trabalho, a
possibilidade de conciliar o trabalho, o ambiente de trabalho, a possibilidade de
crescimento são aspectos fundamentais para satisfação com as condições de trabalho
onde a maioria esmagadora estão satisfeitos, com uma média (57.3%) e (43,1%) está
pouco satisfeito com a sua remuneração, como pode verificar na tabela 3.
Tabela 4- Satisfação com o desempenho da carreira
Fonte: Inquéritos
Da interpretação dos dados do quadro se constate que a uma generalidade das respostas
aponta uma opinião pouco satisfeita com o grau de motivação, como pode verificar na
tabela 4.
Tabela 5- Níveis de motivação
Fonte: Inquéritos
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 74
Da interpretação dos dados do quadro se constate que a uma generalidade das respostas
aponta uma opinião positiva e motivados no desempenho das suas funções, como pode
ver na tabela 5.
Tabela 6- Satisfação com condições de higiene, segurança, equipamentos e serviços
Fonte: Inquéritos
Considerando todos os aspectos elencados no quadro seguinte, verificam que estão
satisfeitos com a satisfação com as condições de higiene, condições de segurança,
equipamentos de comunicação disponíveis, software disponível e equipamentos
informático disponível, como pode apurar na tabela 6.
Tabela 7- Qual é o grau de importância
Fonte: Inquéritos
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 75
De acordo com o estudo realizado, considera-se que todos os aspectos excepto
participar em acções de formação, através dos dados do quadro confirmam que a
maioria dos inquiridos acha importantes estes aspectos, como pode constatar na tabela
7.
4.1.6. CRUZAMENTOS
Tabela 8- Cruzamento entre sexo e acção de formação
Sexo * Participar em acções de formação
Participar em acções de formação
Total
Nada
importante
Pouco
importante Indiferente Importante
Muitíssimo
importante
Género Masculino 2 1 7 11 7 28
3,1% 1,5% 10,8% 16,9% 10,8% 43,1%
Feminino 1 3 1 13 19 37
1,5% 4,6% 1,5% 20,0% 29,2% 56,9%
Total 3 4 8 24 26 65
4,6% 6,2% 12,3% 36,9% 40,0% 100,0%
Fonte: Inquéritos
De acordo com o estudo considerou-se que a maioria dos inquiridos são do género
feminino o que corresponde a 56,9% e os restantes são do género masculino o que
corresponde a 43,1%.
Analisando os dados do quadro seguinte, confirma-se que a maioria esmagadora
dos colaboradores da CMSV considera que participar em acções de formação são
importante ou muitíssimo importante (76,9%) para o desempenho das suas funções.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 76
Considerando os aspectos importante e muitíssimo importante do género
feminino em participar em acções de formação o que corresponde a (49,2%) enquanto
no género masculino houve um decréscimo nos ordem dos (24.5%), como pode ver na
tabela 8.
Tabela 9- Cruzamento entre anos trabalho e perspectivas de promoção
Há quantos anos trabalha na função pública? * Em relação as suas perspectivas de promoção
diriam que está?
Em relação as suas perspectivas de promoção diriam que está?
Total
Muito
satisfeito(a) Satisfeito(a)
Pouco
satisfeito(a)
Bastante
insatisfeito(a) NS/NR
Há quantos
anos
trabalha na
função
pública?
Menos de 5
Anos
0 3 2 2 2 9
0% 4,6% 3,1% 3,1% 3,1% 13,8%
5 A 9 Anos 0 2 7 2 0 11
0% 3,1% 10,8% 3,1% 0% 16,9%
10 A 14
Anos
0 1 6 2 0 9
0% 1,5% 9,2% 3,1% 0% 13,8%
15 A 19
Anos
0 2 2 5 0 9
0% 3,1% 3,1% 7,7% 0% 13,8%
20 A 24
Anos
2 5 1 2 0 10
3,1% 7,7% 1,5% 3,1% 0% 15,4%
Mais 24
Anos
0 6 8 2 0 16
0% 9,2% 12,3% 3,1% 0% 24,6%
NS/NR 1 0 0 0 0 1
1,5% 0% 0% 0% 0% 1,5%
Total 3 19 26 15 2 65
4,6% 29,2% 40,0% 23,1% 3,1% 100,0%
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 77
Fonte: Inquéritos
De acordo com a investigação quanto a antiguidade na função pública, os que tem mais
24 anos de trabalho e 5 A 9 anos de trabalho o que corresponde a (41,5%).
Analisando os seguintes dados do quadro considera-se que a maioria esmagadora
estão pouco satisfeito ou satisfeito em relação as suas perspectivas de promoção que
rodam os (69,2%).
Considerando os aspectos, pouco satisfeitos ou satisfeito com mais de 24anos de
trabalho na função publica em relação as suas perspectivas de promoção o que
corresponde a (21,5%), como pode constatar na tabela 9.
Tabela 10- Cruzamentos entre habilitações e aptidão para motivar
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 78
Habilitações Académicas (completas) * Aptidão para motivar os funcionários no
desempenho das suas funções
Aptidão para motivar os funcionários no desempenho
das suas funções
Total
Muito
Insatisfeito Insatisfeito
Pouco
satisfeito Satisfeito
Muito
Satisfeito
Habilitações
Académicas
(completas)
Inferior ao
9º Ano
2 2 8 1 0 13
3,1% 3,1% 12,3% 1,5% 0% 20,0%
9º/10º Ano 0 3 2 1 0 6
0% 4,6% 3,1% 1,5% 0% 9,2%
11º/12º Ano 2 2 7 2 0 13
3,1% 3,1% 10,8% 3,1% 0% 20,0%
Licenciatura 2 2 8 8 1 21
3,1% 3,1% 12,3% 12,3% 1,5% 32,3%
Outra ( )
Qual
1 3 3 3 2 12
1,5% 4,6% 4,6% 4,6% 3,1% 18,5%
Total 7 12 28 15 3 65
10,8% 18,5% 43,1% 23,1% 4,6% 100,0%
Fonte: Inquéritos
Embora a qualificação dos colaboradores da CMSV, (32,3%) tem um grau de
licenciatura, onde as habilitações literária é um dos critérios fundamentais para a
competitividade de qualquer empresa, seguido dados adquiridos, inferior a 9ºano ou
11º/12º ano corresponde a (40,0%).
Neste sentido segundo os dados obtidos nota-se que a maioria esmagadora tem
aptidão para motivar os funcionários no desempenho das suas funções então pouco
satisfeito ou satisfeito o que corresponde a (66,2%).
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 79
Neste sentido, com o cruzamento de nível de escolaridade (licenciatura) e de
aptidão para motivar os funcionários no desempenho das suas funções pode conferir
pela tabela em cima, analisando aspectos pouco satisfeito ou satisfeito que rondam os
(24,6%), como pode verificar na tabela 10.
Tabela 11- Cruzamentos entre grupo profissional e sua carreira na administração
pública
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 80
No que diz respeito à sua situação actual em que grupo profissional se insere?
* No que diz respeito á sua carreira na administração pública já alguma vez foi
promovida(o)?
No que diz respeito á sua carreira na
administração pública já alguma vez
foi promovida(o)?
Total Sim Não NS/NR
No que diz
respeito à
sua situação
actual em
que grupo
profissional
se insere?
Dirigente 8 0 1 9
12,3% 0% 1,5% 13,8%
Técnico
Superior
5 5 0 10
7,7% 7,7% 0% 15,4%
Técnico 1 2 0 3
1,5% 3,1% 0% 4,6%
Técnico
Profissional
5 6 0 11
7,7% 9,2% 0% 16,9%
Administrativo 10 5 0 15
15,4% 7,7% 0% 23,1%
Outro ( ) Qual 4 12 0 16
6,2% 18,5% 0% 24,6%
NS/NR 1 0 0 1
1,5% 0% 0% 1,5%
Total 34 30 1 65
52,3% 46,2% 1,5% 100,0%
Fonte: Inquéritos
Analisando os dados do quadro seguinte confirma-se que a quase maioria dos
colaboradores da CMSV no que diz respeito à sua situação actual em que grupo
profissional se insere (24,6%) outro qual e (23,1%) administrativo o que corresponde a
(47,7%).
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 81
De acordo com o estudo realizado confirma que a maioria dos colaboradores da
CMSV disseram que estão satisfeitos no diz respeito á sua carreira na administração
pública já alguma vez foi promovida(o) que rodam os (52,3%), e (46,2%) disseram que
não estão satisfeitos.
Analisando os dados do quadro no que diz respeito à sua situação actual em que
grupo profissional se insere os outro qual não estão satisfeitos no diz respeito á sua
carreira na administração pública já alguma vez foi promovida(o) que corresponde a
(18,5%), enquanto os dirigentes estão satisfeitos com uma percentagem de (12.3%),
como pode ver na tabela 11.
Tabela 12- Cruzamentos entre habilitações e desenvolvimento profissional
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 82
Habilitações Académicas (completas) * Possibilidade de crescimento e desenvolvimento
profissional
Possibilidade de crescimento e desenvolvimento
profissional
Total
Nada
importante
Pouco
importante Indiferente Importante
Muitíssimo
importante
Habilitações
Académicas
(completas)
Inferior ao
9º Ano
0 2 1 8 2 13
0% 3,1% 1,5% 12,3% 3,1% 20,0%
9º/10º Ano 0 0 1 3 2 6
0% 0% 1,5% 4,6% 3,1% 9,2%
11º/12º Ano 2 0 2 7 2 13
3,1% 0% 3,1% 10,8% 3,1% 20,0%
Licenciatura 0 0 1 9 11 21
0% 0% 1,5% 13,8% 16,9% 32,3%
Outra ( )
Qual
0 0 0 5 7 12
0% 0% 0% 7,7% 10,8% 18,5%
Total 2 2 5 32 24 65
3,1% 3,1% 7,7% 49,2% 36,9% 100,0%
Fonte: Inquéritos
De acordo com abordagem realizada nesse quadro considera-se que uma boa parte dos
colaboradores da CMSV tem uma licenciatura o que corresponde a (32,3%).
Analisando os dados do quadro seguinte confirma-se que a quase totalidade dos
colaboradores da CMSV são importante ou muitíssimo importante Possibilidade de
crescimento e desenvolvimento profissional (86.1%) para o desempenho das suas
funções.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 83
Considerando os aspectos muitíssimo importantes e importantes das habilitações
académicos (30,7%), verifica que valorizam muito o papel dos licenciados na realização
das suas tarefas, como pode constatar na tabela 12.
Tabela 13 - Cruzamento entre idade e sugerir melhorias
Idade * Sugerir melhorias
Sugerir melhorias
Total
Muito
Desmotivado Desmotivado
Pouco
Motivado Motivado
Muito
Motivado
Idade Menor 30
Anos
1 1 1 5 4 12
1,5% 1,5% 1,5% 7,7% 6,2% 18,5%
Entre 30
Anos a 40
Anos
1 1 5 9 4 20
1,5% 1,5% 7,7% 13,8% 6,2% 30,8%
Entre 41
Anos a 50
Anos
1 1 4 10 2 18
1,5% 1,5% 6,2% 15,4% 3,1% 27,7%
Maior
51Anos
inclusive 51
Anos
1 0 7 6 1 15
1,5% 0% 10,8% 9,2% 1,5% 23,1%
Total 4 3 17 30 11 65
6,2% 4,6% 26,2% 46,2% 16,9% 100,0%
Fonte: Inquéritos
Embora através da interpretação dos dados do quadro se constate que (30,8%) estão na
faixa etária entre 30 a 40 anos e (27,7%) estão na faixa etária entre 41 a 50 anos.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 84
Analisando os dados do quadro considera-se que a maioria esmagadora estão
motivados e pouco motivados para se sugerir melhorias na CMSV que rodam os
(72,4%).
De acordo com o estudo realizado entre 30 a 40 anos e entre 41 a 50 anos estão
motivados para sugerir melhoria que rondam os (29,2%) para o melhoramento e
qualidade do serviço prestado ao público, como verificar na tabela 13.
Tabela 14- Cruzamentos entre vínculo e gestão participativa
Qual é o seu vinculo contratual? * A gestão participativa
A gestão participativa
Total
Muito
Insatisfeito Insatisfeito
Pouco
satisfeito Satisfeito
Muito
Satisfeito
Qual é o
seu
vinculo
contratual?
Vínculo
efectivo
3 5 22 13 1 44
4,6% 7,7% 33,8% 20,0% 1,5% 67,7%
Contrato a
termo certo
3 4 2 5 0 14
4,6% 6,2% 3,1% 7,7% 0% 21,5%
Outro ( )
Qual
1 1 1 3 0 6
1,5% 1,5% 1,5% 4,6% 0% 9,2%
NS/NR 0 0 1 0 0 1
0% 0% 1,5% 0% 0% 1,5%
Total 7 10 26 21 1 65
10,8% 15,4% 40,0% 32,3% 1,5% 100,0%
Fonte: Inquéritos
De acordo com a abordagem realizada confirma-se que a maioria tem contrato em
vínculo efectivo (67,7%) e (21,5%) tem contrato a termo certo.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 85
Analisando os dados do quadro seguinte, a maioria esmagadora considera os
aspectos pouco satisfeito e satisfeito para uma gestão participativa o que corresponde a
(72,3%).
Considerando os aspectos pouco satisfeitos e satisfeitos do vínculo efectivo
(53,8%) que é a maioria tem uma gestão participativa na CMSV para o melhoramento
do modelo de gestão, como pode ver na tabela 14.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 86
Capitulo 4
5. CONCLUSÃO
A investigação dos dados de motivação e satisfação feita com base em teorias isoladas
possa permitir conclusões úteis para ajudar uma acção gerencial voltada à melhoria da
gestão dos recursos humanos, o estudo aqui apresentado escolheu duas linhas de
interpretação dos dados, de uma fundamentada na teoria das necessidades de Maslow
onde na base então as necessidades fisiológicas e no topo as necessidades de auto-
realização e outra baseada na teoria da motivação-higiene de Herzberg.
Considerando-se a Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow, pode-se
concluir que a maioria dos respondentes não se encontra motivada em relação aos
factores motivacionais apresentados.
Os indicadores de satisfação indicam o grau de preenchimento dessas
necessidades, o que significa dizer que, apesar de actuarem contrariamente em termos
de motivação, representa um indicativo positivo em termos de gosto dos indivíduos. Em
sentido oposto, os índices de insatisfação, apesar de actuarem positivamente para a
geração do factor motivação, se não trabalhados para proporcionar motivação nas
pessoas, representa um indicativo negativo em termos de contentamento das pessoas. E
isso para a organização não é bom porque pessoas insatisfeitas, se não trabalhadas em
termos de motivação, não utilizam suas energias em benefício da organização.
Alguns pontos importantes a serem referenciados mediante a análise dos dados
foram:
A preponderância de satisfação, proporcionada pelo factor estabilidade no
emprego em relação ao factor remuneração, que comprova que nem sempre o
factor remuneração pode ser considerada o principal factor motivacional de uma
organização;
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 87
O factor Critérios de Nomeações para Funções Gratificadas, único caso em que
ocorreu a preponderância da insatisfação em relação à satisfação, o que o torna
bastante interessante em termos de observação pela organização pesquisada;
A quantidade razoável de pessoas que encontraram em condições de serem
trabalhadas em termos de motivação, como nos casos dos factores Utilização
Plena dos Talentos Individuais, Estímulo à Competição, Gestão Participativa e
Possibilidade de Crescimento e Desenvolvimento.
Tomando como referência a Teoria dos Dois Factores de Herzberg, podemos
concluir que para os factores higiênicos (necessidades fisiológicas, de segurança e
sociais) constata-se a predominância, na maioria das pessoas pesquisadas, do
sentimento de não insatisfação, encontrando-se, dessa forma, o ambiente de trabalho em
equilíbrio, ou seja, propício para as pessoas trabalharem.
Quanto aos factores motivacionais (estima e auto-realização), as conclusões tiradas
são as mesmas apuradas em relação à Teoria da Hierarquia das Necessidades de
Maslow.
Tendo em vista que foram colhidas, mediante um questionário, as percepções de
servidores da Organização pesquisada, quanto a diversos factores geradores de
satisfação/insatisfação; que os dados obtidos foram tabulados e, em seguida, analisados;
e que, verificaram-se os graus de motivação proporcionado por cada factor sobre os
servidores pesquisados, consideram-se plenamente atingidos o objectivo geral e os
objectivos específicos do estudo.
O estudo em questão revela que os funcionários inquiridos apresentam um elevado
grau de motivação, resultante da presença dos factores higiênicos e motivacionais
apontados por Herzberg o que consequentemente cria um ambiente propício ao alcance
da satisfação das necessidades ilustradas por Maslow, o que afecta positivamente o
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 88
desempenho dos funcionários. Tudo isso em conjunto promove condições para que a
missão organizacional seja alcançada de forma plena e eficaz.
6. RECOMENDAÇÕES / SUGESTÕES
Não pretendemos nesta secção de forma alguma apontar o que a Câmara Municipal de
São Vicente deve ou não fazer.
Simplesmente apresentaremos algumas ideias que para nós e segundo pesquisas
realizadas, são pertinentes, há alguns aspectos retirados das conclusões que foram feitas
com base nas percepções dos colaboradores inquiridos.
As sugestões que apresentam para reduzir esta insatisfação demonstram a
percepção que têm sobre a motivação e satisfação organizacional e podem ser bons
indicadores para uma eventual análise das alterações a efectuar foram indicados: os
objectivos anuais e resultados da Câmara Municipal de São Vicente, crescimento e
desenvolvimento profissional, participar em acção de formação, possibilidade de
participar nas decisões da câmara, autonomia no trabalho, ter um trabalho diversificado
e criativo, desenvolvimento trabalho em equipa.
De acordo com a percepção dos colaboradores sobre as sugestões para reduzir a
insatisfação na Câmara Municipal de São Vicente podemos dizer, que o facto curioso é
que os colaboradores estão mais preocupados em primeiro lugar com as suas
remunerações e crescimento e desenvolvimento na carreira, do que com as suas
expectativas pessoais.
A Câmara Municipal São Vicente deve formular estratégias para a criação de
mecanismos que possam dar resposta eficiente e eficaz junto da população público e
consequentemente terá um impacto positivo na vida das pessoas levando o bom nome
da Câmara Municipal São Vicente a todos os cantos do país e do mundo.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 89
A motivação e satisfação organizacional devem ser de tal forma transparente e
objectiva, de modo a que os colaboradores sintam motivados e interessados na
organização e consequentemente no atingir dos seus objectivos estabelecidos:
Que os objectivos da organização sejam socializados com os colaboradores de
forma a serem melhor compreendidos, permitindo-lhes participar para melhoria do
performance da organização;
Que a gestão informe os colaboradores dos objectivos da empresa para o ano
económico e o que espera deles para maximização dos planos e objectivos.
Informatização e capacitação permanente dos intervenientes do todo o processo.
Acreditamos que todos estes aspectos acima referidos têm de ser alcançados na base do
respeito mútuo, da credibilidade e do feed – back.
Não basta termos colaboradores bem pagos para se sentirem motivados e
envolvidos, na dinâmica da organização. Eles devem sentir, que são parte integrante em
todo o processo de mudança, que aconteça na organização.
7. Limitações
Durante a fase da investigação deparou-se com algumas limitações, nomeadamente na
fase de levantamento dos dados. Houve uma certa indisponibilidade de alguns dos
colaboradores em responder os questionários; alguma dificuldade em convencer os
mesmos a responder o questionário; não houve possibilidades de entrevistar o
Presidente e por fim, vários constrangimentos foram encontrados no processo de
recolha de dados, contudo, ultrapassados/contornados, com persistência e perseverança
o que não põem em causa a veracidade do trabalho.
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 90
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A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 93
LISTA DE SITES CONSULTADOS
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 94
ANEXOS
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 95
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 96
O presente questionário faz parte de uma investigação em curso, no âmbito da
Licenciatura em Organização e Gestão de empresa, ministrado pela Universidade do
Mindelo, com fins exclusivamente académicos, sob tema: Motivação e Satisfação
Organizacional: estudo caso: Câmara Municipal de São Vicente.
Este questionário é de natureza confidencial, pelo que o anonimato do funcionário é
respeitado.
Instruções de preenchimentos:
1.Use toda a sinceridade ao responder as questões.
2.Não escreva o seu nome no questionário.
3.Faça em x na resposta escolhida
CARACTERIZAÇÃO GERAL
P1. Sexo
1.1Masculino ( )
1.2 Feminino ( )
P2. Idade (_ _)
P3.Habilitações Académicas (completas)
3.1 Inferior ao 9º Ano ( )
3.2. 9º/10º Ano ( )
3.3. 11º/12º Ano ( )
3.4 Licenciatura ( )
3.5 Outra ( ) Qual?___________________
CARACTERIZAÇÃO PROFISSIONAL
P4.No que diz respeito à sua situação
actual em que grupo profissional se
insere? 4.1 Dirigente ( )
4.2 Técnico Superior ( )
4.3 Técnico ( )
4.4 Técnico Profissional ( )
4.5 Administrativo ( )
4.6 Outro ( ) Qual ?_____________
P5.Há quantos anos trabalha na função
pública?
5.1. Menos de 5 Anos ( )
5.2. 5 a 9 Anos ( )
5.3. 10 a 14 Anos ( )
5.4. 15 a 19 Anos ( )
5.5. 20 a 24 Anos ( )
5.6. Mais 24 Anos ( )
P6.Qual a sua categoria profissional
actual?
R: ________________________________
P7. Há quanto tempo está nessa
categoria? R: ________________________________
P8.Tem funções de chefia?
8.1 Sim ( )
8.2 Não ( )
P9. Qual é o seu vinculo contratual?
9.1 Vinculo efectivo ( )
9.2 Contrato a termo certo ( )
9.3 Outro ( ) Qual?_______________
P10.No que diz respeito á sua carreira na
administração pública já alguma vez foi
promovido(a)?
10.1 Sim ( )
10.2 Não ( )
P11.Em relação as suas perspectivas de
promoção diria que está? 11.1 Muito satisfeito(a) ( )
11.2 Satisfeito(a) ( )
11.3 Pouco satisfeito(a) ( )
11.4 Bastante insatisfeito(a) ( )
11.5 Porque?_____________________
______________________________
A motivação e satisfação organizacional
Dany-Edson Cosme Página 97
1=Muito Insatisfeito, 2=Insatisfeito, 3=Pouco satisfeito, 4=Satisfeito e 5=Muito Satisfeito Q1
1.Satisfação global dos colaboradores com a Câmara Municipal de São Vicente
Satisfação com:
Grau de
satisfação
1 2 3 4 5
A imagem da Câmara Municipal de S.V
O desempenho global da Câmara Municipal de S.V
O relacionamento da organização com os cidadãos e a sociedade
1=Muito Insatisfeito, 2=Insatisfeito, 3=Pouco satisfeito, 4=Satisfeito e 5=Muito Satisfeito Q2
2.Satisfação com administração
Satisfação com a chefia em relação a:
Grau de
satisfação
1 2 3 4 5
Aptidão da liderança para conduzir a organização (estabelecer os
objectivos, afectar recursos, monitorizar o andamento dos projectos...)
Aptidão da gestão para comunicar
Aptidão para motivar os funcionários no desempenho das suas funções
Forma como os objectivos individuais são fixados
Apresentar propostas que possam melhorar os serviços prestados pela
Câmara
1=Muito Insatisfeito, 2=Insatisfeito, 3=Pouco satisfeito, 4=Satisfeito e 5=Muito Satisfeito Q3
3.Satisfação com as condições de trabalho
Satisfação com:
Grau de
satisfação
1 2 3 4 5
O ambiente de trabalho
O horário de trabalho
A possibilidade de conciliar o trabalho com a vida familiar e assuntos
pessoais
A possibilidade de crescimento e desenvolvimento profissional
A sua remuneração
A motivação e satisfação organizacional
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1=Muito Insatisfeito, 2=Insatisfeito, 3=Pouco satisfeito, 4=Satisfeito e 5=Muito Satisfeito Q4
4.Satisfação com o desenvolvimento da carreira
Satisfação com:
Grau de
motivação/satisfação
1 2 3 4 5
A política de gestão de recursos humanos existentes na
organização
A gestão participativa
A progressão na carreira
A igualdade de oportunidade nos processos de promoção
Os critérios de nomeação para funções de chefias
A política de formação implementada pela direcção dos Recursos
Humanos
1=Muito Desmotivado, 2=Desmotivado, 3=Pouco Motivado, 4=Motivado e 5=Muito Motivado Q5
5. Níveis de motivação
Qual é a sua motivação para:
Grau de
motivação
1 2 3 4 5
Apreender novos métodos de trabalho
Desenvolver trabalho em equipa
Sugerir melhorias
Participar nas decisões da Câmara
1=Muito Insatisfeito, 2=Insatisfeito, 3=Pouco satisfeito, 4=Satisfeito e 5=Muito Satisfeito Q6
6. Satisfação com as condições de higiene, segurança, equipamentos e serviços
Satisfação com:
Grau de
satisfação
1 2 3 4 5
Equipamentos informáticos disponíveis
Software disponível
Equipamentos de comunicação disponiveis
Condições de higiene
Condições de segurança
** Este quadro serve para avaliar o resultado de algumas práticas de gestão de recursos
existentes na organização, as quais são avaliadas no contexto do critério 3 e 4.
A motivação e satisfação organizacional
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Em cada item assinale com uma X a que melhor corresponde a sua opinião.
1=Nada importante, 2=Pouco importante, 3=Indeferente, 4=Importante e 5=Muitissimo importante Q7
7.Diga por favor, qual é o grau de importância que atribui aos
seguintes aspectos inerentes ao trabalho: 1 2 3 4 5
Possibilidade de crescimento e desenvolvimento profissional
Participar em acções de formação
Possibilidade de participar nas decisões da Câmara
Autonomia no trabalho
Ter um trabalho diversificado e criativo
Desenvolvimento de trabalho em equipa
Q8
Marca 1º e 2º Itens
Antiguidade na Câmara
Grau Académico
Grau de desempenho na Câmara
Capacidade de liderança e de assumir responsabilidades
Capacidade de trabalhar em equipa
Cor política
P12.Tendo em conta a importância que as chefias possuem para o melhoramento
do desempenho organizacional, gostaríamos que indicasse no máximo três aspectos
que considera que as chefias devem atribuir atenção especial:
1.Incentivar processos de mudanças organizacional. ( )
1.Aceitar critica construtivas. ( )
3.Aceitar sugestões de melhoria por parte dos funcionários. ( )
4.Encorajar a confiança mútua e a colaboração entre os diferentes serviços. ( )
5.Apostar fortemente na formação. ( )
6.Incentivar a participação dos funcionários no melhoramento da Câmara. ( )
P13.No cômputo geral, diria que o seu trabalho actualmente é?
1.Muito interessante ( )
2 Interessante ( )
3.Desinteressante ( )
4.Completamente desinteressante ( )
Muito obrigado pela vossa colaboração
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Resultado do questionário
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