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XIII Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis XIII Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq 27 de novembro a 01 de dezembro de 2017 A modelagem informatizada como ferramenta para acelerar a produção de protótipos e otimizar o desenvolvimento de produtos no design de moda Suelen Rizzi Mestranda em Design Centro Universitário Ritter dos Reis - Uniritter [email protected] Anne Anicet Rüthschilling Doutora em Design Centro Universitário Ritter dos Reis - Uniritter [email protected] Vinícius Gadis Ribeiro Doutor em Computação Centro Universitário Ritter dos Reis - Uniritter [email protected] Resumo: O presente artigo tem como objetivo apresentar de que forma a modelagem informatizada pode contribuir para acelerar a elaboração de moldes, e consequentemente, o encaixe, risco e corte da modelagem, para posterior confecção de protótipos de peças de vestuário. Para verificar a efetividade da questão proposta, foi realizado um estudo comparativo, através de um experimento que consistiu na elaboração da modelagem plana manual e informatizada de uma saia no tamanho 42. Em seguida, foram realizados os processos de encaixe e risco, considerando os processos manuais e informatizados, para posteriormente realizar o corte e a costura dos protótipos. Após a conclusão da confecção, foi realizada a prova e avaliação das peças em uma modelo real, que possuía as medidas padrões, de acordo com a base de modelagem utilizada na elaboração dos moldes interpretados. Por fim, foram realizados os ajustes de modelagem verificados durante a prova em ambos os métodos anteriormente citados. Com o estudo, foi possível evidenciar como a informatização no desenvolvimento da modelagem pode impactar de forma positiva o processo de desenvolvimento de produtos no design de moda, bem como, acelerar as etapas subsequentes. 1 Introdução A contemporaneidade manifesta um crescente apreço pelo novo e pela exploração estética. O caráter efêmero do consumo massificado gera uma exponencial demanda por produtos diferenciados, atrativos e de caráter inovador. Mas em contrapartida ao aumento da demanda, também crescem as exigências com relação aos mesmos, em especial os ofertados pelo mercado de moda. Os produtos de moda encantam os consumidores ao aliar design, estética e vestibilidade. Quando essas características essenciais são encontradas nas roupas, o desejo por elas cresce e, consequentemente a demanda por novidades no setor só aumenta.

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XIII Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 27 de novembro a 01 de dezembro de 2017

A modelagem informatizada como ferramenta para acelerar a

produção de protótipos e otimizar o desenvolvimento de produtos no design de moda

Suelen Rizzi Mestranda em Design Centro Universitário Ritter dos Reis - Uniritter [email protected] Anne Anicet Rüthschilling

Doutora em Design Centro Universitário Ritter dos Reis - Uniritter [email protected] Vinícius Gadis Ribeiro

Doutor em Computação

Centro Universitário Ritter dos Reis - Uniritter [email protected] Resumo: O presente artigo tem como objetivo apresentar de que forma a modelagem informatizada pode contribuir para acelerar a elaboração de moldes, e consequentemente, o encaixe, risco e corte da modelagem, para posterior confecção de protótipos de peças de vestuário. Para verificar a efetividade da questão proposta, foi realizado um estudo comparativo, através de um experimento que consistiu na elaboração da modelagem plana manual e informatizada de uma saia no tamanho 42. Em seguida, foram realizados os processos de encaixe e risco, considerando os processos manuais e informatizados, para posteriormente realizar o corte e a costura dos protótipos. Após a conclusão da confecção, foi realizada a prova e avaliação das peças em uma modelo real, que possuía as medidas padrões, de acordo com a base de modelagem utilizada na elaboração dos moldes interpretados. Por fim, foram realizados os ajustes de modelagem verificados durante a prova em ambos os métodos anteriormente citados. Com o estudo, foi possível evidenciar como a informatização no desenvolvimento da modelagem pode impactar de forma positiva o processo de desenvolvimento de produtos no design de moda, bem como, acelerar as etapas subsequentes. 1 Introdução

A contemporaneidade manifesta um crescente apreço pelo novo e pela exploração estética. O caráter efêmero do consumo massificado gera uma exponencial demanda por produtos diferenciados, atrativos e de caráter inovador. Mas em contrapartida ao aumento da demanda, também crescem as exigências com relação aos mesmos, em especial os ofertados pelo mercado de moda. Os produtos de moda encantam os consumidores ao aliar design, estética e vestibilidade. Quando essas características essenciais são encontradas nas roupas, o desejo por elas cresce e, consequentemente a demanda por novidades no setor só aumenta.

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No processo de criação o designer de moda precisa estar atento à inúmeras questões, tais como o perfil do público-alvo, o conceito da coleção, o feedback em relação às coleções anteriores e após o desenvolvimento do projeto da coleção precisa verificar se a peça ficará conforme o projeto concebido por ele, é nesse momento que o modelista entra em ação. É importante ter ciência de que a modelagem está intimamente ligada ao design e à vestibilidade da peça, pois, segundo Treptow (2013, p.151), “a modelagem está para o design de moda assim como a engenharia está para a arquitetura”, ou seja, a modelagem é capaz de estruturar e materializar a ideia concebida pelo designer, atendendo às expectativas idealizadas.

Alguns itens de vestuário possuem forte apelo estético e visual, mas deixam de ser adquiridas após a prova pelo consumidor, quando ele percebe que a peça não se ajustou conforme o esperado, não vestiu bem e que não oferece o conforto e caimento corretos. O que pode significar que a peça não está com a modelagem adequada. Nesse caso, pode existir falha no desenvolvimento da modelagem, que pode ocorrer por diversos fatores, dentre eles o curto espaço de tempo entre a entrega dos modelos pelo setor de estilo, a própria elaboração da modelagem, a confecção e avaliação do protótipo e o preparo dos moldes para a produção em maior escala.

Os profissionais envolvidos na cadeia de produção do vestuário precisam correr contra o tempo para que as coleções estejam no varejo o mais rápido possível e, neste processo, pequenos descuidos podem comprometer o resultado final, pois se não houver um processo de desenvolvimento adequado, o produto poderá pecar em questões de vestibilidade e qualidade e não agradar o consumidor. Desta forma, compreende-se a importância da modelagem para a configuração do produto, atendendo às expectativas daquilo que foi definido anteriormente no planejamento dos modelos da coleção.

Atualmente, no entanto, muitas empresas ainda utilizam o método de modelagem plana manual. Levando em consideração a complexidade do processo e das etapas posteriores relacionadas a ele, deve-se ter consciência que o tempo demandado para tal é relativamente alto, o que faz com que os profissionais envolvidos necessitem aperfeiçoar o processo para que o tempo de desenvolvimento e produção em série seja diminuído. Nessas condições, compreende-se que este processo necessita de otimização, e que o investimento em tecnologias relacionadas à modelagem e etapas subsequentes apresenta-se como uma opção para que as mesmas sejam desenvolvidas com redução do tempo, dos custos, da geração de resíduos e com ganhos significativos na qualidade.

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O artigo aborda as temáticas relativas ao desenvolvimento de produtos no design de moda, como a criação e geração de alternativas e o processo de modelagem do vestuário, para auxiliar no entendimento em relação à essas questões e embasar o estudo comparativo realizado.

2 O processo de desenvolvimento de produtos no design de moda

Esta seção irá abordar como ocorre o processo de desenvolvimento de produtos no design de moda.

2.1 Criação e geração de alternativas O designer de moda ou estilista é o profissional responsável pela

primeira fase do Desenvolvimento de Produto. Nessa etapa são criadas as peças que irão compor uma determinada coleção de moda. O designer, após realizar uma pesquisa de tendências, a qual pode ser feita de diversas formas, tais como viagens, pesquisa em sites direcionados, revistas, bureau de estilo, entre outros, idealiza um painel visual com o tema, as principais tendências, cores e materiais que se aliam ao público-alvo para o qual a coleção será destinada.

De posse de um parâmetro de coleção definido, tema escolhido, cartela de cores delimitada e tecidos e aviamentos selecionados, o designer passa a criar propostas para a coleção. É importante que ele se preocupe com a intercambialidade das peças, ou seja, que uma mesma peça possa compor vários looks. (TREPTOW, 2013, p. 136)

É nesse momento que se inicia a criação de croquis das peças e looks que irão compor a coleção. Muitas ideias são geradas, mas apenas algumas serão realmente transformadas em protótipos reais, isso é decidido junto a equipe de estilo, compras, vendas e direção por meio de avaliação de todas as características das peças, tais como modelo, materiais, custos e relação com o público-alvo. Nesse momento também podem surgir outras ideias que serão compiladas para a geração de novos croquis e em seguida realiza-se outro encontro para a escolha das peças que irão compor de fato a coleção. Uma vez escolhidas as peças, os modelos são desenhados em uma ficha técnica onde estão discriminadas todas as características do produto e as informações necessárias para as etapas subsequentes como a modelagem e a prototipia.

2.2 Modelagem

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Na modelagem, inicia-se a materialização da ideia, pois nessa etapa são desenvolvidos os moldes referentes aos modelos propostos de uma coleção. Conforme Araújo (1996, p. 92), “os modelistas são intérpretes de uma linguagem muito especial, baseada em desenhos e anotações de estilistas e comerciais. O seu objetivo consiste em produzir moldes, que após o tecido ser cortado e montado, reproduzam o desenho e estejam de acordo com as medidas”.

Após a seleção dos modelos da coleção pela equipe designada para tal, os modelos são encaminhados ao setor de modelagem, com a ficha técnica de cada produto, já com todas as informações necessárias para o desenvolvimento da modelagem e protótipos. Segundo Treptow (2013), geralmente os protótipos são desenvolvidos no tamanho 40 ou 42, para empresas que trabalham com grade numérica, ou nos tamanhos P (pequeno) ou M (médio) para empresas que trabalham com esse tipo de graduação.

O processo de modelagem inicia-se a partir da elaboração dos moldes base, que são confeccionados utilizando-se de uma tabela de medidas pré-definida, elaborada em conformidade com as medidas padrão do público-alvo da empresa.

Um molde básico (bloco básico ou caixa de modelagem) é um modelo bidimensional para um formato básico de uma peça de roupa (como a forma de um corpete ou de uma saia ajustada) que pode ser interpretado em um design mais elaborado. Os moldes não apresentam detalhes de estilo ou margem de costura e são construídos com base em uma tabela de medidas ou nas medidas de um modelo vivo. (FISCHER, 2010, p. 20)

A partir dos moldes bases é feita a interpretação dos modelos da coleção elaborando as modelagens, conforme o projeto do produto definido anteriormente pelo setor de estilo. Ao final, os moldes devem estar totalmente completos e com todas as informações necessárias às etapas subsequentes.

O molde final apresenta um conjunto de peças de papel que são tracejadas no tecido e então, cortadas antes de serem costuradas para formar uma peça tridimensional. Cada uma dessas peças contém piques que indicam o seu ponto de junção, permitindo a quem está montando costurá-las com exatidão. (FISCHER, 2010, p. 21)

A modelagem plana pode ser desenvolvida de duas formas, manual e informatizada. Na modelagem plana manual, o processo é tradicionalmente

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realizado utilizando-se papel e as demais ferramentas necessárias para a execução dos moldes, tais como esquadro, régua, curva francesa, curva de alfaiate, lápis, lapiseira, borracha, fita métrica, pique, furador, tesoura e carretilha. O tempo de execução da modelagem plana manual é dispendioso, devido às muitas etapas que compõem o processo. Uma vez que o diagrama de interpretação é feito sobre o molde base, torna-se necessário destacar os moldes intermediários e finais para a colocação das margens de costura utilizando outro papel.

No método informatizado, todo o processo de modelagem acontece no computador, utilizando softwares específicos para esta tarefa. Além de ser muito mais rápido, não gera nenhum resíduo nesse momento, pois todas as etapas e moldes necessários são desenvolvidos no computador e só são transportados para o papel, havendo a impressão (plotagem) em tamanho real quando a modelagem estiver completamente pronta para o encaixe e corte do protótipo. Cálculos complexos para otimização do material e alterações são também possíveis a qualquer etapa, de forma instantânea.

3 Estudo comparativo de modelagem plana manual e informatizada Para elucidar questões relativas à uma das fases mais importantes do

processo de Desenvolvimento de Produto, foi realizado um estudo comparativo de modelagem plana manual e informatizada. Optou-se por desenvolver a modelagem de uma saia em tecido plano, no tamanho 42, conforme tabela de medidas (DUARTE, 2013. p.109) e base de modelagem de saia frente e costas (DUARTE, 2013. p.113-114), devido ao fato de que as medidas da tabela coincidiam com as medidas da modelo de prova.

Primeiramente foi realizado o procedimento com o método de modelagem manual do modelo proposto. Os materiais que seriam utilizados durante a elaboração dos moldes já se encontravam sobre a mesa de modelagem. Decidiu-se fazer dessa forma para que a parte inicial de modelagem manual pudesse se equiparar com o de modelagem informatizada, pois compreende-se que no software, todas as ferramentas já se encontram disponíveis no início do desenvolvimento da modelagem. O cronômetro foi ativado ao início do processo de observação do desenho e as características e informações do modelo que seria modelado. Em seguida, o molde base da saia foi traçado em papel kraft, respeitando as indicações do molde e iniciou-se a interpretação da modelagem, respeitando as características do modelo. Nesse momento, a pence da cintura da frente foi transferida para a barra da saia dando forma ao modelo evasê da saia, sendo necessário retraçar a linha da barra e cintura com a curva de alfaiate. Após foram retirados paralelamente

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três centímetros na altura da cintura e a partir dessa medida foram marcados quatro centímetros também paralelamente para formar o cós da peça e retraçada a linha do cós.

Ao término do diagrama de interpretação, outro pedaço de papel kraft foi dobrado ao meio e os moldes da frente e o cós da frente da saia foram transportados para o novo papel utilizando carretilha e E.V.A. Em papel simples (sem dobra), os moldes das costas e o cós das costas foram transportados para o novo papel também utilizando carretilha e E.V.A. Foram acrescentadas as margens de costura de um centímetro na cintura e laterais da frente e costas da saia, ao redor de todo o cós da frente e dos cós das costas, também foi acrescentada bainha de dois centímetros na barra da frente e costas da saia. Para finalizar os moldes foram descritas todas as informações necessárias, tais como referência do modelo, nome da parte, tamanho, fio, quantidade de vezes a ser cortado e acrescentados os piques de união e de identificação. Salienta-se que tais informações serão importantes nos processos subsequentes à modelagem, como o encaixe e risco dos moldes sobre o tecido, o corte e costura da peça.

Figura 1: Moldes base da saia frente e costas

Fonte: Elaborada pelos autores, com base na pesquisa realizada.

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Figura 2: Moldes finalizados com margem de costura, marcações e informações

Fonte: Elaborada pelos autores, com base na pesquisa realizada.

Em seguida foram realizados os procedimentos com o método informatizado, sendo que o processo inicial de avaliação do modelo foi o mesmo. Na segunda etapa já foi possível identificar diferenças entre os métodos, pois em vez de copiar os moldes bases da saia em outro papel, no computador o arquivo do molde base da saia foi aberto, copiado colado em um arquivo novo. Após deu-se início ao processo de interpretação de modelagem com as operações realizadas no processo manual, mas utilizando-se das ferramentas informatizadas.

Figura 3: Moldes informatizados da base da saia frente e costas

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Fonte: Elaborada pelos autores, com base na pesquisa realizada.

Figura 4: Moldes finalizados informatizados, com margem de costura, marcações e informações

Fonte: Elaborada pelos autores, com base na pesquisa realizada.

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Para a confecção do protótipo foi necessário realizar um encaixe das partes da modelagem e o corte da peça em tecido. Manualmente os moldes foram posicionados sobre o tecido e riscados com giz de alfaiate e cortados com uma tesoura manual. O encaixe informatizado foi realizado em software específico e foi utilizada um plotter para a impressão do risco, o mesmo foi retirado e colocado sobre a metragem de tecido, e por fim, cortado com tesoura manual.

Quadro 1: Tempo cronometrado nos processos de modelagem e encaixe

Modelagem Plana Manual

Modelagem Plana Informatizada

Encaixe e Risco Manuais

Encaixe e Risco Informatizados

34:44 min 11:07 min 07:41 min 04:35 min

Fonte: Elaborado pelos autores, com base na pesquisa realizada.

3.1 Prototipia, prova e ajustes de modelagem Uma vez concluído o corte, os protótipos foram costurados em máquina reta industrial com guia de costura posicionado na medida da margem de costura. Ao concluir a confecção, as peças foram provadas na modelo de prova, havendo a análise e sugestão de ajustes de modelagem para que a peça final ficasse de acordo com o modelo.

Figura 5: Protótipo frente e costas confeccionado com a modelagem manual

Fonte: Elaborada pelos autores, com base na pesquisa realizada.

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Figura 6: Protótipo frente e costas confeccionado com a modelagem informatizada

Fonte: Elaborada pelos autores, com base na pesquisa realizada.

É perceptível que não houveram diferenças em relação ao aspecto final dos protótipos, pois mesmo que a modelagem tenha sido realizada em métodos diferentes, as medidas, o tecido e o método de costura utilizados foram os mesmos. Feita a prova, os ajustes de modelagens sugeridos foram realizados em ambos os métodos.

Quadro 2: Tempo cronometrado nos processos de ajustes de modelagem

Ajustes de Modelagem (Método Manual)

Ajustes de Modelagem (Método Informatizado)

Tempo Cronometrado 06:22 min 02:43 min

Fonte: Elaborado pelos autores, com base na pesquisa realizada.

Como as alterações propostas não foram tão significativas, não houve necessidade de confeccionar novos protótipos e elas foram realizadas nos já existentes. 4 Análise dos Dados Coletados Com base nos dados coletados observou-se a disparidade de tempo decorrido nos processos executados de forma manual e informatizada. A modelagem manual demorou 23 minutos a mais que a modelagem informatizada desde o início do procedimento, pois o fato de ter que transportar os moldes para outro papel tanto a base como os moldes já interpretados,

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acrescentar a margem de costura em todos os moldes e recortá-los tornam a tarefa onerosa. Em relação ao encaixe e risco, o método informatizado também se mostrou mais rápido, ainda que existia a necessidade de ser impresso em plotter e retirado do mesmo para o corte. Nesse caso o corte foi feito manualmente em ambos os riscos, então não houve diferença nesse procedimento. A confecção dos protótipos foi feita da mesma forma e também não influenciou a disparidade em questão de tempo no processo e no resultado final dos mesmos. Já nos ajustes da modelagem após a prova observou-se uma diferença no tempo de execução nos diferentes métodos, novamente o processo informatizado destacou-se como sendo o mais rápido. 5 Conclusões

Com a análise dos dados coletados observou-se a diferença de tempo na execução dos procedimentos nos métodos manual e informatizado, pois o tempo decorrido no processo informatizado é realmente menor que o processo manual. Isso possibilitou a otimização do processo de desenvolvimento do produto, pois com a modelagem pronta mais rapidamente, o encaixe e risco são feitos igualmente mais rápidos e o corte e confecção do protótipo serão feitos mais cedo do que no processo manual. Tendo em vista que, todas as etapas citadas anteriormente integram o desenvolvimento de produtos, pode-se perceber que todo o desenvolvimento pode ser acelerado, permitindo um ganho significativo de tempo de forma global. Os profissionais da área e as empresas de confecção de vestuário podem utilizar-se dessa tecnologia para promover a otimização no sistema produtivo como um todo. Referências ARAÚJO, Mário de. Tecnologia do Vestuário. 1 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbekian, 1996. 456 p.

DUARTE, Sônia. Tabela de Medidas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guarda Roupa, 2012. 240 p.

FISCHER, Anette. Construção do Vestuário: planejamento de coleção. 1 ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. 192 p.

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TREPTOW, Doris. Inventando Moda: planejamento de coleção. 5. ed. São Paulo: Doris Treptow, 2013. 208 p.