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    Prof. Ilydio Pereira de S (CAP / UERJ)

  • A Magia da Matemtica Oficina Pedaggica Prof. Ilydio P. de S www.magiadamatematica.com

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    A MAGIA DA MATEMTICA OFICINA PEDAGGICA 1Ilydio Pereira de S

    I) INTRODUO: Gostaramos que esta oficina pedaggica fornecesse a voc algum material de reflexo sobre o ensino da Matemtica no ensino fundamental: Currculo; Objetivos e Metodologia. Gostaramos ainda de provocar a discusso sobre o porque que determinados conhecimentos matemticos so priorizados, em detrimento de outros que a Escola e seu currculo clssico tenta normalmente esconder. No teremos a preocupao com uma linearidade dos temas abordados, sries e momentos onde podero (se voc achar adequados) ser enfocados. Para ns, o mais importante que pensemos em nossa prtica docente, em como aprendemos, como ensinamos (ou tentamos ensinar), no mito gerado de que a matemtica uma cincia rida, difcil, chata e para o entendimento de um pequeno e seleto grupo de iluminados. Os textos, atividades, jogos, livros de apoio que abordaremos em nosso estudo tm por objetivo funcionar como um antdoto para esse mal que sempre acompanhou o ensino e a aprendizagem em Matemtica. Nosso enfoque tem por base a rea denominada Educao Matemtica, que uma rea do conhecimento com um nmero crescente de adeptos em todo o mundo. Diversos professores tm usado, com sucesso, esses conhecimentos em suas aulas de Matemtica. A Educao Matemtica serviu de base terica para diversas reformulaes curriculares, inclusive para os Parmetros Curriculares Nacionais. O eminente professor brasileiro, Dr. Ubiratan DAmbrsio, um dos mais importantes Educadores Matemticos do mundo apresenta, numa das palestras que proferiu, duas sugestes que podem ajudar a Matemtica a se tornar uma disciplina apreciada e til na escola:

    1. Integrar a Matemtica no mundo moderno, discutindo e analisando os problemas maiores da humanidade;

    2. Recuperar o ldico na Matemtica. De outra maneira, segundo DAmbrsio, mantidas as coisas como esto atualmente, a Matemtica poder encontrar seu fim nos currculos escolares. No contexto da Educao Matemtica, precisamos caracterizar a relao entre a Matemtica e a sociedade, bem como a influncia dos fatores socioculturais no desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem em Matemtica, incorporando saberes e questionamentos oriundos de novas reas do conhecimento. Poderamos caracterizar a Educao Matemtica como pertinente corrente progressista no processo ensino / aprendizagem, lembrando que dentre os vrios enfoques existentes, destacamos, destacamos os enfoques: tradicional e progressista.

    1 Ilydio Pereira de S: Mestre em Educao Matemtica, professor da UERJ, da Universidade Severino Sombra e autor do

    livro Magia da Matemtica: Atividades Investigativas, Curiosidades e Histrias da Matemtica.

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    O primeiro desconsidera os determinantes scio-econmicos. A Matemtica concebida sem historicidade, surge de forma isolada, sem referncia. Esse enfoque considera que o professor detentor do saber e que o aluno nada sabe. Sob este aspecto, valoriza-se o uso da memria, da repetio, dos algoritmos e das tcnicas. Os programas so rgidos e os contedos so hierarquizados. O enfoque progressista concebe o ensino de Matemtica integralmente comprometido com a transformao social, desenvolvendo estratgias que solicitam maior participao do aluno, de modo que a Matemtica seja atraente, prazerosa, ldica e til, tanto quanto instrumento para a vida e para o trabalho. sob essa tica que trabalharemos nessa oficina pedaggica.

    II) PERFIL DE UM EDUCADOR MATEMTICO: Na Educao Matemtica as pesquisas e discusses que se tm desenvolvido apontam para uma mudana de postura do professor. Vamos comentar algumas dessas concluses apresentadas em diversos encontros para Educadores Matemticos, realizados no Brasil a partir da dcada de 1980.

    UM EDUCADOR MATEMTICO ...

    lgico que isso vai exigir de ns um aprendizado constante, uma troca com nossos colegas de trabalho e com nossos alunos e uma postura de que nunca estaremos prontos.

    Muitas vezes somos tentados a apresentar um contedo acabado, pronto, exato, fechado como possibilidade nica e que os alunos tm que aceitar de forma pacfica, sem dvidas e sem contestaes.

    Procuraremos em nossa oficina pedaggica trabalhar de acordo com esse perfil, estimulando que encontre as respostas e o desenvolvimento da intuio, sem a pressa de entregar uma concluso rpida e acabada. muito importante que voc procure, em sua prtica pedaggica, trabalhar os erros que seus alunos possam cometer , compreendendo-os como uma das etapas da construo do conhecimento.

    procura produzir, no decorrer dos trabalhos com

    seus alunos, o maior nmero possvel de inter-

    relaes entre o que se faz na sala de aula e as

    situaes cotidianas

    nunca desenvolve um contedo matemtico,

    entregando-o ao aluno como pronto , procurando desenvolver a descoberta e a

    transferncia de uma situao para outra.

    incentiva a autoconfiana do aluno no processo

    da inveno de mecanismos alternativos de

    soluo dos problemas e atividades propostas,

    possibilitando um sentimento de gratificao com o porque e com o que aprende o aluno.

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    Muitas discusses tm acontecido sobre o uso das novas tecnologias em sala de aula. Achamos que o foco hoje nem deve mais ser sobre o uso ou no uso desses artefatos, mas sim sobre como e em que momentos devem ser utilizados.

    Todos temos que estar antenados com as transformaes do mundo e abertos para um aperfeioamento constante. Vrios so os motivos para que o educador matemtico nunca se considere pronto. Entre diversos fatores, podemos destacar:

    Avanos e inovaes na rea de Tecnologias de Informao e Comunicao; Mudanas nos currculos, na avaliao, na legislao educacional e nos livros

    didticos; Novas perspectivas em pesquisa educacional e nas cincias sociais; Novas tendncias em Educao Matemtica; Novas pesquisas e descobertas em psicologia e pedagogia.

    A obteno de um diploma de curso de formao de professores ou curso superior, j faz muito tempo, no pode ser considerada garantia para a conquista de um emprego e, ao mesmo tempo, esse diploma tambm no garante eficincia e bom desempenho profissional. Cabe ao professor manter-se atualizado, adquirindo o hbito da leitura, da pesquisa, da busca de informaes auxiliares sua prtica pedaggica. Os livros didticos e paradidticos tm evoludo muito nos ltimos anos, assim como materiais pedaggicos, softwares educacionais, vdeos, programas de TV na rea de educao e didtica da matemtica. Cabe destacar que, alm dos livros de contedo matemtico, esto surgindo no mercado excelentes livros, revistas e materiais multimdia com: matemtica ldica, curiosidades, metodologias, histria da matemtica, resoluo de problemas, investigaes matemticas em classe, que so tambm muito importantes como complementao de formao de professores.

    Sabemos que os problemas do ensino de Matemtica passam tambm por problemas mais gerais do ensino como um todo e que derivam tambm das situaes desfavorveis como jornada de trabalho e salrios e que devem ser reivindicaes constantes dos professores junto aos Governos. Mas por outro lado existem as questes pedaggicas cuja soluo s pode ser obtida por ns mesmos, profissionais da Educao, e no razovel esperar a soluo da primeira questo, para que possamos atacar a segunda.

    aceita que as novas metodologias e instrumentos

    (como a calculadora e o computador) tenham um papel importante no processo ensino-aprendizagem.

    estuda, pesquisa e entende que ningum pode

    cobrir nossos dficits a no ser ns mesmos.

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    TEXTOS PARA

    REFLEXO

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    A ARTE DE PRODUZIR FOME Rubem Alves - Folha On-line de 31.10.2002

    Adlia Prado me ensina pedagogia. Diz ela: "No quero faca nem queijo; quero fome". O comer no comea com o queijo. O comer comea na fome de comer queijo. Se no tenho fome intil ter queijo. Mas se tenho fome de queijo e no tenho queijo, eu dou um jeito de arranjar um queijo... Sugeri, faz muitos anos, que, para se entrar numa escola, alunos e professores deveriam passar por uma cozinha. Os cozinheiros bem que podem dar lies aos professores. Foi na cozinha que a Babette e a Tita realizaram suas feitiarias... Se vocs, por acaso, ainda no as conhecem, tratem de conhec-las: a Babette, no filme "A Festa de Babette", e a Tita, em "Como gua para Chocolate". Babette e Tita, feiticeiras, sabiam que os banquetes no comeam com a comida que se serve. Eles se iniciam com a fome. A verdadeira cozinheira aquela que sabe a arte de produzir fome... Quando vivi nos Estados Unidos, minha famlia e eu visitvamos, vez por outra, uma parenta distante, nascida na Alemanha. Seus hbitos germnicos eram rgidos e implacveis. No admitia que uma criana se recusasse a comer a comida que era servida. Meus dois filhos, meninos, movidos pelo medo, comiam em silncio. Mas eu me lembro de uma vez em que, voltando para casa, foi preciso parar o carro para que vomitassem. Sem fome, o corpo se recusa a comer. Forado, ele vomita. Toda experincia de aprendizagem se inicia com uma experincia afetiva. a fome que pe em funcionamento o aparelho pensador. Fome afeto. O pensamento nasce do afeto, nas