a língua, a arte e a voz do trabalhador

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ANO VII | NÚMERO 107 | 30 de Abril de 2012 O dia 1º de maio foi definido como o Dia do Trabalho ou o Dia do Trabalhador em diversos países do mundo a partir do ano de 1886, quando, na industrializada Chicago (Estados Unidos), milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de treze para oito horas diárias. No Brasil, a data tornou-se oficial somente em setembro de 1925, após a criação de um decreto do então presidente Artur Bernardes. Também foi num 1° de maio, mas em 1940, que o presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo, valor mensal destinado a suprir as necessidades básicas da família do trabalhador. Após todos esses anos, e conscientes dos avanços obtidos desde a revolta de Chicago, sabemos que muitos ainda sofrem com jornadas de trabalho abusivas, péssimas condições de trabalho e salários mínimos muito aquém do suprimento das necessidades básicas que um ser humano tem para viver em sociedade. Por conta disso, o Dia do Trabalho é sempre mundialmente marcado por manifestações, passeatas, greves e movimentos reivindicatórios, que viraram a principal forma de expressão do trabalhador explorado — a sua voz. Foi preciso usar a linguagem como instrumento de mudança para que os trabalhadores se reunissem e se organizassem em torno de seus ideais comuns. É preciso usar a linguagem para que os trabalhadores do mundo entendam a língua dos seus direitos, a língua da justiça social. E a linguagem na forma de arte sempre esteve presente, em todas as suas formas, para falar da dor, do sonho, da vida de quem trabalha. David Copperfield, um dos livros que marcou a vida do reitor Joaquim Clotet A língua, a arte e a voz do trabalhador Na quinta, 29 de abril, a FALE lançou o seu Cafezinho Literário com a presença ilustre do Reitor da PUCRS, Ir. Joaquim Clotet. O Reitor usou os trinta minutos para falar de Charles Dickens e do romance David Copperfield. O reitor contou um pouco da vida de Dickens e de algumas aproximações entre o autor e obra, enfocando as qualidades da personagem e trazendo aos espectadores muitas referências de sua principal área de atuação, a Bioética. O tempo foi curto para tantas reflexões e referências! Essa é a principal ideia do projeto: trazer pessoas das mais diversas áreas para uma conversa rápida sobre um livro, um autor que marcou sua vida. Ao final, todos os convidados recebem um marcador de página com uma frase escolhida pelo convidado. Café com literatura Os encontros serão sempre nas últimas quintas- feiras, às 13h, no saguão da Faculdade de Arquitetura. O próximo Cafezinho Literário será dia 31 de maio e o convidado será o professor Ivan Izquierdo, que vai falar sobre Jorge Luis Borges. O evento é aberto para toda a comunidade acadêmica. Esperamos todos lá! (Colaboração: Juliana Grünhäuser) Marcador de página oferecido à plateia no primeiro Cafezinho Literário Divulgação Ana Ibaños

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Page 1: A língua, a arte e a voz do trabalhador

ANO VII | NÚMERO 107 | 30 de Abril de 2012

O dia 1º de maio foi definido como o Dia do Trabalho ou o Dia do Trabalhador em diversos países do

mundo a partir do ano de 1886, quando, na industrializada Chicago (Estados Unidos), milhares de trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de treze para oito horas diárias. No Brasil, a data tornou-se oficial somente em setembro de 1925, após a criação de um decreto do então presidente Artur Bernardes. Também foi num 1° de maio, mas em 1940, que o presidente Getúlio Vargas instituiu o salário mínimo, valor mensal destinado a suprir as necessidades básicas da família do trabalhador.

Após todos esses anos, e conscientes dos avanços obtidos desde a revolta de Chicago, sabemos que muitos ainda sofrem

com jornadas de trabalho abusivas, péssimas condições de trabalho e salários mínimos muito aquém do suprimento das necessidades básicas que um ser humano tem para viver em sociedade. Por conta disso, o Dia do Trabalho é sempre mundialmente marcado por manifestações, passeatas, greves e movimentos reivindicatórios, que viraram a principal forma de expressão do trabalhador explorado — a sua voz.

Foi preciso usar a linguagem como instrumento de mudança para que os trabalhadores se reunissem e se organizassem em torno de seus ideais comuns. É preciso usar a linguagem para que os trabalhadores do mundo entendam a língua dos seus direitos, a língua da justiça social. E a linguagem na forma de arte sempre esteve presente, em todas as suas formas, para falar da dor, do sonho, da vida de quem trabalha.

David Copperfield, um dos livros que marcou a vida do reitor Joaquim Clotet

A língua, a arte e a voz do trabalhador

Na quinta, 29 de abril, a FALE lançou o seu Cafezinho Literário com a presença ilustre do Reitor da PUCRS, Ir. Joaquim Clotet. O Reitor usou os trinta minutos para falar de Charles Dickens e do romance David Copperfield. O reitor contou um pouco da vida de Dickens e de algumas aproximações entre o autor e obra, enfocando as qualidades da personagem e trazendo aos espectadores muitas referências de sua principal área de atuação, a Bioética. O tempo foi curto para tantas reflexões e referências!

Essa é a principal ideia do projeto: trazer pessoas das mais diversas áreas para uma conversa rápida sobre um livro, um autor que marcou sua vida. Ao final, todos os convidados recebem um marcador de página com uma frase escolhida pelo convidado.

Café com literatura

Os encontros serão sempre nas últimas quintas-feiras, às 13h, no saguão da Faculdade de Arquitetura. O próximo Cafezinho Literário será dia 31 de maio e o convidado será o professor Ivan Izquierdo, que

vai falar sobre Jorge Luis Borges. O evento é aberto para toda a comunidade acadêmica. Esperamos todos lá! (Colaboração: Juliana Grünhäuser)

Marcador de página oferecido à plateia no primeiro Cafezinho Literário

Divulgação

Ana Ibaños

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Na segunda semana de maio, o Congresso Internacional de Leitura e Literatura Infantil e Juvenil chega a sua terceira edição bienal e traz para o foco das discussões acadêmicas as tecnologias relacionadas à leitura e à literatura. Na edição de 2012, então, o evento coloca-se como uma proposta de cartografia da construção contemporânea do indivíduo pela mediação, seja por computador, celulares, ou gadgets em relação íntima com os formatos possíveis de livro de literatura. A palestra de abertura ficará sob a tutela de Elias José Torres Feijó, da Universidade de Santiago

de Compostela. Serão dez Grupos de Reflexão (círculos de debates temáticos) e doze Simpósios (apresentação de trabalhos), além de atividades culturais e de dois cursos paralelos: um direcionado para a pós-graduação (“Literatura e cultura: novas linhas de pesquisa e transferência de resultados”, ministrado por Elias José Torres Feijó) e outro para a graduação (“Formação de Agentes de Leitura: novas práticas leitoras e nossa função”, ministrado por Nilza Rezende, da Cátedra Unesco, e Jéferson Assumção, da SEDAC- RS).

II Congresso Internacional de Leitura e Literatura Infantil e Juvenil - II CILLIJ9, 10 e 11 de maio, das 14h às 21h, no Auditório do Prédio 40 e nas salas da FALE

O Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Letras oportuniza aos alunos de mestrado e doutorado o curso “O Riso na História da Literatura Brasileira”, ministrado pela professora Doutora Beatriz Weigert, titular da Universidade de Évora e pesquisadora do CLEPUL (Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde integra o Grupo de Investigação Brasil – Portugal: Cultura, Literatura, Memória. O curso acontece de 14 a 18 de maio, no horário das 14h30min às 17h30min, e tem como objetivo estudar as formas de provocação do riso, percorrendo os diferentes períodos da história da Literatura Brasileira. A atividade vale como um crédito

(15 horas) para os estudantes da pós. A organização é do professor Paulo Ricardo Kralik. Informações pelo e-mail [email protected] ou 3320-3676.

Pós-Graduação oferece curso com professora de Portugal

FALE em notícias

Beatriz Weigert falará sobre o riso na literatura brasileira

FALE em revista

No último dia 18, a FALE contou com a presença do professor e linguista Carlos Alberto Faraco para iniciar oficialmente o semestre letivo da Faculdade. Tomando como pano de fundo o tema “Letras: entre a ciência, a arte e a política”, Faraco suscitou a reflexão quanto às dificuldades que a Linguística enfrenta para ser aceita como ciência pela sociedade e até mesmo pelos acadêmicos de Letras. Abordou, dessa forma, o árduo trabalho que as faculdades da área administram para formar alunos que sejam capazes de perceber a importância das variedades linguísticas e que resistiam às críticas das ondas intelectuais que negam a Linguística como ciência.

No seu ponto de vista, cabe à escola oferecer aos

estudantes condições para ampliar sua experiência de letramento, ou seja, ensinar a linguagem padrão em contraste com variações da língua, a fim de que eles aceitem com naturalidade o fato de os falantes poderem dominar mais de uma dessas variedades existentes. Ao comentar, de forma geral, sobre o curso de Letras, Faraco afirmou que este não é baseado apenas na literatura, mas também no estudo científico da linguagem verbal, da linguagem histórica e no desenvolvimento da atividade científica. Para ele, o curso oferece uma oportunidade de olhar para o mundo e para a arte literária da perspectiva científica, pois o bom estudo da literatura deve dar atenção, também, ao estudo da ciência e da linguagem.

Aula inaugural

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Ao comentar, de forma geral, sobre o curso de Letras, Faraco afirmou não ser baseado só no estudo da literatura, como muitos acreditam, mas também no estudo científico da linguagem verbal, da linguagem histórica e no desenvolvimento da atividade científica. Para ele, o curso oferece uma oportunidade de olhar o mundo e a arte literária da perspectiva científica, pois o bom estudo da literatura deve dar atenção, também, ao estudo da ciência e da linguagem.

Anote! “Enquanto seres de linguagem, o mundo ganha sentido semioticamente e não há conhecimento fora das linguagens”.

Carlos Alberto Faraco

O IV Seminário Internacional de Fonologia, realizado na PUCRS entre os dias 25 e 27 de abril do presente ano, foi uma promoção conjunta dos programas de Pós-Graduação em Letras da PUCRS e da UFRGS, coordenada pelas professoras Dr. Leda Bisol e Dr. Gisela Collischonn. A quarta edição dá continuidade à proposta das edições anteriores, de promover o debate sobre temas atuais da fonologia com a presença de conceituados pesquisadores internacionais e brasileiros. Este ano, o Seminário, contou com quatro conferências: “Mudança sonora e fonologização”, proferida por Paul Kiparsky da Stanford University; “Traços de mudança na fonologia sincrônica: silabação no inglês e o ciclo de vida da lenição”, abordada por Ricardo Bermúdez-Otero, da University of Manchester; “A janela de três sílabas”, proferida por Ben Hermans, do Meertens Institut-Amsterdam; e “Consoantes de contorno nas línguas indígenas da América do Sul: aspectos fonéticos, fonológicos e tipológicos”, proferida por Leo Wetzels, da Vrije Universiteit Amsterdam.

O Seminário contou com 95 trabalhos apresentados em forma de comunicação oral ou pôster. Também contou com três mesas redondas: de Teoria Fonológica, que teve como participantes Maria Bernadete Abaurre (UNICAMP), Luiz Carlos da Silva Schwindt (UFRGS)

e Seung Hwa-Lee (UFMG); de Variação e Mudança, com Dermeval da Hora (UFPB), Carmen Matzenauer (UCPel), Ubiratã Kickhöfel Alves (UFRGS) e Elisa Battisti (UFRGS); e de Fonologia das Línguas Indígenas, com Kristine Stenzel (UFRJ), Gean Damulakis (UFRJ) e Filomena Spatti Sândalo (UNICAMP).

Antes do Seminário, os participantes tiveram a oportunidade de participar de três cursos com ministrantes internacionais nos dias 23 e 24 de abril: Teoria Fonológica e Prosódica, ministrado por Ben Hermans; Representações Fonológicas e Representações Fonéticas: Mecanismo de Aumento de Contraste, proferido por Léo Wetzels; e Interface e Mudança Fonológica, conduzido por Ricardo Bermúdez-Otero.

Destaca-se a oportunidade de conhecimento oferecida ao público de diversas áreas relacionadas com a Fonologia e a divulgação de resultados recentes da pesquisa nacional, nas áreas de Fonética, Fonologia Teórica, Descrição Fonológica das Línguas Indígenas, Variação e Mudança Fonológica, Aquisição Fonológica, entre outras.

O sucesso do evento deve-se à participação de todos: alunos, professores e pesquisadores. (Colaboração da Comissão Organizadora do Evento)

IV Seminário Internacional de Fonologia

Paul Kiparsky, da Stanford University, proferiu a palestra “Mudança sonora e fonologização”

As coordenadoras do evento: Gisela Collischom (UFRGS) e Leda Bisol (PUCRS)

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Um menino que via o mundo através de verbetes de enciclopédia, um diretor de cinema que lia dicionários e enciclopédias quando criança. O menino é o protagonista do curta-metragem “Enciclopédia”. O diretor é Bruno Gularte Barreto, que inspirado nas suas memórias de infância escreveu o roteiro e dirigiu o curta.

O encontro entre o menino e o diretor aconteceu na segunda edição do “Curta um conto”, realizado no di 17 de abril. Estavam presentes cerca de 50 alunos da graduação e da pós-graduação da Fale, que puderam ver o filme na íntegra e conversar com o diretor após a sessão. A conversa girou em torno, como era de se esperar, de enciclopédias, mas também de livros, discos e recordações de infância. O debate foi mediado por Luiz Roberto Amabile, jornalista e mestrando de Escrita Criativa.

O próximo “Curta um Conto” será no dia 16 de maio, às 18h, na Arena do Celin, com a exibição do filme Terra Prometida, de Guilherme Castro. O diretor estará presente para conversar com a plateia. Mais informações estão disponíveis no blog: http://fragmentosdesentido-pucrs.blogspot.com.br/

Enciclopédia no Curta um Conto

Maria Eugênia Bonocore

Bruno Gularte Barreto e Luis Roberto Amabile no Curta um Conto

Na sexta-feira, dia 27 de abril, a Arena do CELIN sediou o debate “Transcriações: adaptação e literatura”. A fala ficou ao encargo de Caroline Becker e Fernanda Borges, alunas do PPGL. Becker, mestranda, falou sobre a adaptação do romance de Machado de Assis para a televisão, na minissérie Capitu, dirigida por Luiz Fernando Carvalho. A doutoranda Fernanda Borges trabalhou o caminho inverso, ou seja, a adaptação de uma obra cinematográfica para um texto literário. Seu enfoque foi no conto “Aqueles dois”, de Caio Fernando

Abreu, e no filme “Infâmia”, dirigido por William Wyler.O debate faz parte do evento “No Limiar das

Narrativas: hibridismo e multilinearidade”, promovido pelo grupo de pesquisa Limiares Comparatistas e Diásporas Disciplinares: Estudo de Paisagens Identitárias na Contemporaneidade, com coordenação do professor Ricardo Barberena. A próxima edição será no dia 25 de maio, das 17h30 às 19h, sobre o tema “Literatura na sala de aula.”

(Colaboração: Augusto Paim)

Transcriações no Limiar das Narrativas: Hibridismo e Multilinearidade

Fernanda Borges e Caroline Becker no Transcriações no Limiar das Narrativas Hibridismo e Multilinearidade

Page 5: A língua, a arte e a voz do trabalhador

No dia 18 de abril foi eleita como representante discente do PPGL a aluna Cristiane Dall Cortivo, doutoranda do 7º semestre de Linguística. Cristiane participará das reuniões da Comissão Coordenadora do Pós em Letras e do Colegiado da FALE; e, ainda, da Comissão Própria de Avaliação da PUCRS, que é responsável por todo o processo de avaliação e autoavaliação institucional, e também da Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação.

Nova representante discente do PPGLArquivo Pessoal

Representante discente do PPGL

Anote!O email de contato da Cristiane é [email protected]

Na última quinta feira, 26 de abril, ocorreu nos corredores da FALE o tradicional “apitaço” dos formandos da graduação. Esse acontecimento, que interrompe com sua barulhenta alegria e contagiante emoção algumas aulas, tem a intenção de convidar determinados professores para serem homenageados na cerimônia de formatura, e também de escolher a paraninfa ou paraninfo. Essa é uma etapa importantíssima para os graduandos que se encontram

às vésperas da conclusão do curso. É certamente um marco que os separa da etapa quase concluída e os coloca frente a frente com um futuro promissor e cheio de novos desafios.

Em 2012/1 serão homenageados Jane Rita Caetano da Silveira (Paraninfa), Adriana Angelim Rossa (Inglês), Antonio Dalpicol (Português), Maria Izabel De La Puerta Chitao (Espanhol), Bruno Jorge Bergamin (Paraninfo Espiritual) e Claudia Castro (Funcionária).

Apitaço da Graduação

Alunas preparadas para o apitaço

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FALE no mundo

Nesta edição, a doutoranda em Teoria da Literatura Paloma Laitano nos conta como está sendo o seu doutorado-sanduíche em Coimbra.

As monumentais de Coimbra

A Universidade de Coimbra foi fundada em 1290, o que a torna a mais antiga universidade de Portugal. Para chegar até as faculdades, os alunos passam antes por uma prova de fôlego: subir as escadas monumentais (são 125 longos degraus). Passei pelo teste em fevereiro, quando iniciei meu estágio de doutorado sanduíche, com bolsa da Capes. Na Faculdade de Letras, sob a orientação da professora Ana Paula Arnaut, estou realizando a pesquisa para minha tese de doutorado “Crônica, memórias e romance: do espaço autobiográfico ao espaço ficcional de José Saramago”. A professora é uma das principais estudiosas da obra saramaguiana, e na biblioteca da Faculdade de Letras é possível encontrar diversos estudos sobre Saramago e obras teóricas sobre a autobiografia.

Durante os primeiros três meses do estágio, frequentei a disciplina do curso de doutorado “Poiesis e (des)construção de identidades”, ministrada pela Arnaut e tive a oportunidade de assistir diversas palestras e conferências organizadas pelos institutos da Faculdade. Esse período de estudo em Portugal tem possibilitado acesso aos textos teóricos sobre José Saramago, principalmente os relacionados aos primeiros anos de produção do autor, que dizem respeito à produção das crônicas. Além dos estudos teóricos, nos próximos meses, pretendo visitar a Fundação José Saramago, com sede na Casa dos Bicos, em Lisboa, que deve abrir ao público em junho, com uma exposição sobre a vida e a obra do autor.

Paloma em frente à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra

Arquivo Pessoal

FALE por aí

I Seminário de Língua e Literatura: Interações e InterfacesDe 29 de maio a 1° de junho a FACCAT realizará

o “I Seminário de Língua e Literatura: Interações e Interfaces” com palestras, mesas redondas, atrações artísticas e sessões de comunicações. Uma das organizadoras do evento é Luciane Maria Wagner Raupp, professora na FACCAT e doutoranda em Teoria da Literatura na PUCRS. Entre a programação estão duas mesas redondas que contarão com a presença de alunos da pós-graduação da FALE: no dia 31 de maio, às 21h, Ângela Inês Klei e Bárbara de Lavra Pinto discutem “Aspectos cognitivos envolvidos na produção e na compreensão da linguagem”, e no dia 1 de junho, às 19h30min, Juliana Grünhäuser, Camila Doval e Bruno Mazolini de Barros debatem “Nas veredas de Riobaldo: as relações amorosas, as paixões e os ciúmes em Grande sertão: veredas”, sob coordenação de Luciane Raupp.

Agende-se!

As inscrições de comunicadores serão recebidas até 20 de maio e de ouvintes até 29 de maio pelo site www.faccat.br

Chego sempre à hora certa, contam comigo, não falho, pois adoro o meu emprego: o que detesto é o trabalho.

Millôr Fernandes

Poeminha sobre o Trabalho

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Palco PUCRS terá 20 bandas

A Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários (Prac) divulga as 20 bandas selecionadas pela comissão julgadora para próxima fase do concurso Palco PUCRS no site www.pucrs.br/prac/palcopucrs. Essa primeira edição teve 73 inscrições, entre bandas, duplas e

diferentes formações com estilo musical variado. A etapa seguinte ocorre nos dias 26 e 27/5, no Salão de Atos, entre 17h e 22h, com uma apresentação ao vivo das 20 selecionadas. Confira em http://www.youtube.com/user/ConcursoPalcoPUCRS/videos

Ei, você!

Você é aluno da FALE e está participando do Palco PUCRS? Mande o nome da sua banda para que possamos divulgar e torcer juntos!

Professor da FALE ministra curso sobre Eça de Queirós

O professor visitante da FALE Carlos Reis ministrará o curso “Arqueologia Literária: como Eça de Queirós escrevia romances”, na Oficina Literária Charles Kiefer (Rua Itororó, 175/sala 206 – bairro Menino Deus), a partir do dia 18 de maio, sempre às sextas-feiras, em um total de quatro encontros. As aulas serão das 17h30min às 19h.

O curso toma como ponto de partida a análise de diversos manuscritos, em diferentes momentos de elaboração, observando os procedimentos de escrita da narrativa que, desde os seus momentos mais remotos, conduziram ao estágio final do relato. Incluem-se neste processo diversas revisões e novas versões publicadas, sempre com o apoio de textos trabalhados pelo escritor. Informações e inscrições pelo telefone 51 8116-7928 ou pelo site [email protected]

Biblioteca Central da PUCRS adquire coleção de revista de Crítica Genética

A Biblioteca Central Irmão José Otão, adquiriu a coleção da revista internacional de crítica genética Genesis (Manuscritos – Pesquisa – Invenção). A revista, criada em 1992, Genesis é elaborada pelo Institut des Textes et Manuscrits Modernes (ITEM), situado em Paris. É uma revista semestral que visa promover o manuscrito literário como objeto científico e, de forma mais geral, tem o intuito de apresentar e discutir os processos de criação na literatura, nas artes e nas ciências. Para isso, Genesis pretende ser um lugar de divulgação, de debate, de troca e de construção teórica a serviço de uma disciplina em plena expansão a crítica genética.

São 29 os exemplares disponíveis para consulta na Biblioteca Central. Cada exemplar traz um dossiê acerca de um tema, mas também, estudos, resenhas, críticas,

entrevistas, testemunhos e textos inéditos. Colaboram à revista, pesquisadores, professores e estudiosos dos processos criativos, como Antoine Compagnon, Philippe Lejeune ou Julia Kristeva. As entrevistas trazem depoimentos de escritores de renome tais como Pascal Quignard, Erri de Luca, Umberto Eco ou Serge Dubrovsky. A revista apresenta também inéditos de, entre outros, Roland Barthes, Francis Ponge, Merleau-Ponty ou ainda Miguel Angel Asturias. Alguns dos temas debatidos nos números da coleção são, por exemplo Arquivos, Cinema, Teatro, Formas, Filosofia, Melancolia, Escrita científica, Roland Barthes, A crítica genética no Brasil, Autobiografia, Correspondência, Semiótica, Arquitetura, Psicanálise, Escritura Musical, Poesia.

Visite a Biblioteca ainda hoje!

Curso tem como base manuscritos de Eça de Queirós

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FALE em livros

Nesta quinzena, o NF traz a indicação de leitura do professor Jorge Campos da Costa, a obra Internet Linguistics, de David Crystal.

David Crystal, reconhecido linguista conservador, tem desenvolvido uma valiosa discussão sobre a relação linguagem e internet. Em seu mais recente livro, Internet Linguistics, David Crystal se propôs a fornecer uma apropriada base descritiva dessa relação e possibilidades de aplicação dessa abordagem (incluindo Linguística Forense). Conforme o autor, não é mais racional se ignorar o maior banco de dados de linguagem do mundo e muito menos os linguistas ficarem indiferentes a esse novo campo de investigação.

Conecte-se!

Saiba mais sobre o trabalho do linguista David Crystal no site: http://www.davidcrystal.com/

E foi assim que o operárioDo edifício em construçãoQue sempre dizia simComeçou a dizer não.E aprendeu a notar coisasA que não dava atenção:

Notou que sua marmitaEra o prato do patrãoQue sua cerveja pretaEra o uísque do patrãoQue seu macacão de zuarteEra o terno do patrãoQue o casebre onde moravaEra a mansão do patrãoQue seus dois pés andarilhosEram as rodas do patrãoQue a dureza do seu diaEra a noite do patrãoQue sua imensa fadigaEra amiga do patrão.

E o operário disse: Não!E o operário fez-se forteNa sua resolução.

Trecho de O operário em construção, de Vinicius de Moraes

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Dica FALE

Está em cartaz em alguns (poucos, infelizmente) cinemas de Porto Alegre um filme nacional que tem o surpreendente título Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios. Só pelo título já valeria a pena saber do que se trata, mas a grande notícia é que o filme é inspirado no romance homônimo do escritor Marçal Aquino, e tem recebido elogios da crítica pela qualidade da adaptação e pela atuação da atriz Camila Pitanga.

Em 2003, durante sua participação na Festa Literária Internacional de Paraty, Marçal Aquino decidiu ler para a plateia um capítulo do romance Eu

receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, que ainda não estava pronto. Na cabeça de Marçal, ele estava lidando ainda com um título provisório, quilométrico, extravagante e nada comercial. Durante a sua palestra na FLIP, instigado pelo jornalista Flávio Pinheiro, o escritor foi pressionado pelo público a revelar o nome da obra, acrescentando em seguida ter plena consciência de que nenhum editor publicaria um romance com um título daqueles. Foi então que o editor Luiz Schwarcz, da Companhia das Letras, que estava sentado na primeira fileira, ergueu o dedo e respondeu: “Eu publico”.

Eu receberia as piores notícias de seus lindos lábios

Alana Vizentin, mestranda de Teoria da Literatura, é fã do romance de Aquino e enviou o seu convite à leitura:

“Um livro movido por grandes paixões, uma trama que envolve morte, traição e loucura. Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, de Marçal Aquino, não é uma obra que impacta somente pelo título. Um enredo envolvente e intrigante, no qual as personagens são joguetes de um destino trágico. A história se passa num ambiente sufocante, miserável e violento. A corrida pelo ouro cega os homens em um lugar no coração do Brasil em que tudo pode acontecer. E acontece. As personagens Cauby e Lavínia são fogo e palha, o incêndio está prestes a começar. Escrito em uma linguagem simples e direta, mesmo assim Aquino imprime um ritmo poético que irá prender o leitor até a última página. Eu recomendo a leitura àqueles que são capazes de confrontar-se com a loucura de uma paixão.”

O NF indica: leia o livro (disponível na Biblioteca Central da PUCRS) e assista ao filme antes que saia de cartaz!

Conecte-se!

Leia o texto de Marçal Aquino sobre o título do romance no blog da FLIP: http://www.flip.org.br/blog.php?param=2012%2F04%2F11%2Faconteceu-na-flip%2F

A obra de Aquino foi adaptada ao cinema por Beto Brant e Renato Ciasca

A obra de Marçal Aquino é um livro movido por grandes paixões

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Coordenação: Maria Tereza AmodeoEdição: Camila DovalRedação: Aline Job, Camila Doval, Carolina Lewis, Daisy Pail,Jonas Saraiva, Maurício Amaro e Natasha CentenaroDiagramação: Murillo de Souza Rodrigues

Comunique, divulgue, participe: [email protected]

16 de maioCurta um conto Horário: 17h30min - 19hLocal: Prédio 08 - Sala 223 (Arena do CELIN)

9, 10 e 11 de maioII CILLIJ Congresso Internacional de Leitura e Literatura Infantil e Juvenil Horário: 8h - 22hTeatro do Prédio 40 e salas da FALE

21 a 23 de maioVI EnELLE Encontro sobre Ensino de Língua e Literatura EstrangeiraHorário: a ser divulgadoLocal: a ser divulgado

FALE em programas

Novidades na equipe NF

A equipe do NF precisou mudar. Nosso muito obrigado a Christiê Linhares, Juliana Grünhäuser e Monica Rodrigues, que agora passam a assumir outras atividades. Vocês sempre serão parte do nosso NF!Aline Job, Carolina Moreira Lewis, Daisy Pail e Jonas Saraiva passam a integrar a nossa equipe, juntamente com os já veteranos Camila Doval, Maurício Amaro e Natasha Centenaro, e o trabalho de diagramação do Murillo de Souza Rodrigues. Buscando sempre a qualidade e a renovação, a nossa equipe promete muito empenho, contando sempre com a participação dos nossos leitores.

25 e 26 de junhoPortugal no Brasil: a cena do Rio Grande do SulHorário: 8h30min - 18h Local: Prédio 08 - Sala 305

Maria Tereza Amodeo — Coordenadora do NF