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FACULDADE CESMAC DO SERTÃO AMELIARE SILVA DO NASCIMENTO SANDES AUDENIZE FIRMINO DA SILVA A INFLUÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT NO CLIMA ORGANIZACIONAL: um problema do indivíduo ou do seu contexto de trabalho. PALMEIRA DOS ÍNDIOS- ALAGOAS 2018/1

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Page 1: A INFLUÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT NO CLIMA ... · objetivo fazer uma análise sobre a influência da síndrome de burnout no clima organizacional, destacando quais suas causas

FACULDADE CESMAC DO SERTÃO

AMELIARE SILVA DO NASCIMENTO SANDES AUDENIZE FIRMINO DA SILVA

A INFLUÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT NO CLIMA ORGANIZACIONAL: um problema do indivíduo ou do seu

contexto de trabalho.

PALMEIRA DOS ÍNDIOS- ALAGOAS 2018/1

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AMELIARE SILVA DO NASCIMENTO SANDES

AUDENIZE FIRMINO DA SILVA

A INFLUÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT NO CLIMA ORGANIZACIONAL:um problema do indivíduo ou do seu

contexto de trabalho.

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final para conclusão do curso de Administração da Faculdade Cesmac do Sertão, sob a orientação da Profª. Dra. Laís Macêdo Vilas Boas e coorientação da Profª. Mestra Marcela Carnaúba Pimentel.

PALMEIRA DOS ÍNDIOS- ALAGOAS 2018/1

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AMELIARE SILVA DO NASCIMENTO SANDES AUDENIZE FIRMINO DA SILVA

A INFLUÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT NO CLIMA ORGANIZACIONAL:um problema do indivíduo ou do seu

contexto de trabalho.

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final para conclusão do curso de Administração da Faculdade Cesmac do Sertão, sob a orientação da Profª. Dra. Laís Macêdo Vilas Boas e coorientação da Profª. Mestra Marcela Carnaúba Pimentel.

.

APROVADO EM: ____/_____/_____

________________________________________

Orientador(a) – Dra. Laís Macêdo Villas Boas

________________________________________

Examinador 1

________________________________________

Examinador 2

________________________________________

Examinador 3

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AGRADECIMENTOS

Sou imensamente grata a Deus, o meu guia em todos os meus passos,

e meu protetor, aquele que não me deixou cair e me fez acreditar que sou

capaz de conquistar todos os meus sonhos, basta ter fé acima de tudo e

perseverança. Agradeço a nossa orientadora, profª Dra. Laís Macêdo, por ter

nos aceitado e dividir conosco todo o seu vasto conhecimento com tanta

paciência, a todos os nossos professores que contribuíram imensamente em

minha formação, obrigado por toda a paciência. Grata a minha mãe que me

apoia em todas as minhas escolhas e torce sempre por mim, entende os

meus medos, fragilidades e soube entender as minhas ausências. Ao meu

amado esposo, que sempre acreditou em mim, esteve ao meu lado me

incentivando, me fazendo acreditar que sou capaz e que vibra tanto com

minhas conquistas, obrigada por toda paciência, amor e motivação. A minha

companheira de tcc e de tantas outras conquistas já vivenciadas, o meu

agradecimento por toda calmaria, motivação, compreensão e dedicação a

todo o momento. A todos que torceram por mim o meu muito obrigado.

Ameliare Silva do Nascimento Sandes.

Agradeço primeiramente a Deus por ter me dado saúde, força e

paciência para conseguir realizar este trabalho. A minha mãe e toda minha

família por todo o apoio e estímulo que mim deram durante este percurso.

Agradeço a minha amiga de longas datas Ameliare Nacimento, por termos

seguido trilhar esse caminho de altos e baixos, juntas desde a escola até a

faculdade, agradeço por fazermos essa dupla e conseguirmos entregar este

trabalho. Grata a todos os professores que passaram pela minha formação, e

em especialmente a nossa professora orientadora Dra. Láis Macêdo Vilas

Boas, por ter nos apoiado e nos conduzido à realização deste trabalho. E por

fim agradeço a mim mesma pela coragem e determinação que tive em seguir

essa caminhada.

Audenize Firmino da Silva.

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A INFLUÊNCIA DA SÍNDROME DE BURNOUT NO CLIMA ORGANIZACIONAL:um problema do individuo ou do seu contexto de trabalho.

THE INFLUENCE OF BURNOUT SYNDROME IN THE ORGANIZATIONAL

CLIMATE: a problem of the individual or his work context.

Ameliare Silva do Nascimento Sandes Graduanda do curso de Administração

[email protected] Audenize Firmino da Silva

Graduanda do curso de Administração [email protected]

Orientadora: Profª. Dra. Láis Macêdo Villas Boas [email protected]

Coorientadora: Profª. Mestra Marcela Carnaúba Pimentel [email protected]

RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de apresentar qual a influência que a síndrome de burnout pode trazer para o clima das organizações, considerando de fundamental importância o clima vivenciado dentro das organizações, como fator decisivo na saúde do trabalhador e nos rendimentos da empresa. Citando as suas consequências, causas e meios de prevenção, destacando qual a intenção do gestor ter o conhecimento sobre as doenças mentais que podem afetar um trabalhador, mediante os momentos vividos dentro de uma organização. Serão destacados os profissionais que tem um maior índice do acometimento da síndrome e quais os fatores de risco vivenciado por eles. Serão mostrados alguns relatos de momentos de angústias vivenciados por um profissional diagnosticado com burnout e os resultados pelo desconhecimento da doença, por gestores, colaboradores e até mesmo a dificuldade que os médicos têm para o diagnóstico da doença. Traz referências bibliográficas de diversos autores da área de psicologia e administração, onde pode concluir idéias para redução ou prevenção dos fatores estressores dessa doença ocupacional.

PALAVRAS-CHAVE: Burnout. Clima organizacional. Fatores de risco. Profissionais. ABSTRACT This paper aims to present the influence that the burnout syndrome can bring to the organizational climate, considering as fundamental importance the climate experienced within the organizations, as a decisive factor in the health of the worker and in the income of the company. Citing its consequences, causes and means of prevention, highlighting the intention of the manager to have knowledge about mental illness that can affect a worker, through the moments lived within an organization. The professionals who have a higher index of the syndrome's involvement and the risk factors experienced by them will be highlighted. We will show some reports of moments of distress experienced by a professional diagnosed with burnout and the results due to the lack of knowledge of the disease, by managers, employees and even the difficulty that doctors have in diagnosing the disease. It brings bibliographical references of several authors of the area of psychology and administration, where it can conclude ideas for reduction or prevention of the stressors factors of this occupational disease.

KEYWORDS: Burnout. Organizational climate. Risk factors. Professionals.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................6 2 FATORES DE RISCO DA SÍNDROME DE BURNOUT.....................................11 2.1 Definição da síndrome de burnout...............................................................11 2.2 Definição do clima organizacional...............................................................17 2.3 A influência da síndrome de burnout no clima organizacional.................19 3 ANALISAR A INCIDÊNCIA DO ACOMETIMENTO DA SÍNDROME TIPIFICANDO OS PROFISSIONAIS MAIS AFETADOS......................................22 3.1 Profissionais com um maior índice do acometimento da síndrome de burnout..................................................................................................................22 3. 2 A importância do conhecimento de burnout para o administrador.........27 3.3 Prevenção.......................................................................................................31 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................35 5 REFERÊNCIAS..................................................................................................37

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho de conclusão de curso apresenta um breve estudo sobre

a influência da síndrome de burnout no clima organizacional, tendo por objetivo

esclarecer a predominância da síndrome no ambiente laboral e evidenciar os

problemas que a mesma traz para organização e para os profissionais afetados. O

trabalho se divide em dois capítulos, no primeiro serão discutidos os fatores de risco

da síndrome de burnout, esclarecendo a sua definição, causas, consequências e

sintomas, definindo também o clima organizacional e ressaltando a sua influência no

ambiente de trabalho. No segundo capitulo foi realizado um estudo sobre os

profissionais mais acometidos pela síndrome, enfatizando a importância do

conhecimento de burnout para o administrador, citando algumas formas de prevenir

a doença. Nas considerações, foi feita a contextualização do tema com os

resultados obtidos através das pesquisas literárias feitas.

A metodologia usada é apresentada em uma forma básica, tendo como

objetivo fazer uma análise sobre a influência da síndrome de burnout no clima

organizacional, destacando quais suas causas e fatores de risco, junto aos fatos

apresentados. Foi feito um estudo bibliográfico sobre sua ocorrência e uma revisão

de literatura, na qual foram analisadas publicações científicas referentes à síndrome.

Toda a pesquisa foi realizada através de documentos bibliográficos necessários para

que se possa entender o tema abordado, através de livros, artigos, mamografias e

revistas, como também fontes de pesquisas virtuais como, Scielo e EBSCOhost.

Tendo como principal fonte literária os autores Michel Delbrouck no livro Síndrome

de Exaustão (burnout) e Mendonça et al, no livro Síndrome de Burnout do

tratamento ao diagnóstico, que tipificam os profissionais afetados e apresentam uma

breve história sobre a síndrome e sua exemplificação.

A partir deste estudo constatou-se que burnout começou a ser estudada por

volta de 1974 nos Estados Unidos pelo Dr. Freunderberger, e vem sendo analisada

por outros profissionais no decorrer dos anos. Segundo Pereira Benevides (2002)

burnout é uma resposta a um estado prolongado do estresse que se da pela

cronificação, quando o estresse já está em nível irreversível. E logo em seguida a

mesma autora argumenta que, estresse é o resultado do esgotamento, da decepção

e da perda do interesse pelas atividades laborais principalmente em profissões que

lidam direto e diariamente com pessoas. A síndrome de burnout é considerada como

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uma doença do trabalho, já que não advém do ambiente externo e sim da relação de

trabalho, esse problema laboral afeta diretamente o trabalhador e

consequentemente o desenvolvimento, a produtividade e o relacionamento

interpessoal da empresa.

A síndrome se dar pela existência de alguns fatores de riscos que passam a

refletir na vida dos profissionais como, a exaustão emocional, o esgotamento

emocional e físico, que chega a levar as pessoas ao seu limite, através de

constantes situações em que os mesmos não possuem métodos para lidar e

enfrentar os problemas do dia a dia. A síndrome de burnout começa a ser percebida

ao se diagnosticar alguns sintomas, que podem ser tanto físicos como psíquicos,

emocionais e comportamentais. Dividem-se pela sensação de fadiga constante e

progressiva, distúrbios do sono, dores musculares, baixa resistência imunológica,

cansaço intenso e transtornos cardiovasculares. Como também pela falta de

atenção, diminuição da memória, diminuição da capacidade de tomar decisões,

desânimo, perda de entusiasmo, perda de alegria, ansiedade, depressão, irritação,

pessimismo e baixo autoestima, o isolamento, perda de interesse pelo trabalho, pelo

lazer, perda de iniciativa em fazer seu trabalho, lentidão no desempenho das

atividades, agressividade, e até uso de drogas também fazem parte dos sintomas.

O clima representa o ambiente psicológico e social que existe em uma

organização e que condiciona o comportamento dos seus membros. O clima

organizacional passa por algumas transformações mediante os padrões que são

estabelecidos por algumas organizações, influenciado assim no comportamento das

pessoas. No que diz respeito ao clima organizacional, Chiavenato Idalberto (2007)

diz que:

O clima organizacional influencia a motivação, o desempenho humano e a satisfação no trabalho. Cria expectativas, que quando positivas tendem a aumentar a motivação das pessoas. É dever do gestor, selecionar, desenhar cargos, treinar, liderar, motivar, avaliar e remunerar a sua equipe, como meio para alcançar a eficiência e eficácia e desta maneira também obter a satisfação dos objetivos pessoais (p. 53).

O clima organizacional se torna o reflexo da cultura da organização e a

convivência dos indivíduos que dela faz parte. Já no processo de trabalho, o clima

das organizações pode comprometer o estado físico ou mental do trabalhador que

pode evidenciar em um mau desempenho de atividades, de relacionamento e de

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produtividade, podendo ocasionar conflitos. Chiavenato Idalberto define que,

“Conflito significa a existência de ideias, sentimentos, atitudes ou interesses

antagônicos e colidentes que podem se chocar” (2011, p.284).

Manter um ambiente de trabalho com condições adequadas é fundamental

para manter o equilíbrio e um bom relacionamento entre empresa e funcionário. As

mudanças tecnológicas e financeiras pode ser um dos principais vilões para o

estresse e exaustão profissional, tais como também o excesso de regras, rotinas, e

excesso de trabalho. Essa exaustão permite que o colaborador perca o equilíbrio

entre a sua relação de trabalho, prejudicando sua comunicação e desenvolvimento

entre colegas de trabalho, chefes e os que lhe cercam. A síndrome de burnout é

uma interação negativa entre o local de trabalho e seu grupo profissional. Desta

maneira, segundo Pereira Benevides (2002) deve-se:

Conhecer a síndrome e pôr em prática estratégias de prevenção e intervenção faz-se imprescindível, sobretudo no mundo atual, onde as exigências por produtividade, qualidade, lucratividade, associadas à recessão, vêm gerando maior competitividade e, consequentemente, problemas psicossociais (p. 16).

Para realizar seus projetos de vida, o homem depende de sua realização

profissional e o trabalho quando é prazeroso torna-se sua fonte de satisfação, mas

quando recebe apenas frustração, torna-se algo doloroso, o que antes era algo de

motivação e realização, passa a ser algo sacrificante, interferindo no clima

organizacional da empresa, na produtividade e toda sua vida profissional dentro da

organização.

A síndrome atinge diversos profissões e níveis organizacionais que podem

refletir na qualidade de vida do trabalhador. Cada indivíduo reage de maneira

distinta diante da realidade que lhe é imposta diariamente, no qual essa reação se

difere em fatores prejudiciais tanto a sua saúde, quando ao seu bem-estar. Assim,

Jodas e Haddad (2009) citado por Cracco, Cavalcante e Salvador Anjos (2010)

afirmam que:

A síndrome de burnout corresponde à resposta emocional às situações de estresse crônico em razão de relações intensas de trabalho com outras pessoas, ou de profissionais que apresentem grandes expectativas com relação a seu desenvolvimento profissional e dedicação à profissão e não alcançam o retorno esperado. Decorre de um processo gradual de desgaste no humor e desmotivação acompanhado de sintomas físicos e psíquicos.

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A dedicação extrema ao trabalho resulta em maiores incidências de casos da

síndrome, que ocorre em cargos que requerem essa dedicação e maior

envolvimento do profissional, onde o mesmo gera expectativas que não condiz com

a realidade vivida por ele. Percebe-se que a síndrome de burnout é extremamente

complexa e pode ser investigada nos diferentes níveis de uma organização, ou seja,

tanto no nível individual como organizacional (ROSSI; PERREWÉ; MEURS, (2011)

apud Brito et al (2015).

Dentre as diversas profissões, os casos mais propícios para desenvolver a

síndrome são professores, bombeiros, profissionais de saúde, advogados,

jornalistas, policiais, agentes penitenciários e bancários. O burnout é muito mais

complicado do que se possa imaginar, um trabalhador que esteja sofrendo a

síndrome, precisa urgente de tratamento, o problema não se revolve com férias ou

folgas prolongadas, pois se for feito isso, quando o profissional retorna ao trabalho

os problemas voltam a surgir novamente.

Tendo como evidencias a exaustão emocional, que é a situação em que o

trabalhador percebe que suas energias estão esgotadas e que não pode dar mais de

si mesmo, junto à despersonalização que passa a ver imagens negativas de si

mesmo, e a falta de envolvimento pessoal no trabalho, junto com a diminuição na

realização de habilidades para a concretização das tarefas, prejudicando seu

desempenho profissional.

Para Lima Souza (2015) dessa maneira, os profissionais necessitam

desenvolver habilidades para superar os desafios e as carências cotidianas, como a

escassez, ou mesmo inexistência de infraestrutura e de recursos materiais, a

constante exposição a diversos tipos de riscos, a falta de reconhecimento

profissional, a baixa remuneração, processos de trabalho burocráticos, as relações

conflituosas com as equipes de trabalho, gerência, usuário, sua família, e a pressão

para atender a todas as necessidades de saúde que a comunidade possui.

Toda essa cadeia de informações e frustrações que virmos relativas a

cobranças, tecnologias e mudanças no mercado, é o que leva o desgaste total do

indivíduo e influencia de forma negativa na sua realização como profissional e como

ser humano. A respeito de minimizar esses efeitos negativos as empresas devem

tentar oferecer segurança no trabalho, proporcionar apoio social, promover um

ambiente agradável, com qualidade e incentivos ao colaborador.

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Diante do exposto temos a necessidade de esclarecer a seguinte

problemática, quais as consequências que a síndrome de burnout pode gerar para o

ambiente de trabalho?

O estudo do tema ressalta a importância dos profissionais e gestores

conhecerem sobre a síndrome de burnout, e aponta as causas que levam o

indivíduo a desenvolver a mesma. Evidencia–se que o desgaste emocional resulta

na perca de estímulos e total confiança em si mesmo, deixando o trabalhador em

péssimas condições de trabalho, assim como a exaustão profissional, que dificulta a

realização de suas atividades laborais. Cada fator instiga ao preparo das

organizações para lidarem com essa doença. Tendo como meios de entendimento

priorizar a importância das organizações investirem na qualidade de vida do

trabalhador, e conscientizar os seus gestores e funcionários para o aparecimento de

possíveis doenças relacionadas ao trabalho, para que não haja dificuldade no

processo de diagnóstico, tratamento e as formas de enfrentamento.

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2 FATORES DE RISCO DA SÍNDROME DE BURNOUT

Este capítulo tem a finalidade de fazer uma definição da síndrome de burnout

e clima organizacional, apontando quais os fatores de risco vivenciados no ambiente

laboral podem contribuir para o acometimento da doença, também irá ser abordada

a influência entre a síndrome e o clima organizacional, citando quais as

consequências que a mesma irá trazer para o desenvolvimento da organização,

tendo como referências bibliográficas Pereira Benevides (2002), Chiavenato

Idalberto (2002), Michel Delbrouck (2006), entre outros que irão ser citados no

decorrer de todo esse trabalho.

2.1 Definição da síndrome de burnout

A síndrome de burnout, ou esgotamento profissional é uma doença

relacionada ao ambiente de trabalho, que decorre de um estresse prolongado e

crônico, provocado por condições de trabalho desgastantes, em que o funcionário

tenta se adaptar a situações claramente desconfortáveis que ocasiona em um

esgotamento físico e mental. O surgimento ocorre quando toda a força do

trabalhador acaba, e a motivação dá lugar à irritação, à falta de concentração, à

sensação de incapacidade, à desmotivação por suas atividades laborais. O

resultado é um enorme esgotamento, o que compromete a atuação como

profissional.

A síndrome vem atingindo cada vez mais pessoas, porém ainda é muito difícil

o seu diagnóstico, devido à doença ser confundida com alguns transtornos mentais,

como a depressão e a ansiedade, ou apenas com o estresse. Pereira Benevides

(2002) assevera que:

Burnout é a resposta a um estado prolongado de estresse, ocorre pela cronificação deste, quando os métodos de enfrentamento falham ou foram insuficientes. Enquanto o estresse pode apresentar aspectos positivos ou negativos, o Burnout tem sempre um caráter negativo (distresse). Por outro lado, o Burnout está relacionado com o mundo do trabalho, com o tipo de atividades laborais do indivíduo (2003, p. 45).

O burnout é o resultado de todo o investimento que o trabalhador faz em seu

local de trabalho e não obtém retorno desejado, ocasionando elevados níveis de

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estresse e desmotivação, tornando-se uma condição de sofrimento psíquico

relacionado ao trabalho. A relação do colaborador com atual profissão vai se

desgastando, o contentamento de antes dá lugar a vontade de distanciar-se do local

de trabalho e de cortar relações com membros do grupo. Assim, o trabalho torna-se

uma tortura física, mental e emocional.

Na atualidade, a grande maioria dos trabalhadores passou ou irá passar por

dificuldades no decorrer de seu trabalho, a qual exige que todos os seus limites

sejam ultrapassados. As novas formas de trabalho que surgem, exigem cada vez

mais habilidades de superar problemas e ressurgir mais forte do que antes.

No universo do trabalho cobranças são feitas constantemente, como uma

busca frequente de superar os limites expostos repetidamente, por meio de

momentos penosos; uma extrema competitividade e exigências cada vez maiores.

Ocorre uma desumanização dos trabalhadores e, como consequência, surge um

esgotamento físico, mental e emocional com relação as suas capacidades laborais.

Tais elementos acarretam o desenvolvimento da síndrome de burnout, que segundo

Delbrouck Michel (2006, p.41), “A síndrome completa é composta por uma trípode

de fases progressivamente evolutivas: a exaustão profissional, a despersonalização

e o sentimento de incompetência”.

Para Malach (2011) citado por Brito et al (2015), exaustão profissional refere-

se ao sentimento de esgotamento, físico, emocional, moral e psicológicos dos

indivíduos. O colaborador sente que não pode contribuir em mais nada a nível

profissional e se sente sem energia. O nível de estresse fica tão elevado a ponto de

fazer o sujeito pensar que não tem mais forças para continuar.

Uma outra característica típica é a despersonalização, que é relativa a

atitudes de ironia, cinismo, hostilidade, distanciamento e indiferença nas relações de

trabalho. No sentimento de incompetência profissional, evidencia-se o sentimento de

insatisfação a si próprio com relação ao seu desempenho no trabalho, diminuição

das expectativas pessoais, desmotivação, baixa autoestima, sentimento de fracasso

e baixa eficiência no trabalho. O autor Delbrouck Michel (2006) diferencia a exaustão

profissional da depressão, quando afirma que:

O que diferencia exaustão profissional de depressão, ainda que a primeira possa alterar-se e conduzir à segunda, é que, ao contrário da pessoa profissionalmente, esgotada, a realmente depressiva vê todas as esferas da sua vida atingidas por esse estado asténico. Enquanto uma pessoa

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depressiva terá tendência para se sentir culpada pelo que lhe acontece, o prestador de cuidados em exaustão sentirá fúria (p. 44).

Estes sentimentos levam o indivíduo ao total desequilíbrio profissional e a

incapacidade de sentir prazer no trabalho, deixando-o inapto de realizar suas

atividades, além de resultar em problemas físicos e psíquicos desestruturando toda

sua vida profissional e pessoal. O burnout quando não é tratado, pode ir além de um

esgotamento profissional, pois se torna um fator de risco para o desenvolvimento da

depressão, que diferente da síndrome que atinge apenas o campo profissional, a

depressão pode atingir toda a esfera da vida do indivíduo e desencadear para outras

doenças psicológicas mais complexas. Desse modo, percebe-se que:

A conceituação mais difundida da Síndrome de Burnout, presente com razoável consenso na maioria dos estudos, trata de caracterizar o fenômeno como síndrome psicossocial, reativa à tensão emocional crônica, determinada por estressores interpessoais do contexto laboral (MENDONÇA et al, 2014, p. 33).

O burnout é similar ao estresse, porém não deve ser confundido de forma

alguma com o mesmo, uma vez que o estresse é apenas uma resposta do nosso

organismo, quando somos submetidos a algum esforço e temos que abrir mão de

alguma necessidade de realização pessoal ou profissional. O estresse é mais fácil

de identificar, tratar e até mesmo controlar, pois existem diversas formas de controlar

e amenizar os sintomas e consequências geradas pelo o estresse, como por

exemplo, ceder férias e folgas ao trabalhador, para que o mesmo possa revigorar

suas energias e voltar com uma mente descansada e pronta para recomeçar.

Segundo Fiorelli Osmir (2004), o estresse é um conjunto de “perturbações

que causam distúrbios agudos ou crônicos no bem-estar das pessoas, e podem

surgir em função de estímulos físicos e ou emocionais” (p. 9). Fatores estressores

estão presentes no cotidiano de qualquer pessoa, onde eles podem causar ou não o

estresse, isso depende de pessoa para pessoa, uma vez que o fator estressante

pode ser algo de prazer para outra.

Existem diversos fatores estressores, entre eles os traumáticos que são

resultados de algum momento de dor para aquela pessoa, os estressores do

cotidiano causados pelo trânsito ou no bairro em que mora, os estressores críticos

que podem ser bons ou ruins, isso vai depender da forma de enfrentamento, são

aqueles momentos que causam uma reação emocional de longa duração e os

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estressores crônicos que são os mais preocupantes e os responsáveis no

desenvolvimento de outras doenças, são aqueles episódios repetidos que duram por

um longo tempo, tais como o excesso de trabalho ou o desemprego. Huffman,

Vernoy e Vernoy (2003) apud Fiorelli Osmir (2004,p. 467) alerta que:

Deve-se observar que, “além dos tipos crônicos de estresse, uma grande quantidade de estresse diário está na forma de aborrecimentos pequenos problemas do dia-a-dia, que não são em si significantes, mas que podem acumular-se e tornar-se uma fonte importante de estresse.

O prosseguimento dessas ações e as tentativas de resolvê-las podem

sobrecarregar o nosso organismo e como resposta a elas, ocasionar em um

estresse crônico que irar gerar doenças psicológicas e físicas como a síndrome de

burnout, que é altamente prejudicial à saúde e mais difícil de diagnosticar e tratar.

O funcionário diagnosticado com burnout é acompanhado de seus problemas

onde for, mesmo que receba um descanso, ou até mesmo diminuição de seus

afazeres. Se não houver o tratamento adequado, os problemas irão surgir

novamente e acompanhar o colaborador no seu labor diário. Fioreli Osmir (2004)

destaca que com o passar do tempo à digestão é afetada; em consequência, o

humor; passa a ter dificuldades para iniciar o sono (à noite adormece lembrando-se

de detalhes desagradáveis do relacionamento com o chefe), são dores de cabeça

constantes e a prática de automedica-se tem como resultados o aparecimento de

outras doenças.

Os aspectos individuais associados às condições e relações do trabalho

formam uma constelação de todos os sentimentos que levam as pessoas a se

sentirem desmotivadas e inúteis gerando resultados indesejáveis. Os principais

fatores são a sobre carga de trabalho, as expectativas profissionais, os sentimentos

de injustiça e iniquidade nas relações laborais, os conflitos entre colegas, os horários

de trabalho extensos e os conflitos de papel. Todos esses elementos se enquadram

em fatores de risco, ou seja, condições que estão associadas ao aumento da

probabilidade de ocorrência de resultados indesejáveis Reppold, Pacheco, Bardagi e

Hutz, (2002), no caso, a consequência negativa é a síndrome de burnout.

Mendonça et al (2014, p.36), afirma que “os fatores de riscos não são

necessariamente as causas diretas de Burnout, mas podem gerar respostas que

produzem este transtorno mental”. Eles contribuem para que se possa ter um melhor

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entendimento da mesma, pois alguém pode vivenciar todas essas situações e

mesmo assim não adquirir a síndrome ou qualquer abalo psicológico, entretanto

alguém pode vivenciar apenas um desses fatores e adquirir a doença. Os fatores

que geram os riscos a saúde mental, estão crescendo cada vez mais, devido às

várias exigências e cobranças que são impostas ao profissional e que muitas vezes

excedem sua competência de adaptação.

Autores como Mendonça et al (2014), argumentam que podemos definir

alguns fatores de ricos como fatores organizacionais, fatores individuais, fatores

físicos e fatores sociais. Diante da argumentação acima, podemos citar como alguns

fatores organizacionais as normas institucionais rígidas, que impede o trabalhador

de ter autonomia e sentir-se no controle de suas tarefas.

A burocracia e excesso de normas que interferem na participação criativa e

na tomada de decisões, resultando em um trabalho demorado e cansativo e as

mudanças organizacionais, que muitas delas provocam insegurança estimulando o

funcionário a cometer erros. Podemos citar também a comunicação ineficiente que

acaba provocando distorções e lentidão na disseminação de informações. E os

conflitos de papel, que se dar quando um indivíduo está sendo forçado a assumir

papéis distintos e incompatíveis, ou seja, a ambiguidade de papel.

Os fatores individuais que influenciam para o desenvolvimento da doença são

as características de personalidade, são aqueles colaboradores competitivos,

esforçados, impacientes, que sofrem com necessidade de controlar as situações e

tem uma grande dificuldade em tolerar frustrações.

Os fatores físicos incluem o calor, o frio e os ruídos excessivos ou iluminação

insuficiente e lugares insalubres. Por último os fatores sociais, que é a falta de

suporte familiar, que impede o indivíduo a contar com o apoio de seus colegas e

familiares. Os valores e normas culturais podem incrementar no impacto dos

agentes estressores para o desencadeamento do burnout.

As maiorias das pessoas que não conseguem responder a estes fatores de

forma adaptativa, acabam por prejudicar sem perceber, o seu estado físico e

psicológico. Assim conflitos em seu dia a dia e em sua vida organizacional são

ocasionados.

A síndrome de burnout começa a ser percebida ao se diagnosticar alguns

sintomas que podem ser físicos, psíquicos, emocionais e comportamentais. Os

sintomas físicos se definem pela sensação de fadiga constante e progressiva,

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distúrbios do sono, dores musculares, baixa resistência imunológica, cansaço

intenso e transtornos cardiovasculares.

Os sintomas psíquicos podem ser caracterizados, pela falta de atenção,

diminuição da memória, diminuição da capacidade de tomar decisões, delírios de

perseguição, sentimento de alienação e impaciência. Os emocionais são

caracterizados pelo desânimo, perda de entusiasmo, perda de alegria, ansiedade,

depressão, irritação, pessimismo e baixa autoestima.

Já os comportamentais são definidos pelo isolamento, perda de interesse pelo

trabalho, pelo lazer, perda de iniciativa em fazer seu trabalho, lentidão no

desempenho das atividades, agressividade, e até uso de drogas que podem ser

tanto licitas como ilícitas. Pereira Benevides define que:

A pessoa com a síndrome de burnout não necessariamente deva vir a denotar todos esses sintomas. O grau, tipo e o número de manifestações apresentados dependerá da configuração de fatores individuais (como predisposição genética, experiências socioeducacionais), fatores ambientais (locais de trabalho ou cidades com maior incidência de poluição, por exemplo) e a etapa em que a pessoa se encontra no processo de desenvolvimento da síndrome (2002 p.44).

A síndrome de burnout é consequência de um processo de longa data que se

inicia de maneira lenta e tem resultados devastadores que, quando percebida, já tem

tomado grandes proporções. A pessoa afetada acaba não conseguindo buscar

meios de tratamento e de enfrentamento para que se possa lidar com a mesma,

além do diagnóstico ser tardio, o reconhecimento da doença por parte do doente

também é um fator negativo, já que muitas vezes a doença não é reconhecida por

parte do indivíduo que tem sentimento de culpa e medo do que as outras pessoas

irão falar e que acaba não tendo o tratamento e meios de enfrentamento adequado.

A síndrome acaba sendo a responsável pela destruição e irrealização do

colaborador ocasionando em casos específicos que chega até em suicídio.

Assim, considera-se de grande importância compreender as características

comportamentais, individuais, emocionais, físicos e psíquicos que cercam os grupos

que se apresentam com fortes indícios e exposição aos riscos ligados aos fatores

estressantes que norteiam as atividades laborais em longo prazo, essas atividades

implicam na ocorrência da síndrome de burnout.

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2.2 Definição do clima organizacional

As organizações entre si possuem culturas e comportamentos diversos de

acordo com seus princípios e visão de mercado. A relação de trabalho é movida por

diversos fatores que engloba toda estrutura de uma empresa, entre eles, e um dos

mais importantes é chamado clima organizacional, tendo como objetivo visar e

prezar pela boa relação e o bom convívio entre todos os membros que formam uma

empresa. O clima organizacional surge como indicador de satisfação ou insatisfação

dos colaboradores para a empresa, influência na produtividade e no

comprometimento do colaborador durante a realização de suas atividades mediante

a motivação e incentivos por parte dos gestores.

Idalberto Chiavenato afirma que, “o clima organizacional constitui o meio

interno, a atmosfera psicológica característica de cada organização” (2002, p.183).

O clima está relacionado aos fatores que ligam a organização como condições

estruturais, como o tipo de tecnologia usada na empresa, às políticas usadas, os

regulamentos internos, o comportamento social e as atitudes que são tomadas

dentro da empresa entre as regras, rotinas e relações sociais que venham a existir

na organização.

Um ambiente constituído por pessoas requer cuidados diversos que vai da

comunicação ao bem estar dos colaboradores, podendo tornar um clima receptivo e

agradável de forma positiva e elas se sintam bem, por outro lado um clima não

receptivo afasta as pessoas e as inibe, ao realizar suas atividades ocasionando um

baixo índice de motivação. A busca em manter um clima organizacional agradável é

bem desafiadora para qualquer organização, pois nela existem diversas pessoas

com personalidades e pensamentos distintos que acaba gerando um mix de

culturas, crenças e valores a serem compreendidos, analisados e adaptados ao

ambiente laboral procurando manter o controle e a disciplina na organização.

Mediante esse contexto, o clima organizacional pode ser mudado

constantemente, de acordo com sua capacidade de sofrer mudanças e com a sua

forma de adaptação na empresa a resolver problemas do meio a qual está inserida.

Deve agir de maneira flexível a fim de evitar conflitos, e criar sensos coletivos,

reunindo valores e princípios que contribuem no comportamento das pessoas e na

integração de objetivos. De forma que obtenha comprometimento de todos os

participantes da organização e estabelecer objetivos de longo prazo.

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A satisfação dos colaboradores pode ser feita ao se realizar algumas tarefas,

como ao indicar e apoiar as decisões dos gestores ou fazer a mensuração

de como está a qualidade de vida no trabalho dos colaboradores,

estabelecer referências confiáveis sobre um ambiente específico para implementar

ações de motivação, gerando um grupo participativo e efetivo com um nível de

produtividade e comprometimento maior.

Dessa maneira, pode haver um aumento na eficácia por intermédio de um

clima que satisfaça a pretensão dos indivíduos e que direcione o comportamento

gerado para execução das atividades organizacionais. Para Chiavenato Idalberto

(2002):

Da mesma forma que uma organização tem expectativas acerca de seus participantes, quanto às suas atividades, talentos e potencial de desenvolvimento, também os participantes têm suas expectativas em relação à organização. As pessoas ingressam e fazem parte da organização para obter satisfação de suas necessidades pessoais através de sua participação nela. Para obter essas satisfações, as pessoas estão dispostas a fazerem investimentos pessoais na organização ou a incorrer em certos custos. Por outro lado a organização recruta pessoas na expectativa que elas trabalhem e desempenhe suas tarefas (p.151).

Essa relação de organização e pessoas influi diretamente na produtividade e

na qualidade do trabalho que tanto conduz a um clima de confiança e respeito

quanto a um ambiente desconfortável e que não induz o colaborador a evoluir, isso

depende do seu contexto e forma de lidar com as situações qual o indivíduo tenderá

a aumentar suas contribuições e elevar suas oportunidades de êxito psicológico ou

se desleixar totalmente e perder o controle da situação.

Existem alguns indicadores que são relevantes do clima organizacional, o

Turnover é um deles, conhecido pela sua rotatividade de pessoal e falta de

comprometimento por parte dos colaboradores, ou algo fora do normal na empresa,

é um sinal de que a mesma pode não está satisfazendo as necessidades dos

funcionários, como também o absenteísmo que é o resultado de faltas frequentes

dos colaboradores, que também pode ser ocasionado devido à insatisfação com o

ambiente de trabalho, seguindo um modelo de avaliação de desempenho, deve-se

observar a baixa produtividade de alguns colaboradores, o estado de ânimo e apatia

em relação à empresa, para não ocasionar em climas desagradáveis e gerar

conflitos tanto interpessoais quanto interdepartamentais.

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Dessa forma o clima organizacional se torna o reflexo de todas as situações

que ocorrem na organização de forma geral podendo ser caracterizado como de

momento, dependendo o estado e o comportamento dos colaboradores da

organização.

2.3. A influência da síndrome de burnout no clima organizacional

A busca da realização profissional e pessoal do homem no trabalho persiste

sempre em alcançar perfeição em suas atividades. Essa busca constante resulta,

muitas vezes, em distúrbios psicológicos, físicos e emocionais, que influem no

comportamento relacionado ao trabalho e no clima organizacional, provocando

emoções e reações diversas que estão relacionadas à síndrome de burnout, como o

excesso de atividades desenvolvidas, regras e rotinas. A síndrome acaba

atrapalhando o convívio e a comunicação das pessoas na empresa, devido a suas

reações, ela provoca desconfortos emocionais no trabalhador que dificulta a

realização do trabalho. Dejours, Abdoucheli e Jayet (1994) citado Fioreli Osmir

(2004, p.269), afirma que “Existe um „paradoxo psíquico do trabalho‟: para uns, ele é

fonte de equilíbrio; para outros, causa de fadiga”.

Os problemas no clima organizacional aumentam com o avanço da síndrome,

desencadeando nas organizações prejuízos tanto financeiros quanto de pessoal,

devido à rotatividade de funcionários. Quando começam a surgir ameaças no

ambiente laboral, através de cobranças nos rendimentos, eficácia e desempenho, e

a empresa não oferece recursos para o aprimoramento de suas funções, nem tão

pouco motivações, os sentimentos de insatisfação e desmotivação começam a

surgir e consequentemente os seus resultados.

A síndrome afeta o clima organizacional de maneira direta, tendo como

consequências o afastamento de funcionário, má comunicação, baixa produtividade,

conflitos e ineficiência de atividades. Há, então, uma interferência negativa nas

relações de trabalho que a pessoa tem com a empresa, a qual ela faz parte,

resultando em desproporções que podem ser irreparáveis, já que a mesma envolve

todo o sistema físico e mental do trabalhador, assim como também pode deslocar a

estrutura da empresa em relação ao clima organizacional, uma vez que, o

colaborador já não está mais produtivo e suas energias físicas e mentais

concentram-se em apenas no seu mal-estar e nos sintomas enfrentados.

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Um funcionário desmotivado e que não tem condições de trabalho

adequadas, não se sente capaz de realizar suas tarefas, essa insatisfação pode ser

temporária ou até mesmo aumentar gradativamente e torna-se um círculo vicioso,

pois os aspectos vivenciados dentro das relações internas, gera diferentes espécies

de motivação em seus colaboradores, que é o que faz parte da qualidade de vida do

colaborador no ambiente organizacional. Insatisfação é um sentimento de

irrealização, causado quando o colaborador sente que seus objetivos ou

expectativas, não foram alcançados, gerando uma frustração, já motivação é quando

o funcionário sente a vontade de fazer algo e sente-se incentivado a buscar ou

realizar seus objetivos.

O clima é criado por um conjunto, não apenas das relações interpessoais

entres colaboradores e gestor, é caracterizado pela cultura organizacional, pela

tecnologia empregada, pela estrutura econômica, pela valorização do funcionário,

pelas oportunidades de participação. São diversas as situações que podem afetar o

desempenho e comportamento do colaborador, pois as reações de ações estão

ligadas as diferentes personalidades e motivação. Chiavenato Idalberto assevera em

seu texto que:

A satisfação de certas necessidades é temporal e passageira, ou seja, a motivação humana é cíclica: o comportamento é um processo contínuo de resolução de problemas e satisfação de necessidades à medida que vão surgindo (2002, p.52).

Por isso que o gestor deve estar atento aos sinais de seus colaboradores,

pois a empresa só irá conseguir atingir os seus objetivos, se o corpo de funcionários

estiver motivados e satisfeitos, diante das diversas situações que o cotidiano impõe,

o burnout dificulta a evolução do funcionário, comprometendo as organizações, se a

mesma não dispuser de um ambiente favorável para que os seus colaboradores

obtenham satisfação e motivação para se trabalhar o desempenho se torna muito

difícil. O gestor deve estar atento aos sinais que seus colaboradores passam, pois

conforme o que já foi dito no decorrer desse trabalho, cada empresa tem suas

características únicas, objetivando em ambientes que podem ser prazerosos ou

dolorosos, a síndrome está presente nestes momentos dolorosos, relacionado ao

esgotamento psíquico e físico que cada pessoa adquire no seu local de trabalho,

devido as suas desproporções e situações laborais inadequadas.

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O clima organizacional é uma das partes mais importantes para o crescimento

e fortalecimento das empresas e das pessoas, por isso é de suma importância para

o gestor obter o conhecimento sobre as doenças que afetam o trabalho,

principalmente os transtornos mentais. Devem-se criar ações eficazes na prevenção

e conscientizasse da influência que a síndrome de burnout pode trazer para dentro

das organizações e que todos os aspectos estão interligados, pois a saúde mental

do trabalhador tem um resultado direto no desempenho de cada colaborador,

levando a baixa produtividade, a relação interpessoal desagradável, diminuição de

participação, contribuindo para o aumento de rotatividades e afastamentos por

tempo indeterminados de suas funções laborais. Serão abordadas ações de

prevenção à saúde mental do trabalhador no capítulo seguinte.

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3 ANALISAR A INCIDÊNCIA DO ACOMETIMENTO DA SÍNDROME TIPIFICANDO

OS PROFISSIONAIS MAIS AFETADOS

Este capítulo tem o propósito de apresentar os profissionais com um maior

índice do acometimento da síndrome, destacando a importância de o gestor ter o

conhecimento sobre a doença, apontando suas consequências e formas de

prevenção, baseado em elementos textuais dos autores: Osmir Fioreli (2004), os

autores Mendonça et al (2014), dentre outros que serão expostos no texto.

3.1 Profissionais com um maior índice do acometimento da síndrome de

burnout

Pouco reconhecida, mas recorrente, a síndrome de burnout, que tem origem

da constante pressão emocional vivenciada no ambiente laboral, afeta trabalhadores

que estão no limite do estresse relacionado ao trabalho, ocasionando consequências

emocionais, psicológicas e físicas. A dedicação exagerada, falta de autonomia sobre

o trabalho, falta de reconhecimento e as pressões diárias que são impostas ao

colaborador, podem desencadear a síndrome, que em fase inicial pode ser

confundida com a depressão, pelo fato das duas serem patologias mentais e

apresentarem sintomas semelhantes, mas as características dos transtornos e seus

fatores de risco são diferentes.

A síndrome se dá pelo o esgotamento físico e mental, retratado através de

comportamentos de irritabilidade, isolamento, tristeza, falta de concentração,

ausência ao trabalho, dentre outras consequências apresentadas. Apesar de todos

esses sinais, os profissionais portadores da doença tendem a trabalhar mais do que

os que não são portadores, o motivo dessa afirmação se dá pelo fato das pessoas

que são portadores da síndrome, realizar a mesma tarefa várias vezes, devido a sua

exaustão, falta de concentração e baixa produtividade. Por isso que a síndrome

causa um impacto na organização, devido aos problemas psicossociais que afetam

aos trabalhadores e consequentemente a organização e todos que englobam a

mesma.

A síndrome pode afetar qualquer pessoa que esteja com vínculo laboral,

entretanto, existem profissionais que estão mais propícios em adquirir a doença e

apresentam uma maior incidência do acometimento da síndrome de burnout. São

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profissionais cuja profissão exige um envolvimento interpessoal e intenso vivenciado

diariamente, que cause algum impacto direto à vida de outras pessoas, por exemplo,

aqueles que lidam frequentemente com problemas destes, como cuidados com a

saúde, segurança, educação e serviços humanos.

O autor Delbrouck Michel (2006) afirma que a exaustão pode ser reconhecida

como uma doença profissional que atinge principalmente pessoas que exercem

profissões de envolvimento constante com outras, por exemplo, profissionais de

ensino e de cuidados com a saúde.

Entre diversas profissões que estão ligadas a essa afirmação, podemos citar

como exemplo os assistentes sociais, advogados, bancários, professores, agentes

penitenciários, policiais, bombeiros, profissionais em geral da área da saúde como

médicos, psicólogos, enfermeiros e fisioterapeutas, veterinários, administradores,

cuidadores, e funcionários públicos.

Entretanto, Delbrouck Michel (2006, p.136) afirma que, “Não existe

verdadeiramente uma personalidade patológica específica para o desenvolvimento

da exaustão, uma vez que todo prestador de cuidados, seja ele qual for, pode ser

atingido”. Porém, existem alguns profissionais que estão mais oportunos no

desenvolvimento da síndrome. Podemos usar como exemplo dessas profissões os

médicos e professores, pois é uma das ocupações que lidam constantemente com

os problemas e a escassez de recursos para solução dos mesmos.

Os médicos estão mais propícios devido a sua prestação de serviço constante

e raramente ser um beneficiário de cuidados médicos, pois dificilmente os

profissionais se consultam e a dedicação a outras pessoas é extrema. Contudo,

acabam preocupando-se pouco com a própria saúde. “Assim, os médicos tratam-se

pouco, mal e, sobretudo, autotratam-se. Ora, o autodiagnóstico e a automedicação

são fatores de risco importantes para o agravamento de uma doença”.

(DELBROUCK, 2006, p. 48). Eles têm uma visão mais humana acerca de seu

trabalho, sensibilidade e dedicação no intuito de ajudar pessoas, se envolvem

cotidianamente com situações de sofrimento, dor e perdas.

Na maioria das vezes esses profissionais exercem a sua profissão em

condições desfavoráveis, insalubres, penosas com uma baixa remuneração e

desvalorização profissional. Além disto, ainda tem que lidar com diversos fatores na

organização hospitalar, como a redução frequente nos custeamentos para prestação

de serviços aos cidadãos, sobrecarga de trabalho e conflitos de valores. Todos

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esses fatores contribuem de forma negativa, causando um choque e desinteresse

com os serviços da saúde e o seu desempenho profissional, desencadeando para

síndrome. O profissional da saúde, por subestimar os seus sintomas, acaba não

buscando, o que causa a piora deles.

Com relação aos professores, os fatores estressantes do dia a dia são os que

mais contribuem para o desenvolvimento dessa doença, junto às mudanças

tecnológicas e culturais decorrentes nas escolas, além das cobranças por bons

rendimentos por parte da sociedade. Constantemente eles têm a sensação de

esgotamento físico, pois por muitas vezes eles precisam trabalhar os três horários

para aumentar sua renda, sem contar que o exercício laboral se estende para além

dos portões da escola, na medida em que levar várias atividades para sua casa tais

como, cadernetas, provas para corrigir, o planejamento da aula e em casos de

educação infantil as atividades que chamam de “lembrancinha” para as datas

comemorativas e as atividades lúdicas.

O professor é uma das profissões que exige um grau elevado de estudo, pois

são os responsáveis pela formação de outros profissionais. Essa história pessoal de

grande envolvimento no trabalho é vista como prioridade de vida ou uma missão que

o professor leva consigo e acaba sendo um fator relevante da síndrome de burnout.

Outros fatores que também afetam o rendimento dos professores principalmente os

das redes públicas de ensino, são as salas de aulas lotadas, falta de estrutura, falta

de segurança, mudanças de turno, falta de treinamentos para capacitação desses

profissionais. Há a necessidade em lidar com alunos que não possui interesse em

aprender ea insegurança do professor para cobrar rendimentos do aluno, devido o

alto índice de agressões aos professores.

Na escola, o professor presencia de tudo um pouco e essa carga de emoções

e informações o deixa desnorteado, e impossibilitando-o de exercer seu trabalho

com excelência. Os docentes tendem a realizar dupla ou tripla jornada de trabalho,

tendo pouco tempo para descansar e dedicar-se à família, resultando em um

elevado desgaste mental e físico. Essas situações de envolvimento com o meio

interno e externo, aflige a vida emocional do professor, e a partir do contato direto

com os problemas sociais, seja de alunos ou da sociedade, o mesmo se sente na

obrigação de resolvê-los e quando o mesmo não consegue resolver, surge o

sentimento de frustração e incompetência. Com isso a sobrecarga de trabalho

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aumenta, porque o profissional fica leviano com relação a suas atividades e não

consegue executar suas atribuições. Michel Delbrouck (2006) ressalta que:

Freudenberguer considerava a exaustão uma doença do ideal. Está doença atinge pessoas que se envolvem a fundo em tudo o que fazem, que durante muito tempo obtêm com isso uma profunda satisfação e que, até então, testemunhavam energia de sobra. (p.170)

No livro Síndrome de exaustão do Michel Delbrouck (2006), temos o relato de

uma médica diagnosticada com a síndrome de burnout, que revela suas angústias e

medos vivenciados ao decorrer da doença. A Dra Laurence Jennart, relata que

desde criança tinha o desejo de ser médica e que aos 9 anos de idade já

conversava com seus pais sobre o desejo. Porém, ela não imaginava que o

exercício da profissão seria além de um trabalho, mas sim uma máquina de devorar

todo o seu tempo livre e a vida familiar.

Em seu relato, fala que estava sempre estressada, apressada, que sua vida

parecia mais uma corrida desenfreada para dar conta de afazeres da casa, de sua

vida como mãe e cumprir com sua obrigação como médica. Fala dos sintomas que

se fizeram presente em sua vida, os quais não conheciam há 3 anos atrás. A

solidão, angústia, impotência e tristeza diante das mortes e ainda ter que lidar com

cobranças dos seus familiares e pacientes. E mesmo sendo difícil tudo isso ter que

manter a mente clara, científica e desperta o tempo todo.

Padial (2016) cita no portal nova escola o relato de um professor que

apresentou todos os sintomas da síndrome de burnout, embora ele não tenha tido

esse diagnóstico. O professor Everson Melo, nunca teve dúvida do que queria fazer

pelo resto de sua vida, tendo como sua maior inspiração a sua esposa que

conheceu nessa paixão pela educação, o educador nunca pensou em se afastar de

suas atividades, até que um dia o mesmo não conseguia mais entrar em sala de

aula, devido a um estresse agudo.

O fato ocorreu no período de reestruturação do colégio onde ministrava suas

aulas, sua classe que era composta por 25 alunos, passou para 49, sem ventilador,

com o sol invadindo as salas de aula e alunos mudando o tempo inteiro de lugar por

não aguentar a temperatura. A experiência com esses fatores estressantes faz com

que o professor comece a se sentir culpado por não dar mais conta de lecionar

naquela situação precária, assim, foi perdendo o seu idealismo e dando lugar a

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desmotivação. Relembra o dia em que foi a gota d‟água de seus problemas e foi

necessário o afastamento por ordem psiquiatra.

O fato ocorreu quando o professor em uma de suas aulas foi separar a briga

de duas alunas, e após ser destratado por uma delas, veio em sua mente à imagem

em que empurrava a aluna escada abaixo. Após esse episódio o educador ficou

desesperado e procurou ajuda na direção do colégio e tratamento com especialista.

Os dois casos citados mostram a relação dos fatores estressores vivenciado pelos

profissionais, tais como a sobrecarga de trabalho, sentimentos de insegurança,

medo e culpa, que leva o profissional para uma irrealização profissional.

Situações como essas descrevem momentos infelizes vivenciados por

pessoas acometidas pela doença, são relatos dos momentos de angústia, dor,

noites mal dormidas e sentimento de tortura psicológica causada pelo ambiente de

trabalho. Os autores, Mendonça et al afirmam que burnout:

Tratasse de uma condição de sofrimento psíquico relacionada, ao trabalho, determinada por fatores como: sobrecarga, níveis de atenção e concentração exigidos para a realização das tarefas combinados com o nível de pressão exercido pela organização do trabalho, falta de condições para exercer o trabalho, insegurança quanto a permanência no emprego, falta de suporte da equipe/chefia, sentimento de desmoralização pessoal no ambiente de trabalho, sentimento de injustiça (p.30).

O ser humano, para concretizar seus objetivos de vida depende parcialmente

do sucesso de seu trabalho, que na medida em que a sociedade vai se

modernizando e se qualificando, as cobranças e exigências também vão

aumentando, e o mesmo que pode conduzir a situações de satisfação e

enriquecimento no trabalho, pode ocasionar em fatores de estresse que

continuamente pode levar a síndrome de burnout, gerando várias consequências,

em razão de que nenhum funcionário gosta de trabalhar estando infeliz e

desmotivado, não se tem vontade para a realização de suas tarefas, o dia de

trabalho se torna interminável, gerando um desgaste que irá refletir no rendimento

profissional, comprometendo o sucesso profissional do colaborador e

consequentemente o sucesso da empresa, já que o colaborador é a peça chave

para esse acontecimento, pois para o crescimento da empresa no mercado de

trabalho, não basta apenas à alta tecnologia, estruturas organizacionais bem

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definidas e instalações modernas, a organização, como um todo, é o conjunto de

tudo isso, com o mais importante que são os colaboradores.

3.2 A importância do conhecimento de burnout para o administrador

A habilidade de gerenciar e trabalhar com pessoas envolve uma vasta

responsabilidade como o recrutamento e a admissão do colaborador em uma

empresa. Envolvem funções e responsabilidades desafiadoras para o administrador,

como saber qual o cargo ideal para cada colaborador, para que não ocorram

conflitos de papeis. As organizações são constituídas por diferentes combinações de

poder e competências que visa sempre produtividade e bons resultados movidos por

desenvolvimento no trabalho, que envolve as necessidades das pessoas e influencia

o seu comportamento na sociedade.

A administração está associada a solucionar problemas, isso envolve a

capacidade de saber lidar com as mudanças que ocorre no mercado de trabalho que

cada vez mais são mais rápidas e profundas caracterizando um cenário competitivo

e cheio cobranças a fim de se obter bons resultados. Em razão dessa complexidade

os líderes têm o papel de influenciar e saber administrar o comportamento das

pessoas no ambiente laboral, tendo como desafio principal, estabelecer na empresa

uma cultura solida que associe o alto desempenho no trabalho com a qualidade de

vida e a necessidade de autorrealização pessoal e profissional de cada

pessoa. Gullo Jose enfatiza que:

A administração tem como objetivo aplicar suas funções à empresa para, através de recursos materiais e humanos, concretizar os processos executados em todas as suas áreas, considerando seu ambiente interno e o ambiente externo que a envolve. O administrador, de dentro da empresa, analisa os elementos que compõem o ambiente externo, para poder adaptar o ambiente interno de sua empresa a esse ambiente externo e, com isso, poder traçar um caminho de sucesso para a empresa (2016, p.14).

Com o crescimento do mercado econômico e tecnológico as empresas

sentem a necessidade de buscar alternativas de crescimento para se obter maior

rentabilidade a partir dos seus serviços ou produtos, agregando tempo e

produtividade como fator essencial, tanto na empresa pública como privada. A partir

disso a gestão passa a perceber que os meios de se trabalhar não são como os de

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antigamente e acaba cobrando cada vez dos colaboradores, exigindo mais agilidade

e competência para acompanhar o ritmo acelerado do mercado. Manter condições

de trabalho favoráveis é uma questão de responsabilidade de urgência nos dias

atuais, pois mediante a essa revolução de mudanças que ocorre no mercado às

pessoas estão mais propícias a desenvolver vários problemas envolvendo a saúde

física e mental. A partir dessas mudanças as doenças começam a surgir

atrapalhando a vida das pessoas e consequentemente o desenvolvimento das

empresas resultando em altos índices de afastamento de funcionários e problemas

que vão do relacionamento a produtividade.

A síndrome de burnout é uma doença que ao longo do tempo vem atingindo

diversos colaboradores, movido pelo cansaço físico e emocional é um dos motivos

principais pela qual as empresas estão afastando funcionários, sendo o principal

causador de conflitos mediante a relação de trabalho. Não conhecida por muitos

gestores à síndrome de burnout acaba se tornando um fator estressante e

conflituoso no dia a dia das organizações, isso se dar pelo não conhecimento da

doença que leva a tomada de decisões erradas.

Na maioria dos casos, o doente é afastado da empresa sem que o gestor

saiba o real motivo da demissão, já que a doença é confundida com outras doenças

laborais e acaba passando despercebida ou atrelada a outros problemas, deixando

a organização escassa de bons funcionários, já que os mais envolvidos e dedicados

à organização estão mais propícios em adoecer, devido sua dedicação extrema ao

trabalho.

Essa doença que também acaba sendo uma das principais causas de

rotatividade de funcionários nas empresas deixa os colaboradores desmotivados e

sem interesse de trabalhar, já que é resultado da exaustão física e emocional, que

quando é atingida desestrutura toda uma pessoa e toma diversas proporções. Essa

dimensão de reprimir a realização profissional ou ausência de envolvimento pessoal

ressalta a sensação de ineficiência referindo-se a sua ocupação ou sua vida

pessoal. Os profissionais tendem a fazer uma avaliação negativa de suas atitudes,

afetando assim a realização do trabalho e isso requer uma visão ampla do

administrador para saber intervir nesses casos.

Para Fiorelli Osmir (2004), ao administrador não cabe realizar qualquer

espécie de diagnostico da doença nos colaboradores, o que se espera é que o

próprio tenha a compreensão de prezar pela saúde mental e a qualidade de vida

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dentro da empresa, possuir conhecimentos mínimos sobre transtornos mentais e ter

uma noção da importância da saúde do trabalhador na organização.

O administrador além, de possuir conhecimento de áreas específica de

gestão, precisa conhecer outros campos que se não obter o conhecimento pode

prejudicar o rendimento da instituição, inclusive deve obter conhecimento sobre

estas doenças psicológicas, que provocam sensações dolorosas, níveis elevados de

estresse e distúrbios mentais nos colaboradores. Sendo uma doença que provém

exclusivamente da relação de trabalho, o burnout pode determinar a permanência do

colaborador ou não no emprego. Mendonça et al relatam que:

Dessa forma, os distúrbios mentais relacionados ao trabalho representam uma importante causa de afastamento de trabalhadores do seu ambiente laboral. Dentre as consequências geradas a partir do desequilíbrio na saúde do profissional, destacam-se o absenteísmo por doença no trabalho, levando-o às licenças por auxílio-doença, bem como a necessidade, por parte da organização de reposição de funcionários, transferências, novas contratações, novo treinamento, entre outras despesas (2014, p.21).

Os trabalhadores quando estão satisfeitos com o seu emprego e estão

saudáveis fisicamente e mentalmente interagem e executam suas atribuições

corretamente. Já os empregados que se sentem ameaçados na estabilidade do

emprego ou mesmo na forma de conduzir suas atividades devido às reações da

síndrome precisam de gestores que inspirem confiança e defina rumos certos a

serem seguidos e que saiba nortear soluções para enfrentar junto ao colaborador

estes problemas.

É de responsabilidade do administrador reconhecer e valorizar o bom trabalho

das pessoas com quem mantém contato, e remunerar esse trabalho de forma

compatível promovendo o equilíbrio entre o esforço que a pessoa dedica à empresa

e os benefícios que ela recebe além de organizar recursos criando bons trabalhos

em equipe e estabelecer obrigações, deveres, responsabilidades de acordo com seu

trabalho das pessoas. Para o autor Delbrouk Michel (2006), a entidade empregadora

deve sentir – se responsável. Devem assegurar condições de trabalhos favoráveis,

proporem objetivos intangíveis e reconhecer os esforços e os resultados.

Nem sempre os gestores estão preparados para responder às demandas de

problemas que surge junto a suas equipes, o que pode resultar em conflitos

desgastantes para os empregados, para os gestores e para a organização, essa

falta de preparo resulta em um descontrole total dos indivíduos que regem a

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organização, sem falar nas reclamações trabalhistas que o empregado pode mover

contra a empresa.

O não conhecimento do gestor sobre este assunto reflete no despreparo para

lidar com as situações que prejudicam o seu ambiente de trabalho e atrapalha a vida

da empresa. O principal ativo de uma organização é o ser humano, e este precisa

ser motivado, conhecendo os seus direitos e deveres. É indispensável saber

administrar, realizando uma gestão eficaz, e antes de qualquer coisa, ter ciência que

administrar envolve vários conjuntos que liga esforços que tenham objetivo de

planejar, organizar, a direcionar e liderar a coordenação e o controle das atividades

de um grupo de pessoas que tenham objetivos em comum.

Uma gestão de qualidade deve está sempre atenta e atualizada das situações

pertinentes que envolvem o ambiente de trabalho, para que não se tenha perdas de

funcionários e principalmente o desperdício de boa mão de obra, trabalhadores que

sofrem dessa doença e não conseguem ser diagnosticados e tratados, pois antes

disso são demitidos ou afastados por não ter conhecimento do assunto e muito

menos a gestão saber do que se trata, aumentando desgastes tanto para empresa

quanto para o funcionário, já que a síndrome muitas vezes é confundida com a

depressão e outras doenças psicológicas

Há uma grande relevância quanto aos gestores e os colaboradores que

precisam ter ciência de que necessitam encontrar uma solução que atenda os

interesses dos dois. Isso leva a medir a satisfação dos empregados com os

aspectos organizacionais associando o relacionamento hierárquico, o volume de

serviços individuais e coletivos, as expectativas individuais relativamente à carreira e

a qualidade de vida, como também as relações interpessoais no trabalho, a fluidez

no processo organizacional e a satisfação do grupo ou individual.

Para reduzir os conflitos e a perda de bons funcionários, o empregador deve

estar sempre atento às mudanças que ocorre no comportamento dos seus

funcionários, monitorando e selecionando pessoas de acordo com suas

necessidades e cargos adequados, estabelecer uma cultura organizacional e um

clima organizacional adequado para se trabalhar, investir em programas de

incentivos ao colaborador e ter a disposição da empresa profissionais que ajudem a

lidar com estes tipos de situações.

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3.3 Prevenção

A paixão pelo trabalho é um fator essencial para que se possa ter um bom

desempenho como profissional, está sempre disposto a buscar novas conquistas e

crescer profissionalmente é, sem dúvida primordial na vida do ser humano, mas

existem algumas adversidades que podem atrapalhar este trajeto. Essas

adversidades aparecem fatores que interfere na vida do profissional ocasionado

conflitos e falta de estímulo para continuar a exercer o seu papel.

Os profissionais enfrentam uma grande dificuldade em seu dia a dia e

acabam precisando usar alguns recursos adaptativos para manter-se nos seus

empregos isso devido aos agentes estressores negativos que se desenvolve no

ambiente de trabalho e interfere nesse caminho em busca de sucesso profissional.

O trabalho pode motivar gratificar e incentivar as pessoas como também pode

favorecer o desgaste físico e mental dos mesmos.

A organização do trabalho muitas vezes pressiona o indivíduo levando-o a

estados de desgaste, gerando inúmeras consequências que resulta em um

funcionário desmotivado, impaciente, agressivo e ansioso que passa a apresentar

uma exaustão emocional e física elevada o impossibilitado de concluir seu trabalho.

Um bom relacionamento interpessoal pode contribuir e fortalecer a amizade, as

formas de interação e confiança entre colegas de trabalho e liderança, influenciando

de forma significativa a tomada de decisões e o bom relacionamento dentro das

empresas tornando um clima organizacional agradável que gere retornos e

comprometimento no trabalho.

A falta de incentivos e segurança no trabalho também é um interceptor que

prejudica a realização das atividades laborais, de contrapartida, a sensação de

segurança no trabalho é cada vez menor, afetando psicológico das pessoas gerando

doenças psicológicas e problemas de relacionamento com o meio, afetando assim a

convivência do trabalhador com a empresa.

A síndrome de burnout é uma dessas doenças que atrapalha a trajetória de

vida de muitas pessoas, essas que são movidas pelo sentido de culpa de não

conseguir realizar-se profissionalmente e passam a ter uma visão negativa de si

mesmo. Essa mentalidade de querer fazer tudo sozinho e com perfeição é um fator

de risco para desencadear a síndrome, que segue uma linha de entusiasmo idealista

que a pessoa cria tentando fazer com que o trabalho se torne uma única forma de

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conseguir realizar- se como pessoa e como profissional. Estala- se nas pessoas

uma paralisação onde o trabalho deixa de ser considerado crucial e começa a ser

evidenciado como vilão prejudicando a sua vida.

As organizações atuais são movidas por cobranças e exigências extremas e

não escolhe a quem vai afetar. Para que o indivíduo não chegue a perder o

entusiasmo e o amor pelo trabalho precisa prevenir-se de alguma forma, como

também a organização precisa criar métodos de prevenção e incentivos para que

possa deixar a síndrome longe de seu ambiente laboral, para que não chegue a um

patamar de frustração e perdas.

Acerca dessa temática, Fiorelli Osmir (2004) comenta que, cabe ao

administrador buscar promoções a saúde mental, como parte de suas atividades

relativas à saúde e a segurança no trabalho e a partir daí promover a saúde mental

e compreender o combate aos transtornos mentais neutralizando os fatores que

podem favorecê-los e assim manter um ambiente adequado longe das doenças

ocupacionais.

O empregador e aos supervisores ficam encarregados de monitorar o

desempenho de cada funcionário, estabelecer programas de incentivo a saúde e

bem estar dentro da empresa, investir em formação dos trabalhadores, visar pela

redução do stress, proporcionar técnicas de aprendizagem, relaxamento e de

exercício físico que aliviam as tensões do dia a dia e melhora o humor, que façam

avaliações periódicas a saúde dos trabalhadores tanto física como psicológicas e

disponibilizem locais de convívio e meios de estímulos para realização do trabalho.

Vale também criar grupos de apoio com colegas para discutir temas relacionados ao

trabalho fazer feedback com os colaboradores para ver possíveis melhoras e o que

não está favorecendo rendimentos .

O colaborador seja qual for sua área de atuação e situação profissional, deve

prevenir-se adotando um estilo de vida saudável, dormir o suficiente, fazer

exercícios físicos ou praticar esportes regularmente, praticar exercícios de

relaxamento, aprender técnicas de manejo do stress, praticar humor sempre que

possível, buscar coisas que possa o fazer rir, manter relações estáveis com colegas

de trabalho, não acumular problemas, buscar formas para deixar o trabalho mais

interessante, controlar as emoções para evitar as que geram estresse, saber

reconhecer as próprias limitações trabalho, separar vida privada de local de trabalho,

administrar o tempo de forma eficaz e ter momentos de lazer e distrações.

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Faz-se necessário implantar guias de promoção e prevenção à saúde do

trabalhador, que objetive em minimizar os problemas nos ambientes ocupacionais

reduzindo a demanda de problemas que afetam o clima organizacional e dar apoio

aos funcionários estabelecendo meios de condições melhores para se trabalhar,

melhorando a qualidade de vida dentro das empresas e estimulando para os

colaboradores se sentirem motivados e reconhecerem a preocupação que a

empresa tem com o seu bem-estar.

Com relação aos os profissionais mais propícios a desenvolver a síndrome

como os professores e médicos citados acima, estes devem procurar uma linha de

prevenção mais ampla. Os professores devem prevenir o burnout unindo forças e

criando grupos de discussão para se rever melhores formas de se trabalhar, deve-se

também conduzir e buscar uma melhor qualificação e está sempre atento as

relações interpessoais e as necessidades de mudanças em seu ambiente laboral, no

caso nas escolas e nas salas de aulas tentando potencializar e valorizar a docência,

buscando ações direcionadas à equipe pedagógica para propiciar um espaço

institucional adequado para se trabalhar, como também manter o equilíbrio físico e

mental para poder reconhecer os estressores presentes no seu dia a dia e

programar mudanças em seu estilo de vida e sempre buscar motivação para

superar as dificuldades naturais de sua atividade profissional.

Todas as recomendações de prevenção para o burnout são adequadas

também para o seu tratamento. Porém, em virtude da seriedade dos sintomas no

caso de um burnout já instalado, uma avaliação médica-psicológica deve ser o

eventual tratamento psicoterápico especifico que podem ser feitos por psicólogos,

psiquiatras, assistentes sociais e profissionais que atuem na área da saúde.

Entende- se que a prevenção do burnout depende de todos os fatores

envolvidos dentro do processo de modificação do ambiente laboral, que cada

pessoa pode reagir de maneira distinta de acordo com seu intelectual, sendo que

seja necessário pra ela uma mudança pessoal e coletiva que envolve campos

distintos como a construção de espaços saudáveis no contexto do trabalho.

Assim como o diagnóstico é difícil em alguns casos, o conhecimento da

doença por parte do profissional atingido, também é um problema e um fator

negativo com relação ao tratamento, logo que o reconhecimento da doença é o

primeiro passo para começar a se tratar. O tratamento da síndrome

de burnout incide na quebra do círculo vicioso da sobrecarga e de frustração. Isso

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porque, no início, durante o esgotamento físico e mental, o indivíduo parece

desconhecer os seus próprios limites, por isso há a necessidade de procurar

profissionais da área que ajudara o paciente refletir sobre as suas escolhas,

atitudes, expectativas e hábitos de vida, e o incentive a sempre ter

o descanso físico, mental e a manutenção do equilíbrio entre o trabalho, lazer,

família e vida social.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A síndrome de burnout tem o início traiçoeiro, é algo que no início aparenta

ser inofensivo, mas que vai se instalando lentamente sem que a pessoa perceba. A

síndrome é um transtorno relacionado ao trabalho, pois as suas causas são

relacionadas a situações vivenciadas no ambiente interno da organização. O burnout

foi descrito como a cronificação de um estresse vivenciado no ambiente de trabalho,

causada por incontáveis buscas de soluções e enfrentamento de problemas. Fioreli

Osmir (2004) relata que, devido ao um longo processo e a varias tentativas de lidar

com situações que envolve o estresse as pessoas tendem a desenvolver a síndrome

de burnout. Ela não escolhe um perfil de profissional para se instalar, mas aqueles

que lidam diariamente com pessoas, problemas e a dificuldade de solução, estão

mais oportunos para adquiri - lá. Portanto, burnout não se trata de um evento, mas

sim de um doloroso processo resultante da persistência de problemas no trabalho,

com tentativas de enfrentamentos falhadas.

O clima organizacional retrata o momento em que a organização está vivendo

naquele momento, ele pode oscilar constantemente, devido às influências externas e

internas que a empresa vivencia, que afeta de forma positiva ou negativa entre os

colaboradores e o clima da organização. Um bom clima proporciona um ambiente

afetuoso e saudável para se trabalhar, o que irá resultar em condições melhores

para se trabalhar e atingir os objetivos propostos pela empresa. Sabemos que não é

possível eliminar todos os fatores estressores do dia a dia de um colaborador, mas é

possível amenizá-los recorrendo a buscas constantes da melhoria de gestão,

através da valorização profissional, buscando meios de incentivos, proporcionando

treinamentos e investindo na qualificação do funcionário. Newstrom e Davis

destacam que:

Um importante tipo de mudança é a promoção. Os funcionários procuram com frequência este tipo de mudança, em busca de crescimento e mais reconhecimento. Estes tipos de mudança, apesar de desejados pelos funcionários, têm custos psíquicos substanciais (1996, p.41).

Por isso que o funcionário deve saber o seu valor e sentir-se importante,

independente do cargo exercido e das funções delegadas, o mesmo deve sentir-se

responsável no que diz respeito ao crescimento da organização. O gestor deve

deixar isso claro para o mesmo, investir no aperfeiçoamento profissional, na

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prevenção de doenças e prezar pela saúde do trabalhador, para que se possam

evitar prejuízos futuros em todas as grades da organização. Todas as

consequências que foram discutidas ao longo desse trabalho foram perceptíveis que

a síndrome de burnout influencia completamente no clima organizacional.

Pode-se concluir que todos os objetivos propostos na pesquisa foram

alcançados, através de várias pesquisas bibliográficas, foram analisadas as

consequências que a síndrome pode trazer para o clima organizacional, destacando

os profissionais propícios e os fatores de risco enfrentado por eles.

Através da pesquisa realizada, foi possível concluir que o clima de uma

organização tem grande influência na vida do colaborador, elas podem ser negativa

ou positiva, isso vai depender da forma de enfrentamento de cada indivíduo, uma

vez que os fatores estressores mudam de pessoa para pessoa, isso quer dizer que

um fator estressante pode ser algo prazeroso para outra e que um colaborador pode

vivenciar vários fatores estressores e manter-se calmo e equilibrado, sem gerar nem

um dano a sua saúde, entretanto, um indivíduo pode vivenciar apenas um fator

estressante, e esse mesmo ser o causador para várias doenças e destruição do

profissional.

As organizações precisam investir na qualidade de vida do trabalhador e

conscientizar os seus gestores e funcionários das doenças relacionadas ao trabalho,

uma vez que na maioria dos casos, os administradores e funcionários não têm um

conhecimento sobre a saúde mental, física e psicológica. O que dificulta todo o

processo de diagnóstico, tratamento e as formas de enfrentamento. O funcionário

quando é atingido pela síndrome, de início não sabe o que está acontecendo e

começar a se culpar pela sua exaustão profissional, por sua falta de concentração e

sua baixa produtividade. E o gestor que também não possui conhecimento sobre o

assunto, agrava a doença do colaborador, pois por muitas vezes, esse funcionário

começa a sentir pressões e cobranças de rendimentos da organização.

Um ambiente de trabalho agradável, com valorização profissional, condições

de trabalhos adequada, planos de carreira definidos, benefícios oferecidos ao

trabalhador e uma estrutura organizacional sólida, irá deixar o colaborador seguro,

confortável e motivado para desempenhar suas atividades com satisfação sem que

isso lhe torne uma tortura física e mental.

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REFERÊNCIAS

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