assédio moral e síndrome de burnout

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    Pesquisa e Elaborao: Valdir Gomes da Silva(Ex-dirigente da FENTECT - Federao Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telgrafos

    - Ex-monitor de Formao Sindical do CES - Centro de Estudos Sindicais

    -Graduando em Pedagogia pela Universidade de So Paulo)

    Capa: Stefanato

    Arte: Estefano e Eton

    Diagramao: Jos Bergamini

    Ribeiro Pires, outubro de 2008

    Esta cartilha uma produo do Sindicato

    dos Trabalhadores na Educao Municipal

    Rua Domingos Balzani, 254 b - Centro - Ribeiro Pires - SP.

    CEP: 09400-060 - Fone: 11-4825 5022

    e-mail: [email protected] / [email protected]@hotmail.com

    Apresentao 04

    Introduo 06

    I - Assdio Moral 09

    Conceito e denio 10

    Caracterstica 10

    Evoluo 1 1

    Formas de Assdio Moral no trabalho 1 2

    Perl (mdio) das vtimas 15

    Estatsticas a respeito de Assdio Moral 1 6Perl (mdio) do Agressor 1 7

    Danos do Assdio Moral Sade 18

    O diagnstico de doenas causadas por Assdio Moral 1 9

    Sintomas causados por Assdio Moral 20A unio pode vencer o Assdio Moral 21

    Lei N 4.816 - Penalidades prtica de Assdio Moral 2 2

    II - Sndrome de Burnout 24

    Conceito 25

    Denies 25

    Caracterizao e Desenvolvimento 26

    Trs componentes da Sndrome 27

    Burnout no setor de educao 28

    Facilitadores para a Sndrome 29

    Manifestaes da Sndrome 30

    Combatendo o Burnout 31

    Veja 13 dicas teis para quem trabalha sob tenso 32

    III - Espelho 33

    IV - Resoluo do Conselho Federal de Medicina 35

    V - Pesquisa feita entre educadores na Estncia Turstica de Ribeiro Pires 40

    Referncias Bibliogrcas: 42

    ndice:

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    E

    sta cartilha nasceu de um esoro de entendi-

    mento e combate a dois agelos que vm as-

    solando os trabalhadores e, em particular os da

    educao, o Assdio Moral e a Sndrome de Bur-

    nout. Estes enmenos tm implicaes srias para estesprofssionais, comprometendo gravemente sua vida pro-

    fssional, pessoal, social e sua sade sica e mental a tal

    ponto que podem levar morte as suas vtimas!

    O Sineduc, desde sua undao vem denunciando e

    combatendo estas chagas. Neste esprito trouxe a Ribei-

    ro Pires, em 2003, renomados especialistas, como o Ph.D

    Roberto Heloani UNICAMP/FGV para discutir o Assdio

    Moral, e tambm a Pro Dra Beatriz De Marco - PUC/SP

    alando do Burnout, e contribuiu decididamente tanto

    para a elaborao da Lei Municipal n4816/05, que cobe

    e pune a prtica de Assdio Moral na Administrao Mu-

    nicipal, como para a sua aprovao.

    Resulta tambm do amadurecimento da CIPA que

    recentemente deu um salto de qualidade com o enga-

    jamento maior de seus membros no sentido de cumpri r

    com suas unes. CIPA e Sindicato, dois organismos

    distintos, unidos em deesa da sade dos trabalhadores.

    Essa convergncia articulada demonstra que podem,

    necessitam e devem construir a unidade na ao, por

    ter o mesmo objetivo.

    Se muito

    vale o j ei-

    to, mais valeo que ser!Milton Nascimento

    e Fernando Brant

    Apresentao

    O objetivo da Cartilha alertar os servidores sobre

    estes temas, e se esta puder dar visibilidade a estes ma-

    les cumprir seu papel. Na abordagem sobre o Assdio

    Moral, nos inspiramos undamentalmente no trabalho

    de pesquisa da Dr Margarida Barreto, publicado sobo ttulo Uma Jornada de Humilhaes; e tambm

    nos apoiamos no trabalho do Dr. Mauro A. de Mou-

    ra. Quanto ao Burnout, nossa reerncia oi a grande

    pesquisa eita pela UNB Universidade de Braslia, sob

    a superviso de Wanderley Codo, encomendada pela

    CNTE Conederao Nacional dos Trabalhadores na

    Educao, publicada no livro Educao, carinho e tra-

    balho, entre vrias outras ontes citadas em Reern-

    cias Bibliogrfcas. Entretanto, no basta s conhecer.

    Para deendermos nossa sade e dignidade, preciso

    combat-los; e a cartilha contm inormaes bsicas

    nesse sentido.

    Por fm, agradecemos imensamente a Pro Dr Beatriz

    De Marco e ao Ph.D. Roberto Heloani, que nos propicia-

    ram uma importante contribuio para o entendimento

    desses enmenos. Particularmente, a Pro Dra Margari-

    da Barreto, que, alm das brilhantes palestras continua a

    nos brindar com sua generosa solidariedade. Que todos

    possam se municiar com esta cartilha para erradicarmos

    estas chagas. Leia, reita, converse com os amigos a

    respeito; deenda-se!.

    Perla de Freitas

    Presidente do Sineduc e

    Tesoureira da Federao dos

    Profssionais de Educao

    Municipal do Estado de So

    Paulo - FEPROEM

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    Introduo ral e tirania no trabalho. Palavras queservem para nomear essas inaceitveis

    agresses dignidade humana. E ao no-

    mear o que sentimos, podemos lidar com

    o que sentimos, podemos entend-lo,

    enrent-lo, saber dos seus limites (Me-

    neses, 1998.).

    So distintos entre si, porm no dei-

    xam de complementar-se, alimentando-se

    reciprocamente. Podem maniestar-se as-

    sociados ou independentes um do outro,

    resultando numa relao de causa e eei-

    to, do mesmo con-

    texto ambientes detrabalho opressivos

    e/ou degradantes. O

    que defne o Assdio

    a intencionalidade

    e repetio de hosti-

    lidades por certo pe-

    rodo; e o Burnout o pice de um longo

    e, muitas vezes, no percebido processo

    de stress ocupacional, em que o sujeito

    envolvido aetivamente com seu trabalho

    se desgasta e, num extremo, desiste,

    no agenta mais, entra em burnout.

    Portanto, suas determinantes esto no

    contexto organizacional do trabalho e das

    relaes dele decorrentes: os chamadosatores psico-sociais, conceito que az

    reerncia s condies que se encontram

    em qualquer relao laboral, estando re-

    lacionadas com a organizao do traba-

    lho, contedo do trabalho e a realizao

    da tarea. Tm capacidade de aetar tan-

    to o bem estar e a sade sica, psquica e

    social do(a) trabalhador(a) como a realiza-

    o do trabalho. Logo, condies psico-

    sociais inadequadas esto na origem(...)

    de condutas e atitudes inadequadas bem

    como conseqncias para a sade (...)

    dos(as) trabalhadores(as): Stress, Burnout

    Assdio Moral e

    Burnout... Grosso

    modo, o primeiro se

    reere a um perverso

    processo de humilha-

    es e constrangimen-

    tos; e o segundo, a

    sndrome da desistncia

    Assdio Moral e Burnout. Duas

    novas palavras adicionadas a

    contragosto em nosso voca-

    bulrio. Grosso modo, o pri-

    meiro se reere a um perverso processo

    de humilhaes e constrangimentos; e

    o segundo a sndrome da desistncia:

    do deixar de uncionar por exausto de

    energia. E como toda

    palavra nova tende a vi-

    rar moda, essas tambm

    no deixaram de cumprir

    o rito. Entretanto, se por

    um lado, todo modismo

    leva a uma certa vulga-

    rizao daquilo que os

    originou, por outro, ...

    as modas no so ortui-

    tas, respondem de algu-

    ma orma s demandas

    sociais, dirigem os olhos

    do pesquisador para os tempos em que

    vive (...) (Codo, 1999).

    Da que as universidades, as clnicas,

    imprensa, escritrios de advocacia, tribu-

    nais, e, undamentalmente, os sindicatos,

    todos ligados de uma orma ou outra s

    questes de sade e do mundo do tra-

    balho, os tm debatido a exausto por

    suas dimenses e gravidade. A ponto de

    diversos estudiosos caracterizarem o Bur-

    nout como uma epidemia na educao

    e/ou a sndrome do sculo 21 mesma

    opinio tm a OIT e a OMS sobre o Ass-

    dio Moral. Muitos, inclusive, os qualifcam

    como questes de sade pblica por seus

    eeitos amplos e devastadores.

    Se os conceitos de Burnout e Assdio

    Moral so novos, seus enmenos no o

    so. O estudo do primeiro tem quase a

    idade da prpria Psicologia, sendo tratado

    at ento como stress. Quanto ao segun-

    do, ... to antigo quanto o trabalho.

    A novidade reside na (sua) intensifcao,

    gravidade, amplitude e banalizao e na

    abordagem que tenta estabelecer o nexo-

    causal com a organiza-

    o do trabalho e trat-

    lo como no inerente ao

    trabalho. A reexo e o

    debate sobre o tema so

    recentes no Brasil, tendo

    ganhado ora aps a

    pesquisa realizada por

    Margarida Barreto. Tema

    da sua dissertao de

    Mestrado em Psicologia

    Social, oi deendida em

    2000 na PUC/ SP, sob o

    ttulo Uma jornada de humilhaes.

    O Burnout no tem uma defnio ni-

    ca, oscilando para algo como perder o

    ogo, (...) ou queimar completamentemas sua nomenclatura quase universal;

    a do Assdio, porm, varia de pas. No

    geral chamado de mobbing, termo

    derivado de mob (horda, plebe, tur-

    ba, gentalha), provm do verbo ingls

    to mob, que, dentre outras coisas, sig-

    nifca assediar, sitiar, atacar e perseguir

    (Guedes, 2000). Nos EUA e Inglaterra:

    harassment, bullying e terror psico-

    lgico; na Frana, harclemet moral;

    ijime pelos japoneses; psicoterror ou

    acoso moral nos de lngua espanhola.

    Aqui, o conhecemos como violncia mo-

    e PTSD, por exemplo (Moura, 2002).

    So esses os pressupostos do Burnout

    e do Assdio Moral. No podem ser con-

    undidos com o stress ou o conito natural

    entre colegas, nem com um destempero

    ocasional da chefa ou sua postura mais

    incisiva na direo do processo de traba-

    lho. O stress um esgotamento pessoal

    que aeta a vida do indivduo e no neces-

    sariamente sua relao com o trabalho. O

    Burnout diere por apresentar condutas

    negativas em relao ao trabalho: uma

    experincia subjeti-

    va. A incompreensode suas complexi-

    dades implicaria em

    reducionismos, que

    na prtica os rebai-

    xariam s suas ases

    intermedirias: dano

    moral, isto , agresso pontual; e o stress,

    difcultando o estabelecimento do nexo

    causal, suas caracterizaes como doen-

    as do trabalho e seu combate efcaz.

    Esse quadro, que uma situao dra-

    mtica para qualquer trabalhador, na

    Educao assume ares de tragdia. Ao

    tiranizar sua vtima, o agressor degrada

    o ambiente de trabalho, aetando a to-dos por extenso. O que no deixa de

    ser tambm seu objetivo: o exemplo. Se

    a aetividade um atributo indissocivel

    a qualquer atividade humana, ela ine-

    rente ao prprio trabalho. E muito mais,

    num trabalho que implica o cuidar como

    a educao, isto , exige para sua prpria

    realizao um alto grau de envolvimento,

    emoo e sentimento. Da que Assdio e

    o Burnout atuam negativamente sobre a

    subjetividade, azendo com que suas vti-

    mas tenham seu ciclo de aetividade rom-

    pido, pois a humilhao causa dor, tristeza

    ...Assdio a intencio-

    nalidade e repetio de

    hostilidades...Bournout

    o pice do estresse

    ocupacional...

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    e sorimento. Curiosamente, as vtimas,

    ao contrrio do que possa sugerir o senso

    comum, no so os menos produtivos ou

    incompetentes. Paradoxalmente, so os

    mais ativos, criativos, produtivos, dedi-

    cados, corajosos e solidrios. Reagem ao

    autoritarismo, por isso sorem a tirania.

    Combater esses agelos interessa aos

    trabalhadores, suas vtimas reais e poten-

    ciais. Porm, interessa tambm a qualquer

    administrador que no az do psicoterror

    uma estratgia de

    gesto, o que no

    incomum. Mesmoporque, num am-

    biente de trabalho

    degradado ocorre

    um aumento de do-

    enas ocupacionais, aastamentos mdi-

    cos, absentesmo sico e/ou psicolgico

    (estar, mas no estar) que comprometem

    a produtividade e qualidade do trabalho.

    Alm de ser obrigao do gestor comba-

    t-los, conorme o inciso XXII do art. 7 da

    Constituio e de toda inra-legislao so-

    bre direitos trabalhistas, civis e humanos,

    inclusive, internacionais (OIT) e o prprio

    cdigo penal.

    Os administradores mais modernos,

    quando compreendem a importncia da

    subjetividade dos trabalhadores, buscam

    instrumentaliz-la, pondo-a a seu servio

    como poltica de otimizao. Se antes o

    capital, baseado no taylor-ordismo, repri-

    mia e expulsava a aetividade do local de

    trabalho em nome da racionalidade dos

    mtodos cientfcos de gesto, hoje, ao

    contrrio, tenta apropriar-se. Descobriu

    que trabalhador motivado produz mais

    e melhor; busca sua adeso, no basta

    mais s o corpo: quer coraes e mentes.

    Prolieram-se os programas de qualidade

    total; uncionrio vira colaborador, exi-

    ge-se dele a multiuncionalidade. Prestidi-

    gitadores promovem ao estilo Wall Mart

    (campeo de violaes de direitos traba-

    lhistas nos EUA) palestras tipo auto-aju-

    da nas quais passam a idia de que ven-

    ce quem quer, culpabilizando assim, os

    que tropeam no caminho do sucesso.

    Mesmo que o tropeo seja na verdade o

    empurro ladeira abaixo do Assdio Moral

    e a doena do Burnout.

    No servio pbli-

    co estes enmenosganham mais ora

    e espao. Paradoxal-

    mente, so nos car-

    gos intermedirios

    de chefa, ocupados por uncionrios de

    carreira, que se prolieram, com maior

    incidncia os tiranos, que no podendo

    demitir toa, passam a perseguir, humi-

    lhar. Somam-se a isto desvalorizao so-

    cial, baixos salrios, excluso das decises

    institucionais, sendo o trabalhador conce-

    bido como mero executor de propostas e

    idias elaboradas por outros, alta de in-

    vestimentos, sucateamento das condies

    de trabalho, etc.

    Portanto, a ...sndrome, atravs da

    qual o trabalhador perde o sentido da sua

    relao com o trabalho, de orma que as

    coisas j no lhe importam mais e qual-

    quer esoro lhe parece ser intil, aquela

    dor de um profssional encalacrado entre

    o que pode azer e o que eetivamente

    consegue azer, entre o cu de possibilida-

    des e o inerno dos limites estruturais, en-

    tre a vitria e a rustrao que chamamos

    de Burnout, tem campo rtil no servio

    pblico.

    Combater esses agelos

    interessa aos

    trabalhadores, suas

    vtimas reais e potenciais...

    Veja nas prximas pginas:CONCEITO E DEFINIO

    CARACTERIZAO

    EVOLUO

    FORMAS DE ASSDIO MORAL NO TRABALHO

    PERFIL MDIO DAS VTIMAS

    ESTATSTICAS

    ESTRATGIAS DO AGRESSOR

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    0

    Assdio Moral no trabalho

    EVOLUO

    A agresso comea sutil, quase inoensiva, e no decorrer das repeties o agre-

    dido no quer se mostrar oendido e leva na brincadeira. Com a repetio, a

    vtima ica humilhada, estigmatizada, desestabilizada e ragilizada. A agresso

    repetitiva no se limita a destruir a vtima, mas ameaa a todos que testemunham

    tais situaes, disseminando o medo como orma de dominao e deteriora todo

    o ambiente de trabalho. A vtima acuada por no poder contar com o apoio e

    solidariedade dos colegas que, por medo de se tornarem os prximos ou mesmo

    equivocadamente se achando livres do Assdio Moral, criam um pacto de tole-

    rncia e silncio, quando no mesmo, incitados ou inluenciados, o reproduzem;

    da o Assdio Moral ser chamado tambm de mobbing, violncia coletiva, por

    contagiar todo grupo

    De acordo com Hirigoyen, so procedimentos que destroem a identidade

    e a auto-estima. Este aspecto torna dicil a auto deesa, porque comeam por

    destruir seus meios de deesa, atingindo sua dignidade. A pessoa i solada, per-

    de a coniana em si prpria e no consegue mais se deender. Ento ica mais

    cil destru-la. Sem conscincia do processo e, sob orte clima de ameaa,

    a vtima sente-se culpada, conusa e impotente, e, impedida de se expressar,

    acaba culpando-se por seu suposto racasso, vi rando bode expiatrio dos erros

    do agressor.

    CONCEITO E DEFINIO

    Conceituado como um conjunto de aes hostis que visa a manipulao, do-

    minao e destruio psicolgica, ideolgica e comportamental, entre outros,

    contra determinado(s) trabalhador(es) a fm de submet-lo(s) e/ou or-lo(s)

    a desistir(em) do emprego. Para Hirigoyen, qualquer conduta abusiva (ges-

    to, palavra, comportamento, atitude...) que atente, por sua repetio ou sistematizao,

    contra a dignidade ou integridade psquica ou sica de uma pessoa. Defnido segundo

    Leymann, como a deliberada degradao das condies de trabalho em que prevalecem

    atitudes negativas dos chees em relao a seus subordinados, ou seja, promovida pela

    imposio intencional e conduta imoral de um sujeito perverso em posio de comando.

    Constitui-se um risco invisvel, porm concreto decorrente de relaes hierrquicas au-

    toritrias e assimtricas em que predominam relaes desumanas e aticas.

    CARACTERIZAOCaracteriza-se pela exposio dos trabalhadores a situaes humilhantes e constran-

    gedoras de orma repetitiva e prolongada durante a jornada de trabalho e no exerccio

    de suas unes. O Assdio Moral uma experincia subjetiva que acarreta prejuzos

    prticos e emocionais para o trabalhador e mesmo para a organizao do trabalho,

    com o assediado apresentando como reao, um quadro de misria sica, psicolgica

    e social duradoura... trata-se de um processo destruidor que pode levar a vtima a uma

    incapacidade permanente e mesmo morte: o chamado bullicdio (Moura, 2002). No

    se constituindo em nenhuma novidade, todavia, vinha sendo conundido com outros

    problemas do mundo do trabalho como stress ou conito natural entre colegas e agres-

    ses pontuais, o que sempre prejudicou sua caracterizao e preveno.

    PROCES

    SOADMIN

    ISTRA

    TIVO

    ADVER

    TNCIA

    SINDIC

    ATO

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    Formas de Assdio Moral no Trabalho Estigmatizaros/as adoecidos/as ou acidentados pelo/para/do trabalho, coloc-los/asem situaes vexatrias; humilh-los, tratando-os como se ossem inteis e/ou ex-

    cedentes;

    Falarbaixinho acerca da pessoa ou se dirigir aos gritos, em atitude oposta civilida-de e urbanidade prprias da boa convivncia social;

    Rirdaquele/a que apresenta difculdades, conversar baixinho, suspirar e executar ges-tos direcionado-os ao trabalhador;

    Colocar em trabalhos degradantes;

    Sugerir que peam demisso, mesmo que por sua sade;

    Tornar pblico algo ntimo do/a subordina do/a e/ou usar contra o trabalhador(a);

    Colocar um colega controlando o outro, diss eminando a vig il ncia e des-coniana;

    No ornecerou retirar todos ou parte dos instrumentos e/ou documentosde trabalho;

    Sei no, hoje ochefe t nervoso,deixe para pedira falta abonada

    outro dia!

    HOJE NOT BEM!!

    Gestos e condutas abusivas e constrangedoras;

    Creditara si prprio trabalho de outro e impingir-lhe seus erros, tornando-o bode expia-trio;

    Humilharrepetidamente, intimidar, ineriorizar, amedrontar;

    No dar tareas ou obrig-lo a azer as que exijam qualifcao menor ou muito maior

    da que o trabalhador possui, para humilh-lo;

    No inormar corretamente sobre as tareas a serem realizadas. Repetir a mesma or-dem para realizar uma tarea vrias vezes para desestabilizar emocionalmente ou dar

    ordens conusas e contraditrias, induzindo ao erro;

    Perseguir, menosprezar ou desprezar, no cumprimentar, ignorar sua presena;

    Colocar em dvida seus julgamentos e decises;

    Fazer piadas relacionadas ao sexo, raa, poltica, religio, etc;

    Ironizar, diamar, ridicularizarseus gostos, gestos ou outros;

    Impor terrorismo como mtodo gerencial;

    Provocarcom a fnalidade de induzir a uma reao descontrolada;

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    Estimular a discriminao;

    Controlaras idas a mdicos;

    Passar lista para que os trabalhadores/as se comprometam a no procurar o Sindica-to ou ameaar os sindicalizados e estimular a desfliao;

    Impedir de usar o teleone em casos de urgncia ou no comunicar aos trabalha-dores/as os teleonemas urgentes de seus amiliares;

    Comear reunio amedrontando quanto ao desemprego ou ameaar constante-mente com processo administrativo.

    Desmoralizar publicamente, afrmando que tudo est errado;

    Impedir os colegas de almoarem, cumprimentarem ou conversarem com a vtima,mesmo que a conversa esteja relacionada tarea. Querer saber o que estavam

    conversando ou ameaar quando h colegas prximos conversando.

    Exigirque aa horrios ora da jornada. Ser trocado/a de turno, sem ter sido avisado/a;

    Tratar com dierenciao os trabalhadores, hostilizar, promover ou premiar colegamais novo/a na empresa e com menos experincia, como orma de desqualifcar o

    trabalho realizado;

    Espalharentre os colegas que o/a trabalhador/a est com problema nervoso;

    Divulgar boatos sobre moral de outro;

    Aplicar advertncia em conseqncia de atestado mdico ou por reclamar direitos.

    Constranger publicamente, insinuar ou considerar , a priori e sem provas, ser ooutro mentiroso;

    Menosprezaro sorimento do outro

    Ridicularizaro doente e a doena, inantilizando o outro e ironizar seus sintomas;

    Recusarsem undamentao laudos e/ou ridiculariz-los;

    No reconhecer direitos do outro e/ou mesmo o outro como legitimo ser hu-mano na convivncia;

    Dar alta ao adoecido/a ou em tratamento, sem realizar exames ou dar maiores explica-es encaminhando-o para o seu setor.

    Perfl (mdio) das vtimas

    Segundo o psiquiatra Mauro A. Moura, os agredidos so escolhidos justamente

    pelo que eles tm a mais que os outros trabalhadores e o psicoterrorista. So

    qualidades que o perverso no tem e quer vampirizar. Como no consegue,

    preere destruir a vtima. (...)Neste ambiente, se o(a) assediado(a) tentar ser

    gentil, s vai reativar a violncia do perverso que se sentir mais superior. (...) No h

    sada possvel em caso de psicoterror sem interveno de outros.

    Geralmente o(a) assediado(a) apresenta as seguintes caractersticas:

    ntegro(a) e honesto(a);

    saudvel;

    Apresenta senso de culpa;

    justo (a) e equnime, com acentuado esprito de liderana entre seus pares;

    criativo(a);

    dedicado(a) ao trabalho, mais competente que os perversos;

    Reage ao autoritarismo e recusa-se a ser subjugado.

    Pessoa Portadora de Defcincia;

    idoso;

    mulher em um grupo de homens, ou vice versa;

    Tem crena religiosa e/ou orientao sexual dierente do perverso;

    Pertence minorias tnicas;

    Tem limitao de oportunidades de trabalho por ser especialista;

    Vive s.

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    Estatstica a respeito de Assdio Moral

    Foi a partir da divulgao dos estudos de Heiz Leymann, em 1984, que apa-

    receram as primeiras estatsticas sobre a violncia psicolgica. Pesquisa re-

    alizada em 1998 mostrou que 8,1% dos trabalhadores europeus soreram

    essa violncia no ambiente do trabalho. Desses, 14% esto na adminis-

    trao pblica, 13% em hotis/restaurantes e 12% em servios. Como tambm,

    cerca de 15% dos suicdios ocorridos na Sucia, decorrem de assdio moral no am-

    biente do trabalho. Porm, como afrma Molon, os estudiosos afrmam que estes

    nmeros no retratam a realidade, visto que o enmeno poderia estar mascarado

    em ace de aspectos culturais. (grio nosso). Ou seja, alm disso, a prpria nature-

    za e eeitos ps-traumticos do Assdio Moral tornam qualquer pesquisa somenteum plido reexo da realidade. De seus ndices pode-se deduzir seguramente pelo

    menos o dobro.

    Dentre os pases pesquisados, destacam-se os EUA com (16.8%), um em cada

    seis trabalhadores sorem assdio moral. Gr-Bretanha, com 16,3% de assediados;

    Sucia com 10,2%, sendo que cerca de 15% dos suicdios tm nele sua causa; Irlan-

    da com 9,4%; Alemanha tem 7,3%. Por fm, Grcia com 4,4% e Itlia com 4,2%.

    No Brasil, as estatsticas obtidas por meio de pesquisa realizada em 97 empresas no

    ano de 2001 apontam que 42% dos trabalhadores (sendo 65% mulheres e 29%

    homens) j soreram humilhao no seu local de trabalho.

    Peril (mdio) do agressor

    Estratgias do AgressorMoura az a seguinte carac-

    terizao do assediador:

    Algum que no pode

    existir seno pelo rebaixa-

    mento de outros, pois tem necessidade

    de demonstrar poder para ter uma boa

    auto-estima. Uma pessoa nunca reconhe-

    cida como ser humano no seu passado.

    Um tirano ou atropelador (bully), advindo

    da o termo bullying.

    Estudos realizados por psiclogos

    do trabalho diagnosticam os distrbiosmentais do assediador como um per-

    verso-narcisista. perverso, pois anti-

    social, also, mentiroso, irritvel. No

    tem preocupao com a segurana dos

    demais e no tem nenhum remorso dos

    atos que pratica. Nega a existncia de

    conito para impedir a reao da vtima.

    incapaz de considerar os outros como

    seres humanos. narcisista porque se

    acha um ser nico e especial. arrogante.

    vido de admirao, holootes. Dissimula

    sua incompetncia. Acha que tudo lhe

    devido e tem antasias ilimitadas de su-

    cesso. Nunca responsvel por nada e

    ataca os outros para se deender. Projeta

    no(a) assediado(a) as alhas que no podeadmitir serem suas. Em resumo, trata-se

    de algum que covarde, impulsivo, ala

    uma ala vazia e no escuta. No as-

    sume responsabilidades, no reconhece

    suas alhas e no valoriza os demais. ar-

    rogante, desmotivador, amoral, plagia ou

    se apropria do trabalho de outros, cego

    para o aprendizado.

    Existem, ainda, os psicoterroristas

    em srie, ou serialbully, que assediam

    um(a) trabalhador(a) aps aniquilar com

    outro(a). (Moura, 2001)

    01 - Escolher a vtima e isolar do grupo.

    Impedir que a vtima se expresse e

    no explicar o porqu. Fragilizar, ri-

    dicularizar, ineriorizar, menosprezar

    rente aos pares.

    02 - Culpabilizar/responsabilizar publica-

    mente, podendo os comentrios de

    sua incapacidade invadir, inclusive, o

    espao pessoal e amiliar.

    03 - Desestabilizar emocional e profs-

    sionalmente. A vtima gradativamen-te vai perdendo sua autoconfana e

    o interesse pelo trabalho.

    04 - Destruir a vtima (desencadeando

    novas doenas e/ou agravando as

    pr-existentes). A destruio da vti-

    ma engloba vigilncia acentuada e

    constante.

    05 - Livrar-se da vtima, que se v ora-

    do/a a pedir licena mdica, transe-

    rncia ou demisso.

    06 - Impor desptica e autoritariamente

    ao coletivo seu comando.

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    Danos do Assdio Moral Sade

    Atomada de conscincia de que

    se est sendo assediado lenta

    e quando surge a certeza, a vti-

    ma, a menos que reaja ou fque

    desempregada, submete-se ao assdio e isto

    s ocorre s custas de grande tenso interna

    que possibilita que esta conviva em seu j

    degradado ambiente de trabalho, prejudi-

    cando ainda mais a prpria sade. A doena

    passa a ser a expresso sica e concreta da

    agresso. Apresenta danos sicos e mentais

    caracterizados por mltiplas patologias que

    podem levar morte. Moura descreve da

    seguinte orma este quadro permanente de

    tenso que gera stress:

    Stress pode ser defnido como um pro-

    cesso do organismo, com componentes

    sicos, psquicos e comportamentais, que

    ocorre quando uma pessoa se conronta

    com algum ator que possa quebrar sua

    homeostase, termo criado por Claude

    Bernard para designar estabilidade do

    meio interno e exija alguma adaptao.

    A reao ao agente estressor se mani-

    esta atravs de reaes neuro-endcrinas.

    ativado o sistema nervoso autnomo (ve-

    getativo), que mantm a homeostase ime-

    diatamente com a secreo de adrenalina

    pela medula das suparrenais e noradrenali-

    na, secretada pelas terminaes nervosas.

    Estes hormnios colocam o organismo

    em estado de alerta e determinam que o

    organismo fque preparado para luta ou

    uga. At o ponto mais remoto do orga-

    nismo os hormnios levam oito segundos.

    Os vasos se contraem, o corao bate mais

    rpido e com mais ora, os brnquios se

    dilatam e a respirao acelera. Os msculos

    recebem mais irrigao de sangue, enquan-

    to a circulao peririca diminui: as mos

    fcam geladas e a pessoa plida, por exem-

    plo. O gado libera mais glicose no organis-

    mo que, tendo mais oxignio pela acentua-

    da ao do corao e pulmes, queimada

    mais acilmente no crebro e msculos para

    preparar o organismo para lutar ou ugir.

    A maior parte da ateno se prepara

    para uma ao violenta, motivo pelo qual

    dicil organizar pensamentos em esta-

    do de pnico. A intensidade da reao de-

    pende de como o crebro percebe a gravi-

    dade da agresso. As respostas centrais e

    periricas tm a fnalidade de preservar o

    equilbrio interno do organismo.

    Na rea central comandam o estado

    de despertar, alerta, vigilncia e ateno.

    Todos ns temos maneiras caractersticas

    e distintas de enrentar um mesmo ator

    estressante e este modo de reagir deno-

    minado de coping. essencial no coping

    o custo que envolve o esoro de adapta-

    o ao agente estressor. Pode ser somen-

    te sico, mas pode causar perda de sono,

    a perda da concentrao, evidenciando

    um custo psquico.

    O grande risco da reao de alarme

    descrita a sua repetio. A contnua li-

    berao na circulao dos hormnios ci-

    tados levar ao surgimento de inmeros

    sintomas e at a morte sbita. Com o pro-

    longamento da reao ao estressor, pode

    surgir o esgotamento das clulas que pro-

    duzem catecolaminas, o que explicaria a

    adiga crnica enrentada pelos estressa-

    dos. Tambm pode ocorrer a sensibilidade

    anormal onde uma pequena adversidade

    provoca reao que s seria compatvel

    com uma verdadeira agresso.

    O diagnstico de doenascausadas por Assdio Moral1.Experincia com um evento traumtico

    em que a pessoa vivencia ou teste-

    munha um acontecimento que causa

    sria injria ou aeta a integridade ps-

    quica desencadeando como resposta

    o medo ou horror;

    2.O evento traumtico persistentemen-

    te re-experimentado, pelas seguintes

    ormas:

    Revivencia o evento constantemente;Sonha com o evento;Tem iluses, alucinaes, episdiosregressivos dissociativos;

    Intenso distress (stress ruim) oureaes fsiolgicas ao surgirem a-

    tos que simbolizam ou relembram o

    evento traumtico;

    3.Persistente anulao de estmulos asso-

    ciada com o trauma, com diminuio

    de respostas gerais da pessoa que no

    estavam presentes antes do trauma

    (no mnimo trs dos atores):

    Esoro para evitar pensamentos,sentimentos conversaes associadas

    com o evento;

    Esoro para evitar atividades, luga-

    res ou pessoas que possam relembrar

    o evento;

    Inabilidade para relembrar aspectosimportantes do evento;

    Marcada reduo do interesse ou par-ticipao em atividades;

    Sentimentos de repulsa ou rejeiopelos demais;

    Restries na atividade aetiva;

    Senso de uturo sombrio.4.Sintomas persistentes, no presentes

    antes do trama como (no mnimo dois

    destes):

    Difculdades de dormir ou acordar;Irritabilidade/ agressividade;Difculdades de concentrao;Hipervigilncia (constantemente emguarda);

    Exagerada resposta a estimulaes(perda da resposta emocional normal).

    5.Os sintomas 2, 3 e 4 devem estar pre-

    sentes pelo menos por um ms.

    6.Os sintomas devem causar importante

    distress ou incapacidade para a ativida-de laboral, vida social ou outras reas.

    Considera-se que um quadro severo de assdio moral tambm pos-

    sa desencadear Burnout e PTSD. A PTSD tanto pode surgir aps

    um grande evento nico, como pode, tambm, resultar de uma

    acumulao de muitos incidentes individuais menores. As vezes o

    termo Complexo PTSD usado para identifcar o segundo caso.

    Com a manuteno da presso crnica e atores psico-sociais des-

    avorveis sobre a vtima surge o burnout. (Moura,2000)

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    0

    Sintomas causados por Assdio Moral

    Impotncia, amenorria, rigidez;

    Defciente concentrao;

    Esquecimento;

    Difculdades na aprendizagem;

    Perda de sono;

    Indeciso;

    Pesadelos;

    Ansiedade;

    Perda do senso de humor;

    Insegurana;

    Bulimia;

    Crises de choro;

    Dores generalizadas;

    Palpitaes, tremores;

    Sentimento de inutilidade;

    Insnia ou sonolncia excessiva;

    Depresso;

    Diminuio da libido;

    Sede de vingana;

    Aumento da presso arterial;

    Dor de cabea;

    Distrbios digestivos;

    Tonturas;

    Idia de suicdio;

    Falta de apetite;

    Falta de ar;

    Passa a beber;

    Tentativa de suicdio.

    A unio pode vencer o Assdio MoralDar basta humilhao depende de inormao, organiza-

    o e mobilizao dos trabalhadores. Se voc testemunha

    de cena(s) de humilhao no trabalho supere seu medo, seja

    solidrio com seu colega. Voc poder ser a prxima vtima e

    nesta hora o apoio dos seus colegas tambm ser precioso. No

    esquea que o medo reora o poder do agressor!

    Denunciar, buscando, ajuda dentro doSIndicato e ora do trabalho: junto CIPA, Ministrio Pblico, Cmara Mu-

    nicipal, Comisso de Direitos Humanosda Assemblia Legislativa, Ongs e etc;

    Resistir, anotando com detalhes todasas humilhaes soridas (dia, ms, ano,hora, local ou setor, nome do agressor,testemunhas, contedo da conversa eo que mais voc achar necessrio);

    Dar visibilidade, procurando a ajuda doscolegas, principalmente daqueles quetestemunharam o ato ou que j sore-ram humilhaes do agressor;

    Organizar. O apoio undamental den-tro e ora do local de trabalho;

    No conversar com o agressor, sem tes-

    temunhas. Ir sempre com colega detrabalho ou representante sindical.

    Exigir por escrito explicaes do ato

    agressor e permanecer com cpia dacarta enviada ao R.H e a eventual res-posta do agressor;

    Buscar apoio junto a amiliares, amigos ecolegas, pois o aeto e a solidariedadeso undamentais para recuperao daauto-estima, dignidade, identidade ecidadania;

    Entrar em juzo, buscar reparao e pu-nio do assediador na justia umcaminho que tem se tornado cada vezmais comum. Inclusive, j h jurispru-dncias avorveis aos trabalhadoresem vrias instncias.

    O que a vtima deve azer?

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    Cmara Municipal da Estncia Turstica de Ribeiro Pires Estado

    de So Paulo - Retifcao - Lei 4.816, de 03 de maro de 2005.

    Dispe sobre a aplicao de penalidades prtica de ass-

    dio moral nas dependncias da Administrao Pblica Mu-

    nicipal Direta (Vereador Donizete da Silva Cruz de Freitas)

    Vereador Saulo Benevides dos Santos, Presidente da Cmara Municipal da

    Estncia Turstica de Ribeiro Pires, no uso de suas atribuies legais e nos ter-

    mos do 6 do artigo 40 da Lei Orgnica Municipal, sanciona e promulga a

    seguinte Lei:

    Art 1 Ficam os servidores pblicos municipais sujeitos s seguintes pena-lidades administrativas na prtica de assdio moral nas dependncias do local

    de trabalho:

    I-Curso de aprimoramento profssional;

    II Suspenso;

    III Multa;

    IV Demisso;

    V Exonerao

    Pargrao nico Para fns disposto nesta lei considera-se assdio moral todo

    o tipo de ao, gesto ou palavra que atinja, pela repetio, a auto-estima e a

    segurana de um individuo, azendo-o duvidar de si e de sua competncia, im-

    plicando em dano ao ambiente de trabalho, evoluo da carreira profssional

    ou estabilidade do vinculo empregatcio do uncionrio, como tambm pondo

    em risco sua integridade sica ou mental,comprometendo sua sade, tais como

    marcar tarea com prazos impossveis; passar algum de uma rea de responsa-bilidade para unes triviais; tomar crdito de idias de outros; ignorar ou ex-

    cluir um uncionrio s se dirigindo a ele atravs de terceiros, sonegar inorma-

    es de orma insistente; espalhar rumores maliciosos; criticar com persistncia;

    subestimar esoros restringir ou suprimir liberdades ou aes permitidas aos

    demais de um mesmo nvel hierrquico uncional, aastar ou transerir com des-

    vio de uno tendo por objetivo ou eeito prejudicar, e outras que produzam os

    eeitos retro mencionados

    Art. 2 A multa de que trata o inciso III do artigo anterior ter,como limite,

    o correspondente a (meio) salrio do servidor.

    Pargrao nico Considera-se servidor pblico municipal, para os fns desta

    lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remunerao, em-

    prego pblico, cargo ou uno.

    Art. 3- Os procedimentos administrativos constantes no art. 1 sero inicia-

    dos por provocao da parte oendida pela autoridade ou por qualquer cidado

    que tiver conhecimento da inrao uncional a bem do servio pblico.

    Pargrao nico. Fica assegurado ao servidor o direito de ampla deesa das

    acusaes que lhe orem imputadas.

    Art . 4- As penalidades a serem aplicadas sero decididas em processo adminis-

    trativo, de orma progressiva, considerada a reincidncia e a gravidade da ao.

    1 - As penas de curso de aprimoramento profssional, suspenso e multa

    devero ser objeto de notifcao por escrito ao servidor inrator.

    2- A pena de suspenso poder, quando houver convenincia para o

    servio, ser convertida em multa, sendo o uncionrio, neste caso obrigado apermanecer no exerccio da uno.

    3- O processo administrativo que se reere a este artigo ser conduzido

    por uma Comisso que ter em sua composio, necessariamente em uma po-

    sio, pelo menos 01 (um) cipeiro e 1 ( um) membro do Sindicato Setor.

    Art. 5- A arrecadao da receita proveniente das multas impostas devero

    ser revertidas integralmente a programa de aprimoramento profssional do ser-

    vidor naquela unidade administrativa.

    Art. 6 - Todos os servidores devero conhecer e ter acesso livre ao Estatuto

    do Funcionrio Publico do Municpio de Ribeiro Pires, como possuir um copia

    do mesmo.

    Art. 7- Ocorrendo assdio moral por pessoa que exera mandato eletivo a

    concluso dos atos denunciados ser encaminhada ao Ministrio Publico local

    para que nos escritos termos da legislao vigente, sejam tomadas as providen-

    cias cabveis espcie do bem do servio pblico.Art. 8 - Essa lei dever ser regulamentada pelo Executivo no prazo de 60

    (sessenta) dias.

    Art. 9 - Esta lei entrar em vigor na data de sua publicao, revogadas as

    disposies em contrrio.

    Cmara Municipal da Estncia Turstica de Ribeiro Pires, 3 de maro de

    2005- 51 Ano da Instalao do Municpio.

    Vereador Saulo Benevides dos Santos

    Presidente

    Liliane da Silva

    Assistente Legislativo

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    Conceituao

    Fenmeno de dicil conceituao,

    no existindo uma defnio ni-

    ca para o burnout. Sabe-se que

    antigo e seu estudo coincide

    com a prpria Psicologia, sendo tratado

    at ento como estresse. Porm, mui-

    to mais complexo e singular, tanto que

    caracterizado como sndrome e no como

    simples patologia, dierindo do stress por

    apresentar condutas negativas em relao

    ao trabalho: uma experincia subjetiva,

    que envolve atitudes e sentimentos queacarretam problemas de ordem prtica

    e emocional ao trabalhador e organi-

    zao. Consenso frmado a seu respeito

    aponta-o como sendo uma resposta ao

    stress laboral crnico, isto , uma reao

    a um pice de tenso emocional gera-

    da a partir do contato direto, excessivo

    e estressante com o trabalho. O termo

    Burnout oi lanado por Freudenberg em

    1974, e vem da expresso inglesa que

    designa deixar de uncionar por exaus-

    to de energia ou algo como estar

    queimado, perder o ogo ou perder

    a energia. Grosso modo, as origens da

    sndrome se encontram na tenso entreo aeto e razo, nas relaes sociais e no

    controle sobre o meio.

    Definies

    Em uma abordagem psico-sociol-

    gica Maslach e Jackson defnem

    Burnout como uma reao

    tenso emocional crnica, sendo

    considerado uma resposta inadequada a

    um stress emocional. Com um sentimen-

    to de racasso e exausto causado pelo

    excessivo desgaste de energia e recursos.

    Leiter e Malasch sugeriram que de-

    manda do trabalho e alta de recursos

    pessoais so ontes potenciais de estresse

    no processo: Estresse - Desgaste - Auto-

    avaliao.

    Freudenberger , a partir de uma pers-

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    pectiva clnica, considera que burnout

    representa um estado de exausto re-

    sultante de trabalhar demasiadamente,

    deixando de lado at as prprias neces-

    sidades.

    Cherniss, a partir de uma perspec-

    tiva organizacional, argumenta que os

    sintomas que compem a sndrome do

    burnout so respostas possveis para

    um trabalho estressante ou montono.

    Cherniss alerta para a dierena entre

    burnout e alienao. A alienao diminui

    a liberdade do sujeito para levar a cabo

    sua tarea; no caso de burnout, a situa-

    o se inverte um pouco, o sujeito tem

    liberdade para agir mas sobre uma tarea

    impossvel de realizar.

    Sarason, representando uma perspec-

    tiva scio-histrica, considera que, quan-

    do as condies sociais no canalizam o

    interesse de uma pessoa para ajudar ou-

    tra, dicil manter o comprometimento

    no trabalho de servir dos demais.

    Por fm, Farber o defne como sendo

    uma sndrome do trabalho que se origina

    da discrepncia da percepo individual

    entre esoro e conseqncia, percepo

    esta inuenciada por atores individuais,

    organizacionais e sociais.

    Caracterizao e Desenvolvimento

    a sndrome da desistncia, que

    atinge, sobretudo, pessoas que

    lidam com outras pessoas no

    exerccio de suas atividades,

    particularmente as de cuidar. Ou seja,

    o tipo de trabalho que para sua prpria

    realizao exige grande tenso emocio-

    nal, em que o trabalhador se envolve

    aetivamente com seus clientes, desga-

    ta-se, no agenta mais, desiste, entra

    em Burnout.

    Seu surgimento lento, cumulativo,

    normalmente no percebido pelo indi-

    vduo que, geralmente, se recusa a acre-

    ditar que esteja acontecendo algo com

    ele. Caracteriza-se por trs atores que

    podem aparecer associados, mas que

    so independentes: exausto emocional,

    despersonalizao e baixo envolvimento

    pessoal com o trabalho.

    Essa doena az com que a pessoa

    perca parte do interesse com o traba-

    lho, de orma que as coisas deixem de

    ter importncia e qualquer esoro pes-

    soal parece intil ou mesmo como perda

    de seu investimento aetivo. Geralmente

    sente-se exausto e reqentemente est

    doente.

    Segundo Codo pesquisas tm de-

    monstrado que o burnout ocorre em tra-

    balhadores altamente motivados que re-

    agem ao stress laboral trabalhando ainda

    mais at que entram em colapso. Isto ,no trabalhador encalacrado entre o que

    pode azer e o que eetivamente conse-

    gue azer, entre o cu de possibilidades e

    o inerno dos limites estruturais, entre a

    vitria e a rustrao.

    Ou ainda, ocorre quando certos re-

    cursos pessoais so perdidos, ou so ina-

    dequados para atender s demandas, ou

    no proporcionam retornos esperados

    (previstos). Faltam estratgias de enren-

    tamento e o trabalhador se encontra

    impotente para modifcar a situao.

    Trs componentes da Sndrome

    O Burnout uma sndrome caracterizada

    pelo esgotamento sico, psquico e emo-

    cional, em decorrncia de trabalho es-

    tressante e excessivo - Hudson Hbner,

    Exausto emocional: situao em que os trabalhadores sentem que

    no podem dar mais de si mesmos a nvel aetivo. Percebem esgota-

    das a energia e os recursos emocionais prprios, devido ao contato

    dirio como os problemas.

    Despersonalizao (ou desumanizao): caracteriza-se por tratar os

    alunos, colegas e a organizao como objetos e o vnculo aetivo

    substitudo por um racional. Mostras de insensibilidade emocional;

    estado psquico em que prevalece o cinismo, a dissimulao aetiva

    e a coisifcao.

    Diminuio da relao pessoal no trabalho: Caracteriza-se pela insatis-

    ao com o seu desenvolvimento profssional, sentindo-se incom-

    petente para realizar suas unes e incapaz de interagir com as

    pessoas.

    A Sndrome de Burnout vai alm do

    estresse, sendo encarada como uma

    reao ao estresse ocupacional crnico

    (Benevides-Pereira, 2001, p. 31)

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    Sndrome de Burnout no setor deEducao

    A des-

    valorizao,

    seja ela por

    parte do

    sistema, dos

    alunos ou

    da prpria

    sociedade,

    um dos

    maiores

    agentes

    para a ocor-

    rncia do

    Burnout

    Ine Vasquez

    -Menezes, do

    Laboratrio de Psi-

    cologia do Trabalho

    da Universidade de

    Braslia (UnB).

    No toa que especialistas tm apontado o Bur-

    nout como uma epidemia na educao. Educar

    signifca tambm cuidar, da que proessores ou

    no, o conjunto dos trabalhadores da educao

    se encontra entre as principais vtimas do Burnout. A aetivi-

    dade: conjunto de enmenos psquicos que se maniestam

    sob a orma de emoes, sentimentos e paixes e que na-

    tural a qualquer atividade humana, algo inerente ao prprio

    trabalho. E muito mais no de educar, que requer para sua

    realizao um alto grau de envolvimento aetivo e entrega

    e, pari e passo com as competncias, mtodos didticos, giz,

    lousa, teorias pedaggicas, etc., compem os atributos e ma-

    teriais indispensveis a esses profssionais.

    Todos os profssionais deeducao so vtimas potenciais.

    No caso dos docentes, que alm da jornada, ainda, lem,

    corrigem, preparam aulas, somam-se outras atribuies im-

    postas carga horria. Isto , alm de suas classes, desenvol-

    vem trabalhos administrativos e devem planejar, reciclar-se,

    investigar, orientar alunos e atender aos pais. Tambm devem

    organizar atividades extra-escolares, participar de reunies de

    coordenao, seminrios, conselhos de classe, eetuar pro-

    cessos de recuperao, preenchimento de relatrios peridi-

    cos e individuais e, muitas vezes, cuidar do patrimnio ma-

    terial, recreios e locais de reeies. Entretanto, so excludos

    das decises institucionais, das reestruturaes curriculares,

    do repensar da escola, sendo concebidos como meros execu-

    tores de propostas e idias elaboradas por outros. Com isso,

    estabelece-se uma tendncia ao trabalho individualista, que

    no permite conrontar e transormar os aspectos estruturais

    de seu trabalho. Essa intensifcao do azer docente lhe oca-

    siona conitos, pois, ao ter que arcar com essa sobrecarga,

    v reduzido seu tempo disponvel para estudos individuais

    ou em grupo, participao de cursos ou outros recursos que

    possam contribuir para a sua qualifcao, avorecer seu de-

    senvolvimento e sua realizao profssional gerando conito

    entre trabalho e amlia, entre outros, aumentando signifca-

    tivamente a exausto emocional e a despersonalizao. (Car-

    lotto e Palazzo, 2006)

    Facilitadores para a Sndrome01- Sobrecarga;

    02- Problemas de desenvolvimento na

    carreira;

    03- Impossibilidade de promoo;

    04- Falta de segurana na posio;

    05- Clima organizacional negativo;

    06- Falta de participao nas decises;

    07- Falta de autonomia;

    08- Excessiva

    ormali-

    zao;

    09- Falta de

    apoio por

    parte da

    direo;

    10- Condi-

    es de

    risco no

    trabalho;

    11- Insuf-

    c i e n t e

    nvel sa-

    larial;

    12- Trabalhar

    em vriosturnos;

    13- Conta-

    to com

    cliente-

    la proble-

    mtica;

    14- Falta de

    especii-

    cidade de

    uno;

    15- Falta de

    prepara-

    o e ormao;

    16- Expectativas irreais e aulas massifca-

    das;

    17- Vandalismo;

    18- Agresses;

    19- Baixos salrios;

    20- Falta de reconhecimento e respeito;

    21- Assdio moral no trabalho.

  • 7/29/2019 Assdio Moral e Sndrome de Burnout

    16/23

    0

    Manifestaes da Sndrome

    Psicossociais: O indivduo sente que no pode mais dar de si mesmo aetivamente,

    esgotamento de sua energia e de seus recursos emocionais, desenvolvimento de

    sentimentos e atitudes negativas pelas pessoas objeto de seu trabalho, tendncia a

    avaliar-se negativamente com sentimentos de insatisao pelo seu trabalho.

    Psicossomticos:palpitaes, cealias reqentes, cansao crnico, crises de asma,desordens gastrointestinais ou lceras, dores cervicais, insnias, hipertenso, aler-

    gias, alteraes menstruais.

    Comportamentais: alta de assiduidade, aumento de agressividade, isolamento,

    abuso de lcool e/ou drogas, mudanas bruscas no humor, incapacidade de relaxar,

    irritabilidade, lapsos de memria, comportamento violento e de alto risco (suicdio,

    jogos perigosos).

    Emocionais: sentimento de alienao, impacincia, mpetos de abandonar o trabalho,

    ansiedade, sentimento de solido, difculdade de concentrao, distanciamento aeti-

    vo, decrscimo do rendimento no trabalho, sentimento de impotncia, depresso.

    Deensivos:Negao das emoes, ironia e ateno seletiva.

    Combatendo o Burnout

    Amelhor orma de combater o Burnout a preveno. Se quisermos no

    somente sobreviver ao e no trabalho e sim azer do trabalho um meio de

    realizao, cabe a cada um de ns mais do que lamentar, iniciar um processo

    de mudana pessoal e institucional com propostas construtivas e participa-

    tivas, ou, se os nossos ambientes so mais echados e resistentes, administrar a prpria

    sade e buscar aliados para iniciar um movimento que leve a construo de espaos

    mais saudveis no contexto de trabalho. Veja algumas estratgias que privilegiam a

    sade e qualidade de vida no contexto escolar:

    Transormar a escola em

    um contexto saudvel,desenvolvendo as modifca-

    es necessrias no mbito

    das relaes, das condies e

    da organizao do trabalho;

    Propiciar o ortalecimen-

    to pessoal e coletivo, ado-

    tar valores orientados para a

    coletividade, em oposio aos

    valores individualistas;

    Desenvolver capacidades

    de lidar com o estresse,

    valorizao pessoal e grupal,

    controle das situaes de con-

    ito, modifcar o contexto e

    canalizar necessidades e aspi-raes.

    Desenvolver redes de

    apoio social, ormando gru-

    pos de discusso entre profs-

    sionais da Educao, oportu-

    nizando reexes entre lderes

    institucionais e proessores, reu-

    nindo alunos e pais para apresentao de trabalhos, experincias, ormas de lidar com

    os alunos, criando runs permanentes de dilogo e co-responsabilidade educativa. Im-

    plementar recursos, pessoais e ambientais, que propiciem melhoria na qualidade de

    vida dos docentes.

    SISTEMA

  • 7/29/2019 Assdio Moral e Sndrome de Burnout

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    Veja 13 dicas teis paraquem trabalha sob tenso

    Espelho

    01- Descanse e relaxe sem se odiar ou se

    culpar por isso;

    02- Respire proundamente;

    03- D-se 15 minutos antes de cada jor-

    nada e aa uma coisa agradvel;

    04- Alegre seu ambiente com msica, o-

    res ou peas de decorao;

    05- Faa uma atividade de lazer pelo me-

    nos uma vez por semana;

    06- Estabelea metas em sua vida e prio-

    ridade de suas atividades ;

    07- Adote hbitos alimentares mais sau-

    dveis e procure azer exerccios periodi-

    camente;

    08- Estabelea um momento durante o

    dia para relaxar;

    09- Evite cobrar-se o tempo todo e per-

    mita que as coisas aconteam conormeseu prprio ritmo;

    10- Converse com os amigos e colegas

    sobre os seus sentimentos. No guarde

    apenas para voc suas rustraes;

    11- Analise como voc ocupa seu tempo;

    12- Aprenda a dizer no. Assuma apenas

    a responsabilidade das tareas que pode

    cumprir;

    13- Aprenda a delegar tareas. Voc no

    indispensvel.

    Parece uma rvore de Natal, em-

    baixo do brao papel branco

    enrolado em um tubo maior do

    que pode carregar, um saco de

    plstico branco com tesoura sem pon-

    ta, rguas grandes, giz-de-cera, a outra

    mo equilibra com difculdade montes

    de revistas velhas, a cara de um velho

    presidente parece debochar na capa de

    uma delas, pelo caminho a pilha que

    equilibra ameaa despencar, quase que

    ele/ela perde o equilbrio junto com ospenduricalhos que carrega, ajeita os bra-

    os como se quisesse que ossem maio-

    res, arqueia as costas para aumentar sua

    capacidade de abraar tudo aquilo.Faz

    calor, cuida para que as gotas de suor

    no estraguem o papel laminado que

    carrega sabe-se l com que mo.

    Entra esbaorido (a) na sala, mal conse-

    gue disarar o alvio ao despejar aquele

    monte de coisas na mesa. A garotada j

    est l.

    - Oba! Fessor(a)! Vai ter desenhinho?

    Um garoto mais aoito abre o saco

    plstico, ele (a) segura as mo com um

    misto de mau humor e alguma irritao.

    - Ainda no, Fernandinho

    Se recompe da odissia que represen-

    tou a carga daquele monte de quinqui-

    lharias at ali.Bate as mos uma na outra,

    ala com a voz alta, o mais que consegue,

    o tom pausado, como se estivesse em um

    comcio de surdos.

    -A-m-a-n-h-, que dia ?

    Dois ou trs garotos correm, um atrs

    do outro, parece que algum deles tiroualgo da lancheira do outro, alguns outros

    olham com interesse os penduricalhos

    que trouxe, interesse orte o sufciente

    para no ouvir o que ele/a diz, uma meni-

    na, maiorzinha um pouco, olha encanta-

    da para um pequeno espelho que tem

    sua rente. Outros , muitos simplesmente,

    conversam, sobre tudo, todos ao mesmo

    tempo.De onde esta molecada arranja

    tanto assunto ?

    Repete a pergunta : Uma, duas, trs ve-

    zes: Amanh, que dia ? A cada vez

    entremeada com uma bronca:

    Joo, tire a mo da; Maria, deixe

  • 7/29/2019 Assdio Moral e Sndrome de Burnout

    18/23

    o Fernando em paz. Enfm a garotada,

    como que em um passe de mgica, resol-

    ve responder, todos ao mesmo tempo.

    -Dia 12, Fessor(a)!?! (a ala vem meio

    resposta, meio pergunta)

    -Domingo !!!

    Ouve com ateno cada resposta, espera

    ansioso (a) a resposta que quer ouvir.

    Algum grita : Dia das mes.

    Enfm, estava prestes a desistir.

    - Isso : Dia das mes e emenda r-

    pido, aos berros, antes que a baguna

    recomece- ns vamos azer um presentepara a mame.

    Um tempo longo e indefnido para

    montar um arremedo de grupos de tra-

    balho, Joo quer fcar no grupo de Maria

    que no o quer por perto, etc, etc, etc.

    Distribui o material, uns querem o pa-

    pel laminado vermelho, outros disputam

    a tapa um determinado lpis de cor. Uma

    garotinha ameaa chorar, no tem me,

    preciso socorr-la : quem sabe lembrar

    da vov ? Deu certo, a menina limpa os

    olhos e comea a trabalhar.

    Um vidro de cola se espatia no cho,

    empapua os papis que deveriam ser ma-

    tria prima, correria, tenta limpar o estrago,alguns alunos o (a )auxiliam, outros se diver-

    tem em ver os ps grudando no cho e ini-

    ciam uma espcie de dana sobre a sujeira.

    Um garoto az bolinhas de papel lami-

    nado e atira disaradamente na mesa

    em rente, um outro desenha uma bola

    de utebol e uma camisa com as cores do

    Flamengo, - Fulano... sua me gosta de

    utebol?; - No Fessor(a).; - O que

    voc est azendo? No um presente

    para ela?... O garoto parece fcar enver-

    gonhado, rasga tudo, joga no cho, pede

    outro pedao de papel branco.

    Se divide em mil :

    Aqui um elogio ao trabalho eito.

    Ali acudindo algum com difculdade

    de manipular a tesoura,

    Acol improvisando a alta de papel

    vermelho que acabou,

    Aqui algum chora porque oi agredi-

    do com um rolo de papel,

    Ali algum insiste em mostrar o traba-

    lho, os olhos brilhando em busca de um

    elogio,

    Acol algum desiste, dizendo que nosabe azer uma rosa,

    Etc.,etc.,etc.,etc.,etc.,etc.

    Parece que se passou um ano, cada crian-

    a carrega algo, alguns com orgulho, outros

    com desdm. O sinal toca, respira aliviado,

    o cansao transpira pelo olhar desanima-

    do. Uma certa alegria percorre o esprito

    ao lembrar da casinha que a pequerrucha

    ez com tanto carinho, uma certa raiva pelo

    desprezo ensaiado com que um outro aluno

    tentou esconder seu racasso.Recolhe o que

    restou da batalha campal, vai se retirando

    depressa para casa.

    Um uncionrio grita por ele/a, torna a

    cabea preocupado/a...

    -Proessor (a), o(a) senhor(a) no assi-

    nou o ponto.

    -Amanh eu assino, Joo, amanh eu

    assino- a voz traz impacincia, raiva, qua-

    se uma agresso.

    -Oh, pensa que s porque proessor

    tem o rei na barriga ?

    Finge que no ouve, apressa o passo.

    H que tomar um lanche, umar um

    cigarro, daqui a pouco outra aula, outra

    turma: Domingo Dia das Mes.

    Conselho Federal de MedicinaRESOLUO CFM 1488/98

    Assunto: Versa sobre normas especfcas para mdi-

    cos que atendam o trabalhadorFonte: Dirio Ofcial da Unio de 06/03/1998

    Situao: Norma na ntegra

    O Conselho Federal de Medicina, no uso das atribuies que lhe conerem

    a Lei n 3.268, de 30 de setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto n

    44.045, de 19 de julho de 1958,

    considerando que o trabalho um meio de prover a subsistncia e a dig-

    nidade humana, no deve gerar mal-estar, doenas e mortes;

    considerando que a sade, a recuperao e a preservao da capacidade

    de trabalho so direitos garantidos pela Constituio Federal;

    considerando que o mdico um dos responsveis pela preservao e

    promoo da sade;

    considerando a necessidade de normatizar os critrios para o estabeleci-

    mento do nexo causal entre o exerccio da atividade laboral e os agravos a

    sade;

    considerando a necessidade de normatizar a atividade dos mdicos que

    prestam assistncia mdica ao trabalhador;

    considerando o estabelecido no artigo1 inciso 4, artigo 6 e artigo7, inciso

    XXII da Constituio Federal, nos artigos154 e 168 da Consolidao das Leis

    do Trabalho, bem como as normas do Cdigo de tica Mdica e a Resoluo

    CREMESP 76/96;

    considerando as recomendaes emanadas da 12 Reunio do Comit Misto

    OIT/OMS, realizada em 5 de abril de 1995, onde oram discutidos aspectos rela-

    cionados com a sade do trabalhador, medicina e segurana no trabalho;

    considerando a nova defnio da medicina do trabalho, adotada pelo Co-

    mit Misto OIT/OMS, qual seja : proporcionar a promoo e manuteno do

    mais alto nvel de bem estar sico, mental e social dos trabalhadores;

    considerando as deliberaes da 49 Assemblia Geral da OMS, realizada

    em 25.08.1996, onde oram discutidas estratgias mundiais para a preserva-

    o, controle e diminuio dos riscos e das doenas profssionais, melhorando

    e ortalecendo os servios de sade e segurana ligados aos trabalhadores;

  • 7/29/2019 Assdio Moral e Sndrome de Burnout

    19/23

    considerando que todo mdico, independente da especialidade ou do vin-

    culo empregatcio -estatal ou privado-, responde pela promoo, preveno e

    recuperao da sade coletiva e individual dos trabalhadores;

    considerando que todo mdico, ao atender seu paciente, deve avaliar a pos-

    sibilidade de que a causa de determinada doena, alterao clnica ou labora-

    torial possa estar relacionada com suas atividades profssionais, investigando-a

    de orma adequada e quando necessrio, verifcando o ambiente de trabalho;

    considerando fnalmente, o decidido em Sesso Plenria em 11 de evereiro de

    1998, resolve:

    Artigo 1 - Aos mdicos que prestam assistncia ao trabalhador, independen-

    temente de sua especialidade ou local em que atuem, cabe:I - assistir ao trabalhador, elaborar seu pronturio mdico e azer todos os enca-

    minhamentos devidos;

    II - ornecer atestados e pareceres para o aastamento do trabalho sempre que

    necessrio, CONSIDERANDO que o repouso, o acesso a terapias ou o aasta-

    mento de determinados agentes agressivos az parte do tratamento;

    III - ornecer laudos, pareceres e relatrios de exame mdico e dar encaminha-

    mento, sempre que necessrio, para benefcio do paciente e dentro dos precei-

    tos ticos, quanto aos dados do diagnostico, prognostico e tempo previsto de

    tratamento. Quando requerido pelo paciente deve o mdico por sua dispo-

    sio tudo que se refra ao seu atendimento, em especial cpia dos exames e

    pronturio mdico.

    Artigo 2 - Para estabelecimento do nexo causal entre os transtornos de sade

    e as atividades do trabalhador, alm do exame clnico (sico e mental) e os exa-

    mes complementares, quando necessrios, deve o mdico considerar:I - A histria clnica e ocupacional, virtualmente decisiva em qualquer diagnsti-

    co e/ou investigao de nexo causal;

    II - o estudo do posto de trabalho;

    III - o estudo da organizao do trabalho;

    IV - os dados epidemiolgicos;

    V - a literatura atualizada;

    VI - a ocorrncia de quadro clnico ou sub-clnico em trabalhador exposto a

    condies agressivas;

    VII - a identifcao de riscos sicos, qumicos, biolgicos, mecnicos, estressan-

    tes e outros;

    VIII - os depoimentos e a experincia dos trabalhadores;

    IX - os conhecimentos e as prticas de outras disciplinas e de seus profssionais,

    sejam, ou no, da rea da sade.

    Artigo 3 - Aos mdicos que trabalham em empresas, independentemente de

    sua especialidade, atribuio:

    I - Atuar, visando essencialmente a promoo da sade e preveno da doen-

    a, conhecendo, para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho da

    empresa;

    II - Avaliar as condies de sade do trabalhador para determinadas unes e/ou

    ambientes, indicando sua alocao para trabalhos compatveis com sua situao

    de sade, orientando-o, se necessrio, no processo de adaptao;III - Dar conhecimento aos empregadores, trabalhadores, comisses de sade,

    CIPAS e representantes sindicais, atravs de cpias de encaminhamentos, solici-

    taes e outros documentos, dos riscos existentes no ambiente de trabalho, bem

    como dos outros inormes tcnicos de que dispuser desde que resguardado o

    sigilo profssional;

    IV - Promover a emisso de Comunicao de Acidente do Trabalho, ou outro

    documento que comprove o evento inortunstico, sempre que houver acidente

    ou molstia causada pelo trabalho. Essa emisso deve ser eita at mesmo na

    suspeita de nexo etiolgico da doena com o trabalho. Deve ser ornecido cpia

    dessa documentao ao trabalhador;

    V - Notifcar, ormalmente, o rgo pblico competente, quando houver suspei-

    ta ou comprovao de transtornos da sade atribuveis ao trabalho, bem como

    recomendar ao empregador a adoo dos procedimentos cabveis, independen-

    temente da necessidade de aastar o empregado do trabalho.

    Artigo 4 - So deveres dos mdicos de empresa, que atendem ao trabalhador,

    independentemente de sua especialidade:

    I - Atuar junto empresa para eliminar ou atenuar a nocividade dos processos

    de produo e organizao do trabalho, sempre que haja risco de agresso

    sade. Atuar, visando essencialmente a promoo da sade e preveno da do-

    ena, conhecendo, para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho

    da empresa;

    II - Promover o acesso ao trabalho de portadores de aeces e defcincias para

    o trabalho, desde que este no agrave ou ponha em risco sua vida. Atuar, visan-

    do essencialmente a promoo da sade e preveno da doena, conhecendo,

    para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho da empresa;

  • 7/29/2019 Assdio Moral e Sndrome de Burnout

    20/23

    III - Opor-se a qualquer ato discriminatrio impeditivo de acesso ou permanncia

    da gestante no trabalho, preservando-a, e ao eto, de possveis agravos ou riscos

    decorrentes de suas unes, tareas e condies ambientais.

    Artigo 5 - Os mdicos do trabalho (como tal reconhecidos por lei) especial-

    mente aqueles que atuem na empresa como contratados, assessores ou consul-

    tores em sade do trabalhador sero responsabilizados por atos que concorram

    para agravos sade dessa clientela conjuntamente com outros mdicos que

    atuem na empresa e que estejam sob sua superviso, nos procedimentos que

    envolvam a sade do trabalhador, especialmente com relao ao coletiva de

    promoo e proteo sua sade.

    Artigo 6 - So atribuies e deveres do Perito Mdico de instituies providen-

    cirias e seguradoras:

    I - Avaliar a (in)capacidade de trabalho do segurado, atravs do exame clnico,

    analisando documentos, provas e laudos reerentes ao caso. Atuar, visando es-

    sencialmente a promoo da sade e preveno da doena, conhecendo, para

    isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho da empresa;

    II - subsidiar tecnicamente a deciso para a concesso de benecios. Atuar, vi-

    sando essencialmente a promoo da sade e preveno da doena, conhecen-

    do, para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho da empresa;

    III - comunicar, por escrito, o resultado do exame mdico-pericial ao periciando,

    com a devida identifcao do perito mdico (CRM, nome e matrcula). Atuar,

    visando essencialmente a promoo da sade e preveno da doena, conhe-

    cendo, para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho da empresa;

    IV - orientar o periciando para tratamento quando eventualmente no o estiver

    azendo e encaminh-lo para reabilitao quando necessrio.

    Artigo 7 - Perito-Mdico Judicial aquele designado pela autoridade judicial

    ou policial, assistindo-a naquilo que a Lei determina.

    Artigo 8 - Assistente-Tcnico o mdico que assiste s partes em litgio.

    Artigo 9 - Em aes judiciais, o pronturio mdico, exames complementares

    ou outros documentos, s podem ser liberados por autorizao expressa do

    prprio assistido.

    Artigo 10 - So atribuies e deveres do perito-mdico judicial e assistentes

    tcnicos:

    I - Examinar clinicamente o trabalhador e solicitar os exames complementares

    necessrios. Atuar, visando essencialmente a promoo da sade e preveno da

    doena, conhecendo, para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho

    da empresa;

    II - O perito-mdico e assistentes-tcnicos ao vistoriarem o local de trabalho de-

    vem azer-se acompanhar, se possvel, pelo prprio trabalhador que est sendo

    objeto da percia, para melhor conhecimento do seu ambiente e uno. Atuar,

    visando essencialmente a promoo da sade e preveno da doena, conhe-

    cendo, para isto, os processos produtivos e ambientes de trabalho da empresa;

    III - Estabelecer o nexo causal, considerando o exposto no Artigo 4 e incisos.

    Artigo 11 - Deve o perito-mdico judicial, ornecer cpia de todos os docu-

    mentos disponveis para que os assistentes-tcnicos elaborem seus pareceres.

    Caso o perito mdico judicial necessite vistoriar a empresa (locais de trabalho e

    documentos sob sua guarda), ele dever inormar, ofcialmente, o ato, com a

    devida antecedncia, aos assistentes-tcnicos das partes (ano, ms, dia e hora

    da percia).

    Artigo 12 - O mdico de empresa, o mdico responsvel por qualquer Pro-

    grama de Controle de Sade Ocupacional de Empresa e o mdico participante

    do Servio Especializado em Segurana e Medicina do Trabalho, no podem ser

    peritos judiciais, securitrios ou previdencirios, ou assistentes-tcnicos da em-

    presa, nos casos que envolvam a frma contratante e/ou seus assistidos(atuais ou

    passados).

    Artigo 13 - A presente Resoluo entrar em vigor na data de sua publicao,

    revogando-se as disposies em contrrio.

    Brasilia,11 de Fevereiro de 1998

    Waldir Paiva Mesquita

    Presidente

    Antnio Henrique Pedrosa Neto

    Secretrio-geral

    Publicada no Dirio Ofcial da Unio de 06/03/1998, pg. 150

  • 7/29/2019 Assdio Moral e Sndrome de Burnout

    21/23

    0

    Pesquisa Realizada entre educadoresna Estncia Turstica de Ribeiro Pires

    Em uma parceria entre o SINEDUC e a Preeitura Municipal, oi realiza-

    do no setor da Educao uma pequisa sobre Assdio Moral (perguntas

    de 1 23) e Sndrome de Burnout (perguntas 24 30).

    Abaixo voc conere o questionrio eito e na pgina ao lado os grf-

    cos contendo o resultado em porcentagem.

    Sobre Sndrome de Burnout24 - Voc tem constantes dores de cabea ?

    25 - Sore de insnia ?

    26 - Sente dores musculares diariamente?

    27 - Tem (constantemente ) vontade de nunca mais ir trabalhar ?

    28 - Pensa em morrer (por questes no trabalho).

    39 - Sente-se sempre exausto (a) ?

    30 - Tem ( diagnosticada) alguma doena ligada a depresso ? Sndromes ?

    Sobre Assdio Moral01 - Seu superior hierrquico no o cumprimenta mais e no ala com voc.

    02 - Impe horrios injustifcados.

    03 - Diz coisas do tipo: Aqui quem manda sou eu, Voc no estudou ... agora agente.

    04 - Chama-lhe a ateno em pblico.

    05 - Grita com voc.

    06 - Nega-lhe (de orma dissimulada) acesso as leis de seu interesse (por ex. Estatuto).

    07 - Probe seus colegas de alar com voc.

    08 - Pressiona-lhe muito de orma injustifcada.

    09 - Ironiza seus problemas de sade (atestado, e outras difculdades)

    10 - Lhe discrimina , persegue ou provoca.

    11 - Lhe trata de orma dierenciada em relao a outros colegas.

    12 - Impe um cl ima de terror e oocas no setor.

    13 - Faz correr boatos de que voc est com problema mental ou amiliar.

    14 - Despreza, ironiza ou ridiculariza seus problemas.

    15 - Fora voc a pedir transerncia.

    16 - Por ocasio da avaliao de desempenho, az circular coisas como : Agora a ulana me paga.

    17 - Vigia ou manda vigiar seus passos , controlando seus movimentos.

    18 - Mantem um clima constante de medo e tenso , nunca apoiando seus colegasou voc rente a problemas ou mal entendidos no trabalho.

    19 - Lhe submete a situaes vexatrias rente aos alunos, colegas ou comunidade.

    20 - Quando alguma roupa ou material dos alunos se extravia, diz que voc e seuscolegas tero que pagar.

    21 - Faz ameaas, justifcando suas aes dizendo sempre: No sou eu, a Se-cretaria (ou o Preeito (a), ou o Papa ).

    22 - Faz comentrios ou piadas racistas ou sexistas.

    23 - O clima no local de trabalho se torna dependente do humor do seu supe-rior hierrquico.

    Grfcosde pes-

    quisarealizadaentre os

    educa-dores daEstnciaTurstica

    de Ri-

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