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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO
A INCLUSÃO ESCOLAR NA REDE REGULAR DE ENSINO: A
PERCEPÇÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Itatiba
2007
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Daniela Ramos RA 002200300064
A INCLUSÃO ESCOLAR NA REDE REGULAR DE ENSINO: A
PERCEPÇÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Trabalho de conclusão de curso, do curso de Psicologia, Universidade São Francisco, sob a orientação da Profª Ms. Katya Luciane de Oliveira, como exigência para obtenção do título de psicólogo.
Itatiba
2007
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Dedico esse trabalho a Deus e aos
meus pais, Luís e Vera, pelo amor, cuidado
e dedicação de toda minha vida e por serem
a razão da minha existência.
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Luís e Vera, pelo suporte financeiro, emocional e por toda estrutura dada
para que tudo que realizei até hoje fosse possível;
Aos meus irmãos, André e Raul, pelo apoio e incentivo;
Ao Vinicius meu primo por me ajudar diversas vezes e por isso também faz parte deste
momento;
A professora Ana Cristina Vizelli que despertou o meu olhar e a minha paixão pelo tema:
“inclusão escolar”, e por me mostrar e acreditar que a inclusão pode dar certo;
A professora Katya Oliveira pela orientação carinhosa e acolhedora, por sua competência,
profissionalismo, principalmente pela sua qualidade humana e que me permitiu crescer como
profissional;
Às amigas e aos amigos que não podem ser citados, sob o risco de injustiça ou
esquecimento, mas que sabem o quanto trouxeram sentido à minha vida. Em especial, à Maria
Silvia e a Jéssica, amigas para todas as horas;
Às instituições nas quais a pesquisa foi realizada por acreditarem e por abrirem as portas
para eu realizar esta pesquisa;
Aos colaboradores que participaram da pesquisa que foram atenciosos disponíveis e
inteiros e sem os quais não haveria pesquisa;
Por fim, agradeço à todas as pessoas que de alguma forma fizeram parte desta etapa da
minha vida. Foram muitas que contribuíram de diversas formas. Impossível nomeá-las, então,
meu muito obrigado para todos que tornaram possível a realização desta pesquisa.
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SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS................................................................................................... vi LISTA DE FIGURAS.................................................................................................... vii RESUMO......................................................................................................................... viii
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................... ix
INTRODUÇÃO............................................................................................................. 10
História e atualidade da inclusão escolar no Brasil...................................................... 10
Deficiente visual e inclusão escolar............................................................................... 18
OBJETIVOS..................................................................................................................... 27
MÉTODO......................................................................................................................
Participantes ................................................................................................................
Material ........................................................................................................................
Procedimentos ............................................................................................................... RESULTADOS.............................................................................................................
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO....................................................................................... CONSIDERÇÕES FINAIS.............................................................................................. CRONOGRAMA TOTAL DE EXECUÇÃO DA PESQUISA ...................................
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28
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28 29 35 38 40
REFERÊNCIAS............................................................................................................ 42
ANEXOS.......................................................................................................................
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Distribuição das freqüências e respostas dos participantes relativas
às atividades oferecidas aos alunos com deficiência visual.................................
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Distribuição das freqüências e porcentagens de respostas dos
participantes relativas á disponibilidade de materiais na
escola....................................................................................................................
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Figura 2. Distribuição das freqüências e respostas dos participantes relativas
ao tratamento que os colegas tinham em relação ao aluno com deficiência
visual....................................................................................................................
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RESUMO
Ramos, D. (2007). A inclusão escolar na rede regular de ensino: a percepção do aluno com
deficiência visual. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Psicologia, da Universidade São
Francisco. Itatiba, p. 72.
A inclusão escolar de pessoas com deficiência visual na rede de ensino regular requer recursos
especiais para a sua formação acadêmica. Atualmente existem projetos que garantem a
capacitação de professores e recursos técnicos para realizar essa inclusão. Esse trabalho teve
como objetivo identificar qual a percepção que o aluno com deficiência visual tem da inclusão
escolar. Participaram 18 estudantes com deficiência visual do ensino fundamental e do ensino
médio matriculados na rede de ensino regular que freqüentavam instituições especializadas de
uma cidade do interior de São Paulo. Foram utilizados como instrumento um questionário
contendo 30 afirmações abordando assuntos relativos à percepção que o aluno com deficiência
visual matriculado na rede regular de ensino tem da inclusão escolar. As participações dos
estudantes foram voluntárias e a coleta de dados ocorreu de forma individual, realizada em
horário previamente estabelecido na instituição e ocorreram para aqueles estudantes cujos pais ou
responsáveis assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados foram
organizados em planilha, Excel e submetidos à estatística descritiva. Os principais resultados
obtidos apontam que a maior parte (83,3%; n=15) dos deficientes visuais matriculados na rede
regular de ensino respondeu que se sente incluída na escola em que freqüenta. Sugere-se que
novos estudos sejam realizados, visando explorar melhor a inclusão.
Palavras-chave: Inclusão escolar; Deficiência visual; Percepção do aluno.
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APRESENTAÇÃO
A percepção de uma pessoa com deficiência visual é diferente de uma pessoa vidente, por
não ter um dos principais sentidos e um dos mais valorizados pela nossa sociedade, a visão. Sua
maneira de adquirir as informações são feitas principalmente por meio do tato e da audição e para
isso ocorrer depende essencialmente da relação com o outro.
Neste trabalho será exposto e discutido o contexto histórico e a atualidade da inclusão
escolar da pessoa com deficiência visual. Buscar-se-á levantar os principais recursos que estão
disponíveis para o deficiente perceber o mundo e saber qual é sua compreensão em relação á sua
inclusão escolar dentro da rede regular de ensino.
Será destacada a história e a atualidade da inclusão escolar no Brasil, as diferentes fases
do tratamento das pessoas com deficiência, as principais leis, as resoluções e as declarações
vigentes, sobre o início da educação especial e alguns trabalhos sobre o tema, publicados no país.
Outro ponto levantado no presente trabalho se refere a questões específicas da pessoa com
deficiência visual e sua inclusão escolar na rede regular de ensino.
A inclusão escolar é um tema muito explorado. Atualmente existem vários trabalhos sobre
o assunto com enfoques diferentes. Este trabalho pretende também contribuir por meio dos dados
levantados durante sua construção para ampliação das discussões sobre a inclusão escolar da
pessoa com deficiência visual e para avaliar como esta ocorrendo o acesso e a permanência dos
alunos com deficiência visual nas classes regulares de ensino.
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INTRODUÇÃO
História e atualidade da inclusão escolar no Brasil
No que se refere ao tratamento de pessoas com deficiência, pode-se identificar quatro
fases diferentes, a fase da negligência, da institucionalização, da educação segregada e da
educação inclusiva (Pamplin, 2005). A fase da negligência ocorreu no período da Idade Média, os
povos nesse período sobreviviam da caça e da pesca, era da natureza que tiravam seu sustento e
se abrigavam. Por esse motivo, quem apresentava algum tipo de deficiência não conseguiria
desempenhar adequadamente as atividades necessárias para a sobrevivência. As pessoas com
deficiência eram consideradas pelos outros membros do seu povo como obstáculo, essas pessoas
eram abandonadas para morrerem de fome ou serem atacadas por animais ferozes (Fortes, 2005).
A fase da institucionalização teve início com o cristianismo que difundiu valores como
amor ao próximo e compaixão, as pessoas com deficiência nessa época eram recolhidas em
asilos, igrejas, conventos e hospícios, essas foram à maneira encontrada em dar condições de
sobrevivência as pessoas com deficiência e garantir que a sociedade não precisasse conviver com
essas pessoas. Com o aparecimento do mercantilismo e do capitalismo a deficiência deixou de ser
associada ao pecado e passou a ser considerada como disfunção orgânica, aumentando o interesse
pela pesquisa científica e trazendo avanços na área de reabilitação. As pessoas com deficiência
passaram a serem atendidas em instituições de reabilitação que eram mais voltadas ao
assistencialismo e a filantropia marcando, assim, a fase da educação segregada (Fortes, 2005).
No Brasil, a educação especial teve sua origem em instituições que começaram a surgir a
partir de 1600 em São Paulo, mas medidas mais concretas surgiram no século XX, com a
implementação das primeiras classes de educação especial (Pamplin, 2005). Com a criação do
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serviço de educação especial e com a Resolução SE nº 247 30/09/86 regularizou-se no Brasil a
formação de classes especiais nas escolas públicas, as classes especiais tinham como objetivo o
atendimento educacional especializado para pessoas com deficiências auditivas, físicas, visuais,
mentais e superdotados, a partir dessa resolução a educação de pessoas com deficiência passou
para uma nova fase (Lei de Diretrizes e Bases, 1986).
Com isso, as secretarias de educação ampliaram a oferta de vagas nas escolas aos alunos
com deficiências em classes especiais. Machado (2004) questionou esse modelo de inclusão
escolar quando obteve resultados em sua pesquisa de que as classes especiais refletiam a
inadequação e fracasso do ensino público. Nessas classes também eram colocados os alunos com
problemas comportamentais e de conduta. As classes especiais produziam estigmatização,
causando marcas nas crianças, elas eram capazes de pensar, aprender a leitura e a escrita mais
depois de um tempo acabavam agindo de forma especial e não acreditavam que eram capazes de
aprender. O problema das classes especiais consistiu numa visão educacional que separava e
criava preconceitos.
Na medida em que as classes especiais contribuíam para o isolamento e a separação
dessas crianças, a inclusão escolar começou a ganhar força. Segundo Vizim e Silva (2003), a
política educacional brasileira vem se modificando em conseqüência das pressões de grupos
organizados, sobretudo, de pais e jovens com alguma deficiência física, sensorial ou mental.
Os movimentos em busca da inclusão de pessoas com deficiência pelo mundo resultaram
na realização da Conferência Mundial de Educação realizada por representantes de vários países
e organizações internacionais, em 10 de junho de 1994, na Espanha. Nessa Conferência foi
elaborada a Declaração de Salamanca (Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, 2004)
que pressupõe que a inclusão de pessoas com deficiência nas escolas regulares seria o primeiro
passo para garantir a inclusão social dessas mesmas pessoas em outros contextos sociais.
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A Declaração de Salamanca (Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, 2004)
propõe uma estrutura de ação em educação especial que se baseia na experiência de outros paises
e em resoluções e publicações das Nações Unidas. Esta declaração reafirma o compromisso de
educação para todos e reconhece a necessidade de educação para as pessoas com deficiências
dentro do sistema regular de ensino dando a oportunidade de atingir e manter um nível adequado
de aprendizagem para todos. Aos governos cabe o aprimoramento de seus sistemas educacionais
a se tornarem aptos a incluírem todas as crianças independentes das dificuldades individuais.
Essa estrutura de ação em educação especial proposta pela Declaração de Salamanca tem como
objetivo orientar o planejamento de ações em educação especial, mas deve ser complementada
por planos de ações nacionais, regionais e locais para que se possam atender as necessidades
específicas de diferentes regiões e ocorrer uma inclusão para todos.
A Declaração de Salamanca (1994) foi um dos vários documentos internacionais como a
Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes (1975), a Carta para o Terceiro Milênio (1999),
a Conferência Internacional do Trabalho (1983), a Convenção da Guatemala (2001) e a
Declaração Internacional de Montreal sobre Inclusão (2001), que têm como objetivo garantir uma
sociedade mais inclusiva às pessoas com deficiência, com políticas e leis que garantem o acesso e
uma inclusão em todos os aspectos da sociedade, diminuindo a segregação e a marginalização as
quais têm sido colocadas às pessoas com deficiência. Esses documentos expõem a preocupação
em se garantir uma plena igualdade a nível nacional e internacional proporcionando
oportunidades de tratamento com um desenvolvimento de uma vida social, garantindo, assim,
educação, trabalho e integração à comunidade.
No Brasil a Lei nº 10.172, de 09/01/01 instituiu o direito de as pessoas com deficiências
receberem educação na rede regular de ensino (Diretrizes Nacionais para a Educação Especial
Básica, 2001). Para Macedo (2001), essas novas diretrizes da educação especial transferem a
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responsabilidade da criança para o professor porque se a criança que apresentava dificuldades de
aprendizagem ou de convivência em sala de aula, causavam problemas ao professor, antes a
culpa da dificuldade era do aluno e não necessariamente do professor. Atualmente, com a
inclusão, o problema é de todos, o que desafia o professor a refletir sobre a insuficiência de seus
recursos, práticas pedagógicas e a rever suas formas de se relacionar e ensinar os alunos.
Gomes (2005) constatou em sua pesquisa essa dificuldade de relacionar-se com alunos
com deficiência quando trouxe dados sobre a concordância de professores quanto à inclusão
escolar e chegou à conclusão que, de maneira geral, os docentes se posicionam contrariamente a
inclusão escolar principalmente quanto à inclusão de crianças com Síndrome de Down,
Deficiência Mental, Autismo e Paralisia Cerebral por acharem que existem limitações no
desenvolvimento cognitivo que as impediriam de aprender. Nessa pesquisa os professores só se
posicionaram favoravelmente em relação à inclusão de superdotados por apresentarem uma
capacidade intelectual elevada, tendo assim, na visão deles, uma facilidade em aprender. Em
relação à deficiência visual apesar dos dados se mostrarem equilibrado, sem uma divergência
relevante, os professores não têm uma atitude positiva quanto à inclusão das pessoas com
deficiência visual. Os professores têm idéias pré-concebidas ou concepções equivocadas a
respeito das deficiências em geral, muitas vezes, atribuem ao aluno imagens depreciativas.
Na pesquisa de Tessaro, Waricoda, Bolonheis e Rosa (2005), comparou-se dois grupos de
alunos, um que participava da inclusão e um outro que não participava da inclusão, ou seja, que
nunca estudaram com pessoas com deficiência. Em relação, aos próprios sentimentos, referente à
inclusão, os alunos que não participavam da inclusão, tiveram um percentual positivo em relação
à inclusão, menor em relação aos que participavam da inclusão. Isso se explica, segundo os
autores, pelo fato do grupo, não ter experiência anterior de estudarem com alunos com
deficiência e de não terem a dimensão do preconceito e do despreparo dos profissionais. De
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maneira geral, a visão de alunos sem deficiências sobre a inclusão escolar demonstraram-se
favorável à inclusão, acreditando nela, mais apontam como principal dificuldade para ela ocorrer
o preconceito e a falta de preparo dos profissionais.
As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (2001) art. 3º
define educação especial como: “um processo educacional definido por uma proposta pedagógica
que assegure recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para
apoiar, complementar, suplementar e em alguns casos substituir os serviços educacionais comuns
de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades do
educando que apresentam necessidades educacionais especiais, e, todas as etapas e modalidades
da educação básica”. Já o art. 5º, define os educandos com necessidades educacionais especiais
os que “durante o processo educacional apresentarem dificuldades acentuadas de aprendizagens
ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades
curriculares”.
Apesar de existir leis como: o art. 53º, inciso III, do Estatuto da Criança e do Adolescente
(1990); o art. 208º, inciso III, da Constituição Federal (1988) e o art. 4º, inciso III, da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), que asseguram que o estado disponibilizará a
criança e ao adolescente com deficiência um atendimento educacional especializado na rede
regular de ensino, as pesquisas atuais demonstram que essa inclusão não vem acontecendo de
forma adequada. Santana (2005) demonstrou que na concepção de professores e diretores as
principais dificuldades para a realização da inclusão escolar referiam-se à falta de formação
especializada e continuada de professores, na falta de apoio técnico no trabalho com alunos
inseridos nas classes regulares, falta de orientação na prática cotidiana, falta de apoio familiar e
da comunidade, redução de alunos nas classes e alterações nas condições estruturais das escolas.
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Na concepção de professores nessa pesquisa não foi cogitada uma possível falha em suas práticas
pedagógicas e de sua forma de se relacionar com os alunos com deficiência como propôs Macedo
(2001).
Pamplin (2005) inclui outro fator importante para que ocorra um processo de
desenvolvimento e escolarização adequada para as crianças que apresentam necessidades
educacionais especiais, ela aponta a parceria efetiva entre família e escola. Por meio de uma
relação de troca mútua de informações e conhecimentos, podem-se aumentar as ações de
aprendizagem nos diferentes contextos de desenvolvimento da criança com deficiência. Em sua
pesquisa evidenciou-se que os responsáveis pelas crianças deficientes demonstraram sentir
necessidades de informações sobre às deficiências de seus filhos e sobre os apoios e os serviços
que a comunidade disponibiliza. Somente com informações e assistência adequada que haverá
maior interação entre família e escola.
Para se resolver alguns possíveis problemas gerados com a inclusão escolar Leite e
Aranha (2005) apontam a necessidade de se investir no processo de educação continuada do
professor para que este possa desenvolver o conhecimento, as competências e as habilidades
necessárias para o ensino na diversidade, implementando situações reflexivas que possibilitam o
professor rever a sua prática pedagógica. As ações educacionais produzidas na sala de aula
beneficiam o desenvolvimento dos alunos, e a partir de um ensino baseado nas suas necessidades
educacionais proporcionam um ensino voltado a atender as necessidades educacionais presentes
na diversidade das escolas.
Para ocorrer à inclusão é preciso um planejamento e a capacitação das pessoas envolvidas.
A inclusão de pessoas com deficiência hoje é apresentada apenas enquanto lei, falta capacitação
aos docentes e materiais adequados. As intervenções devem ser dirigidas não somente ao aluno,
mas em toda estrutura e funcionamento escolar, para que se dê suporte ao aluno, de modo que
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este obtenha habilidades sócias e acadêmicas que habitualmente são aprendidas no contexto
escolar como qualquer outra criança o faz (Almeida-Verdu, Fernandes & Rodrigues, 2006).
Na visão de Vizim e Silva (2003) existe uma interpretação equivocada da educação
especial quanto ao aluno a qual se destina essa educação. As pessoas com deficiência são alvos
preferências de depreciações das situações de ensino-aprendizagem da escola comum, essa
interpretação é conseqüência de discriminação e preconceito. Os alunos com deficiência física,
sensorias ou mentais, vão apresentar dificuldades da mesma maneira que os demais alunos em
uma determinada realidade escolar e as mesmas necessidades educacionais comuns e especiais
em relação ao que se espera deles e ao que lhes é oferecido na escola. É preciso deixar claro a
importância de se analisar a sua totalidade, cada situação de ensino-aprendizagem, e analisar cada
aluno e cada escola em sua singularidade, sem perder de vista a realidade social em que se
encontram.
Quintão (2005) defende que apenas a criação de leis não basta para garantir a inclusão
escolar. O que se vê hoje é uma imensa dificuldade da sociedade para efetivar o que a inclusão
escolar das pessoas com deficiência propõem em suas mais diversas publicações, sejam elas, leis
decretos, declarações ou projetos. Verifica-se a necessidade de uma constante revisão das práticas
inclusivas, porque não basta estar integrado na escola, nas instituições, na empresa, nos espaços
públicos e privados para haver inclusão. A pessoa com deficiência tem que a todo momento
buscar aberturas possíveis para ocupar um lugar no mundo e ser cidadão.
Para Freitas (2006), os cursos de formação para professores estão voltados para uma
educação mais geral e pouco contribui para a educação inclusiva. Tais cursos devem ser
alterados, porque reforçam o estereotipo ao tomar como referência um aluno padrão e idealizado
e de não conseguirem desfazer e nem superar essa imagem. Esses professores já sofrem
influencia da experiência de seu próprio processo escolar. Portanto, acredita-se que aquele que
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inicia um curso de formação de professores já tem uma idéia pré-concebida e negativa de aluno
deficiente.
Kafrouni e Pan (2001) trazem um dado novo em sua pesquisa sobre os impasses frente à
capacitação dos profissionais quanto à inclusão. Para os autores a falta de um projeto específico
de inclusão, é uma das medidas mais urgentes porque, só por meio de um projeto de inclusão é
que as dificuldades podem ser abordadas como os aspectos das práticas pedagógicas que estão
relacionados diretamente com a capacitação de professores e das equipes que não sabem nem por
onde começar a implementação de uma proposta de inclusão. Essa falta de despreparo leva ao
professor a ter representações que determinam atitudes discriminatórias por possuírem uma
imagem de aluno ideal e aos alunos que não se encaixam nesse ideal, resta a imagem de aluno
problema. Essa homogeneização é danosa ao aluno com necessidades educacionais especiais.
Essa tendência de nivelar o aluno leva por conseqüência a inflexibilidade e a rigidez curricular,
metodológica e avaliativa, tornando incompatível com a inclusão. Esse modelo responsabiliza o
aluno pelo fracasso escolar, assim, cabe ao Estado um maior comprometimento com a inclusão.
Portanto, leis, decretos e resoluções não bastam para garantir a inclusão escolar das
pessoas com deficiências, porque elas existem e não estão sendo suficientes para ocorrer à
inclusão. Além de cursos de capacitação dos profissionais envolvidos na educação, é necessário
que haja uma mudança na cultura dos professores para que se tornem mais flexíveis em suas
práticas pedagógicas e menos segregatórias. Pois, o modelo tradicional não vem demonstrando
condições de responder aos desafios da inclusão escolar.
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Deficiente visual e inclusão escolar
A partir do surgimento do Sistema Braille o processo de ensino aprendizagem
proporcionou a pessoa com deficiência visual maior participão social. O Braille é um sistema de
leitura com o tato para cegos inventado pelo francês Louis Braille que perdeu a visão aos três
anos. Quatro anos depois, ele ingressou no Instituto de Cegos de Paris. Em 1827, então com
dezoito anos, tornou-se professor desse instituto. Ao ouvir falar de um sistema de pontos e
buracos inventado por um oficial para ler mensagens durante a noite em lugares onde seria
perigoso acender a luz, Louis Braille fez algumas adaptações no sistema de pontos em relevo. Em
1829, publicou o seu método e morreu de tuberculose, em 1852, ano em que seu método foi
oficialmente adotado na Europa e América (Instituto Benjamin Constant, 2004).
O Braille chegou ao Brasil, por meio de José Álvares de Azevedo ao voltar de estudos em
Paris, no Instituto Real dos Jovens Cegos. Ele ensina o Braille a filha de um médico. Esse
médico era o Dr. Xavier Sigaud que junto com o Barão de Bom Retiro leva a idéia a D. Pedro II
de se ter no Brasil um colégio onde as pessoas cegas pudessem estudar (Bruno & Mota, 2001).
Em 17 de setembro de 1854 é fundado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje conhecido
como Instituto Benjamim Constant (RJ), este instituto foi durante setenta e dois anos a única
instituição responsável pela educação de pessoas com deficiência visual no país (Fortes, 2005).
Em 1926, foi criado a primeira imprensa Braille do país, além de publicações científicas se
preocupavam com a inserção de pessoas deficientes visuais no mercado de trabalho (Bruno &
Mota, 2001).
A partir de 1928 surgiram outras instituições no país como o Instituto para Cegos Padre
Chico em São Paulo, fundado em 1928; o Instituto dos Cegos na Bahia, fundado em 1929; o
Instituto de Cegos do Ceará, em 1943; a Fundação Dorina Nowill em São Paulo, em 1943 e o
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Instituto Campineiro dos Cegos Trabalhadores de Campinas, em 1933 (Fortes, 2005). As diversas
instituições encontradas no país se esforçam em advogar pelo direito de cidadania e têm lutado
pela melhoria de vida e qualidade na educação da pessoa com deficiência visual
De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (2006), do ponto de vista clínico
uma pessoa é considerada como deficiente visual quando existe alguma mudança na função do
órgão em relação ao campo visual e na visão das cores, próximo a cegueira, a acuidade visual é
de 20/1200 a 20/2500, uma pessoa com acuidade visual de 20/200 a 20/400 é considerada como
tendo uma baixa visão. Do ponto de vista educacional, para uma pessoa ser considerada
deficiência visual depende do tipo de recurso que irá utilizar para ler e escrever. A aprendizagem
nesse caso irá ocorrer na integração de todos os sentidos (Bruno, apud Fortes, 2005). No caso da
baixa visão ou visão subnormal é recomendada à utilização de lentes asféricas e lupas de mesa de
alto poder e para cegueira vídeos, livros falados, Braille, aparelhos com saída de voz, bengala,
soroban e o cubarítimo são utilizados como recursos para a aprendizagem.
A visão é um dos principais meios de aquisição da informação. A pessoa com deficiência
visual tem conseqüências no seu desenvolvimento e na aprendizagem por apresentar uma
deficiência em um dos seus sentidos, isso, faz com que, seja necessário criar sistemas de ensino
alternativos. A percepção da realidade de uma pessoa cega é diferente de uma pessoa vidente, os
mais importantes recursos de exploração do mundo dessas pessoas são o tato e a audição. Por
meio da comunicação social e da ação sobre o ambiente em que vive, é que a pessoa com
deficiência visual alcança o domínio das habilidades mentais que possibilita o conhecimento da
realidade. A linguagem é um dos principais meios que o indivíduo tem para aprender a manejar a
realidade que o cerca (Coll, Palácios & Marchesi, 1995).
A criança com deficiência visual tem limitações quanto à aquisição de conceitos por não
ter acesso direto à palavra escrita, por não ter orientação e mobilidade independente e por
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apresentar dificuldade de interação social e controle do ambiente. Essas limitações trazem atrasos
no desenvolvimento normal, pois irá necessitar de professores especializados, adaptações
curriculares e ou materiais adicionais de ensino, para ajudá-la a atingir um nível de
desenvolvimento proporcional às suas capacidades (Masi, 2002).
O momento da perda da visão também interfere no processo educacional, como a idade
em que se manifestou o problema visual, as crianças que perdem a visão antes dos cinco anos,
não são capazes de reter imagens visuais. A forma de manifestação, a etiologia, o tipo e o grau de
visão, também são fatores que dificultam a aprendizagem, assim como a necessidade do uso de
materiais impressos em tipos ampliados e em Braille ao mesmo tempo, ou a dificuldade na
aceitação de recursos ópticos, que não são nada estéticos, constituem-se situações difíceis para a
criança e para o jovem enfrentar, levando-os, a frustrações, baixo rendimento escolar e problemas
ou interferências no ajustamento emocional. Por isso, a criança deficiente visual pode ser mal
conduzida em seu desenvolvimento e aprendizagem, quando guiada pela insegurança,
superproteção ou desconhecimento das pessoas que a cercam (Masi, 2002).
Masi (2002) propõe cinco princípios básicos que todo educador consciente de suas
funções deve considerar em qualquer etapa de seu trabalho que é a individualização, a
concretização, o ensino unificado, estímulo adicional e auto-atividade. A cegueira e os vários
graus de visão subnormal, não se constituem como padronização dos indivíduos. O grau de visão,
a época, as condições em que surgiram a deficiência, a estrutura familiar e o meio-ambiente, são
aspectos que exigem um programa individualizado que venha a atender às necessidades de cada
criança, de acordo com suas potencialidades e ritmo de desempenho. A criança cega só irá
adquirir a noção de forma, tamanho, peso, solidez, textura, flexibilidade, temperatura e outras
características dos objetos, principalmente por meio do tato e dos outros sentidos. Para ela
perceber o mundo à sua volta é necessário oferecer, objetos passíveis de toque e manipulação. Se
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não for dada especial atenção à concretização, os conhecimentos formais poderão ser mal
compreendidos e deformados.
A criança cega que é pouco estimulada terá uma vida restrita e, é por isso que existe a
necessidade de lhe oferecer um estimulo adicional para ampliar suas perspectivas e desenvolver
suas imagens mentais para que orientá-las para ambientes mais amplos. É necessário
proporcionar-lhe experiências, por meio de estimulação adequada e sistemática, em um nível
proporcional ao seu desenvolvimento e sua motivação, fazendo-a conhecer o mundo por meio de
sua própria observação e experiência. E por fim, a última etapa que é a auto-atividade que se
refere à motivação em dirigir seus interesses no sentido de estimular o desejo de movimentar-se
livremente como a mobilidade, a fala, o ato de alimentar-se, a socialização e outros aspectos
poderão ser retardados se ela não for orientada para executar tais atividades. Ela só irá dominar
estas habilidades se os professores oferecerem à criança oportunidades para poder fazer sozinha
atividades compatíveis com suas condições, num ritmo crescente de interesses e complexidade. A
educação da criança deficiente visual, pode ser feita por meio de programas diferentes
desenvolvidos em classes especiais, que são historicamente denominadas de segregadas, ou no
ensino integrado, nas salas de recursos, no ensino itinerante ou na classe comum, recebendo
apoio do professor especializado, isso vai depender da escola em que estuda (Masi, 2002).
A responsabilidade da educação da criança deficiente visual deve iniciar-se desde o
nascimento para que possam se estabelecer às bases do seu desenvolvimento e atingir a
maturidade necessária para uma boa interação sócio-afetiva no seu meio. Cabe, ainda, aos
especialistas da Educação Especial, assumirem seu papel enquanto responsáveis pela orientação e
estimulação durante o desenvolvimento da criança procurando evitar, prevenir e minimizar, na
medida do possível, as defasagens que poderão ocorrer tanto no desenvolvimento, quanto na
aprendizagem, caso não forem devidamente cuidados na idade pré-escolar.
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O Ministério da Educação fez uma série de publicações sobre os Saberes e Práticas da
Inclusão (2005), com o objetivo de desenvolver competências para o atendimento as necessidades
educacionais especiais. Em um desses livros da série propõe adaptações curriculares para
favorecer o acesso de todos os alunos a proposta curricular do ensino regular, estes ajustes podem
ser nos objetivos educacionais, nos conteúdos programático, nos procedimentos e estratégias de
ensino adotado e no processo de avaliação, favorecendo o acesso do aluno cego ou com baixa-
visão. Dentre as adaptações estão às alterações dos recursos físicos, ambientais e materiais em
sua escola, a de possibilitar melhores níveis de comunicação e interação com os profissionais
para que possam adotar sistemas de comunicação diferenciados como o Braille, ampliação de
materiais e computadores. O objetivo desses ajustes é de garantir a participação do aluno com
deficiência visual nas diferentes atividades escolares. Outras propostas de adaptações são as
didático-pedagógicas, de materiais como ampliação, contrastes para melhorar a função visual,
iluminação; posicionamento da lousa para quem tem baixa visão de sentar mais perto e de utilizar
os recursos necessários dependendo de sua acuidade visual e auxilio óptico utilizado.
Em outro livro da série sobre os Saberes e Práticas de Inclusão (2005) o Ministério da
Educação faz uma discussão sobre a avaliação feita para identificação das necessidades
educacionais especiais. Propõe-se a revisão dos conceitos e atualização das práticas avaliativas
tradicionais, padronizadas e classificatórias em uso atualmente que vem de um modelo clínico de
encaminhar para fazer o diagnóstico de insucesso e do aluno. Esse enfoque está centrado nas
limitações o que é importante para finalidades terapêuticas, mas não necessariamente para as
pedagógicas. Essa proposta de ressignificação da avaliação faz um alerta para um agir mais
consciente e reflexivo sobre as situações avaliativas para que não excluam e nem rotulem os
alunos e que cultuem valores democráticos para que as escolas se tornem mais inclusivas e suas
práticas estejam mais voltadas para uma dimensão mais social e política. Essa avaliação tem que
23
servir para o progresso e sucesso do aluno e promover o seu desenvolvimento global. A avaliação
deve considerar as diferenças individuais valorizando as competências de cada um e a
diversidade e serve como reflexão para rever as práticas pedagógicas e os elementos que
interferem no processo de ensino e aprendizagem do aluno.
No Brasil, entre 2002 e 2005, teve um aumento de 42,7% na quantidade de matrículas em
escolas públicas e privadas na educação especial. Desses números 65,4% das matrículas foram do
ensino fundamental contra apenas, 12,3% da pré-escola e 1,7% do ensino médio em 2005. Houve
um aumento significativo de matrículas nesse período nas escolas regulares e nas classes comuns
do ensino fundamental. Em relação á baixa visão 8,5% de pessoas foram matriculadas nas escolas
regulares e nas classes comuns e 1,3% foram de pessoas cegas do total de matrículas efetivadas
em 2005 no país (Números da educação especial no Brasil, 2005).
As pesquisas atuais sobre a inclusão escolar de pessoas com deficiência visual trazem
como principais dificuldades para a inclusão a falta de materias adaptados para que as pessoas
tenham acesso a todos os conteúdos das aulas. Dentre eles, destacam-se os programas de
computadores com leitores de vozes, estratégias metodológicas adequadas, a retirada de barreiras
físicas e as atitudes inadequadas em relação à alguns professores e funcionários com as pessoas
com deficiência visual (Fortes, 2005).
Batista (2005), em sua pesquisa sobre a formação de conceitos em crianças cegas,
comparou várias concepções diferentes sobre a formação de conceitos e várias pesquisas e
chegou à conclusão que a especificidade na aquisição desses conceitos fica por conta da
elaboração de recursos auxiliares na compreensão de diferentes conceitos e sistemas de conceitos.
O autor aponta a linguagem e o pensamento que integram as informações sensorias como a
principal fonte de informação para a criança cega, concluindo que a cegueira não impede o
desenvolvimento, mas que este difere, de diversos modos, do apresentado pelas crianças videntes.
24
Os problemas no desenvolvimento de crianças cegas, nos casos em que não existem problemas
cerebrais se justificam por não terem recebido estimulação suficiente, ao longo de seu
desenvolvimento. A diferença entre alunos videntes e cegos fica centrada nos modos de
representação a serem utilizados como auxiliares na explicação de diferentes conceitos. O tato
constitui-se um recurso valioso no ensino de alunos cegos. Entretanto, não pode ser visto como
substituto da visão, nem pensado de forma independente dos processos cognitivos envolvidos na
apropriação de conhecimentos. Para o professor fica o desafio de criar os modos de representação
a serem utilizados como auxiliares na explicação de diferentes conceitos.
Na pesquisa de Silva (2006) o objetivo foi compreender como se estabeleciam às
interações dos alunos com deficiência visual na escola e entender como se manifestava o
estranhamento que causava a deficiência visual entre os alunos. Chegou-se à conclusão de que os
alunos com deficiência visual, no cotidiano da escola, mostraram-se disponíveis para os
relacionamentos e cuidadosos por corresponder às solicitações dos colegas. As dificuldades eram
marcadas, pela falta de condições para a participação mais ativa dos deficientes no ambiente
escolar e, dessa maneira, precisam sempre provar que eram capazes, isso, se refletia na prática
pedagógica dos professores. Os professores mostravam ter muitas dúvidas sobre como expor a
matéria para que os alunos com deficiência visual aprendessem. Muitos deles falavam sobre suas
dificuldade, mas não refletiam sobre formas possíveis de ensino, e muitos também não buscavam
orientação ou discutiam com os outros professores. Alegavam despreparo para lidar com alunos
que têm deficiência, vinculando o sucesso para a sua aprendizagem a serviços de apoio, métodos
especiais e novas tecnologias.
Para Galvão (2004), a inclusão não se refere apenas à adaptação de materiais, a autora
propõe uma discussão mais interacional. Em um primeiro momento é marcado pela oposição em
aceitar uma pessoa com deficiência visual na sala de aula tanto por parte dos professores, quanto
25
dos alunos e em um segundo momento, no que se refere à convivência tanto as crianças quanto,
os professores percebem que a convivência é possível.
Em relação à educação de pessoas com deficiência visual, a Secretaria de Educação
Especial do Estado de São Paulo (SEESP, 2006) desenvolve ações em parceria com dirigentes
estaduais e municipais na construção de políticas educacionais. Fornece apoio à formação
continuada dos professores, apoio técnico e pedagógico ajudando na construção de matérias,
subsídios para a prática pedagógica em diversas áreas na deficiência mental, deficiência auditiva,
deficiência múltipla, superdotação e na deficiência visual.
No que tange a deficiência visual a SEESP (2006) têm um projeto de apoio a educação de
alunos com deficiência visual que garante o acesso e a permanência dos alunos com deficiência
visual na escola regular. Esse projeto é formado por centros de apoio as pessoas com deficiência
visual, esses centros são equipados com computadores, impressora Braille, gravador e fones de
ouvidos, tv, máquina de datilografia entre outros itens. Nesse projeto também foram distribuídos
kits de material didático para alunos cegos e com visão subnormal, os alunos cegos também
recebem livros didáticos em Braille. Foi instituído também uma Comissão Brasileira de Braille e
uma comissão Brasileira de estudos e pesquisa do Soroban, que tem como objetivo normatizar o
uso e o ensino do Sistema Braille e elaborar diretrizes e normas para o uso do soroban e, por fim,
cursos de formação e capacitação de professores com disciplinas especificas para a educação de
alunos com deficiência visual.
A Resolução 95/2000 regulariza o atendimento de alunos com necessidades educacionais
especiais nas escolas da rede estadual de ensino e assegura a matrícula das pessoas com
deficiências na rede regular de ensino, em classes comuns com apoio especializados organizados
na própria escola ou em centros de apoio regionais, como os Serviços de Apoio Pedagógicos
Especializados (Sapes). Essa resolução também prevê sempre que não for possível a integração
26
em classes comuns da rede escolar dos alunos com deficiência, a classe especial ou parcerias com
instituições privadas especializadas. Em algumas escolas ainda existem classes especiais com
alunos deficientes e alunos com problemas comportamentais e de conduta, mais são consideradas
inadequadas e segregatórias. Já as escolas particulares não contam com professores
especializados em educação especial e nem salas de recursos, atuam de forma independente e
agem de acordo com sua própria política educacional.
Na cidade de Campinas a Secretaria Municipal de Educação de Campinas (2006)
disponibiliza um atendimento especializado que dispõe de um professor de educação especial
para atuarem nas escolas regulares junto com a equipe escolar, com os professores e a família. A
crianças com deficiência visual contam com uma sala de recurso para complementar o
atendimento educacional e possui equipamentos e recursos pedagógicos adequados às
necessidades educacionais das pessoas com deficiência visual. Esse serviço também se estende
segundo a Secretaria Municipal de Campinas a orientação de professores, de familiares e a da
comunidade em geral.
Como pode se verificar os subsídios necessários quanto à capacitação dos professores e
recursos para a inclusão da pessoa com deficiência visual no caso da cidade de Campinas é
fornecido. Com isso, pressupõe-se que o atendimento as pessoas com deficiência visual na rede
de ensino regular esteja ocorrendo corretamente, já que, dispõe dos recursos necessários para
isso.
27
OBJETIVOS
Esse trabalho teve como objetivo identificar qual a percepção que o aluno com deficiência
visual tem da inclusão escolar realizada atualmente. Visou levantar também qual era sua
percepção em relação aos serviços prestados pela escola que freqüentava.
28
MÉTODO
Participantes
Participaram da pesquisa 18 pessoas com deficiência visual total e parcial que estavam
matriculadas na rede regular de ensino, localizada em uma cidade do interior paulista. A média de
idade foi de 18 anos e 9 meses, sendo que a idade mínima foi de 8 anos e a máxima de 41. O
gênero masculino representou 55,5 % (n=10) da amostra e o feminino 44,5% (n=8).
Material
Foi utilizado um instrumento contendo 30 afirmações abordando assuntos relativos à
percepção que o aluno com deficiência visual matriculado na rede regular de ensino tem da
inclusão escolar. As afirmações apresentaram respostas dispostas em escala likert de 3 pontos
(sempre, às vezes, nunca). As afirmações foram ampliadas visando uma melhor visualização das
pessoas com baixa-visão e preparadas em Braille para aqueles considerados cegos (ANEXO 1 e
2).
Procedimento
A coleta foi realizada em horário previamente estabelecido na instituição e ocorreu para
aqueles estudantes cujos pais ou responsáveis assinaram o termo de consentimento livre e
esclarecido, no caso dos maiores eles mesmos assinaram (ANEXO 3 e 4). A coleta foi realizada
individualmente em uma das salas da instituição. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de
Ética em pesquisa da Universidade São Francisco parecer 27/07.
29
RESULTADOS
Os dados foram organizados em planilha excel e submetidos à estatística descritiva,
conforme o objetivo deste estudo. Algumas afirmações (5 no total) consistiam sobre o
tratamento que os professores têm em relação aos deficientes visuais. A primeira afirmação
versou sobre o conhecimento da professora em solucionar as dúvidas do aluno com deficiente
visual na sala de aula. Desse modo, observou-se que 61,2% (n=11) responderam que a
professora sempre sabia solucionar as dúvidas, 33,3% (n=6) responderam que às vezes a
professora sabia e 5,5% (n=1) responderam nunca.
Uma das afirmações abordou sobre o empenho ou esforço da professora em explicar
matérias que os alunos com deficiência visual apresentavam maior dificuldade de entendimento.
Observou-se que a maior parte (88,8%; n=16) respondeu que a professora sempre se esforçava
em explicar as matérias que tinha maior dificuldade de entendimento, uma outra parte (11,2%;
n=2) respondeu que a professora às vezes se esforçava para explicar as matérias que tinha maior
dificuldade e nenhum dos participantes respondeu que a professora nunca se esforçava em
explicar as matérias que tinham maior dificuldade.
No que tange a concordância dos professores quanto à inclusão escolar do deficiente
visual, esse dado foi investigado. Desse modo, 77,8% (n=14) responderam que sempre percebiam
que seus professores concordavam com a inclusão do deficiente visual, 16,6% (n=3) responderam
que às vezes percebiam que os professores concordavam com a inclusão escolar do aluno com
deficiência visual e 5,6% (n=1) responderam nunca percebiam.
A percepção que o aluno tinha sobre o entendimento do Braille pelos professores, foi algo
questionado. A maior parte (55,6%; n=10) respondeu que os professores nunca entendiam o
30
Braille, uma outra parte (27,8%; n=5) respondeu que às vezes os professores entendiam o Braille
e uma pequena parcela (16,6%; n=3) respondeu que os professores sempre entendiam o Braille.
Uma afirmação foi formulada para averiguar a percepção dos participantes quanto à
dificuldade do professor de ter um aluno com deficiência visual na sala. Assim, 94,5% (n=17)
responderam que os professores nunca se queixavam da dificuldade de ter um aluno com
deficiência visual na sala de aula, 5,5% (n=1) responderam que sempre se queixavam da
dificuldade de ter um aluno com deficiência visual e ninguém respondeu que às vezes se
queixava.
Quanto à disponibilidade de materiais na escola para os alunos com deficiência visual a
Figura 1 mostra a distribuição das freqüências e porcentagens das respostas dos participantes. Tal
figura aborda afirmativas sobre a disponibilidade de uma professora itinerante ou especializada
na escola (afirmativa 4), os materiais disponíveis em alto relevo ou com texturas diferentes
(afirmativa 9), o acesso a sala de recursos (afirmativa 11), a disponibilidade dos textos em Braille
ou ampliados (afirmativa 16), o acesso a máquina em Braille, reglete ou lupa na sala de aula
(afirmativa 19), o acesso do cubarítimo e do soroban em sala de aula (afirmativa 20) e o acesso a
um gravador em sala de aula (afirmativa 28).
31
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
ques
tão
4
ques
tao
9
ques
tão
11
ques
tão
16
ques
tão
19
ques
tão
20
ques
tão
28
sempre ás vezes nunca
Figura 1. Distribuição das freqüências e porcentagens de respostas dos participantes relativas á disponibilidade de materiais na escola.
A participação dos pais em atividades festivas e reuniões escolares também foram
averiguadas. Constatou-se que 44,4% (n=8) responderam que sempre participavam das atividades
festivas e reuniões escolares também foi averiguado, 22,2% (n=4) responderam que às vezes
participavam das atividades festivas e reuniões escolares e 33,4% (n=6) responderam nunca.
Quanto ao interesse dos pais em conversar sobre o desempenho escolar do seu filho com os
professores, observou-se que 61,2% (n=11) responderam que sempre se interessam em conversar
sobre o desempenho escolar do seu filho com os professores, 16,6% (n=3) responderam que às
vezes se interessam em conversar sobre o desempenho escolar do seu filho com os professores e
22,2% (n=4) responderam nunca se interessam.
Para avaliar a locomoção do aluno com deficiência visual na escola foram elaboradas
duas afirmativas. Quanto à dificuldade em caminhar pela escola, a maior parte (61,1%; n=11)
respondeu que não tinha dificuldade de caminhar pela escola, uma outra parte (27,7%; n=5)
32
respondeu que sempre tinha dificuldade de caminhar pela escola e uma pequena parcela (11,2%;
n=2) respondeu que às vezes tinha dificuldade de caminhar pela escola. Já a afirmativa
subseqüente levantou o acesso do aluno em todos os lugares da escola. Desse modo, a maior
parte (83,4%; n=15) respondeu que tinha acesso a todos os lugares da escola, uma outra parte
(16,6%; n=3) respondeu que às vezes tinha acesso a todos os lugares da escola e nenhum
participante respondeu que não tinha acesso a todos os lugares da escola.
Quanto à percepção das atividades oferecidas aos alunos com deficiência visual, os dados
foram abordados em quatro afirmações. A Tabela 1 apresenta os dados sobre as freqüências e
respostas dos participantes relativas às atividades oferecidas aos alunos com deficiência visual.
Tabela 1
_______________________________________________________________________________
Afirmações F e % F e % F e % Sempre Ás vezes Nunca _______________________________________________________________________________ Faço as mesmas atividades em sala 13 4 1 de aula que meus colegas. 72,2 22,2 5,6 Tenho lição de casa como meus colegas. 12 2 4 66,6 11,2 22,2 Participo dos passeios realizados pela escola. 13 2 3 72,2 11,2 16,6 Participo junto com meus colegas das atividades 11 2 5 de educação física. 61,1 11,2 27,7 _______________________________________________________________________________
Havia uma afirmativa que verificou se o deficiente visual ficava com seus colegas na hora
do intervalo. Observou-se que 66,6% (n=12) responderam que sempre ficavam com seus colegas
no intervalo, 22,2% (n=4) responderam que às vezes ficavam seus colegas no intervalo e 11,2%
(n=2) responderam que nunca ficavam com seus colegas no intervalo. Nessa direção, para
33
verificar se o aluno com deficiência visual ficava sozinho no intervalo, foi elabora outra
afirmativa. Assim, 27,8% (n=5) responderam que sempre ficavam sozinhos no intervalo, 5,6%
(n=1) responderam que às vezes ficavam sozinhos no intervalo e 66,6% (n=12) responderam que
nunca ficavam sozinhos no intervalo. Essas duas questões demonstram uma sinceridade nas
respostas, 66,6% (n=12) responderam que sempre ficavam com seus colegas no intervalo e a
mesma quantidade 66,6% (n=12) responderam que nunca ficavam sozinhos no intervalo.
Quanto ao aluno com deficiência visual se sentir à vontade para expor suas idéias na sala
de aula. Observou-se que a maior parte (83,4%; n=15) respondeu que sempre se sentia à vontade
para expor suas idéias na sala de aula, uma outra parte (16,6%; n=3) respondeu que se às vezes se
sentia à vontade para expor suas idéias na sala de aula. Nenhum dos participantes respondeu que
nunca se sentia à vontade.
Em relação ao tratamento que os colegas tinham em relação ao aluno com deficiência
visual, foi levantado em sete afirmações. A Figura 2 mostra a distribuição das freqüências e
porcentagens das respostas dos participantes. Essa figura demonstra afirmativas sobre a ajuda dos
colegas nas atividades, trabalhos e tarefas escolares (afirmativa 2), a ajuda ou aconselhamentos ao
aluno com deficiência visual por parte dos colegas quando estavam com problemas (afirmativa 6),
os apelidos que os colegas colocavam nos deficientes visuais (afirmativa 7), se durante os
trabalhos em grupo os colegas davam espaço para os alunos deficientes visuais falar sobre suas
idéias (afirmativa 8), se os colegas respeitavam as colocações dos alunos com deficiência visual
em sala de aula (afirmativa 12) e se os colegas não queriam que o aluno com deficiência visual
participasse das atividades em grupo com eles (afirmativa 21).
34
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
questão
2
questão
6
questão
7
questao
8
questão
12
questão
21
sempre ás vezes nunca
Figura 2. Distribuição das freqüências e respostas dos participantes relativas ao tratamento que os colegas tinham em relação ao aluno com deficiência visual. No que diz respeito à sensação que o aluno com deficiência visual tinha de sua inclusão
escolar em relação a sua escola. Observou-se que a maior parte (83,3%; n=15) respondeu que
sempre se sente incluído na escola em que frequenta, uma pequena parcela (5,5%; n=1) respondeu
que às vezes se sente incluído na escola em que frequenta. Contudo, algumas pessoas (11,2%;
n=2) respondeu que nunca se sente incluído na escola em que frequenta
35
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Este trabalho abordou a inclusão escolar na perspectiva dos deficientes visuais. A partir
da análise dos resultados apresentados anteriormente pôde-se verificar que quanto ao tratamento
que o professor dispensa em relação ao deficiente visual; na opinião do deficiente visual, o
professor mostra-se empenhado e se esforça para solucionar dúvidas, explicar as matérias de
maior dificuldade de entendimento, demonstra-se receptivo quanto à inclusão dos deficientes
visuais e nunca se queixa da dificuldade de se ter um aluno deficiente. Em pesquisas realizadas
anteriormente (Vizim & Silva, 2003; Gomes, 2005; Freitas, 2006) evidenciou-se que os
professores, no geral, não tinham atitudes positivas, e sim, uma imagem depreciativa quanto ao
aluno com deficiência visual trazendo, como conseqüência, a descriminação e o preconceito
tornando o ensino-aprendizado com grandes chances de fracasso. Contudo, esse dado não foi
confirmado com os dados alcançados na pesquisa.
Em relação à disponibilidade de materiais na escola para os alunos com deficiência visual,
os professores disponibilizam materiais em alto relevo ou com texturas diferentes que facilitam o
entendimento em algumas matérias. Mas, a escola não disponibiliza em sala de aula, textos em
Braille ou textos ampliados anteriormente, tampouco são oferecidos máquinas braille,
cubarítimos ou gravadores para serem utilizados em sala de aula. Os recursos que existem foram
adquiridos pelos próprios alunos e são levados para as aulas. Esses materiais utilizados para
adaptação estão disponíveis em uma única sala de recursos, porém os alunos não têm acesso
facilmente, assim como um acompanhamento constante de uma professora especializada. Nessa
direção, cita-se que algumas pesquisas (Kafrouni & Pan, 2001; Santana, 2005; Leite & Aranha,
2005) que trouxeram como dificuldade essa falta de formação dos professores, falta de apoio
36
técnico, falta de orientação na prática cotidiana, falta de materiais e principalmente a falta de um
projeto mais específico de inclusão. Portanto, os dados deste estudo confirmam tais pesquisas.
As atividades escolares oferecidas para os alunos com deficiência visuais são as mesmas
que as oferecidas aos alunos sem deficiência e eles sentem-se à vontade de expor suas idéias e
tirar suas dúvidas. A maioria dos professores não entende o Braille, esse fato dificultaria, ao
professor a explicação das matérias, muitas vezes, o professor conta com apoio dos pais para
adaptar os materiais. Essa falta de apoio por parte do professor dificulta depõe negativamente na
compreensão dos diferentes conceitos e no estabelecimento de um nível de desenvolvimento
sócio-cognitivo normal do deficiente visual (Masi, 2002; Batistas, 2005).
Quanto aos colegas demonstrarem ter uma boa aceitação do aluno com deficiência visual,
ajudando-o nos trabalhos e atividades escolares, constatou-se que os alunos com deficiência têm
espaço para expressar suas idéias e são respeitados nas suas colocações. Segundo os deficientes
visuais, os colegas não colocavam apelidos pejorativos e tinham atitudes positivas e colaborativas
para com eles. Autores como Tessari, Waricoda, Bolonheis e Rosa (2005), Galvão (2006) e Silva
(2006) demonstraram que a deficiência visual, em um primeiro momento, causa um
estranhamento entre os alunos sem deficiência e professores, depois com a convivência ambos
percebem que a convivência é possível e, de maneira geral, apóiam a inclusão. Todavia, pondera-
se que o preconceito e a falta de preparo dos professores muitas vezes dificultam à inclusão.
No que tange à participação dos pais na vida escolar do deficiente visual, observou-se
que, de modo geral, os pais participam da vida acadêmica deles. Acrescenta-se que muitos dos
participantes eram maiores de idade e por essa razão, os pais não participavam das atividades
festivas, reuniões escolares. Essa participação mais próxima dos pais (Pamplim, 2005) é um dos
fatores que contribui para o processo de inclusão, pois se tornam mais participativos os pais se
tornam mais conscientes.
37
Em relação ao espaço físico os dados obtidos não confirmaram uma dificuldade do
deficiente visual em se locomover nas dependências da escola, todos têm acesso a todos os
lugares da escola, isso, se deve, ao fato de estarem sempre acompanhados no intervalo por um
colega e por isso, não apresentam dificuldade em caminhar pela escola. Embora a presente
pesquisa não ter abordado a questão referente à adaptação dos espaços escolares, é sempre
necessária uma alteração do espaço físico para que não ocorram acidentes e para promover uma
maior independência e segurança do aluno com deficiência visual.
Em suma, do ponto de vista dos participantes, eles se sentem incluídos na escola que
freqüentam. Apesar das diversas pesquisas citadas neste trabalho que deixam claro a falta de
condições de efetivar satisfatoriamente a inclusão escolar os alunos com deficiência visual
expressaram por meio dos resultados obtidos, que pelos menos para os sujeitos pesquisados, a
inclusão escolar esta sendo satisfatória, embora saibamos que as condições oferecidas aos
deficientes visuais precisam ser melhoradas.
38
CONSIDERÇÕES FINAIS
Desde o aparecimento das primeiras classes de educação especial, resultado da resolução
de 1986 até a lei de 2001 que instituiu o direito das pessoas com deficiência receberem educação
na rede regular de ensino, foram surgindo várias outras leis, decretos e resoluções que garantiram
a permanência dessas pessoas dentro da escola estabelecendo, assim, não só a inclusão escolar,
mas também a inclusão social. Pois, a partir do momento que se garante condições de ensino
igual para as pessoas com deficiências, elas têm chances de entrar no mercado de trabalho,
embora a competição nunca seja igual, pois, o preconceito ainda existe, o acesso a escola básica,
a cursos de nível técnico, profissionalizante e até universitários abre um espaço para as pessoas
com deficiência que antes não existia.
Um dos fatores para a concretização da inclusão escolar das pessoas com deficiência se
refere às políticas públicas que vêm sendo oferecidas, além do respaldo jurídico aos deficientes,
são oferecidos por meio do ministério da educação e das secretarias apoio técnico, teórico,
prático, programas, projetos e financiamentos. Também há que se mencionar que essas políticas
públicas têm aumentado, mas ainda carecem de mais investimentos e publicações sobre o tema.
Os recursos para a efetivação da inclusão aparentemente estão sendo oferecidos, mas necessitam
ser ampliados e melhorados.
Outro fator para a concretização da inclusão se refere ao professor que, muitas vezes, se
mostra resistente às mudanças, por ter que refletir sobre sua prática educacional. Conclui-se com
isso, que sua prática é inadequada, resistindo à inclusão. Por isso, os professores deveriam ser os
primeiros a receber investimentos, por meio de formação adequada e de apoio técnico-
pedagógico e, sobretudo, emocional, pois serão eles que conduzirão a inclusão desses alunos.
Vários autores citados neste trabalho propuseram como um dos principais fatores para o sucesso
39
da inclusão a adaptação ou reconstrução de currículos, dentre eles destacam-se as estratégias
novas de ensino e avaliação, a participação dos pais e as atitudes positivas em relação aos alunos,
além de outros recursos que foram citados, sem esses fatores a inclusão escolar torna-se difícil.A
implantação de secretarias, conselhos, comissões, centros de apoio, instituições e Ongs, sendo
elas advindas do poder público ou da sociedade demonstra o interesse por uma população que
vivia a margem da sociedade e que durante muito tempo não foram alvo das políticas públicas do
nosso país.
O psicólogo escolar, pode ter um papel fundamental no estabelecimento de uma nova
prática de ensino, discutido e eliminando barreiras educacionais e institucionais, de modo a criar
um ambiente escolar mais propício a diversidade. Nesse sentido, o psicólogo encontra um grande
campo de trabalho com os profissionais envolvidos na estrutura e no funcionamento escolar
incentivando-os a repensar suas práticas escolares.
Nas últimas décadas a inclusão escolar de pessoas com deficiências tem sido tema de
pesquisas, algumas dessas pesquisas foram citadas ao longo deste trabalho e foram abordados
desde os pressupostos teóricos, políticos, filosóficos bem como a implementação das diretrizes
estabelecidas no diversos documentos publicados. Entre as diversas pesquisas sobre o tema os
profissionais da comunidade escolar foram os mais investigados, como os professores, diretores,
coordenadores entre outros, por participarem tanto da estrutura quanto do funcionamento do
sistema educacional.
Embora a maioria das pesquisas estivesse voltada para os profissionais foram encontrou-
se também pesquisas sob as perspectivas de alunos sem deficiência e alunos com deficiências.
Sugere-se, ainda, que novos estudos sejam realizados, visando explorar melhor a inclusão sob a
perspectiva do deficiente visual.
40
CRONOGRAMA TOTAL DE EXECUÇÃO DA PESQUISA Etapa I - 8º semestre ATIVIDADES 2006
AGO SET OUT NOV DEZ 01-15 16-30 01-15 16-31 01-15 16-30 01-15 16-31 01-15 16-30
01
Levantamento Bibliográfico
02 Definição do problema e objetivos
03 Elaboração Método
06 Elaboração termo consentimento
07
Elaboração plano análise de dados
08 Fechamento projeto
09 Envio ao comitê de ética
Etapa II - 9º semestre ATIVIDADES 2007
JAN/FEV MAR ABR MAI JUN/JUL 01-15 16-30 01-15 16-31 01-15 16-30 01-15 16-31 01-15 16-30
01 continua
Levantamento Bibliográfico
10 Retorno provável da avaliação do comitê
11 Contato com o local onde a pesquisa será realizada
12 Coleta dado
13 Tratamento dos dados
41
Etapa III - 10º semestre ATIVIDADES 2007
AGO SET OUT NOV DEZ 01-15 16-30 01-15 16-31 01-15 16-30 01-15 16-31 01-15 16-30
14 Elaboração da discussão e conclusão
15 Elaboração das considerações finais
16 Feeback ao local de coleta
17 Formação da versão final do projeto
18
Apresentação banca
19 Fechamento
42
REFERÊNCIAS
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Eficiência. Declaração de Salamanca São Paulo: Departamento de documentação e informação.
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47
ANEXOS
48
ANEXO 1
UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Daniela Ramos
ESCALA DE AVALIAÇÃO DA INCLUSÃO
ESCOLAR NA REDE REGULAR DE ENSINO: A PERCEPÇÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL (VERSÃO
AMPLIADA)
Itatiba 2007
49
Instruções
As frases expressam percepções
em relação à inclusão escolar e estão relacionadas à família, escola e colegas. Você deve ler atentamente as frases e escolher uma das três opções que foram colocadas – sempre, ás vezes e nunca – e marcar na folha entregue pela pesquisadora a opção escolhida de modo a indicar aquela que melhor se aproxima a sua percepção em relação à inclusão escolar.
Nome: Data: Idade: Escola: pública ( ) particular ( )
50
1- A minha professora sabe solucionar minhas dúvidas em sala de aula. sempre às vezes nunca
2- Meus colegas me ajudam nas atividades, trabalhos e tarefas escolares. sempre às vezes nunca
3- No intervalo fico com meu (s) colega(s). sempre às vezes nunca
4- Na minha escola tem uma professora itinerante ou especializada. sempre às vezes nunca
51
5- Minha professora se esforça para me explicar algumas matérias que tenho dificuldade de entender. sempre às vezes nunca
6- Meus colegas me ajudam ou me aconselham quando eu estou com problemas. sempre às vezes nunca
7- Os meus colegas me chamam de apelidos que não gosto. sempre às vezes nunca
8- Nos trabalhos em grupo meus colegas me dão espaço para falar sobre minhas idéias. sempre às vezes nunca
52
9- Tenho disponível materiais em alto relevo ou com texturas diferentes que facilitam meu entendimento em algumas matérias. sempre às vezes nunca
10- No intervalo fico sozinho(a). sempre às vezes nunca
11- Tenho acesso a uma sala de recursos. sempre às vezes nunca
12- Os colegas respeitam minhas colocações em sala de aula. sempre às vezes nunca
13- Faço as mesmas atividades em sala de aula que meus colegas. sempre às vezes nunca
53
14- Sinto-me à vontade para expor minhas dúvidas na sala de aula. sempre às vezes nunca
15- Meus pais participam das atividades festivas e reuniões escolares. sempre às vezes nunca 16- Os textos e conteúdos utilizados nas aulas estão disponíveis para mim, ampliado ou em Braille. sempre às vezes nunca 17- Sinto-me incluído na escola.
sempre às vezes nunca
18- Tenho dificuldade em caminhar pela escola.
sempre às vezes nunca
54
19- Tenho acesso à máquina de Braille, reglete ou lupa na sala de aula.
sempre às vezes nunca 20- Tenho acesso ao soroban ou cubarítimo durante as aulas.
sempre às vezes nunca 21- Meus colegas não querem que eu participe das atividades em grupo com eles.
sempre às vezes nunca 22- Meus pais conversam com os professores sobre meu desempenho escolar.
sempre às vezes nunca
55
23- Tenho acesso a todos os lugares da escola.
sempre às vezes nunca 24- Percebo que meus professores concordam com a inclusão do aluno com deficiência visual.
sempre às vezes nunca
25- Meu(s) professor(s) entendem o Braille.
sempre às vezes nunca 26- Tenho lição de casa como meus colegas.
sempre às vezes nunca 27- Participo dos passeios realizados pela escola.
sempre às vezes nunca
56
28- Tenho acesso a um gravador para ser utilizado durante as aulas.
sempre às vezes nunca
29- Participo junto com meus colegas das atividades nas aulas de educação física. sempre às vezes nunca 30- Meu(s) professor(s) se queixam da dificuldade de ter um aluno com deficiência visual na sala.
sempre às vezes nunca
57
ANEXO 2
UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Daniela Ramos
ESCALA DE AVALIAÇÃO DA INCLUSÃO ESCOLAR NA REDE
REGULAR DE ENSINO: A PERCEPÇÃO DO ALUNO COM
DEFICIÊNCIA VISUAL (VERSÃO EM BRAILLE)
Itatiba 2007
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
ANEXO 3
TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO (1ª via) A INCLUSÃO ESCOLAR NA REDE REGULAR DE ENSINO: A PERCEPÇÃO DO
ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Eu,......................................................................................................................................................, RG................................;idade...............;(endereço):........................................................................... ...........................................................................................................,abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para meu filho(a)................................................................................................................................................participar como voluntário do projeto de pesquisa supra-citado, sob a responsabilidade do(s) pesquisador(es) Katya Luciane de Oliveira e de Daniela Ramos do curso de Psicologia - Itatiba, da Universidade São Francisco.
Assinando este Termo de Consentimento estou ciente de que:
1 - O objetivo da pesquisa é verificar qual a percepção que o aluno com deficiência visual tem da inclusão escolar e qual é sua percepção em relação aos serviços prestados pela escola que freqüenta;
2 - Durante o estudo será utilizado um questionário contendo 30 questões abordando assuntos relativos à percepção que o aluno com deficiência visual matriculado na rede regular de ensino tem da inclusão escolar;
3 - Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa;
4 - Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa; 5 - Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos na
pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada;
6 - Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa pelo telefone: 11 - 4534-8040;
7 - Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Katya Luciane de Oliveira sempre que julgar necessário pelo telefone (11) 4534 8019;
8 - Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável.
Itatiba, .......de..................................... 2007
Assinatura:
...........................................................................................................
70
TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO (2ª via) A INCLUSÃO ESCOLAR NA REDE REGULAR DE ENSINO: A PERCEPÇÃO DO
ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Eu,......................................................................................................................................................, RG................................;idade...............;(endereço):........................................................................... ...........................................................................................................,abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para meu filho (a) ............................................................................................................................................participar como voluntário do projeto de pesquisa supra-citado, sob a responsabilidade do(s) pesquisador(es) Katya Luciane de Oliveira e de Daniela Ramos do curso de Psicologia - Itatiba, da Universidade São Francisco.
Assinando este Termo de Consentimento estou ciente de que:
1 - O objetivo da pesquisa é verificar qual a percepção que o aluno com deficiência visual tem da inclusão escolar e qual é sua percepção em relação aos serviços prestados pela escola que freqüenta;
2 - Durante o estudo será utilizado um questionário contendo 30 questões abordando assuntos relativos à percepção que o aluno com deficiência visual matriculado na rede regular de ensino tem da inclusão escolar;
3 - Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa;
4 - Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa; 5 - Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos na
pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada;
6 - Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa pelo telefone: 11 - 4534-8040;
7 - Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Katya Luciane de Oliveira sempre que julgar necessário pelo telefone (11) 4534 8019;
8 - Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável.
Itatiba, .......de..................................... 2007
Assinatura:
............................................................................................................
71
ANEXO 4
TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO (1ª via) A INCLUSÃO ESCOLAR NA REDE REGULAR DE ENSINO: A PERCEPÇÃO DO
ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Eu,......................................................................................................................................................, RG................................;idade...............;(endereço):........................................................................... ...........................................................................................................,abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do projeto de pesquisa supra-citado, sob a responsabilidade do(s) pesquisador(es) Katya Luciane de Oliveira e de Daniela Ramos do curso de Psicologia - Itatiba, da Universidade São Francisco.
Assinando este Termo de Consentimento estou ciente de que:
1 - O objetivo da pesquisa é verificar qual a percepção que o aluno com deficiência visual tem da inclusão escolar e qual é sua percepção em relação aos serviços prestados pela escola que freqüenta;
2 - Durante o estudo será utilizado um questionário contendo 30 questões abordando assuntos relativos à percepção que o aluno com deficiência visual matriculado na rede regular de ensino tem da inclusão escolar;
3 - Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa;
4 - Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa; 5 - Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos na
pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada;
6 - Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa pelo telefone: 11 - 4534-8040;
7 - Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Katya Luciane de Oliveira sempre que julgar necessário pelo telefone (11) 4534 8019;
8 - Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável.
Itatiba, .......de..................................... 2007
Assinatura:
...........................................................................................................
72
TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO (2ª via) A INCLUSÃO ESCOLAR NA REDE REGULAR DE ENSINO: A PERCEPÇÃO DO
ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Eu,......................................................................................................................................................, RG................................;idade...............;(endereço):........................................................................... ...........................................................................................................,abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do projeto de pesquisa supra-citado, sob a responsabilidade do(s) pesquisador(es) Katya Luciane de Oliveira e de Daniela Ramos do curso de Psicologia - Itatiba, da Universidade São Francisco.
Assinando este Termo de Consentimento estou ciente de que:
1 - O objetivo da pesquisa é verificar qual a percepção que o aluno com deficiência visual tem da inclusão escolar e qual é sua percepção em relação aos serviços prestados pela escola que freqüenta;
2 - Durante o estudo será utilizado um questionário contendo 30 questões abordando assuntos relativos à percepção que o aluno com deficiência visual matriculado na rede regular de ensino tem da inclusão escolar;
3 - Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa;
4 - Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa; 5 - Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos na
pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada;
6 - Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa pelo telefone: 11 - 4534-8040;
7 - Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Katya Luciane de Oliveira sempre que julgar necessário pelo telefone (11) 4534 8019;
8 - Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável.
Itatiba, .......de..................................... 2007
Assinatura:
...........................................................................................................