a guerra da cisplatina

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Guerra da Cisplatina A Guerra da Cisplatina ocorreu de 1825 a 1828, entre Brasil e Argentina, pela posse da Província de Cisplatina, atual Uruguai. Localizada numa área estratégica, a região sempre foi disputada pela Coroa Portuguesa e Espanhola. Portugal foi o fundador da Colônia do Sacramento (primeiro nome dado à Cisplatina), em 1680. Mas o território passou a pertencer à Espanha em 1777, sendo então colonizado nos moldes espanhóis. Na época em que a coroa Portuguesa se transferiu para o Brasil, Dom João VI incorporou novamente a região. Em 1816, por razões políticas e econômicas, ele enviou tropas a Montevidéu, ocupando o território e nomeando-o como Província da Cisplatina. Movimento de independência No Reinado de Dom Pedro I, em 1825, surgiu um movimento de libertação da província. Os habitantes da Cisplatina não aceitavam pertencer ao Brasil, pois tinham idiomas e costumes diferentes. Liderados por João Antonio Lavalleja, eles se organizaram para declarar a independência da região. A Argentina apoiou o movimento, oferecendo força política e suprimentos (alimentos, armas, etc). Porém, na realidade, os argentinos pretendiam anexar a Cisplatina, logo que esta se libertasse do Brasil. Reagindo à revolta, o governo brasileiro declarou guerra à Argentina e aos colonos descontentes. Ocorreram vários combates, que obrigaram Dom Pedro I a gastar muito dinheiro público. Guerra impopular Os brasileiros não apoiaram este conflito, pois sabiam que o governo aumentaria os impostos para financiar a guerra. Este episódio desgastou ainda mais a imagem de Dom Pedro I. Este dinheiro gasto nos combates desequilibrou a economia brasileira, já desfalcada com o valor gasto para o reconhecimento da independência do país. Se o Brasil ainda saísse vitorioso, valeria a pena todo investimento. Mas isto não aconteceu. A Inglaterra, que tinha interesses econômicos na região, atuou como mediadora. Em 1828, propôs um acordo entre Brasil e Argentina, o qual estabeleceu que a Província da Cisplatina não pertenceria a nem dos dois, mas seria independente. Nascia aí a República Oriental do Uruguai. O desfecho desfavorável ao Brasil agravou a crise política no país. A perda da província foi um motivo a mais para a insatisfação dos brasileiros com o Imperador, que acabou renunciado em 1831. Guerra da Cisplatina(1825 - 1829)

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Page 1: A Guerra Da Cisplatina

Guerra da Cisplatina 

A Guerra da Cisplatina  ocorreu de 1825 a 1828, entre Brasil e Argentina, pela posse da Província de Cisplatina, atual Uruguai. Localizada numa área estratégica, a região sempre foi disputada pela Coroa Portuguesa e Espanhola.

Portugal foi o fundador da Colônia do Sacramento (primeiro nome dado à Cisplatina), em 1680. Mas o território passou a pertencer à Espanha em 1777, sendo então colonizado nos moldes espanhóis.

Na época em que a coroa Portuguesa se transferiu para o Brasil, Dom João VI incorporou novamente a região. Em 1816, por razões políticas e econômicas, ele enviou tropas a Montevidéu, ocupando o território e nomeando-o como Província da Cisplatina.

Movimento de independência

No Reinado de Dom Pedro I, em 1825, surgiu um movimento de libertação da província. Os habitantes da Cisplatina não aceitavam pertencer ao Brasil, pois tinham idiomas e costumes diferentes. Liderados por João Antonio Lavalleja, eles se organizaram para declarar a independência da região.

A Argentina apoiou o movimento, oferecendo força política e suprimentos (alimentos, armas, etc). Porém, na realidade, os argentinos pretendiam anexar a Cisplatina, logo que esta se libertasse do Brasil.

Reagindo à revolta, o governo brasileiro declarou guerra à Argentina e aos colonos descontentes. Ocorreram vários combates, que obrigaram Dom Pedro I a gastar muito dinheiro público.

Guerra impopular

Os brasileiros não apoiaram este conflito, pois sabiam que o governo aumentaria os impostos para financiar a guerra. Este episódio desgastou ainda mais a imagem de Dom Pedro I.

Este dinheiro gasto nos combates desequilibrou a economia brasileira, já desfalcada com o valor gasto para o reconhecimento da independência do país. Se o Brasil ainda saísse vitorioso, valeria a pena todo investimento. Mas isto não aconteceu.

A Inglaterra, que tinha interesses econômicos na região, atuou como mediadora. Em 1828, propôs um acordo entre Brasil e Argentina, o qual estabeleceu que a Província da Cisplatina não pertenceria a nem dos dois, mas seria independente. Nascia aí a República Oriental do Uruguai.

O desfecho desfavorável ao Brasil agravou a crise política no país. A perda da província foi um motivo a mais para a insatisfação dos brasileiros com o Imperador, que acabou renunciado em 1831.

Page 2: A Guerra Da Cisplatina

Guerra da Cisplatina(1825 - 1829)

A Guerra da Cisplatina ou Campanha da Cisplatina foi um conflito ocorrido entre Brasil e Argentina no período de 1825 e 1828 pela posse da atual República Oriental do Uruguai.

Antecedentes: O termo cisplatina indica a região denominada Banda Oriental do Rio da Prata, que hoje constitui o Uruguai, e que desde os tempos do Tratado de Madri, vinha sendo disputada, primeiramente, por espanhóis e portugueses, e depois, por argentinos e brasileiros.

Território argentino até 1821, ele é incorporado ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves por Dom João VI com o nome de Província Cisplatina. A anexação é justificada pelos direitos hereditários que sua esposa, a Princesa Carlota Joaquina, teria sob a região. Após a conquista do território em 1816 pelo general português Carlos Frederico Lecor, comandante dos Voluntários do Principe Regente, é desenvolvida uma inteligente política de ocupação, com as Escolas Mútuas do Método Lancaster e o apoio das elites Orientais. Localizado na entrada do estuário do Rio da Prata, a Banda Oriental é estratégica, já que quem a controla tem grande domínio sobre a navegação em todo o rio.

O Conflito: Com pretenções de anexar a Banda Oriental ou Cisplatina (antigos nomes do Uruguai) a Confederação das Províncias Unidas do Prata, a Confederação Argentina incentiva os patriotas uruguaios, liderados por Juan Antonio Lavalleja por meio de apoio político e suprimentos a se levantarem contra a dominação brasileira na região.

Os trinta e três patrícios do caudilho uruguaio Lavalleja desembarcaram em Agraciada e proclamaram a independência da Cisplatina

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O conflito se originou em 1825, quando líderes separatistas uruguaios, como Fructuoso Rivera e Lavalleja, proclamaram a independência da região. Lavalleja desembarcou na Cisplatina com sua tropa e com o apoio da população declarou a incorporação da Banda Oriental do Uruguai às Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina. A resposta do governo imperial do Brasil foi a declaração de guerra à Argentina.

Um exército argentino atravessou o rio da Prata, fazendo sua base em Durazno, e o movimento iniciou-se com a invasão do território brasileiro pelo general Carlos María de Alvear (1826). O visconde de Barbacena, comandando as tropas imperiais, chocou-se com os argentinos na batalha de Ituzaingó.O imperador Dom Pedro I envia esquadra naval para bloquear o estuário do rio da Prata, assim como os portos de Buenos Aires. A Argentina revida, atacando o litoral gaúcho. Contudo, a pressão naval brasileira consegue, com o tempo, estrangular o comércio argentino.

Dom Pedro I inicia a ofensiva terrestre a partir do final de 1826, por meio da reunião de tropas no sul do Brasil. Suas tropas são formadas, em sua maioria, por voluntários e por algumas unidades de mercenários europeus. A dificuldade de D. Pedro I em reunir forças para o combate se deve em grande parte ao fato de seu governo estar enfrentando na mesma época várias rebeliões populares e levantes militares nas províncias do recém-independente Brasil (inclusive na capital Rio de Janeiro ). A falta de tropas atrasa em muito a capacidade de responder ao apoio de Buenos Aires ao levante no sul (por volta de 1826 o apoio argentino não é mais somente político e logístico, já há convocação de tropas para lutar contra o império).

A guerra é marcada por diversos pequenos encontros e escaramuças de grupos armados de ambos os lados. estes encontros em nada contribuíram para o impasse político e militar.Somente as batalhas de Sarandi e Passo do Rosário foram encontros militares de maior vulto. Em ambos, o exército imperial foi derrotado. Contudo, graças a falta de recursos humanos e logísticos de Argentina e Uruguai para explorarem estas vitórias, elas foram de pouco proveito.

Embarque, no Rio de Janeiro, de tropas com destino à Província Cisplatina:esforço inaudito para manter-se às margens do Prata.

A guerra prosseguiu, por terra e mar, com vantagem para as forças imperiais, que derrotaram as forças republicanas na batalha decisiva de Monte Santiago (1827).Na primeira metade do ano seguinte, dado o impasse em terra, o bloqueio naval brasileiro, os altos custos para os belingerantes da continuação da guerra, a pressão britânica para

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que um acordo fosse firmado, além da precariedade militar e política dos países beligerantes,  a paz começou a ser negociada, com a mediação da França e da Grã-Bretanha.O Império do Brasil e a República das Províncias Unidas do Rio da Prata, por uma convenção preliminar de paz, assinada no Rio de Janeiro, renunciaram às suas conquistas e reconheceram como Estado independente a Banda Oriental do Uruguai, que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.

A Derrota: A perda da Cisplatina foi mais um motivo para o crescimento da insatisfação com o governo de Dom Pedro I. Na realidade, a guerra era impopular desde o início, pois para muitos brasileiros representava aumento de impostos para o financiamento de mais uma guerra. Quando o Brasil assinou o acordo pela independência da região, muitos utilizaram isto como argumento para tornar ainda mais impopular o governo, alegando que o imperador havia depauperado os cofres públicos e sacrificado a população por uma causa perdida. Entretanto, a Guerra da Cisplatina não foi o motivo da abdicação do imperador em 1831. Ela se insere dentro de outros que concorreram para sua queda; entre eles, sem dúvida, seu estilo centralizador de governar foi o principal.

Guerra da Cisplatina

Por Felipe Araújo

A Guerra da Cisplatina  ocorreu entre os anos de 1825 a 1828 e envolveu o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio Prata (Argentina). A batalha foi uma disputa pela posse da então Colônia do Sacramento  – atual Uruguai. A área era considerada estratégica, pois era de grande domínio fluvial, com acesso aos rios Paraná e Paraguai e via de transporte da prata andina.

Antes do início da guerra, esta área já causava controvérsias devido à sua fundação e colonização. Pactos entre Espanha e Portugal consideravam que a Colônia do Sacramento fora fundada por Portugueses, mas, colonizada por Espanhóis. Portanto, foi considerada um território da Espanha.

Porém, em 1816, as Províncias Unidas do Rio Prata, como era chamada a região, foram invadidas pelo general português Carlos Frederico Lecor  e voltaram a ser território da Coroa Portuguesa. Em 1821 a área foi incorporada ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e ficou com o nome de Província Cisplatina. Na época, a anexação foi justificada com a premissa de que a Rainha Carlota Joaquina teria direitos sucessórios sobre a região.

Mas a recém-batizada Cisplatina tinha habitantes com idioma e cultura diferentes que se negavam a aceitar os costumes brasileiros. Neste contexto, a Argentina e alguns patriotas Uruguaios, liderados pelo revolucionário uruguaio Juan Antonio Lavalleja, começaram a fomentar o início da rebelião. Então, em 1825, a Guerra da Cisplatina eclodiu.

O início dos embates deu-se quando Lavalleja desembarcou na praia da Agraciada com suas fileiras e, ajudado por populares, dominou a região e declarou sua anexação à Argentina. Como resposta, o governo brasileiro informava que, caso Lavalleja não desocupasse a área, enviaria tropas dando início à guerra. D. Pedro I fez uma declaração formal de guerra à Argentina.

Page 5: A Guerra Da Cisplatina

A vantagem do Brasil era populacional, tinha 4,5 milhões de pessoas contra 600.000 das Províncias Unidas do Rio Prata, mas o número da população não retratava a medida de força dos dois países, pois, na época, o Brasil passava por inúmeras revoltas internas.

J. B. Debret, Embarque das tropas para Montevidéu.

A base principal do exército brasileiro era de portugueses, mas, depois da proclamação da república, estas tropas retornaram à Europa e foram substituídas por brasileiros recém-recrutados. Diante da dificuldade de conseguir soldados, mercenários foram recrutados na Alemanha e na Irlanda, porém, não ofereciam ajuda imediata.

Sobre os soldados das Províncias Unidas do Rio Prata, o historiador John Armitage fez a seguinte observação: “armados unicamente com as bolas e os laços, e com a inseparável faca enfiada no cinto, todos [os gaúchos] são soldados por hábito; e animados pelo espírito de nacionalidade, estão sempre prontos a entrar em luta”.

Em 1827, as forças imperiais derrotaram as provincianas na Batalha de Monte Santiago. No ano seguinte, o uruguaio Fructuoso Rivera reconquistou a província oriental (Uruguai). Após esta vitória, devido ao impasse em terra, ao bloqueio naval do Brasil, aos altos custos com a guerra e a pressão inglesa para que fosse firmado um acordo, deu-se início um acordo de paz, mediado pela França e pela Inglaterra, que tinha interesses econômicos na região.

Enfim, no ano de 1828 termina a Guerra da Cisplatina, com as duas partes assinando um acordo que findava o conflito. A acordo firmava que a Província da Cisplatina não ficaria nem com a Argentina nem com o Brasil. Foi criado um país independente: a República Oriental do Uruguai.

Consequências

O desfecho da Guerra da Cisplatina foi desfavorável ao Brasil, pois o dinheiro gasto para sustentar o combate arruinou sua economia. Outro aspecto foi o desgaste da imagem política de D. Pedro I, aumentando a insatisfação do povo que, desde o início do conflito, culpava a Guerra da Cisplatina dizendo que ela representava o aumento de impostos.

Page 6: A Guerra Da Cisplatina

Com a independência da região Cisplatina, os populares contrários a D. Pedro I utilizaram o argumento de que o Brasil arrombara seus cofres e sacrificara a população para lutar em uma causa perdida. Entretanto, esta não foi a principal causa da queda de D. Pedro I, mas, sim, apenas parte de um conjunto de fatores que causaram a abdicação. A maior causa, talvez, tenha sito o estilo centralizador do governo.