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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA
A GESTÃO INSTITUCIONAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
A CRECHE COMO OBJETO DE ESTUDO.
Por: Cristiane Souza Oliveira
Orientadora
Professora Mary Sue Pereira
Niterói - RJ
2012
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA
A GESTÃO INSTITUCIONAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
A CRECHE COMO OBJETO DE ESTUDO.
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Administração e Supervisão Escolar.
Por: Cristiane Souza Oliveira
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AGRADECIMENTOS
À minha mãe, Ligia, que sempre apóia minhas decisões e me dá suporte para a realização dos meus sonhos.
Ao meu pai, Iran (in memorian), pelo carinho e educação recebida,
que levarei para toda a vida.
Aos meus irmãos, Viviane e Anderson, pelo carinho e apoio.
Aos mestres, pelo incentivo, orientação e talentosas aulas.
As colegas de turma, Eliane, Martha e Cleres, pelo carinho, incentivo e momentos de bom humor.
E a Deus, pelas forças e vitórias concedidas.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu esposo Roberto, pelo amor, carinho,
apoio e compreensão para que este trabalho pudesse ser realizado.
E também às minhas filhas gêmeas, Isadora e Yasmin, que ainda me
acompanharam, dentro da barriga, a algumas aulas.
Amores da minha vida, presentes de Deus para me fazer feliz!!!
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“Eduque a criança no caminho em que deve andar
e até o fim da vida ela não se desviará dele.”
(Provérbios 22:6)
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RESUMO
Na atualidade o gestor institucional tem se apresentado como
profissional fundamental para estar inserido no interior das creches. Diversos
avanços foram conquistados no campo educacional e a Lei de Diretrizes e
Bases, de 1996, apontou mudanças históricas alcançadas no Brasil.
Entretanto, no que tange a educação infantil ainda é necessário traçar novos
panos para almejar melhorias teóricas e práticas neste segmento.
As diversas transformações sociais que influenciaram e ainda hoje
influenciam a educação precisam ser percebidas e trabalhadas pelos
supervisores, uma vez que a sociedade se molda de acordo com as mudanças
por esta vivida.
Pensar a educação infantil, dentro do plano socioeducacional não é
algo simplório, tendo em vista que ultrapassa os muros da escola, pois a
família faz parte desta construção, onde apresenta como parte integrante do
planejamento de atividades desenvolvidas e ofertadas pelas creches.
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METODOLOGIA
O trabalho monográfico foi elaborado a partir de pesquisas bibliográficas.
Logo, este trabalho se traduz enquanto pesquisa bibliográfica qualitativa.
Tendo como base livros e artigos que versam sobre a temática da educação
infantil.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I
GESTÃO INSTITUCIONAL NO CAMPO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 11
CAPÍTULO II
O GESTOR NA INSTITUIÇÃO DE ENSINO INFANTIL 20
CAPÍTULO III
A INSERÇÃODO GESTOR NA CRECHE:
AVANÇOS E CONQUISTAS NESTE ESPAÇO 28
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 43
FOLHA DE AVALIAÇÃO 44
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INTRODUÇÃO
A educação infantil vem ao longo dos últimos anos ganhando
destaque, principalmente no que tange o campo da legislação. Desta forma,
estudar o papel do gestor institucional nos dias de hoje, se apresenta como
fator fundamental ao refletirmos sobre o envolvimento deste profissional nos
desdobramentos ligados a gestão escolar e, por conseguinte, a formação e
atuação do gestor educacional hoje, destacando que estes ainda enfrentam
grandes desafios para a realização de um trabalho pautado na qualidade.
Logo, este trabalho foi dividido em três capítulos, onde se buscou
compreender de forma resumida a historia da gestão institucional no campo da
educação chegando até a atualidade, podendo-se perceber que ainda é um
momento de grande movimentação e lutas para que seja possível tornar real
tantos ideais traçados em forma de leis.
Assim, o primeiro capítulo versa sobre o processo histórico, trazendo
os avanços, conquistas e formação dos mesmos na atualidade. Dentro deste
mesmo universo, surge a necessidade de pensar a educação infantil como
realidade no mundo moderno. Discute-se então o que o Brasil apresenta
quanto legislação confrontando com o que o cotidiano trás como emergência
neste contexto.
Passando para o segundo capítulo, é feito um recorte no que tange
ao gestor institucional, uma vez que este estará inserido na instituição de
ensino infantil. Entretanto, para a construção deste capítulo, o olhar estará
voltado para o gestor na rede particular de ensino.
Já no terceiro e último capítulo, será dado destaque para a inserção
do gestor no interior da creche, assim como a relação da família com este novo
contexto que a criança estará inserida.
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Iniciar este estudo traduz a vontade de pesquisar e compreender a
importância do gestor na creche, um espaço que tem se apresentado como de
grande valor para a profissão, uma vez que diversas são as possibilidades de
atuação para estes profissionais. Onde se pode citar neste primeiro momento
dentro deste contexto, a atuação do gestor na creche que tem a possibilidade
de desenvolver um trabalho voltado para as famílias e escola, em que o
profissional em questão amplia a creche, trazendo para o cotidiano,
personagens de importantíssimo valor, os responsáveis, para interagir na
construção deste espaço de educação e formação.
Enfim, o gestor institucional inserido na creche, também se depara
com a necessidade do trabalho em equipe, liderança, uso das legislações,
novas formas de aprender. São tantos aspectos que um gestor precisa ter
conhecimento e estar atento para desenvolver seu trabalho de maneira
apropriada.
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CAPÍTULO I
GESTÃO INSTITUCIONAL NO CAMPO DA
EDUCAÇÃO INFANTIL
Neste capítulo será abordado de forma breve o histórico do que
temos hoje como gestão institucional, fazendo um recorte para o campo da
Educação Infantil. Sendo assim, trazer as leis que atendem esta temática se
apresenta de forma fundamental para o desenvolvimento do trabalho.
1.1 - Breve histórico da gestão institucional na educação
No início da década de 70, com influência dos conceitos de gerência
de Taylor, e com o avanço da ciência e da tecnologia, a administração escolar
passa a mudar seus moldes e se depara com a necessidade da concentração
das funções de organizar, dirigir e administrar uma instituição em um só cargo,
surgindo assim o Administrador Escolar.
Ainda na década de 1970, foram criadas as habilitações de
Orientação, Supervisão e Administração Escolar no curso superior de
pedagogia. Neste período, a profissão de supervisor começava a despontar no
cenário social, abrindo um novo leque de oportunidades de atuação no espaço
institucional.
Entretanto, a superação do que estava posto até aquele momento se
deu em um processo lento, tendo como objetivo ultrapassar a visão de que não
era necessário um supervisor com formação, onde este estaria voltado apenas
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para dar ordens e não colaborar junto a equipe com a elaboração de um plano
pedagógico que desse conta de atender a demanda posta por cada escola.
Como pode ser observado na Lei 5.692/71, capitulo V, artigo 33: “A
formação de administradores, planejadores, orientadores, inspetores,
supervisores e demais especialistas de educação será feita em cursos
superiores de graduação, com duração plena ou curta ou de pós-graduação.”
Como já citado, de acordo com a Lei 5.692/71, demanda que a
formação de qualquer profissional da área de administração escolar seja feita
em cursos superiores de graduação ou pós-graduação. Além disso, segundo a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, no que diz
respeito à formação de Profissionais da Educação, no artigo 62 diz que:
A formação de docente para atuar na educação far-se-á a nível superior, em cursos de licenciatura, de graduação plena, em universidades e instituições superiores de educação. É admitida como formação mínima para o exercício de magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal.
Essa lei, porém, não trata diretamente da formação de gestores e
coordenadores para as instituições de Educação Infantil. Segundo a Resolução
nº 029/99 do Conselho Estadual de Educação – CEE - capitulo IV, que trata
dos recursos humanos, o artigo 10 nos diz que: “A direção de instituições de
educação infantil será exercida por profissional com graduação plena em
pedagogia ou em Nível de pós-graduação em educação”.
Com a chegada da década de 80, somando as transformações
sofridas pela sociedade, começou-se a pensar em uma maior democratização
na gestão escolar, baseadas no clientelismo e cooperativismo, onde o
clientelismo e cooperativismo são doutrinas políticas que preconizam a
colaboração de pessoas e grupos com o mesmo interesse, a fim de obter
vantagens comuns.
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A quebra do tradicionalismo torna possível o surgimento de uma
nova figura dentro da instituição de ensino: a do gestor. Esse gestor delega
poderes e reorganiza as atividades de modo a melhor compartilhar as funções
da escola. A comunidade também passa a exercer uma maior participação na
tomada de decisões junto com o gestor, os pais agora passam a participar do
processo administrativo e pedagógico, através de sugestões e discussões dos
projetos e decisões.
1.1.1 - O Gestor na atualidade: formação, conquistas e avanços
A educação é um processo tipicamente humano, que possui a
especificidade de formar cidadãos por meio de conteúdos “não-materiais” que
são ideias, teorias e valores, conteúdos estes que vão influir decisivamente na
vida de cada um. É um processo que se realiza de forma intencional e
integradora à organização de comportamento mais conveniente para cada
sujeito em seu entorno, e determinado pela aquisição de conhecimentos, pela
automatização de formas de atuação e pela interiorização de atitudes que lhe
atribuem valor em seu conjunto e em suas peculiaridades. (GENTO, 1996)
O entorno de cada sujeito, hoje, em qualquer parte do mundo,
mesmo que em condições diferenciadas, configura-se em um contexto mundial
que penetra na vida das pessoas, através dos meios de comunicação e da
tecnologia nas suas formas mais evoluídas, causando, ao mesmo tempo,
impactos, perplexidades e motivações fascinantes.
Vivemos um período sem precedentes na história da humanidade –
que tem recebido muitas denominações: sociedade do conhecimento,
sociedade global, “aldeia global”, sociedade mundializada, para citar algumas –
e que expressam as características da atividade, configurando novos conceitos
de tempo e espaço, gerando novas formas de pensar, sentir e agir em todas as
pessoas da chamada “aldeia global”.
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O elemento comum entre os diversos modos de nomear o cenário
atual refere-se ao papel protagônico do conhecimento na organização social e
econômica, o que tende a redefinir a centralidade e a importância da educação
e da sua gestão, assim como da instituição escolar no processo de transmissão
e assimilação do conhecimento científico.
A expressão papel protagônico do conhecimento significa o papel
central que o conhecimento passou a ter nos dias atuais, quando tornou-se
imprescindível para a formação e o exercício da cidadania para todas as
pessoas do planeta.
Sempre que a sociedade defronta-se com mudanças significativas
em suas bases econômicas, sociais e tecnológicas, novas atribuições passam
a ser exigidas da escola, da educação e da sua gestão. Logo, sua função
social também necessita ser revista, seus limites e possibilidades
questionados, pois a escola e as diversas formas de se fazer educação estão
inseridas na chamada “sociedade global”, onde as profundas transformações
no mundo do trabalho e nas relações sociais vêm causando impactos
desestabilizadores à humanidade, e consequentemente exigindo novos
conteúdos de formação, novas formas de organização da Gestão da Educação,
ressignificando o valor da teoria e da prática da administração da educação
(FERREIRA, 2002).
Depreende-se daí que de uma boa ou má administração dependerá
a vida futura de todos que passarem pela escola ou que tiverem acesso às
novas modalidades de ensino e formação. Uma boa ou má gestão da
educação exercerá influência decisiva sobre a possibilidade de acesso às
oportunidades da vida em sociedade, pois a organização do trabalho
pedagógico da escola e sua gestão revelam seu caráter excludente ou
includente.
A gestão escolar, diante dessas questões, defronta-se com a
responsabilidade de avançar na construção de seu estatuto teórico/prático, a
fim de garantir que a educação se faça com melhor qualidade para todos,
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possibilitando desta forma, que a escola cumpra sua função social e seu papel
político institucional.
Parte importante da compreensão do papel do gestor escolar é o
estudo de sua formação. O profissional de gestão, atuante dentro das relações
humanas precisa estar apto para lidar com uma atmosfera complexa e mutável
e ser capaz de identificar e resolver as problemáticas encontradas nesse
ambiente, assim como ter autonomia para a tomada de decisões. Para além, o
gestor inserido nos dias atuais no mercado de trabalho, precisa ser
imensamente propositivo, pois somente desta forma conseguirá acompanhar a
dinâmica social em que estamos inseridos.
Para além, vale destacar que é importante ainda destacarmos a
necessidade do rompimento de práticas profissionais rotineiras, burocráticas e
individuais, considerando que a interdisciplinaridade com outras áreas do saber
na creche será imprescindível ao projeto educativo. (ANDRADE, 2010. p. 25)
Os avanços da tecnologia e da ciência, o uso de novas mídias,
legislações, novas formas de aprender e vários outros aspectos trazem consigo
novas formas de fazer e pensar em educação, e com isso a gestão escolar e a
formação e atuação do gestor enfrentam grandes desafios na atualidade.
Nessa perspectiva o gestor se apresenta como uma forma de romper o
tradicionalismo que durante décadas perpetuou na rotina escolar.
Para alguns estudiosos, a denominação de gestão escolar possui o
mesmo significado de administração, direção. Por outro lado, compreende-se
em atividade de impulsionar uma organização a alcançar seus objetivos,
cumprir sua função e desempenhar seu papel.
Neste contexto, encontramos em Ferreira (2000) uma breve
definição do que pode ser compreendido enquanto gestão. Sendo:
Gestão constitui de princípios e práticas decorrentes que afirmam ou desafirmam os princípios que as geram. Estes princípios, entretanto não são intrínsecos à gestão como a concebia a administração clássica, mas são princípios sociais,
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visto que a gestão da educação se destina à promoção humana (FERREIRA, 2000. p. 197).
Outros desafios encontrados pelo profissional de gestão na
atualidade são: o autoritarismo dos diretores, a falta de estrutura nas
instituições de ensino, a escassez de recursos e incentivos, e uma série de
outros problemas que atrapalham o gestor, fazendo com que este precise
buscar novas saídas a fim de melhor exercer sua atividade profissional.
De acordo com Libâneo (2004), o essencial em um modelo de
gestão é ter transparência nas informações, na comunicação direta, na
descentralização das decisões, na valorização humanística em todas as suas
dimensões, na motivação, na participação de todos na tomada de decisão e
nos resultados obtidos, o envolvimento de cada um nos objetivos a serem
atingidos e no trabalho em equipe.
1.2 – Educação infantil: legislação e realidade
A expressão “Educação Infantil” é relativamente recente na realidade
do nosso país. Até o final dos anos 80, a pré-escola ainda não se constituía em
um direito das crianças brasileiras. É somente no final dessa década, com a
Constituição Federal de 1988 que os direitos das crianças começam a ser
levados em conta. A Constituição de 88, no plano legislativo, responsabiliza
principalmente o município pelo atendimento de crianças em creches e pré-
escolas. Segundo o artigo 205, da CF/88, e complementado pelo artigo 227,
estas mantêm o direito de todos e imputa ao estado, à família e à sociedade o
desenvolvimento da pessoa e seu preparo para o exercício da cidadania.
O segundo e mais importante avanço na luta pelo direito de
educação das crianças é a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB) nº 9.394/96, que é onde pela primeira vez se faz referência aos
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direitos à educação para crianças de 0 a 6 anos de idade: “O dever do Estado
com a educação será efetivado mediante a garantia de (...) atendimento em
creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade”. (artigo 208,
inciso IV)
A Educação Infantil constitui como primeira etapa da Educação
Básica. A LDB (1996) trouxe em seu art. 29 a seguinte definição:
A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementado a ação da família e da comunidade. (LDB, nº 9.394/96, art. 29.)
Além disso, essa educação deve ser fornecida de acordo com o que
postula o artigo 30 da lei nº 9.394/96, que diz que a Educação Infantil deve ser
oferecida em:
Creches ou entidades equivalentes para crianças de até
quatro anos de idade;
Pré-escola para crianças de cinco a seis anos de idade.
Sendo assim, com sua estrutura garantida pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação, a educação infantil se consolida como alicerce e base
para o desenvolvimento integral da criança, e seus princípios terão reflexos
sobre toda sua vida escolar e social.
É importante ressaltar também que a criação da LDB foi uma
conquista histórica para aqueles movimentos sociais que durante muito tempo
lutaram para garantir os direitos de ensino de crianças de 0 a 6 anos. É o que
aponta o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (Recnei):
(...) ensejou um movimento da sociedade civil e de órgãos governamentais para que o atendimento às crianças de 0 a 6
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anos fosse reconhecido na Constituição Federal de 1988. A partir de então, a Educação Infantil em creches e pré-escolas passou a ser, ao menos do ponto de vista legal um dever do estado e um direito da criança (artigo 208, inciso IV). O Estatuto da criança e do Adolescente destaca também o direito da criança a este atendimento. Reafirmando essas mudanças a Lei de Diretrizes e bases Nacional, Lei nº 9.394 promulgada em dezembro de 1996, estabelece de forma incisiva o vínculo entre o atendimento das crianças de 0 a 6 anos e a educação (RECNEI, 2006, p.11 V.1).
O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RECNEI)
apresentado em 2006 é um documento oficial em que se apresentam princípios
e concepções sobre desenvolvimento e educação infantil, além de definir ainda
o perfil do profissional dessa área, demonstrando através de exemplos,
diversas formas adequadas de organizar, conduzir e avaliar o seu trabalho
junto às crianças e as famílias, o que faz com que seja importante que todos os
educadores conheçam seu teor.
Além disso, o Ministério da Educação e Desporto – MEC – lançou
em 1998, o referencial Curricular para Educação Infantil /98– RCN – o
documento serve de base para a elaboração de projetos pedagógicos e sua
função:
É contribuir com políticas e programas de Educação Infantil, socializando informações, discursos e pesquisas, subsidiando o trabalho Educativo de técnicos, professores e demais profissionais da educação infantil apoiando os sistemas de ensino Estaduais e Municipais. (RNC, 1998, p.13).
Deve-se compreender que as Leis de Diretrizes e Bases da
Educação, além de outros documentos, trazem muitas mudanças, mas que
sozinhas não conseguem mudar a realidade da educação brasileira. É
necessária a atuação em conjunto dos profissionais da área para concretizar
essas transformações e levar atendimento de qualidade às crianças.
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É preciso salientar, a importância do reconhecimento pelo poder
público brasileiro da sua responsabilidade pela educação da criança de 0 a 6
anos.
Atualmente se tem uma abrangência maior a Educação Infantil, pois
a instituição deixa de ser um lugar somente para a “guarda” e cuidados da
criança, e passa a se responsabilizar também pela educação e a formação
moral e humana das crianças.
Todo este debate em torno da construção do direito a educação
infantil, foi marcado por lutas, avanças e fortes embates, onde dispositivos
legais nacionais e internacionais estiveram presentes.
Andrade (2010, p.25) chama a atenção para o fato de que “a
legitimidade educacional das creches implica a transformação de suas práticas
institucionais e das concepções sobre sua função social, tanto por parte dos
usuários de seus serviços como dos profissionais que nelas trabalham.”
Conclui-se, com base em Andrade (2010, p.87) que “o
reconhecimento dos direitos da infância e da criança como sujeito de direitos é
fato recente na história brasileira e em outros países do mundo.”
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CAPÍTULO II
O GESTOR NA INSTITUIÇÃO DE ENSINO INFANTIL
A partir deste capítulo é realizada uma breve discussão sobre a rede
particular de ensino, tendo em vista que o gestor atua de forma decisiva neste
espaço, onde as particularidades neste universo se apresentam de forma a
enriquecer o desenvolvimento profissional destes.
2.1 – A rede particular de ensino: o gestor atuando neste
universo.
De acordo com o Dicionário Interativo da Educação Brasileira, a rede
privada de ensino, também conhecida como:
[...] rede particular de ensino, é um sistema caracterizado por possuir instituições de ensino privadas, mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, conforme estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996.
O maior desafio a ser empreendido em relação à gestão diz respeito
à qualificação do gestor, por duas razões. Primeiramente, porque o modelo e o
processo de qualificação dos atuais gestores estão ancorados em parâmetros
que não comportam as novas demandas institucionais e sociais; segundo,
21
porque a gestão da educação, atualmente, tornou-se um dos principais fatores
do desenvolvimento institucional, social e humano.
Para que a liderança do gestor escolar seja bem sucedida, é
necessário que o gestor conheça e compreenda os seus próprios valores,
aonde quer chegar e os caminhos que deve percorrer.
A convicção do gestor escolar a respeito de suas metas é
fundamental para que elas se concretizem. Isso vai assegurar que seus
interesses e preocupações se transformem em decisões rápidas e coerentes.
Segundo (Vieira 2002, p.141), para tanto, o gestor precisa
desenvolver o seu potencial de liderança combinado a sua visão com a da
escola onde atua. O desafio consiste em identificar a oportunidade certa,
escolher o momento adequado e fazer a mudança correta.
A idéia de gestão contém a concepção de coordenação e de
participação. A participação compõe um dos componentes imprescindíveis da
gestão, principalmente quando ela é fruto do quadro de valores dos atores da
instituição e da sua atuação responsável. (PAZETO, 2000)
A diversidade de formas de participação e a intensidade com que ela
é exercida correspondem ao grau de identificação e de comprometimento dos
integrantes com a missão e o projeto da instituição. A solidariedade, a
reciprocidade e o compromisso são valores que justificam a participação no
processo de gestão. A formação dos gestores da educação é um processo que
requer qualificação e aperfeiçoamento continuados, cuja eficácia do
desempenho corresponde à missão, propósitos e metas estabelecidos pela
instituição. (PAZETO, 2000)
Assim, “a trajetória histórica dos profissionais da infância revela que
seu papel social nas creches e pré-escola, sempre esteve atrelado ao projeto
institucional dessas instituições” (ANDRADE, 2010, p.25).
O alinhamento da missão e das políticas da instituição e o
desenvolvimento dos programas pelos atuantes nos diversos segmentos
requerem dos gestores sólida formação em liderança e capacidade de
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coordenação na implementação do projeto. A gestão focada na coordenação e
na liderança e a conjugação de esforços no desenvolvimento do projeto
institucional constituem fatores de eficácia e de relevância dos programas da
instituição, em relação aos seus propósitos ante a comunidade externa.
Dentro da instituição de ensino o gestor possui o importante papel
de mediador, integrador e dinamizador de toda a equipe escolar, é ele quem
articula a relação entre pais, professores, alunos e diretoria. Cabe destacar que
a atuação do pedagogo se apresenta como fundamental no universo
institucional, uma vez que este:
(...) ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula (conteúdos, métodos, técnicas, formas de organização da classe), na análise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula. (LIBÂNEO, 2002 p.127)
O enfoque de atuação do gestor (a mobilização, a organização e a
articulação das condições humanas e materiais para garantir o avanço dos
processos socioeducacionais, dando como prioridade o conhecimento e as
relações internas e externas da escola) tem gerado discussões sobre o gestar
na educação.
Entende-se então, que o objetivo geral da gestão passa a ser a
garantia dos meios para uma aprendizagem efetiva e significativa dos alunos;
isso porque o aluno não obtem entendimento apenas em sala de aula, mas na
escola como um todo. Daí vem a necessidade que a escola seja, em seu
conjunto, um espaço favorável à aprendizagem.
A gestão da educação é responsável por garantir a qualidade da
educação, entendida como “processo de mediação no seio da prática social
global” (SAVIANI, 1980. p.120), por se constituir no único mecanismo de
humanização e de formação de cidadãos.
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Seus princípios são os princípios da educação, que a gestão
assegura serem cumpridos. Assim, estes precisam ter como base uma
educação:
Comprometida com o domínio dos conteúdos que
habilitem ao mundo do trabalho;
Comprometida com a “sabedoria” de viver em
sociedade respeitando as diferenças;
Comprometida com a construção de um mundo mais
justo e humano para todos, independentemente de raça, cor,
credo ou opção de vida;
Ainda de acordo com Libâneo (2002) diversas são as áreas de
atuação do pedagogo. Assim, este afirma que há uma diversidade de práticas
educativas na sociedade, e em todas elas desde que se configurem como
intencionais, está presente a ação pedagógica. Dentro deste universo,
podemos destacar a gestão institucional em creches.
A função do gestor exige que o mesmo esteja inserido em diversas
áreas da escola, sendo estas:
Na organização administrativa e curricular;
Na coordenação das atividades pedagógico-
didáticas dos professores;
Na organização do espaço físico e dos recursos
materiais.
Ambas as tarefas listadas requerem habilidades e conhecimentos
especializados, tanto quanto se requer por parte do professor conhecimento
especializado da matéria que leciona.
A identidade profissional do pedagogo é reconhecida através do
campo de investigação e atuação dentro das diversas atividades direcionadas
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para o educacional e para o educativo. De acordo com esse contexto, Libâneo
(2002) afirma que:
Todos os profissionais que se ocupam de domínios e problemas da prática educativa em suas várias manifestações e modalidades e onde haja um caráter de intencionalidade são, genuinamente pedagogos: pais, professores, supervisores de trabalho, agentes dos meios de comunicação, autores de livros, orientadores e guias de turismo, agentes de educação em movimentos sociais etc. Obviamente me refiro ao pedagogo em sentido amplo. (LIBÂNEO, 2002. p.120)
O gestor de hoje enfrenta muitos desafios, dentre eles está em
pensar e ter em seu quadro de educadores profissionais competentes,
comprometidos com a construção de uma sociedade justa, no qual saber e
poder tenham equivalência enquanto elementos de interferência no real e
organização de relações de solidariedade, e não de dominação, entre os
homens.
O sucesso do trabalho do gestor depende do empenho e do “saber-
fazer” pedagógico dos demais participantes da escola. Mas só ele pode
conduzir o grupo. É tarefa do líder propor atividades instigantes, provocadoras
e, ao mesmo tempo, viáveis, para transmitir confiança e imprimir uma
perspectiva de sucesso, é preciso acionar todos os conhecimentos e
habilidades, além de manter a persistência para despertar o interesse e a
vontade de todos.
Entretanto, algumas dessas responsabilidades do gestor institucional
podem ser compartilhadas com os demais grupos de profissionais inseridos na
escola, sendo:
o conselho escolar;
o auxiliar da direção;
o coordenador pedagógico;
os professores.
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Para receber ajuda e realizar um trabalho compartilhado, é
importante desencadear um processo de mobilização, que faça as coisas
acontecerem. A atuação do gestor é fundamental na transformação da escola
em um espaço vivo e atuante, no qual o foco central seja o aluno.
O gestor é aquele que não fica indiferente, neutro diante da
realidade. Procura intervir e aprender com a realidade em processo.
2.2 - A Educação Infantil: analisando a inserção do gestor
institucional com foco nas particularidades do seu cotidiano.
Com o passar dos anos, o jeito de se fazer e pensar em Educação
Infantil passou por diversas transformações. A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – LDB – traz uma mudança de foco de assistencial para
educacional, o que por sua vez traz a necessidade de uma nova postura dos
diretores e gestores escolares.
Diversos fatores contribuíram para a real necessidade do
atendimento a educação infantil. Assim, pode-se perceber que o
desenvolvimento infantil, a inserção da mulher no mercado de trabalho e o
reconhecimento da criança como sujeito de direitos, especialmente em seus
primeiros anos de vida, foram fatores decisivos para esta mudança social e
educacional.
A educação infantil no Brasil corresponde a diversas determinações
da reprodução da vida social, onde a “educação da criança pequena está em
estreita relação com as questões que dizem respeito à história da infância, da
família, da população, da urbanização, do trabalho e das relações de
produção.” (ANDRADE, 2010, p.23)
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No cenário brasileiro atual, podemos perceber que ao tratarmos de
educação infantil, esta logo se configura enquanto direito social, uma vez que
as exigências intrínsecas a sociedade apontaram para a existência da mesma,
onde hoje ocupa um espaço significativo e relevante. Neste contexto Andrade
(2010, p.23) sinaliza que “Tem sido intensificado o reconhecimento da
importância da educação das crianças para o pleno desenvolvimento das
potencialidades do ser humano.”
Para Andrade (2010, p. 47) “a infância tem-se constituído em um
campo emergente de estudos para várias áreas do saber, porém, focadas em
divergentes abordagens, enfoques e métodos, os quais determinaram distintas
imagens sociais sobre a criança.” E a partir desta citação que torna-se nítido
que o gestor institucional especializado para tal função, não necessita ter
formação de pedagogo somente, onde como citado, diversos campos
profissionais estão se identificando com a temática e buscando estar inseridos
nos ambientes educacionais, somando ao quadro de funcionários e crescendo
profissionalmente.
A fim de gerir uma instituição de ensino infantil o gestor passa por
grandes desafios, pois a comunidade escolar apresenta muitas pluralidades de
ideias e conceitos, que devem ser harmonizados, principalmente no que diz
respeito a desagregar práticas educativas já ultrapassadas com o intuito de
repensar as dimensões estruturais escolares.
Para isso se tornar possível, é necessário pensar em uma forma de
gerir mais democrática, que é um dos princípios consagrados pela Constituição
Federal de 1988 e abrange as dimensões pedagógicas, administrativas e
financeiras das unidades educacionais. Segundo Bastos (2000):
A gestão democrática restabelece o controle sociedade civil sobre a educação e a escola pública, introduzindo a eleição de dirigentes escolares e os conselhos escolares garantem a liberdade de expressão, de pensamento, de criação e de organização coletiva na escola, facilita a luta por condições materiais para aquisição e manutenção dos equipamentos
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escolares bem como por salários dignos a todos os profissionais (BASTOS, 2000, p. 7).
É importante lembrar que, décadas atrás, a gestão escolar se
resumia a organização, direção e, sobretudo a hierarquia de cargo. Por outro
lado, na atualidade “A gestão, por sua vez, envolve estas atividades
necessariamente, incorporando certa dose de filosofia e política. Assim, o que
pode ser verificado é que nos dias de hoje existe uma dinâmica interativa entre
ambas.” (Luck, 2006)
A gestão democrática, principalmente no que diz respeito à
Educação Infantil tem como base a participação de pais, alunos e funcionários
em conjunto, pois estes compõem os elementos essenciais nas decisões e no
funcionamento da escola. É o que elucida Veiga (2000):
A gestão democrática inclui, necessariamente, a ampla participação dos representantes dos diferentes segmentos das escolas nas decisões/ações administrativa pedagógicas ali desenvolvidas. (Veiga, 2000, p. 67).
Com essa perspectiva, o gestor se torna responsável em formar um
grupo de trabalho que pensa, elabora e determina os rumos da escola. A
junção desse grupo, composto por todos os representantes da comunidade
escolar forma um espaço de construção coletiva que beneficia a vida do aluno
e da instituição.
28
CAPÍTULO III
A INSERÇÃO DO GESTOR NA CRECHE:
AVANÇOS E CONQUISTAS NESTE ESPAÇO.
Neste último capítulo, o trabalho nos convida a mergulhar no
universo da creche, como forma de compreender este espaço e a importância
do gestor no cotidiano das crianças e famílias que fazem parte deste universo.
3.1 - O que é a creche?
A palavra creche, de origem francesa, e que significa manjedoura,
foi utilizada para designar a primeira instituição, para cuidar e abrigar crianças
pequenas.
Na Constituição e legislação educacional, vigentes até 1988, o
atendimento às crianças até seis anos não era concebido como uma atividade
de natureza educacional. Predominava a concepção segundo a qual se tratava
de um atendimento de caráter predominantemente ou exclusivamente
assistencial.
A creche era, portanto, definida como uma instituição assistencialista
abrigando ao cuidado das crianças de mães que saíam para o trabalho,
servindo também à função de combate da pobreza e mortalidade infantil.
Kramer (2003), assim como muitos educadores brasileiros, defende
o papel da escola, da creche e pré-escola de qualidade como direito de todos.
Entretanto, temos problemas muito graves quando falamos em educação.
29
No Brasil, não há recursos específicos para a educação de crianças
de zero a seis anos. Embora a Constituição de 1988 tenha definido que a
educação infantil era um direito da criança e uma opção da família, como tornar
esse direito uma realidade? Em contrapartida, inúmeras são as políticas
municipais de educação infantil, sustentadas por creches e pré-escolas
comunitárias. Proporcionando uma visão numa perspectiva mais ampla,
Kramer (2003) ainda afirma que:
Hoje, vivemos o paradoxo de ter um conhecimento teórico avançado sobre a infância, enquanto assistimos com horror à incapacidade da nossa geração de lidar com as populações infantis e juvenis. Refletir sobre esse e outros paradoxos e pensar sobre como vemos a infância hoje, como podemos nos preparar para com elas atuar, são meus objetivos nesta conferência. (KRAMER, 2003. p.84)
Ao estabelecer a obrigação do Estado no atendimento às crianças
de zero a seis anos, a Constituição provocou um marcante desenvolvimento de
políticas públicas para essa faixa etária. Com as mudanças na sociedade e a
criação de novas leis, em especial a LDB de 1994, as creches foram perdendo
esse caráter assistencialista e passam a ser vistas como lugares para a
educação integral das crianças. É necessário que essas instituições tenham
objetivos educacionais explícitos e com profissionais de qualidade e que fazem
a avaliação de desempenho. É sobre essas mudanças que discorre o
Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (Recnei):
A expansão da Educação Infantil no Brasil e no mundo tem ocorrido de forma crescente nas últimas décadas, acompanhando a intensificação da urbanização, a participação da mulher no mercado de trabalho e as mudanças na organização e estrutura das famílias. Por outro lado, a sociedade está mais consciente da importância das experiências na primeira infância, o que motivam demandas por uma educação institucional para criança de zero a seis anos (RECNEI, 2006, p.11 V.1).
30
A proposta de educação para crianças nesta faixa etária foi de
extrema importância para que fosse garantido o direito de acesso e de
permanência na creche. Esse novo modelo traz a necessidade da
implementação de novos modelos de gestão que estimulam à gerência, a
autonomia, a eficiência e a participação da família e da sociedade em geral nas
decisões que afetam a escola e melhoram o seu funcionamento.
O gestor tem um papel importante essencial na creche. Ele é a
referência tanto para os pais como para as crianças. Além de conhecer as
características das famílias atendidas, bem como a capacidade de
compreensão sobre o funcionamento da instituição e seus objetivos, ele deve
apresentar um bom grau de afinidade com as crianças. Dentro deste universo,
Oliveira (1992, p. 66) afirma que: “O ambiente da creche deve ser rico em
experiências para exploração ativa, compartilhadas por crianças e adultos,
onde as relações sociais se estabelecem tendo o diálogo como forma de
construção de conhecimento.”
Segundo Miranda (2007), a creche deve ser um ambiente
estimulante, seguro e acessível para promover o desenvolvimento da criança.
Devemos entender que uma organização adequada do espaço e dos materiais
disponíveis na sala de aula será fator decisivo na construção da autonomia
intelectual e social das crianças.
É necessário criar um ambiente que possa desenvolver as
habilidades físicas, cognitivas, afetivas, estética de relação interpessoal e
inserção social da criança. Com esse intuito, o Referencial Curricular para a
Educação Infantil, RECNEI (Brasil, 1998, p. 63), definiu em seus objetivos
gerais que a prática de educação infantil em creches e pré-escolas deve se
organizar de modo que as crianças desenvolvam as seguintes capacidades:
Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma
cada vez mais independente, com confiança em suas capacidades e
percepção de suas limitações;
31
Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo,
suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando
hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar;
Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e
crianças, fortalecendo sua autoestima e ampliando gradativamente suas
possibilidades de comunicação e interação social;
Estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais,
aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista
com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de
ajuda e colaboração;
Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade,
percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente
transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam
para sua conservação;
Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos,
desejos e necessidades;
Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica,
oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de
comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar
suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu
processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais
sua capacidade expressiva;
Conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando
atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando
a diversidade.
Acreditamos que organizar o espaço interno e externo da escola
incentiva as experiências corporais, afetivas, sociais e linguísticas das crianças.
Como as crianças precisam experimentar ambientes, a escola tem que ser um
local atraente e interessante. Por isso, o gestor escolar juntamente com os
professores, pais e comunidade, deve planejar e criar um ambiente onde as
32
crianças possam brincar, descobrir, aprender e respeitar. Dentro desse
contexto, Rosseti-Ferreira (2001) postula que:
(...) todos os ambientes infantis devem promover a identidade pessoal (a criança quando leva à creche um objeto pessoal, a sala de aula fica mais aconchegante para ela. E isto dá ao educador a chance de trabalhar o saber dividir, a cooperação com as crianças. Isso pode ajudar a desenvolverem sua individualidade, e consequentemente sua identidade); o desenvolvimento de competência (o ambiente infantil deve ser planejado para facilitar o trabalho do educador de tal forma que satisfaça as necessidades das crianças promovendo o seu desenvolvimento). (ROSSETI-FERREIRA, 2001. p.48)
Segundo Didonet (2001), falar de creche é muito mais do que falar
de uma instituição educacional sim tratar da criança, com todas suas
necessidades e particularidades. Apesar da característica assistencialista e
filantrópica que ainda permanece em muitas creches e instituições de
educação infantil no Brasil, a situação vem, aos poucos, se modificando.
Essa mudança só se consolida quando os profissionais envolvidos
na instituição se comprometem em assumir as excepcionalidades da educação
infantil e reconsiderar as concepções sobre a infância e sua relação com a
sociedade e as relações entre as classes sociais.
A educação infantil no Brasil tem um futuro promissor, conquistando
cada vez mais espaço e reconhecimento. As creches estão cada vez mais
especializadas para atender às necessidades das crianças com um
planejamento bem estruturado e voltado para a formação cidadã das crianças.
Para os pais, cada vez mais ocupados com os compromissos da vida moderna,
um motivo a mais para confiar na educação dada aos seus filhos. Abordando a
questão com uma maior amplitude, Didonet (2001) postula que:
(...) centrada na criança como sujeito de educação, e tendo como referência o potencial dos primeiros anos de vida, a creche organiza-se para apoiar o desenvolvimento, promover a
33
aprendizagem, mediar o processo de construção de conhecimentos e habilidades por parte da criança, procurando ajudá-la a ir o mais longe possível nesse processo. Por isso, até as mães que não trabalham fora de casa e tem condições de se dedicar aos filhos e aquelas que tem como pagar uma babá instruída, podem colocar seus filhos numa instituição de educação infantil com grande vantagem para eles. A creche cumpre um objetivo educacional proeminente. (DIDONET, 2001. p.14)
3.2 - O gestor institucional da creche e as famílias
O reconhecimento e efetivação do papel do gestor institucional
dependem do reconhecimento, da intencionalidade e da especificidade do
trabalho pedagógico, junto a toda comunidade escolar.
Campos, Rosemberg e Ferreira (1995), destacam que:
Um aspecto importante da creche no sistema educacional é que ela corresponde a um princípio que vem sendo definido por áreas ligadas à educação da criança pequena, que defendem uma concepção de educação pré-escolar vinculada aos direitos da criança que é atendida e não aos direitos da mãe que trabalha ou da família necessitada. [Ao mesmo tempo,] a inclusão da creche na área da Educação (...) não nega o benefício que esse atendimento representa para as mães e as famílias. (CAMPOS, ROSEMBERG e. FERREIRA, 1995, p. 107-108)
Interagindo com a comunidade escolar temos a família das crianças
inseridas na creche. Estes são de suma importância para o desenvolvimento
das ações internas da creche. O bom relacionamento com os pais e
responsáveis colabora para os procedimentos traçados para a dinâmica
cotidiana da instituição.
34
Segundo (Lück, 2000), “as escolas em que os alunos mais
aprendem, são aquelas em que professores e pais expressam elevadas
expectativas nos alunos e em suas condições para orientá-los”.
Neste sentido a atuação do gestor da escola exerce um papel
essencial no sentido de promover a articulação; escola, família e comunidade.
Dessa forma, o significado de gerir a escola vai muito além da mobilização dos
sujeitos, pois implica intencionalidade, definição de metas educacionais e
posicionamento frente aos objetivos educacionais, sociais e políticos, em uma
sociedade complexa. A ação significativa do diretor da escola na gestão do
trabalho educativo representa um grande impacto na autonomia, participação e
diálogo coletivo, envolvendo de forma efetiva a comunidade no processo de
tomada de decisão, na intenção de situar a atuação do gestor como
coordenador das decisões tomadas pela comunidade, (Santos, 2002, p.94)
Quando isto acontece. Segundo Vieira “O gestor passa a ser mais
bem visto pela comunidade e pelos pais, em contra partida o gestor pensa mais
nos pais, eles merecem satisfações.”
A gestão sente mais autonomia por sua vez, os pais, ficam com a
efetivação desta articulação.
Os principais contextos nos quais a criança vive são, geralmente, a
família e a escola. A família é a base das primeiras relações, interações e
aprendizados. A escola também traz consigo um rico contexto socializador;
uma importante ampliação de referenciais ocorre quando a criança passa a
frequentar a creche. Lá ela se depara com novas pessoas, adquire novos
conhecimentos e novas emoções. Os contextos se distinguem quanto aos
propósitos e neles as crianças se deparam com objetos, pessoas e modos
diversos de se relacionar e aprender.
Neste contexto, Didonet (2001, p.17) sinaliza que:
(...) tanto a creche deve ser boa para cumprir as funções de cuidados e educação quanto a família tem de possuir
35
condições materiais, ambientais, afetivas e conhecimento para atender às necessidades de seus filhos pequenos. A LDB montou a equação de forma correta: a educação infantil tem um papel complementar no cuidado e educação da criança. Nem substitutivo, nem alternativo.
Assim, podemos perceber na atualidade, de acordo com Libâneo
(2004), que ao termos o gestor institucional, este assume, nas suas funções,
ações educativas implicando objetivos sociopolíticos a partir dos quais
estabelecem formas organizativas e metodológicas da ação educativa.
Para Maranhão e Sarti (2008, p.181):
Os primeiros contatos entre as famílias e os profissionais são decisivos na construção do relacionamento entre ambos. As primeiras impressões dos pais podem ser confirmadas ou modificadas nos primeiros dias como usuários, ainda vulneráveis por estarem no início de uma relação com os profissionais.
A participação da comunidade na escola deve fazer parte das
transformações maiores que devem acontecer na sociedade. Não se trata de
uma concessão que o gestor pode ou deve fazer, ou que as redes de ensino
permitem ou proíbem. Trata-se de uma realidade que deve se manifestar em
diferentes graus de maturidade e diferentes formas em cada comunidade
escolar. (Santos, 2004)
A convivência entre a escola e a comunidade requer interesse e
boa vontade das partes envolvidas. Quando isso ocorre, a escola é
revalorizada pela comunidade. A cultura da violência, tantas vezes presente
na escola, cede lugar a uma convivência social alegre e pacífica. E esta é uma
importante dimensão da função social da escola.
Na atualidade, a função do gestor institucional perpassa desenvolver
um plano que de conta de atender apenas as demandas dos demais
profissionais inseridos no interior da instituição, este precisa pensar seu plano
36
político pedagógico com base nas relações socioeducativas que estão
presentes na comunidade educacional, assim como refletir e estar aberto a
compartilhar com a família, ideias e anseios em função de um único objetivo: o
cuidar e o educar.
Embora os contextos (família e creche) sejam diferentes, a criança é
a mesma e é necessário que favoreça o seu crescimento harmônico e o seu
desenvolvimento integral. De acordo com esta situação, vemos que é de
extrema importância que a criança tenha uma relação construtiva entre os pais
e a creche, uma relação onde haja troca de experiências, ideias e métodos
educativos.
Desta forma, Machado et al. (2002, p. 104) trás a seguinte
informação:
(...) a formação dos profissionais docentes e não docentes da educação infantil não pode relegar a um segundo plano temas relativos à relação com mães e pais das crianças atendidas, desenvolvendo uma competência na articulação com as famílias. Para tanto, é crucial a delimitação dos diferentes papéis e funções, do valor de cada um deles, dos canais de comunicação e circulação das informações, dos direitos e deveres de ambas as partes. (MACHADO et. al, 2002, p.104)
No que tange a questão de trabalhar as competências educativas
dos pais, é importante uma relação amigável, onde haja uma verdadeira troca
de confiança. Relação esta, concebida no dia a dia (nos momentos de entrada
e saída da escola), no diálogo, através da presença dos pais no ambiente
pedagógico frequentado por seus filhos. E neste contexto, Nicolau (2000)
pontua que:
A pré-escola necessita de empenhar para que cada momento seja uma vivência; cada objeto, um desafio; cada situação, uma oportunidade de busca, de experimentação, de descoberta, o que, no meu entender, só se torna possível mediante uma ação pedagógica comprometida com a criança,
37
com suas características, com necessidades e com possibilidades. (NICOLAU, 2000, p.121)
É essencial que o gestor tenha uma formação adequada e
habilidades específicas para a criação desse vínculo. E neste universo,
ressalta-se que a criança:
(...) nos primeiros anos de vida, precisa de um ambiente acolhedor, estimulador e seguro. Além disso, assim como os principais responsáveis ativos, o pedagogo também são figuras fundamentais para a construção do apego, importante fase do desenvolvimento emocional do bebê. (PAUEN, 2006. p.10)
Em suma, mobilizar os pais, criar com eles um intercambio de ideias
e colocá-los a par do planejamento educativo de seus filhos são aspectos
fundamentais a serem considerados. Desta forma, de fato, transformamos a
creche em um espaço vivo, curioso e participativo, a atendimento às próprias
crianças.
38
CONCLUSÃO
Concluímos que a pesquisa foi de grande importância, pois mostrou
total coerência entre as discussões sobre o fazer e o que está posto na
realidade cotidiana do supervisor institucional, assim como os avanços e
conquistas que são alcançados gradativamente no interior das creches.
O objetivo inicial foi alcançado, pois o trabalho do supervisor
institucional encontra-se organizado, pautado, a partir das legislações que
versam sobre a temática da educação infantil, assim como se pode perceber o
quanto foi importante a formação adequada para o exercício da profissão.
Segundo a proposta metodológica foi utilizada pesquisa bibliográfica,
e esta apontou que diversos avanços foram alcançados, porém, ainda existe a
urgência de novas conquistas para este meio, uma vez que a educação infantil
tem uma importância fundamental na perspectiva do desenvolvimento humano.
Embora se saiba que o papel do gestor tem sido alvo de muitas
discussões, a este profissional não cabe mais a lógica economicista,
reproduzindo o que acontecia antigamente, onde o gestor estava inserido na
instituição para ser o controlador. Logo, este profissional hoje é motivador da
equipe, onde seu papel não é estabelecer normas a serem seguidas sem
pensar o todo, e sim assumir seu papel gestor estando aberto a discussões.
Assim, a descentralização das decisões no interior da creche chama
atenção, levando a instituição ao patamar de democrática, sendo rompido o
tradicionalismo. A articulação da relação entre creche e família é fator de
destaque também para que o gestor planeje ações desenvolvidas no interior
institucional.
Em suma, na tentativa de construir um estudo onde pudéssemos
compreender a realidade enfrentada cotidianamente pelo gestor institucional
inserido na creche, foi verificado que a expansão da educação infantil no Brasil
39
e no mundo tem se dado de forma crescente nos últimos tempos. E como
conseqüência o numero de creches tendencialmente crescem também,
ampliando o campo de trabalho deste profissional.
Concluímos que para que a creche esteja preparada de maneira
teórica-prática para atender a esta demanda, de crianças de 0 a 6 e sua
família, é indiscutível a urgência da presença do gestor institucional, tendo
como foco a relação que este consegue estabelecer entre corpo docente x
alunos e família.
Destacamos que o conhecimento produzido a partir deste estudo
visa colaborar para a construção de conhecimento específico para o campo da
pedagogia, tendo a certeza de que existem outros olhares sobre a temática
escolhida.
40
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VIEIRA, Sofia Lerche (org). A gestão da escola: desafios e enfrentar. Rio de
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43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 6
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
GESTÃO INSTITUCIONAL NO CAMPO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 11
1.1 - Breve histórico da gestão institucional na educação 11
1.1.1 - O Gestor na atualidade: formação, conquistas e avanços. 13
1.2 - Educação Infantil: legislação e realidade 16
CAPÍTULO II
O GESTOR NA INSTITUIÇÃO DE ENSINO INFANTIL 20
2.1 - A rede particular de ensino: o gestor atuando neste universo 20
2.2 - A educação infantil: analisando a inserção do gestor institucional com foco
nas particularidades do cotidiano 25
CAPÍTULO III
A inserção do gestor na creche: avanços e conquistas neste espaço 28
3.1 - O que é a creche? 28
3.2 - O gestor institucional da creche e as famílias 32
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 43
44