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757 A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR A PARTIR DE EXPERIÊNCIA COM O PIBID-MATEMÁTICA NA UEPA DE VIGIA DE NAZARÉ Rodrigo Erasmo da Conceição SILVA Mestre em Geofísica CPGf/UFPA Coordenador de subprojeto PIBID-UEPA - CAPES Universidade do Estado do Pará - UEPA Damásia Sulina do NASCIMENTO Mestranda PPGED/UFPA Grupo de Pesquisa Lingüistica, Educação e Literatura LELIT/UEPA Universidade do Estado do Pará - UEPA Eixo 1 - Formação Inicial de Professores da Educação Básica email: [email protected] 1. Introdução Durante a formação do professor, o acadêmico tem poucas oportunidades para vivenciar sua prática docente na escola. Um dos poucos momentos do curso de licenciatura voltado para essa prática, é o das disciplinas de Estágio Supervisionado. Normalmente o professor iniciante tem pouca familiaridade com o ambiente escolar, atuando com a visão de um profissional da educação. A redução do impacto da ruptura entre os períodos em que o indivíduo passa de licenciando para licenciado, é um aspecto extremamente importante para que o professor esteja preparado e confortável para atuar no mercado de trabalho. Além disso, é de grande importância, tanto para o futuro professor, quanto para seus futuros alunos, que o acadêmico tenha muitas oportunidades para por em prática suas teorias docentes já estudadas. No caso particular dos professores de matemática, há aspectos ainda mais profundos, como as dificuldades encontradas pelos alunos em função a abstração da disciplina, e a falta do uso de metodologias de ensino que abordem aspectos interdisciplinares, e aplicações no cotidiano do aluno. Neste sentido, o PIBID atua como grande incentivador na formação do professor. 2. O PIBID e a Formação Inicial do Professor - Aspectos Teóricos e Legais A Lei Nº 9.394/1996, que estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, foi um divisor de águas quanto a expansão do ensino superior e, por

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A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR A PARTIR DE EXPERIÊNCIA COM O

PIBID-MATEMÁTICA NA UEPA DE VIGIA DE NAZARÉ

Rodrigo Erasmo da Conceição SILVAMestre em Geofísica CPGf/UFPA

Coordenador de subprojeto PIBID-UEPA - CAPESUniversidade do Estado do Pará - UEPA

Damásia Sulina do NASCIMENTOMestranda PPGED/UFPA

Grupo de Pesquisa Lingüistica, Educação e Literatura LELIT/UEPAUniversidade do Estado do Pará - UEPA

Eixo 1 - Formação Inicial de Professores da Educação Básica

email: [email protected]

1. Introdução

Durante a formação do professor, o acadêmico tem poucas oportunidades para vivenciar

sua prática docente na escola. Um dos poucos momentos do curso de licenciatura

voltado para essa prática, é o das disciplinas de Estágio Supervisionado. Normalmente o

professor iniciante tem pouca familiaridade com o ambiente escolar, atuando com a visão

de um profissional da educação. A redução do impacto da ruptura entre os períodos em

que o indivíduo passa de licenciando para licenciado, é um aspecto extremamente

importante para que o professor esteja preparado e confortável para atuar no mercado de

trabalho. Além disso, é de grande importância, tanto para o futuro professor, quanto para

seus futuros alunos, que o acadêmico tenha muitas oportunidades para por em prática

suas teorias docentes já estudadas. No caso particular dos professores de matemática,

há aspectos ainda mais profundos, como as dificuldades encontradas pelos alunos em

função a abstração da disciplina, e a falta do uso de metodologias de ensino que

abordem aspectos interdisciplinares, e aplicações no cotidiano do aluno. Neste sentido, o

PIBID atua como grande incentivador na formação do professor.

2. O PIBID e a Formação Inicial do Professor - Aspectos Teóricos e Legais

A Lei Nº 9.394/1996, que estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional – LDB, foi um divisor de águas quanto a expansão do ensino superior e, por

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consequência, na formação de professores, uma vez que esta ampliação deste nível

de ensino se deu sobretudo no ensino superior privado com a oferta de vagas nos

cursos de licenciatura. Até a vigência da referida lei, somente as universidades tinham

como incumbência ofertar os cursos para a formação de professores, sobretudo, as

públicas. Durante anos, viu-se que dos professores que se formavam como

licenciados e para atuarem na educação básica, que não supria a necessidade de

profissionais licenciados, muitos ainda deixavam de atuar no magistério da educação

básica e passavam a atuar profissionalmente em outros locais e ambientes que não os

espaços escolares e a sala de aula.

Assim, segundo o artigo Nº 62 da LDB Nº 9.394/1996, no que tange a formação de

professores para atuar na educação básica, cita que “A formação de docentes para

atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de

graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação...” o que nos

leva a considerar o papel importante dos cursos de licenciatura uma vez que a partir

da formação inicial esse profissional conseguirá atuar na área de conhecimento para a

qual se formou e atuará profissionalmente a partir do conhecimento adquirido nessa

etapa de sua aprendizagem. Claro que é só um começo. O que se pretende é que

este professor possa prosseguir nos estudos e alcançar, cada vez mais, novas

possibilidades junto ao ensino Latto Senso e Stricto Senso

Assim, seguindo recomendações dos órgãos reguladores do Brasil, o Brasil necessitou

operar para que os cidadãos que se formassem nas licenciaturas pudessem atuar no

espaço da escola de acordo com sua área de formação. Logo em seguida, começou a

explosão de ofertas de cursos de graduação, principalmente, para o campo das

licenciaturas e, ainda, muitos ofertados pela iniciativa privada.

Segundo nossas pesquisas no site do Ministério da Educação – MEC, O primeiro

edital foi proposto pelo edital MEC/CAPES/FNDE, em 12 de dezembro de 2007 pelo

então ministro da educação Fernando Haddad e hoje o PIBID é coordenado pela

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

É nesse cenário que somente em 2012, surge o primeiro edital do PROGRAMA

INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCENCIA – PIBID, com um dos

principais objetivos sendo a iniciação à docência nos espaços educativos das escolas

públicas de todo Brasil.

Assim, o PIBID colocaria os alunos da graduação diretamente em contato com a sala

de aula, levando esse educando a vivenciar o cotidiano da escola, mesmo antes de

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colar grau. Salientamos que a formação inicial de professores no Brasil, na graduação,

passou a ser estimulada com a atuação desse graduando diretamente no espaço

escolar para que ele pudesse ter vivências e experiências no locus da escola.

Para corroborar com os dados aqui apresentados, achamos oportuno expor algunsdos objetivos do PIBID.

I – incentivar a formação de docentes em nível superior para aeducação básica;II – contribuir para a valorização do magistério;III – elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursosde licenciatura, promovendo a integração entre educação superior eeducação básica;IV – inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública deeducação, proporcionando-lhes oportunidades de criação eparticipação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticasdocentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem asuperação de problemas identificados no processo de ensinoaprendizagem;V – incentivar escolas públicas de educação básica, mobilizando seusprofessores como co-formadores dos futuros docentes e tornando-asprotagonistas nos processos de formação inicial para o magistério;VI – contribuir para a articulação entre teoria e prática necessárias àformação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicasnos cursos de licenciatura;VII – contribuir para que os estudantes de licenciatura se insiram nacultura escolar do magistério, por meio da apropriação e da reflexãosobre instrumentos, saberes e peculiaridades do trabalho docente.

(FONTE: MEC/CAPES)

3. O PIBID e a Formação do Professor de Matemática na UEPA-VIGIA

O aluno de licenciatura tem poucas oportunidades para vivenciar a realidade escolar, do

ponto de vista do professor, enquanto ainda é um acadêmico. Enquanto tem a

oportunidade de estudar na universidade, o futuro professor pode aprender diversas

teorias e estratégias de ensino,apresentadas neste percurso, porém com poucas chances

de colocar as mesmas em prática. A prática vivenciada no ambiente escolar, é vivenciada

em poucos momentos. Normalmente, durante as disciplinas de Estágio Supervisionado.

Neste contexto, o PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) trás

aos futuros professores uma grande oportunidade para vivenciar o ambiente escolar,

permitindo a observação e a prática de teorias educacionais, conhecidas em tese durante

sua formação profissional.

Na Universidade do Estado do Pará, o PIBID iniciou suas atividades do biênio 2014/2015

através de 15 subprojetos, onde os cursos de licenciatura contemplados foram: Ciências

Naturais – Biologia, Ciências Naturais – Física, Ciências Naturais – Química (2),

Educação Física (2), Geografia, Letras (Língua Portuguesa) (2), Matemática (2), Música,

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Pedagogia(3). Um dos subprojetos em questão é o de Licenciatura em Matemática

executado no Campus XVII da UEPA.

No Campus XVII, localizado na cidade de Vigia de Nazaré (UEPA-VIGIA), executamos o

subprojeto PIBID de Licenciatura em Matemática intitulado Instrumentos Matemáticos

para Aplicações no Cotidiano e na Tecnologia (PIBID-VIGIA). O mesmo tem como meta

estimular os futuros professores a utilizar, construir e vivenciar, práticas pedagógicas que

apontem para a interdisciplinaridade, ligadas ao dia a dia do aluno, sempre que possível.

O subprojeto foi aplicado aos acadêmicos do Curso de Licenciatura em Matemática, e

está sendo executado na UEPA-VIGIA desde o ano de 2014.

Com relação aos bolsistas, foram selecionados 20 (vinte) acadêmicos. Com o passar dos

meses, houve também a participação de acadêmicos voluntários, que posteriormente

vieram a ser bolsistas. Foram selecionados quatro professores supervisores, dois para

cada uma das escolas públicas participantes.

As duas escolas participantes do subprojeto foram a "E. E. E. F. M. Presidente Kennedy"

e " E. E. E. M. Bertoldo Nunes ". Nestas escolas, houve a contemplação, por modos

diretos ou indiretos, de 707 alunos no ano de 2014 e 655 alunos no ano de 2015. As

participações dos acadêmicos nas escolas ocorriam nos turnos da tarde e noite, com

eventuais participações no turno da manhã.

A problemática usada para a execução do subprojeto é baseada na comum falta de

aplicações práticas vivenciada pelo ensino de matemática nas escolas públicas. No

ensino da educação básica, os professores de matemática normalmente apresentam um

problema comum: a dificuldade para levar o aluno a entender conteúdos extremamente

ligados à fórmulas e abstração excessiva. Neste sentido, o uso de material didático

manipulável e/ou abordagem interdisciplinar é uma excelente alternativa para o professor

se esquivar da abstração e tradicionalismo no ensino de matemática. Neste sentido, este

subprojeto tem como principal objetivo estimular os futuros professores a utilizar, construir

e vivenciar, práticas pedagógicas interdisciplinares, ou que façam uso de material didático

manipulável, preferencialmente ligados ao dia a dia do aluno.

4. Estratégias Pedagógicas para o Ensino de Matemática

Durante sua formação acadêmica, o professor adquire conhecimentos e experiências que

caracterizarão sua atuação profissional. Sobre a identidade profissional, NÓVOA et al

(2013) afirma que

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É construída sobre saberes científicos e pedagógicos como sobrereferências de ordem ética e deontológica. É uma construção que tem amarca das experiências feitas, das opções tomadas, das práticasdesenvolvidas, das continuidades e descontinuidades, quer ao nível dasrepresentações quer ao nível do trabalho concreto.

Em relação ao ensino de matemática em particular há uma grande preocupação,

principalmente por parte dos profissionais da educação, para o incentivo de um ensino

com significado para o aluno. Segundo Dante (1991):

É possível por meio da resolução de problemas desenvolver no alunoiniciativa, espírito explorador, criatividade, independência e a habilidadede elaborar um raciocínio lógico e fazer uso inteligente e eficaz dosrecursos disponíveis, para que ele possa propor boas soluções àsquestões que surgem em seu dia a dia, na escola ou fora dela.

Neste sentido, o PIBID atua como construtor da formação do futuro professor. Esta

formação profissional no PIBID-VIGIA, busca incentivar o ensino de uma matemática que

tenha significado em nossas vidas, em especial, na vida do aluno. Defende-se o estudo,

sempre que possível, de uma matemática útil e palpável.

Muitos conteúdos matemáticos do ensino básico apresentam potencial para serem

abordados através de aplicações presentes no dia a dia do aluno. O trabalho com

metodologias de ensino baseadas no uso da interdisciplinaridade e do material palpável,

é uma ótima proposta para a aproximação entre a matemática da sala de aula e a

matemática presente no cotidiano do aluno. Em aplicações mais específicas como a da

parábola (gráfico da função do 2° grau) ou a do parabolóide, Strogatz (2013, p. 78) cita

que:

Curvas e superfícies parabólicas têm impressionante poder de foco:cada um é capaz de receber ondas paralelas e focá-las num único ponto.Essa característica geométrica é muito útil em situações nas quais ondasde luz, som ou outros sinais precisam ser amplificadas (…) Antenasparabólicas podem amplificar ondas de rádio da mesma maneira, porisso as antenas de televisão por satélite e os telescópios astronômicosgigantescos têm formas curvas.

Um dos materiais didáticos manipuláveis e interdisciplinares, construídos e utilizados

neste subprojeto PIBID-VIGIA, chama-se forno solar. Este instrumento faz uso das

propriedades físicas utilizadas nas antenas parabólicas, e que está muito presente no

cotidiano dos alunos do interior do Estado, onde os sinais de TV tem baixa intensidade.

Em muitas situações, a grande dificuldade do aluno para o entendimento do conteúdo

estudado em matemática é o excesso de abstração com pouca manipulação.

Normalmente, são dadas poucas oportunidades para que o aluno possa fazer a relação

entre o concreto e o abstrato, e para que possa fugir da posição de mero espectador.

Segundo Lorenzato (2006), “palavras não alcançam o mesmo efeito que conseguem os

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objetos ou imagens, estáticos ou em movimento. Palavras auxiliam, mas não são

suficientes para ensinar” (p. 17).

No sentido aqui apresentado, o subprojeto PIBID-VIGIA foi elaborado e executado, com

ótimos resultados e perspectivas futuras. A seção seguinte trás mais detalhes referentes

aos resultados alcançados.

5. Resultados

Os resultados do projeto aqui apresentado podem ser verificados em termos de

metodologias de ensino aplicadas pelos acadêmicos, elaboração e produção de material

didático, exposições apresentadas nas escolas e no campus, elaboração e execução de

aulas que usam metodologias de ensino propostas pelo projeto.

Uma das primeiras etapas do subprojeto foi a elaboração/construção de materiais

didáticos (construídos com material de baixo custo), e apresentação/solução de

problemas matemáticos presentes no cotidiano. Os resultados foram apresentados no

campus neste primeiro momento, basicamente para os participantes do subprojeto. A

principal intenção foi despertar nos acadêmicos e supervisores, o incentivo à

produção/utilização de materiais didáticos e metodologias de ensino, inovadores e

interdisciplinares, com aplicações no cotidiano. A Imagem 1 apresenta registros desta

etapa.

Após esta etapa inicial, nossos esforços foram concentrados para a "1ª Exposição de

Matemática na escola Presidente Kennedy", apresentada no início do segundo semestre

de 2014. Foram elaborados stands que tratavam de aplicações matemáticas, vistas de

modo prático e lúdico. Os temas apresentados foram: Parabolóide e suas Aplicações;

Teoria de Arquimedes e Cálculo de Volumes; Desafios Matemáticos; Cálculo de Alturas

de Forma Indireta; Cálculo de Distâncias Inacessíveis. A Imagem 2 apresenta registros

desta etapa.

Na sequência, usamos os stands para novas exposições, feitas na Escola Bertoldo

Nunes (Novembro de 2014) e no campus da UEPA (Janeiro e Fevereiro de 2015). A cada

nova exposição, tentávamos melhorar alguma metodologia para ensino e/ou acrescentar

conteúdos matemáticos e materiais didáticos. O Quadro 1 apresenta um cronograma

resumido com datas e locais dos eventos realizados. A Imagem 3 apresenta registros

destas etapas.

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LOCAL DO EVENTO MÊS PÚBLICO ALVO

Escola Presidente Kennedy. Agosto/2014 Alunos do ensino fundamental e

médio.Escola Bertoldo Nunes. Novembro/2014 Alunos do ensino Médio.UEPA - Campus XVII Janeiro/2015 Plano Nacional de Formação de

Professores– PARFOR.UEPA - Campus XVII Fevereiro/2015 Calouros de Geografia e

Pedagogia.Escola Presidente Kennedy. Novembro/2015 Alunos do ensino fundamental e

médio.Escola Bertoldo Nunes. Novembro/2015 Alunos do ensino médio.Quadro 1: Cronograma dos eventos realizados ou incentivados pelo subprojeto PIBID-VIGIA.

Em setembro de 2015 o PIBID-UEPA promoveu o "I Encontro de Iniciação à Docência

PIBID-UEPA". Foram apresentados resultados de todos os subprojetos, incluindo o nosso

do PIBID-VIGIA. Tivemos a presença de todos os cursos participantes do PIBID-UEPA,

de todo o estado do Pará. A Imagem 4 apresentam registros desta etapa.

No mês de Novembro/2015, nos dedicamos a promover dois eventos nas escolas. Na

Escola Presidente Kennedy, ajudamos a promover a "1ª Feira de Ciências da Escola

Presidente Kennedy", onde a escola foi mobilizada para a apresentação de experimentos

científicos e aplicações matemáticas, com apresentações feitas pelos próprios alunos,

sob orientação dos professores das disciplinas, e dos acadêmicos do PIBID-VIGIA. Na

Escola Bertoldo Nunes, promovemos a "1ª Exposição de Matemática do PIBID", onde, de

modo semelhante ao ocorrido na escola anterior, os acadêmicos orientaram os alunos do

3º ano do ensino médio a prepararem experimentos e jogos, com aplicações do conteúdo

Análise Combinatória. Em ambos os casos, as exposições foram apresentadas para todo

o público escolar, nos turnos da manhã e tarde. A Imagem 5 apresenta registros desta

etapa.

Finalizamos a exposição de resultados abordando a atuação dos acadêmicos em sala de

aula. Com incentivo do subprojeto, os professores supervisores das escolas puderam

planejar aulas que fizessem uso do material didático construído, com abordagens feitas

dentro e fora de sala de aula. Dentre os principais conteúdos matemáticos estudados

citamos: Trigonometria, usando-se do Teodolito; e Geometria Espacial, com o uso de

sólidos construídos com papel cartão. A Imagem 6 apresenta registros destas etapas.

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6. Considerações Finais

A atuação do PIBID-UEPA tem grande relevância para os processos de ensino-

aprendizagem e formação do professor, além de aspectos particulares em relação ao

PIBID-VIGIA. São muitos os aspectos positivos a serem ressaltados, que vão desde a

formação do futuro professor até a aproximação entre universidade e escola. Dentre os

aspectos positivos, podemos destacar: o "I Encontro de Iniciação à Docência PIBID-

UEPA", o aspecto inovador das metodologias de ensino, as produções bibliográficas, e os

impactos na formação do professor.

Em relação ao PIBID-UEPA destaca-se o grande empenho por parte de todos os

participantes (coordenadores institucional e de gestão, coordenadores de subprojeto,

funcionários dos campus, professores supervisores, acadêmicos). Os resultados deste

empenho puderam ser verificados no I Encontro PIBID-UEPA, onde bolsistas de todo o

Estado do Pará apresentaram seus resultados através de mesas redondas,

comunicações orais e pôsteres.

Em relação ao PIBID-VIGIA, podemos destacar o grande empenho por parte dos

bolsistas e voluntários. A elaboração e produção de material didático, e também de

estratégias de ensino, tiveram resultados ótimos. Os mesmos puderam ser utilizados nas

escolas tanto em sala de aula, quanto em exposições apresentadas nas próprias escolas.

Dentre as produções acadêmicas e bibliográficas podemos destacar: produção de artigos

submetidos para eventos extensionistas, com apresentações em forma de comunicação

oral ou pôster; mini-cursos, oficinas e exposições apresentados nos campi da UEPA; e as

produções de TCC.

Nossas ações tiveram grandes impactos na formação de professores, tanto inicial quanto

continuada, e nas escolas participantes. Os acadêmicos puderam por em prática teorias

pedagógicas de incentivo ao uso de material didático e de metodologias de ensino

inovadores. Na educação básica, os professores supervisores tiveram oportunidade de

concretizar uma formação continuada, com a oportunidade de vivenciar aplicações de

metodologias educacionais ainda recentes ou pouco incentivadas, pelo fato de serem

apresentadas por futuros professores. Nas escolas, houveram grandes mobilizações

ocorridas em função das exposições, promovidas ou auxiliadas pelos bolsistas do PIBID.

Algumas das ações previstas no subprojeto infelizmente não foram concretizadas. Uma

delas foi a implementação/ampliação, nas escolas contempladas pelo subprojeto, de um

laboratório de matemática/multidisciplinar, pois o campus da UEPA-VIGIA não apresenta

espaço físico disponível. Os materiais didáticos produzidos pelos acadêmicos permitiam

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o equipamento de um espaço escolar voltado para a experimentação científica e o

aprendizado com materiais de ensino manipulável. Apesar do espaço físico existir, o

mesmo não pôde ser usado neste aspecto, pois estava sendo usado para

armazenamento de outros materiais.

De modo geral, nossas ações tiveram resultados excelentes, com impactos positivos para

e escola e a universidade, e para a formação de acadêmicos e professores envolvidos.

Vale ressaltar que a grande vontade dos bolsistas em agir para a execução de um projeto

que valoriza a ação do docente, ficou evidente em momentos em que a falta de verbas

para tornar real nossos objetivos não foi o suficiente para a interrupção de nossas

atividades. Mesmo contando com pouco mais do que nossas bolsas de estudos em

alguns momentos (por conta de cortes de verbas governamentais para a educação),

pudemos alcançar objetivos tão grandiosos quanto pudemos imaginar.

7. Referências

BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional: Lei nº 9.394, de 20 dedezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. – 11.ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2015. – (Série legislação; n.159). Acesso em 22/11/2015. Disponível em http://www2.camara.leg.br/documentos-e-pesquisa/publicacoes/edicoes/paginas-individuais-dos-livros/lei-de-diretrizes-e-bases-da-educacao-nacional

BRASIL. RESOLUÇÃO Nº 2, DE 1º DE JULHO DE 2015. Diretrizes CurricularesNacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos deformação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para aformação continuada. – Brasília: MEC – Conselho Nacional de Educação. Acesso em18/11/2015. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=17719-res-cne-cp-002-03072015&category_slug=julho-2015-pdf&Itemid=30192

DANTE, L. R. Didática da resolução de problemas de matemática. 2. ed. São Paulo:Ática, 1991.

GATTI, Bernadete. Formação de Professores no Brasil: características e problemas.Educ. Soc., Campinas, v. 31, n. 113, p. 1355-1379, out.-dez. 2010 1377. Disponívelem < http://www.scielo.br/pdf/es/v31n113/16.pdf> pesquisado em 10 de janeiro de2016.

GATTI, Bernardete Angelina; BARRETO, Elba Siqueira de Sá; ANDRÉ, Marli ElizaDalmazo de Afonso. Políticas docentes no Brasil: um estado da arte. Brasília:UNESCO, 2011.

LORENZATO, Sérgio. Para aprender matemática. Campinas: Autores Associados.2006.

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NÓVOA. Antonio. Vida de Professores. 2ª Ed. Porto: Porto Editora, 2013.

STROGATZ, Steven H. A matemática do dia a dia: transforme o medo de númerosem ações eficazes para a sua vida. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

TARDIF, Maurice; LESSARD, Claude. O trabalho docente: elementos para uma teoriada docência como profissão de interações humanas. 7ª ed. – Petrópolis, RJ: Vozes,2012.

8. Anexos

Imagem 1: Acadêmicos na fase inicial do subprojeto. Elaboração, confecção e utilizaçãode material didático para o ensino de matemática.

Imagem 2: Registros da "1ª Exposição de Matemática na escola Presidente Kennedy".Interação entre bolsistas e alunos durante a Exposição.

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Imagem 3: Registros das Exposições do PIBID na UEPA-VIGIA. Apresentação detrabalhos durante a Semana Acadêmica e PARFOR.

Imagem 4: Apresentação de trabalhos durante o "I Encontro de Iniciação à DocênciaPIBID-UEPA", realizado no campus da capital.

Imagem 5: Participação dos bolsistas em eventos nas escolas. "1ª Exposição deMatemática do PIBID" na Escola Bertoldo Nunes. "1ª Feira de Ciências da EscolaPresidente Kennedy".

Imagem 6: Atuação dos bolsistas durante as aulas de matemática nas escolas.