a experiência dos programa de educação ambiental do dnit
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7/30/2019 A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
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Coordenao Geral do Meio AmbienteDiretoria de Planejamento e Pesquisa
Coleo Estrada verde Volume 1 | 2 Licenciamento e Gesto Ambiental de Obras de Infraestrutura de Transporte
A Experincia dos Programa deEducao Ambiental do DNIT
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7/30/2019 A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
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A Experincia dos Programa deEducao Ambiental do DNIT
Junho, 2013
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4 5A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
Presidente da Repblica
Dilma Vana Roussef
Ministro dos TransportesCsar Borges
Diretor Geral
Jorge Ernesto Pinto Fraxe
Diretor Executivo
Tarcsio Gomes de Freitas
Diretor de Infraestrutura Rodoviria
Roger da Silva Pgas
Diretor de Infraestrutura Aquaviria
Mrio Dirani
Diretor de Infraestrutura Ferroviria
Mrio Dirani
Organizao e Texto
Giordano Campos Bazzo
Cau Lima CanabarroRenata Ayres de Freitas
Projeto Grco
Regina Mello
Diretor de Administrao e Finanas
Paulo de Tarso Cancela Compolina de Oliveira
Diretor de Planejamento e Pesquisa
Jos Florentino Caixeta
Coordenadora Geral de Meio Ambiente
Aline Figueiredo Freitas Pimenta
Coordenador de Meio Ambiente Terrestre
Jlio Cesar Maia
Coordenador de Meio Ambiente Aquavirio
Georges Ibrahim Andraos Filho
www.genealogias.org
Sumrio
Apresentao
Os Limites e as Possibilidades de Articulao entre os Progra-
mas de Educao Ambiental e a Comunicao Social no Processo
de Gesto Ambiental
Estudos de caso: Boas Histrias para Contar
BR-116/392 | Educao Ambiental no Processo de Licencia-
mento: Uma experincia na Gesto Ambiental nas Obras de Dupli-
cao na BR-116/392
BR-448 | O Programa de Educao Ambiental da BR-448: Arte-
Educao Com Os Diversos Atores Sociais
BR-158 | Educao Ambiental para Populao LIindeira e
Produtores Rurais
BR-386 | Educao Ambiental no Ambiente Escolar: a con-
tribuio da Gesto Ambiental da BR-386 na formao de educa-
dores e estudantes
BR-101 Sul | Educao Ambiental: Aes Pioneiras entre Op-
errios da BR-101 Sul SC e RS Departamento Nacional de Infraes-
trutura de Transportes DNIT
BR-230 | A Educao Ambiental nos Caminhos da BR-230: Tra-
jetrias Terico-Metodolgicas e Perspectivas
BR-135 | Workshop de Elaborao e Gerenciamento de Proje-
tos para Gestores Pblicos nos municpios diretamente afetados
pelo Empreendimento Rodovirio na BR-135
BR-101 NE | Capacitao continuada de trabalhadores em te-mas Ambientais: BR-101 NE
BR-060 | Campanha Meu Cerrado - Todos contra as Queima-
das: Estudo de caso nos municpios de Rio Verde e Jata
BR-262 | Programa de Educao Ambiental BR-262/MS
Agradecimentos
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6 7A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
Apresentao
A realizao de Programas de Educao Ambiental (PEA) em empreendimentos de infraestrutura
rodoviria atende s determinaes da legislao brasileira, especicamente Poltica Nacional
de Educao Ambiental, Lei 9.795 de 1999, que em seu decreto de regulamentao, 4.281 de
2002, o qual arma que as atividades de licenciamento devem implementar e manter, sem prejuzo
de outras aes, programas de educao ambiental. Nesse sentido, o DNIT vem implementando
sistematicamente PEAs em todos os seus empreendimentos rodovirios.
Tendo em vista que a realizao de obras rodovirias causam signicativas alteraes ao
ambiente onde esto inseridas, incluindo as comunidades lindeiras, diretamente afetadas pelo
empreendimento, as atividades de educao ambiental adquirem um papel estratgico para o
fortalecimento desses grupos sociais impactados, no sentido de contribuir para que possam
assumir, de fo rma efetiva e qualicada, um papel protagonista no processo de gesto ambiental
pblica.
Entendendo o papel estratgico da educao ambiental no processo de enfrentamento dos
problemas ambientais contemporneos, bem como para uma maior efetividade do processo de
gesto ambiental, a CGMAB/DNIT promoveu no ano de 2012, o I Workshop de Educao Ambiental
em Empreendimentos Rodovirios, do qual participaram os integrantes dos PEAs e tambm
palestrantes do IBAMA e da academia. A iniciativa visa uma aproximao das aes de educao
ambiental desenvolvidas pelo DNIT com as diretrizes do IBAMA para as atividades na rea. Tendo
em vista que o rgo vem desenvolvendo uma proposta de educao ambiental no licenciamento
que tem como foco garantir a participao dos grupos sociais afetados no processo de uso de
apropriao dos recursos ambientais. Essa proposta conhecida como Educao Para a Gesto
Ambiental Pblica, a qual vem sendo elaborada desde 1997. O objetivo criar um padro de
qualidade para os PEAs dialogando construtivamente com as polticas pblicas na rea e tambm
com as orientaes do rgo licenciador.
No esteio dos objetivos empreendidos no workshop, apresentamos esta publicao sobre
Educao Ambiental na Gesto Ambiental de Empreendimentos Rodovirios, a qual busca
materializar as diversas experincias dos PEAs desenvolvidos pelo DNIT atravs de estudos de
caso e abordagens realizadas pelos sujeitos responsveis pela execuo de cada programa. Soma-
se a isso artigos que objetivam reetir sobre aspectos relevantes do processo de implementao
dos PEAs em obras rodovirias, os quais contribuem para a problematizao e aprofundamento
da discusso no campo da educao ambiental no licenciamento rodovirio.
Sabemos que as discusses e experincias no mbito da educao ambiental no contexto
do licenciamento so recentes em nosso pas, em se tratando de licenciamento de obras de
infraestrutura rodovirias, as aes desenvolvidas pelo DNIT podem ser consideradas pioneiras.
Nesse sentido, diante da escassez de publicaes acerca do tema, pretendemos com este trabalho
contribuir para que os sujeitos que buscam uma insero na rea, voltados para empreendimentos
rodovirios, possam se apropriar das experincias aqui documentadas para desenvolver suas
atividades e reexes acerca do tema em questo.
Ao realizar essas atividades ocorre um duplo movimento, parte voltado internamente ao
conceito e ao do Departamento, buscando permanentemente aprimorar e qualicar as prticas
aplicadas nos Programas de Educao Ambiental no mbito dos empreendimentos rodovirios
sob responsabilidade do DNIT. E, por outro lado, visa apresentar para o conjunto dos educadores
ambientais, dos gestores pblicos e da sociedade em geral, a experincia desenvolvida pelo
rgo, no sentido de contribuir para a consolidao de um padro de desenvolvimento de aes
de educao ambiental no licenciamento de obras rodovirias, o qual esteja em consonncia com
os desaos ambientais colocados para a nossa civilizao e adequado s exigncias estabelecidas
pela legislao ambiental brasileira.
Boa Leitura,
Aline Figueiredo Freitas Pimenta
Coordenadora Geral de Meio Ambiente
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8 9A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
Os Limites e as Possibilidades de Articulao entre osProgramas de Educao Ambiental e Comunicao Socialno Processo de Gesto Ambiental Pblica
Cau Lima Canabarro*
*Historiador, Mestre e doutorando em Educao Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG); Coordenador dosProgramas de Educao Ambiental e Comunicao Social na Gesto Ambiental das obras de duplicao da BR-116/392.
Introduo
A discusso sobre a relao entre a Educao Ambiental e a Comunicao Social vem
ocupando um espao de destaque para quem pensa/pratica aes educativas e comunicativas
no mbito da gesto ambiental pblica. Essa questo emerge com relevncia, pois no contexto
do licenciamento, os Programas de Educao Ambiental (PEA) e de Comunicao Social (PCS),
constituindo condicionantes das licenas ambientais, so estruturados e desenvolvidos de forma
articulada. Nesse sentido, este texto se prope a problematizar as possibilidades e os limites da
interface entre ambos os programas no espao especco da gesto ambiental pblica. Partimosdo enfoque da educao ambiental, tendo como referncia o marco legal para as aes que
articulam os campos, a literatura especializada na rea e a experincia concreta de aes Educao
Ambiental e Comunicao Social no contexto de medidas mitigadoras e compensatrias.
Em um primeiro momento, buscamos contextualizar a Educao Ambiental no processo mais
amplo do licenciamento como uma ferramenta de gesto ambiental pblica. Partindo do referencial
legal que normatiza e estrutura o licenciamento, para assim introduzir a Educao Ambiental em
seu contexto. Em nosso entendimento, a compreenso desse contexto fundamental para o
desenvolvimento das aes de Educao Ambiental na gesto ambiental pblica, pois esta tem
como ponto de partida os impactos ambientais e, especicamente, as comunidades afetadas por
eles, para estruturao de suas aes. Assim, tomamos como referncia que o entendimento da
dinmica processual do licenciamento ambiental em todas as suas fases faz-se necessrio para a
elaborao e execuo dos Programas de Educao Ambiental no contexto da gesto ambiental
pblica.
Na sequncia logramos apresentar como compreendemos o espao da Educao Ambiental no
contexto da gesto ambiental pblica, suas diretrizes, o marco legal para a realizao da mesma,
dialogando com a produo terica que busca problematizar esses espaos a partir de reexes
sobre aes concretas nesse mbito. Nesse sentido, tomamos como referncia o conceito de
Educao Para a Gesto Ambiental Pblica, a qual vem sendo construda por iniciativa do IBAMA
desde 1997, mais especicamente no interior da extinta Coordenao Geral de Educao Ambiental
do rgo (CGEAM). O ponto de partida dessa compreenso o de que a Educao Ambiental
no contexto da gesto ambiental se constitui como um espao onde se estruturam prticas de
ensino/aprendizado, o qual deve se construdo de forma dialgica com os sujeitos nele envolvidos
e que tem como objetivo proporcionar condies para que as comunidades de forma geral possam
intervir de forma qualicada nas decises sobre o uso e a apropriao do ambiente onde esto
inseridos.
Tendo discorrido acerca da Educao Ambiental no processo de licenciamento, partimos neste
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momento para problematizar a relao existente entre as aes deste campo com a prtica da
Comunicao Social como medida mitigadora e compensatria no espao da Gesto Ambiental
Pblica. Destacamos que nossa abordagem parte da intrnsica relao estabelecida entre esses dois
campos na prtica concreta desenvolvida no mbito do licenciamento, especicamente na gesto
ambiental de empreendimentos rodovirios, espao onde desenvolvemos nossa prtica e tambm
o foco desta publicao. Chamamos a ateno tambm que, nossa proposta de abordagem tem
como referncia o olhar da Educao Ambiental acerca dessa relao.
Educao Ambiental no contexto do Licencimaneto
Para uma insero no signicado da Educao Ambiental desenvolvida no mbito da gesto
ambiental faz-se necessrio entender o contexto onde essa modalidade da educao se desenvolve.
Qual seja o espao do licenciamento ambiental, sendo este ltimo um instrumento de gesto
ambiental pblica que tem a prerrogativa de autorizar e regular a utilizao dos bens ambientais
(ANELLO, 2009).
O que pretendemos neste momento apresentar, brevemente, o processo de licenciamento a
partir da perspectiva da Educao Ambiental. Nesse sentido, segundo Anello (2006), o centro da
discusso do licenciamento ambiental a avaliao de impacto ambiental, a partir da qual se dene
as medidas mitigadoras e compensatrias a serem desenvolvidas durante a vigncia da licena.
Sendo assim, ao se inserir no licenciamento, a Educao Ambiental passa a ser compreendida no
contexto de medidas mitigadoras e compensatrias. Desta forma, a denio de impacto ambiental
passa a ser uma constante nas aes de Educao Ambiental nesses espaos. Esta denio
encontra-se na Resoluo CONAMA 01/1986, que estabelece regras para o licenciamento ambiental:
Artigo 1 - Para efeito desta Resoluo, considera-se impacto ambiental qualquer alterao das
propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de
matria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I - a sade, a segurana e o bem-estar da populao;
II - as atividades sociais e econmicas;
III - a biota;
IV - as condies estticas e sanitrias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.
Notamos que a denio acima engloba os meios fsico, biolgico e social, sendo que o
licenciamento deve contemplar medidas mitigadoras e compensatrias para as comunidades
impactadas pelos empreendimentos licenciados. Nesse sentido, destacamos que os impactos
ambientais inerentes s comunidades se contextualizam a partir de conitos de uso e ocupao
das reas estabelecidas para a implantao dos empreendimentos. A Educao Ambiental atua
com foco na mediao desses conitos.
Entretanto, de acordo com Serro, Walter e Vicente (2009) ao reetir sobre o papel do
Estado, como responsvel exclusivo pelo licenciamento e respectiva gesto ambiental:
Ao determinar essa distribuio espacial de grandes obras e empreendimentos, grande parcela
da populao passa a conviver com os impactos socioambientais que tais empreendimentos
causam. Quando se decide que certo empreendimento pode ser instalado em uma determinada
regio, os tcnicos responsveis por essa tomada de deciso estaro impondo um determinado
grau de risco quelas populaes que l residem. So os tcnicos, baseados em um conhecimentoperito, que decidem se aquele risco aceitvel ou no. Contudo, os grupos sociais que estaro
sujeitos aos impactos e riscos que ali se instalaro no participam, de fato, da deciso a respeito da
localizao do empreendimento. O poder da deciso est na mo do Estado (SERRO, WALTER,
VICENTE, 2009).
A armao acima denota uma contradio inerente ao processo de licenciamento, o qual est
elaborado na discusso realizada por Anello (2009) na denio do papel da Educao Ambiental
no pr e no ps-licena. Segundo a autora referida o licenciamento se caracteriza como um
processo tcnico e administrativo onde o Estado emite uma permisso para os empreendedores
impactar o ambiente, mediante um conjunto de condies e restries estruturadas em programas
ambientais e aes que objetivem mitigar, gerenciar, controlar e compensar tais impactos. Tal
responsabilizao agrega ao custo do empreendimento a varivel ambiental, at ento, no
contabilizada (ANELLO, 2009, 85). Contudo, a tomada de deciso acerca das medidas a serem
adotadas no processo de gesto ambiental, bem como a aceitabilidade ou no da instalao de
determinado empreendimento e suas distribuio espacial so denidos no mbito de anlises
proferidas por tcnicos, baseados em um saber perito, sendo que os grupos sociais que esto
sujeitos aos riscos e impactos com a instalao desses empreendimentos no participam
efetivamente das decises acerca da localizao e viabilidade do empreendimento (SERRO,
WALTER, VICENTE, 2009, 107).
nesse espao que se insere a Educao Ambiental no processo de gesto ambiental
pblica. Pois, levando em considerao as etapas que estruturam o licenciamento, de acordo com
a Resoluo CONAMA 237/97, se constituindo de Licena Prvia LP, Licena de Instalao
LI e Licena de Operao LO, podemos inferir que o processo de licenciamento possui dois
momentos distintos e fundamentais para a realizao de aes de Educao Ambiental, o Pr
e o Ps licena (ANELLO, 2009, 89). Segundo a autora, a pr-licena o momento onde se
elaboram os estudos ambientais, que de acordo com a dimenso do empreendimento podem se
caracterizar em um Estudo de Impacto Ambiental EIA/RIMA, ou estudos ambientais de carter
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12 13A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
mais simples, como Relatrio Ambiental Simplicado ou Relatrio de Controle Ambiental, seguindo
as determinaes Resoluo do CONAMA 01/86. Nessa etapa, onde produzido o diagnstico
no qual o rgo ambiental se baseia para realizar a avaliao do impacto ambiental, o momento
onde a participao dos grupos sociais afetados torna-se fundamental, para que os mesmos
possam incidir na denio dos reais impactos e tambm auxiliar na denio das medidas de
manejo desses impactos.
Pode-se armar, ento, que o processo de obteno da LP, estabelece as condies para que
se instaure um processo educativo a partir de prticas sociais que integram a preparao de
audincias pblicas e de realizao do diagnstico ambiental. Ou seja, a elaborao dos estudos,da avaliao de impacto, a discusso na sociedade e a emisso da licena se constituem em um
processo em si e em um marco inicial para o de gesto ambiental do empreendimento (ANELLO,
2009, 90).
Entretanto, mesmo que a legislao determine que os processos de licenciamento ambiental
devem contemplar, conforme estabelecido nas resolues 01/86 e 09/87 do CONAMA, a realizao
de audincias pblicas antes da emisso da licena para a instalao dos empreendimentos, na
prtica esses espaos so meramente consultivos, com limitao de tempo para a discusso dos
impactos e exposio de dvidas da populao, onde no se decide nada. Sendo que as denies
acerca das medidas ambientais a serem adotadas ocorrem a posteriori, restritas a tcnicos dos
rgos licenciadores (SERRO, WALTER, VICENTE, 2009).
A etapa seguinte LP, com a emisso da LI, inicia-se o ps-licena, perodo em que o
empreendimento tem a aprovao para realizar intervenes no ambiente. Em sua maioria, os
programas de Educao Ambiental e tambm de Comunicao Social iniciam suas atividades
nesse momento do processo de licenciamento. Segundo Anello (2009) durante o a implantao
do empreendimento que os conitos se agravam, fazendo-se necessrio medidas mediadoras, que
competem especicamente a ao dos programas ambientais direcionados para as comunidades
afetadas, sendo que a eccia desses programas depende diretamente da qualidade dos estudos
e das prticas sociais no perodo da pr-licena. nesse contexto que est inserido o PEA, o
qual, tem como foco inicial a minimizao dos riscos e impactos da atividade de implantao dos
empreendimentos sobre os grupos sociais impactados. Alm disso, as aes do programa devem
proporcionar as condies para a produo e aquisio de saberes e habilidades que contribuam
para a participao individual e coletiva na gesto e preservao do ambiente (SERRO, WALTER,
VICENTE, 2009).
Os Fundamentos da Educao Ambiental no Contexto daGesto Ambiental Pblica
A Educao Ambiental tem sua origem vinculada a um contexto histrico de crise do modelo
civilizatrio ocidental, cronologicamente situado na dcada de 60 do sculo XX. Nesse perodo
emergem os movimentos ambientalista e ecolgico, onde se situa a prpria Educao Ambiental,
como a expresso de uma parcela da sociedade que desenvolve uma crtica radial ao padro
de sociedade urbano industrial, baseado na produo e no consumo como sinnimos de
desenvolvimento. Nesse sentido, a Educao Ambiental incorpora em sua problemtica, desdeseu aparecimento, uma crtica voltada para a organizao social e sua relao com o conjunto
do ambiente onde se desenvolvem as relaes dos seres humanos entre si e com a natureza
(CANABARRO, 2011). A problemtica ambiental, ento, emerge como produto das relaes sociais
historicamente constitudas e de seus desdobramentos.
Neste sentido, os seres humanos estabelecem relaes sociais e por meio delas atribuem
signicados natureza (econmico, esttico, sagrado, ldico, econmico-esttico etc.). Agindo
sobre ela (a natureza) instituem prticas e alterando suas propriedades garantem a reproduo
social de sua existncia. Estas relaes (dos seres humanos entre si e com o meio fsico-natural)
ocorrem nas diferentes esferas da vida societria (econmica, poltica, religiosa, cientca, jurdica,
afetiva, tnica, etc.) e assumem caractersticas especcas decorrentes do contexto social e histrico
onde acontecem (QUINTAS, 2004,117).
No processo de construo histrica da Educao Ambiental no Brasil surgem vertentes
e modalidades da mesma. No cabe aqui fazer uma explanao sobre as diferentes linhas de
abordagem acerca da questo ambiental que constituem o campo da Educao Ambiental, porm,
para tratar aqui do nosso tema, a Educao Para a Gesto Ambiental Pblica, indispensvel situ-
la brevemente no contexto dessa diversidade.
Partimos da premissa que a Educao Ambiental uma perspectiva que se insere na prpria
educao, sendo dinamizada no contexto das diferentes vertentes pedaggicas que compem
o campo educacional. Nesse sentido, entendemos que a Educao Ambiental desenvolvida no
contexto das medidas mitigadoras e compensatrias dialoga diretamente com a concepo de
educao desenvolvida no conceito da pedagogia libertadora, formulada por Paulo Freire. Essa
proposta parte do princpio de que o ato de conhecer est indissociado do ato de agir, tendo em
vista que a Educao Para a Gesto Ambiental Pblica busca fortalecer os sujeitos impactados
para uma interveno qualicada, coletiva e organizada no processo de uso e apropriao dos
bens naturais. (QUINTAS, 2009). Por outro lado, necessrio situar a proposta de educao na
gesto ambiental, acima exposta, no contexto das diferentes vertentes que constituem o campo da
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Educao Ambiental. Nesse sentido, partimos da seguinte compreenso:
A Educao Ambiental crtica um processo educativo eminentemente poltico, que visa
o desenvolvimento nos educandos de uma conscincia crtica acerca das instituies, atores e
fatores sociais geradores de riscos e respectivos conitos socioambientais. Busca uma estratgia
pedaggica do enfrentamento de tais conitos a partir de meios coletivos de exerccio da cidadania,
pautados na criao de demandas por polticas pblicas participativas conforme requer a gesto
ambiental democrtica (LAYRARGUES, 2002, 189).
A Educao Ambiental nesse contexto se dene como um processo de ensino-aprendizagem
que se estrutura no espao da gesto ambiental, tendo como premissa a participao dos sujeitosdo processo educativo na elaborao das aes a serem desenvolvidas, para que possa ocorrer
o controle social sobre as decises acerca do uso e apropriao dos recursos naturais. Assim, a
concepo de Educao Ambiental aqui presente se diferencia da chamada Educao Ambiental
convencional, que tem como elemento estruturante de suas prticas o funcionamento de processos
ecolgicos. Essa concepo da Educao Para a Gesto Ambiental Pblica est articulada com
as determinaes da Constituio Federal, que arma que cabe ao poder pblico e a coletividade
a defesa e a preservao do meio ambiente equilibrado, bem de uso comum e essencial sadia
qualidade de vida de todos os brasileiros.
Nesse sentido, a legislao arma que cabe ao poder pblico ordenar as prticas que ocasionam
alteraes aos ambientes nas diferentes esferas que o constituem, os meios fsico, biolgico e
social, sendo que esse trabalho de ordenamento se denomina de Gesto Ambiental Pblica. Esta
se dene como um processo de mediao de interesses e conitos, potenciais ou efetivos, de atores
sociais que agem sobre o meio ambiente. Contudo, sabemos que no Brasil, o poder de interferir
nessas decises est distribudo socialmente de forma assimtrica. Ou seja, alguns incidem mais
do que outros pela posio que ocupam na estrutura social, sendo que, em sua maioria, os grupos
sociais atingidos constituem a parcela da sociedade que tem menos poder de deciso acerca do
uso do ambiente onde desenvolve sua vida.
Portanto, a prtica da gesto ambiental no neutra. O Estado, ao assumir determinada postura
diante de um problema ambiental, est de fato denindo quem car, na sociedade e no pas, com
os custos, e quem car com os benefcios advindos da ao antrpica sobre o meio, seja ele
fsico, natural ou construdo (QUINTAS, 2002, 201).
Assim a Educao Para a Gesto Ambiental Pblica, tomando o espao da gesto como
elemento estruturante de sua prtica de ensino-aprendizado, deve ter como eixo vertebrador de
suas aes a articulao com a cidadania. Essa armao coloca como exigncia para os sujeitos
que atuam nesses espaos considerar a realidade social inerente a cada ambiente trabalhado e
tambm a explicao e problematizao dos diferentes conitos e confrontos que ocorrem nas
diversas esferas da sociedade, criando assim as condies para que os diferentes grupos sociais
possam intervir no processo de gesto ambiental.
A Educao Ambiental, para cumprir a sua nalidade, conforme denida na Constituio
Federal, na Lei 9.795/99, que institui a Poltica Nacional de Educao Ambiental e em seu
Decreto regulamentador (4.281/02), deve proporcionar as condies para o desenvolvimento das
capacidades necessrias; para que grupos sociais, em diferentes contextos socioambientais do
pas, exeram o controle social da gesto ambiental pblica (QUINTAS, 2004, 127).
Nesta perspectiva, a prtica da Educao Ambiental deve objetivar a compreenso e a busca da
superao das causas estruturais dos problemas ambientais atravs da potencializao das aes
coletivas organizadas. Assim, a Educao Ambiental deve pautar-se pela superao das posturas
acrticas e ingnuas, que em sua prtica reproduzem uma concepo pedaggica pautada pela
prescrio, a partir da qual a soluo dos problemas ambientais depende exclusivamente de uma
mudana de comportamento dos indivduos, como se cada um fazendo a sua parte fosse suciente
para enfrentar os desaos da problemtica ambiental vigente. Pelotas contrrio, a Educao Para a
Gesto Ambiental Pblica, referenciada na perspectiva crtica da Educao Ambiental, traz para sua
esfera a discusso acerca da problemtica e dos conitos existentes no tecido social, armando
que essa questo indissocivel da discusso acerca da crise ambiental contempornea e de
qualquer esforo no sentido de super-la.
A Interface entre os Campos da Educao Ambiental e Comu-nicao Social da Gesto Ambiental Pblica
A articulao entre a Educao Ambiental e atividades de Comunicao Social tem como
referencia legal o Programa Nacional de Educao Ambiental (ProNEA), o qual, referenciado
no Tratado de Educao Ambiental para Sociedades Sustentveis e Responsabilidade Global,
apresenta as diretrizes e os princpio orientadores das atividades de Educao Ambiental previstas
na legislao brasileira. Uma das linhas de ao do ProNEA versa sobre a Comunicao para
educao ambiental determinando a necessidade de produzir e disponibilizar de forma interativa e
dinmica as informaes acerca da Educao Ambiental.
Nesse sentido, no ano de 2005, o Departamento de Educao Ambiental do Ministrio do
Meio Ambiente (DEA/MMA), produziu uma publicao para orientar e subsidiar as aes de
comunicao no campo da Educao Ambiental, o documento denomina-se Educomunicao
socioambiental: comunicao popular e educao. O documento tem por objtivo Estimular e
difundir a comunicao popular participativa no campo da educao ambiental (MMA, 2008).
O documento aponta que a Comunicao no mbito das polticas pblicas deve pautar-se por
um compromisso com os processos de formao e participativos permanentes (MMA, 2008).
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Assim, a poltica de comunicao ambiental esta baseada nos princpios da democratizao, da
participao, da autonomia e da emancipao. Para tanto, o objetivo da ao comunicativa no
pode se limitar pela necessidade garantir o direito a informao, mas precisa ir alm, garantindo a
participao na elaborao dos processos comunicativos.
Nas assertivas acima podemos perceber o ponto de contato entre as atividades de Educao
Ambiental e de Comunicao Social neste espao, a necessidade de promover a participao
popular nos processo de gesto ambiental. Alm disso, o documento arma categoricamente
a necessidade diferenciar Comunicao na esfera da Educao Ambiental com marketing:
Educomunicao socioambiental diferente de Marketing institucional da Educao Ambiental,porque se constri no dilogo e na participao democrtica (MMA, 2008). Outro ponto
abordado a necessidade de diferenciao entre a Educomunicao socioambiental com
processos de monitoramento e interveno pontuais nos meios de comunicao e outras vezes
com a gesto e difuso da informao, da mesma forma como acontece com a comunicao
dominada pelo interesse comercial (MMA, 2008).
Essa denio dialoga diretamente com um outro aspecto da discusso acerca da Educao
Ambiental no processo de Gesto Ambiental Pblica, qual seja, a necessidade de diferenciar as
aes educativas e comunicativas no mbito do licenciamento, com atividades de Responsabilidade
Social, dos empreendedores ou das empresas consultoras que desenvolvem essas aes. De
acordo com Serro e Loureiro (2011) embora os PEAs se denam como direitos sociais, garantidos
pela lei, eles muitas vezes so confundidos pela sociedade como projetos de Responsabilidade
Social, ofertados voluntariamente atravs de uma poltica assistencialista do setor privado.
Situada em um campo poltico pedaggico oposto, a proposta de educao no processo de
gesto ambiental parte do princpio de que cabe ao Estado criar as condies para que o espao
da gesto ambiental seja um espao pblico, evitando que as decises tomadas privilegiem os
atores sociais com mais visibilidade e inuncia na sociedade e deixem de fora outros atores,
geralmente, os mais impactados negativamente (SERRO, LOUREIRO, 2011)
A aproximao entre o campo da comunicao popular e da educao ocorre, especicamente
na Amrica Latina, a partir das formulaes da pedagogia dialgica, compreendendo a comunicao
como um processo de relao entre os seres humanos, sendo que essa ferramenta indispensvel
para o desenvolvimento pleno do potencial humano. Nesse sentido destacamos a armao abaixo:
Ento, a comunicao no existe por si mesma, como algo separado da vida da sociedade.
Sociedade e comunicao so uma coisa s. No poderia existir comunicao sem sociedade,
nem sociedade sem comunicao. A comunicao no pode ser melhor que sua sociedade nem
esta melhor que sua comunicao. Cada sociedade tem a comunicao que merece (BORDENAVE,
1997,16-17).
Tendo como referncia o marco legal da Educao Ambiental, que arma a necessidade de
articulao entre os dois campos supracitados e as formulao no campo da comunicao popular
e sua relao com a educao, emerge como referncia para pensar as aes entre o campo da
Comunicao Social e Educao Ambiental o conceito de Educomunicao socioambiental:
Refere-se ao conjunto de aes e valores que correspondem dimenso pedaggica dos
processos comunicativos ambientais, marcados pelo dialogismo, pela participao e pelo
trabalho coletivo. A indissociabilidade entre questes sociais e ambientais no fazer-pensar dos
atos educativos e comunicativos ressaltada pelo termo socioambiental. A dimenso pedaggica,
nesse caso em particular, tem foco no como se gera os saberes e o que se aprende na produocultural, na interao social e com a natureza (MMA, 2008).
Como eixo articulado entre as duas reas do conhecimento e ao aqui tratadas, temos como
base terico-metodolgica o conceito de Educomunicao, o qual, segundo o documento acima
citado, aproxima os campos da Comunicao e Educao Ambiental. Segundo Soares (2009) a
Educomunicao emerge como um novo campo do conhecimento, o qual se encontra em processo
de consolidao. Assim, buscamos denir quais os princpios bsicos desse campo, para subsidiar
a discusso que estamos realizando neste trabalho.
Denimos, assim, a Educomunicao como o conjunto de aes inerentes ao planejamento,
implementao e avaliao de processos, programas e produtos destinados a criar e a fortalecer
ecossistemas comunicativos em espaos educativos presenciais ou virtuais, assim como a melhorar
o coeciente comunicativo das aes educativas, incluindo ao uso dos recursos da informao no
processo de aprendizagem (SOARES, 2002, 24).
Entendemos a Educomunicao como espao de construo da autonomia da palavra, o que
signica a superao das formas comunicativas estruturadas para a manuteno e legitimao da
ordem social estabelecida a partir da modernidade, qual seja, o liberalismo e o industrialismo como
paradigma econmico, social e cultural.
A questo que se coloca para quem pensa a relao entre esses dois campos e para quem
atua no exerccio da Educao Ambiental e Comunicao Social no contexto do licenciamento,
como o caso dos empreendimentos de infraestrutura rodoviria, onde os PEAs e PCSs esto em
estreita relao no processo de Gesto Ambiental, de como denir essa interface, para ento
poder estabelecer as diretrizes que embasam a articulao entre as duas reas. Nesse sentido,
necessrio responder ao seguinte questionamento: Essa interelao signica a congurao de
um novo campo ou uma mera interface entre duas reas tradicionalmente denidas?
Segundo Soares (2000) o que dene a instituio desse novo campo justamente a relao
que se estabelece, reetindo o movimento de busca pela superao das formas tradicionais do
agir e pensar tanto no campo especco da educao como o da comunicao. Nesse sentido,
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18 19A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
a hiptese central para esse questionamento a de que a Educomunicao se dene como um
campo de interveno social, a que denominamos de inter-relao comunicao/educao.
No contexto da Gesto Ambiental Pblica, podemos inferir que a denio da relao entre as
duas reas tambm se dene a partir da constatao da existncia desse espao de interao.
Ou seja, no emerge como uma formulao meramente conceitual, mas sim como uma relao
concreta, a qual nos coloca o desao de reetir sobre os limites e as possibilidades dessa interface
j em movimento. Temos a um elemento de coeso, pois, se pensamos a Educao para a Gesto
Ambiental Pblica, ela antes um espao de interveno constitudo, o qual estrutura a organizao
das atividades pedaggicas nele desenvolvidas e que a partir desse espao vem se produzindo
um conjunto de reexes terico/prticas que buscam o aperfeioamento e qualicao desses
espaos para o avano das discusses no campo da Educao Ambiental.
Consideraes Finais
Partimos da constatao de que a articulao entre os PEAs e PCSs vem se constituindo
como uma realidade para quem atua no mbito da Gesto Ambiental Pblica, sendo que os dois
programas se inserem no contexto de medidas mitigadoras e compensatrias, voltados para as
comunidades afetadas por empreendimentos licenciados. Partindo dessa realidade, o desao
colocado o de criar referncias terico-metodolgicas para a estruturao e desenvolvimento de
aes na interface dos dois campos no sentido de atender as especicaes da legislao brasileira
sobre o tema e tambm as diretrizes estabelecidas para a realizao de atividades voltadas para as
comunidades no mbito da gesto ambiental.
Sabemos que a Educao Ambiental no processo de gesto ambiental tem sua relevncia
denida como uma ferramenta estratgica para proporcionar a automia dos grupos sociais
impactados, atravs da participao e democratizao acerca das denies de uso e apropriao
dos recursos naturais. Nesse sentido, a Comunicao Social no contexto do licenciamento devedialogar e pautar-se pela necessidade de somar esforos para criar as condies para que essa
participao possa se efetivar.
No entanto necessrio frisar que os dois programas no podem ser confundidos, como
sendo a mesma coisa. So programas que atuam de forma integrada, pois se complementam e se
potencializam, pois tratam dos mesmos sujeitos no espao da gesto ambiental e tambm atuam
no mbito da intersubjetividade. Sendo que a comunicao atua fundamentalmente na produo
de informaes, em tornar transparentes e acessveis conhecimentos e tambm contribuindo
decisivamente na organizao das comunidades. J a Educao Ambiental tem como referncia
a construo de processos de ensino/aprendizado, baseados na problematizao e apropriao
dos elementos que constituem uma determinada realidade nas suas mltiplas determinaes, pelo
conhecimento e interveno prtica dos sujeitos do processo educativo em sua realidade objetiva,
no sentido de transformar essa realidade (LOUREIRO, 2009).
Por m, para pensar/praticar a inter-relao entre os Programas de Educao Ambiental e
Comunicao Social no contexto da Gesto Ambiental Pblica o ponto de partida o elemento de
coeso entre os dois programas. Pelo acima exposto, podemos armar que ambos os programas
se denem e se dinamizam como espaos de participao dos grupos sociais impactados, que pelo
processo de estruturao social, no possuem as condies adequadas para incidir efetivamente
no processo de deciso acerca da utilizao do ambiente, o qual tem direito pelo estabelecido na
legislao do pas.
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20 21A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
SERRO, M.A.; WALTER, T.; VICENTE, A.S. Educao Ambiental no licenciamento duas experincias
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22 23A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
Educao Ambiental no Processo de Licenciamento: UmaExperincia na Gesto Ambiental das Obras de Duplicaoda BR-116/392
BR-116/392
Cau Lima Canabarro*Renata Aires de Freitas**Isaias Insaurriaga***
Manoela Nogueira Soares****Solano Ferreira*****STE Servios Tcnicos de Engenharia S.A.
*Historiador, Mestre e doutorando em Educao Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG); Coordenador dosProgramas de Educao Ambiental e Comunicao Social na Gesto Ambiental das obras de duplicao da BR-116/392.
**Doutoranda em manejo e conservao do solo e da gua (UFPel) e Coordenadora Setorial da Gesto Ambiental da BR-116/392(DNIT/STE).
***Graduado em Ecologia pela Universidade Catlica de Pelotas (DNIT/STE).****Ps-graduanda em Marketing e Inovaes em Comunicao (DNIT/STE).*****Graduado em Comunicao pela Universidade Catlica de Pelotas (DNIT/STE).
Introduo
Com a instituio da Poltica Nacional de Meio Ambiente (PNMA), Lei 9938/81, cou estabeleci-
do a obrigatoriedade do licenciamento ambiental de empreendimentos efetiva ou potencialmente
poluidores em territrio brasileiro. O licenciamento ambiental consiste no processo atravs do qual
o rgo ambiental autoriza a localizao, implantao e operao dos empreendimentos que uti-
lizam recursos naturais e que de qualquer forma possam causar degradao ambiental. Alm da
PNMA, a Resoluo N 237 de 1997 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) tambm
regulamenta as atividades de licenciamento, incorporando ao processo os instrumentos de gesto
ambiental a serem desenvolvidos e tambm dene as atividades e empreendimentos sujeitos ao
licenciamento ambiental.
Como arma Serro (2011) o licenciamento ambiental um prerrogativa exclusiva do Es-
tado, sendo um instrumento de regulao da instalao de grandes empreendimentos, sejam eles
econmicos ou de infraestrutura, como por exemplo estradas, portos, hidreltricas, no que tange
os impactos socioambientais que estes podem causar. Isso signica dizer que tcnicos respon -
sveis decidem pela emisso ou no do licenciamento, mediante uma avaliao dos riscos ambi-
entais inerentes.
Neste artigo, buscamos discutir quais as bases tericas e legais para o desenvolvimento de
atividades de educao ambiental no processo de licenciamento ambiental em obras rodovirias,
tendo como referncia a experincia no desenvolvimento do Programa de Educao Ambiental
(PEA) no contexto da Gesto Ambiental das obras de duplicao da BR-116/392, uma rodovia lo-
calizada no extremo sul do Brasil.
O marco legal para o desenvolvimento de aes de educao ambiental no licenciamento
a Poltica Nacional de Meio Ambiental (PNEA), Lei 9795/99, e seu Decreto de Regulamentao
(Decreto 4281/2002), que denem e orientam os processos de implementao da educao am-
biental no pas. O Artigo 6 do referido decreto estabelece a necessidade de criar, manter e imple-mentar, sem prejuzo de outras aes, programas de Educao Ambiental integrados em atividades
de licenciamento e reviso de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras.
Neste trabalho objetivamos contribuir para as discusses que vem sendo produzidas no
mbito da educao ambiental no processo de gesto ambiental, buscando articular as premissas
que orientam esse debate no Brasil, tendo como referncia a educao ambiental crtica, com a
realidade que permeia o processo de desenvolvimento das atividades de educao ambiental no
contexto da gesto ambiental de um obra rodoviria, haja vista que, em nosso entendimento, o
primeiro passo para a discusso dos limites e das possibilidades de avano no desenvolvimento de
programas de educao ambiental no licenciamento pensar o contexto de uma gesto ambiental
Estudos de Caso:Boas Histrias para Contar
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24 25A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
de forma articulada, considerando os diversos sujeitos envolvidos no processo e fundamental-
mente conhecer as ferramentas legais que sustentam as atividades desenvolvidas.
Educao Ambiental na gesto ambiental: as referncias terico-metodolgicas
O tema da educao ambiental em processos de licenciamento ocupa atualmente um lu-
gar de destaque nas discusses acerca do processo de consolidao da educao ambiental
no Brasil. Podemos armar que o ponto de partida para o acmulo acerca do tema ocorreu no
mbito da extinta Coordenao Geral de Educao Ambiental do IBAMA (CGEAM), a qual for-
mulou os pressupostos terico e metodolgicos da educao na gesto ambiental. (LOUREIRO,
2009; SERRO, 2011), entretanto quando se trata de experincias concretas de atividades na rea,
pouco ou quase nada encontramos na literatura. Isso denota que embora haja uma legislao que
regulamente aes dessa natureza e tambm um produo terica que aponte as diretrizes, como
veremos, a implementao de atividades de educao ambiental no licenciamento ainda um pro-
cesso incipiente.Em nosso entendimento, o ponto de partida para educadores ambientais que tem uma
atuao no mbito da gesto ambiental o conhecimento acerca das discusses que vem sendo
travadas acerca do tema. Nesse sentido, armamos que tomamos como referncia as discusses
balizadas a partir das formulaes propostas pela CGEAM, fundamentalmente as denies da
Educao no Processo de Gesto Ambiental (QUINTAS, 2007, 2009).
Assim, o primeiro ponto que destacamos a compreenso de educao ambiental que
nos embasa, dentro das diferentes vertes que compem esse campo do conhecimento. Partimos
de uma perspectiva crtica da educao ambiental, o que signica armar a necessidade de su -
perar a chamada educao conservacionista, a qual tem o foco no ambiente no humano a
Reunio Virglio Costa Atividade na escola Daura Pinto
qual aborda basicamente as cincias naturais como contedo a transmitir, e a sua principal men-
sagem mostrar ao educando os impactos decorrentes das atividades humanas na natureza
(LAYRARGUES, 2008, 89). Essa compreenso dene os problemas ambientais como resultado de
maus comportamentos decorrentes do desconhecimento dos princpios ecolgicos e aponta o
desenvolvimento da tcnica como elemento fundamental para o enfrentamento da problemtica
ambiental. J a educao ambiental crtica tem como princpio a necessidade de articulao entre
o mundo natural e o social como determinantes na constituio do meio ambiente, e com isso
transcende as abordagens meramente biologizantes da questo ambiental, englobando aspectos
socioeconmicos, polticos e culturais (LAYRARGUES, 2008).
Em se tratando da Educao no Processo de Gesto Ambiental, Quintas (2007,2009) ar-
ma que o ponto de partida para a sua implementao o entendimento do o artigo 225 da Constitu-
io Federal, a saber: Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,bem de uso
comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, sendo de responsabilidade da coletividade
e do poder pblico defender e preservar o ambiente. Partindo desse entendimento Quintas arma:
Portanto, assume-se uma concepo de educao ambiental que possibilita torn-
la elemento estruturante para transformao da prtica, tradicionalmente cartorial, de
aplicao dos instrumentos de comando e controle para ordenar os processos de ap-
ropriao dos recursos ambientais na sociedade, em uma gesto ambiental pblica
e democrtica. Desse modo, trata-se de colocar a educao ambiental a servio do
controle social da gesto ambiental pblica no Brasil, tornando sua prtica cada vez
mais transparente (QUINTAS, 2009, 57).
Sendo assim, a educao ambiental no processo de gesto deve incorporar em sua prob-
lemtica a necessidade do avano na construo da cidadania. Para tanto, necessrio com-
preender a sociedade brasileira a partir de sua materialidade, ou seja, como um espao permeado
por desigualdades e diferentes perspectivas. Desta forma, a gesto ambiental se constitui como um
processo de mediao de interesses e conitos acerca da ocupao e do uso do ambiente fsico-natural.
Aqui destacamos outro elemento que est presente nas consideraes sobre a educao
ambiental critica e tambm nas discusses sobre os desaos de implementar aes educativas
no mbito da gesto ambiental pblica, que a de pensar a crise ambiental como parte de um
processo mais amplo de crise do modelo social vigente. Segundo Quintas (2009) at a dcada de
1960 prevaleceu a crena de que a segunda metade do sculo XX se caracteriza pelo ingresso da
humanidade em uma fase urea, atingindo o pice da existncia, onde todas as mazelas que at
ento aigiam os homens estariam sendo superadas.
Assim, acabar com a fome, as doenas, a misria, a guerra e outros males seria uma
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26 27A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
questo de tempo. E tudo isto num prazo razoavelmente curto. Finalmente, estaramos
no limiar da concretizao da grande promessa da modernidade, de que a cincia e
a tecnologia nos libertariam das limitaes impostar pela natur eza e, assim, seramos
felizes para sempre (QUINTAS, 2009, 33).
As armaes acima demonstram um ponto central para a discusso posta, a necessidade
de contextualizar a crise ambiental, enfatizando que a causa da atual degradao ambiental est
profundamente enraizada no sistema cultural da sociedade moderna industrial, cujo paradigma
norteador do desenvolvimento est alicerado no avano da produo de bens de consumo e na
pretensa capacidade de regulao social a partir da liberdade do mercado. Surge da um outro as-
pecto, a degradao ambiental no resulta exclusivamente do uso incorreto dos recursos naturais
pela falta de conhecimento da dinmica ecolgica e da tecnologia, mas tambm como consequn-
cia da ganncia que tem como foco o enriquecimento individual atravs da explorao excessiva
da natureza (LAYRARGUES, 2008).
Se aceitamos os princpios acima expostos, necessariamente temos que aceitar que a
tarefa da educao ambiental no se resume a fazer conhecer aos sujeitos envolvidos no pro-
cesso aspectos da dinmica ecolgica, necessrio avanar para uma perspectiva sociolgica
da questo ambiental e da educao, isso implica reconhecer que a educao ambiental deve
voltar-se para a formao humana, envolvendo a articulao entre diversas reas do conhecimento,
como o ecolgico, cientco e poltico social (LOUREIRO, 2012).
Nesse sentido, a educao ambiental supera a viso tradicional na qual o educador trans-
mite conhecimentos para os educandos.
Na medida em que inclui o ambiente humano em suas prticas, incorpora os proces-
sos decisrios participativos como um valor fundamental ser considerado na proteo
ambiental. E dessa forma, torna-se uma prtica que no se reduz esfera comporta-
mental. Assim, enquanto educao ambiental abre-se para desenvolver a cidadania
(LAYRARGUES, 2008, 93-94).
Outro elemento central para as abordagens de educao ambiental um entendimento claro
acerca da denio do meio ambiente, nesse sentido, concordamos com Loureiro:
O conceito de ambiente para a educao no processo de gesto ambiental expressa,
portanto, um espao percebido e materialmente produzido com diferentes escalas de
compreenso e interveno, em que se operam as relaes sociedade-meio natural.
Exprime uma totalidade, que s se concretiza medida que preenchida pelos agen-
tes sociais com suas vises de mundo e prticas. O ambiente o resultado de inter-
aes complexas, limitadas e recortes espao-temporais que permitem a construo
do sentido de localidade, territorialidade, identidade e de pertencimento para os sujei-
tos (LOUREIRO, 2009, 8).
Tomando como base as armaes acima, todo ato educativo no mbito da gesto ambiental
deve ter como ponto de partida a realidade socioambiental dos sujeitos envolvidos e suas relaes
com a constituio do ambiente.
A educao ambiental no contexto da gesto ambiental emempreendimentos rodovirios: o PEA na BR-116/392
A educao ambiental se insere no contexto do licenciamento de um obra rodoviria como uma
medida para minimizar os riscos e os impactos ambientais decorrentes das atividades construtivas
sobre os grupos sociais afetados. Tendo como referncia as orientaes da PNEA e tambm as
diretrizes do IBAMA, conforme exposto acima, a elaborao e execuo do Programa de Educao
Ambiental (PEA) deve pautar-se pedagogicamente pelos princpios da participao e da sociali-
zao de informaes, no sentido de construir uma cultura cidad, cujo ponto de partida que a
consolidao e o avano das aes que visam a preservao e o equilbrio ambiental dependem
fundamentalmente de uma apropriao pblica dessas ferramentas pelos diferentes atores sociaisque constituem o ambiente.
No caso de um empreendimento rodovirio, a populao mais atingida pelo empreendimento
consiste basicamente nas comunidades lindeiras rodovia, sendo que muitas vezes a realidade
social bastante heterognea. Nesse sentido, o desenvolvimento das atividades de educao am-
biental deve estar fundamentado em um processo de diagnstico social de toda a rea de inun-
cia do empreendimento. Para tanto, tomamos como referncia o que Quintas (2009) denomina de
construo do ato pedaggico, sendo um processo que vai do planejamento at sua realizao
(QUINTAS, 2009, 68). Sendo que o diagnstico deve envolver a participao permanente das co-
munidades envolvidas. A efetividade do processo de ensino-aprendizagem no mbito da gesto
Atividade na escola Daura Pinto Atividade na escola Daura Pinto
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28 29A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
ambiental est condicionado pela articulao entre as diretrizes do licenciamento, os objetivos
dos educadores, a realidade social ou o contexto e uma permanente avaliao participativa do
processo.
Se entendemos que a gesto ambiental uma atividade pblica, e no caso de um empreendi-
mento rodovirio, tambm estamos falando de uma obra pblica, fundamental para os educa-
dores ambientais problematizar qual o sentido da coisa pblica, tendo como princpio a necessi-
dade de entendimento e apropriao do processo pelos sujeitos envolvidos. Nesse sentido, as
pessoas somente podem se apropriar daquilo que conhecem, logo, necessrio abordar de forma
geral o processo de gesto ambiental e a relao direta com a realidade dos envolvidos e tambm
que essas atividades se caracterizam como um direito conquistado, no processo histrico das lutas
polticas e sociais que caracterizam a sociedade brasileira, tendo o ambientalismo como marco de
referncia para o desencadeamento dos avanos socioambientais. H que considerar tambm,
como arma Quintas (2009) que as pessoas no nascem participativas [...]. algo que se aprende
somente na prtica e sob certas condies (QUINTAS, 2009, 55).
Nesse sentido, concordamos com Layrargues:
o acesso informao deve ser entendido como um importante componente integrante
da democracia ambiental, pois ela vital para dotar a sociedade em geral, e as cama-
das populares em particular, de instrumentos ao exerccio da cidadania (LAYRARGUES,
2008, 135).
A partir da consideraes acima, importante destacar que a educao ambiental no pro-
cesso de gesto deve partir do fato de que as camadas mais pobres da populao coincidem com
a parcela mais exposta ao risco ambiental, alm disso tem menores possibilidade de mobilidade
para poder amortecer o impacto.
Assim, a educao ambiental no mbito da gesto ambiental publica tem como objetivo
Reunio com Pais EMEF Olavo Bilac Atividade na escola Daura Pinto
principal fortalecer o avano da cidadania, buscando desenvolver aes educativas que possam
fortalecer a participao nos processos de deciso sobre a construo das polticas pblicas e fun-
damentalmente sobre as decises que impliquem o uso dos recursos naturais causando alteraes
ao ambiente.
Por outro lado, como entendemos que a educao no processo de gesto ambiental no
um tendncia terica distinta da educao ambiental, inserindo-se na perspectiva crtica da mes-
ma, necessrio que tambm assuma como perspectiva uma prtica educativa que se oriente para
a necessria transformao da sociedade, articulando trs denominaes que so constituintes
do campo que estamos inseridos. Nesse sentido destacamos que a educao ambiental deve
ser crtica, no sentido de situar historicamente o contexto da crise ambiental, articulando com as
contradies das relaes sociais que denem o ambiente; emancipatria, tendo como principio
a construo da autonomia e a conquista da liberdade dos seres humanos, que est diretamente
relacionada com uma redenio de nossa insero na natureza e transformadora, pois entende
ser um objetivo da educao ambiental promover uma mudana no padro societrio, transfor-
mando simultaneamente as condies subjetivas e objetivas de existncia humana. (LOUREIRO,
2012; QUINTAS, 2007).
Consideraes finais
Diante do exposto podemos inferir que as atividades de educao ambiental no processo
de licenciamento de obras rodovirias devem estar orientadas pelos preceitos da Educao no Pro-
cesso de Gesto Ambiental Pblica constituindo-se como um importante espao de mitigao e/ou
compensao ambiental para populaes atingidas por empreendimentos que causem impactos
ambientais, atravs de uma pratica educativa que objetive a participao e o controle social sobre
os usos do espao pblico. Entretanto, necessrio avaliar se as atividades desenvolvidas esto
em consonncia com os princpios anunciados? Quais os limites e as possibilidades dos educa -dores que atuam nesses espaos de gesto ambiental?
Como j foi apontado, embora exista uma legislao ambiental que institua a educao
ambiental nos processos de licenciamento e tambm uma produo que orienta e fundamenta as
aes nesses espaos, do ponto de vista da experincia, a elaborao e execuo de programas
de educao ambiental em gesto ambiental de empreendimentos rodovirios bastante recente,
sendo que nada ou quase nada se encontra na literatura sobre experincias dessa natureza. Tendo
como referncia o trabalho que temos desenvolvido, podemos armar que o conhecimento e o
domnio da legislao pode se constituir como uma importante ferramenta para quem tem como
objetivo desenvolver atividades de educao na gesto de acordo com as premissas crticas. Haja
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30 31A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
vista, que as atividades de educao ambiental no so isoladas, estando inseridas no contexto
da gesto ambiental do empreendimento, que engloba diversos programas ambientais, diferentes
vises acerca da questo ambiental podem emergir na constituio desse espao. Assim, para
armar a legitimidade da realizao de atividades de educao ambiental que superem uma per-
spectiva conservacionista, o conhecimento das polticas pblicas sobre o tema fundamental.
Os resultados esperados durante uma prtica educativa na gesto ambiental pblica dependem
da criao de um ambiente propcio para uma troca de experincias, de espaos para produo
qualicada de conhecimentos e apresentao transparente dos processos referente ao empreendi-
mento e suas implicaes e interferncias na vida dos sujeitos envolvidos.
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licenciamento ambiental federal das atividades martimas de explorao e produo de petrleo no Brasil. In:
HERCULANO, S. (org.). Impactos sociais, ambientais e urbanos das atividades petrolferas: o caso de Maca
(RJ). Niteri: Programa de Ps-Graduao em Sociologia e Direito (PPGSD), Universidade Federal Flumin-
ense, 2011.
Escola Alcides Barcellos
Pequenas prendas
Mo-pelada
Monitoramento da gua
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32 33A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
Estudos de Caso - Boas Histrias para se contarO Programa de educao Ambiental da BR-448: Arte-
Educao com os Diversos Atores Sociais
Adriano Panazzolo*Carlos Alfredo Trck Jnior**Chaiana Teixeira da Silva***
Leticia Coradini Frantz****
*Engenheiro Civil formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ps Graduao em Engenharia de Recursos Hdricose Saneamento Ambiental pelo Instituto de Pesquisas Hidrulicas (IPH/UFRGS), MBA em Desenvolvimento Gerencial pela FundaoGetlio Vargas, Coordenador Geral da BR-448.
**Engenheiro Civil formado pela Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul, Especialista em Educao Ambiental daBR-448.
***Engenheira Civil formada pela Universidade Federal de Santa Maria, com mestrado em Engenharia Civil nfase em RecursosHdricos e Saneamento pela mesma Universidade, Especialista para Gerenciamento da BR-448.
****Gegrafa pela UFRGS, Especialista em informaes Georreferenciadas pela Unisinos com MBA em Desenvolvimento Gerencialpela FGV. Atuou na rea de projetos rodovirios da empresa STE Servios Tcnicos de Engenharia S.A nos anos de 2003-2010. Desde2010 trabalha no setor de Meio Ambiente da mesma empresa em projetos relacionados a estudos ambientais e gesto e supervisoambiental.
BR-448
Introduo
A STE Servios Tcnicos de Engenharia S.A. a empresa contratada pelo DNIT Departa-
mento Nacional de Infraestrutura de Transportes para ser a responsvel pela Gesto Ambiental
da BR-448, tambm conhecida como Rodovia do Parque. A Rodovia de 22,3 km, compreende os
municpios de Sapucaia do Sul, Esteio, Canoas e Porto Alegre. Na Figura 1 possvel visualizar o
mapa de localizao da Rodovia.
Para atender a legislao ambiental e minimizar os possveis impactos ambientais do em-
preendimento, so implementados 22 Programas Ambientais previstos no Plano Bsico Ambiental
(PBA). O Programa de Educao ambiental (PEA) um dos Programas que esta em consonncia
com a Lei Federal n 9.795/99.
Esse artigo apresentar o PEA da Rodovia que se vale da arte-educao como forma de infor-
mar e sensibilizar a comunidade sobre a importncia da BR-448 e os cuidados com o ambiente. O
objetivo deste trabalho mostrar a metodologia utilizada com os diversos atores sociais, bem como
alguns dos resultados alcanados no Programa.
Figura 1. Mapa de localizao da BR-448
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Metodologia e Avaliao
A educao um processo constante de troca de informaes e conhecimentos. Toda bagagem
cultural baseia-se em fatos e em referncias educativas de convivncias e experincias. Pois, de
acordo com Faria (1989 apud Piaget 1975, p.267), o conhecimento no pode ser uma cpia, visto
que sempre uma relao entre objeto e sujeito. Propiciar momentos em que haja relao entre
o ambiente do entorno e seus moradores, transformadores, o que garante uma compreenso de
mundo passvel de apropriao do espao e da mudana pessoal.
Conforme Gein (2005, p. 469) a utilizao da arte pela educao ambiental um meio de tra-
balhar a alegria, o ldico, a beleza, o agradvel e o criativo na abordagem e na construo dos
principais conceitos da questo ambiental. Dentro desta perspectiva a Equipe do PEA atende aos
diversos pblicos do empreendimento, atentando s suas especicidades. A metodologia est pre-
vista para os seguintes pblicos: educadores, educandos, colaboradores da obra e comunidade. A
seguir ser descrita, de forma breve, a metodologia utilizada para esses pblicos.
Educadores - Nas escolas o trabalho consiste em apresentar o PEA, por meio de uma reunio,
Direo e Coordenao Pedaggica. A partir disso, so previstos quatro encontros de 1 hora cada
para os educadores. Todas as atividades iniciam com a realizao de uma dinmica de integrao.
No primeiro encontro a dinmica a elaborao de um desenho coletivo, como forma de trabalhar
as relaes numa construo em comum. Na sequencia exibido um vdeo da BR-448, destacando
seus benefcios; segue-se ento com slides sobre a Gesto e os 22 Programas. No segundo, os
temas so Recursos Hdricos, Resduos Slidos e os Programas correlacionados. No terceiro, a
atividade traz a Fauna e Flora da regio e a rea de Proteo Ambiental (APA) do entorno do em-
preendimento. O ltimo encontro apresenta algumas dinmicas para serem utilizadas em sala de
aula, como: a confeco de maquetes, brinquedos, instrumentos musicais e jogos com lixo; a con-struo do livro das guas; produo de Histria em Quadrinhos (HQ); esquete teatral; cartazes e
criao de msicas ou cantigas com a temtica do meio ambiente e a Rodovia do Parque.
Educandos - Aps ser realizado o primeiro encontro com os educadores, as atividades com
os educandos so agendadas nas escolas. A metodologia diferencia-se de acordo com as sries
escolares, que podem variar desde a Hora do Conto at uma palestra. Conforme Oliveira (1997, p.
10), cada aluno constitudo por sua cultura, por suas experincias relacionadas com a sua ma-
neira de perceber, vivenciar e interpretar o mundo que conhecer. Desta forma, as inseres com
os diferentes grupos produziro e ressignicaro seu modo de ver alguns aspectos relacionados
ao tema Educao Ambiental.
A metodologia utilizada para as sries iniciais do ensino fundamental a hora do conto, uti-
lizam-se imagens referentes aos meios bitico (animais domsticos, silvestres e rvores nativas),
fsico (relevo, rios e crregos) e antrpico (moradias, escolas e comunidades do entorno, veculos,
trabalhadores, mquinas e caminhes de obra). Os alunos cam ao redor do papel pardo e, com
auxlio das imagens e efetiva participao a histria contada. O objetivo fazer com que eles
tenham a percepo do ambiente onde esto inseridos. Tambm construdo um painel, que
expressa o entendimento do que foi explanado, utilizando-se o papel, hidrocor e giz de cera. Na
sequncia, distribuem-se a HQ, desenhos para colorir com o Joo-de-Barro (mascote da Gesto),
e no nal o prprio aparece para raticar tudo que fora exposto. O material, desde o impresso at o
boneco, faz a relao com o ldico, o jogo e a brincadeira, que so ferramentas da arte-educao.
Colaboradores da obra - As atividades so quadrimestrais, ou de acordo com a entrada de
novas frentes de trabalho e aborda assuntos do cotidiano do trabalhador, de forma acessvel e con-
textualizada realidade local, a m de promover novas prticas e atitudes em relao ao ambiente
de trabalho e ao meio como um todo.
Na atividade realizada a dinmica na qual a Equipe incentiva a reexo sobre a importncia
do trabalho coletivo, o dilogo, a solidariedade entre os colegas e s relaes pessoais, relacion-
ando com o conceito holstico de educao ambiental e utilizando as percepes relatadas pelos
prprios participantes. A dinmica busca, atravs da arte-educao, envolver e valorizar a mo de
obra da BR-448. Segue-se com o vdeo e slides da BR-448, para mostrar o conjunto do empreendi-
mento, pois muitas vezes os trabalhadores no possuem essa viso total e sim fragmentada, no
seu lote de atuao. No temrio, a caracterizao ambiental feita com fotos para melhor com-
preenso da rea Diretamente Afetada (ADA), mostrado o conceito popular de impacto ambi-
ental, destacando-se os benefcios e as compensaes do empreendimento, mesclando os Pro-
gramas Ambientais e o Cdigo de Conduta dos Trabalhadores. Esse ltimo, apresenta o dia a dia
e a importncia de quem trabalha nas obras, os cuidados com o ambiente, segurana e sade dotrabalhador, respeito entre colegas, com a comunidade local e ao patrimnio arqueolgico, entre
outros. As atividades reforam, tambm, temas que envolvem a prostituio, abuso e a explorao
de crianas e adolescentes. Durante a explanao dos contedos so feitas vrias intervenes
com o pblico, para que haja a troca de experincias e a participao popular. No nal distribudo
o Cdigo de Conduta dos Trabalhadores, confeccionado de forma ldica, estilo HQ, colorido e com
pouco texto, visto a baixa escolaridade da maior parte dos trabalhadores. importante salientar
que, alm do material audiovisual, a fala seja a mais simples possvel, aproximando e principal-
mente envolvendo cada trabalhador.
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Comunidade - Foi previsto uma srie de aes educativo-informativas que so realizadas com a
comunidade lindeira ao empreendimento, e contam com palestras e reunies por segmento da so-
ciedade e, a partir disso, ocorrem outros desdobramentos como campanhas, paneteaes, plantios
e um dos destaques a Exposio itinerante: Que rvore voc quer para o futuro? No faa do lixo
a semente..
Alm disso, aproximadamente 600 famlias esto envolvidas no processo de reassentamento para
a realizao do empreendimento. Com esse pblico, aes esto em desenvolvimento, como: recep-
o das famlias relocadas na Vila de Passagem (VP), local provisrio de moradia, enquanto esto em
construo as casas e apartamentos denitivos, na ocasio so informadas as regras de convivn-
cia. A equipe, atravs de conversas informais, aborda os cuidados com o mdulo habitacional e o
meio ambiente, pois, de acordo com Boff (1999, p. 92) Um modo de ser no um novo ser. uma
maneira do prprio ser de estruturar-se e dar-se a conhecer. O cuidado entra na natureza e na con-
stituio do ser humano. O modo de ser cuidado revela de maneira concreta como o ser humano.
Deve-se ressaltar que no perodo de permanncia na VP, a Equipe identica as demandas individ-
uais, que posteriormente devero ser trabalhadas com cada famlia, como: limpeza do ptio, acondi-
cionamento dos resduos slidos, uso racional de energia eltrica e gua.
Para o pblico infanto-juvenil da VP, que varia dos 03 aos 14 anos, a Equipe constri, de forma
ldica e divertida, a sistematizao do processo da lavagem das mos, os cuidados com a casa e a
utilizao do equipamento de esgoto sanitrio e de rede eltrica de forma racional.
Zen (1995) considera que a sociedade infantil est no mundo para conhec-lo e, para tanto, utiliza
um bom nmero de estratgias criativas para extrair as informaes necessrias e estabelecer as
relaes possveis entre elas.
Tendo por base tal perspectiva, dentre as muitas atividades desenvolvidas, destacam-se a Hora
do Conto e o Cineminha Ambiental. Vygotzky (1988) parte do pressuposto que a criatividade e a
imaginao so processos psicolgicos e representam uma forma de atividade consciente. Isso
justica o fato de todas as atividades comearem por um chamamento com instrumentos musicais,
na qual a curiosidade e a valorizao da autoestima vo sendo despertadas, porque a criana sabe
que aquele barulho vai lhe proporcionar bons momentos, atravs do ldico.
Resultados alcanados e discusso dos dados
Cabe destacar que em todas as atividades do PEA so distribudos materiais informativos, bem
como h espao para esclarecimento de dvidas. Para registro da atividade e comprovao quan-
titativa, os participantes assinam a lista de presena e realizado o registro fotogrco. Para indi -
cao qualitativa so aplicados questionrios semi-estruturados com perguntas fechadas e abertas.
O quadro a seguir apresenta os resultados obtidos com os diversos atores envolvidos, desde a
implantao do PEA.
Quadro 1. Aes do PEA: maro de 2010 at setembro de 2012
Alm desses dados, houve tambm a participao em Eventos Ambientais nos municpios ben-
eciados pelo empreendimento (Semana do Meio Ambiente e Semana Interamericana da gua),
plantios simblicos e caminhadas ecolgicas.
O destaque ca para a Exposio, que atravs da arte, chegou a mais de 3 milhes de expecta-
dores, com mais de 3 mil assinaturas no livro de presenas. A Mostra acontece desde outubro de
2011, j esteve em todos os municpios da construo da BR-448 e em locais como o DNIT (Braslia
e RS), aeroporto, shoppings, at RIO+20. Estima-se que o principal objetivo vem sendo alcanado:
questionar as pessoas sobre o lixo jogado em locais inadequados e o que cada um pode fazer parareverter esse quadro.
Ao longo desses anos de atividades de Educao Ambiental, podem-se vericar, no processo,
mudanas de hbito da comunidade trabalhada. Sabe-se que a Educao Ambiental tem uma viso
holstica e que a forma processual denota um longo tempo e que mudanas de comportamento,
hbitos e atitudes so aos poucos. A utilizao de ferramentas de arte-educao requer tambm, um
trabalho contnuo, permanente, criativo e envolvente.
Algumas atitudes que foram percebidas, que evidencia o aspecto qualitativo de aes do PEA
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como: o cuidado que os colaboradores das obras tm com os animais da regio, visto que a
Equipe da Gesto j foi chamada inmeras vezes quando eles encontram um animal silvestre;
disposio adequada dos resduos slidos nos canteiros e nas frentes de obra; visvel mudana
das condies de higiene dos moradores da VP; reconhecimento, por parte dos educadores, do
trabalho desenvolvido pela Equipe.
Perspectivas futuras
Faz-se necessrio pensar em questes de Educao Ambiental para sensibilizar a comunidade
com a qual trabalha-se, sempre de modo mais ecaz. Uma vez que, a partir do momento em que
a populao se conhece e reconhece enquanto Ser integrante do meio ambiente em que est in-
serida, sua forma de ver e rever o mundo e o ambiente em que vive adquire outro signicado.
Dentro deste contexto e aps a participao do Workshop de Educao Ambiental, que acon-
teceu em outubro de 2012, a equipe do PEA pretende: ampliar s aes desenvolvidas com os
diversos pblicos, empoderar as lideranas comunitrias para a continuidade de aes educativas
com a comunidade reassentada; seguir com a Exposio em outros locais e retornar comunidade
em geral, mostrando as aes da Gesto Ambiental e os cuidados efetivos realizados pelo DNIT
no empreendimento. O retorno s comunidades lindeiras e s 30 escolas beneciadas diretamente
pelo empreendimento, nos 04 municpios, dar-se- de forma a enfatizar processos educativos tran-
sciplinares, de forma continuada e ldica.
Alm disso, a troca de experincias realizada pelas diversas Gestes Ambientais rodovirias
raticou a singularidade dos trabalhos apresentados, servindo para que todo o aprendizado possa
ser utilizado nas diversas aes desse PEA.
A seguir o registro fotogrco das atividades:
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BRASIL. Lei n 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispe sobre a educao ambiental, institui a Poltica Nacion-
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DNIT. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Plano Bsico Ambiental da Obra de Im-
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1989.
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ZEN, M. I. et al. Projetos Pedaggicos: Cenas de Aula. Porto Alegre, RS: Mediao, 2001.
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40 41A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
Educao Ambiental para Populao Lindeira e ProdutoresRurais
Carla Abad*Luciana Menezes**Clia Aires***
Kleube Pereira de Sousa****Ezielbe Pereira Sousa*****Priscila Fernandes******Roberto Luiz de Almeida Dumont*******
Clarisse Touguinha Guerreiro Antunes********
BR-158
*Comunicloga. Formao Comunicao Social.**Tcnica em Comunicao Social e Educao Ambiental. Formao Letras.***Especialista em Educao Ambiental. Formao Biloga****Especialista em campo. Engenheiro Agronmo.*****Especialista em campo. Formao Engenheiro Florestal******Coordenadora em campo. Formao Engenheira Florestal*******Formao Engenheiro Florestal********Coordenadora geral: Formao Biloga
Introduo e Objetivos
A BR-158 considerada uma das mais importantes rotas de ligao do Estado com os grandes
centros. por ela que a maioria dos municpios recebe os produtos que importa de outros estados,
a exemplo de gneros alimentcios, combustveis, e outros. A execuo de um empreendimento
com tal proporo e importncia gera expectativas, ansiedades e receios entre os diversos seg-
mentos da populao afetada pelo empreendimento.
So diversos os impactos negativos e positivos decorrentes das obras: alterao de rotas de
veculos, presena de trabalhadores de outras comunidades, aumento da competitividade da eco-
nomia local, melhora na acessibilidade das pessoas, entre outros.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte/DNIT, por meio da Gesto Ambiental
da BR-158 Norte, organiza atividades pertinentes conservao e controle ambiental, desenvol-
vendo aes junto s comunidades diretamente afetadas com a construo da rodovia. O seu
trabalho consiste na preveno, mitigao e compensao dos impactos negativos e na poten-
cializao dos impactos positivos, sempre garantido o acesso de todos s informaes sobre o
empreendimento.
Em abril de 2010, deu-se incio execuo dos trabalhos da Gesto Ambiental da BR-158 Norte/
MT e, consequentemente dos trabalhos do Programa de Comunicao Social e Educao Ambi-
ental (PCSEA).
O objetivo do PCSEA a criao de um canal frequente de comunicao entre o empreendedor
e a sociedade, de forma a possibilitar que a Educao Ambiental seja um instrumento de promoo
da cidadania para a preservao dos recursos naturais e do desenvolvimento econmico comsustentabilidade na regio.
A execuo do PCSEA junto populao lindeira rodovia e aos produtores rurais consiste na
capacitao de recursos humanos para a Educao Ambiental fundamentado numa concepo
construtivista da aprendizagem, que considera o conhecimento prvio dos atores e suas experin-
cias.
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42 43A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT A Experincia dos Programa de Educao Ambiental do DNIT
Metodologia:
Na execuo das atividades do PCSEA so utilizados mtodos adequados e pertinentes com o
Plano Bsico Ambiental (Outubro/2008) e com as Especicaes de Servio propostas pelo Depar-
tamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Interface entre PCS e PEA
O PCSEA articula aes que visam o fortalecimento de sua rede de comunicao, bem como
interao e parcerias que contribuem, viabilizam e potencializam a eccia de suas atividades re-
alizadas. Essa interface possibilita captar anseios e promover prticas educativas atravs de cam-
panhas e materiais informativos adequados demanda identicada.
Campanhas de Educao Ambiental junto Populao Lindeira
Por meio de palestras, ocinas, seminrios, etc., sobre temas especcos identicados por meio
do constante dilogo e contato com os atores sociais da comunidade, o pblico sensibilizado
e orientado acerca de temticas ambientais presentes em seu cotidiano, de forma a apresentar
solues, posturas e hbitos necessrios para a conservao do meio ambiente e promoo da
qualidade de vida em sua regio.
Assistncia Tcnica s Comunidades Rurais
O trabalho do PCSEA com as comunidades rurais consiste em uma assessoria tcnica para
difundir informaes e conhecimentos que possibilitem o aprimoramento das praticas produtivas
da regio, considerando o cenrio que existir aps a implantao do empreendimento. So reali-zadas capacitaes dos atuais produtores da regio para que estes possam participar das novas
oportunidades de mercado que iro existir com a pavimentao da rodovia.
Apoio a Elaborao de Projetos
Com o intuito de viabilizar, apoiar e potencializar ideias e projetos voltados a questes ambi-
entais presentes no cotidiano das populaes lindeiras rodovia, a equipe do PCSEA busca, por
meio de parcerias, desenvolver e disseminar conhecimentos que possibilitem a elaborao de
estratgias compatveis com a realidade de seu pblico, bem como s diculdades enfrentadas
por ele.
Animais silvestres Calculadora guaDistribuio de mudas
Avaliao
Para a avaliao das atividades supracitadas so considerados indicadores quantitativos e qual-
itativos, como: atividades realizadas, contedos desenvolvidos, quantidade de temas abordados,
nmero de parcerias rmadas e de projetos desenvolvidos.
Resultados Alcanados e Discusso dos Dados:
O fato da equipe do programa planejar atividades com temas pertinentes realidade socioam-
biental, muitas vezes sugerido pelos prprios representantes da populao, garante uma eccia e
ecincia maior da atividade realizada, uma vez que ao trazer conceitos e teorias para prticas pre-
sentes no cotidiano da comunidade facilita e potencializa as possibilidades da reaplicao desse
conhecimento.
Em dois anos e meio de trabalho, a equipe do PCSEA envolveu, aproximadamente, 1000 indi-
vduos durante a realizao de campanhas de Educao Ambiental nos municpios Mato-grossens-
es de Vila Rica, Confresa e Porto Alegre do Norte.
Foram realizadas 12 atividades, contemplando capacitaes, palestras, ocinas e seminrios
para setores especcos da populao diretamente afetada pelo empreendimento (Figura 2 a 5).
Ao todo 8 temas foram desenvolvidos:
Coleta de sementes;
Educao no trnsito;
Tcnica de armazenamento e plantio de espcies nativas em viveiros;
Noes bsicas sobre adequao ambiental de propriedades rurais;
A importncia dos Sistemas Agroorestais para a agricultura familiar;
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Poltica Estadual de Educao Ambiental de Mato Grosso;
Reorestamentos de reas degradadas e;
Preveno a queimadas.
Para a viabilizao das mesmas foram realizadas diversas parcerias, ampliando as possibili-
dades de trabalhos ao PCSEA, bem como promovendo o fortalecimento de laos com instituies
importantes e relacionadas ao desenvolvimento dos trabalhos do PCSEA e demais programas
ambientais. Ao todo 16 parcerias foram concretizadas:
Prevfogo/IBAMA;
Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente de Confresa;
Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistncia Tcnica e Extenso Rural (EMPAER)
escritrio Confresa;
Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Escritrio