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DNITPublicao IPR-716 MANUAL PARA IMPLEMENTAO DE PLANOS DE AO DE EMERGNCIA PARA ATENDIMENTO A SINISTROS ENVOLVENDO O TRANSPORTE RODOVIRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS

2005

MINISTRIO DOS TRANSPORTES DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES DIRETORIA DE PLANEJAMENTO E PESQUISA COORDENAO GERAL DE ESTUDOS E PESQUISA INSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIRIAS

MINISTRO DOS TRANSPORTES Alfredo Pereira do Nascimento DIRETOR GERAL DO DNIT Alexandre Silveira de Oliveira DIRETOR DE PLANEJAMENTO E PESQUISA Luziel Reginaldo de Souza COORDENADOR-GERAL DE ESTUDOS E PESQUISA Wagner de Carvalho Garcia COORDENADOR DO INSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIRIAS Chequer Jabour Chequer CHEFE DE DIVISO Gabriel de Lucena Stuckert

MANUAL PARA IMPLEMENTAO DE PLANOS DE AO DE EMERGNCIA PARA ATENDIMENTO A SINISTROS ENVOLVENDO O TRANSPORTE RODOVIRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS

EQUIPE TCNICA:Eng Ricardo Lisboa da Cunha (Coordenador - CONTCNICA / ELSAMEX) Eng Pedro Csar Adami (Consultor - CONTCNICA / ELSAMEX) Eng Jussara Martins (Auxiliar Tcnica - CONTCNICA / ELSAMEX)

COMISSO DE SUPERVISOEng Mirandir Dias da Silva (DNIT / DPP/ IPR) Eng Slvio de Figueiredo Mouro (DNIT / DPP/ IPR) Eng Gabriel de Lucena Stuckert (DNIT / DPP/ IPR)

COLABORADORESEng Regina Clia Suzano Avena (DNIT/ DPP/ IPR) Eng Raymundo Carlos de Montalvo Barretto (DNIT/ DPP/ IPR)

Brasil. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenao Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodovirias. Manual para implementao de planos de ao de emergncia para atendimento a sinistros envolvendo o transporte rodovirio de produtos perigosos. Rio de Janeiro, 2005. 142p. (IPR. Publ., 716). 1. Transporte rodovirio de carga - Medidas de segurana - Manuais. I. Srie. II. Ttulo.

Impresso no Brasil / Printed in Brazil

MINISTRIO DOS TRANSPORTES DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES DIRETORIA DE PLANEJAMENTO E PESQUISA COORDENAO GERAL DE ESTUDOS E PESQUISA INSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIRIAS

MANUAL PARA IMPLEMENTAO DE PLANOS DE AO DE EMERGNCIA PARA ATENDIMENTO A SINISTROS ENVOLVENDO O TRANSPORTE RODOVIRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS

Foto: Cedida pela ABCPE

Rio de Janeiro 2005

MINISTRIO DOS TRANSPORTES DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA -ESTRUTURA DE TRANSPORTES DIRETORIA DE PLANEJAMENTO E PESQUISA COORDENAO GERAL DE ESTUDOS E PESQUISA IINSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIRIAS Rodovia Presidente Dutra, Km 163 - Vigrio Geral CEP.: 21240-000 - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (0XX21) 3371-5888 Fax.: (0XX21) 3371-8133 e-mail.: [email protected]

TTULO:

MANUAL PARA IMPLEMENTAO DE PLANOS DE AO DE EMERGNCIA PARA ATENDIMENTO A SINISTROS ENVOLVENDO O TRANSPORTE RODOVIRIO DE PRODUTOS PERIGOSOS.

Contrato: PP-056/2004-00 (Consrcio CONTCNICA / ELSAMEX) Aprovado pela Diretoria Colegiada do DNIT em 01/11/2005.

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APRESENTAOO DNIT por intermdio do Instituto de Pesquisas Rodovirias IPR, da Coordenao Geral de Estudos e Pesquisa, vem, nos ltimos anos estudando a questo da melhoria da segurana na rea de transporte rodovirio de produtos perigosos e agora, atravs deste documento, promove uma orientao para homogeneizar a implementao de Planos de Ao de Emergncia para atendimento a sinistros envolvendo o transporte rodovirio de produtos perigosos e suas conseqncias. O aumento do trfego de produtos perigosos nas rodovias arteriais nacionais nos ltimos anos e a conseqente necessidade de implementao de recursos para respostas em tempo hbil em eventos acidentais envolvendo esses produtos, promoveu este Manual, com a finalidade de orientar a execuo dos planos mencionados, de acordo com diretrizes tcnicas e normas do DNIT. Os acidentes envolvendo produtos perigosos ocorrem cada vez mais em nossas rodovias e afetam, no s os seus usurios, mas tambm atingem as populaes lindeiras, o comrcio, a indstria o meio ambiente e, muitas vezes alcanam outras regies levando a contaminao e a poluio, liberadas atravs dos ventos e dos rios, a regies mais distantes com conseqncias catastrficas, requerendo, portanto, medidas de alcance imediato no s corretivas por ocasio dos sinistros, mas tambm preventivas, visando todas a reduo possve l de riscos e das conseqncias impactantes. O Manual conforme previsto, se constitui em um instrumento bsico de orientao, como um guia para a execuo dos planos de ao de emergncia para respostas imediatas a eventos acidentais envolvendo produtos perigosos nas rodovias, e consubstancia alm disso, uma necessidade real de implantar nas nossas rodovias uma resposta adequada aos acidentes envolvendo produtos perigosos. Em levantamentos efetuados no decorrer dos estudos desenvolvidos no IPR, apresentou-se uma amostra bastante significativa do transporte rodovirio de produtos perigosos, que embora retrata ndo a situao no Estado de So Paulo, pode tambm ser estendida para o Corredor Mercosul, e talvez para todo o pas, onde o parmetro que mais chama ateno a freqncia muito maior do transporte no modal rodovirio do que em outros modais, conforme poder ser visualizado na figura no 1 apresentada.

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Figura n .1-Situao do Transporte de Produtos Perigosos no Estado de So Paulo Perodo: 1978 - 2004 (Junho). Fonte: -CADAC-CETESB.

o

Analisando a matriz brasileira do GEIPOT (2001) para transporte de carga total, obtinha-se poca um porcentual de 60,6 % para o modal rodovirio, 20% para o modal ferrovirio, 13,9% aquavirio, 0,3% aerovirio, 4,5%, para o modal dutovirio. Com a extino do rgo, e na falta de uma estatstica mais confivel, pode-se estender pelo significativo levantamento da Cetesb, que recente e especfico para transporte de produtos perigosos, a afirmativa de que o modal rodovirio realmente o maior responsvel pelo transporte de produtos perigosos no Brasil com larga margem de quantidades, aumentando nossa responsabilidade na questo. Entretanto, verificou-se nos estudos promovidos no levantamento da situao do transporte de produtos perigosos no Brasil, includa a incidncia de acidentes ocorridos, que o trfego mais intenso nas rodovias federais das regies brasileiras - Sudeste (So Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Esprito Santo), Nordeste (Bahia) e Sul (Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), que incluem tambm o denominado Corredor MERCOSUL . I so devido questo de que as s rodovias arteriais principais dessas regies suportam um trfego pesado de insumos produzidos e recebidos nas indstrias, refinarias, terminais porturios, em funo da situao de desenvolvimento socioeconmico e de incremento das exportaes e importaes nos estados produtores dessas regies. Porm, o Manual foi desenvolvido para ser aplicado a qualquer rodovia brasileira ou trecho dela, seguindo-se as recomendaes das aes e medidas adequadas para a classe da rodovia estudada, uma vez que foi preparado para atender um roteiro bsico mnimo necessrio para a confeco dos planos de ao de emergncia levando em conta os recursos pela classificao rodoviria. No caso da ocorrncia de eventos acidentais, envolvendo produtos perigosos, os impactos na via e na sua rea de influncia devem ser minimizados nas suas conseqncias com intuito de preservar a sade dos usurios, da

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populao lindeira afetada, conservar o meio ambiente e manter a segurana da via e do patrimnio envolvido nos sinistros. Mais importante do que dar respostas aos acidentes com produtos perigosos evitar que os mesmos ocorram, levando em considerao a questo preventiva da segurana rodoviria especfica para produtos perigosos. Nesse ponto, o Manual prope uma srie de medidas estruturais preventivas de segurana voltadas para produtos perigosos, para serem implementadas na fase de projeto ou de melhorias nas obras rodovirias, em locais onde o trafego desses produtos se verifica mais intenso. Alm da confeco do Manual, foi testada sua aplicabilidade com sucesso, desenvolvida passo - a - passo nas recomendaes de aes do Manual, em rodovia de Classe II, aplicado ao trecho Guarant do Norte (MT) Santarm (PA), denominado Plano de Ao de Emergncia para a Rodovia BR-163, rodovia esta includa nas prioridades de melhorias de infra-estrutura rodoviria pelo Governo Federal, para atender a Regio Norte Brasileira, sendo solicitado ao IPR pelo Convnio DNIT / IME. O controle do transporte rodovirio est sob a responsabilidade do DNIT, que por sua vez, atravs do Instituto de Pesquisas Rodovirias IPR, promove a implementao deste Manual no sentido de orientar adequadamente a execuo de respostas em tempo hbil nos eventos acidentais envolvendo produtos perigosos, e contribuir para a diminuio de acidentes rodovirios e suas conseqncias. Finalmente, a todos os tcnicos envolvidos na temtica do transporte de produtos perigosos, que tomarem conhecimento deste Manual, nos dirigimos para afirmar que apreciaramos imensamente receber, ainda, futuras contribuies e comentrios tcnicos, sobre o mesmo, para que possa sofrer um aperfeioamento contnuo e ser reapresentado com correes em novas edies.

Engo Chequer Jabour Chequer Coordenador do Instituto de Pesquisas Rodovirias

Endereo para correspondncia: Instituto de Pesquisas Rodovirias Rodovia Presidente Dutra, km 163 Centro Rodovirio, Vigrio Geral Rio de Janeiro, RJ CEP: 21240.000

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LISTA DE ILUSTRAES E DEFINIES FIGURASNmero O N 1 N 2.1 O N 2.2 No 2.3 O N 2.4 N 2.5 O N 4.5.1 O N 4.5.2 N 4.5.3o O O

Discriminao Situao atual do transporte de produtos perigosos no Estado de So Paulo Malha Rodoviria Pavimentada por Jurisdio Distribuio da Malha Rodoviria Pavimentada, por Regio Acidentes com Produtos Perigosos por Causas Acidentes com Produtos Perigosos por Tipo de Via no Estado de So Paulo Acidentes por Classe de Risco da ONU Exemplos de Sinais de Advertncia Sinal Complementar de Identificao de Servios Com Indicao de Telefone de Emergncia Sinal de Advertncia por Legendas

Pgina 3 17 17 18 19 20 66 66 67

QUADROSN o N o N o N o N o No o

Nmero 3.1.8.1 4.5.1 5.1.2.1 5.1.2.2 5.1.5.1 51.5.2

N 5.1.6.1 N 5.1.6.2 o N 5.2.4.1 o N 5.2.4.2 N o N o N o N o N o N o No o

5.2.4.3 5.2.4.4 5.2.4.5 5.2.4.6 5.2.4.7 5.2.4.8 5.2.4.9

Discriminao Caractersticas Funcionais do SIG Avisos Especficos para Produtos Perigosos Acidentes Quanto aos Danos Acidentes Quanto Severidade Fluxograma de Respostas s Emergncias Descrio das Atividades Constantes do Fluxograma de Respostas s Emergncias Principais rgos Institucionais Participantes do Grupo de Comando Operacional - GCO Postos de Fiscalizao da PRF Classe 1 - Materiais ExplosivosClasse 2 - Gases Comprimidos e Liquefeitos Dissolvidos Sob Presso ou Altamente Refrigerados Classe 3 - Materiais Lquidos Inflamveis Classe 4 - Slido Inflamvel Classe 5 - Material Oxidante Classe 6 Txico / Infectante Classe 7 - Material Radioativo Classe 8 Material corrosivo Classe 9 Substncias Perigosas Diversas

Pgina 48 67 73 73 77 78/79 79 80 99 100 101 102 103 104 105 105 106

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TABELASNmero O N 3.1.1.1 O N 3.1.1.2 N 3.1.5.1 o N 3.1.6.1 N 3.1.8.1 No 3.1.8.2o O

Discriminao Classificao de Rodovias Quanto ao Padro Tcnico Relao entre Classe Funcional e de Projeto de Rodovias reas de Sensibilidade Ambiental em Municpios o Tabela n 1.1.5.2.1`- Riscos Considerados Aceitveis (Referncia: Starr & Kletz-1982) Tipos de Feies dos Mapas Temticos Caractersticas Bsicas dos Softwares SIG Disponveis no I/ DNIT / IPR Informaes Gerais sobre os Softwares SIG Disponveis no DNIT / IPR

Pgina 25 26 38 42 51 53 53

No 3.1.8.3

SIGLASSiglas ABCR ABES ABIQUIM ABNT ABTLP AICHE ALADI APA APP APR AQR ASSOCIQUIM BIRD / WB BPF CANUTEC CAS Discriminao Associao Brasileira de Concesses Rodovi rias Associao Brasileira de Engenharia sanitria e Ambiental Associao Brasileira de Indstria Qumica Associao Brasileira de Normas Tcnicas Associao Brasileira de Transporte e Logstica de Produtos Perigosos American Institute of Chemical Engineers Associao Latino Americana de Integrao rea de Proteo Ambiental Anlise Preliminar de Perigos Anlise Preliminar de Riscos, o mesmo que APP Anlise Quantitativa de Riscos Associao Brasileira do Comrcio de Produtos Qumicos (WorldBank)-Banco Interamericano de Reconstruo e DesenvolvimentoBanco Mundial leo de Baixo Ponto de Fuso (PETROBRAS) Canadian Transport Emergency Centre Chemical Abstract Service, USA- servio que utiliza um nmero de registro reservado para substncia qumica, permitindo a pesquisa de suas caractersticas em bancos de dados, do AICHE Corpo de Bombeiros Centro de Coordenao de Operaes do Plano de Emergncia da Rodovia Canadian Chemical Producers Association, Canada; Centro de Pesquisas da Petrobras, Ilha do Fundo, RJ Cia de Tecnologia e Saneamento Ambiental, SP Chemical Transportation Emergency Center, fundado em 1971 pelo MCA, U.S.A Chemical Industries Association, U.K.

CB CCO CCPA CENPES CETESB CHEMTREC CIA

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CNT CODESUL CONDEMA CMA CNEN CNTP COMDEC CONTRAN DCM DEC DER DNIT DOT EIA EPA EPI FEEMA FD FHWA FIOCRUZ FISPQ GCO GLP GINC GPS HAZMAT HCM IARC IATA IBAMA IMDG INMETRO IPCS IPEM IPIECA IPR

Confederao Nacional de Transportes Conselho de Desenvolvimento e Integrao Sul Conselho Municipal de Meio Ambiente Chemical Manufacturers Association Comisso Nacional de Energia Nuclear, RJ Condies Normais de Temperatura e Presso Atmosfrica Comisso Municipal de Defesa Civil Conselho Nacional de Trnsito Defesa Civil Municipal Defesa Civil Estadual Departamento de Estradas de Rodagem Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes U. S. Department of Transportation, U.S.A Estudo de Impacto Ambiental U.S. Environment Protection Agency Equipamento de Proteo Individual Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente Faixa de Domnio da Rodovia Federal Highway Administration Fundao Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro Laboratrio: INCQS Ficha de Informaes de Segurana de Produtos Qumicos Grupo de Coordenao de Operaes do Plano de Emergncia da Rodovia Gs Liquefeito do Petrleo (Propano / Butano) Global Information Network on Chemicals Global Positioning System Hazardous Materials Highway Capacity Manual , USA International Agency for Research on Cancer International Air Transport Association Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis / BSB International Maritime Dangerous Good Code, da OMI- trata do transporte martimo de mercadorias perigosas Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade Industrial International Programme on Chemical Safety / ONU Instituto de Pesos e Medidas (INMETRO) International Petroleum Industries Environment Conservation Association Instituto de Pesquisas Rodovirias DNIT

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IRPTC ITS MCA MERCOSUL MOPE MT ND NFPA NIOSH NTC OEMA OIT OMI OMS ONU OPS OSHA PQS PVC RAPP PGIG PRE PRF RIMA SCPA SGE SIG SLAP SMA SMS RTPP SO SAMU SGE SENAI SENAT

International Register of Potentially Toxical Chemicals Intelligent Transportation System Manufacturing Chemists Association, U.S.A Mercado Comum do Sul Curso de Movimentao de Produtos Perigosos do SENAI / SENATMinistrio dos Transportes Dado no disponvel National Fire Protection Association National Institute for Occupational Safety and Health, U.S.A Associao Nacional de Transporte de Cargas e Logstica rgo Estadual de Meio Ambiente Organizao Internacional do Trabalho- Genebra Organizao Martima Internacional IMO -International Maritime Organization Organismo da ONU Organizao Mundial da Sade (em ingls: World Healt Organization) Organizao das Naes Unidas Organizao Pan-americana da Sade (em ingls: Pan - American Health Organization) Occupational Safety and Health Administration, U.S.A P Qumico Seco (para carregar Extintores de Incndio) Cloreto de Polivinila - (Plstico) Registro de Acidente com Produtos Perigosos Programa Gerenciador de Informaes Geogrficas Policia Rodoviria Estadual Polcia Rodoviria Federal Relatrio de Impacto Ambiental Servio de Controle da Poluio Acidental da FEEMA/ERJ Servio Geogrfico do Exrcito, RJ Sistema de Informaes Geogrficas Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras das OEMAS Secretaria de Meio Ambiente do Estado de So Paulo Segurana Meio Ambiente e Sade Regulamento para o Transporte de Produtos Perigosos Sistema de Tratamento de gua-e-leo Servio de Atendimento Mdico de Urgncia Servio Geogrfico do Exrcito Servio Nacional de aprendizado Industrial Servio Nacional de Aprendizado em Transportes SENAI

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SINDEC

Sistema Nacional de Defesa Civil- SINDEC, ligado Secretaria Especial de Polticas Regionais do Departamento de Defesa Civil, do Ministrio do Planejamento e Oramento. Intelligent Transportation System Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentao de Carga Pesada Sindicato Nacional do Transportador e Revendedor Retalhista de leo Diesel, leo Combustvel e Querosene Unidade de Conservao Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente Unidade de Infra-estrutura de Transportes do DNIT Volume Mdio Dirio de Veculos numa Via Volume Mdio Dirio de Veculos numa Via, por ano Very High Frequency

ITS SINDIPESA SINDTRR UC UNESCO UNEP UNIT VMD VMDa VHF

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SUMRIO1 2 INTRODUO .................................................................................................................. 12 ANTECEDENTES HISTRICOS ....................................................................................... 15 2.1 3 MARCO L EGAL NO TRANSPORTE DE P RODUTOS P ERIGOSOS .............................................. 21

LEVANTAMENTOS NA REA DE INFLUNCIA DA RODOVIA ......................................... 24 3.1 3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.1.4 3.1.5 3.1.6 3.1.7 3.1.8 3.1.9 L EVANTAMENTOS DE CAMPO ......................................................................................... 24 Levantamento das Caractersticas Funcionais e de Projeto...................................... 24 Levantamentos das Condies Operacionais da Via................................................ 28 Levantamento do Trfego de Produtos Perigosos.................................................... 29 Levantamento da Infra-Estrutura Viria e de Apoio .................................................. 34 Levantamentos do Meio Ambiente.......................................................................... 35 Anlise dos Riscos Ambientais............................................................................... 38 Cartografia Geo - Referencial ................................................................................. 46 Sistemas de Informaes Geogrficas .................................................................... 48 Informaes Geo-Referenciadas para o Plano ........................................................ 57

4

MEDIDAS ESTRUTURAIS DE SEGURANA DE CARTER PREVENTIVO ....................... 59 4.1 4.1.1 4.1.2 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 COLOCAO DE BARREIRAS DE P ROTEO ..................................................................... 59 Barreiras de Proteo ao Longo da Faixa de Domnio ............................................. 59 Barreiras de Proteo na Transio de Pavimentos de Pontes ................................. 59 POSTOS DE ATENDIMENTO DE E MERGNCIA .................................................................... 60 ESTACIONAMENTO PARA VIATURAS COM CARGAS PERIGOSAS ............................................ 63 ESCRITRIOS DE F ISCALIZAO DE PRODUTOS P ERIGOSOS............................................... 64 SINALIZAO ESPECFICA PARA PRODUTOS P ERIGOSOS.................................................... 65 SISTEMAS DE COMUNICAO DE E MERGNCIA PARA O USURIO ......................................... 67 D ESENV OLVIMENTO DE P ROGRAMAS DE E DUCAO AMBIENTAL ......................................... 69

5

MEDIDAS DE SEGURANA DE CARTER CORRETIVO ................................................. 70 5.1 5.1.1 5.1.2 5.1.3 5.1.4 5.1.5 5.1.6 5.1.7 D ESENVOLVIMENTO DO PLANO DE A O DE E MERGNCIA ................................................. 70 Metodologia para Implementao de Respostas...................................................... 70 Critrios de Classificao de Eventos Acidentais..................................................... 72 Estrutura Organizacional do Plano.......................................................................... 75 Formao do Grupo de Controle de Operaes - GCO ............................................ 75 Entidade Coordenadora do Plano ........................................................................... 76 Exemplos de Entidades intervenientes no Plano...................................................... 79 Responsabilidades de Atores no Cenrio do Sinistro ............................................... 86

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5.1.8 5.1.9

Logstica do Atendimento s Emergncias .............................................................. 86 Centro de Controle de Operaes .......................................................................... 87Postos de Atendimento de Emergncia ......................................................................................89

5.1.9.1

5.1.10 Aes de Respostas s Emergncias ..................................................................... 90 5.1.11 Comunicao de Emergncia para o Usurio .......................................................... 91 5.1.12 Equipes de Atendimento de Emergncia - Atribuies ............................................. 91 5.2 5.2.1 5.2.2 5.2.3 5.2.4 5.3 5.4 5.5 5.6 5.7 5.8 5.9 6 R ECOMENDAES PARA PROCEDIMENTOS DE COMBATE ................................................... 93 Procedimentos de Segurana na Aproximao da equipe ........................................ 95 Recomendaes para Combate a Incndios ........................................................... 97 Uso de Equipamentos de Proteo Individual.......................................................... 97 Riscos de Acidentes nos Procedimentos de Combate.............................................. 98 PROCEDIMENTOS DE TRANSBORDO E D ESCONTAMINAO............................................... 107 MONITORAMENTO DAS REAS ATINGIDAS...................................................................... 107 R EGISTRO DE A CIDENTES COM P RODUTOS P ERIGOSOS ................................................... 107 PROGRAMA DE TREINAMENTO O PERACIONAL (S IMULADOS ).............................................. 108 ASSINATURA DOS CONVNIOS ..................................................................................... 108 HOMOLOGAO DO PLANO ......................................................................................... 108PROPOSTA PARA ARTICULAO I NSTITUCIONAL............................................................... 109

BIBLIOGRAFIA ........................................................... ERRO! INDICADOR NO DEFINIDO. 6.1 ACESSOS INFORMATIVOS NA INTERNET ......................................................................... 116

7

ANEXOS ........................................................................................................................ 118 7.1 7.1.1 7.1.2 7.1.3 7.1.4 7.1.5 7.2 7.3 7.4 7.5 7.6 7.7 DOCUMENTOS L EGAIS E NORMAS SOBRE PRODUTOS P ERIGOSOS .................................... 118 Nacionais............................................................................................................ 118 MERCOSUL ....................................................................................................... 121 Normas Brasileiras ABNT.................................................................................. 121 Normas Vigentes ................................................................................................. 121 Normas em Reformulao - ABNT........................................................................ 122 CLASSIFICAO DE R ISCOS E RTULOS ........................................................................ 123 EXEMPLO DE UNIFILAR ............................................................................................... 129 LISTA DE CONFERNCIA - D ETERMINAO DE R ISCOS EM RODOVIAS ................................. 131 EXEMPLO DE L ISTA DE E NDEREOS PARA EMERGNCIAS ................................................ 133 R EGISTRO DE A CIDENTES COM P RODUTOS P ERIGOSOS ................................................... 138 D EFINIES .............................................................................................................. 140

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1 INTRODUOOs acidentes envolvendo produtos perigosos podem ter conseqncias e extrapolar o local do sinistro, com o derramamento dos produtos percorrendo rios, e chegar at corpos hdricos como baas e o mar, carreando a poluio at regies inimaginveis. Em face desta questo, diversas recomendaes sobre procedimentos adequados para segurana da populao lindeira, usurios da via, patrimnio pblico e privado e conservao do meio ambiente foram colocadas. O Manual apresentado se inicia com uma orientao sobre as informaes mnimas que devem ser levantadas com relao rodovia ou trecho desta considerada, dentro de sua rea de influncia, definida de acordo com as recomendaes apresentadas. Em seguida, apresenta sugestes de segurana rodoviria para implementao de medidas estruturais preventivas adequadas, que devem ser tomadas ainda na fase de obras de construo (implantao) e/ou melhorias de rodovias, visando eliminar, em primeiro lugar a ocorrncia de acidentes, e em no caso da sua ocorrncia, minimizar as conseqncias dos impactos causados com esses produtos, atravs da orientao para implementao de planos de ao pronta resposta com recursos materiais e humanos prdimensionados e disponveis, numa viso economicamente vivel para o momento brasileiro, onde os recursos so escassos. No captulo seguinte, o Manual apresenta uma orientao para o desenvolvimento de medidas estruturais de segurana de carter corretivo especficas para produtos perigosos, sendo a principal o denominado plano de ao de emergncia para respostas imediatas aos eventos acidentais j ocorridos. Hoje os planos de ao de emergncia, embora de carter essencialmente corretivos para respostas aos eventos acidentais rodovirios, tm apreciado como necessrio e corrente embutir sempre nos mesmos, um captulo de medidas estruturais preve ntivas, visando minimizar os impactos ambientais e aumentando a segurana rodoviria da via, com a implantao de medidas especficas para o transporte de cargas perigosas. Entretanto, o cenrio rodovirio do transporte de produtos perigosos, quanto sua segurana, necessita de outros itens estruturais como o banco de dados de acidentes, alm de outras medidas como sinalizao, barreiras de proteo em rios, avisos em encostas acentuadas e precipcios, ou ainda a criao de postos de emergncia que, na realidade, servem para todos os tipos de veculos. O principal parmetro que o plano deve atender o chamado tempo de resposta para atendimento adequado, que inclui o recebimento da comunicao e o deslocamento para o local para o estancamento do vazamento e resgate de acidentados.M.T. / DNIT / IPR

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Sobre o tempo de resposta foram apresentados clculos, consideraes, e sugerida sua faixa de atendimento razovel. Desta forma, pretende-se com tudo que consta deste Manual orientar as reas com responsabilidade sobre a via considerada, para atendimento de acidentes com produtos perigosos, promovendo a orientao para execuo de um plano de respostas adequadas compatvel com o nvel de segurana desejado da via, sugerindo o desenvolvimento de aes efetivas e de medidas coercitivas de pronta resposta na parte operacional da via, no segmento considerado, com relao especfica ao transporte de produtos perigosos, onde qualquer descuido, pode levar a conseqncias muito mais graves do que aquelas inerentes aos acidentes comuns do trnsito. O Manual sugere ainda a todos os representantes dos segmentos do processo de respostas do Plano, medidas de abordagem, desde o planejamento, levantamento dos riscos, descrio dos procedimentos, at sua operacionalizao, passando pelo nvel de articulao entre rgos e entidades pblicas e privadas, interessadas, com jurisdio sobre a regio de influncia, cuja ao se faz necessria em um plano dessa magnitude e natureza, alm da proposio do modelo institucional adequado sua implantao. No Plano so especificados os nveis de incidentes / acidentes postulados, toda a logstica de atendimento, servios e equipamentos necessrios s aes de isolamento, resgate de vtimas, neutralizao da agressividade do produto, disposio e transbordo de produtos, recomendaes para operaes de rescaldo e recuperao ambiental com aes efetuadas para eliminar ou minimizar as conseqncias do vazamento do produto perigoso. Por outro lado o Governo Federal atravs de um Programa iniciou a implementao de um Plano de Contingncia, a nvel nacional, para minimizar conseqncias desastrosas de acidentes envolvendo produtos perigosos, e tambm para atender compromissos assumidos em convenes internacionais j ratificadas mediante decretos legislativos, como a de instrumentos que tratam do controle de produtos e resduos qumicos discutidas nas convenes, acordos e conferncias internacionais seguintes: -Rio-1992 -Conferncia Mundial das Naes Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, incluindo-se declaraes e textos da Agenda 21, captulos 19 e 20, respectivamente,da gesto ambientalmente segura e preveno do trfico ilcito de produtos qumicos txicos e tambm dos resduos txicos, junho / 1992; - Conveno de Rotterdam sobre o Procedimento de Consentimento Prvio Informado para o Comrcio Internacional de Certas Substncias Qumicas e Agrotxicos Perigosos; -Conveno de Estocolmo sobre os Poluentes Orgnicos Persistentes;M.T. / DNIT / IPR

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-Conveno da Basilia sobre os Movimentos Transfronteirios de Resduos Perigosos; - Acordo da ALADI - Acordo de Alcance Parcial para Facilitao do Transporte de Produtos Perigosos de 30/12/94, vlido para todo Territrio Brasileiro celebrado na sede da ALADI, abrangendo todos os modais entre os pases que pouco depois vieram a constituir o MERCOSUL; homologado pelo Decreto federal n 1.797 de 26/01/96; -Conveno n 170 da OIT- Relativa Segurana na Utilizao de Produtos Qumicos no Trabalho, assinada pelo Brasil em Genebra, em 25/06/1990; -Conferncia de Joanesburgo Plano de Implementao da Cpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentvel que determinou a elaborao da Abordagem Estratgica para a Gesto Internacional de Substncias Qumicas, 2002; Todos estes compromissos internacionais envolvem produtos perigosos e sua gesto, prevem medidas preventivas e corretivas de alcance tcnico que convergem na implementao de planos de ao para emergncias no transporte de produtos perigosos em todos os modais, alm de outras providncias que se consubstanciaram no Decreto Federal n 5.098, de 3 de Julho de 2004. Este Decreto disps sobre a criao do Plano Nacional de Preveno, Preparao e Resposta Rpida a Emergncias Ambientais com Produtos Qumicos Perigosos - P2R2, que criou no seu artigo 4 a estrutura incumbida de formular e supervisionar a execuo do P2R2, constando, basicamente, da Comisso Nacional do P2R2 (CN - P2R2), e das comisses estaduais e distrital do P2R2 (CE - P2R2 e CD - P2R2), compreendendo os projetos e as aes de preveno, preparao e resposta rpida acidentes ambientais com produtos qumicos perigosos nos mbitos federal, distrital e estadual, bem como a articulao e proposio de parcerias com rgos pblicos e entidades privadas afins, com vistas sua implementao. O Ministrio dos Transportes, por fora do artigo n 5 do referido decreto, faz parte integrante da Comisso CN - P2R2, tendo sob sua responsabilidade as questes envolvendo os modais de transporte rodovirio e aquavirio, sendo o modal rodovirio, considerado dos mais importantes nesta questo que envolve produtos perigosos, uma vez que as estatsticas de acidentes so muito maiores no transporte rodovirio do que em qualquer outro modal considerado, o que compreensvel em face do grande volume de cargas transportadas por rodovias no pas.

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2 ANTECEDENTES HISTRICOSOs riscos potenciais de danos provocados por produtos perigosos (inflamveis, txicos, oxidantes, reativos, etc.) no transporte rodovirio mundial esto cada vez mais sendo divulgados e conhecidos e, como conseqncia, os sistemas de segurana e proteo do usurio tambm. Porm, a situao desses produtos decorrentes da industrializao e principalmente dos derivados do petrleo, que passaram a conviver no meio ambiente urbano nos ltimos 60 anos, comeou a provocar a degradao acelerada deste meio ambiente, decorrente de efeitos prejudiciais sade, que foram aos poucos sendo observados num processo cumulativo, que se acelerou no final do sculo 20, a partir do aps guerra. O que mais chamou a ateno para o problema no mundo foram as ocorrncias de acidentes graves originrios de propriedades agressivas de determinadas substncias qumicas que compem o contedo dos chamados produtos perigosos, como a inflamabilidade, explosividade e toxicologia letal aguda, que trouxeram grandes prejuzos sade e ao patrimnio das populaes afetadas e aos ecossistemas injuriados. E, como num contrasenso, promoveram a melhoria tecnolgica da segurana dos sistemas operacionais industriais e de transporte. O progressivo aumento da fabricao de produtos qumicos inflamveis derivados do petrleo e as chamadas substncias organo - sintticas txicas produzidas pela descoberta da sntese qumica, aliada ao contnuo lanamento de novas substncias no mercado mundial, tornam cada vez mais freqentes os acidentes com esses produtos, classificados como perigosos, principalmente nas operaes de transporte em vias pblicas. A anlise da experincia internacional, e tambm a acumulada em muitos pontos do pas, foram de vital importncia para o desenvolvimento de tcnicas de medidas preventivas e corretivas, que no modal rodovirio se apresentam como o estado da arte em muitos pases em desenvolvimento, inclusive o Brasil. Neste aspecto, no campo mundial pela experincia que acumularam no trato da questo tm-se os trabalhos da United Nations Environment Programme UNEP, Organizao Mundial da Sade - OMS e outras. Na esfera nacional as aes da CETESB de So Paulo, e outros rgos ambientais estaduais, bem como associaes como a ABIQUIM, com seu programa Pr-Qumica, fornecem hoje os subsdios bsicos para o desenvolvimento de uma ao eficaz sobre a questo. Entretanto, o volume de produtos perigosos contidos em cargas transportadas no modal rodovirio vem crescendo enormemente, apesar de limitado ao contedo dos veculos transportadores, que tambm cresceu nos ltimos anos com o avano da tecnologia, e chegaram a dobrar de volume emM.T. / DNIT / IPR

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veculos comerciais articulados compostos da unidade tratora e semi-reboque (carretas). Os acidentes em rodovias federais vm aumentando ano a ano comprovados pelas estatsticas das fichas de ocorrncia preenchidas nos locais dos sinistros. Numa breve anlise da matriz do Sistema Rodovirio de Transporte de Cargas (2001), no ltimo levantamento efetuado pela extinta Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes - GEIPOT, a participao do modal rodovirio na matriz de transporte brasileira era de 60,5% contra 96,0% do total de cargas e de passageiros transportados respectivamente . Esta predominncia acentuada do transporte rodovirio deve ser atribuda, entre outros, aos seguintes fatos: - Grande ampliao e modernizao das redes rodovirias federal e estaduais, com muitos dos eixos principais pavimentados; - Estagnao relativa e at declnio dos meios ferrovirio e hidrovirio por vrias dcadas, cuja recuperao, iniciada na segunda metade da dcada de 60, veio a ter a sua continuidade comprometida, face ao vulto dos recursos financeiros exigidos, os quais siste maticamente no foram disponibilizados; - Notada flexibilidade e segurana do transporte rodovirio que, aliadas relativa rapidez e s boas condies de operao, possibilitam tarifas e fretes competitivos com os preos finais das outras modalidades; - Evoluo da indstria automobilstica com aumento de capacidade mdia e produtiva da frota nacional de veculos rodovirios de passageiros e de cargas, com nfase para estes ltimos; - Expanso da produo agrcola sazonal em novas e amplas fronteiras, com maior utilizao efetiva da frota de caminhes; - Grande desenvolvimento econmico e urbanizao acentuada gerando crescente demanda de transportes de cargas diversificadas; - Aumento da participao do modo rodovirio no transporte integrado, em face do prprio desenvolvimento nacional e, em particular, pelo incremento das exportaes.

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Alem disso, como pode ser observado na figura no 2.1, mais da metade da malha rodovia do pas composta por rodovias estaduais. Da extenso total de rodovias pavimentadas, 32% (57.741 km) so federais, 56% (101.305 km) so estaduais e 12% (22.717 km) so municipais.

Municipais 13%

Federais 32%

Estaduais 55%

Fig. 2.1 - Malha Rodoviria Pavimentada, por Jurisdio Fonte: DNIT-PNV-2003 - Adaptado por Martins, Jussara,2005.

Em relao distribuio da malha rodoviria, no ano de 2003, segundo levantamento do DNIT, apresenta -se um desequilbrio regional no que se refere distribuio da rede rodoviria brasileira com mais da metade da malha pavimentada localizada nas regies sul e sudeste. Apenas 6,0% (11.080 km) do total encontram-se na regio norte do pas, enquanto 33,0% (59.686 km) concentram-se na regio sudeste ver figura no 2.2

Sul Sul 22% 22%

Centro Centro Oeste Oeste 12% 12%

Norte Norte 6% 6%

Nordeste Nordeste 27% 27%

Sudeste Sudeste 33% 33%

Fig. 2.2 - Distribuio da Malha Rodoviria Pavimentada, por Regio Fonte: GEIPOT (2001) - Adaptado por Martins, Jussara,2005.

O estudo da CNT (2003) apresenta outra caracterstica marcante dos principais corredores rodovirios, qual seja, a elevada alternncia das condies virias no pas: nas estradas coabitam trechos em excelente estado com trechos totalmente destrudos, tornando as viagens inseguras para os usurios e promovendo riscos de acidentes. Neste cenrio atual brasileiro o transporte de produtos perigosos se d principalmente por rodovias federais, que funcionam como corredores de trfego no transporte desses insumos, irradiando o movimento para rodovias estaduais e destas como origens e/ou para os destinos. A situao pode ser interpretada da seguinte maneira: o A gesto no transporte de produtos perigosos em uma determinada regio precisa incluir medidas de segurana preventivas e corretivas, fiscalizao, sinalizao especfica, estacionamentos seletivos, etc. NoM.T. / DNIT / IPR

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pode ser dissociada sua apreciao, em estudos de rodovias federais e estaduais, devendo, portanto, ser desenvolvido um trabalho conjunto dos responsveis pela operao das rodovias nas suas respectivas jurisdies; o Os rgos rodovirios estaduais e seus respectivos planos diretores rodovirios estaduais de recuperao e expanso, necessitam envolver, na suas concepes de planejamento, a varivel do transporte de produtos perigosos, com premissas em consonncia com as normas federais do DNIT, da mesma maneira que este desenvolve sua poltica de gesto nas rodovias federais dentro dos estados; o Quanto questo dos acidentes que ocorrem no transporte de produtos perigosos em rodovias em geral, o registro e a anlise dos mesmos condio essencial para a boa gesto e, os estados que mantm suas estatsticas de acidentes atualizadas tm melhores condies gerir a poltica do transporte desses produtos;

Figura n 2.3 - Acidentes com Produtos Perigosos por Causas Perodo: 1983 - 2004 (Junho), Fonte: CADAC-CETESB, 2004

o

Verifica-se na observao dos dados apresentados na figura no 2.3, que o perfil dos acidentes envolvendo produtos perigosos, retiradas as causas no identificadas, apresenta principalmente causas decorrentes de colises de veculos, onde os erros humanos (imprudncia, velocidade excessiva, bebida alcolica, etc.); e estado das vias, so os mais significativos; falhas mecnicas e operacionais, vm em seguida. Nas situaes de colises por diversos motivos ainda no pesquisados convenientemente, a falha humana decorrente da direo perigosa que comum em rodovias rurais, fora do permetro urbano, pode responder por grande parte dessa situao nas estatsticas, traduzida pelo excesso de velocidade, ultrapassagens inadequadas e no permitidas, cruzamentos proibidos, etc., mostrando que a falta do cumprimento das normas de trnsitoM.T. / DNIT / IPR

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ainda o principal motivo de acidentes, exigindo uma fiscalizao mais rigorosa acrescida da melhoria operacional da via, de sinalizao, etc. Na anlise das estatsticas apresenta -se um grande nmero acidentes com causas desconhecidas, isto , no identificadas, mostrando falhas no sistema de recolhimento e tabulao de informaes sobre acidentes. A falta de sistemtica na pesquisa das causas de acidentes para identificao adequada, impede sobremaneira a posterior implementao de medidas coercitivas e correes operacionais atravs de medidas preventivas e normativas. Apresentam-se, em seguida nas figuras 2.4, 2.5 e 2.6 as estatsticas computadas durante um perodo significativo dos ltimos seis anos no Estado de So Paulo. Na figura no 2.4 apresentam-se os acidentes ocorridos com produtos perigosos por tipo de via, apresentando um total de 1950 acidentes, dos quais, 1513 (77,5%) em rodovias rurais e 437 (22,5%) em vias urbanas do estado considerado. Portanto, onde se verifica a maioria dos acidentes com transporte de produtos perigosos fora da zona urbana, em rodovias rurais, seja pelo aumento da velocidade das viaturas nas rodovias fora dos centros urbanos, seja pelas pssimas condies de segurana apresentadas por essas, ou ainda por falhas na conduo dos veculos (falta de fiscalizao).

Figura n 2.4 - Acidentes com Produtos Perigosos por Tipo de Via no Estado de So Paulo, no Perodo Compreendido entre 1983 - 2004 (junho) Total de Acidentes: 1950; Fonte: CADAC-CETESB.

o

Na figura no 2.5 apresentam-se os acidentes ocorridos por Classe de Risco da ONU.

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Figura n 2.5- Acidentes por Classe de Risco da ONU, Perodo: 1978 - 2004 At junho de 2004, Fonte: CETESB-CADAC.

o

Nesta estatstica apresentada, a maioria dos produtos perigosos envolvidos em sinistros referente a combustveis motores e lubrificantes (Classe 3 da ONU - Produtos Inflamveis), que so na realidade os que mais transitam diariamente em grandes quantidades e freqncias, em todas os modais de transporte, com nfase no modal rodovirio. A orientao fornecida pelo Manual permitir aos implementadores de sistemas de atendimento e respostas a acidentes em rodovias, acesso a uma srie de subsdios para confeco de planos emergenciais envolvendo produtos perigosos, uma vez que foi disponibilizada uma srie de informaes a respeito e, dada uma enfatizao aos aspectos relevantes. O desenvolvimento visa promover melhorias no que concerne ao controle de aes especficas direcionadas ao transporte de produtos perigosos e seu relacionamento com as condies de segurana e trafegabilidade da rodovia, inserindo a varivel ambiental atravs da proteo do meio ambiente de seu entorno, considerando-se a, reas densamente povoadas, reas sensveis, enfim, tudo o que se relaciona com a preservao da vida e do meio ambiente da rea e influncia da rodovia. Nessa caracterizao ambiental que recomendada para ser desenvolvida detalhadamente na rea de influncia da via, incluem-se as unidades de conservao (UC), as bacias de drenagem, mananciais de rios, as lagoas, reas urbanas de ocupao rarefeita ou de interfaces urbanas, as reas urbanas de ocupao econmica, reas de uso agrcola, reas indgenas, bem como todas as comunidades populacionais lindeiras.

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Para essas possveis interferncias nas rodovias submetidas aos impactos ambientais foram, ento, propostas medidas mitigadoras para minimizar seus efeitos. Os acidentes e seus impactos ambientais provocados envolvendo produtos perigosos, como demonstrado, anteriormente, so mais freqentes em rodovias rurais, fora dos permetros urbanos, e estendem-se por vezes, muito mais amplamente alm das reas lindeiras das rodovias, avanando em vrios ecossistemas sensveis e, conseqentemente , abrindo acessos aos inmeros fatores impactantes sucessivos (efeito domin) nos recursos naturais existentes, deixando-os extremamente vulnerveis e contaminados por longos perodos. Alguns dos principais impactos ambientais gerados em conseqncia de acidentes com produtos perigosos na rea de influncia de uma rodovia, considerados neste Manual so: Degradao da qualidade da gua de rios, lenol subterrneo, lagoas e mar; Degradao da qualidade do ar atmosfrico; Degradao da qualidade dos solos; Prejuzos sade humana; Destruio e depreciao do patrimnio pblico e privado; Prejuzo para as atividades econmicas.

O seqencial apresentado no desenvolvimento do estudo indica que necessrio promover a definio adequada de reas de influncia das rodovias, considerando-se para isso todo o meio ambiente fsico, biolgico e antrpico existente na regio e, em seguida, com base em parmetros preestabelecidos, projetar de forma adequada os principais riscos, avaliando-se o provvel alcance das possveis conseqncias que ocorrero em caso de acidentes, tomando-se como base os produtos perigosos mais freqentes transportados ao longo da rodovia ou do trecho estudado. Assim, diante desta lacuna verificada em rodovias onde ainda no foram estabelecidas medidas de segurana preventivas e corretivas para fazer face aos impactos produzidos por acidentes com produtos perigosos, o Manual apresenta -se como um guia orientador para execuo dessas medidas, dentro de um contexto metodolgico racional, economicamente vivel, para a categoria da via. 2.1 MARCO LEGAL NO TRANSPORTE DE PRODUTOS PERIGOSOS

Numa breve apreciao sobre a questo legal ligada aos produtos perigosos, o transporte rodovirio de produtos perigosos foi inicialmente regulamentado pelo Decreto - Lei no 2.063/83 que disps sobre multas a serem aplicadas por infraes.

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Em seguida, a Portaria do Ministrio dos Transportes no 204 / 1997, hoje revogada, que apresentou a classificao de produtos perigosos pelos critrios da ONU. Em seguida, foi promulgado o Decreto Federal n. 96.044, de 18 de maio de 1988, que aprovou o Regulamento para o Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos RTPP, at hoje em vigor. Esse decreto foi alterado em parte pelo Decreto no 4.097 / 2002, e complementado por diversas portarias do Ministrio dos Transportes, destacando-se a Portaria no 291 de 31 / 05 / 1988, que definiu a rotulagem de riscos no transporte de produtos perigosos; seguindo-se como instrues complementares ao Regulamento - RTPP. Igualmente importante a Portaria do MT no 349 / 2002, que versa sobre Fiscalizao do Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos. Corre ainda em anlise no Congresso o Projeto de Lei - PL no 1155C/95, para atualizao da legislao (Decreto-Lei no 2063 e Decreto no 1832 -RTF); e existe ainda, em andamento, no Ministrio dos Transportes uma proposta de decreto para reformulao dos Decretos.no 96044/4097/98973. A Agencia Nacional de Transportes Terrestres em fevereiro de 2004 lanou a Resoluo ANTT no 420/2004, revogando as portarias: 261/89; 204/97; 409/97; 101/98; 409/98; 490/98; 342/2000; 170/2001; 254/2001, e introduziu instrues complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos, dando nova estrutura para a plaquetagem e rotulagem dos produtos; Esta Resoluo foi atualizada pela Resoluo ANTT no 701 de 25 de agosto de 2004. No mbito do MERCOSUL, as normas destinadas a expedidores e operadores de cargas dessa modalidade de transporte, foram baseadas em acordos e normas internacionais consagradas, inclusive, o Acordo Parcial para Facilitao do Transporte de Produtos Perigosos entre Brasil, Argentina, Paraguai (MERCOSUL), referendado, no Brasil, pelo Decreto 1.797 de 25 de janeiro de 1996. Posteriormente, o Decreto Federal no 2.866/1998, estabeleceu o Regime de Sanes e Penalidades para o MERCOSUL; e a Portaria no 22/2001, por sua vez aprovou as Instrues de Fiscalizao do Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos para o MECOSUL. A regulamentao imposta a esse modal de transporte obrigou todos os envolvidos com essas cargas a se adaptarem s novas condies exigidas, e, at mesmo criar, para sua segurana, mecanismos de controle e sistemas prprios de apoio logstico em casos de emergncia nas rodovias. Pela iniciativa de algumas concessionrias operadoras de rodovias, foram implantadas bases operacionais de atendimento a acidentes em geral incluindo produtos perigosos. Nesses sistemas so, por vezes, usadosM.T. / DNIT / IPR

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equipamentos de ltima gerao de resgate e atendimento emergencial de pronta resposta, atendo totalmente o que existe de mais moderno em resgate e atendimento emergencial, e tambm atendendo o que preconiza a Portaria do Ministrio da Sade que regulamenta o atendimento pr-hospitalar-mvel (Portaria no 1863/GM de 29 de Setembro de 2003). Entretanto, na maioria das rodovias, apesar da legislao moderna e completa, o sistema emergencial no se apresenta ainda adequado, no sentido de no existirem ainda na maioria dos casos, instrumentos de pronta resposta aos acidentes com produtos perigosos. Dessa forma, este manual pretende contribuir para diminuir esta lacuna, fornecendo orientao bsica para respostas adequadas s emergncias em rodovias no transporte de produtos perigosos.

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3 LEVANTAMENTOS NA REA DE INFLUNCIA DA R ODOVIA3.1 LEVANTAMENTOS DE CAMPO

Recomenda-se que os levantamentos de campo no estudo inicial da rodovia incluam toda a sua rea de influncia, que deve abranger desde as informaes relacionadas via como dados de projeto, classificao, condies e volume de trfego, at a infra-estrutura viria e de apoio, incluindo a obteno de dados sobre as comunidades populacionais, o meio ambiente (fsico e bitico e antrpico), a infra-estrutura de sade regional, comrcio e indstria lindeiros, alm da determinao de segmentos e pontos crticos referentes ao trfego da via. 3.1.1 LEVANTAMENTO DAS CARACTERSTICAS FUNCIONAIS E DE PROJETO O levantamento das caractersticas funcionais e de projeto da rodovia sugerido que seja feito reunindo-se as informaes nas unidades rodovirias ou nos projetos de impla ntao e/ou melhoramentos previstos da rodovia ou trecho dela. Segundo o Manual de Projeto Geomtrico de Rodovias Rurais, (DNIT19991), a classificao da rodovia implica no conhecimento de suas caractersticas, tais como: Classe de projeto da rodovia; Tipo de pista (simples, dupla, etc); Volume mdio dirio de trfego (VMD): nmero de veculos por dia; Volume horrio de projeto (VHP): fluxo de veculos, o n de veculos por hora que percorre uma seo do trecho considerado, por dia, durante um certo perodo de tempo; Velocidade diretriz em km / h de acordo com tipo de relevo (plano, ondulado ou montanhoso); Raio mnimo de curva horizontal: em metros de acordo com tipo de relevo (plano, ondulado ou montanhoso); Rampa mxima: em porcentual de acordo com tipo de relevo (plano, ondulado ou montanhoso). Ainda de acordo com o mesmo Manual as rodovias podem ser classificadas basicamente de acordo com 4 (quatro) critrios conforme apresentado a seguir: Quanto sua classificao funcional: Neste caso as rodovias brasileiras podem ser enquadradas em 3 (trs) sistemas funcionais: arterial, coletor e local. O Sistema Arterial abrange as rodovias cuja funo principal a de propiciar mobilidade, promovendo a1

O Manual citado est no momento em reviso no DNIT / IPR 24

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ligao entre centros geradores de trfego capazes de atrair viagens de longa distncia. O Sistema Coletor engloba as rodovias que tem como funo atender o trfego entre centros geradores de trfego proporcionando mobilidade e acesso. O Sistema Local compreende as rodovias de pequena extenso destinadas essencialmente a proporcionar acessos. Quanto s suas caractersticas fsicas Com relao a esse critrio, as rodovias podem ser classificadas em no pavimentadas e pavimentadas, com pistas simples ou duplas. Quanto ao padro tcnico Este critrio divide as rodovias em classes, devendo ser obedecidos os critrios apresentados na tabela a seguir relacionados s caractersticas fsicas das vias, ao volume mdio de trfego e a velocidade de projeto segundo o tipo de regio, conforme est apresentado na tabela no 3.1.1.1.Tabela n 3.1.1.1- Classificao de Rodovias Quanto ao Padro Tcnico Classe de Projeto 0 Via Expressa total de Deciso administrativa Caractersticas Critrio de Classificao Tcnica Velocidade de Projeto por Regio (km/h) Plana Ondulada 120 100 Montanhosa 80o

controle acesso I-A A Pista

dupla

- O

volume

de

trfego

100

80

60

Controle parcial de previsto reduzir o nvel acesso de servio em uma

rodovia de pista simples abaixo do nvel C I-A Pista simples Volume horrio de projeto VHP > 200, Volume mdio dirio VMD > 1400. II Pista simples Volume mdio dirio: 700