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Universidade Estadual de Maringá 12 a 14 de Junho de 2013
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A EDUCAÇÃO RURAL NOS ANOS 50 NO BRASIL E AS
INFLUÊNCIAS DO NACIONAL DESENVOLVIMENTISMO
HIDALGO, Angela Maria (Orientadora/UNICENTRO)1
SIKORA, Denise (UNICENTRO)2
PALHANO, Isabel Castilho (UNICENTRO)3
Introdução
A escola constitui-se como instituição social com um caráter contraditório,
simultaneamente assume o papel de perpetuação das estruturas, inclusive as
direcionadas à exploração social, assim como apresenta as possibilidades de contribuir
para a mudança social ao instrumentalizar os alunos oriundos da classe trabalhadora
para que possam atuar de forma consciente na sociedade, tendo em vista o
conhecimento histórico, das características e contradições do modo de produção, assim
como dos limites e das possibilidades de transformação social. Dos processos sociais
educativos, tanto informais quanto formais, os desenvolvidos no âmbito da escola
adquiriram supremacia, mas a expansão dos sistemas de ensino não garantiram que o
acesso, se traduzisse em permanência, e esta por sua vez em efetivação de
aprendizagem, principalmente para os do campo e os das periferias urbanas.
Neste trabalho, iremos analisar a afirmação de Leite (2002) de que a educação
rural, desenvolvida no Brasil no pós-guerra, tenha sido relagada à um segundo plano e
1 Doutora em Educação pela Universidade Júlio Mesquita Filho – Unesp, Campus de Marília, docente do Departamento de Pedagogia da Unicentro e do Mestrado em Educação desta mesma instituição. Bolsista Produtividade da Fundação Araucária-Pr, (orientadora). 2 Graduada em Pedagogia, Especialista em Educação do Campo e Mestranda em Educação pela Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO, Bolsista pela FUNDAÇÃO ARAUCÁRIA Fundação de Apoio à Educação, Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná - Brasil. Email: [email protected], (orientanda). 3 Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do Centro-oeste do Paraná – UNICENTRO. Especialista em Educação do Campo pela Universidade Federal do Paraná – UFPR. Professora pedagoga e Professora do Curso de Formação de Docentes a nível Médio, QPM do Estado do Paraná. Mestranda em Educação pela Universidade Estadual do Centro-oeste do Paraná – UNICENTRO. E-mail [email protected], (orientanda).
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que tenha recebido modelos urbanos-liberais de educação para promover o seu
crescimento. Segundo este autor, por ordem do desenvolvimento econômico, a
educação rural foi urbanizada e não respeitou as especificidades das populações
campesinas. Iremos afirmar que no período entre 1950 à 1964, a educação rural foi alvo
de inúmeros acordos internacionais e foram desenvolvidos projetos no âmbito Federal,
Estadual e Municipais. Apresentaremos algumas das ações da CNER - Campanha
Nacional de Educação Rural, sob orientação da UNESCO – Agência da Organização
das Nações Unidas, para a Educação, a Ciência e a Cultura, para demonstrar o esforço
de desenvolver projetos educativos que tivessem como referência as especificidades das
populações locais. Iremos inicialmente destacar elementos econômicos e políticos do
período nacional desenvolvimentista, para apresentarmos a análise de Oliveira F. (2003)
acerca das concepções da Cepal – Comissão Econômica das Nações Unidas para a
Amárica Latina e o Caribe acerca das relações das nações desenvolvidas com os países
sub-desenvolvidos. Avaliamos como elucidativas a tese deste autor acerca do papel da
agricultura para o desenvolvimento econômico do Brasil, assim como das influências
das teses Cepalinas para os programas educativos implementados neste período.
Organismos internacionais: a lógica de intervenção na educação
No contexto entre meio e pós guerras começa-se uma disputa desenfreada do
espaço mundial numa nova racionalização e estruturação do desenvolvimento industrial
por meio do Estado, com políticas incisivas no meio social, cultural e econômico. Os
anos 30 marcam “o fim da hegemonia agrária-exportadora e o início da predominância
da estrutura produtiva de base urbana-industrial”. (OLIVEIRA, F. 2003, p. 35).
São identificadas três vertentes do desenvolvimentismo, a partir dos trabalhos de
autores da área: o desenvolvimentismo do setor privado, representado por Roberto
Simonsen; o desenvolvimentismo não nacionalista do setor público, tendo como
expoente Roberto Campos, que defendeu a internacionalização de capitais com o apoio
do Estado como estratégia para a industrialização do país; e o desenvolvimentismo
nacionalista do setor público, com destaque para a obra de Celso Furtado. Roberto
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Campos foi o economista que “esteve mais próximo da política de investimentos
efetivamente realizada” (BIELSCHOWSKY, 2000, p. 105),
A expansão do capitalismo no Brasil encontra no “populismo” sua força política
e o campo educativo vai se constituir em área prioritária de intervenção.
Nessas circunstâncias, a expansão do capitalismo no Brasil repousará, essencialmente, na dialética interna das forças sociais em pugna; serão as possibilidades de mudança no modo de acumulação, na estrutura do poder e no estilo de dominação, as determinantes do processo. No limite, a possibilidade significará estagnação reversão à economia primária-exportadora. Entre essa duas tensões, emerge a revolução burguesa no Brasil. O populismo será sua forma política, e essa é uma das especificidades particulares da expansão do sistema. (OLIVEIRA, F. 2003, p. 63).
Como Oliveira coloca acima a questão da necessidade política de uma prática de
governo nacional populista4 que possibilitasse a mudança do modelo de acumulação, no
entanto, destacamos que a necessidade de substituição do modelo de desenvolvimento
agro-exportador para o modelo de substituição das importações no Brasil, foi orientado
sobretudo pela concepção teórica cepalina, que compreendia que os problemas
econômicos e sociais dos países de “terceiro mundo” era em detrimento do
“subdesenvolvimento” em decorrência das relações “arcaicas” dos meios de produção,
por isso a busca da “modernização” para o “desenvolvimento” desses países. “As
teorias da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e associado
aos governos brasileiros (Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek), apresenta como
características centrais a defesa da industrialização, do intervencionismo pró-
crescimento e do nacionalismo (FONSECA, 2004 apud, HIDALGO, 2012).
As medidas voltadas à impulsionar o crescimento econômico, tiveram
consequências perversas para a classe assalariada campesina, com destaque para a
4 Populista vem do populismo é uma forma de governar em que o governante utiliza de vários recursos para obter apoio popular. O populista utiliza uma linguagem simples e popular, usa e abusa da propaganda pessoal, afirma não ser igual aos outros políticos, toma medidas autoritárias, não respeita os partidos políticos e instituições democráticas, diz que é capaz de resolver todos os problemas e possui um comportamento bem carismático. É muito comum encontrarmos governos populistas em países com grandes diferenças sociais e presença de pobreza e miséria. (http://www.suapesquisa.com/historia/dicionario/populismo.htm).
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legislação que estabele salário mínimo e sua fixação, relacionado a "subsistência" dos
trabalhadores urbanos. Identificamos que "os critérios de fixação do primeiro salário
mínimo levavam em conta as necessidades alimentares (em termos de calorias,
proteínas etc.) para um padrão de trabalhador que devia enfrentar um certo tipo de
produção" (OLIVEIRA, F. 2003, p. 38). Essa exigência de reorganização política e
econômica do capitalismo industrial desencadeou a necessidade de constituição de uma
massa de mão de obra sobrante chamada de "exercito de reserva". O Estado foi
imprescindível para legitimar esta política liberal, neste período histórico econômico, e,
o fato de o salário urbano ser maior que a renda familiar rural, fez com que multidões
de pessoas se deslocassem para as cidades, atraídos por condições melhores de vida.
Esse "inchaço" urbano proporcionou a concorrência e disputa pela vaga de trabalho
como condição de sobrevivência. Entretanto, o excesso de mão de obra, enfraquecia a
organização e a luta social por melhores salários e condições de trabalho. Por isso o
papel do Estado foi incisivo na consolidação da burguesia industrial: destinou
incentivos financeiros para financiar a produção, assim como atuou na legislação, como
recurso legal de legitimar o novo formato político, deixando os trabalhadores rurais por
muito tempo desprovidos de direitos sociais entre eles os previdenciários. Nesse novo
processo adotou-se orientações como o chamado "preços sociais", destinação de
recursos públicos para o setor empresarial, tirando o setor agrário-exportador do centro
do sistema econômico, num discurso de redistribuição de rendas. Esta distribuição entre
burguesias, para Oliveira F. (2003), seria um "socialismo dos tolos", pois a classe
trabalhadora continuou na miséria.
Assim, não é simplesmente o fato de que, em termos de produtividade, os dois setores - agricultura e industria - estejam distanciando-se, que autoriza a construção do modelo dual; por detrás dessa aparente dualidade existe uma integração dialética. a agricultura, nesse modelo, cumpre um papel vital para as virtualidades de expansão do sistema: seja fornecendo os contingentes de força de trabalho, seja fornecendo os alimentos no esquema já descrito, ela tem uma contribuição importante na compatibilização do processo de acumulação global da economia. (OLIVEIRA, F. 2003, p. 47)
Portanto, evidencia-se que, o agrário que teve papel importante na produção de
alimentos de baixo custo, assumindo a função de alimentar de forma barata a mão de
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obra urbana, numa articulação da "produção primitiva" da agricultura, com base no alto
índice de exploração do trabalhador rural, com a modernização da indústria. Esta
proletarização do trabalhador rural não implicou na constituição de programas sociais
para este segmento da população e ainda, sem a aprovação de uma legislação que
garantisse alguns benefícios, como exemplo previdência social. Essa suposta
conciliação do agrário-industrial proporciona, de certa forma, uma visão discriminatória
do rural, expressa no conceito de "jeca tatu", que representa uma pessoa com falta de
higiene pessoal, doente e ignorante.
Entendemos que os trabalhadores rurais pagaram um alto preço pela
industrialização do país, tendo em vista que o modelo de desenvolvimento adotado no
país, contribuiu para manter o padrão "primitivo" baseado em alta exploração da força
de trabalho rural, que por sua vez, se constituiu em fator decisivo para o rebaixamento
do salário urbano devido ao baixo custo da alimentação. Com isto a manutenção de
relações de trabalho arcaicas no meio rural, torna-se um dos elementos da formação do
chamado "exercito de reserva", combinação que é a raiz da concentração da renda na
economia brasileira.
A expansão dos países subdesenvolvimentos ocorreu de forma articulada ao
desenvolvimento do capitalismo mundial, tornando assim força menor na tomada de
decisões. Estes países participam da economia mundial de forma que, para aumentar sua
acumulação, precisa cada vez mais acirrar a exploração da força de trabalho, para que
na divisão do "bolo" lhe sobre uma "fatia" maior. Diante dos problemas da acumulação,
a transformações sócio-econômicas no Brasil acontecem de forma conservadora, que
poderiam caracterizar uma revolução produtiva sem uma revolução burguesa da forma
clássica. Assim, o surgimento da industrialização brasileira, de forma forçada, de fora
para dentro, atendendo a necessidade de acumulação e não de consumo, processo as
avessas da forma convencional do capitalismo desenvolvido. Podemos portanto concluir
que o subdesenvolvimento não é uma disfunção do modo de produção capitalista, mas
sim, uma das suas características.
Esta análise de Oliveira F. (2003) acerca do subdesenvolvimento, permite ao
autor constituir a crítica às formulações dos autores desenvolvimentista, elaboradas
sobretudo a partir do estruturalismo Cepalino que categorizou uma dualidade conceitual
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entre o “moderno” e o “atrasado”. No plano teórico, o conceito do subdesenvolvimento
como formação histórico-econômico singular, constituída polarmente em torno de
oposição formal de um setor “atrasado” e um setor “moderno”, discurso que sempre foi
o fundamento do pensamento desenvolvimentista no período, "(...) este é privilegiado
sempre no nível da ideologia desenvolvimentista (análise do Grupo Cepal-BNDE que
forneceu as bases para o Plano de Metas do período de Kubitschek)" (p. 51).
Ou seja, a política econômica adotada no Brasil no período desenvolvimentista
esteve orientada pelas análises da Cepal, que produz uma concepção dualista do sistema
entre países atrasados, os periféricos e os modernos, os centrais. Será meta do país
atingir os mesmos níveis de modernização. Para tanto, são definidas políticas
econômicas e entre as sociais, as educativas terão destaque como elemento central para
a referida modernização.
Nesse processo, dado pelo avanço do capitalismo industrial, exigente de mão-de-obra qualificada para as novas funções do trabalho, tornando-se fundamental a renovação das proposições de adestramento e disciplinarização dos trabalhadores urbanos, assim como, a reorientação do trabalho rural, na medida em que propositalmente tecnologias modernas atingissem o campo. (SOUZA, 1999, p.04)
É importante assinalar o trabalho desenvolvido pelo governo para celebrar
convênios entre o Brasil e EUA para a população campesina. Foram realizados debates,
palestras e encontros com a finalidade de permitir condições básicas de ensino para essas
pessoas, assim a educação foi responsabilizada pelo desenvolvimento e expansão
econômica nacional. Alguns organismos internacionais exerceram influência direta,
principalmente nas políticas educacionais dos países emergentes. Baseados no modelo
liberal, acabam impondo mudanças legislativas, criação de programas e financiamentos
para a educação básica. (KORITIAKE, S.D.)
Destacamos o papel do Banco Mundial – BM, da Organização das Nações
Unidas para Educação, Ciência e Cultura – UNESCO e da Comissão Econômica para a
América Latina e o Caribe – CEPAL que influenciaram na reforma educacional dos
países da América em desenvolvimento. Em 1944, criou-se o BM para ajudar a
reconstruir os países que sofreram com a 2ª Guerra Mundial. Já na década de 1950 até
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1970, no contexto da Guerra Fria, teve como objetivo incorporar ao bloco ocidental não
economista aqueles países denominados de Terceiro Mundo, assim surgem programas
voltados a industrialização. Como não surtiu o efeito desejado e a desigualdade entre os
países das diferentes classificações persistiram, o Banco passou a atuar em outros setores
como o social e a agricultura. É nesse sentido que a educação também passa a ser vista
como uma das ferramentas que auxiliam no combate a pobreza.
Em 1945, a UNESCO foi fundada para disseminar o conhecimento, promovendo
a cooperação internacional nas áreas de educação, comunicações, ciência e cultura de
193 países. Segundo Ianni (1995) todas as mudanças ocorridas em virtude da necessidade
de promover o desenvolvimento dos países emergentes apresentou resultados
significativos, porém negativo. Para os organismos internacionais, a educação determina
o papel do país no contexto econômico mundial. [...]essa forma de dominação, que se pode denominar “colonialismo de mercado”, subordina povos e governos ao jogo anônimo e às manipulações deliberadas das forças desse mercado, [...] as políticas ditadas pelo FMI e o Banco Mundial acentuam as disparidades sociais entre as nações e no seu interior. (IANNI, 1995, p. 132-133)
Em 1948, foi criada a CEPAL, sendo esta, uma das cinco comissões econômicas
regionais das Nações Unidas. Primeiramente ela tinha como função a coordenação de
ações que promovessem e reforçassem as relações econômicas dos países envolvidos
com os demais, em seguida o Caribe foi envolvido para também promover o seu
desenvolvimento social. Foram publicados documentos que evidenciam a preocupação
de se caminhar para o crescimento sustentável, rever o papel da política e da educação e
o crescimento técnico que possibilite a inserção competitiva desses países a nível
mundial. Para que essa expansão se efetive, torna-se necessária a formação qualificada
de pessoas, sendo assim, a CEPAL demonstra uma preocupação com a educação, uma
vez que esses conhecimentos deveriam ser transmitidos pela escola (KORITIAKE,
S.D.). Oliveira F. (2003) critica esta análise Cepalina por não considerar as forças
políticas internas, as contradições entre os distintos interesses das classes sociais dos
países tanto de centro como da periferia.
A criação da Frente Parlamentar Nacionalista - FPN, em 1956, por iniciativa da
ala jovem do Partido Social Democrático – PSD, que agrega políticos progressistas de
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distintos partidos, exemplifica a criação de um determinado consenso em torno do
desenvolvimentismo, que eleva a burguesia industrial nacional, considerada moderna
frente ao atraso representado pelos segmentos agrícolas, à condição de classe social
redentora do país. Esta Frente defendia a criação de condições de um desenvolvimento
autosustentado nacional, independente e autocentrado, para o qual a Reforma Agrária,
como forma de superação da extrema pobreza da população rural e como mecanismo de
ampliação do mercado interno, seria necessária. Articula-se desta forma, um discurso
em que a burguesia nacional converte-se em representante de distintos interesses de
classes na industrialização nacional, tais como o proletariado camponês e a nova classe
média. Representa-se assim, uma comunidade nacional homogênea, em torno do
pressuposto liberal de que a produtividade do trabalho, com o emprego de novas
técnicas de produção, melhorariam as condições de vida e trabalho da população
(MOREIRA, 1998).
A partir de meados dos anos 1940, devemos considerar na análise dos programas
para as populações campesinas, um lento avanço da ação política camponesa com a
legalização da sindicalização dos trabalhadores do campo, que se torna relativamente
autônoma. Segundo Moreira (1998, p. 10), surgem então “disputas entre a Igreja
Católica, o PCB e o trabalhismo, pois todos buscavam a hegemonia sobre a organização
dos trabalhadores rurais”.
Esta disputa por influenciar os movimentos campesinos, deve ser também
analisado no contexto político do período, que repercutiu de forma decisiva nas ações,
sobretudo as educativas para as populações campesinas. Foi o contexto da Guerra Fria
em que os Estados Unidos da América, na disputa pelas áreas de influência com a União
Soviética, irá financiar projetos para as diferentes áreas. Será veiculado um confronto
ideológico entre a liberdade e a democracia das sociedade capitalistas e a ditadura dos
países socialistas (ZULUAGA NIETO, 2008).
Esse discurso e até mesmo a crença de que a equalização social se daria através
da educação para que os países emergentes atinjam o desenvolvimento sustentável foi
preconizado pela CEPAL. O recurso à educação básica como condição de empregabilidade está fundamentado na mesma assertiva de que investindo em educação o
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indivíduo amplia as possibilidades de inserção no mercado de trabalho. Assim, a escolarização dos indivíduos é vista como um instrumento para reduzir as disparidades na distribuição de renda e, consequentemente, as desigualdades sociais. (OLIVEIRA, D. 2000, p. 223)
Assim, destaca-se que, embora não tenha-se concretizado totalmente os
princípios da CEPAL, a ênfase estava em capacitar as pessoas para atender aos
requisitos do desenvolvimento econômico. Portanto, a qualidade da educação oferecida
explicaria a situação social, política e econômica da nação.
Esses organismos, tinham objetivos claros para a educação, que era preservar o
mundo livre das ações da esquerda, para isso a educação era interpretada não só como
instrumento de integração do indivíduo no coletivo, mas também como reguladora do
processo de participação da convivência social "[...] organismos supranacionais em
estratégias que procurava controlar a ordem política e os dilemas da exclusão social. No
bloco ocidental que predominava o pensamento anticomunista”. (SOUZA, 1999, p.-45).
No entanto, paralelamente a política de educação pensada pelo Estado
desenvolvimentista e organismos internacionais, também se disseminou os ideais
comunistas nas contradições evidenciadas na miséria e exploração do povo brasileiro,
ideais estes, que objetivasse promover no Brasil uma revolução proletária que
substituísse a sociedade capitalista pela sociedade socialista.
Sendo atribuído à educação uma das principais ferramentas de mudança nessa
época transitória, diante do dualismo brasileiro de uma sociedade “arcaica” para uma
sociedade “moderna”, desafio da “necessidade da formação de homens que rejeitam o
autoritarismo porque foram educados para a participação democrática” (PAIVA, 1980,
p.121). Democracia esta que se apresentava muitas vezes limitada, sendo o direito ao
voto, a grande supramacia da mesma. Pedagogia respaldada na ideologia nacional
desenvolvimentista do isebeismo5 que se apresentava em contradições dentro de um
ecletismo teórico, sendo a perspectiva que mais influenciou foi o “existencialismo
cristão”, numa tríade filosófico ideológica “fenomenológica-existencialista-culturalista”
(PAIVA, 1980, p.146).
5 Teorias oriundas do Instituto Superior de Estudos Brasileiros - ISEB
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Nesse período, os isebianos iluminaram o caminho da burguesia industrial
nacional na conquista da hegemonia política e, no ensejo da educação de jovens e
adultos objetivou-se orientações metodológicas que fomentaram a “cooperação,
sindicalização, extensão rural, [...] a era do desenvolvimento comunitário” (SOUZA,
1999, p.33).
Em 1951, com o lançamento do livro “Geopolítica da Fome”, Josué de Castro6,
Presidente do Conselho Executivo da FAO, entre 1952 e 1956, promove, no Rio de
Janeiro, uma mesa redonda sobre a Educação Rural, com a participação de
representantes da FAO e de integrantes da Comissão de Educação Rural em Itaperuna,
Estado do Rio de Janeiro, em que os princípios para esta modalidade de ensino foram
explicitados: a fixação do homem ao meio rural por meio de alterações das condições
sócio-econômicas; promoção de mudanças na mentalidade dos sujeitos para a formação
de indivíduos ativos e com desejo de mudanças da realidade em que está inserido; o uso
de estratégias, como planos de intervenção locais, flexíveis e interdisciplinares, voltados
para a formação de líderes locais e de escolas normais rurais para a formação de
educadores. (CPDOC, 1951) Se inicialmente a educação das populações rurais efetivou-
se por intermédio de projetos de educação de adultos, em 1952 é criada a Campanha
Nacional de Educação Rural (CNER), regulamentada, com verbas próprias, somente a
partir de 1956, assume a filosofia da educação como propulsora do desenvolvimento
econômico e social. Atendendo aos apelos da ONU, implementa os Centros Sociais de
Comunidade e as Missões Rurais, como mecanismos de promoção do progresso e
desenvolvimento social das populações rurais (AMMANN, 1997).
Sendo CNER, uma das iniciativas que se constitui de forma mais eficaz e
sistemática, diante dos projetos e experiências anteriores, permanecendo até 1963
6Josué de Castro, após a publicação do livro a “Geografia da Fome”, em 1946, e da participação em 1948, como delegado na Primeira Conferência Latino-Americana de Nutrição, em Montevidéu, promovida pela FAO, Órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, transforma-se em um dos intelectuais brasileiros mais atuante e com projeção internacional nas questões relacionadas à nutrição. Na ocasião é escolhido como membro do Comitê Consultivo Permanente de Nutrição deste órgão. Em 1950, Josué organiza a Segunda Conferência Latino-Americana de Nutrição da FAO em Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro. Entre 1952 e 1956 foi Presidente do Conselho Executivo da FAO, sediado em Roma. Dentre suas principais realizações neste período, destacam-se a promoção da Terceira Conferência Latino-Americana de Nutrição, em 1953, na Venezuela e a idealização de uma “reserva internacional contra a fome” para ajudar países em situação emergencial. http://www.juraemprosaeverso.com.br/Biografias/JosuedeCastro.htm acesso em 21/02/2012.
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quando foi extinta. A Campanha tinha como objetivo "adequar o homem do campo ao
plano de desenvolvimento econômico por meio da Educação de Base" (BARREIRO,
2010, p, 14). Práticas pedagógicas intra e extraescolares, que buscavam promover o
progresso, modificando os hábitos e valores do homem desse meio com a finalidade de
fixação do mesmo no espaço rural, sendo as questões prioritárias a serem contempladas
eram: "habitação, saúde, lazer e a promoção da educação política, com vistas ao
desenvolvimento da cidadania ao alcance dos ideais democráticos da população do
campo" (BARREIRO, 2010, p, 17). A CNER trabalhou no sentido de fortalecer o
exercício de cidadania, como dignos de direitos e deveres. Ideais demandados do
modelo vigente que buscava integrar o homem do campo na dinâmica do progresso e da
modernização.
A partir dessa época, são criadas escolas de formação de professores para atuar
no interior do país, articuladas ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais (INEP), que assume o papel de uma “espécie de mini ministério, no
interior do próprio ministério” na gestão de Anísio Teixeira (1952-1964)
(MENDONÇA; XAVIER, 2011, p. 5). Dentre as medidas desencadeadas por este órgão
destacam-se a construção e reforma das unidades escolares, a educação de jovens e
adultos e a formação de professores com a criação dos Centros Regionais de formação e
especialização de professores primários.
Entretanto, a partir de 1958 tem início uma nova fase da educação de adultos,
pois desenvolve-se um novo quadro de profissionais da educação que trata basicamente
dessa especialidade, com “influências da teorização do ISEB, bem como do pensamento
filosófico cristão europeu mais recente que começava a se difundir no Brasil” (PAIVA,
2003, p. 191).
O Instituto Superior de Estudos Brasileiros – ISEB, expressão do pensamento
Cepalino no âmbito nacional, teve repercussão no atual Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, fundado em 1937. Na Gestão Anísio
Teixeira, são criados os Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais – CBPE, assim
como os Centros Regionais de Pesquisas Educacionais – CRPE, desenvolve pesquisa
educacional e atua na elaboração de material pedagógico e formação de professores.
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No estado do Paraná no período de 30-64 movido pelo pensamento liberal
surgem forças antagônicas que no entusiasmo pela industrialização, movidas pela
indústria ervateira buscavam modernizar o estado, enfrentando as forças conservadoras
das oligarquias agrárias. “A educação pública no Paraná, como parte integrante do
conjunto nacional, alinhava-se ao modelo educacional liberal” (MIGUEL, 1997, p. 22).
Esse embate se evidencia nas concepções pedagógicas e filosóficas das políticas
educacionais implementadas nos cursos de formação de professores nas escolas
normais, “com ênfase nas investigações filosóficas e experimentais dos fenômenos
educacionais. [...] O estudo de métodos na observação e experimentação que iriam
direcionar com maior segurança a ação profissional do professor” (MIGUEL, 1997, p.
83). Nesse contexto começa a se evidenciar as influências escolanovistas, “tanto na
transmissão dos conhecimentos aos alunos como na ação educacional que ele exercia
junto á comunidade onde a escola na qual fosse atuar estivesse localizada” (MIGUEL,
1997, p. 83).
Devido as pressões sociais do interior do estado do Paraná pela escolarização de
seus filhos, clamavam por escolas e professores nos povoados entre meio do sertão
paranaense. Então o poder público decide abrir novas escolas normais regionais no
intuito de formar professores rurais aptos a lecionar em escolas isoladas. “Partindo
dessa constatação, elaborou o programa para cursos normais regionais" (MIGUEL,
1997, p. 156).
O município de Guarapuava foi contemplada por uma escola normal. “A luta
pela instalação de ensino normal da cidade encontrou uma circunstância propícia com
Lei Orgânica do Ensino Normal de 1946” (VICENTIN E HEROLD JUNIOR, 2012, p.
121). Reflexo da modernização dos grandes centros também.
Guarapuava lutava por realizar processos de modernização econômica e social [...] Como uma das constituintes dessa luta, variadas demandas escolares de características estruturais também se faziam presentes. A demanda por instrução aumentou, fazendo com que, nas primeiras décadas do século XX, a cidade contasse com Grupo Escolar, Escolas Particulares religiosas e não religiosas, bem como algumas Escolas Isoladas espalhadas nas localidades mais distintas do município. [...] constata a precariedade da situação educacional do município. Os dados que se apresenta dão conta de que dos 50.000 habitantes do município, 70% eram analfabetos e que das 17.000 crianças em idade escolar, apenas um número entre 2.000 a 3.000
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frequentavam escolas. (VICENTIN E HEROLD JUNIOR , 2012, p. 115 e 116,).
O objetivo dos governantes da época era que em dez anos toda a região estaria
suprida da demanda de professores formados nos cursos normais regionais. “O governo
pensava em inverter tal política, deslocando a formação dos professores para o interior,
para que os mesmos, depois de formados, exercessem o magistério no próprio local"
(MIGUEL, 1997, p. 149). O currículo para esses cursos era todo diferenciado dos cursos
dos grandes centros, se privilegiavam disciplinas que levassem o futuro professor a
conhecer mais sobre as demandas locais. Sendo que os mesmos em suas escolas rurais
teriam o desafio de pensar um currículo também adequado ao seu alunado, “devendo ser
elaborados nas próprias zonas rurais de localização das escolas, [...] professores e
autoridades locais as linhas mestres de tais programas privilegiariam jardinagem,
criação de animais, além de conhecimentos sobre higiene e saúde” (MIGUEL, 1997, p.
152). Sempre no intuito de melhorar as condições de vida social da população rural.
Entretanto o problema de falta de professores na região não se resolvem. “A falta
de professores não era um problema que afetava apenas a realidade guarapuavana, mas
era uma angústia comum de vários municípios [...] no ano de 1957, não se amenizava de
forma contundente” (VICENTIN E HEROLD JUNIOR, 2012, p. 117). Mas o problema
persistia pelo fato de a maioria dos alunos normalistas serem do sexo feminino e para
muitas famílias o curso serviria para preparar as moças para o casamento e a cuidar do
lar e dos filhos, sendo que as mesmas se formavam e não assumiam a docência.
Retomando o pensamento de Oliveira, F. 2003 com o Nacional-
desenvolvimentismo orientado pela política de governos populistas criam-se condições
e adequações para juntar o velho “arcaico” e o novo “moderno” fundando-se novas
relações entre capital e trabalho. Com isso constituindo-se relações pré-capitalistas de
força de trabalho, que evoluem para formas abstratas de trabalho do capitalismo mais
avançado. Sendo que o transformismo brasileiro é uma revolução produtiva sem
revolução burguesa, característica do capitalismo tardio. E “abortada” pelo golpe militar
de 1964, contradições desse período do “subdesenvolvimento” que poderia ter
proporcionado melhores condições de vida a classe trabalhadora. Por fim Oliveira
coloca uma expressão de “ornitorrinco” comparando o desenvolvimento brasileiro a
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“uma acumulação truncada e uma sociedade desigualitária”, (OLIVEIRA, 2003, p. 150)
ou seja combinando as formas mais “arcaicas” de exploração do trabalho e acumulação
do capital com a financeirização internacional. Concordando com Florestan Fernandes
(2004) um capitalismo periférico dependente das decisões e comandos dos centros
financeiros internacionalizados.
Diante dessas contradições econômicas e sociais, acima problematizadas, a
educação também se efetiva dentro do mesmo emaranhado de contradições. Tentava-se
modernizar numa pedagogia escolanovista, de viés “liberal” contra “o conservadorismo
cristão” que resistia em transcender “a modernização dos métodos pedagógicos e
escondia o autoritarismo e o conservadorismo presentes na sociedade, mas
contraditoriamente continha também um avanço, enquanto garantia um sólido domínio
da cultura geral e os métodos para transmiti-los, [...] dessa forma a dupla especificidade
da educação” (MIGUEL, 1997, p. 110). Reflexos desse contexto educacional
impulsionado pelo nacional-desenvolvimentismo se evidenciou como já mencionados
anteriormente a nível nacional, paranaense e guarapuavano, a busca da modernização,
que se fez, de forma articulada, nas três esferas do país.
Na luta para acontecer a transformação social não podemos negar a importância
da educação, como coloca Meszáros.
Portanto, o papel da educação é soberano, tanto para a elaboração de estratégias apropriadas e adequadas para mudar as condições objetivas de reprodução, como para a automudança consciente dos indivíduos chamados a concretizar a criação de uma ordem social metabólica radicalmente diferente. (MESZÁROS, 2005, p. 65).
Como o autor acima coloca a educação é de primordial importância, dando
condições objetivas para mudança, porém, este instrumento educação, dependendo do
interesse ideológico que lhe orienta, pode servir como ferramenta de alienação e
dominação da classe trabalhadora.
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Considerações finais
Acredita-se que a análise da educação rural implementada nos anos 50, no
Brasil, contribui para evidenciar os esforços empreendidos na ocasião, assim como a
perspectiva teórica assumida, tendo em vista que se não logrou êxito, não foi por falta
de iniciativas e intenção de mudanças e transformação. Entendemos que a pertinência
do referido tema, está em discutir e refletir sobre a efetivação das políticas públicas
educacionais historicamente defendidas pelos diferentes segmentos sociais e
implantadas pelo estado em pareceria com organismos internacionais.
Fundamentada nos princípios teóricos apresentados buscou instrumentalizar-se
para problematizar em busca de elementos para a discussão e reflexão, diante das
políticas públicas de educação rural dos anos 50, assim fazendo uma relação dos
princípios contra-hegemônicos dos momentos históricos para a educação. “A presença
ou a ausência de políticas explicitam correlações de forças entre o Estado e a sociedade
civil que não se explicam somente pelo presente, mas pelos diferentes contornos que o
Estado assume ao longo da história” (BARREIRO, 2010, p.14).
REFÊNCIAS
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