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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA N° 11, MAIO 2000
ATUALIDADES EM QUÍMICA
A seção “Atualidades em química” procura apresentar assuntos que mostrem como a química é uma ciência viva, seja comrelação a novas descobertas, seja no que diz respeito à sempre necessária revisão de conceitos.
Otermo polímero representa umgrande número de substân-cias, algumas de ocorrência
natural e outras sintéticas. O início desua utilização pelo homem se con-funde com a história. No entanto, odesenvolvimento sintético teve inícioem princípios do século 20, sob baseainda empírica. Apenas às vésperas daSegunda Guerra Mundial, os polímeroscomeçaram a ser preparados e os con-ceitos que envolvem esta classe demateriais começarama ser estudados. Aidéia de associar pro-priedades elétricasdos metais às proprie-dades mecânicas dospolímeros ocorreu porvolta dos anos 50, pe-la incorporação decargas condutoras(negro de fumo, fibras metálicas ou fi-bra de carbono) a estes, produzindoos chamados “polímeros condutoresextrínsecos” (extrínsecos pois a cargacondutora é adicionada). Recente-mente, uma outra classe de materiaiscondutores, os “polímeros condutoresintrínsecos”, vem sendo estudada esuas propriedades específicas têm
contribuído muito para uso em diversasaplicações. Estes polímeros conduzemcorrente elétrica sem a incorporaçãode cargas condutoras.
A descoberta da propriedadecondutora em polímeros
Por muito tempo, as tentativas paraobter um polímero condutor foram frus-tradas. Somente no início da décadade 70, uma classe de polímeros foi pre-parada com significativa capacidade
de conduzir eletricida-de, embora a idéia deque sólidos orgânicosapresentassem altacondutividade elétrica,comparável à dos me-tais, tenha sido pro-posta há mais de meioséculo. A descoberta
dos polímeros condutores teve inícioacidentalmente no laboratório de Hi-deki Shirakawa do Instituto de Tecnolo-gia de Tóquio, em 1976. Na tentativade sintetizar o poliacetileno (um pó pre-to), um estudante de Shirakawa produ-ziu um lustroso filme prateado, pareci-do com uma folha de alumínio. Reven-do a metodologia, o estudante verificouque havia utilizado uma quantidade de
catalisador 1000 vezes maior que a ne-cessária.
Em 1977, Shirakawa, trabalhandoem colaboração com MacDiarmid eHeeger na Universidade da Pensilvâ-nia, EUA, verificou que após a dopa-gem do poliacetileno com iodo, o filmeprateado flexível tornou-se uma folhametálica dourada, cuja condutividadeelétrica era sensivelmente aumentada.Na década de 80, os pesquisadoresNaarmann e Theophilou da BASF AG,em Ludwingshafen, Alemanha, conse-guiram incrementar ainda mais acondutividade do poliacetileno. Usan-do um novo catalisador e orientando ofilme por estiramento, conseguiram,após dopagem, condutividade seme-lhante à do cobre metálico à tempera-tura ambiente (106 S cm-1). A desco-berta do poliacetileno condutor mos-trou que não havia nenhuma razãopara que um polímero orgânico nãopudesse ser um bom condutor de ele-tricidade. Desta forma, outros políme-ros condutores foram preparados.
Estrutura molecular e propriedadesde condução
Os polímeros condutores são geral-mente chamados de “metais sintéti-cos” por possuírem propriedades elé-tricas, magnéticas e ópticas de metaise semicondutores. O mais adequadoseria chamá-los de “polímeros conju-
Roselena Faez, Cristiane Reis, Patrícia Scandiucci de Freitas, Oscar K. Kosima,Giacomo Ruggeri e Marco-A. De Paoli
Este artigo discute o que são os polímeros condutores e como eles conduzem eletricidade. Também apresentaos métodos de obtenção e as principais aplicações deste importante tipo de polímero.
plástico condutor, materiais, polímeros
Polímeros condutores
Os polímeros condutoressão geralmente chamadosde “metais sintéticos” porpossuírem propriedadeselétricas, magnéticas e
ópticas de metais esemicondutores
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gados” porque são formados por ca-deias contendo duplas ligações C=Cconjugadas (vide Tabela 1). Esta con-jugação permite que seja criado umfluxo de elétrons em condições especí-ficas, como discutido a seguir.
Os elétrons π da dupla ligação po-dem ser facilmente removidos ou adi-cionados para formar um íon, nestecaso polimérico. A oxidação/reduçãoda cadeia polimérica é efetuada poragentes de transferência de carga(aceptores/doadores de elétrons), con-vertendo o polímero de isolante emcondutor ou semicondutor. Essesagentes são chamados de “dopantes”em analogia com a dopagem dossemicondutores, porém são adiciona-dos em quantidades muito superiores,pois a massa do dopante pode chegara até 50% da massa total do composto.Nos semicondutores inorgânicos, acondutividade só é alcançada pelainserção de elementos (dopantes) quepossam doar ou receber elétrons a fimde proporcionar um fluxo de elétronse assim gerar portadores de correnteelétrica.
A condutividade elétrica dos polí-meros foi primeiramente explicadacom base no “modelo de bandas”, se-melhante aos semicondutores inor-gânicos. Num cristal, como em umpolímero, a interação da cela unitáriacom todos os seus vizinhos leva à for-mação de bandas eletrônicas. Osníveis eletrônicos ocupados de maisalta energia constituem a banda devalência (BV) e os níveis eletrônicos va-zios de mais baixa energia, a bandade condução (BC). Estes estão sepa-rados por uma faixa de energia proibi-da chamada de band-gap (também chama-da de “hiato”), cuja lar-gura determina as pro-priedades elétricasintrínsecas do mate-rial. Esse “modelo debandas” foi discutidopor Toma em QuímicaNova na Escola de no-vembro de 1997.
No caso do poliacetileno, uma oxi-dação remove elétrons do topo da ban-da de valência e uma redução adiciona
elétrons na banda de condução. Issoforma bandas semipreenchidas, comono caso dos metais. No entanto, essemodelo não explica o fato de que acondutividade está associada a porta-dores de carga de spin zero e não aelétrons deslocalizados.
Da mesma forma que em qualquersólido, em um polímero o processo deionização resulta na criação de uma la-cuna no topo da banda de valência.Neste caso, três observações podemser feitas:
1. Pela definição exata do processonenhuma relaxação geométrica(distorção do retículo) ocorre nacadeia polimérica.
2. A carga positiva gerada perma-nece deslocalizada sobre toda acadeia polimérica.
3. A presença da lacuna (nível deso-cupado) no topo da banda de va-lência confere um caráter metá-lico ao processo.
Contudo, em sólidos unidimensio-nais dos quais os polímeros condu-tores fazem parte, pode ser energe-ticamente favorável localizar a cargaque aparece sobre a cadeia (criandoum defeito) e ter ao redor desta cargauma distorção local do retículo (rela-xação) - Teorema de Peierl. Esse pro-cesso resulta no aparecimento de esta-dos eletrônicos localizados no interiordo band-gap.
Considerando-se o caso da oxida-ção, isto é, a remoção de um elétronda cadeia, há a formação de um cátionradical (também chamado de polaronem química de sólidos). Esta pode serinterpretada como a redistribuição deelétrons π, que polariza a cadeia poli-mérica apenas localmente, produzindouma modificação de curto alcance na
distribuição espacialdos átomos. Em ter-mos químicos, umpolaron consiste emum íon radical comcarga unitária e spin= 1/2, associado auma distorção do retí-culo e à presença deestados localizados
no band-gap (vide Figura 1). No pro-cesso de formação do polaron, a ban-da de valência permanece cheia e abanda de condução vazia, e não há o
Polímeros condutores
Tabela 1: Estrutura dos principais polímeros intrinsecamente condutores.
Polímero condutor Condutividade / S cm-1
Polipirrol
Politiofeno
Poli(p-fenileno vinileno)
Poli(p-fenileno)
nPoliacetileno
N N NH
NH
nPolianilina
NN N
N
H H
H H n
SS S
S
n
n
n
103 a 106
10 a 103
600
200
500
1
A condutividade elétricados polímeros foi
primeiramente explicadacom base no “modelo debandas”, semelhante aos
semicondutoresinorgânicos
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aparecimento do caráter metálico, umavez que o nível parcialmente ocupadoestá localizado no band-gap.
Quando um segundo elétron é re-movido da cadeia, pode-se ter duassituações: ou o elétron é removido dacadeia polimérica ocasionando a cria-ção de mais um estado polaron ou éremovido do estado polaron já exis-tente. No último caso, ocorre a forma-ção de um bipolaron, que é definidocomo um par de cargas iguais (dicá-tion com spin = 0, associado a umaforte distorção do retículo). A formaçãode um bipolaron é favorecida em rela-ção à formação de dois polarons, umavez que o ganho de energia decorrenteda interação de duas cargas com oretículo é maior do que a repulsão cou-lômbica entre as cargas de mesmo si-nal.
Portanto, assim como nos semicon-dutores inorgânicos, os polímeros con-
dutores devem ser dopados para apre-sentar maior condutividade. Entretanto,de forma diferente dos semiconduto-res, os portadores de carga não sãoelétrons ou buracos localizados no in-terior de bandas e sim defeitos carre-gados, os polarons e bipolarons, locali-zados ao longo da cadeia polimérica.Essa particularidade influencia direta-mente o mecanismo de transporte nointerior da cadeia do polímero.
Na maioria dos polímeros condu-tores, como polipirrol e politiofeno, oprocesso de dopagem ocorre simulta-neamente com a oxidação da cadeia.Elétrons são retirados da cadeia duran-te a oxidação e há inserção de contra-íons (dopantes) para balancear a car-ga. Os mais conhecidos aceptores edoadores de elétrons, incluindo-seagentes fortes e fracos, são: AsF5, I2,Br2, BF3, HF, Li, Na e K, respectivamen-te. O processo de dopagem pode serrealizado por métodos químicos ouapenas pela exposi-ção dos polímeroscondutores aos vapo-res dos agentes detransferência de car-ga.
A polianilina e seusderivados formam uma outra classe depolímeros condutores em relação aoprocesso de dopagem. Ela pode serdopada por protonação, isto é, semque ocorra alteração do número de elé-trons (oxidação/redução) associadosà cadeia polimérica. A polianilina podeocorrer em diferentes estados de oxi-
dação, dos quais a forma esmeraldina,50% oxidada, é a mais estável (videTabela 2).
A forma base esmeraldina (isolante)do polímero pode reagir com ácidos(HCl) resultando na forma sal esme-raldina (condutora). A reação de proto-nação ocorre principalmente nos nitro-gênios imínicos da polianilina (-N=).Este estado contém duas unidades re-petitivas, a amina-fenileno e a imina-quinona. Além da elevada condutivi-dade elétrica, que chega à ordem de102 S cm-1, outra propriedade interes-sante da polianilina é exibir diferentescolorações quando se variam as con-dições de pH ou o potencial elétrico.
SínteseOs polímeros condutores podem
ser sintetizados por três métodos depolimerização: química (vide quadrona página seguinte), eletroquímica efotoeletroquímica. Dentre estes mé-
todos, a síntese quími-ca é a mais utilizada eindustrialmente é amais vantajosa porpossibilitar a produ-ção de grandes quan-tidades de material.
Algumas rotas de síntese são muitosimples e podem ser adaptadas paraescala piloto ou industrial (poli(p-fenilvinileno), polipirrol e polianilina). Outrasrequerem ambientes isentos de umi-dade (polifenilenos e politiofenos).
O produto da oxidação da anilinafoi primeiramente preparado em 1862,
Polímeros condutores
Figura 1: Modelo de bandas para um polí-mero condutor: a) polarons e b) bipolaron.
Tabela 2: Os três estados de oxidação mais importantes da polianilina: leucoesmeraldina, esmeraldina (isolante e condutora) e pernigranilina.
Estado de oxidação Estrutura Cor* Característica
N N N NHHHH
n
nN N N N
HHHH
+ +
N N N NHHHH
n
++N N N N
HHHH
n
Leucoesmeraldina
Sal de esmeraldina
Base esmeraldina
Pernigranilina
* Os valores numéricos referem-se ao comprimento de onda (em nanometros) onde a absorção é máxima.
amarela310
verde320, 420, 800
azul320, 620
púrpura320, 530
isolante completamentereduzida
condutora parcialmenteoxidada
isolante parcialmenteoxidada
isolante completamenteoxidada
Como nos semicondutoresinorgânicos, os polímeros
condutores devem serdopados para apresentar
maior condutividade
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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA N° 11, MAIO 2000Polímeros condutores
porém suas propriedades foram reco-nhecidas somente cerca de 100 anosdepois (década de 80 do século 20),despertando um interesse particulardevido ao baixo custo de produção,facilidade de síntese e alto rendimento.As sínteses da polianilina e do polipirrolpodem ser realizadas de maneiras se-melhantes sob a ação de um agenteoxidante. No caso da polianilina, é es-sencial manter um meio com pH ≈ 1,0.Alguns dos agentes oxidantes estu-dados para a polianilina foram K2Cr2O7,KMnO4 ou H2O2. Para o polipirrol usa-se Br2, I2, CuCl2. Agentes oxidantes co-muns a ambos são o FeCl3 ou(NH4)2S2O8, este último muito utilizado Figura 2: Principal método de síntese da polianilina.
Vamos sintetizar polianilina?Se você tem interesse em conhecer mais de perto um
polímero condutor, aqui é mostrado como se preparar apolianilina, um dos polímeros condutores mais conhecidos.Antes de começar o experimento tenha certeza de quevocê dispõe de um laboratório seguro, com capela equipa-da com exaustor e equipamentos de segurança pois have-rá evolução de vapores corrosivos e irritantes durante adissolução dos reagentes. Também é necessário o uso deavental, óculos de segurança, luvas e sapato fechado, cui-dados que devem ser usuais em um laboratório para seevitar ferimentos em caso de acidente. Lembre-se: o áci-do é corrosivo e pode queimar a pele e a anilina é tóxica,pode conter um subproduto que causa câncer e o persul-fato de amônio, (NH4)2S2O8, é altamente oxidante, portantoevite contato com os reagentes.
Você vai precisar de:• balão de fundo redondo de 250 mL• termômetro• haste de agitação e agitador mecânico ou barra de
agitação (peixinho) e agitador magnético (o peixinhopode não girar constantemente com a deposição desólido)
• recipiente onde será colocado o balão em banho comgelo e sal grosso
• funil de Büchner• Kitazato• trompa de vácuo• dessecador com CaCl2• balança• multímetroReagentes:• 100 mL de solução de HCl 1 mol/L• 2 mL de anilina• 6 g de (NH4)2S2O8Monte o balão. Dissolva a anilina em 20 mL de solução
de HCl dentro do balão. Mantenha o balão dentro do reci-
piente contendo o gelo e osal grosso, procure mantero sistema a -10 °C. Sepa-radamente dissolva o(NH4)2S2O8 no restante dasolução de HCl. Adicionelenta e cuidadosamente asolução de (NH4)2S2O8 aobalão contendo a anilina,sob agitação. Mantenha aagitação por 2 h. O meioreacional deverá mudar decoloração, podendo passarpor tons de vinho, roxo eazul até começar a se depo-sitar o precipitado. Filtre oprecipitado em funil deBüchner sob vácuo, lavan-do-o com solução de HCl 1 mol/L. Seque em dessecadorcontendo CaCl2. Monitore a secagem pesando o sólidoperiodicamente até massa constante, o que pode levaralguns dias. O material obtido será um pó com coloraçãoescura, quase preta e tonalidade esverdeada e não se parececom os polímeros utilizados em embalagens, utensílios do-mésticos, carcaças de equipamentos, entre outros. Quandoo polímero estiver seco, faça uma pastilha em um pastilhadorpara pastilhas para infravermelho. Meça a condutividade comum multímetro e compare com vários tipos de plásticos eborrachas. Separe uma parte da polianilina e coloque emum meio básico (solução de NaOH, por exemplo), acoloração muda de esverdeado para azulado. Filtre, lavecom água destilada e seque (desta vez pode ser em estufa).Faça uma nova pastilha e meça a condutividade com o mul-tímetro. Compare com a amostra anterior. A primeira amos-tra estava dopada com HCl, sendo condutora, na segundao dopante foi removido, tornando a polianilina isolante.
Montagem do sistema para sínteseda polianilina.
por apresentar bons resultados, comorendimento e condutividade (vide Fi-gura 2). O politiofeno e seus derivadospodem ser obtidos por polimerizaçãocom FeCl3 ou CuClO4.
Os polímeros condutores tambémpodem ser depositados eletroquimi-camente na forma de filmes sobre ele-trodos metálicos ou semicondutores.A célula eletroquímica consiste de umeletrodo de trabalho (o eletrodo ondeo filme do políme-ro vai ser deposi-tado), um contra-eletrodo e um ele-trodo de referên-cia. Estes são
imersos em uma solução que conte-nha o monômero e o eletrólito (os âni-ons dopantes). No caso da anilina, énecessário acidificar o meio. O meioreacional pode ser aquoso ou orgâni-co, dependendo da solubilidade doprecursor polimérico e da estabilidadedo produto. As dimensões do filme for-mado são limitadas pela área geomé-trica do eletrodo e pela densidade decarga utilizada na síntese. Industrial-
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QUÍMICA NOVA NA ESCOLA N° 11, MAIO 2000Polímeros condutores
Figura 3: Processo de produção contínuade polipirrol. O anodo tem a forma de umtambor rotativo e permite a remoção do fil-me da solução. Figura 4: Mecanismo de reação da eletropolimerização do pirrol.
Tabela 3: Algumas aplicações dos polímeros condutores.
Aplicação Fenômeno Uso
transferência de carga
variação de cor comaplicação de potencial
movimentação mecânica de umfilme pela aplicação de potencial
emissão de luz
eliminação de carga estática
proteção contra corrosão
transformação de energialuminosa em energia elétrica
absorção de radiação(diminui interferência nos
equipamentos eletrônicos)
baterias recarregáveis,sensores, capacitores
janelas inteligentes
transdutor mecânico pararobótica
monitores e mostradores
microeletrônica
tintas
fonte alternativa de energia
marinha, aeronáutica etelecomunicações
Eletrodos
Dispositivoseletrocrômicos
Músculosartificiais
LEDs
Protetorantiestático
Anticorrosivos
Célulassolares
Blindagemeletromagnética
mente esta técnica é utilizada na pre-paração de filmes poliméricos para aprodução de baterias recarregáveis oupara polimerização in situ, utilizando-se outros materiais como matriz.
A preparação eletroquímica de fil-mes de polipirrol em larga escala foidesenvolvida pela BASF AG (Ludwi-gshafen) através de dois métodos deprodução contínua usando-se eletro-dos cilíndricos, conforme esquema daFigura 3. Os principais fatores que afe-tam a produção contínua são o tempode residência no anodo ou a velocida-de de rotação do eletrodo, a concen-tração do monômero, a concentraçãodos sais eletrolíticos e a densidade decarga. Na prática, o processo consistena retirada do filme polimérico direta-mente do eletrodo à medida que vaise depositando a partir do eletrólito quecontém o monômero. Dependendodas condições de reação é possívelproduzir filmes flexíveis de 30 m x150 m. O mecanismo da reação émostrado na Figura 4.
AplicaçõesOs polímeros condutores podem
ser utilizados em muitas aplicações co-mo mostrado na Tabela 3. No entanto,eles só vão conseguir entrar no merca-do quando oferecerem “algo mais” queos compostos já existentes. A seguirserá discutido um exemplo de aplica-ção.
Dispositivos eletrocrômicosEletrocromismo é o fenômeno de
alteração de coloração induzido em al-guns materiais por processos eletro-químicos reversíveis. A aplicação deum potencial externo nos polímeroscondutores faz com que estes passemda forma condutora para a isolantecom grande contraste cromático (va-riação de cor). Estas propriedades tor-nam os polímeros condutores candi-datos promissores para aplicação emdispositivos eletrocrômicos. Um dis-positivo eletrocrômico é essencial-mente uma célula eletroquímica na
qual o eletrodo eletrocrômico é sepa-rado do contra-eletrodo por um eletró-lito líquido ou sólido e a mudança decoloração ocorre pela carga/descargada célula eletroquímica quando umapequena diferença de potencial é apli-cada (vide Figura 5). Um dispositivoeletrocrômico é utilizado comercial-mente em embalagens de pilhas alca-linas para avaliar a carga da bateria eem espelhos retrovisores de automó-veis para evitar o ofuscamento do mo-torista.
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Tabela 4: Instituições onde há grupos de pesquisadores de polímeros condutores no Brasil.
Empresa Brasileira de Pesquisa Centro Nacional de Pesquisa e DesenvolvimentoAgropecuária - EMBRAPA de Instrumentação Agropecuária- CNPDIA -
São Carlos
Universidade de São Paulo Instituto de Física de São CarlosInstituto de Química de São CarlosInstituto de Química (São Paulo)
Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia QuímicaInstituto de Física Gleb WataghinInstituto de Química
Universidade Estadual Paulista Departamento de Física da Faculdade deEngenharia de Ilha Solteira
Universidade Federal da Paraíba Departamento de Engenharia Química
Universidade Federal de Minas Gerais Departamento de Química
Universidade Federal de Pernambuco Departamento de Química Fundamental
Universidade Federal de Piauí Departamento de Química
Universidade Federal de São Carlos Departamento de Engenharia de MateriaisDepartamento de FísicaDepartamento de Química
Universidade Federal do Paraná Departamento de QuímicaDepartamento de Física
Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Macromoléculas Professora EloisaManoCoordenação dos Programas de Pós-Graduaçãoem Engenharia QuímicaInstituto de Química
Universidade Federal do Escola de EngenhariaRio Grande do Sul Instituto de Química
Para saber maisZOPPI, R.A. e DE PAOLI, M.-A. Apli-
cações tecnológicas de polímeros con-dutores: perspectivas atuais. QuímicaNova, v. 16, n. 6, p. 560-569, 1993.
MATTOSO, L.H.C. Polianilinas: sín-tese, estrutura e propriedades. Quími-
Figura 5: Esquema de um dispositivo eletro-crômico.
Grupos de pesquisa no BrasilExistem vários grupos de pesquisa
no mundo inteiro que trabalham compesquisas básica e aplicada na áreade polímeros condutores. Aqui no Bra-sil, há também vários grupos de pes-quisa nesta área, enumerados naTabela 4.
Roselena Faez, bacharel e licenciada em química pelaUNESP-Ararquara e doutora em ciências pela UNI-CAMP, é pesquisadora do Departamento de Materiaisdo Centro Técnico Aeroespacial do lTA. Cristiane ReisMartins, engenheira química pela UNICAMP, é douto-randa em química no Instituto de Química da UNI-CAMP. Patrícia Scandiucci de Freitas, bacharel em quí-mica pela UNICAMP, é doutoranda em química noInstituto de Química da UNICAMP. Oscar K. Kosima ébacharel em química pela UNICAMP. GiacomoRuggeri, é docente do Dipartimento di Chimica e Chi-mica Industriale da Universidade de Pisa, na Itália, eprofessor visitante do Instituto de Química da UNI-CAMP. Marco-A. De Paoli ([email protected]), doutor em ciências pela USP, é professor titulardo Instituto de Química da UNICAMP e membro titu-lar da Academia Brasileira de Ciências.
ca Nova, v. 19, n. 4, p. 388-399, 1996.TOMA, H.E. Ligação química: abor-
dagem clássica ou quântica. QuímicaNova na Escola, n. 6, p. 8-12, 1997.
SIMIELLI, E.R. Aspectos históricosde ciência e tecnologia de polímerosno Brasil. Polímeros: Ciência e Tecnolo-gia, v. 8, n. 4, p. 6-8, 1998.
Polímeros condutores
Educación Química completa dez anos
A revista Educación Química, editadapela Faculdade de Química da Universi-dade Nacional Autônoma do México(UNAM), completou dez anos em 1999.Segundo seu editor, Andoni Garritz, ela“pretende ser um fórum de orientação eanálise que propicie a melhoria doprocesso de ensino-aprendizagem daquímica, para o bem dos alunos e da so-ciedade”.
Para seu 10º volume foi planejada apublicação de uma série de artigosespeciais, em uma seção denominadade “De aniversário”. Infelizmente, dadaa longa greve ocorrida na UNAM em1999/2000, em 1999 só foram publicadosdois dos seis números previstos. Recen-temente, foi retomada a publicação darevista, sendo que para 2000 estão pla-nejados quatro números.
O primeiro número de 2000 (http://www.fquim.unam.mx/eq/index111.html)contém, entre outros, artigos sobre a si-tuação do ensino de Química na Venezu-ela, Panamá, Chile, Brasil e México. Oartigo “A educação química no Brasil:uma visão através das pesquisas e pu-
blicações da área” foi escrito por NelsonRui Ribas Bejarano e Anna Maria Pessoade Carvalho, da Faculdade de Educaçãoda Universidade de São Paulo. Nesteartigo de oito páginas, além de exa-minarem as dissertações/teses defen-didas na área de ensino de ciências ede educação química (1972 a 1996), osautores analisaram o que foi publicadona seção Educação Química de QuímicaNova (95 a 98) e nos primeiros oito nú-meros de Química Nova na Escola, seçãopor seção. Cópia do artigo pode serobtida no sítio de internet de EducaciónQuímica .
(RCRF)
Nota