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1 PRÊMIO PROFESSORES DO BRASIL – 3ª EDIÇÃO CATEGOTIA SÉRIES/ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL PROJETO LIVRO DE PANO: ATO E EFEITO DE LER E ESCREVER RN

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PRÊMIO PROFESSORES DO BRASIL – 3ª EDIÇÃO

CATEGOTIA SÉRIES/ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

PROJETO LIVRO DE PANO: ATO E EFEITO DE LER E ESCREVER

RN

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PRÊMIO PROFESSORES DO BRASIL – 3ª EDIÇÃO

CATEGOTIA SÉRIES/ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

PROJETO LIVRO DE PANO: ATO E EFEITO DE LER E ESCREVER

RN

Trabalho apresentado ao Prêmio

Professores do Brasil – 3ª

Edição.

Etapa Anos Iniciais – Ensino

Fundamental.

OUTUBRO/2008

3

SUMÁRIO

I - Síntese da experiência --------------------------------------------------------------------04

II - Objetivos da experiência

-----------------------------------------------------------------06

III - Relato da experiência

--------------------------------------------------------------------07

IV – Contextualização

-------------------------------------------------------------------------19

V – Justificativa ---------------------------------------------------------------------------------23

VI - Resultados obtidos -----------------------------------------------------------------------24

VII – Avaliação ----------------------------------------------------------------------------------26

VIII – Anexos -----------------------------------------------------------------------------------27

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I - SÍNTESE DA EXPERIÊNCIA

Aprender a ler e a escrever significa adquirir uma tecnologia, a de

codificar em língua escrita e de decodificar a língua escrita. Porém é preciso

apropriar-se da escrita para fazer uso das práticas sociais de leitura e escrita,

articulando-as ou dissociando-as das práticas de interação oral, conforme as

situações.

Nesse contexto, a escola como instituição social necessária ao

conhecimento sistematizado, promove essa interação, tornando-se o lugar

onde todos desejam obter progressão diante dos conhecimentos construídos

como resultados que influenciam a vida dos cidadãos nela inseridos.

Tomando como base o pressuposto acima citado, a equipe pedagógica

juntamente com a professora do 5º ano da Escola Municipal Cipriano Santa

Rosa, Acari/RN, elaborou e executou projeto “Livro de Pano: ato e efeito de ler

e escrever”, que tem como objetivo proporcionar a compreensão e expressão

dos alunos, despertando o gosto pela leitura de maneira prazerosa e crítica,

sendo capaz de interferir se envolvendo no meio onde estão, superando

algumas dificuldades e ampliando seu repertório literário.

Afim de que tais objetivos fossem alcançados, a metodologia

desenvolvida foi a mais diversificada possível tais como: narração de histórias,

dramatizações, aulas expositivas, visitação à Biblioteca Municipal, oficinas de

leitura e produções textuais, oficinas de pintura em tecidos, confecção do livro

de pano, revisão dos próprios, exposição dos trabalhos realizados durante todo

o desenvolvimento do projeto.

A avaliação aconteceu de forma contínua onde foram observados

critérios como: a participação, o interesse, o envolvimento dos alunos e de

suas famílias, bem como a decorrência da aprendizagem de novos

comportamentos; os quais foram inseridos ao repertório do aluno. Não só os

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discentes foram avaliados, mas todo o trabalho pedagógico, pois durante o

desenvolvimento do projeto, a reflexão quanto à prática docente foi sendo

realizada.

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II - OBJETIVOS DA EXPERIÊNCIA

Para o bom desenvolvimento do projeto foram elencados os objetivos

que nortearam o trabalho pedagógico. Tais como:

- Exercitar a linguagem oral e escrita expondo suas opiniões e idéias de

maneira clara e coerente;

- Criar situações em que os alunos tenham oportunidades de refletir sobre os

textos que lêem, escrevem, falam ou ouvem;

- Oportunizar o desenvolvimento das habilidades de produzir e ouvir textos

orais de diferentes gêneros e diferentes funções, sobretudo os textos que

circulam no contexto social no qual estão inseridos;

- Escrever ou reconstruir histórias lidas, ouvidas ou vividas no cotidiano;

- Identificar os vários gêneros literários, observando seus recursos básicos;

- Observar o foco narrativo, considerando o enredo, personagens, ambientes,

tempo e situações;

- Visitar freqüentemente a biblioteca municipal;

- Escrever o texto de forma clara, envolvendo os recursos básicos da narrativa;

- Revisar o próprio texto, afim de aprimorá-lo, adequando-o as normas cultas

da língua portuguesa;

- Organizar as ilustrações do livro de pano de acordo com o texto;

- Confeccionar seu próprio livro de pano desenvolvendo a imaginação e a

criatividade de maneira ativa e prazerosa.

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III - RELATO DA EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA

Durante muito tempo a leitura era entendida simplesmente como um

ato de decodificação de letras. Nessa visão, a escola formava leitores inaptos a

compreender os textos lidos. Hoje, o ato de ler é um processo no qual o leitor

interage com o texto, construindo um significado individual e ao mesmo tempo

coletivo, pois a leitura fornece uma ampla visão daquilo que está por trás das

linhas escritas.

Quem tem o hábito de ler uma diversidade de textos, tem mais

condições de refletir sobre o que leu e formular suas próprias opiniões. Tal

hábito favorece uma compreensão para a escrita, haja visto que, ler e escrever

são dois atos inseparáveis. Ao propor que um aluno produza seu próprio texto,

o professor deve oportunizar um contato com vários tipos de textos para que a

partir dali, ele seja capaz de formular com mecanismos próprios do seu

vocabulário, um texto claro, porém, compreensivo, onde o leitor realize essa

integração.

Nas diversas fases da escolaridade, é comum atribuírem o fracasso

escolar, o abandono e as dificuldades na aquisição do conhecimento, à pouca

competência leitora apresentada pelos os alunos, bem como o acesso a uma

diversidade de textos.

Nesse sentido, o Projeto “LIVRO DE PANO: ATO E EFEITO DE LER E

ESCREVER” visa proporcionar a compreensão e expressão dos alunos,

despertando o gosto pela leitura e pela escrita, de maneira prazerosa e crítica,

sendo capaz de interferir no meio em que está inserido.

Sabemos que a compreensão de um texto é um processo que se

caracteriza pela utilização que o aluno faz e traz dos muitos conhecimentos

adquiridos ao longo de sua vida e que para chegar à compreensão do que se

leu e para aprender algo novo a partir de uma leitura é necessário que ative

conhecimentos anteriores, relacionando as idéias contidas no texto lido com

aquilo que já se sabe. É preciso indagar e questionar, para que serve

determinado texto, identificando o que é importante ou relevante naquilo que lê.

Para que o aluno desenvolva com efetividade a compreensão na leitura

de textos e ampliação do seu vocabulário, torna-se necessário desenvolver

ações que possibilitem essa compreensão, tempo e investimento de natureza

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diversa, com acesso a uma diversidade de textos, incentivo e motivação para

superar suas dificuldades.

Com base nesse pressuposto, a professora do 5º ano do Ensino

Fundamental, da Escola Municipal Cipriano Santa Rosa, situada a Rua Teófilo

Dantas, bairro Vereador Tarcísio Bezerra Galvão, elaborou e executou o

Projeto “LIVRO DE PANO: ATO E EFEITO DE LER E ESCREVER” com ações

que possibilitassem tal desenvolvimento.

O projeto, envolvendo a leitura e a escrita, foi desenvolvido após uma

sondagem realizada no decorrer dos primeiros meses do ano letivo, período

em que foi possível perceber e diagnosticar as dificuldades dos alunos em

produzir textos com coerência e coesão, interpretar o que leu, bem como

relatar experiências vividas no cotidiano e expressar opiniões próprias, como

também identificar elementos básicos de uma narrativa.

Dadas essas especificidades, foi desenvolvida uma proposta de

trabalho de leitura, envolvendo as áreas do conhecimento, considerando

alguns princípios e ações que viabilizassem o sucesso escolar, não só dos

alunos do 5º ano, mas todos os alunos da escola. Essas ações contribuíram

para a permanência e a superação das dificuldades, além do envolvimento das

famílias em todas as atividades propostas, visando a qualidade da

aprendizagem dos seus filhos.

A partir dessa proposta teve início um estudo de pesquisa por parte da

professora. Com ensejo de mudar essa realidade. O estudo de caso, a

metodologia e avaliação do trabalho que seria desenvolvido tiveram a

colaboração da equipe administrativa e pedagógica da escola.

O projeto foi estruturado em três etapas interligadas, organização,

execução e avaliação; todas com o foco na qualidade da aprendizagem

oferecida aos alunos e na superação das dificuldades, bem como a

participação das famílias, a formação ética, artística e cidadã dos alunos, e a

integração de portadores de necessidades educativas especiais, haja a vista a

presença na escola de duas alunas que são irmãs gêmeas, uma com baixa

visão e a outra cega.

Para que o processo de ensino e de aprendizagem envolvendo a leitura

e a escrita tenha sucesso, é preciso que se dispendam esforços no sentido que

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se crie o gosto pela leitura e pela escrita. Diante disso, o compromisso de ler e

escrever deve fazer parte dos objetivos da escola como um todo. Pois, muitas

são as formas de propormos a leitura em sala de aula e fora dela: Ler para

aprender; ler para obter uma informação; ler para seguir instruções; ler por

prazer; ler para comunicar um texto a outras pessoas e etc.

Com base nas várias formas de propormos leitura e o seu acesso, teve

início o desenvolvimento do projeto. Na primeira etapa de organização do

projeto houve uma conversa com os alunos a respeito da leitura realizada por

eles, que tipo de livro eles frequentemente liam e quantos livros liam. As

respostas obtidas apontaram para o baixo interesse dos mesmos em ler

diferentes textos, buscar novas fontes de informações, ler para redigir um texto

com coerência e coesão, ou realizar uma leitura pelo prazer.

Tomando com base as respostas obtidas, ou seja, ou levantamento

prévio sobre o tema teve início a execução do projeto em si, com ações que

possibilitassem aos alunos uma aprendizagem de qualidade e a participação e

a participação das famílias.

Para tanto, foram elencados alguns objetivos específicos que

possibilitassem não só a compreensão dos textos explorados em sala de aula,

mas também despertassem nos alunos o gosto pela leitura e pela escrita. Não

a leitura por imposição, mas sim, a leitura prazerosa, onde o aluno seja parte

dela, sinta-se o personagem, viaje na imaginação e com isso construa um

significado particular para sua leitura.

Os objetivos que nortearam o desenvolvimento do projeto foram

selecionados tomando por base a observação e o diagnóstico das dificuldades

apresentadas pelos alunos, no intuito de superá-las, favorecendo assim uma

compreensão da leitura e da escrita. Dentre eles, criar situações em que os

alunos tivessem a oportunidade de refletir sobre os textos lidos, interagindo

entre si, desenvolver as habilidades de produzir e ouvir textos de diferentes

gêneros e de diferentes situações. Sobretudo, os textos que circulam no

contexto social a qual estão inseridos.

O ato de ler ou reconstruir histórias a partir de fatos vividos ou de textos

lidos, ou ouvidos, foi outro objetivo específico adotado no projeto; como

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também observar o foco narrativo, considerando o enredo, os personagens, o

ambiente e o conflito apresentado em cada texto trabalhado em sala de aula.

Visitar a Biblioteca Pública Municipal Maria de Jesus Bezerra, produzir

e analisar o seu próprio texto, como também confeccionar o livro de pano;

foram objetivos consideráveis para o bom êxito do projeto.

Além da revisão do próprio texto a fim de aprimorá-lo adequando-o as

normas cultas da Língua portuguesa, a escolha das ilustrações para o livro de

pano de acordo com o texto, facilitou muito a superação das dificuldades que

os alunos demonstravam no início do ano letivo.

Pois, ao confeccionar seu próprio livro de pano, os alunos

desenvolveram a imaginação, a criatividade e descobriram-se como artistas ao

pintarem as cenas que ilustraram cada página do livro.

Tais objetivos foram alcançados mediante os conteúdos e a

metodologia priorizada no projeto. Sabe-se que, ao desenvolver um projeto de

leitura e de escrita numa turma de 5º ano do Ensino Fundamental, é necessário

que haja uma inter-relação entre as demais áreas do conhecimento, onde a

interdisciplinaridade ultrapassa as barreiras das disciplinas, unido as diversas

áreas do saber, no sentido de melhor oferecer ao aluno a visão do todo.

Nesse sentido, os conteúdos envolvendo a linguagem oral e a

linguagem escrita, foram adotados nas demais áreas do conhecimento. Os

gêneros de textos explorados em sala de aula possibilitaram uma identificação

do foco narrativo, o tempo, o tempo, o ambiente, a coerência e a coesão; bem

como os conteúdos gramaticais e ortográficos. O trabalho com leitura e escrita

nas demais áreas do conhecimento, além de Língua Portuguesa, considerou a

individualidade e as especificidades de cada aluno, respeitando suas

limitações.

Num contexto de colaboração e interação entre os alunos e suas

diferenças, o projeto utilizou uma metodologia voltada para o desenvolvimento

de habilidades individuais favorecendo a colaboração e sua integração nas

atividades que foram propostas.

As dificuldades em produzir e ler textos desencadeou uma série de

estratégias para que as mesmas fossem superadas. Inicialmente foi

desenvolvido um trabalho de narração de histórias, seguidas de dramatizações,

onde a turma foi instigada a interagir com os textos. A professora apresentou

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livros e textos literários já conhecidos dos alunos e outros até então

desconhecidos; como foi o caso do livro de pano confeccionado pela

professora, que despertou o interesse dos mesmos em saber como era

possível fazer um livro de pano. A partir desse interesse, houve a explanação

do projeto, onde cada um seria o autor de um livro.

A explanação do projeto aconteceu em reunião com a participação dos

alunos e suas famílias, bem como da equipe pedagógica e administrativa da

escola. A gestora, juntamente com a professora explicou aos pais, quais seriam

os objetivos do projeto, as ações a serem desenvolvidas e o que era esperado

ao término do projeto, ou seja, o produto final, a confecção dos livros que

seriam expostos a toda comunidade.

Durante a explanação do projeto aos pais, a professora mencionou as

dificuldades que os alunos tinham para produzir textos com coerência e

coesão, interpretar o que leu, bem como identificar elementos básicos de uma

narrativa ou até mesmo relatar fatos ocorridos no próprio cotidiano. A

professora explicou aos pais que essas dificuldades estavam relacionadas ao

pouco interesse pela leitura como fonte de novas informações, pelo prazer ou

pela falta de acesso a uma diversidade de fontes de leitura.

Ao terminar a explanação os pais comprometeram-se em colaborar

para o êxito e sucesso do projeto, auxiliando os alunos e apoiando a escola na

confecção do livro, pois caberia a eles o trabalho final, onde cada aluno, após

escrever, ilustrar e estruturar o livro com a contra-capa, agradecimento,

dedicatória e a história, seriam concluídos em casa com a costura e

ornamentação de acordo com a história do mesmo.

Após essa abordagem, a turma visitou a Biblioteca Pública Municipal

Maria de Jesus Bezerra, onde alguns alunos que não conheciam suas

dependências tornaram-se sócios da mesma. Lá, os alunos tiveram acesso aos

livros, revistas entre outros, que fazem parte do acervo bibliotecário,

manusearam, folhearam, leram, desenharam, e conheceram o funcionamento

da biblioteca. As atividades de leitura, interpretação, nome dos autores, editora,

título, identificação de personagens e ilustrações, proporcionaram um contato

mais íntimo dos alunos com a diversidade de textos que os próprios

escolheram.

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Ao retornarmos para a sala de aula, os alunos foram incentivados a

produzirem um relato sobre a visitação da biblioteca. Qual foi a sensação

provocada neles por manusear livros de vários tamanhos e gêneros literários,

revistas, jornais, entre outros, além de conhecer o funcionamento e as

dependências; bem como tornando-se sócio da mesma. Os alunos

expressaram uma enorme satisfação nos seus relatos, embora alguns deles

ainda apresentassem certas dificuldades na estruturação de um relato e alguns

erros de ortografia.

Tomando como base essas dificuldades, a professora trabalhou em

sala um relato de uma aula de matemática demonstrando quais eram os pontos

importantes de um relato, como deveria ser estruturado e quais os elementos

básicos para a produção do mesmo.

Atentar para a complexidade de cada estratégia é muito importante,

contando que a mesma deve envolver o aluno de maneira a motivá-lo e a

incentivá-lo a querer participar e demonstrar que está aprendendo aquilo que

está sendo ensinado.

Nesse sentido, as aulas expositivas, onde os alunos eram motivados a

participar expressando suas opiniões, envolveu a turma de forma desafiadora,

porém prazerosa. Com um trabalho incitante de explorar a capacidade de cada

aluno, foi proposta uma oficina de produção textual através de uma diversidade

de textos onde os alunos reconstruíram o que foi lido por eles.

O trabalho com oficinas favorece aos alunos compartilhar opiniões e

desenvolver as habilidades de cooperação e ajuda mútua, pois os alunos são

agrupados e realizam, ao mesmo tempo, atividades que facilitam a aquisição

do conhecimento. Para desenvolver a oficina de leitura, a turma foi dividida em

quatro grupos, com textos de vários gêneros: poema, carta, notícia e uma

narrativa. Cada grupo realizou a leitura silenciosa e identificou seus elementos

básicos, em seguida elegeram um componente do grupo para ler o texto em

voz alta para os outros alunos. Enquanto isso, era realizada uma atividade de

reproduzir o texto através de uma dramatização, da confecção de cartazes, de

uma paródia e outro grupo reproduzia o texto através de recorte e colagem.

A oficina foi concluída com a apresentação dos trabalhos em classe, na

roda de conversas que os próprios alunos intitularam. Toda atividade

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desenvolvida em classe ou uma tarefa de casa que eles elegessem como

interessante, era apresentada na roda de conversas. Essa atividade

possibilitou a superação da timidez por parte de alguns alunos.

As produções textuais coletivas, individuais, direcionadas ou livres,

formaram outra estratégia adotada no decorrer do projeto. A reflexão quanto ao

que escreveu, para que escreveu e como escreveu, proporcionou aos alunos

uma revisão do texto produzido. Tais reflexões possibilitaram aos alunos um

envolvimento desafiador, instigante e interessante; pois os mesmos tiveram

acesso a vários gêneros de textos e, a partir deles, produziram seus próprios

textos.

As produções textuais eram realizadas de acordo com o gênero literário

determinado para ser estudado durante aquela semana. Na segunda-feira, a

aula era iniciada com a hora da novidade, com os alunos relatando oralmente

suas experiências vividas durante o final de semana e a partir delas, eles eram

motivados a transformá-las em um texto, contendo suas experiências.

Porém, antes da produção textual, a professora explanava que tipo de

texto seria produzido, quais elementos e recursos deveriam conter e

principalmente, que existisse coerência e coesão entre os fatos que seriam

relatados. Dada as informações, os alunos iniciavam seus trabalhos, com a

professora sempre circulando entre os mesmos, esclarecendo dúvidas,

apontando caminhos para melhorar a sua escrita. Com isso, os alunos

concluíam os textos e realizavam a leitura em voz alta.

A revisão do próprio texto acontecia na terça-feira onde era feita uma

atividade envolvendo os erros ortográficos mais freqüentes, como por exemplo,

a troca de letras. Essa revisão contribuía para que o próprio aluno descobrisse

a construção da escrita e conseqüentemente superar tal dificuldade.

Um aspecto que chamou a atenção nessa atividade foi a autonomia

dos alunos para superar essas dificuldades recorrendo com freqüência ao uso

do dicionário, a professora e aos colegas. Também ficou evidente que a

revisão dos textos constituiu-se em uma aliada importante no trabalho

diversificado, que envolveu as áreas do conhecimento uma vez que, para

solucionar determinada situação em Matemática, por exemplo, tornava-se

necessário a verificação de resultados ou até mesmo na elaboração de

questões de Geografia, Ciências ou História, além de Ensino Religioso. Era

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preciso revisar, reestruturar ou reelaborar o enunciado para ficar explícito o

conteúdo estudado.

Feita a revisão dos textos, a professora explorava uma leitura que

abordasse de forma clara e prazerosa temas que atendessem as

especificidades da faixa etária dos alunos, como também que estivesse em

comum acordo com o gênero de leitura escolhida para a semana. Essa aula de

leitura era desenvolvida, geralmente, na quarta-feira, seguindo os passos de

motivação para iniciar a leitura, identificação do autor, do título e do que falava

tal leitura. Dando prosseguimento, era realizada a leitura silenciosa e oral, na

qual dava oportunidade a todos os alunos realizarem a oralidade. O trabalho

com a leitura para aquele dia era finalizado quando os alunos respondiam

interpretações acerca da mesma.

Os aspectos gramaticais eram explorados nas aulas seguintes, sempre

com base nos textos produzidos pelos alunos, na construção da escrita e na

leitura e interpretação realizada pelos alunos dos vários textos apresentados à

turma. A qualquer tempo livre que os alunos tinham em classe, procuravam a

sala de leitura da escola. Alguns se organizavam para ler em dupla ou em

grupo, e a professora percebeu que essa estratégia era utilizada por motivos

diferentes, indo desde a afinidade por determinado aluno até a socialização de

dúvidas. E de acordo com a situação e a necessidade de cada um, ela fazia

intervenções.

Através dos momentos de exploração dos vários gêneros textuais, os

alunos começaram a selecionar o tipo de leitura que mais lhe agradava,

estabelecendo ordem de prioridade em função das suas peculiaridades.

Partindo da exploração textual, considerando as peculiaridades de

cada texto, os alunos iniciaram a produção textual propriamente dita, ou seja, o

texto que seria escrito em cada livro de pano. A escolha do tipo textual foi bem

definida e diferente, pois cada aluno produziu seu texto de acordo com suas

afinidades. Alguns alunos escolheram textos mais simples, outros optaram por

textos mais elaborados, ou até mesmo relatar seu próprio dia-a-dia, como foi o

caso do aluno que produziu o texto relatando o dia-a-dia dele como pescador.

Após a exploração textual e a escolha do texto que seria escrito no livro

de pano, os alunos realizaram a revisão do seu próprio texto, considerando os

elementos e recursos básicos para cada tipo textual, respondendo as seguintes

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questões, como por exemplo: O texto tem coerência e coesão? O tempo está

bem definido? O ambiente foi bem caracterizado? Há uma relação entre os

personagens? A mensagem do texto está clara para os demais leitores? A

escrita segue as normas cultas da Língua Portuguesa ou faz uso da linguagem

coloquial?

Respondida tais questões, os alunos partiram para a oficina de pintura

em tecido em parceria com a Secretaria de Ação Social. Nessa oficina, os

alunos tiveram a oportunidade de pintar as cenas que seriam usadas no livro

de pano.

O envolvimento e a satisfação dos alunos eram evidentes. Pois cada

aluno foi o ilustrador e autor do seu livro de pano. Tal atividade desenvolveu as

habilidades de concentração, coordenação motora fina, além do capricho em

desenhar e pintar combinando as cores com as cenas.

As atividades que envolvem leitura ou discussão com agrupamento de

alunos proporcionam nos mesmos a aquisição do respeito pela voz do outro,

aprendizagem de ouvir críticas e posição de reconsideração do seu ponto de

vista. Isso foi possível ao desenvolver após a oficina, uma atividade de grupo,

onde cada conjunto tinha um texto diferente dos demais, devendo reescrevê-lo

e apresentá-lo para a turma. A atividade favoreceu uma cumplicidade entre os

alunos, pois cada um contribuiu com o que sabia e aprenderam uns com os

outros. Ou seja, a atividade possibilitou um compartilhar de conhecimento.

A escola é um espaço de construção e ampliação de conhecimento e a

família tem papel importante nesse processo. Afinal é fundamental que a

família participe da educação dessa construção.

Partindo dessa afirmação, o Projeto “LIVRO DE PANO: ATO E EFEITO

DE LER E ESCREVER”, buscou junto a família a parceria e a colaboração para

o êxito do mesmo, facilitando a sua participação no processo de aprendizagem

e ampliando cada vez mais a relação entre a escola e a comunidade na qual

está inserida.

Durante o desenvolvimento do projeto, os alunos foram motivados a

praticar ações que possibilitassem sua formação ética, artística e de cidadania.

Tais ações foram avaliadas, mediante a mudança de hábitos em alguns alunos.

Como por exemplo, nas atividades grupais onde cada um tinha sua opinião

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respeitada e valorizada. Mesmo com suas dificuldades e limitações foi possível

perceber a igualdade entre eles.

Cada livro foi estruturado seguindo como modelo os livros que foram

trabalhos em sala de aula, além dos livros que os alunos manusearam na

biblioteca, com capa, contra-capa, agradecimento e dedicatória, bem como a

história e suas ilustrações.

Após todas as atividades propostas no decorrer do projeto, os alunos

levaram os livros para casa onde seria realizado o trabalho final, ou seja, a

confecção propriamente dita dos livros. Com os livros concluídos, a direção da

escola juntamente com a equipe pedagógica, os alunos/autores e a professora

realizaram uma exposição dos livros de pano, para toda a comunidade.

A exposição contou com a participação do Excelentíssimo Prefeito

Municipal, a Senhora Secretária Municipal de Educação, a Senhora

Coordenadora Municipal Pedagógica, Coordenadora de Cultura e a

Coordenadora Municipal da Biblioteca Pública Maria de Jesus Bezerra; além

dos diretores das escolas municipais e os professores participantes da

formação Continuada PROLETRAMENTO.

A professora apresentou uma narração de história interagindo com os

alunos e a comunidade presente. A história de JÕAO E MARIA foi bem

interessante, pois possibilitou a expressividade e descontração do momento

tão importante, não só dos alunos e suas famílias como para a professora e a

equipe pedagógica da escola.

Após a narração da história, os alunos apresentaram uma

dramatização através de uma coreografia criada por eles próprios, da música

AQUARELA de Toquinho.

Dando continuidade, uma aluna fez a leitura da história “A ESTANTE

FALANTE” produzida por um dos alunos. A história retrata a importância dos

livros para os alunos e os cuidados que devemos ter com os mesmos. Em

seguida cada aluno apresentou seu livro a toda comunidade. Esse momento

proporcionou um contato mais direto entre os convidados e os alunos.

Os alunos foram questionados por alguns dos presentes, outros foram

elogiados e a turma foi aplaudida pela iniciativa de produzir o livro de pano.

Concluída as duas primeiras etapas do projeto, teve início a etapa de

avaliação, que foi pautada na observação e no interesse dos alunos em

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participar das atividades, bem como no registro diário, na revisão e na análise

do próprio texto.

A avaliação não deve ser vista como produto acabado e pontual, nem

classificadora, mas sim, como facilitadora da aprendizagem. Numa concepção

construtiva a avaliação apontou os avanços e as dificuldades que foram

superadas mediante as reflexões e a confecção dos livros de pano.

A avaliação forneceu também elementos necessários para que

houvesse uma análise da prática pedagógica, sobre aspectos que foram

retomados e organizados a fim de unificar a aprendizagem e o ensino.

Ao término do projeto, com todas as etapas concluídas, o Projeto

“LIVRO DE PANO: ATO E EFEITO DE LER EESCREVER” foi aberto para

outras realidades educacionais, quando a Coordenadora Municipal da

Biblioteca Pública Maria de Jesus Bezerra convidou a professora idealizadora

do projeto para realizar uma exposição na referida biblioteca, na qual os seus

freqüentadores teriam acesso aos mesmos.

Os alunos das escolas municipais e estaduais visitaram a exposição e

manifestaram interesse não pelos livros produzidos pelos alunos da Escola

Municipal Cipriano Santa Rosa, como também por todo acervo bibliotecário.

Segundo a coordenadora, houve um aumento considerável nas

visitações realizadas à biblioteca durante o período que aconteceu a

exposição.

São ações como estas que favorecem uma análise e uma reflexão

quanto a práticas pedagógicas desenvolvidas no âmbito escolar que motivam

os alunos a buscar na leitura uma fonte de informação e conhecimento,

interagindo melhor em determinados conceitos.

Nesse sentido, a análise e a reflexão propõem um replanejamento da

prática pedagógica, a auto-avaliação quanto à assiduidade e o compromisso

profissional, e remete ao desejo de continuar o trabalho com leitura e escrita de

forma a incentivar e a desenvolver práticas que motivem os alunos para os

benefícios da busca constante pela leitura como fonte de informação,

conhecimento e prazer. Além da viagem mágica que se faz ao ler um bom livro.

Ao propor um trabalho com leitura e escrita, como foi o

desenvolvimento do Projeto “LIVRO DE PANO: ATO E EFEITO DE LER E

ESCREVER” numa escola de bairro periférico, motivou-se o querer

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desenvolver outros projetos que possibilitem um investimento cada vez maior

para a educação, não só no município, mas também para o país, por acreditar

que a solução de muitos problemas está na educação.

Porém, uma educação edificada sobre a qualidade e voltada para o

desenvolvimento integral dos alunos, com profissionais compromissados e

engajados em fazer uma educação significativa, valorizando as especificidades

de cada aluno e respeitando suas limitações.

IV - CONTEXTUALIZAÇÃO

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Acari é uma cidade típica de interior, com ruas estreitas, antigos

casarões, igrejas majestosas, praças arborizadas, o bairro Central com seus

comércios e pontos de encontro durante as festividades de sua Padroeira no

mês de agosto, onde os acarienses ausentes retornam para rever os velhos

amigos.

É nesse contexto que se encontra a Escola Municipal Cipriano Santa

Rosa, situada na Rua Teófilo Dantas, 424, bairro Vereador Tarcísio Bezerra

Galvão, zona urbana do município de Acari, Rio Grande do Norte. A escola é

lotada na Secretaria Municipal de Educação e Cultura.

A escola funciona em prédio próprio e foi construída no ano de 1972,

sob a gestão do então prefeito Dr. Silvino Bezerra Filho. Inicialmente, suas

dependências eram precárias, assim constituída por uma sala de aula ampla,

uma pequena cozinha, dois banheiros e uma pequena área coberta, que servia

de área de lazer para os alunos durante os turnos matutino e vespertino e no

turno noturno era usufruída pelos moradores do bairro para assistirem aos

programas de TV.

A escola passou por algumas modificações dentre elas a ampliação do

seu espaço físico. Atualmente a escola é constituída por cinco salas de aulas,

quatro banheiros para os alunos e um banheiro para os funcionários, um

ambiente que serve como sala de professores e supervisão, a sala da direção

e secretaria, um espaço utilizado como sala de leitura, uma cozinha ampla com

fogão industrial, geladeira, freezer, pia para lavar a louça, armários fechados e

de parede; um onde é armazenada a merenda e o outro onde são guardadas

as panelas, os copos, os pratos e outros utensílios; e uma mesa na qual é

servida a merenda dos alunos. A antiga cozinha foi transformada em depósito.

A fachada da escola é coberta e possui gradilhos. Esse espaço é

utilizado como refeitório e área de lazer onde foi instalado um pequeno parque,

usufruído pelos alunos da Educação Infantil.

Além do espaço acima descrito, a escola conta mais dois ambientes

livres; um localizado na parte externa da cozinha, com acesso por uma sala de

aula e o outro na lateral esquerda da escola. Tais espaços são utilizados como

área de lazer pelos alunos da referida escola.

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As salas de aula possuem carteiras suficientes para todos os alunos,

estantes, armários fechados, quadro negro para giz, iluminação satisfatória e

boa ventilação, embora existam ventiladores em quatro salas de aula.

A escola funciona no turno matutino e atende alunos da Educação

Infantil dos Níveis I, II, III e IV, numa faixa etária de 02 a 05 anos, como

também alunos do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental, numa faixa etária de

07 a 13 anos.

Hoje, seu quadro de funcionários é composto por 1 gestora pós-

graduada em Gestão Escolar, 1 supervisora graduada em pedagogia, 1

secretária, 2 auxiliares de serviços gerais (merendeiras) e 5 professoras

graduadas em pedagogia.

O bairro Vereador Tarcísio Bezerra Galvão possui uma capela da

religião católica, erguida ao lado da escola; um posto de saúde que funciona

em uma casa em frente a escola; uma padaria; uma locadora de DVD e vídeo

game; depósito de gás e água; pequenas granjas; uma fábrica de pequeno

porte onde são reformados estofados e há também uma movelaria.

A maioria das ruas é pavimentada e há saneamento básico. Existem no

bairro os prédios, que na época do plantio e colheita do algodão mocó,

sediavam a usina de beneficiamento do algodão e empregava muitos pais de

famílias e moradores do bairro, hoje desativada e em alguns prédios é possível

observar o estado de ruínas. A usina pertence a uma família importante no

contexto econômico e social da região.

O acesso ao bairro é efetivado pelas ruas circunvizinhas e oriundas no

bairro Centro. É pelo bairro que se pode visitar o Açude Marechal Dutra, mais

conhecido como Gargalheira, hoje a 3ª maravilha do Rio Grande do Norte.

As famílias, em média, são compostas por mais de três filhos. Algumas

constituídas nos padrões tradicionais, com pai, mãe e filhos, outras são

formadas apenas pelas mães e filhos, outras contam com a presença de

familiares como tios, avós, primos e enteadas, além de sobrinhos. Algumas

famílias moram em casa própria e outras em casas de aluguel, porém, todas

têm luz elétrica e água encanada. As famílias possuem eletrodomésticos e

alguns eletro-eletrônicos; poucos moradores possuem veículos de locomoção

como automóveis e motocicletas, mas é possível observar o uso de bicicletas

pelos moradores e alguns alunos da escola.

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A renda salarial das famílias do bairro fica em torno de meio salário

mínimo a um salário, oriundos de empregos informais ou aposentadorias, além

de alguns alunos de famílias beneficiárias dos programas sociais do Governo

Federal.

Os alunos matriculados na escola são filhos ou netos de ex-alunos da

referida escola. Os pais por sua vez, são presentes na vida escolar dos seus

filhos, incentivando-os para que estudem e tenham uma educação de

qualidade. Muito embora haja certa presença de alcoolismo no seio de algumas

famílias, o que traz alguns desajustes dentro daquela sociedade.

A escola desenvolve uma proposta educacional que viabiliza a

inclusão e a integração de alunos com necessidades educacionais especiais,

haja vista o atendimento e acompanhamento a duas alunas, gêmeas, uma com

baixa visão e outra cega. Porém, ambas são atuantes e participativas em todos

os eventos que a escola realiza durante o ano letivo.

Percebe-se um certo nível cultural dos moradores e pais dos alunos,

no que se refere a participação em eventos religiosos, sociais e culturais

realizados não só pela escola como no município, mas também nos municípios

circunvizinhos.

O projeto foi desenvolvido numa turma de 5º ano logo após uma

sondagem realizada nos primeiros dias letivos, período em que foi possível

perceber e diagnosticar as dificuldades de alguns alunos em produzir textos

com coerência e coesão, interpretar o que leu, bem como relatar experiências

vividas no cotidiano e expressar opiniões, além de identificar elementos

básicos de uma narrativa.

Porém, a maioria dos alunos sabe ler e escrever, é participativa,

interessada, responsável e disponível para executar toda e qualquer atividade

proposta, mesmo sendo uma classe bem heterogênea no que diz respeito aos

níveis de aprendizagem.

Cipriano Bezerra Galvão Santa Rosa foi chamado pelo escritor Otoniel

Menezes “um dos últimos abencerragens da fidalguia rural seridoense”. Com

efeito, Santa Rosa era por excelência um homem rural que amava o campo.

Nasceu a 27 de outubro de 1857 na fazenda Ingá, de seus pais Cipriano

Bezerra Galvão (neto do Capitão-Mor Galvão) e Isabel Cândida de Jesus (neta

de Tomás de Araújo Pereira, o 1º Presidente da Província do Rio Grande do

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Norte). O Capitão-mor e Tomás de Araújo foram sem dúvidas os que mais

contribuíram para o estatuto da ordem e cultura seridoense.

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V - JUSTIFICATIVA

Durante muito tempo a leitura era entendida simplesmente como ato de

decodificação de letras. Nessa visão, a escola formava leitores inaptos a

compreender os textos lidos. Hoje, o ato de ler é um processo no qual o leitor

interage com o texto, construindo um significado individual e ao mesmo tempo

coletivo, pois a leitura fornece uma ampla visão daquilo que está por trás das

linhas escritas.

A leitura é muito mais do que um instrumento escolar. É um passaporte

para a entrada na cultura escrita. Não se concebe uma cidadania plena sem a

utilização da leitura. Porém, ler e escrever são dois atos inseparáveis, haja

vista que ao produzir um texto faz-se necessário ampliar seus conhecimentos

por meio da leitura e da escrita.

Nesse sentido o Projeto “LIVRO DE PANO: ARO E EFEITO DE LER E

ESCREVER” visa proporcionar aos alunos do 5º ano da Escola Municipal

Cipriano Santa Rosa, incentivo e valorização a leitura e a escrita, a partir da

compreensão e do acesso a vários gêneros literários, despertando assim o

gosto pela leitura de maneira prazerosa e crítica, sendo capaz de interferir no

meio em que está inserido, fazendo uso da escrita para expor seus

pensamentos e opiniões.

Embora, alguns alunos apresentem em seus textos dificuldades em

expressar de maneira clara suas opiniões, estruturar os textos de acordo com

os elementos e recursos necessários ou até mesmo usar a linguagem escrita

obedecendo a construção ortográfica.

Ademais, qualquer que seja o motivo pelo qual se deseja ler e escrever,

é preciso possibilitar aos alunos uma variedade de textos e gêneros literários

que forneçam essa compreensão para tornar sua leitura e sua escrita a mais

eficiente possível.

Pois, aprender a ler e a escrever significa ampliar o conhecimento, onde

a escola como instituição social necessária para cada aluno, promove a

interação entre as práticas sociais de leitura e escrita, articulando-as ou

dissociando-as das práticas sociais de leitura e escrita, articulando-as, ou

dissociando-as, das práticas orais conforme as situações.

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VI - RESULTADOS OBTIDOS

Quem tem o hábito de ler uma diversidade de textos, tem condições

de refletir sobre o que leu e formular suas próprias opiniões. Tal hábito

favorece uma compreensão para a escrita, haja vista que ler e escrever são

dois atos inseparáveis. Ao propor que um aluno produza seu próprio texto, o

professor deve oportunizar um contato com vários tipos de textos para que a

partir dali seja capaz de formular com mecanismos próprios do seu vocabulário,

um texto claro, porém compreensivo, onde o leitor realiza essa integração.

Com o objetivo de proporcionar a compreensão e expressão dos

alunos, despertando o gosto pela leitura e pela escrita de maneira prazerosa e

crítica, sendo capaz de interferir no meio em que está inserido, o Projeto

“LIVRO DE PANO: ATO E EFEITO DE LER E ESCREVER” provocou nos

alunos um desejo de ampliar seus conhecimentos e adotar uma prática mais

efetiva quanto a leitura e a escrita.

A efetividade quanto a prática da leitura e da escrita foi observada

durante o desenvolvimento do projeto onde os alunos participaram ativamente

de todas as atividades que foram propostas, bem como a mudança no hábito

de ler apenas para decodificar letras.

Os alunos descobriram a leitura prazerosa nas diferentes áreas do

conhecimento, pois as aulas eram iniciadas com uma leitura compartilhada

feita pela professora e muitas vezes a leitura era trazida para a sala de aula

pelos próprios alunos.

O trabalho com a leitura e a escrita, é desenvolvido de maneira

dinâmica e bem diversificada, favorece a ampliação do vocabulário e a

superação de algumas dificuldades, tais como apresentar uma pesquisa na

frente da turma, dramatizar uma história ou até mesmo relatar como foi o seu

final de semana.

Durante o desenvolvimento do referido projeto, os alunos

apresentara em sala de aula mudanças de atitudes quanto a aceitabilidade da

leitura como fonte de prazer e conhecimento. Eles passaram a ler mais livros,

trocar experiências sobre as leituras realizadas extra-classe, aumentaram o

interesse pelas atividades propostas nas demais áreas do conhecimento e

melhoraram o comportamento e sua auto-estima.

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O hábito da leitura como fonte de conhecimento e prazer é uma

prática que deve incentivada, desde os primeiros anos de vida da criança, no

seio de suas famílias.

Porém, quando esta prática não é estimulada cabe ao professor e a

escola desenvolver mecanismos que possibilitem esse hábito para que os

alunos sejam capazes de irem além à leitura e assim melhorar sua expressão

escrita. Como por exemplo, a visitação realizada onde alguns alunos que não

conheciam suas dependências tornaram-se sócios da mesma.

Lá os alunos tiveram acesso aos livros, revistas, entre outros que

fazem parte do acervo bibliotecário, manusearam, folhearam, leram,

desenharam e conheceram o funcionamento da biblioteca. Um fator marcante

na visitação que ficou evidente pelos alunos foi o interesse em pegar livros

emprestados, realizar pesquisas e freqüentar aquele ambiente no intuito de

ampliar suas habilidades leitoras e com isso melhorar cada vez mais a escrita.

A equipe pedagógica da Escola Municipal Cipriano Santa Rosa,

juntamente com a professora do 5º ano perceberam que são ações como estas

que modificam e incentivam os alunos a adotarem práticas efetivas de leitura e

com isso a superação das dificuldades apresentadas no início do ano letivo,

bem como o envolvimento das famílias para a execução e êxito do projeto.

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VII - AVALIAÇÃO

A aquisição do conhecimento não se dá de maneira homogênea

nem linear nos alunos. Desta forma a avaliação não deve ser vista como

produto acabado e pontual; nem classificadora, mas sim, como facilitadora

desse conhecimento, apontando avanços e dificuldades a serem superadas.

Partindo desse pressuposto, o projeto elencou as estratégias que

facilitaram a avaliação da aquisição dos conteúdos abordados durante o

desenvolvimento do referido projeto. Tais estratégias foram iniciadas após a

sondagem e observação das dificuldades dos alunos para produzirem textos

com coerência e coesão bem como, o interesse demonstrado pelos mesmos

no decorrer de cada atividade, a interação e envolvimento dos seus familiares.

Ou seja, a avaliação foi pautada numa concepção construtiva, onde a

participação, o interesse do aluno em ler e em escrever textos diversificados,

norteou de maneira processual todo o trabalho desenvolvido onde o registro

diário, a revisão e a analise do próprio texto serviram como instrumento

facilitador para uma boa avaliação.

Verificou-se também que o processo de ensino e de aprendizagem

estava sendo satisfatório ou necessitava sofrer alterações. Nesse sentido, não

só o aluno foi avaliado, mas todo o trabalho pedagógico desenvolvido no

projeto.

O depoimento de algumas mães contribuiu para a avaliação quanto

ao interesse demonstrado pelos filhos em associar-se na biblioteca, trocar

livros já lidos por novos livros e buscar fontes novas de leitura, como um

simples rótulo de biscoito.

Uma educação de qualidade não se adquire de uma hora para outra,

requer busca, querer fazer a diferença e sobre tudo, um fazer pedagógico

voltado para o aprimoramento do conhecimento e da leitura de mundo que

nossos alunos trazem de casa.

Tudo isso foi possível com a execução do Projeto “LIVRO DE PANO:

ATO E EFEITO DE LER E ESCREVER”, por priorizar o conhecimento de cada

aluno respeitando suas limitações, valorizando suas habilidades e interagindo

nas diferentes áreas do conhecimento.

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VIII - ANEXOS