a criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

181
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA Roberto Lessa de Carvalho A CRIAÇÃO DE AMBIENTES FAVORÁVEIS À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA CRÍTICA EM CONTEXTOS DE CURSOS REGULARES NAS AULAS DE MATEMÁTICA OURO PRETO 2012

Upload: trannhu

Post on 07-Jan-2017

226 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

Roberto Lessa de Carvalho

A CRIAÇÃO DE AMBIENTES FAVORÁVEIS À

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA CRÍTICA EM

CONTEXTOS DE CURSOS REGULARES NAS AULAS DE

MATEMÁTICA

OURO PRETO

2012

Page 2: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

Roberto Lessa de Carvalho

A CRIAÇÃO DE AMBIENTES FAVORÁVEIS À

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA CRÍTICA EM

CONTEXTOS DE CURSOS REGULARES NAS AULAS DE

MATEMÁTICA

Dissertação apresentada à Banca

Examinadora, como exigência parcial à

obtenção do Título de Mestre em

Educação Matemática pelo Mestrado

Profissional em Educação Matemática

da Universidade Federal de Ouro Preto,

sob orientação da Profª. Dra. Roseli de

Alvarenga Corrêa.

OURO PRETO

2012

Page 3: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

Catalogação: [email protected]

C331c Carvalho, Roberto Lessa de.

A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa crítica em

contextos de cursos regulares [manuscrito] / Roberto Lessa de Carvalho – 2012.

181 f.: il., color.; tabs.

Orientadora: Profª. Drª. Roseli de Alvarenga Corrêa.

Co-orientadora: Profª Drª Regina Helena Lino de Oliveira Franchi.

Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Instituto de

Ciências Exatas e Biológicas. Departamento de Matemática.

Área de concentração: Educação Matemática.

1. Ensino fundamental - Teses. 2. Aprendizagem - Teses. 3. Psicologia da

aprendizagem - Teses. 4. Razão e proporção - Proporcionalidade - Teses.

4. Tales de Mileto - Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título.

CDU: 511.13:373.3:159.953.5

CDU: 669.162.16

Page 4: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA

MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

A CRIAÇÃO DE AMBIENTES FAVORÁVEIS À APRENDIZAGEM

SIGNIFICATIVA CRÍTICA EM CONTEXTOS DE CURSOS REGULARES NAS

AULAS DE MATEMÁTICA

Autor: Roberto Lessa de Carvalho

Orientadora: Profa. Dra. Roseli de Alvarenga Corrêa

Co-orientadora: Profa. Dra. Regina H. de O. Lino Franchi

Este exemplar corresponde à redação final da Dissertação

defendida por Roberto Lessa de Carvalho e aprovada pela

comissão Examinadora. Data: 24/08/2012.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

Profa. Dra. Roseli de Alvarenga Corrêa – UFOP

Orientadora

__________________________________________________

Profa. Dra. Regina H. de O. Lino Franchi- UFOP

Co-orientadora

__________________________________________________

Profa. Dra. Eliane Scheid Gazire – PUC/MG

Examinadora

__________________________________________________

Prof. Dr. Frederico da Silva Reis – UFOP

Examinador

OURO PRETO

2012

Page 5: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

Dedico este trabalho às duas pessoas

mais importantes da minha vida:

Cléa e Sophia.

Page 6: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos:

Ao Deus todo poderoso do qual procedem todas as coisas e que tem

me concedido forças para superar as dificuldades e persistir.

Em especial à Cléa, companheira incansável e grande incentivadora.

Obrigado por acreditar em mim, às vezes mais do que eu mesmo.

Ao meu único tesouro Sophia, compreendeu-me e soube me dividir

com minhas horas de dedicação, trabalho e estudo.

À minha mãe pelo exemplo!

À minha estimada família (irmãos, irmãs, sobrinhos, sogro, sogra,...)

pelo apoio e consolo em todas as horas.

À Professora Doutora Roseli de Alvarenga Corrêa que com

benevolência orientou-me por caminhos que jamais trilharia sozinho,

pela dedicação, apreço, compromisso e enorme cooperação no

desenvolvimento da pesquisa.

À Professora Doutora Regina Helena de Oliveira Lino Franchi, por

estar sempre pronta a ajudar e ao mesmo tempo pelos apontamentos e

contribuições que me enriqueceram intelectualmente durante o

processo de elaboração da pesquisa.

Ao professor Renato Andrade do Colégio Arquidiocesano de Ouro

Preto, pela inestimável cooperação no desenvolvimento da pesquisa.

À Profa. Eliane e ao Prof. Frederico, membros da banca de

qualificação, pelas contribuições dadas para o enriquecimento da

investigação.

Aos colegas e companheiros do mestrado, com os quais trocamos

experiências e conhecimentos, pelo incentivo e amizade.

Page 7: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

RESUMO

Este trabalho, embasado em pesquisas teóricas e de campo, assumiu como proposta uma

investigação com foco na teoria da Aprendizagem Significativa e da Aprendizagem

Significativa Crítica em contextos de cursos regulares nas aulas de Matemática. Teve como

objetivo investigar as possibilidades de criação de ambientes que favoreçam ao aluno

estudar e aprender Matemática de forma significativa e crítica. Buscou-se apoio teórico em

alguns autores dentre os quais David Ausubel e Marco Antonio Moreira, com destaque aos

conceitos relevantes das teorias que fundamentam a Aprendizagem Significativa e a

Aprendizagem Significativa Crítica, relacionados com o tema da presente pesquisa, de

forma a possibilitar seu entendimento e identificar os princípios inerentes ao processo de

ensino e aprendizagem da Matemática escolar. O grupo composto pelos sujeitos da pesquisa

foi constituído pelos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola particular de

Ouro Preto/MG, nas próprias turmas de alunos do professor pesquisador. Em consonância

com os aspectos teóricos que fundamentaram a investigação, com o Projeto Político

Pedagógico da Escola e com o plano de ensino de Matemática proposto para o 1º. semestre

letivo de 2011, foram criadas e elaboradas atividades em que o cotidiano próximo dos

alunos se fizesse presente nos estudos e discussões em sala de aula e despertasse o interesse

e a motivação para o aprendizado de conceitos matemáticos decorrentes. Nesse sentido, foi

desenvolvida uma proposta didática objetivando o aprendizado significativo e crítico da

Matemática, com destaque para as visitas orientadas aos monumentos históricos das cidades

de Ouro Preto e Belo Horizonte. O tema proporcionalidade destacou-se dentre os demais e,

como consequência, o Teorema de Tales, centralizou as ações para a criação e a seleção das

atividades. Os dados resultantes, obtidos pela realização de cada grupo de atividades e pelo

nível de atendimento aos seus objetivos, revelaram que, além de significativa, a

aprendizagem foi também crítica, atendendo, em maior ou menor grau, aos princípios que

regem a Aprendizagem Significativa Crítica. Como pontos de referência para tal

julgamento, dentre outros, destacam-se: o resultado das atividades e avaliações no

atendimento aos objetivos, as opiniões dos alunos registradas em seus relatórios, os

registros do professor pesquisador em seu caderno de campo, as discussões e troca de

conhecimentos nos grupos de trabalho, o empenho na realização das tarefas e a postura mais

questionadora dos alunos.

Palavras-chave: Ensino Fundamental, Aprendizagem Significativa, Aprendizagem

Significativa Crítica, Proporcionalidade, Teorema de Tales.

Page 8: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

ABSTRACT

This work, based on theoretical and field researches, proposed an investigation focusing

on the theory of Meaningful Learning and Critical Meaningful Learning in the context

of regular courses in Mathematics classes. Its objective was to investigate the

possibilities to create environments which encourage the student to study and learn

Mathematics in a meaningful and critical way. Theoretical support was sought in some

authors among whom David Ausubel and Marco Antonio Moreira, highlighting the

relevant concepts of the theories which substantiate the Meaningful Learning and the

Critical Meaningful Learning, related with the theme of this present research, in order to

enable its understanding and to identify the principles inherent to the process of

teaching and learning of Mathematics at school. The group composed by the subjects of

the research was formed by the 9th grade students of middle school in a private school

in Ouro Preto / MG - Brazil, from the classes of students of the teacher/researcher. In

accordance with the theoretical aspects that based the investigation, with the Policy

Pedagogical Project of the School and with the plan of Mathematics teaching proposed

for the 1st school semester of 2011, activities were created and adjusted in a way that

the everyday life of the students was present in the studies and in classroom discussions

in order to boost the interest and motivation to learn the resulting mathematical

concepts. In this sense, a didactical proposal was developed, aiming the meaningful and

critical learning of Mathematics, highlighting the guided visits to monuments in the

cities of Ouro Preto and Belo Horizonte. The topic proportionality was a favorite

among others, and as a consequence, Thales Theorem centralized the actions for the

development and selection of the activities. The resulting data, obtained through the

performance of each group of activities and by the level of accomplishment of their

objectives, revealed that, besides meaningful, the learning was also critical, complying,

at different degrees of intensity, with the principles that rule the Critical Meaningful

Learning. As reference for such judgment, among others, these can be pointed out: the

result of the activities and evaluations in the fulfillment of the objectives, the opinions

of the students recorded in their reports, the records of the teacher/researcher in his field

notebook, the discussions and exchange of knowledge in the work groups, the

dedication in performing the tasks and the more inquisitive attitude of the students.

Key-words: Middle School, Meaningful Learning, Critical Meaningful Learning,

Proportionality, Thales Theorem.

Page 9: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Transparência igreja São Francisco 91

Figura 2- Transparência Casa dos Contos 91

Figura 3- Estimar dimensões inacessíveis 92

Figura 4 - Torre Sineira Igreja da Pampulha 92

Figura 5- Foto dos alunos observando e desenhando detalhes do painel de azulejos 93

Figura 6 - Detalhe do painel de azulejo 93

Figura 7- Esboço de São Francisco 93

Figura 8 – Detalhe do painel de azulejo 94

Figura 9 – Detalhe do painel de azulejo 94

Figura 10 – Esboço de peixes e pássaro 94

Figura 11- Foto da igreja de São Francisco / OP 95

Figura 12- Foto Casa dos Contos 95

Figura 13- Resolução do aluno para o esquema da barragem 99

Figura 14- Resolução do aluno para o esquema do loteamento 100

Figura 15- Esquema da foto de São Francisco de Assis 101

Figura 16- Esquema de resolução do aluno 101

Figura17- Esquema da resolução do aluno aplicando o T. de Tales 102

Figura18- Foto da fachada da Pampulha 103

Figura 19- Esquema da fachada 103

Figura 20- Resolução e esquema do aluno sobre Tales no triângulo 104

Figura 21- Resolução do aluno envolvendo o conceito de escala 105

Figura 22- Resolução do aluno envolvendo aplicação do Teorema de Tales 105

Figura 23- Resolução do aluno aplicando o Teorema de Tales 106

Figura 24- Resolução do aluno sobre consequência do Teorema Tales 107

Figura 25- Atividade sobre semelhança 108

Figura 26- Resolução do aluno sobre semelhança 108

Figura 27- Resolução do aluno sobre semelhança de triângulos 108

Page 10: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

LISTA DE QUADROS

Quadro 1- A aprendizagem significativa na visão cognitiva clássica de Ausubel 33

Quadro 2 - O continuum aprendizagem mecânica-aprendizagem significativa 35

Quadro 3 – Grupo de atividades GA1 65

Quadro 4- Grupo de atividades GA2 68

Quadro 5 – Grupo de atividades GA3 71

Quadro 6 – Grupo de atividades GA4 74

Quadro 7 – Grupo de atividades GA5 76

Quadro 8 – Grupo de atividades GA6 78

Page 11: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13

CAPÍTULO 1. Referencial Teórico .................................................................. 21

1.1 A Educação Matemática escolar e suas manifestações .......................... 21

1.2. Aprendizagem Significativa e Aprendizagem Significativa Crítica .... 28

CAPÍTULO 2. Contexto da pesquisa e procedimentos metodológicos .......... 49

2.1. O professor como pesquisador de sua prática pedagógica ..................... 49

2.2. A questão de investigação e os procedimentos metodológicos

adotados ......................................................................................................... 50

2.3. A pesquisa de campo ............................................................................... 51

CAPÍTULO 3. Apresentação da pesquisa ........................................................ 55

3.1. A concepção das atividades .................................................................. 55

3.1.1. Minha experiência pessoal como professor e minhas

concepções sobre educação matemática ............................................. 55

3.1.2. Minhas leituras prévias sobre a Aprendizagem Significativa

e da Aprendizagem Significativa Crítica ............................................ 57

3.1.3. O Projeto Político Pedagógico da Escola (PPP) ...................... 58

3.1.4. A programação dos conteúdos matemáticos para o primeiro

semestre de 2011................................................................................. 60

3.2. A proposta do Projeto .......................................................................... 62

3.3. Apresentação das atividades, seus objetivos e desenvolvimento.. ....... 63

CAPÍTULO 4. Atividades, objetivos e resultados ............................................ 83

4.1. Os Grupos de Atividades e o atendimento dos objetivos propostos ..... 83

4.1.1. Análise do atendimento aos objetivos do grupo (a)

em GA1 e GA2 ................................................................................... 87

4.1.2. Análise do atendimento aos objetivos do grupo (a)

em GA3, GA4, GA5 e GA6................................................................ 98

4.1.3. Análise do atendimento aos objetivos do grupo (b)

através das atividades dos GAs........................................................ 109

4.2. Aprendizagem Mecânica versus Aprendizagem Significativa ........... 111

Page 12: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 119

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 129

APÊNDICES......................................................................................................132

Page 13: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

13

INTRODUÇÃO

Para uma melhor compreensão dos motivos da opção em pesquisar sobre

aprendizagem significativa em Matemática, apresento parte da minha trajetória

acadêmica e profissional, narrando fatos que me impulsionaram na busca de novos

aprendizados, experiências e possíveis respostas para meus questionamentos, levando-

me, inclusive, à realização de cursos de pós-graduação em Educação Matemática.

Iniciei minha vida acadêmica em nível de terceiro grau, cursando graduação

em Engenharia na Universidade Federal de Ouro Preto, em 1997. Paralelamente,

ministrava aulas de Matemática para a 7ª série do Ensino Fundamental em Ouro Preto.

A falta de professores formados em Matemática era grande e eu, mesmo sem a

habilitação, fui chamado para suprir essa falta de professores da área. Assim, cursando o

1º período do curso de Engenharia, iniciei minhas atividades profissionais trabalhando

na educação escolar, a princípio, para ter um rendimento e sustentar meus estudos.

A minha prática, enquanto professor, se resumia a aula expositiva, pois eu

achava que, se aprendi dessa forma, porque os meus alunos também não poderiam

aprender? Tinha que cobrar deles o que eu ensinava e, se não aprendessem, era porque

não tinham nenhuma afinidade com exatas. Essa postura talvez fosse resultado do tipo

de formação que eu tive. Por estar fazendo um curso de engenharia (cursei até o sexto

período) não tinha tido nenhum contato com disciplinas da área de Educação e

Educação Matemática.

Tudo começou a mudar quando decidi cursar, a partir do ano 2000, algumas

disciplinas do curso de Licenciatura em Matemática no Instituto de Ciências Exatas e

Biológicas da UFOP, quando comecei a questionar a minha prática pedagógica exercida

até aquele momento, já percebendo a existência de outras possibilidades didáticas que

não somente aulas expositivas. Com a opção formada de deixar o curso de engenharia e

me transferir para o curso de Licenciatura em Matemática, abriu–se, finalmente, a

oportunidade para alcançar uma formação adequada e buscar respostas para alguns dos

questionamentos que a minha prática já suscitava. Afinal, me angustiava muito quando

percebia que meus alunos não viam nenhum significado na Matemática que estavam

estudando.

Assim que conclui a Licenciatura em Matemática, surgiu uma nova

oportunidade de continuar meus estudos na área da Educação: realizar o curso de

Especialização em Educação Matemática também na UFOP. Já cursando a

Page 14: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

14

especialização, me aprofundei em estudos da disciplina Modelagem Matemática, já

iniciados durante a graduação. Novas possibilidades para desenvolver um trabalho que

tornasse as aulas de Matemática mais significativas para os alunos começaram a ser

delineadas. A pergunta que eu sempre fazia era, “como proceder para despertar o

interesse e/ou o gosto dos alunos pela Matemática?”, juntamente com questionamentos

do tipo: O que aprender? O que ensinar? Como fazer?

Em 2005 conclui essa etapa de minha trajetória acadêmica que culminou na

realização da monografia de especialização, na qual investiguei contribuições sobre o

uso da Modelagem Matemática para o ensino, compreendida como inspiradora de

estratégias metodológicas para o aprendizado da Matemática, em cursos noturnos do

Ensino Médio. Na conclusão do estudo, o aspecto do aprendizado significativo da

Matemática, preocupação sempre presente em minha prática docente, assumiu novas

dimensões quando pude antever, através do trabalho realizado com os alunos, novas

possibilidades e perspectivas para o ensino da Matemática. Alguns trechos das

considerações finais do trabalho, destacados a seguir, ressaltam esse fato.

“O projeto proposto e executado confirmou, em linhas gerais, o que

apreendi durante minhas reflexões teóricas. Embora, no primeiro

momento, o objetivo era ensinar a Matemática inserida num programa

pré-definido, conhecendo melhor meus alunos e suas necessidades,

busquei realizar um trabalho mais dinâmico, mais significativo, que

levasse os alunos a compreenderem certas noções matemáticas tendo

origem na sua realidade e incentivando a socialização de suas idéias.

(...) Foram tratados temas necessários para compreender o papel da

aprendizagem da Matemática e suas interações com outras áreas de

conhecimento, buscando nas profissões dos alunos o aprendizado da

Matemática e outros saberes de forma mais significativa. (...) No

trabalho que eu realizei, a motivação dos alunos pode ser constatada

em todas as etapas do projeto e senti uma satisfação quando no final

das apresentações dos trabalhos, percebemos como o aprendizado se

efetuou ao trabalhar em grupo, ao dividir as tarefas, ao cooperar com o

outro, ao perseverar na busca de soluções, ao desenvolver o interesse

em aprender, ao trocar idéias, ao pesquisar, ao refletir. (...) Todas

essas ações foram fundamentais para o bom desenvolvimento da

proposta em sala de aula e para constatar o papel da Modelagem

Matemática, da forma como a concebemos, na tarefa de tornar o

aprendizado da Matemática mais significativo para o aluno e que

Modelagem Matemática, como metodologia de ensino, pode

realmente contribuir, com eficácia, para o aprendizado da Matemática

em cursos noturnos do Ensino Médio.” (CARVALHO, 2005, pp. 38-

40)

Nesse trabalho de pesquisa, o tema “aprendizagem significativa” foi entendido

como um aprendizado da Matemática que proporcionasse ao aluno compreendê-la como

um conhecimento que lhe estruturasse para resolver, além dos problemas matemáticos

Page 15: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

15

próprios do contexto escolar, também problemas matemáticos ditados pela sua vivência

diária, pelos questionamentos originados de seu trabalho, buscando compreender essa

realidade e poder agir sobre ela.1

Iniciando o curso de Mestrado Profissional em Educação Matemática na UFOP

em 2010, e pretendendo dar continuidade aos estudos feitos anteriormente no curso de

especialização, novas reflexões e leituras posteriores nos alertaram para a temática

“aprendizagem significativa da Matemática”, frase tantas vezes expressa e lida em

vários textos, mas ainda permanecendo na obscuridade, dado o restrito entendimento a

ela atribuído em nossa pesquisa inicial. Por outro lado, assumindo uma postura mais

focada nessa temática, notamos, através de nossas leituras, a relativa insistência em

alguns artigos sobre Educação Matemática e em livros didáticos de Matemática no uso

da frase “aprendizagem significativa” nos diversos momentos de seus textos.

Mais fortalecidos pelo novo enfoque dado ao tema e pela pluralidade de

considerações emergentes de nossas leituras, novos questionamentos se fizeram

presentes, tais como: “O que é aprendizagem significativa?”, “Quando os autores e

professores falam sobre aprendizagem significativa, o que eles querem dizer?”, “O que

se pode dizer sobre aprendizagem significativa da Matemática?”.

Com a temática já estabelecida para o desenvolvimento da pesquisa -

Aprendizagem Significativa da Matemática - e o aspecto problematizante da mesma já

iniciado, elaboramos e aplicamos um questionário a alguns professores de Matemática

de Ouro Preto e região, buscando investigar e compreender, a princípio, o que eles

entendiam por aprendizagem significativa da Matemática. Consideramos, no momento,

que tal investigação preliminar e seus resultados pudessem ser colocados como pontos

estruturantes para a pesquisa que pretendíamos realizar para a dissertação de mestrado.

O questionário constava de duas partes: a primeira, perguntando sobre a

situação profissional do professor, local de trabalho e tempo de serviço no magistério e

a segunda, contendo duas perguntas assim expressas: “Qual o seu pensamento sobre

aprendizagem significativa da matemática? Quando você lê um texto, escreve ou fala

sobre o aprender Matemática significativamente o que tal expressão representa para

você?”

1 Até o momento, o texto se apresentou, em tempo verbal, na 1ª. pessoa do singular, expressando a

vivência profissional do professor pesquisador desta dissertação. Quando se inicia o processo de

orientação da pesquisa no curso de Mestrado Profissional, por opção do pesquisador, o texto se apresenta

na primeira pessoa do plural. Este procedimento se repetirá em outros momentos desta dissertação.

Page 16: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

16

Devolveram o questionário 28 professores expressando suas opiniões. O

resultado revelou que os professores que lecionam Matemática manifestaram uma

diversidade de pensamentos sobre o tema “Aprendizagem Significativa da Matemática.

Dos 28 respondentes (alguns manifestando mais de um pensamento sobre o assunto), 15

disseram que o significativo da Matemática se colocava na sua aplicabilidade no

cotidiano; 10 deles priorizaram a aprendizagem do conhecimento matemático de forma

intrínseca ao próprio conhecimento; 03 respondentes consideraram que o significativo

da Matemática se colocava na sua conexão com outros campos de conhecimento. 04

deles salientaram a relação professor/aluno - os sujeitos envolvidos no processo de

aprendizagem da Matemática - e o interesse e empenho do aluno em aprender, como

elementos importantes para um aprendizado significativo da Matemática. Outras duas

opiniões consideraram a História da Matemática e os objetivos propostos pelo professor

como aspectos significantes para o aprendizado da disciplina.

Esses resultados revelaram-se importantes para a nossa pesquisa, pois

mostraram a variedade de visões que os professores de Matemática consultados têm

sobre o tema Aprendizagem Significativa da Matemática. Em concordância com tais

visões, o nosso pensamento sobre o aprendizado significativo do conhecimento

matemático, historicamente construído e ensinado nas escolas, constitui-se num

amálgama de todas as opiniões manifestadas, pois, acreditamos que, além da

importância do aprendizado do próprio conhecimento, coloca-se como fundamental

também a sua aplicabilidade na vida cotidiana das pessoas, a sua relação com outras

áreas do conhecimento, a sua história e o envolvimento dos sujeitos no processo de

aprendizagem.

Foram as leituras prévias a respeito da teoria proposta por Ausubel que

propiciaram a necessidade de ampliar nossos estudos para outros textos, dentre os quais

os de Marco Antônio Moreira sobre a Aprendizagem Significativa Crítica. Segundo

Moreira (2006), brasileiro e profundo conhecedor da teoria da Aprendizagem

Significativa, tal como formulada por David Ausubel na década de sessenta, esta se

apresentou inicialmente como uma proposta psicoeducativa com um enfoque

cognitivista. Posteriormente um enfoque mais humanista foi atribuído à Aprendizagem

Significativa por Joseph Novak, discípulo e colaborador de Ausubel.

A Teoria da Aprendizagem Significativa e a da Aprendizagem Significativa

Crítica constituem elementos importantes do referencial teórico que fundamenta esse

trabalho. Assim, neste projeto procuramos estudar e expressar os conceitos relevantes

Page 17: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

17

que fundamentam tais teorias e que se relacionam com nossa pesquisa, de forma a

possibilitar seu entendimento e identificar os princípios inerentes ao processo de ensino

e aprendizagem escolar, segundo os autores.

Estudos anteriores a esta nova etapa de investigações, versando sobre as

tendências atuais na Educação Matemática realizados nos cursos de graduação e

especialização em Educação Matemática da UFOP/MG, nos fizeram cientes das

dificuldades inerentes ao ensino e aprendizagem Matemática em nível escolar. Alguns

dos questionamentos que nós professores ouvimos dos alunos com certa frequência, e

que vem chamando nossa atenção, está na forma com que a Matemática é “ensinada”

nas nossas escolas hoje. As perguntas mais frequentes que ouvimos dos alunos são:

Porque eu tenho que aprender isso? Para que isso serve? Na nossa concepção, essas

preocupações são oriundas da forma como a Matemática vem sendo “ensinada” em

ambientes escolares, em qualquer nível de ensino, do Fundamental ao Superior.

Pela nossa experiência didática, temos ciência de que alguns fatores

contribuem para que a Matemática seja considerada uma disciplina difícil e não ao

gosto dos alunos. A começar pela linguagem específica, tida pelos estudantes como

complexa, com definições, símbolos, termos e fórmulas que exigem memória e pouco

induz à reflexão. E, em escolas particulares, pelo ensino totalmente baseado em

apostilas prontas que o professor tem que seguir e dar conta durante o ano letivo. Entre

os alunos ainda paira no ar aquele mito de que a Matemática é para poucos.

A revisão bibliográfica e os estudos dos textos dos novos autores selecionados,

como serão expressos no Capítulo 1, aliados aos questionamentos ditados pela nossa

prática no magistério, ainda nos revela que constitui um grande desafio para nós

professores – principalmente para os que lecionam em escolas particulares em que as

condições de trabalho em sala de aula são guiadas por normas pré-estabelecidas, alheias

ao contexto escolar local – a criação de ambientes favoráveis ao que chamamos,

segundo o conceito de Moreira, de Aprendizagem Significativa Crítica.

No entanto, vencer os desafios que a educação escolar e a educação

matemática nos colocam pela frente onde quer que estejamos atuando, escola pública ou

particular e nos vários níveis de escolaridade, é o que nós professores/educadores

buscamos através da reflexão, do estudo, da pesquisa. Nessa trajetória acadêmica e

profissional, desenvolvendo uma investigação em nível de pós-graduação, concebemos

a Educação Matemática como aquela que busca, na vivência matemática em sala de

aula, uma forma de aproximar as diferentes atividades escolares com a realidade extra-

Page 18: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

18

escolar. Propusemos para tal, criar, elaborar e desenvolver, com alunos do 9º ano do

Ensino Fundamental, várias atividades em que o cotidiano próximo deles fosse ponto de

partida para as discussões em sala de aula e para o aprendizado de conceitos

matemáticos decorrentes. Tais pensamentos e novas posturas em sala de aula nos

conduziram para estudos posteriores que viessem nos estruturar teoricamente nesse

novo caminhar pedagógico.

Acreditamos que tais esclarecimentos justifiquem a escolha de nossa temática e

opções de estudos sobre Aprendizagem Significativa e Aprendizagem Significativa

Crítica, cujos aspectos teóricos são predominantes em nosso trabalho de pesquisa, já

que concentramos nossos esforços para trazer respostas à seguinte questão de

investigação: “Como criar ambientes favoráveis à Aprendizagem Significativa

Crítica em contextos de cursos regulares nas aulas de Matemática?”

Como objetivo geral dessa investigação, pretendemos: “Investigar as

possibilidades de criação de ambientes que favoreçam ao aluno estudar e aprender

Matemática de forma significativa e crítica”. Para tal, propusemos realizar as

seguintes tarefas: (1) ter conhecimento do ambiente da escola, local da pesquisa:

professor, aluno, materiais, plano pedagógico; (2) fazer levantamento da teoria

subjacente ao tema, selecionar e estudar os textos dos autores cujas obras mais se

relacionam com nossa pesquisa; (3) investigar as possibilidades de intervenção no

momento atual da escola, de forma a poder desenvolver um trabalho com os alunos sem

incorrer em interrupções e alterações do que foi planejado no início do ano letivo; (4)

criar e elaborar situações/atividades afins com o objetivo proposto e (5) implementar e

desenvolver as atividades em sala de aula, tendo como referência para análise, os

conceitos e princípios dogmáticos da Aprendizagem Significativa e da Aprendizagem

Significativa Crítica.

Page 19: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

19

Estrutura da dissertação

Neste tópico que chamamos INTRODUÇÃO, apresento, brevemente, a minha

trajetória acadêmica e profissional, o tema da pesquisa, a questão de investigação e o

objetivo. Antecipamos que este documento foi organizado em quatro capítulos, como a

seguir:

Capítulo 1: É constituído pelos aspectos que fundamentam teoricamente a

pesquisa. Procuramos dividi-lo em duas partes: 1.1. A Educação Matemática escolar e

suas manifestações. A seleção de autores se orientou pelas ideias proclamadas nas

tendências da Educação Matemática atual e se coloca no trabalho com a finalidade de

justificar a necessidade de novos enfoques e alternativas para a Educação Matemática

escolar; 1.2. Apresentamos as interpretações dadas por Ausubel e seguidores sobre

Aprendizagem Significativa e, a seguir, os estudos aprofundados de Marco Antonio

Moreira sobre a teoria ausubeliana, complementando com sua visão sobre a teoria para

fins escolares e sua proposta na elaboração da teoria da Aprendizagem Significativa

Crítica e os princípios que a sustentam.

Capítulo 2: Destinado aos aspectos metodológicos inerentes à pesquisa. Trata

de temas como o do professor pesquisador de sua própria prática. Caracteriza a escola e

os alunos envolvidos na pesquisa e destaca alguns recursos didáticos utilizados. A

seguir, são descritos os procedimentos adotados na pesquisa de campo, a criação e

produção das atividades e os elementos utilizados para a coleta de dados, dentre outras

ações.

Capítulo 3: Tendo em vista a questão de investigação e os objetivos da presente

pesquisa, foram criadas e elaboradas atividades para serem realizadas pelos alunos,

compondo, assim, a etapa da pesquisa de campo dessa análise. Damos destaque a uma

série de fatores que inspiraram a elaboração de estratégias de ação condizentes com o

propósito de investigar as possibilidades de construir ambientes que favoreçam a

aprendizagem da Matemática de forma significativa e crítica. Ainda neste capítulo

detalhamos todos os grupos de atividades elaborados, cada qual em seu respectivo

quadro, demonstrando a origem das atividades, os temas matemáticos a serem

estudados, seus objetivos e desenvolvimento.

Capítulo 4: Em 4.1 retomamos cada um dos grupos de atividades com seus

objetivos e, respaldados pelos referenciais teóricos que fundamentam a pesquisa,

fazemos uma análise sobre o alcance deles, como se manifestaram e quais resultados

Page 20: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

20

produziram nos alunos para uma aprendizagem significativa e crítica da Matemática.

Em 4.2, antecipando a resposta para a nossa pergunta, fazemos um contraponto entre

Aprendizagem Mecânica e Aprendizagem Significativa

A seguir, apresentamos as Considerações Finais, as Referências Bibliográficas

e os Apêndices. Como produto final desta dissertação, elaboramos uma proposta

educacional dirigida a professores de Matemática que será apresentada em encarte não

anexado ao texto dissertativo.

Page 21: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

21

CAPÍTULO 1

REFERENCIAL TEÓRICO

Para a realização desta investigação, pesquisamos alguns autores que falam das

dificuldades inerentes ao ensino e aprendizagem da Matemática, da complexidade da

linguagem matemática, das relações existentes entre a matemática do cotidiano das

pessoas, a matemática escolar e a chamada matemática científica e a formação de

professores de Matemática nos cursos de licenciatura. Destacamos em linhas gerais uma

das tendências atuais em Educação Matemática, mais precisamente a Educação

Matemática Crítica, na linha do pesquisador Ole Skovsmose, cujas ideias alicerçam, a

nosso ver, alguns dos princípios da Aprendizagem Significativa e da Aprendizagem

Significativa Crítica. Complementando essa abordagem, apresentamos os aspectos

teóricos relevantes para nossa investigação, da Aprendizagem Significativa e da

Aprendizagem Significativa Crítica, com destaque para os autores que a criaram.

Salientamos que estudos dessa natureza nos orientam para uma constante reflexão sobre

a nossa prática e, em conjunto, justificam a necessidade de pesquisas e propostas

didáticas como a que pretendemos apresentar neste trabalho.

1.1. A educação matemática escolar e suas manifestações.

Uma variedade de autores que pesquisam na área de Educação Matemática,

aponta que a matemática ensinada na sala de aula, bem como a forma que vem sendo

desenvolvida, não corresponde às necessidades do aluno, tendo em vista a formação do

educando para o exercício de sua cidadania. Segundo Roseli Alvarenga Corrêa (2005),

“já passou o tempo de pensarmos a Matemática como um conhecimento restrito aos

bancos escolares e comunicado através de sua linguagem específica, apenas no recinto

da sala de aula” (p.93). Para a autora, apesar do reconhecimento das aplicações da

Matemática nas ciências e na vida social, o que nos é revelado socialmente é que a

Matemática é tida como uma ciência fria, difícil, abstrata. Em concordância com a

autora, a partir de nossa experiência vivenciada ao longo dos anos, a linguagem

matemática complexa e distante da realidade do aluno tem trazido dificuldades para o

seu ensino e aprendizado.

Ainda, segundo Corrêa, quando se fala em linguagem matemática, pensa-se na

linguagem dos livros e textos didáticos que tradicionalmente se colocam como meios de

Page 22: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

22

comunicação dessa linguagem, com caráter universal, mais sistemático e formal. Para a

autora, além dos textos didáticos, a linguagem matemática apresenta-se, na sociedade,

através de uma variedade de meios de comunicação, ressaltando que o conhecimento e a

compreensão dessa linguagem constituem não só um fator do desenvolvimento

intelectual do aluno, mas também um instrumento fundamental na sua formação social.

(p.95)

Focalizando a realidade do nosso ambiente escolar, além da problemática

envolvendo a linguagem formal da Matemática, uma discussão mais recente tem dado

destaque para as possíveis relações existentes entre os saberes escolares e os saberes

cotidianos. Autores como Alexandrina Monteiro e Adair Nacarato (2004) – que

postulam as relações entre Saber Escolar e Saber Cotidiano – afirmam que o discurso

pedagógico, principalmente na área da Matemática, vem sendo mediado pelas

discussões e defesa favorável a favor da inclusão do saber cotidiano do aluno nos

processos de escolarização (p.2). Para as autoras, a aquisição do saber cotidiano e

científico ocorre por epistemologias diferentes, pois,

enquanto o saber cotidiano é fruto da experiência social e direta e se

adquire mediante a participação nas práticas culturais habituais e em

sociedade, o saber cientifico envolve a aprendizagem de um método, de

uma forma de discurso que não é natural e que exige um esforço

consciente e sistemático de explicitação e racionalização. (MONTEIRO

e NACARATO, 2004, p.3).

O estudo feito pelas autoras sobre futuros professores que ensinarão

Matemática teve como objetivo analisar as relações existentes entre saber escolar e

saber cotidiano. Segundo as autoras, embora essas categorias já constassem na

literatura, o fato de emergirem das respostas dos alunos reforçou a necessidade de

considerá-las para análise. Durante a análise foram identificadas pelas autoras duas

subcategorias que destacamos a seguir:

A noção de conhecimento prévio, ou seja, o saber cotidiano teria um

papel de „ponte‟ para a transição do saber escolar, mas este teria a

supremacia, enquanto saber validado; e outra subcategoria, a

consideração do saber cotidiano como fonte de motivação para o

escolar, aqui também o saber escolar se destacando como o mais

importante. (MONTEIRO e NACARATO, 2004, p.6).

Ainda segundo as autoras, não apareceu nenhuma resposta valorizando o saber

científico ou acadêmico em detrimento do saber cotidiano. Elas então, com relação a

esse fato, conjecturam que:

Page 23: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

23

O fato da aplicadora ser docente da turma, deve ter influenciado as

respostas, ou esses alunos se tornaram conscientes de que o saber

profissional do professor não engloba apenas o saber específico da

disciplina, mas que este saber é composto de outros, como o saber

curricular, o saber pedagógico e o saber da experiência. (MONTEIRO

e NACARATO, 2004, p.6).

Assim, para as autoras, a valorização do saber cotidiano, no contexto da

pesquisa, ocorre de duas formas: numa perspectiva política e numa visão utilitarista da

Matemática. Segundo elas:

Valorizar o saber cotidiano numa perspectiva política seria o

reconhecimento de que os alunos, em suas práticas culturais, também

produzem Matemática, e que este saber matemático do cotidiano é tão

importante quanto o saber matemático escolar e foi ressignificado a

partir dele, mas desconsiderando a importância do saber científico.

(MONTEIRO e NACARATO, 2004, p.7).

Maria Manoela David e Plínio Cavalcanti Moreira (2003) – que falam das

formas distintas de conhecimento matemático, enfocando a Matemática Acadêmica e a

Matemática Escolar – ainda discutem concepções presentes em futuros professores de

Matemática a favor do saber cotidiano no contexto escolar e apontam algumas

perspectivas visando à formação matemática do futuro professor em cursos de

licenciatura.

Quanto às relações entre Matemática Científica ou Matemática Acadêmica e

Matemática Escolar, na perspectiva de David e Moreira (2003, p.63), estão em relação

direta com o processo de formação do professor nos cursos de licenciatura em

Matemática articulado com a prática docente na escola básica, pois, para os autores, é

fundamental

aprofundar o estudo da constituição da matemática escolar buscando

um referencial de análise que incorpore, de forma mais complexa e

menos dicotomizada, as relações entre o saber científico, o saber

escolar e as questões postas pela prática profissional docente na

escola. (DAVID e MOREIRA, 2003, p.64)

Ainda segundo os autores, tanto a Matemática Científica como a Escolar são

resultantes “em última instância”, das práticas respectivas do matemático e do professor

de matemática da escola, mesmo considerando “toda a trama de condicionamentos

sociais e culturais que se prendem a qualquer construção desta natureza.” (p.64) Quanto

a tais práticas, dizem os autores que “A prática do matemático se caracteriza pela

produção de resultados originais „de fronteira‟. [...] Por sua vez, a prática do professor

de matemática da escola básica desenvolve-se num contexto „educativo‟, o que leva a

Page 24: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

24

uma visão fundamentalmente diferente.” (DAVID, MOREIRA, 2003, p.65, destaque

dos autores)

Para os autores, se pensarmos a matemática escolar sob uma perspectiva

técnica, como uma mera versão “didatizada” da matemática científica, o processo de

formação do professor acaba se estruturando em torno desta última.

Considerando outros referenciais para discussões dessa natureza, buscamos nos

Parâmetros Curriculares Nacionais, (1998) alguns esclarecimentos, particularmente

quando fazem referência à compreensão da cidadania como participação social e

política. Nesse sentido, os PCN‟s (1997) expressam que, “o ensino da Matemática no

Brasil atualmente é o componente importante na construção da cidadania, na medida em

que é utilizada e compreendida a sua função para a sociedade em geral.” (p.19)

Ainda, segundo os PCN (1998), devemos ficar atentos ao trabalhar com

situações cotidianas, pois pode haver interpretação equivocada da ideia de contexto ao

se trabalhar apenas com o que se supõe fazer parte do dia-a-dia do aluno:

[...]. Embora as situações do cotidiano sejam fundamentais para

conferir significados a muitos conteúdos a serem estudados, é

importante considerar que esses significados podem ser explorados em

outros contextos como as questões internas da própria Matemática e

dos problemas históricos. Caso contrário muitos conteúdos

importantes serão descartados por serem julgados, sem uma análise

adequada, que não têm uma aplicação prática imediata. (BRASIL

1998, p. 23).

Ou seja, de acordo com os PCN‟s, é necessário melhorar o aprendizado escolar e

associá-lo com a vida prática dos indivíduos. Para o professor é importante ter

conhecimento da história de vida dos alunos, sua vivência de aprendizagens

fundamentais, seus conhecimentos informais sobre um dado assunto e suas condições

para a aprendizagem. Com tais referências é possível ao professor promover em seus

alunos o desenvolvimento de capacidades de natureza prática para lidar com atividades

matemáticas que lhe permitam conhecer problemas, buscar informações e tomar

decisões. Compreendemos que necessitamos assumir uma postura reflexiva e crítica

quando estabelecemos relações entre a matemática do cotidiano das pessoas, a

Matemática Escolar e a Matemática Científica.

O estudo e consequente reflexão sobre ideias de uma das mais influentes

tendências atuais da Educação Matemática, reveladas por Ole Skovsmose em seus

textos sobre Educação Matemática Crítica, nos revigorou e estruturou conceitualmente

para a investigação que realizamos sobre a temática ampla da aprendizagem

Page 25: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

25

significativa e teorias subjacentes. Apresentamos a seguir, uma breve exposição do que

denominamos Educação Matemática Crítica (EMC).

Skovsmose, em sua fala durante conferência ministrada no IX Encontro

Nacional de Educação Matemática (ENEM), em 2007, descreveu a Educação

Matemática Crítica não como uma nova teoria da Educação Matemática, mas sim como

uma preocupação para com ela. Em sua pesquisa, Soares (2008, p.58) constata a

intenção do autor de esclarecer que esse movimento crítico não se refere

necessariamente a algo inédito, como um novo ramo de estudo da Educação

Matemática, mas sim a uma reflexão sobre os caminhos que podem ser percorridos pela

Educação Matemática se houver uma preocupação com os pressupostos que envolvem o

ensino e a aprendizagem de Matemática.

Marcelo Borba, no prefácio de “Educação Matemática Crítica: a Questão da

Democracia” de Ole Skovsmose (2001), procurando definir o movimento da Educação

Matemática Crítica, propõe reflexões sobre a Educação Matemática com questões

ligadas ao poder, quando pergunta:

A quem interessa que a Educação Matemática seja organizada dessa

maneira? Para quem a Educação Matemática está voltada? Como

evitar preconceitos nos processos analisados pela Educação

Matemática que sejam nefastos para grupos de oprimidos como

trabalhadores, negros, “índios” e mulheres? (BORBA apud

SKOVSMOSE, 2001, p.7).

Para Daniela Alves Soares (2008, p. 59), analisando as questões colocadas por

Borba, é possível observar o posicionamento crítico de Borba ao levantar tais

questionamentos. Quando ele pergunta “A quem interessa (...)?”, “Para quem (...)?”,

está preocupado com os aspectos subjetivos da escolha dos conteúdos matemáticos.

Posteriormente, quando escreve que “(...) preconceitos nos processos analisados pela

Educação Matemática (...)”, nos deixa entender que a EM pode não atender

coerentemente a determinados grupos, e por conta disso está praticando algum tipo de

preconceito. A autora entende que, a partir da análise dessas questões, a Educação

Matemática Crítica tem preocupações eminentemente políticas e sociais.

Jussara de Loiola Araújo (2009) nos diz que, para Skovsmose (1994), uma

Educação Matemática crítica, “é aquela que reconhece e direciona suas ações para os

conflitos e crises da sociedade, reagindo contra eles” (ARAUJO, 2009, p.62). Para ela,

esse autor caracteriza a crise da sociedade com uma série de eventos que presenciamos

no mundo: catástrofes ambientais; distribuição desigual de bens, de alimentos; grandes

Page 26: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

26

diferenças econômicas e sociais; abuso de poder; tensão entre negros e brancos, ricos e

pobres, entre diferentes religiões. Segundo a autora, Skovsmose deixa claro que a crise

social nem sempre pode ser colocada numa forma de antagonismo bipolar, pois é algo

realmente complexo de ser descrito de forma linear.

Essa também é a opinião de Caroline Mendes dos Passos (2008), que abre

algumas discussões procurando trazer contribuições para o campo da Educação

Matemática. Segundo ela, para pensarmos em uma Educação Matemática Crítica, é

necessário, primeiramente, assumir que a crise, no sentido em que Skovsmose (1994) a

aborda, se faz presente neste campo. A autora destaca que a sociedade atual, em sua

grande maioria, pensa a instituição escolar como um dos aspectos que a compõe.

“As crises, [...], fazem parte de toda sociedade, refletem-se em

diferentes setores sociais. Entre esses, incluem-se as instituições

escolares que, ao receberem os reflexos das crises sociais, também os

refletem nos seus diferentes setores internos e, conseqüentemente, nas

diferentes disciplinas que se fazem presentes nas escolas. Cada uma

dessas disciplinas lida com esses reflexos de uma maneira específica,

seja por meio de uma problematização desses reflexos, seja por meio

de um isolamento, que não permite a influência desses fatores

externos no ambiente de sala de aula”. (PASSOS, 2008, p.62)

Tais discussões, segundo a autora, estão relacionadas a fatores externos à sala de

aula. Nesse ambiente, ela procura exemplificar com os trabalhos desenvolvidos nas áreas da

Etnomatemática e da Educação Matemática Crítica, o que leva, para dentro do ambiente de

sala de aula, uma influência, segundo ela, às vezes seguida de uma problematização das

crises sociais. A autora toma como ponto de partida para o desenvolvimento de seu

trabalho, a existência de crises no campo da Educação Matemática. Ela assume que, por ser

a sociedade uma estrutura sujeita a crises, também o campo da Educação Matemática

recebe os reflexos de tais crises e, em conseqüência desses reflexos, formula suas próprias

crises.

Na descrição de Passos (2007), ao citando Araújo (2007), as idéias de Freire e

a Pedagogia Crítica foram grandes fontes de inspiração para Skovsmose e a EMC.

Pode-se dizer que é a partir de discussões da Pedagogia Crítica que o movimento da

EMC surge, com o objetivo de promover a discussão política, democrática e tecnológica

(questão mais atual) para dentro das aulas de Matemática. E isso se dá nas décadas de

1970 e 1980, com movimentos concentrados na Europa, posteriormente nos Estados

Unidos, e também em outras partes do mundo (SKOVSMOSE, 2007, apud Soares,

Page 27: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

27

2008. p.56). Assim, o movimento surgiu a partir de debates em torno das reformulações

da Pedagogia Crítica.

Para Paulo Freire (1988), a educação brasileira apresenta o saber numa

narrativa acrítica, como algo natural, favorecendo a passividade, a inércia e impedindo o

estudante de compreender que o conhecimento, assim como a realidade, é fruto de um

processo histórico. A educação brasileira, portanto, visa à domesticação e à manutenção

do instituído, estando a serviço da desumanização.

Essa situação de opressão pode ser observada nas escolas por meio do tipo de

Educação que utilizam, e que Freire (1970) cunhou de educação bancária. Freire, numa

visão crítica sobre a metodologia utilizada freqüentemente em sala de aula, define como

educação bancária aquela em que “(...) a educação se torna um ato de depositar, em que

os educandos são os depositários e o educador o depositante” (FREIRE, 1988, p. 58).

Por conta disso, essa educação tem como principal característica o fato de a aula ser

ministrada de maneira “narrativa”, como um discurso, e que por ser assim, tem nos

alunos, seres passivos, ouvintes. O educador tem a posse do objeto de conhecimento, a

propriedade do saber, e por conta disso o educando é mero receptor desse

conhecimento.

Opondo-se a tal prática, Freire (1988, p.59) defende uma Educação

“Problematizadora”, que leve em consideração os saberes, interesses e necessidades dos

estudantes, que instigue a sua curiosidade e que os levem à criticidade. Ele defende que

a dificuldade no diálogo entre o educador e o educando baseia-se, muitas vezes, na

própria relação que eles estabelecem com o conteúdo programático em situação. O autor

vê o diálogo como fator necessário para a construção do conhecimento em sala de aula;

em verdade, ele fundamenta toda a sua Pedagogia a partir dessa construção coletiva e

crítica.

Skovsmose (2001), citando Freire (1970), procura relacionar o diálogo ao

pensamento crítico, já que “uma vez que o diálogo é motivado por uma expectativa de

mudança, ele não pode existir sem o engajamento das partes com respeito ao

pensamento crítico”. (Freire, apud Skovsmose, 2001, p.14)

Na visão do autor, o professor deve procurar observar, em situações de

aprendizagem, as perspectivas dos alunos, a fim de aproximá-las às suas próprias e,

também, com o objetivo de aproximar as expectativas entre educador e educando. Tais

aproximações só podem ser obtidas através de uma relação em que o diálogo esteja

presente.

Page 28: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

28

1.2. Aprendizagem Significativa e Aprendizagem Significativa Crítica

Levando em consideração todo esse manancial de ideias presentes no campo da

Educação Matemática e a consequente manifestação dos vários autores pesquisados,

como também as opiniões dos professores quando perguntamos sobre o tema

Aprendizagem Significativa e as nossas reflexões sobre o trabalho desenvolvido com

alunos em cursos noturnos, buscamos ampliar nosso referencial teórico com alguns

autores dentre os quais ressaltamos David Ausubel (1968, 1978, 1980) e Marco Antonio

Moreira (1999, 2000, 2006, 2010) – este, com foco principal na Aprendizagem

Significativa Crítica. Consideramos que o estudo de suas teorias sobre Aprendizagem

Significativa viria suprir nossas lacunas e expectativas teóricas sobre o assunto e

possibilitaria a criação e desenvolvimento de novas ações para o ensino e aprendizagem

da Matemática em sala de aula. Uma síntese de nossos estudos é o que apresentamos a

seguir.

1.2.1. Aspectos da Aprendizagem Significativa segundo Ausubel2

“Se tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a

um só princípio, diria o seguinte: o fator isolado mais

importante influenciando a aprendizagem é aquilo que o

aprendiz já sabe. Descubra isso e ensine-o de acordo.” (Ausubel et al., 1978 – prefácio)

Para Ausubel (apud Moreira, 2006), Aprendizagem Significativa é um

processo pelo qual uma nova informação se relaciona com um aspecto relevante da

estrutura de conhecimento do indivíduo. A aprendizagem é dita significativa quando

uma nova informação (conceito, idéia, proposição) adquire significados para o aprendiz

2 “Aprendizagem significativa é o conceito central da teoria da aprendizagem de David Ausubel. Ausubel

publicou seus primeiros estudos sobre a teoria da aprendizagem significativa em 1963 (The Psychology of

Meaningful Verbal Learning) e desenvoveu-a durante as décadas de 1960 e 1970. Mais tarde, no final da

década de 1970, Ausubel recebeu a contribuição de Joseph Novak que progressivamente incumbiu-se de

refinar e divulgar a teoria. Com a contribuição de Novak, a teoria da aprendizagem significativa

modificou o foco do ensino do modelo estímulo→ resposta→ reforço positivo, para o modelo

aprendizagem significativa→ mudança conceptual→ construtivismo.” (in Wikipédia, 28/12/2011)

“A teoria da assimilação de David Paul Ausubel, ou teoria da aprendizagem significativa, é uma teoria

cognitivista e procura explicar os mecanismos internos que ocorrem na mente humana com relação ao

aprendizado e à estruturação do conhecimento. [...] Diferentemente de Piaget, cujo foco principal de

pesquisa não era a aprendizagem que ocorria na sala de aula, Ausubel concentra-se principalmente nesta

questão, de modo que dos seus trabalhos percebe-se uma proposta concreta para o cotidiano acadêmico.

Como Piaget, Ausubel acredita no valor da aprendizagem por descoberta, mas volta a valorizar a aula do

tipo expositiva, que será o grande foco da sua pesquisa. Neste sentido, o maior legado deixado por

Ausubel é justamente o de técnicas e reflexões acerca da aula do tipo “tradicional” [...] no sentido de

propiciar o melhor aprendizado possível para seus alunos.” (A Teoria Cognitivista de Ausubel, in archivo

del portal de recursos para Estudiantes, p.1, 28/12/2011)

Page 29: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

29

através de uma espécie de ancoragem em aspectos relevantes da “estrutura cognitiva3”

preexistente no indivíduo, em conceitos, idéias, proposições com determinado grau de

clareza, estabilidade e diferenciação. Esses aspectos relevantes da estrutura cognitiva

que servem de ancouradouro para a nova informação são chamados “subsunçores4”. A

aprendizagem consiste na “ampliação” da estrutura cognitiva, através da incorporação

de novas idéias a ela.

Segundo Moreira (1999), o termo ancorar, no entanto, apesar de útil como uma

primeira idéia do que é aprendizagem significativa, não dá uma imagem da dinâmica do

processo. Na aprendizagem significativa há uma interação entre o novo conhecimento e

o já existente, na qual ambos se modificam. À medida que o conhecimento prévio serve

de base para a atribuição de significados à nova informação, ele também se modifica, os

subsunçores vão adquirindo novos significados, tornando-se mais diferenciados, mais

estáveis. Novos subsunçores vão se formando e interagindo entre si. A estrutura

cognitiva está constantemente se reestruturando durante a aprendizagem significativa. O

processo é dinâmico; o conhecimento vai sendo construído (MOREIRA, 1999, p.10).

Para uma melhor compreensão desses conceitos, Moreira e Masini esclarecem

que na aprendizagem significativa as novas ideias e informações interagem com um

conhecimento prévio existente na estrutura cognitiva do indivíduo, definido por

Ausubel como sendo ideias-âncora (subsumers). Trata-se de uma “ideia (conceito ou

proposição) mais ampla, que funciona como subordinador de outros conceitos na

estrutura cognitiva e como „ancoradouro‟ no processo de assimilação. Como resultado

dessa interação (ancoragem), a própria ideia-âncora é modificada e diferenciada”

(Moreira & Masini,1982, p.9). Sendo assim, o subsunçor é uma estrutura específica à

qual uma nova informação pode se integrar ao cérebro humano que é altamente

organizado e detentor de uma hierarquia conceitual que armazena experiências prévias

do aprendiz.

3 “Segundo Ausubel (apud Faria, 1989, p 8), a estrutura cognitiva é o conteúdo total e organizado de

idéias de um dado indivíduo; ou, no contexto da aprendizagem de certos assuntos, refere-se ao conteúdo e

organização de suas idéias naquela área particular de conhecimento. Ou seja, a ênfase que se dá é na

aquisição, armazenamento e organização das idéias no cérebro do indivíduo. Para Ausubel a estrutura

cognitiva de cada indivíduo é extremamente organizada e hierarquizada, no sentido que as várias idéias se

encadeiam de acordo com a relação que se estabelece entre elas. Além disso, é nesta estrutura que se

ancoram e se reordenam novos conceitos e idéias que o indivíduo vai progressivamente internalizando,

aprendendo.” (A Teoria Cognitivista de Ausubel, in archivo del portal de recursos para Estudiantes, p.1,

28/12/2011)

4 A palavra “subsunçor” não existe em português; trata-se de uma tentativa de aportuguesar a palavra

inglesa “subsumer”. Seria mais ou menos equivalente a inseridor, facilitador ou subordinador. (Moreira,

2006, p.15)

Page 30: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

30

Uma importante questão levantada pela teoria formulada por Ausubel diz

respeito à origem dos subsunçores. Se eles não estiverem presentes para viabilizar a

aprendizagem significativa, como é possível criá-los? Ausubel (1968) diz que para criá-

los, é possível buscar elementos no que chamou de Aprendizagem Mecânica. Mas, o

que vem a ser uma aprendizagem mecânica e como ela se relaciona com aprendizagem

significativa? Novamente buscamos em Moreira (2006, p. 18-19) esclarecimentos sobre

o assunto. Para o autor, aprender significativamente implica atribuir significados e estes

têm sempre componentes pessoais. A aprendizagem sem atribuição de significados

pessoais, sem relação com o conhecimento preexistente, é mecânica, não significativa,

diz o autor. Na aprendizagem mecânica, o novo conhecimento é armazenado de maneira

arbitrária e literal na mente do indivíduo, o que não significa que esse conhecimento é

armazenado em um vácuo cognitivo, mas sim que ele não interage significativamente

com a estrutura cognitiva preexistente, não adquire significados. Durante certo período

de tempo a pessoa é, inclusive, capaz de reproduzir o que foi aprendido mecanicamente,

mas podendo não significar nada para ela. Este tipo de aprendizagem ocorre quando o

indivíduo memoriza a informação para um determinado propósito, que posteriormente é

freqüentemente perdida logo que esse propósito tenha sido cumprido.

Moreira e Masini (2008) dizem que em algumas situações a aprendizagem

mecânica pode ser eficaz. Um exemplo: cursos pré-vestibulares nos quais o objetivo é o

ingresso dos aprendizes num curso superior. O enfoque do ensino recai sobre os

conteúdos específicos das provas realizadas, bem no estilo estímulo-resposta, sem

compromisso com a aprendizagem dos mesmos. Os autores ressaltam ainda que, de

nada adiantaria usar manuais ou tutoriais de instrução para favorecer a aprendizagem

significativa, pois, “qualquer manual que tenha que ser seguido favorece mais a

aprendizagem mecânica que a significativa, mais o treinamento que a educação.”

(MASINI e MOREIRA, 2008, p. 25 – 26)

Voltando à questão levantada por Ausubel sobre a criação de subsunçores, mas

ainda relacionada à Aprendizagem Mecânica que, como vimos no exemplo dado, pode

ser necessária e inevitável em algumas situações de aprendizado, é possível dizer que o

que foi memorizado mecanicamente poderá tornar-se significativo para o aprendiz em

ocasiões posteriores. A princípio, quando apresentado a uma nova área de

conhecimento, sem relação com o que já conhece, o aprendiz terá que memorizar uma

série de conceitos, definições, nomenclaturas que, por terem pouca ou nenhuma relação

com seus conhecimentos prévios, serão armazenados em sua mente de forma “não

Page 31: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

31

substantiva” e “literal”. Havendo intencionalidade no aprendizado, tais conhecimentos

memorizados poderão, ao longo da interação com o novo conhecimento, estruturarem-

se num todo organizado, inerente ao processo de aprendizagem significativa, em

consonância com a teoria proposta por Ausubel.

Com o fim de acelerar esse processo, Ausubel propõe a facilitação da

aprendizagem através do que chamou de Organizadores Prévios5- âncoras criadas a fim

de manipular a estrutura cognitiva, interligando conceitos aparentemente não

relacionáveis através da abstração. Em síntese, quando um indivíduo adquire

informações em uma área ainda desconhecida para ele, ocorre a aprendizagem

mecânica. No entanto, se alguns conhecimentos relativos à nova área já estiverem

presentes na sua estrutura cognitiva, ainda que pouco elaborados, os mesmos podem

servir de subsunçores. À medida que a aprendizagem vai se tornando significativa, os

subsunçores tornam-se mais elaborados e prontos para ancorar novos conhecimentos.

Para Ausubel (1968, apud MOREIRA, 2006, p.14-15) a essência do processo

de aprendizagem significativa está em que ideias simbolicamente expressas sejam

relacionadas de maneira “substantiva”6 (não-literal) e “não-arbitrária”

7 ao que o

aprendiz já sabe, ou seja, a algum aspecto relevante da sua estrutura de conhecimento

(isto é, um subsunçor que pode ser, por exemplo, algum símbolo, conceito ou

proposição já significativo). A não-arbitrariedade e a substantividade são conceitos

básicos que caracterizam a Aprendizagem Significativa.

Desta forma, segundo Ausubel, para que ocorra uma Aprendizagem

Significativa, é necessário que:

5 Organizadores prévios são materiais introdutórios apresentados antes do material a ser aprendido em

si. Sua principal função é de servir de ponte entre o que o aprendiz já sabe e o que ele deve saber a fim de

que o material possa ser aprendido de forma significativa. Facilitam a aprendizagem na medida em que

funcionam como "pontes cognitivas". (MOREIRA, 2006, p.137)

6 [...], ou seja, o que é aprendido de maneira significativa tem também significados pessoais,

idiossincráticos. Os conhecimentos têm significados denotativos que são compartilhados por certa

comunidade de usuários e os conotativos que são pessoais. [...] (MASINI e MOREIRA, 2008, p. 15 – 16)

7 [...] quer dizer, o novo conhecimento não interage com qualquer conhecimento prévio, mas sim com

algum conhecimento que seja especificamente relevante para dar-lhe significado. Isso implica que se não

houver esse conhecimento prévio não poderá haver aprendizagem significativa. [...] (ibidem, 2008, p. 15

– 16)

Page 32: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

32

- o material a ser assimilado seja potencialmente significativo, ou seja, não arbitrário em

si. Mesmo materiais arbitrários então, podem ser tornados significativos através de

Organizadores Prévios.

- ocorra um conteúdo mínimo na estrutura cognitiva do indivíduo, com subsunçores em

suficiência para suprir as necessidades relacionais.

- o aprendiz apresente uma disposição para o relacionamento e não para simplesmente

memorizá-lo mecanicamente muitas vezes até simulando uma associação. Muito

comum em estudantes acostumados a métodos de ensino, exercícios e avaliação

repetitivos e rigidamente padronizados.

Com base na teoria de Ausubel, diz Moreira que a variável crucial para a

aprendizagem significativa é a estrutura cognitiva do indivíduo, ou seja, os seus

conhecimentos prévios, que deverão funcionar como ideias-âncora à assimilação de

novos conhecimentos. A assimilação ocorre quando um novo significado a, adquirido

em ligação com ideias-âncora A, com as quais está relacionado, é retido e ocorre uma

modificação decorrente da intersecção de ambos, A'a'. A' e a' permanecem relacionados

como co-participantes de uma nova entidade A'a', a ideia-âncora modificada

(MOREIRA, 2006, p.26).

Podemos observar no QUADRO 1, a seguir, proposto por Moreira (1999,

p.31), que o esquecimento é uma continuação natural da aprendizagem significativa,

mas há um resíduo, ou seja, o subsunçor modificado. Os novos conhecimentos acabam

sendo obliterados, subsumidos. Mas de alguma forma "estão" no subsunçor e isso

facilita a reaprendizagem.

Page 33: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

33

QUADRO 1: A aprendizagem significativa na visão cognitiva clássica de Ausubel

Ausubel defende como característica principal dessa aprendizagem, os

subsunçores que constituem “[...] qualquer idéia, conceito, proposição existente na

estrutura cognitiva do aprendiz [...]” e que servirão “[...] como ancoradouros para os

novos conhecimentos, se interagir com esses na finalidade de obter a aprendizagem

significativa.” (MOREIRA, 2006, p. 15)

Na visão clássica, aquilo que o aprendiz já sabe é o mais importante fator

isolado que influencia a aprendizagem. O ensino deve, necessariamente, ser conduzido

de acordo. Nessa perspectiva, as condições que podem favorecer a uma aprendizagem

significativa residem:

- na potencialidade significativa dos materiais educativos,

- na relevância específica dos subsunçores por parte do aprendiz

- na pré-disposição do sujeito para aprender.

1.2.2. A aprendizagem no âmbito da Educação Escolar

No âmbito escolar a Aprendizagem Significativa e a Aprendizagem Mecânica

estão entre os principais tipos de aprendizagem, segundo BORSSOI (2004, p.15). Para

diferenciá-las, autores como Ausubel e Moreira (1980, 2006), propõem que se faça

distinção entre dois processos de aprendizagem: receptiva e por descoberta.

Page 34: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

34

Para entender melhor essas diferenças, em referência às ideias de Ausubel,

Moreira (2006) estabelece uma definição para cada um dois processos de aprendizagem

citados. Na aprendizagem receptiva “o que deve ser aprendido é apresentado ao

aprendiz em sua forma final” (p.17), ou seja, a tarefa nesse tipo de aprendizagem não

envolve qualquer descoberta independente por parte do estudante e, deste, exige-se

somente internalizar ou incorporar o conteúdo que lhe foi apresentado. Já para a

aprendizagem por descoberta “o conteúdo principal a ser aprendido deve ser descoberto

pelo aprendiz [...]” (p.17), ou seja, o conteúdo principal daquilo que vai ser aprendido

não é dado, mas deve ser descoberto pelo aluno, antes que possa ser significativamente

incorporado a sua estrutura cognitiva.

Em linhas gerais, pode-se afirmar que:

Aprendizagem por recepção: É um tipo de aprendizagem através da qual o

conteúdo a ser aprendido é apresentado de uma forma mais ou menos final. Trata-se de

um processo automático, mas que também deve e pode revestir-se de caráter

significativo.

Aprendizagem por descoberta: A característica essencial é que o conteúdo

principal do que vai ser aprendido não é dado, mas deve ser descoberto pelo aluno antes

que possa ser incorporado, significativamente, à sua estrutura cognitiva. É o tipo de

aprendizagem própria das fases iniciais do desenvolvimento cognitivo e da percepção

dos problemas do quotidiano.

Para Ausubel (1980, p.23), tanto a aprendizagem por recepção quanto a

aprendizagem por descoberta, podem ser significativas, desde que a nova informação se

incorpore de um modo não arbitrário e não literal às estruturas cognitivas. Embora a

aprendizagem por descoberta e a aprendizagem receptiva sejam dois processos bastante

distintos, tanto um quanto o outro pode levar a uma aprendizagem significativa ou

mecânica.

Como vimos anteriormente, na ocorrência de um aprendizado mecânico as

informações adquiridas pelo aprendiz têm pouca ou nenhuma relação com seus

conhecimentos prévios e, em consequência, o mesmo tem dificuldade em associar as

novas informações ao conhecimento que já possui. Já na aprendizagem significativa por

descoberta ou mesmo por recepção, o aluno interage com a nova informação, através

dos seus conhecimentos prévios (subsunçores), relacionando-os a elementos com os

quais ele possa aprender.

Page 35: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

35

É importante observar neste ponto que a aprendizagem receptiva e por

descoberta diferem também com respeito aos seus respectivos papéis principais no

funcionamento e desenvolvimento intelectual. Em geral, grande parte da aprendizagem

formal, escolar é adquirida por recepção, enquanto que os problemas cotidianos são

solucionados através da aprendizagem por descoberta.

Para sintetizar, podemos observar o QUADRO 2, que representa o continuum

da aprendizagem mecânica-aprendizagem significativa (NOVAK, apud MOREIRA, 1999,

p.25)

Conti

nuu

m

Aprendizagem

Significativa

A maior parte da

aprendizagem que

se dá na escola

Aprendizagem

Mecânica

Produção

criativa

Incorporação substantiva, não-arbitrária, não

literal de novo conhecimento à estrutura cognitiva

Esforço deliberado para ligar o novo

conhecimento a conceitos de ordem superior, mais

inclusivos, na estrutura cognitiva

Compromisso afetivo de relacionar novos

conhecimentos a conhecimentos prévios

Praticam exercícios e réplicas reflexivas

contribuem para a aprendizasgem significativa

Incorporação não-substantiva , arbitrária, literal de

novo conhecimento à estrutura cognitiva

Nenhum esforço para integrar o novo

conhecimento a conceitos existentes na estrutura

cognitiva

Nenhum compromisso afetivo de relacionar novos

conhecimentos a conhecimentos prévios

QUADRO 2: O continuum aprendizagem mecânica-aprendizagem significativa

Remetendo ao tipo de processo que intervém na aprendizagem e origina um

continuum delimitado pela aprendizagem significativa, por um lado, e pela

aprendizagem mecânica ou repetitiva, por outro, segundo Moreira (1999), quanto mais

se relaciona o novo conteúdo de maneira substancial e não arbitrária com algum aspecto

da estrutura cognitiva prévia que lhe for relevante, mais próximo se está da

aprendizagem significativa e quanto menos se estabelece esse tipo de relação, mais

Page 36: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

36

próximo se está da aprendizagem mecânica ou repetitiva. A diferença básica, entre a

aprendizagem significativa e a aprendizagem mecânica, ainda de acordo com Moreira

(1997), está na relacionabilidade à estrutura cognitiva: não-arbitrária e substantiva

versus arbitrária e literal, respectivamente, em conformidade com o pensamento de

Ausubel quando este diz:

[...] a aprendizagem significativa ocorre quando a tarefa de

aprendizagem implica relacionar, de forma não arbitraria e substantiva

(não literal), uma nova informação a outras com as quais o aluno já

esteja familiarizado, e quando o aluno adota uma estratégia

correspondente para assim proceder. A aprendizagem mecânica, por

sua vez, ocorre se a tarefa consistir em associações puramente

arbitrárias, como na associação de pares, quebra-cabeça, labirinto, ou

aprendizagem de séries e quando falta ao aluno o conhecimento prévio

relevante necessário para tornar a tarefa potencialmente significativa,

e também (independente do potencial significativo contido na tarefa)

se o aluno adota uma estratégia apenas para internalizá-la de uma

forma arbitrária, literal (por exemplo, como uma série arbitrária de

palavras. (AUSUBEL et al. 1980, p. 23).

1.2.3. Facilitação para a Aprendizagem Significativa

Para facilitar uma aprendizagem significativa em sala de aula, a manipulação

deliberada dos atributos cognitivos para fins pedagógicos, pode ser realizada de várias

maneiras (Ausubel, 1968; Moreira e Masini, 1982, p.25). Entre elas destacamos:

a) Substantivamente, com propósitos organizacionais e integrativos, usando os

conceitos e proposições unificadores do conteúdo da matéria de ensino que têm

maior poder explicativo, inclusividade, generalidade e relacionabilidade do

conteúdo da matéria da disciplina em questão. Ou seja, é importante selecionar os

conteúdos básicos, bem como coordená-los e integrá-los em diferentes níveis, para

proporcionar ao aluno a aquisição de uma estrutura cognitiva adequada.

b) Programaticamente, empregando princípios práticos para ordenar com sequência

a matéria de estudo, partindo do estabelecimento de sua organização e lógica

interna e, sucessivamente, planejando a montagem de exercícios práticos.

Assim, de acordo com Moreira (1997), para planejar situações de

aprendizagem consistentemente com a teoria de Ausubel, a primeira e usualmente difícil

tarefa é a de identificação dos conceitos básicos da matéria de ensino e de como eles

estão estruturados. Ausubel defende que a aprendizagem significativa se desenvolve

dedutivamente a partir de conceitos mais gerais para os conceitos mais específicos.

Afirma que se deve ter em conta que existem conceitos relevantes, gerais, com elevado

Page 37: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

37

grau de compreensão e outros menos gerais que lhe estão subordinados. Nas

aprendizagens deve-se, então, começar por compreender os conceitos mais abrangentes,

uma vez que serão a base para a “ancoragem” de outros conceitos mais concretos, que

depois são progressivamente diferenciados, em termos de detalhe e especificidade.

Assim sendo, as estruturas cognitivas, ao incorporarem novos conteúdos, evoluem.

Outra condição fundamental para a ocorrência de uma aprendizagem

verdadeiramente significativa é a existência de ideias-âncora (conceitos ou proposições

claras, estáveis, diferenciados, especificamente relevantes) (Moreira, 1997, p.27), na

estrutura cognitiva do aluno, com as quais os novos conceitos vão interagir, ocorrendo a

sua assimilação.

Por outro lado, uma estratégia proposta por Ausubel para facilitar a

aprendizagem é o recurso aos organizadores prévios, quando não existirem ideias-

âncora apropriadas ou no caso de estarem obliteradas (ideias não reprodutíveis como

entidades individuais, por se tornarem, espontânea e progressivamente, menos

dissociáveis com as ideias-âncora correspondentes). Os organizadores prévios vão servir

de âncora a novas aprendizagens, proporcionando o desenvolvimento de ideias-âncora,

que facilitem a aprendizagem subsequente. Portanto, vão deliberadamente manipular a

estrutura cognitiva com a finalidade de proporcionar uma aprendizagem significativa

(Moreira & Masini, 2008, p.29).

Ausubel definiu a principal função dos organizadores prévios como “pontes

cognitivas” entre o que o educando já sabe e o que tem que saber. Seriam uma espécie

de “ancoradouro provisório” (Moreira, 1997, p.35) que facilitariam a aprendizagem.

Permitem a formação de um conjunto ordenado de ideias para a incorporação e retenção

de material mais detalhado e diferenciado, aumentam a discriminabilidade entre estes e

outras ideias similares já existentes na estrutura cognitiva e evidenciam ideias

ostensivamente conflituosas. Podem também serem usados para “reavivar” significados

que já existem na estrutura cognitiva do aluno que, não sendo usados há algum tempo,

não são reproduzíveis como entidades individuais.

Após seus estudos aprofundados sobre a Teoria da Aprendizagem

Significativa, Moreira (2000) nos convida a uma reflexão, quando pergunta “Mas se já

sabemos o que é aprendizagem significativa quais são as condições para que ocorra e

como facilitá-la em sala de aula? O que falta a nós professores para que possamos

promovê-la como uma atividade crítica?” (MOREIRA, 2000, p.5) Segundo o autor, nos

falta muito. A começar pela questão de promover a predisposição para o aprendizado.

Page 38: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

38

Como provocá-la? Muito mais do que motivação, o que está em jogo é a relevância do

novo conhecimento para o aluno. Como levá-lo a perceber como relevante o

conhecimento que queremos que construa?

Para Moreira (2000, p.5) a escola, por exemplo, ainda transmite a ilusão da

certeza, mas procura atualizar-se tecnologicamente, competir com outros mecanismos

de difusão da informação e, talvez não abertamente, ou inadvertidamente, preparar o

aluno para a sociedade do consumo, para o mercado, para a globalização. Tudo fora de

foco. Mas qual seria o foco? Qual seria a saída?

1.2.4. Aprendizagem Significativa Crítica segundo Moreira

Buscando respostas para tais perguntas e inspirado pelas idéias de Postman e

Weingartner (1969), Moreira amplia o conceito de Aprendizagem Significativa - mais

focada no aprendizado significativo dos conteúdos presentes no planejamento – para o

conceito de Aprendizagem Significativa Crítica, esclarecendo que

Trata-se de uma perspectiva antropológica em relação às atividades de

seu grupo social que permite ao indivíduo participar de tais atividades,

mas, ao mesmo tempo, reconhecer quando a realidade está se

afastando tanto que não está mais sendo captada pelo grupo. [...],

enquanto eles se ocupam do ensino subversivo, prefiro pensar mais

em aprendizagem subversiva e creio que a Aprendizagem

Significativa Crítica pode subjazer a esse tipo de subversão.

(MOREIRA, 2010, p.7)

Um aspecto marcante da Aprendizagem Significativa Crítica, segundo o

pensamento de Moreira, é aquele que possibilita ao sujeito inserido em sua cultura estar,

ao mesmo tempo, fora dela. Sobre essa perspectiva, o autor diz que:

É através da aprendizagem significativa crítica que o aluno poderá

fazer parte de sua cultura e, ao mesmo tempo, não ser subjugado por

ela, por seus ritos, mitos e ideologias. É através dessa aprendizagem

que ele poderá lidar construtivamente com a mudança sem deixar-se

dominar por ela, manejar a informação sem sentir-se impotente frente

a sua grande disponibilidade e velocidade de fluxo, usufruir e

desenvolver a tecnologia sem tornar-se tecnófilo. Por meio dela,

poderá trabalhar com a incerteza, a relatividade, a não-causalidade, a

probabilidade, a não-dicotomização das diferenças, com a idéia de que

o conhecimento é construção (ou invenção) nossa, que apenas

representamos o mundo e nunca o captamos diretamente. (MOREIRA,

2010, p.7)

Para que ocorra a Aprendizagem Significativa Crítica sob uma ótica

contemporânea, na concepção de Moreira, não basta adquirir novos conhecimentos de

Page 39: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

39

maneira significativa, é preciso adquiri-los criticamente. Em outras palavras, ao mesmo

tempo em que é preciso viver nessa sociedade, integrar-se a ela, é necessário também

ser crítico dela, distanciar-se dela e de seus conhecimentos para voltar a ela com novos

referenciais.

Assim como Ausubel na sua proposta dos princípios programáticos para

facilitar a aprendizagem significativa, também Moreira (2000), propõe alguns

princípios, idéias ou estratégias facilitadores da aprendizagem significativa crítica.

Segundo o autor, tudo que será proposto a seguir parece viável de ser implementado em

sala de aula e, ao mesmo tempo, pode ser crítico (subversivo) em relação ao que

normalmente nela ocorre.

1.2.5. Princípios facilitadores para uma aprendizagem significativa crítica.

Moreira (2010) estabeleceu onze princípios que denominou “facilitadores para

a aprendizagem significativa crítica”. A partir do texto do autor, apresentamos uma

síntese de cada um deles, como a seguir:

1. Princípio do conhecimento prévio. Aprendemos a partir do que já sabemos.

A aprendizagem significativa, no sentido de captar e internalizar significados

socialmente construídos e contextualmente aceitos é o primeiro passo, ou condição

prévia, para uma aprendizagem significativa crítica.

Para o autor, não é difícil aceitar que aprendemos a partir do que já sabemos e

que, portanto, nosso conhecimento prévio, seja qual for ele (subsunçores, esquemas,

construtos, representações, modelos mentais,...), é a principal variável a influenciar a

aquisição significativa de novos conhecimentos. Uma consequência imediata disso é

que o ensino deveria, como propõem Ausubel, Postman, partir daquilo que os alunos já

sabem. (p. 8-9)

2. Princípio da interação social e do questionamento. Ensinar/aprender

perguntas ao invés de respostas.

A interação social é indispensável para a concretização de um episódio de ensino.

Segundo Moreira, (2010), tal episódio ocorre quando professor e aluno compartilham

significados em relação aos materiais educativos do currículo. O compartilhar

significados resulta da negociação de significados entre aluno e professor. Mas essa

negociação deve envolver uma permanente troca de perguntas ao invés de respostas.

Para o autor, o mais importante para o professor é ensinar aos seus alunos a perguntar, pois

Page 40: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

40

segundo ele, é onde está a fonte do conhecimento humano. Quando o aluno formula uma

pergunta relevante, apropriada e substantiva, ele utiliza seu conhecimento prévio de

maneira não-arbitrária e não-literal, e isso é evidência de aprendizagem significativa.

Quando aprende a formular questões, sistematicamente, a evidência é de aprendizagem

significativa crítica. Moreira diz que um ensino baseado em respostas transmitidas

primeiro do professor para o aluno nas aulas e, depois, do aluno para o professor nas

provas, não é crítico e tende a gerar aprendizagem não crítica, em geral mecânica. (p. 9-

10)

3. Princípio da não centralidade do livro de texto. Do uso de documentos, artigos

e outros materiais educativos. Da diversidade de materiais instrucionais.

Segundo Moreira, (2010), o livro de texto simboliza aquela autoridade de onde

"emana" o conhecimento. Professores e alunos se apóiam em demasia no livro de texto.

Para ele, a utilização de materiais diversificados e cuidadosamente selecionados, ao

invés da "centralização" em livros de texto é também um princípio facilitador da

aprendizagem significativa crítica.

O autor defende a diversidade de materiais instrucionais em substituição ao

livro de texto, que para ele é um estimulador da aprendizagem mecânica, tão

transmissor de verdades, certezas, entidades isoladas (em capítulos!), tão "seguro" para

professores e alunos. Não se trata, propriamente, de banir da escola o livro didático, diz

o autor, mas de considerá-lo apenas um dentre vários materiais educativos.

Seguramente, há bons livros didáticos em qualquer disciplina, mas adotar um

único como livro de texto, vai contra a facilitação da aprendizagem significativa crítica.

É uma prática docente deformadora, ao invés de formadora, tanto para alunos como

para professores. (p.10)

4. Princípio do aprendiz como perceptor/representador.

muitas práticas escolares têm sido criticadas por considerarem os

alunos como receptores da matéria de ensino. Na teoria da

aprendizagem significativa argumenta-se que a aprendizagem

receptiva, isto é, aquela em que o novo conhecimento é recebido pelo

aprendiz, sem necessidade de descobri-lo, é o mecanismo humano por

excelência para assimilar (reconstruir internamente) a informação

(Ausubel et al., 1978, 1980, 1983; Ausubel, 2000), porém ela não

implica passividade; ao contrário, é um processo dinâmico de

interação, diferenciação e integração entre conhecimentos novos e

pré-existentes. (MOREIRA, 2010, p.98)

Page 41: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

41

Moreira (2010), discutindo sobre a idéia de percepção/representação, nos traz

a noção de que o que "vemos" é produto do que acreditamos "estar lá", no mundo.

Vemos as coisas não como elas são, mas como nós somos. Em termos de ensino, isso

significa que o professor estará sempre lidando com as percepções dos alunos em um

dado momento. Mais ainda, como as percepções dos alunos vêm de suas percepções

prévias, as quais são únicas, cada um deles perceberá de maneira única o que lhe for

ensinado. Além do mais, o professor é também um perceptor e o que ensina é fruto de

suas percepções. Quer dizer, a comunicação só será possível na medida em que dois

perceptores, professor e aluno no caso, buscarem perceber de maneira semelhante os

materiais educativos do currículo. Esse fato corrobora a importância da interação

pessoal e do questionamento na facilitação da aprendizagem significativa.

A percepção, no entanto, é em grande parte, muito mais do que se pensava,

função das categorias lingüísticas disponíveis ao perceptor. Isso, segundo Moreira, nos

leva a outro princípio, o da linguagem. (p.10 -12)

5. Princípio do conhecimento como linguagem.

A linguagem está longe de ser neutra no processo de perceber, bem

como no processo de avaliar nossas percepções. Estamos acostumados

a pensar que a linguagem "expressa" nosso pensamento e que ela

"reflete" o que vemos. Contudo, esta crença é ingênua e simplista, a

linguagem está totalmente implicada em qualquer e em todas nossas

tentativas de perceber a realidade. (MOREIRA, 2010, p. 99)

Cada linguagem, diz Moreira, tanto em termos de seu léxico como de sua

estrutura, representa uma maneira singular de perceber a realidade. Praticamente tudo o que

chamamos de "conhecimento" é linguagem. Isso significa que a chave da compreensão de

um "conhecimento", ou de um "conteúdo", é conhecer sua linguagem. Uma "disciplina" é

uma maneira de ver o mundo, um modo de conhecer, e tudo o que é conhecido nessa

"disciplina" é inseparável dos símbolos (tipicamente palavras) em que é codificado o

conhecimento nela produzido. Ensinar Biologia, Matemática, História, Física, Literatura ou

qualquer outra "matéria" é, em última análise, ensinar uma linguagem, um jeito de falar e,

conseqüentemente, um modo de ver o mundo. (apud Moreira, 2010,op. cit., p. 102).

Para o autor, aprender um conteúdo de maneira significativa é aprender sua

linguagem, não só palavras -- outros signos, instrumentos e procedimentos também –

mas principalmente palavras, de maneira substantiva e não-arbitrária. Aprendê-la de

maneira crítica é perceber essa nova linguagem como uma nova maneira de perceber o

mundo. Como a aprendizagem da nova linguagem é mediada pelo intercâmbio de

Page 42: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

42

significados, pela clarificação de significados, enfim, pela negociação de significados

que é feita através da linguagem humana, esse princípio se conecta ao princípio da

interação social e do questionamento. “Não existe nada entre seres humanos que não

seja instigado, negociado, esclarecido, ou mistificado pela linguagem, incluindo nossas

tentativas de adquirir conhecimento.” (Postman, 1996, p. 123, apud Moreira, 2010).

(p.12)

6. Princípio da consciência semântica.

este princípio facilitador da aprendizagem significativa crítica implica

várias conscientizações. A primeira delas, e talvez a mais importante

de todas, é tomar consciência de que o significado está nas pessoas,

não nas palavras. Sejam quais forem os significados que tenham as

palavras, eles foram atribuídos a elas pelas pessoas. Contudo, as

pessoas não podem dar às palavras significados que estejam além de

sua experiência. Observa-se aí, outra vez, a importância do

conhecimento prévio, isto é, dos significados prévios na aquisição de

novos significados. Quando o aprendiz não têm condições, ou não

quer, atribuir significados às palavras, a aprendizagem é mecânica,

não significativa. (MOREIRA, 2010, p. 12, destaque do autor)

Para Moreira (2010), o princípio da consciência semântica, embora

abstrato, é muito importante para o ensino e aprendizagem. Para aprender de maneira

significativa, o aluno deve relacionar, de maneira não-arbitrária e não-literal, a sua

estrutura prévia de significados àqueles que captou dos materiais potencialmente

significativos do currículo. Mas nesse processo, professor e aluno devem ter consciência

semântica (i.e., o significado está nas pessoas, as palavras significam as coisas em

distintos níveis de abstração, o significado tem direção, há significados conotativos e

denotativos, os significados mudam). No ensino, o que se busca ou o que se consegue, é

compartilhar significados denotativos a respeito da matéria de ensino, mas a

aprendizagem significativa tem como condição a atribuição de significados conotativos,

idiossincráticos (é isso que significa incorporação não-literal do novo conhecimento à

estrutura cognitiva). Porém, na medida em que o aprendiz desenvolver aquilo que

chamamos de consciência semântica, a aprendizagem poderá ser significativa e crítica,

pois, por exemplo, não cairá na armadilha da causalidade simples, não acreditará que as

respostas têm que ser necessariamente certas ou erradas, ou que as decisões são sempre

do tipo sim ou não. (p.12-14)

Page 43: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

43

7. Princípio da aprendizagem pelo erro.

Na medida em que o conhecimento prévio é o fator determinante da

aprendizagem significativa, ela, automaticamente, deixa de ser o processo errático e

ateórico que caracteriza a aprendizagem por ensaio-e-erro. Para Moreira, a idéia é a de

que o ser humano erra o tempo todo. É da natureza humana errar. O homem aprende

corrigindo seus erros. Não há nada errado em errar. Errado é pensar que a certeza existe,

que a verdade é absoluta, que o conhecimento é permanente.

Moreira (2010) afirma que a aprendizagem pelo erro é natural na aprendizagem

humana fora da escola. Erramos continuamente, e aprendemos continuamente de nossos

erros, mas na escola o erro é punido. Além disso, a escola vê o aluno como um receptor

de respostas certas que devem ser memorizadas e reproduzidas sem erros, mas, na

verdade, o ser que aprende é um perceptor, ou seja, um sujeito que percebe e representa

o que lhe está sendo ensinado. Para o autor, nessa escola, os professores são contadores

de verdades e os livros estão cheios de verdades. Ele faz referência a Postman, que,

sugere outra metáfora: “professores como detectores de erros que tentassem ajudar seus

alunos a reduzir erros em seus conhecimentos e habilidades.” (Postman, 1996, p. 120,

apud Moreira, 2010). Quer dizer, professores buscando ajudar seus alunos a serem

também detectores de erros. Esse tipo de postura nos remete, novamente, à idéia de

aprendizagem significativa crítica: buscar sistematicamente o erro é pensar criticamente,

é aprender a aprender, é aprender criticamente rejeitando certezas, encarando o erro

como natural e aprendendo através de sua superação. (p.14-15)

8. Princípio da desaprendizagem.

este princípio é importante para a aprendizagem significativa crítica

por duas razões. A primeira delas tem a ver com a aprendizagem

significativa subordinada. Nesse processo, como já foi dito, o novo

conhecimento interage com o conhecimento prévio e, de certa forma,

ancora-se nele. É através dessa interação que o significado lógico dos

materiais educativos se transforma em significado psicológico para o

aprendiz. Tal mecanismo, que Ausubel chama de assimilação é o

mecanismo humano, por excelência, para adquirir a vasta quantidade

de informações que constitui qualquer corpo de conhecimento. Para

aprender de maneira significativa, é fundamental que percebamos a

relação entre o conhecimento prévio e o novo conhecimento. Porém,

na medida em que o conhecimento prévio nos impede de captar os

significados do novo conhecimento, estamos diante de um caso no

qual é necessária uma desaprendizagem. (MOREIRA, 2010, p.15)

Page 44: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

44

O autor nos chama a atenção de como esta sendo usado o termo desaprender

em duas situações. Na primeira delas, com o significado de não usar o conhecimento

prévio (subsunçor) que impede que o sujeito capte os significados compartilhados a

respeito do novo conhecimento. Para ele, não se trata de “apagar” algum conhecimento

já existente na estrutura cognitiva o que, aliás, é impossível se a aprendizagem foi

significativa, mas sim de não usá-lo como subsunçor.

Segundo Moreira,

a segunda razão pela qual é importante aprender a desaprender está

relacionada com a sobrevivência em um ambiente que está em

permanente e rápida transformação. Quando o ambiente é estável, ou

muda muito lentamente, a sobrevivência depende fundamentalmente

da aprendizagem de estratégias e conceitos desenvolvidos no passado.

A missão da escola nesse caso é a de transmitir e conservar tais

estratégias e conceitos. No entanto, quando o meio está em constante,

profunda e rápida transformação, ocorre o inverso: a sobrevivência

depende crucialmente de ser capaz de identificar quais dos velhos

conceitos e estratégias são relevantes às novas demandas impostas por

novos desafios à sobrevivência e quais não são. (MOREIRA, 2010,

p.16)

Para o autor, aprender a desaprender é saber distinguir entre o relevante e o

irrelevante no conhecimento prévio e libertar-se do irrelevante, isto é, desaprendê-lo.

“Aprendizagem desse tipo é aprendizagem significativa crítica. Sua facilitação deveria

ser missão da escola na sociedade tecnológica contemporânea.” (p. 15-16)

9. Princípio da incerteza do conhecimento.

Segundo Moreira, (2010), este princípio é de certa forma, síntese de princípios

anteriores, onde a ênfase se dá ao fato de o conhecimento humano não ser expresso em

termos de verdades absolutas. Isso se reflete no âmbito das definições, perguntas e

metáforas, que são os elementos fundamentais na construção de uma visão de mundo.

Perguntas são instrumentos de percepção, definições e metáforas são instrumentos para

pensar e são válidos apenas dentro de um contexto. Para o autor, nossa visão de mundo

é construída primordialmente com as definições que criamos, com as perguntas que

formulamos e com as metáforas que utilizamos, elementos estes inter-relacionados na

linguagem humana. (p. 16-17)

No entanto, alerta o autor que:

é preciso não confundir este princípio da incerteza do conhecimento

com indiferença do conhecimento, ou seja, que qualquer

conhecimento vale. O que ele está chamando atenção é para o fato é

que nosso conhecimento é construção nossa e, portanto, por um lado,

Page 45: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

45

pode estar errado, e, por outro, depende de como o construímos.

(MOREIRA, 2010, P.17)

10. Princípio da não utilização do quadro-de-giz. Da participação ativa do aluno.

Da diversidade de estratégias de ensino.

Segundo Moreira (2010), “este princípio é complementar ao terceiro”. Em

geral, é no quadro de giz que, com sua autoridade, o professor reproduz o seu saber

muitas vezes que emana do livro, resolve exercícios tradicionais que devem ser

cobrados em avaliações posteriores, acarretando uma média que classifica e muitas

vezes, estigmatiza o aluno. Para o autor, de nada adianta substituir o quadro de giz por

outras técnicas de aula, expositiva, mesmo utilizando “tecnologias de ponta” como

datashow, filmes educativos e retroprojetores. Para o autor, o quadro de giz simboliza e

estimula um ensino no qual o aluno espera que nele o professor escreva respostas certas

e este acredita que deve fazê-lo porque assim estará ensinando. Atualmente as salas de

aula estão sendo equipadas com quadros digitais que em muitos casos são utilizados do

mesmo modo, ou seja, como um veículo transmissor. (p. 17)

O autor nos dá sugestões do uso de diversas estratégias instrucionais, dizendo que

“o uso de distintas estratégias instrucionais que impliquem participação ativa do

estudante e, de fato, promovam um ensino centralizado no aluno é fundamental para

facilitar a aprendizagem significativa crítica”. (p. 18)

11. Princípio do abandono da narrativa. De deixar o aluno falar

Segundo Moreira, (2010), “este princípio é complementar ao da não utilização

do quadro de giz que, por sua vez, é complementar ao da não centralidade do livro de

texto”. Para o autor, “por que não deixar que o aluno interprete o que está nos livros e

externalize sua interpretação aos colegas a ao professor?” O professor poderia ouvir as

interpretações e negociações de significados entre os alunos e intervir quando

apropriado, trazendo à discussão os significados aceitos naquele tempo e no contexto da

matéria de ensino. O importante é não transmitir a interpretação errônea de um fato, de

que nada é absoluto e nem de que tudo é válido. (p.18)

Moreira (2010) cita Don Finkel para ilustrar o modelo clássico de ensino. Para

ele, independente de o professor escrever no quadro de giz, de explicar oralmente, de

usar slides, PowerPoint, o que ele ou ela faz é narrar.

Narrar é um meio ineficaz para estimular a compreensão, ainda que

ocupe o primeiro lugar na lista daquilo que fazem os professores. Para

ele, a boa docência é aquela que cria circunstâncias que conduzem à

Page 46: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

46

aprendizagem relevante, duradoura. Na educação, a primazia deve ser

da aprendizagem, não do ensino. Aprender é o objetivo e ensinar é um

meio para este fim (DON FINKEL, 2008, p. 43, in MOREIRA, 2010,

p. 19).

Para Moreira, 2010, “atualmente fala-se muito em ensino centrado no aluno,

em o professor como mediador e em aprender a aprender.” Segundo ele, se

estivermos de acordo com estes objetivos, certamente estaremos de acordo com Finkel,

que nos diz que narrar não é a melhor forma de ensinar e por isso temos que rever nosso

modelo de bom professor. Quando se ensina somente narrando, algumas disciplinas

parecem nem existirem, o autor nos cita como exemplo a Matemática, onde as pessoas

têm um certo prazer em dizer que não sabem nada. (p. 19, destaques do autor)

Ainda segundo o autor, “o princípio do abandono da narrativa implica a busca

de outras maneiras de ensinar, nas quais, metaforicamente, o professor fale menos, narre

menos, e o aluno fale mais, participe criticamente de sua aprendizagem.” (p. 20)

Em conclusão a esta síntese de obras de autores, cujos pensamentos e conceitos

estruturam teórica e cientificamente esta pesquisa, constatamos que, em se tratando do

tema Aprendizagem Significativa e Aprendizagem Significativa Crítica, segundo

observações do Prof. Marco Antonio Moreira por ocasião do 4º. ENAS (Encontro

Nacional de Aprendizagem Significativa)8, pouco se tem pesquisado em relação à

aprendizagem da Matemática em ambientes escolares sob a ótica da Aprendizagem

Significativa.

Um trabalho recente nessa linha é a dissertação de Mestrado Profissional em

Educação Matemática (UFOP/MG), de Anderon Melhor Miranda sobre o tema: “As

Tecnologias da Informação no Estudo do Cálculo na Perspectiva da Aprendizagem

Significativa” (MIRANDA, 2010), investigando “Como o uso de um software e de

atividades elaboradas e analisadas, na perspectiva da aprendizagem significativa, pode

contribuir para o ensino e aprendizagem de gráficos no IR3, de estudantes de Cálculo de

várias variáveis?” (p.14).

Com base nos autores analisados, Miranda, pode verificar uma interação

existente e possível de conceitos do Pensamento Matemático Avançado (PMA) com a

aprendizagem significativa, “gerando um enriquecimento para o ensino de Matemática,

8 4º. Encontro Nacional de Aprendizagem Significativa, ocorrido em Garanhuns, Bahia, em maio de

2012, com a participação do pesquisador desta dissertação que fez comunicação entitulada “A criação de

ambientes favoráveis à aprendizagem significativa crítica nas aulas de matemática em contextos de cursos

regulares”.

Page 47: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

47

particularmente de Cálculo, através de vínculos com questões referentes ao

cognitivismo dos aprendizes, a respeito de conteúdos e abordagens metodológicas

utilizadas na disciplina.” (p. 65). Na conclusão de seu trabalho de pesquisa, Miranda

expressa as dificuldades em quantificar e medir dados “que comprovem a ocorrência da

aprendizagem significativa ou de qualquer outro tipo de aprendizagem”. Considera que

tal comprovação iria demandar tempo de aplicação e análise, exigindo uma amostra

“global de indivíduos e fatores relevantes e determinantes” (p.128). No entanto, mesmo

sem dados conclusivos sobre se a aprendizagem dos alunos se realizou

significativamente, o autor valorizou e reconheceu os encaminhamentos e princípios

teóricos da Aprendizagem Significativa, que estruturou sua pesquisa, desejando que os

resultados da mesma

juntem-se ao corpo de outras pesquisas com a mesma temática,

oportunizando um espaço de discussão e estímulo para futuras

pesquisas que venham relacionar aspectos da TAS com conceitos e

definições de outras teorias, destacando pontos de consonâncias e

convergências entre elas. (MIRANDA, 2010, p. 130)

Mais um trabalho voltado para o ensino do Cálculo em nível superior, é a

dissertação de mestrado da pesquisadora Profa. Adriana Helena Borssoi, pela

Universidade Estadual de Londrina, PR , versando sobre “A Modelagem Matemática e

suas contribuições para uma aprendizagem significativa em cursos de cálculo.” (2004).

O trabalho se fundamenta “nos pressupostos teóricos da Modelagem Matemática na

perspectiva da Educação Matemática e na Teoria da Aprendizagem Significativa.” Na

perspectiva da autora, a Modelagem Matemática se revelou como estratégia eficiente

para a facilitação da Aprendizagem Significativa do Cálculo.

No resumo do trabalho, diz a autora que foram estabelecidos

um conjunto de aspectos por meio dos quais é possível evidenciar a

ocorrência da Aprendizagem Significativa quando as atividades de

ensino e aprendizagem compõem uma proposta de ensino que

considera o ambiente de Modelagem Matemática. [...] As informações

provenientes das produções dos alunos no decorrer das aulas provêm

de instrumentos elaborados para este fim, como, de fichas de

levantamento, entrevista, mapas conceituais, trabalhos em grupos e

outros. Estabelecemos, a partir da aproximação dos dois pressupostos

teóricos, uma proposta de ensino e aprendizagem com características

de ser facilitadora da Aprendizagem Significativa. (BORSSOI, 2004).

Pesquisas dessa natureza, envolvendo o aprendizado de disciplinas nos vários

níveis escolares, serão sempre bem-vindas e nos estruturam para novas pesquisas com a

Page 48: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

48

adoção de novos referenciais teóricos como pretendemos nessa dissertação. A proposta

da investigação que buscamos realizar para a ocorrência de uma aprendizagem

significativa da Matemática, procurará ir além da visão cognitiva clássica proposta por

Ausubel na década de 60, Sec. XX e daí, revestindo-se da visão humanista de Joseph

Novak (1981; Novak e Gowin, 1996) colaborador de Ausubel, integrar-se à visão crítica

proposta por Moreira (2010) com foco nos princípios facilitadores para a Aprendizagem

Significativa Crítica.

Page 49: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

49

CAPÍTULO 2

CONTEXTO DA PESQUISA E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Como professor de Matemática do Ensino Fundamental em Ouro Preto, tive a

oportunidade de desenvolver minha pesquisa com meus próprios alunos, durante as

aulas semanais de Matemática e sem prejuízo da programação do planejamento dos

assuntos matemáticos do semestre letivo. Nesse sentido, minha atuação como

professor/educador se revestiu de uma forma mais inquiridora e reflexiva sobre a minha

prática quando busquei compreender melhor as características de um professor

pesquisador de seu próprio trabalho pedagógico.

2.1. O professor como pesquisador de sua prática pedagógica

Com o fim de discutir as possibilidade e necessidades de formação do

professor como pesquisador de sua atividade de magistério, buscamos em Backes

(2010, p.5), num artigo que traz basicamente uma revisão bibliográfica da literatura já

existente acerca do tema “professor pesquisador” e “professor reflexivo”, elementos

para uma melhor compreensão do assunto. Para o autor, pesquisador (num sentido

amplo), é aquele que exerce a atividade de buscar, reunir informações sobre um

determinado problema ou assunto e analisá-las, utilizando para isso o método científico

com o objetivo de aumentar o conhecimento de determinado assunto, descobrir algo

novo ou refutar conjecturas anteriores.

Ele nos traz a idéia de Garcia (2007), que diz que o professor pesquisador seria

aquele professor que parte de questões relativas à sua prática com o objetivo de

aprimorá-la. Essa autora diz que, na literatura atual, são apresentadas diferenças entre a

“pesquisa do professor” e a “pesquisa acadêmica ou científica”. A pesquisa do professor

tem como finalidade o conhecimento da realidade para transformá-la, visando à

melhoria de suas práticas pedagógicas e a de seus colegas de profissão. Em relação ao

rigor, ela diz que, como o professor pesquisa sua própria prática, ele encontra-se

envolvido com seu objeto de pesquisa, diferentemente do pesquisador teórico.

(BACKES, 2010, p. 15)

Nessa linha de pensamento, apoiado nas ideias de Lima (2007), Backes diz

que a postura de professor pesquisador deve possibilitar aos professores exercerem um

trabalho com os alunos que vise ao aprendizado de novos conhecimentos e ao

questionamento tanto sobre a validade quanto sobre a pertinência dos já existentes, ou,

Page 50: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

50

em outras palavras, que o espírito crítico se faça presente em cada momento da ação

pedagógica tanto para o aluno como para o professor. (p. 4)

Alicerçados pelos aspectos teóricos da Aprendizagem Significativa e da

Aprendizagem Significativa Crítica, não poderia ser outra a nossa posição para a

investigação pretendida neste trabalho do que estar em conexão com essa linha de

pensamento, que defende o pleno exercício da atividade do professor como

pesquisador/reflexivo e pesquisador/reflexivo de sua própria prática pedagógica. Nesse

sentido, optamos em pesquisar as ações exercidas nas aulas de Matemática e seus

resultados nas próprias turmas de alunos do professor pesquisador na escola onde

exerce o magistério.

2.2. A questão de investigação e os procedimentos metodológicos adotados

“Como criar ambientes favoráveis à Aprendizagem Significativa Crítica

em contextos de cursos regulares nas aulas de Matemática?” é a pergunta que, a

nosso ver, concentra a série de questionamentos sobre o ensino e a aprendizagem da

Matemática expressos na parte introdutória deste trabalho. Elegemos essa pergunta

como a nossa questão de investigação e, com a pretensão de trazermos respostas à

mesma, nos propusemos a realizar algumas tarefas, tais como: (1) ter conhecimento do

ambiente da escola local pretendido para a realização da pesquisa; (2) realizar

levantamento da teoria subjacente ao tema e selecionar os autores cujas obras mais se

relacionam com a pesquisa; (3) investigar as possibilidades de intervenção no momento

atual da escola, de forma a poder desenvolver um trabalho com os alunos sem incorrer

em interrupções e alterações do que foi planejado no início do ano letivo. (4) criar e

elaborar situações/atividades afins com o objetivo proposto e (5) programar e

desenvolver as atividades em sala de aula, tendo como referência, para análise, os

conceitos e princípios dogmáticos da Aprendizagem Significativa e da Aprendizagem

Significativa Crítica.

A busca de respostas para a questão de investigação e a execução a contento

das tarefas propostas, nos orientaram para realizar:

- pesquisa teórica sobre o tema geral “Aprendizagem Significativa” e

“Aprendizagem Significativa Crítica” e temas sobre Educação Matemática relacionados

à temática da pesquisa. Demos início à tarefa fazendo uma revisão da literatura a partir

da leitura de livros, artigos, textos, teses e dissertações relacionados à Educação

Page 51: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

51

Matemática e à teoria da Aprendizagem Significativa, com destaque para os autores:

AUSUBEL(1980), BORSSOI(2004), MOREIRA (1999), (2000), (2006), (2010), e

outros já mencionados no Capítulo 1 deste documento.

- pesquisa documental, selecionando e analisando documentos sobre a escola,

local de realização da pesquisa, particularmente, sobre o Projeto Político-Pedagógico da

mesma, a ser retomado no Capítulo 3.

- pesquisa de campo, cujos procedimentos detalharemos a seguir.

2.3. A pesquisa de campo

Basicamente, é possível classificar a nossa pesquisa como qualitativa em seus

objetivos e métodos, uma vez que objetivamos investigar a criação de ambientes

favoráveis à Aprendizagem Significativa Crítica em contextos de cursos regulares. Com

o suporte das teorias sobre Aprendizagem Significativa e Aprendizagem Significativa

Crítica, elaboramos e desenvolvemos uma proposta didática pretendendo verificar as

possibilidades de aprendizagem da Matemática na qual os alunos deveriam realizar

atividades que buscassem interagir o conhecimento matemático com questões

relacionadas à sua vivência e ao seu interesse e que nos dessem indícios da ocorrência

de uma aprendizagem significativa e crítica.

O trabalho de campo foi realizado em duas turmas do 9o Ano do Ensino

Fundamental de uma escola particular localizada na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais

no primeiro semestre de 2011. Uma turma possui 28 alunos matriculados e a outra, 30

alunos. A opção de se desenvolver a pesquisa nessa escola deve-se ao fato dela ser o

local onde a pesquisador exerce o magistério. O desenvolvimento da pesquisa aconteceu

no contexto das aulas regulares da disciplina Matemática, sob a responsabilidade do

professor pesquisador.

2.3.1. A escola e os participantes da pesquisa

A escola foi fundada em 1933 e até 1970 manteve o regime de internato para

aos alunos do sexo masculino, embora atendesse também a alunos da comunidade local,

de ambos os sexos, em regime de externato. Em 1979, deu início à nova fase da escola

com a criação das turmas do Maternal, da Educação Infantil e do Fundamental I,

conservando o Fundamental II, Ensino Médio.

Page 52: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

52

A escola tem atualmente 558 alunos, conta com turmas de Maternal, Educação

Infantil e Ensino Fundamental I à tarde, Ensino Fundamental II e Ensino Médio no

turno matinal. Pela manhã estudam 298 alunos, sendo 201 do Fundamental, distribuídos

em duas turmas de 6º ano, duas de 7º ano, duas de 8º, duas de 9º ano. No médio

estudam 97 alunos, distribuídos em uma turma de 1º ano, uma turma de 2º ano e duas

turmas de 3º ano. À tarde, estudam turmas de maternal e Educação Infantil totalizando

210 alunos.

Localizada na zona urbana, na parte central da cidade de Ouro Preto, possui

uma biblioteca, uma secretaria, uma sala de professores, salas das pedagogas, sala da

diretoria, sala de informática, uma cantina, um amplo auditório, onze salas e quatro

banheiros, distribuídos em dois pavimentos. A área externa possui três quadras de

esportes e um pátio que os alunos utilizam durante os intervalos de aulas.

Para a constituição do grupo de sujeitos participantes da pesquisa, foi feito um

convite (Apêndice A, p.133), aos alunos do 9º ano, cujas idades variavam entre 13 e 16

anos. Quanto ao gênero, a turma 1 era composta de 15 meninas e 13 meninos e a turma

2, de 13 meninas e 17 meninos, num total de 58 alunos.

As atividades elaboradas com o objetivo pretendido pela pesquisa foram

desenvolvidas no próprio horário das aulas de Matemática e versavam sobre os próprios

temas matemáticos presentes nos materiais de apoio didático do aluno e constantes do

planejamento de ensino aprovado pela coordenação do curso. Desenvolvemos a

proposta durante nove semanas, a princípio com caráter inter/multidisciplinar e, após,

com a realização das atividades voltadas para os temas matemáticos específicos. Tais

atividades foram realizadas as segundas, terças e quartas feiras, no horário de aulas das

duas turmas, alvos da pesquisa.

Antes de qualquer ação referente à investigação pretendida, entramos em

contato com a direção da Escola, apresentando nossa proposta. Fomos muito bem

recebidos e apoiados favoravelmente para o desenvolvimento da proposta. Procuramos

deixar claro que o próprio professor das turmas desenvolveria as atividades sem

prejuízo dos conteúdos e carga horária previstos para a 1ª etapa letiva de 2011.

2.3.2. A proposta e sua dinâmica

O projeto foi realizado em parceria com os professores de História e de

Geografia. Propusemos um estudo interdisciplinar com base na observação dos sítios

Page 53: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

53

históricos da região de Ouro Preto e Belo Horizonte. Para o desenvolvimento do

projeto, foram realizadas as visitas aos monumentos históricos e ao Museu das

Reduções, no distrito de Amarantina, em Ouro Preto, de forma a promover nos alunos a

reflexão sobre as questões patrimoniais da cidade onde residem e das regiões vizinhas,

contando com a percepção e associação do observado a conceitos matemáticos relativos

à proporcionalidade presente nos monumentos históricos visitados. Um “Manual de

Trabalho Interdisciplinar” (Apêndice B, p.138) foi elaborado e distribuído a cada aluno.

Nele constavam algumas atividades elaboradas em conjunto com os professores de

História e Geografia e realizadas durante o primeiro semestre letivo de 2011.

Os alunos tiveram a liberdade de definir quantos e quais seriam os membros de

cada grupo. A maior parte das atividades foi realizada em grupos de três alunos. O

estudo individual também foi valorizado para que o aluno desenvolvesse a capacidade

de trabalhar por si só. Na implementação e desenvolvimento da proposta, buscamos

incentivar os alunos a interpretar, criar estratégias, argumentar, trabalhar em equipe,

explicar de modo claro e justificar suas ideias.

As visitas orientadas foram documentadas através de fotografias e registros

tanto dos alunos como dos professores, constituindo a base documental para a

investigação pretendida e para a continuidade dos trabalhos a serem realizados em sala

de aula. Também elaboramos e nos utilizamos de questionários a serem respondidos

pelos alunos, normalmente após cada atividade realizada. Julgamos que a opinião dos

alunos após a realização de cada atividade e após a avaliação do professor seria valiosa

para inferirmos o quanto de significativo se tornou aquele determinado aprendizado.

Todas essas ações, desde seu início, foram registradas no diário de campo do

pesquisador, utilizado como uma das fontes de dados para a elaboração do Capítulo 3

deste documento, assim como, para a análise dos resultados a ser desenvolvida no

Capítulo 4 desta dissertação.

2.3.3. As atividades

Dentre os conteúdos matemáticos planejados para o semestre, optamos, para

fins da investigação, em focalizar alguns mais específicos para a elaboração das

atividades e para a identificação dos conhecimentos prévios dos alunos necessários à

continuidade e aprofundamento dos estudos. O tema proporcionalidade se destacou

dentre os demais e, como consequência, o Teorema de Tales, um dos temas já previsto

para ser estudado no semestre, centralizou nossas ações para a criação e a seleção das

Page 54: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

54

atividades. Para o desenvolvimento da etapa inicial da pesquisa, propusemos aos alunos

uma série de visitas aos monumentos históricos da região com orientações e atividades

expressas no “Manual de Trabalho Interdisciplinar” elaborado pelo professor

pesquisador e seus colegas, professores de História e Geografia, e distribuído para cada

aluno participante da pesquisa. No Capítulo 3, apresentaremos com detalhes o teor das

atividades propostas, seus objetivos e desenvolvimento.

Page 55: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

55

CAPÍTULO 3

APRESENTAÇÃO DA PESQUISA

3.1. A concepção das atividades

Tendo em vista a questão de investigação e o objetivo da presente pesquisa,

foram criadas e elaboradas atividades para serem realizadas pelos alunos, compondo

assim, a etapa da pesquisa de campo de nossa proposta de investigação. A criação de

estratégias de ação condizentes com o propósito de investigar as possibilidades de

construir ambientes que favoreçam a aprendizagem de forma significativa e crítica, em

contextos escolares com normas pré-estabelecidas, foi inspirada por uma série de

situações por mim vivenciadas e pela filosofia da Escola na orientação didático-

pedagógica de suas ações educacionais. Dentre tais situações, destaco:

- Minha experiência pessoal como professor e minhas concepções sobre educação

matemática

- Minhas leituras prévias sobre Aprendizagem Significativa e Aprendizagem

Significativa Crítica

- O Projeto Político Pedagógico da Escola

- A programação dos conteúdos matemáticos para o primeiro semestre de 2011

3.1.1. Minha experiência pessoal como professor e minhas concepções

sobre educação matemática

O projeto de pesquisa que realizei no Curso de Especialização em Educação

Matemática da UFOP, finalizado em 2005, e a minha experiência atuando como

professor de Matemática por mais de dez anos fizeram-me refletir sobre a dificuldade

dos estudantes na aprendizagem de conceitos matemáticos no Ensino Fundamental.

Reprovações, dificuldades na compreensão dos conceitos e não percepção da

aplicabilidade dos mesmos em conteúdos posteriores e em outras áreas de conhecimento

podem provocar nos alunos fortes sentimentos de rejeição para com a disciplina.

Alguns alunos, devido a um passado de insucessos em Matemática, acreditam que não

são capazes de superar as dificuldades e vão acumulando fracassos ao longo dos

estudos.

Araújo e Cardoso (2006) destacam algumas manifestações de dificuldades em

Matemática em sua pesquisa realizada com alunos de 5ª a 8ª série do Ensino

Fundamental. Segundo essas autoras, o pressuposto básico é que as dificuldades dos

Page 56: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

56

alunos são manifestadas em conformidade com as atividades que o professor propõe.

Entretanto, as autoras afirmam que as dificuldades de aprendizagem não têm suas

causas oriundas apenas de aspectos cognitivos, epistemológicos e didáticos. Elas são

oriundas, também, das necessidades que levam um aluno a estudar Matemática, isto é, o

motivo que alimenta a atividade de “ser estudante de matemática”. Ainda, segundo o

relato das autoras, quando foi perguntado aos alunos pesquisados quais as principais

causas que consideravam responsáveis por suas dificuldades de aprendizagem em

Matemática, apontaram: bagunça, vergonha ao fazer uma pergunta sobre a matéria, falta

de paciência de alguns professores, falta de cobrança de tarefas, explicação complicada

vinda do professor ou mesmo a falta de vontade ao estudar a matéria. “A aprendizagem

da Matemática segue o tom apenas da memorização, do hábito tão típico de decorar, da

absorção mecânica” (ARAÚJO e CARDOSO, 2006, p.7-10).

Nos dias atuais, lecionando em uma escola particular, noto que as dificuldades

no aprendizado e as queixas dos alunos também se manifestam com frequência e isso

nos faz rever nossa prática através de novos questionamentos a respeito de como

exercer o trabalho pedagógico. Em consonância com Moreira (2000), buscamos uma

primeira aproximação na questão da negociação de significados em situações de ensino-

aprendizagem em escolas particulares, partindo da concepção de que compreender é

construir significados. Concordando com as ideias de que quando se aprende de uma

forma puramente memorística, a resposta a esse aprendizado é a representação ou

utilização mecânica do que se está fazendo ou dizendo. A aprendizagem significativa de

um conteúdo qualquer implica, inevitavelmente, em sua memorização compreensiva ou

armazenamento numa rede ampla de significados (MOREIRA, 2006, p.25).

Ideias que podem ser coerentes e até complementar essa visão também estão

presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais em algumas de suas proposições como

a que destacamos a seguir: “O significado da atividade matemática para o aluno também

resulta das conexões que ele estabelece entre os diferentes temas matemáticos e também

entre estes e as demais áreas do conhecimento e as situações do cotidiano” (BRASIL,

1998, p.17).

No meu entender, cabe ao professor propor situações didáticas, que possam

dirimir as dificuldades dos alunos no aprendizado, assim como, facilitar a compreensão

significativa do conhecimento matemático.

Page 57: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

57

3.1.2. Minhas leituras prévias sobre Aprendizagem Significativa e

Aprendizagem Significativa Crítica

Após algumas leituras prévias sobre os aspectos teóricos da Aprendizagem

Significativa e da Aprendizagem Significativa Crítica (Ausubel, 1968, 1978, 1980,

Moreira, 1999, 2000, 2006, 2010) em paralelo com a reflexão sobre a minha prática, as

ideias veiculadas e refletidas me impulsionaram a pensar e a questionar sobre como a

aprendizagem da Matemática pode se realizar de maneira significativa e crítica.

Segundo a teoria, na aprendizagem significativa há uma interação entre o novo

conhecimento e o já existente, na qual ambos se modificam. Esse conhecimento anterior

resultará num "ponto de ancoragem" onde as novas informações irão encontrar um

modo de se integrar ao que o indivíduo já conhece. Aprender significativamente implica

em atribuir significados e estes têm sempre componentes pessoais. Aprendizagem sem

atribuição de significados pessoais, sem relação com o conhecimento preexistente, é

mecânica, não significativa (Moreira, 2006, p. 24-25).

Moreira (2000) discute sobre a necessidade em tempos de mudança, de a

aprendizagem ser, não apenas significativa, mas também subversiva, como uma

estratégia para sobreviver na sociedade contemporânea. Para deixar claro o sentido que

dá ao termo subversivo, o autor introduz a expressão Aprendizagem Significativa

Crítica: “é aquela que permite ao sujeito fazer parte de sua cultura e, ao mesmo tempo,

estar fora dela. (...) É através da aprendizagem significativa crítica que o aluno poderá

fazer parte de sua cultura e, ao mesmo tempo, não ser subjugado por ela, por seus ritos,

mitos e ideologias.” (MOREIRA, 2000, p. 5)

Procurei realizar com meus alunos atividades que pudessem me dar indícios do

conhecimento matemático que traziam para essa nova etapa de estudos, ou, em outras

palavras, do conhecimento prévio essencial à continuidade dos estudos e da

aprendizagem dos temas matemáticos propostos para o semestre letivo.

A criação e seleção das atividades, aliadas a uma nova postura do professor na

proposição e desenvolvimento delas em sala de aula, referenciadas nesse novo ideário,

buscaram o estabelecimento de um diálogo mais espontâneo e sempre aberto às

perguntas dos alunos. Assim também, inspiraram a elaboração de propostas alternativas

que apontassem outros caminhos, novas possibilidades pedagógicas, de modo a tornar

as aulas mais prazerosas, tanto para aprender quanto para ensinar, tarefa nem sempre

fácil nas aulas de Matemática. Como resultado, procurei elaborar e selecionar

atividades que buscassem interagir o conhecimento matemático com questões

Page 58: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

58

relacionadas à vivência e ao interesse do aluno, significando para a minha prática uma

nova postura de trabalho na sala de aula e uma nova concepção sobre o conhecimento

matemático.

3.1.3. O Projeto Político Pedagógico da Escola (PPP)

Entendo que convicções pessoais a respeito da educação matemática, bem

como fundamentos teóricos a respeito da aprendizagem significativa crítica podem dar

subsídios para elaboração de atividades para atingir determinados objetivos relativos à

aprendizagem de conceitos matemáticos. No entanto, tal elaboração deve também levar

em conta o contexto educacional em que as atividades serão desenvolvidas. Nesse

sentido percebi a necessidade de avaliar se o que eu pretendia elaborar estaria em

consonância, ou não, com o projeto pedagógico da escola e com o planejamento da

disciplina Matemática a ser executado durante o ano de 2011. Examinando o Projeto

Político Pedagógico da escola encontrei muitos pontos de convergência entre o que este

documento preconiza e os fundamentos teóricos de minha pesquisa.

Entre as Finalidades Educativas apresentadas no documento há muitas

referências à formação crítica:

O desenvolvimento de uma atitude de curiosidade, reflexão e crítica

frente ao conhecimento e á interpretação da realidade; A capacidade

de utilizar, crítica e criativamente, as diversas formas de linguagem do

mundo contemporâneo; [ ......] O exercício da cidadania para a

transformação crítica, criativa e ética das realidades sociais. (PPP,

2010, p. 5)

O projeto também enfatiza a formação crítica quando define os objetivos do

ensino fundamental:

Nessa aquisição efetiva de conhecimento e na busca da formação

integral dos alunos, as atividades que serão envolvidas nas diferentes

áreas de conhecimento deverão privilegiar a formação crítica e

construtiva do cidadão para que os mesmos exerçam seus direitos e

deveres com responsabilidade e respeito. (PPP, 2010, p.11)

Com relação ao ensino e aprendizagem, o projeto enfatiza a ação do aluno nos

processos de construção do conhecimento e atribuição de significados aos conteúdos.

Muito mais que domínio de técnicas para operar mecanicamente com

símbolos, o processo de ensino-aprendizagem da Matemática deve

levar o aluno a construir o conhecimento lógico-matemático a partir

de si mesmo e da interação com seu meio. (PPP, 2010, p.13)

Page 59: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

59

Esse parágrafo enfatiza a construção do conhecimento pelo aluno a partir do

que ele tem e de como interage com o meio em que vive, ressaltando a importância do

professor em criar situações para que isso ocorra.

A construção do conhecimento é entendida no PPP como um processo que não

se resume a aquisição de informação como diz Carbonell (2002): “Contudo importante

não é reunir informação, mas saber decodificá-la, integrá-la, contextualizá-la, organizá-

la e interpretá-la, dar-lhe sentido e significação, isto é, transformá-la em conhecimento”

(Carbonell, 2002, p. 56 in PPP).

Esse processo é facilitado quando o aluno relaciona a nova informação com os

seus conhecimentos prévios:

Nesta concepção, aprendemos quando somos capazes de elaborar uma

representação pessoal sobre um objeto da realidade ou conteúdo que

pretendemos aprender. Essa elaboração implica nos aproximarmos de

tal objeto ou conteúdo com a finalidade de apreendê-lo. Porém, não se

trata de uma aproximação vazia, a partir do nada, mas uma

aproximação a partir das nossas experiências anteriores e de

interesses, a que denominamos conhecimentos prévios. (PPP, 2010

p13).

Essa relação é também apontada por Moreira (2006) como importante para que

a aprendizagem ocorra de forma significativa. Segundo o autor, deve ser dada especial

atenção para a interação entre o novo conhecimento que o aluno vai adquirir e o

conhecimento que ele já possui, com a previsão de que ambos se modifiquem. Esse

conhecimento anterior resultará num "ponto de ancoragem" onde as novas informações

irão encontrar um modo de se integrar ao que o indivíduo já conhece (Moreira 2006).

Para o autor, o conhecimento prévio é, isoladamente, a variável que mais influencia a

aprendizagem. Segundo ele, “David Ausubel já nos chamava atenção para isso em

1963” (Moreira 2010, p.4).

O projeto (PPP) destaca a importância da atuação do professor nesse processo,

ressaltando a necessidade de “suscitar nos alunos o desejo de estabelecer relações entre

as informações, compreendendo a comunicação trazida pelo conteúdo” (p. 7). Um de

seus trechos refere-se especificamente à aprendizagem significativa quando diz:

Aprendizagem significativa implica o confronto entre o velho e o

novo, a identificação de semelhanças e diferenças, a revisão de

hipóteses e concepções, de modo que o aluno vá ampliando

gradativamente seus esquemas mentais de forma coerente. E isso não

acontece automaticamente nem se limita a uma ação operatória do

sujeito. Não basta que os alunos se encontrem diante de um novo

conhecimento ou situação-problema. É necessário que o professor o

estimula a fazer perguntas, questionar ideias e levantar hipóteses, em

Page 60: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

60

suma, provocar desequilíbrios e reflexões sobre o próprio processo de

aprender. (PPP, p.13)

Assim também na teoria da Aprendizagem Significativa, a importância do

aluno fazer perguntas é também ressaltada por Moreira (2010) em um dos chamados

princípios facilitadores da aprendizagem significativa crítica, chamado por ele de

Princípio da Interação Social e do Questionamento:

um ensino centrado na interação entre professor e aluno enfatizando o

intercâmbio de perguntas tende a ser crítico e suscitar a aprendizagem

significativa crítica. [......] Uma vez que se aprende a formular

perguntas -- relevantes, apropriadas e substantivas -- aprende-se a

aprender e ninguém mais pode impedir-nos de aprendermos o que

quisermos. (Moreira, 2010, p.9).

O texto do PPP (2010) também destaca a importância da auto-aprendizagem

quando enfatiza que as redes de significado produzidas pelos alunos possibilitarão lidar

com diferentes informações, propiciarão a flexibilidade para adaptar-se a novas funções

e o desenvolvimento da capacidade de aprender a aprender. (p. 8)

3.1.4. A programação dos conteúdos matemáticos para o primeiro

semestre de 2011

Em linhas gerais, a programação dos conteúdos matemáticos para o semestre,

segue a linha proposta pelo livro didático adotado pela Escola9. Constam dessa

programação do 9º ano, os temas: potências, radicais, segmentos proporcionais,

Teorema de Tales, semelhança de polígonos, equações e sistemas do 2º. Grau, equações

biquadradas e irracionais. O ano letivo na disciplina de Matemática para o 9º ano

iniciou-se com uma revisão sobre assuntos básicos, tanto para dar continuidade à

programação, como para diagnosticar o conhecimento matemático dos alunos adquirido

ao longo dos anos anteriores. Em duas semanas foram realizadas atividades, resolvidos

exercícios e situações-problema envolvendo operações com números racionais – na

forma decimal e fracionária, equações, sistemas e inequações do 1º grau, produtos

notáveis e fatoração.

Através das atividades propostas, foi possível diagnosticar algumas dificuldades

que os alunos apresentavam tanto na realização das operações básicas como nos temas

algébricos. O fortalecimento do diálogo professor-aluno estabelecido nas aulas

9 MATEMÁTICA, 9º ano: Ensino Fundamental, livro 1, Maria Cristina Ponciano de Lima, Marlene

Turíbia de Rezende Tinano. – Belo Horizonte: Editora Educacional, 2011. - (Coleção Pitágoras).

Page 61: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

61

propiciou aos alunos tomarem consciência de suas limitações nesses assuntos básicos e

deu abertura para que os mesmos se sentissem à vontade para formular perguntas e

declarar publicamente suas dificuldades. Esse fato se evidenciou quando foram

estudados os temas potência/potenciação e radicais/radiciação.

O desenvolvimento dos assuntos baseou-se no livro didático que trazia, como

introdução, um texto ilustrativo discorrendo sobre o uso da Internet em velocidades de

até 100 megabytes, disponibilizadas para os usuários a partir de 2009. No texto foram

abordados os conceitos de bit, byte, megabyte, gigabyte, procurando, após, relacioná-los

com as propriedades de potência, operações, potências de dez. Ainda dentro do que o

livro propunha, estudamos radicais, propriedades e operações com radicais. No estudo

desses temas os alunos já estavam adaptando-se ao professor e, dessa forma, sentindo-se

mais motivados em participar das aulas.

Notamos que os alunos já estavam familiarizados com a linguagem

computacional, mas quando trabalhamos com a potência de base 2, que representa a

base binária do computador, tiveram dificuldades em estabelecer relações com as

propriedades de potência, isto é, dificuldades em relacionar os aspectos teóricos do tema

com a sua aplicabilidade na informática. A percepção das dificuldades nos temas

descritos, particularmente no estudo de Radicais, nos orientou para investigar junto aos

alunos as razões a elas relacionadas. Tais razões serão discutidas no Capítulo 4 desta

dissertação.

Na sequência dos próximos temas a serem estudados - segmentos

proporcionais, Teorema de Tales, semelhança de polígonos – a compreensão do

conceito de proporcionalidade em seu significado mais amplo, além do aritmético e do

geométrico, se fazia necessária. Nossas recentes leituras e reflexões sobre uma

aprendizagem significativa e crítica nos permitiram identificar a proporcionalidade

como um conhecimento prévio importante, que poderia servir como ponto de

ancoragem para os demais conceitos a serem trabalhados.

Os argumentos levantados pelos alunos sobre suas dificuldades nos assuntos já

estudados, as leituras feitas e as orientações constantes no Projeto Político Pedagógico

da Escola, também serviram de mola propulsora para irmos além e pensarmos em

estratégias de ação pedagógica que usassem outros recursos além do livro texto e

pudessem abrir espaço para um renovado comprometimento do aluno e do professor

para a sua realidade, além do espaço da sala de aula.

Page 62: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

62

3.2. A proposta do Projeto

Tendo como situação facilitadora o intercâmbio de idéias entre os professores e

o fato da coordenação da Escola sempre incentivar a realização de projetos

interdisciplinares (nesse ambiente tive a oportunidade de presenciar propostas dessa

natureza, desenvolvidas por professores de várias áreas de conhecimento), fiz contato

com o professor de Historia relatando-lhe meu interesse de pesquisa, alguns aspectos da

aprendizagem significativa e, também, minhas idéias sobre como desenvolver o tema

“proporcionalidade”. Dessa conversa surgiu a proposta de um projeto a ser realizado

tomando como referência a cidade histórica de Ouro Preto e vizinhanças. Pensamos em

uma proposta de caráter interdisciplinar através da qual pudessem convergir variadas

áreas de conhecimento, dados os aspectos históricos, geográficos, matemáticos,

arquitetônicos, sociais e culturais presentes nos locais a serem visitados e observados

com novos olhares pelos alunos.

Além dos vários aspectos citados, as noções de proporção, simetria,

paralelismo, perpendicularismo, escala e outros, poderiam ser presenciadas através das

observações e, posteriormente, discutidas e sistematizadas como novos conceitos

matemáticos a serem estudados e aprofundados.

Contando com o apoio do colega da área de História com experiência no

desenvolvimento de propostas interdisciplinares, demos início à elaboração de um

projeto com destaque para as visitas orientadas aos monumentos históricos das cidades

de Ouro Preto e Belo Horizonte e ainda, ao Museu das Reduções localizado em

Amarantina, distrito de Ouro Preto.

Optamos em desenvolver o projeto trabalhando em paralelo com o livro

didático, trabalho este, uma exigência para o cumprimento do planejamento semestral

da Escola. Pelo pouco tempo que tínhamos para cumprir a etapa, esse fato dificultou,

em parte, a realização de algumas atividades, entre elas as interdisciplinares que

deveriam ser realizadas juntamente com a professora da disciplina Geografia,

envolvendo noções de direção, sentido, medidas, trajetos e escala.

Em conclusão ao exposto sobre quais fatores/situações inspiraram as

estratégias de ação para a criação de ambientes favoráveis a uma aprendizagem

significativa e crítica de Matemática, acrescentamos que, para a programação de tais

ambientes foram selecionadas (de livros didáticos de vários autores) e, também, criadas

Page 63: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

63

e elaboradas por nós, uma variedade de atividades agrupadas segundo suas finalidades

para o momento letivo com seus objetivos previamente estabelecidos.

3.3. Apresentação das atividades, seus objetivos e desenvolvimento

Faremos a seguir uma apresentação do desenvolvimento das atividades

referentes à pesquisa. Como dito anteriormente, foi feito um trabalho paralelo com uso

do livro texto. Alguns temas foram trabalhados pela primeira vez no livro texto e

complementados com as atividades e em outras situações a ordem foi inversa. Assim,

nessa descrição são apontados também os momentos em que foi usado o livro texto.

Seis Grupos de Atividades (GAs) e seus objetivos, elaborados por nós, são apresentados

com seus detalhes e procedimentos. Iniciamos o relato dos GAs pelas visitas orientadas

como primeiro grupo de atividades destacado, encerrando com o sexto grupo cuja

finalidade foi de avaliação.

Para cada atividade elaboramos um quadro no qual constam os temas

matemáticos abordados e os objetivos da atividade, tanto no que diz respeito à

aprendizagem dos temas, como no que se refere aos objetivos da pesquisa em si.

Também estão identificados, para cada grupo, alguns princípios facilitadores da

aprendizagem significativa crítica (Moreira, 2010) que julgamos mais atendidos no

respectivo grupo. Esses princípios serão retomados e discutidos no texto final da

dissertação quando traremos as respostas para a nossa questão de investigação. Em

síntese, os princípios identificados e enumerados por Moreira (2010), podem ser assim

descritos:

P1. Aprender que aprendemos a partir do que já sabemos. (Princípio do conhecimento

prévio.)

P2. Aprender/ensinar perguntas ao invés de respostas. (Princípio da interação social e

do questionamento.)

P3. Aprender a partir de distintos materiais educativos. (Princípio da não centralidade

do livro de texto.)

P4. Aprender que somos perceptores e representadores do mundo. (Princípio do

aprendiz como perceptor/representador.)

P5. Aprender que a linguagem está totalmente implicada em qualquer e em todas as

tentativas humanas de perceber a realidade. (Princípio do conhecimento como

linguagem.)

Page 64: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

64

P6. Aprender que o significado está nas pessoas, não nas palavras. (Princípio da

consciência semântica.)

P7. Aprender que o ser humano aprende corrigindo seus erros. (Princípio da

aprendizagem pelo erro.)

P8. Aprender a desaprender, a não usar conceitos e estratégias irrelevantes para a

sobrevivência. (Princípio da desaprendizagem.)

P9. Aprender que as perguntas são instrumentos de percepção e que definições e

metáforas são instrumentos para pensar. (Princípio da incerteza do conhecimento.)

P10. Aprender a partir de distintas estratégias de ensino. (Princípio da não utilização do

quadro-de-giz.)

P11. Aprender que simplesmente repetir a narrativa de outra pessoa não estimula a

compreensão. (Princípio do abandono da narrativa.)

Antecipamos que todas as atividades programadas foram aplicadas nas duas

salas do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola, com um total de 58 alunos

participantes. O desempenho dos alunos foi avaliado e considerado para a determinação

das suas notas para o trimestre letivo de 2011.

3.3.1. Grupo de Atividades GA1 - Visitas orientadas a monumentos

históricos de Ouro Preto e região e ao Museu das Reduções de Amarantina.

Deste grupo de atividades constam quatro visitas orientadas. No dia

12/04/2011, visitamos dois monumentos históricos de Ouro Preto - MG: a Igreja São

Francisco de Assis e a Casa dos Contos. No dia 27/04/2011 visitamos a Igreja de São

Francisco de Assis na Pampulha, em Belo Horizonte- MG e o Museu das Reduções em

Amarantina, distrito de Ouro Preto- MG. Mais detalhes são observados no quadro a

seguir:

Page 65: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

65

GRUPO

DE

ATIVIDA

DES

ORIGEM TEMAS

MATEMÁTICO

S

ABORDADOS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

RELATIVOS AOS TEMAS

MATEMÁTICOS

OUTROS OBJETIVOS

PRETENDIDOS

ALGUNS

PRINCÍPIOS

MAIS

ATENDIDOS

PARA A

FACILITAÇÃO

DA A.S.C.

GA1:

Visitas

Orientadas

Projeto

multi/Interdiscip

linar com

propostas de

atividades

criadas e

elaboradas pelo

pesquisador e

colegas

relatadas no

“Manual de

Trabalho

Interdisciplinar”

-Figuras

Geométricas

Planas

- Retas Paralelas e

concorrentes

- Medidas

Lineares

- Ampliação e

Redução de

figuras

- Escala

- Noções de

Simetria

- Reconhecer e representar

formas geométricas planas dos

locais visitados

- Abstrair conceitos de

paralelismo e concorrência de

retas a partir da observação das

representações (fotos, desenhos)

dos monumentos visitados.

- Estimar algumas dimensões dos

monumentos

- Efetuar medidas lineares,

utilizando instrumentos de

medição.

- Utilizar as representações dos

monumentos e pessoas (fotos,

desenhos) para verificar

estimativas.

- Perceber aspectos de

proporcionalidade presente na

comparação entre os monumentos

em tamanho real e suas

representações nas fotos e nos

desenhos.

- Construir e utilizar o conceito

de escala.

- Perceber através da observação,

aspectos de simetria presentes na

arquitetura dos monumentos.

- Ampliar o significado dos

conceitos matemáticos

promovendo atividades que

possam estabelecer conexões

com outras áreas de

conhecimento.

- Retratar e discutir, através da

atividade proposta, situações do

cotidiano dos alunos e de seu

entorno no sentido de

contextualizar conceitos

matemáticos que serão

trabalhados em sala de aula

-Permitir ao educando conhecer

e valorizar sua própria história

através de conhecer a história

de sua comunidade, de seus

elementos culturais e sociais.

- Propiciar ao educando

momentos de um olhar mais

focado e crítico de sua realidade

Incentivar os alunos a fazer

perguntas e elaborar questões

estimulando o querer saber mais

e, em consequência, a

pesquisar.

P1

P2

P3

P4

P5

P6

P9

P10

Quadro 3 - Grupo de Atividades GA1

Procedimentos

Cada um dos alunos recebeu um texto de 12 páginas denominado “Manual de

Trabalho Interdisciplinar (MTI)” (Apêndice 2), esclarecendo sobre as atividades a

serem desenvolvidas, a participação das diferentes áreas e a importância do trabalho no

que diz respeito à valorização do patrimônio arquitetônico e cultural da região. Os

alunos foram orientados sobre todas as etapas planejadas para compor o trabalho, a

saber:

1ª – Visita Orientada à Capela da Ordem 3ª de São Francisco de Assis, Ouro Preto, MG

2ª – Visita Orientada à Casa dos Contos – Ouro Preto – MG

3ª –Visita Orientada à Igreja de São Francisco de Assis, Pampulha, Belo Horizonte/MG

4ª – Visita Orientada ao Museu das Reduções – Amarantina – Ouro Preto/MG

5ª – Registro fotográfico dos monumentos visitados.

Page 66: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

66

6ª – Trabalho de pesquisa, exercícios e releitura dos monumentos visitados envolvendo

conteúdos matemáticos estudados: escala, proporção, figuras geométricas...

7ª – Trabalho de pesquisa, exercícios e releitura dos monumentos visitados tendo como

base a educação e a valorização patrimonial.

8ª – Trabalho de pesquisa, exercícios de Cartografia, escala e localização geográfica

tendo como referência os monumentos visitados.

As 1ª, 2ª, 3ª, 4ª e 5ª etapas referem-se às visitas realizadas. Na visita orientada à

Capela da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, através das explicações do

professor de História, os alunos puderam conhecer o contexto histórico do Monumento,

a história dos artistas que participaram da construção bem como puderam observar

detalhes da sua arquitetura e pinturas internas. Na visita à Casa dos Contos foi possível

conhecer a história, tanto no que diz respeito ao prédio em si, como aos seus diferentes

usos ao longo da história. Na visita à Igreja de São Francisco de Assis no bairro

Pampulha em Belo Horizonte (MG), foi possível ver a arquitetura de Oscar Niemeyer e

obras de Candido Portinari. Na visita ao Museu das Reduções em Amarantina distrito

da cidade de Ouro Preto (MG), os alunos puderam ver réplicas de 29 monumentos

históricos do Brasil e conhecer a história da criação do museu e da construção das

réplicas10

.

As 6ª, 7ª e 8ª etapas referem-se aos trabalhos realizados em sala de aula, com

base nas visitas. Cada uma delas ficaria sob a coordenação dos professores das

disciplinas Matemática, História e Geografia respectivamente, muito embora estivessem

10 A obra dos quatro irmãos Vilhena com a duração de mais de 20 anos de trabalho, iniciou-se após a

aposentadoria dos irmãos. Ao Décio coube fazer desenhos dos monumentos e os trabalhos em madeira,

cerca de 520 portas e janelas, caixilhos de 1 mm de espessura formando desenhos e as belas treliças de

Parati e Fazenda Resgate, o Farol da Barra, as grades da Varanda do Pátio da Casa dos Contos, as portas e

janelas com almofadas, etc. À Sylvia ficou por conta das esculturas em pedra sabão, as colunas, os

relevos, enfim, todo o trabalho em pedra. A Evangelina foi quem fotografou os monumentos e coordenou

os trabalhos da eficiente equipe de jovens que muito coopera para a realização e continuidade do projeto.

Dirige a Escola de Artesanato juntamente com a Daise. Participaram também dos projetos, na parte de

pintura, Paulo Versiani, Yeda Wanderley e Jorge Prata. Disponível no site

http://www.projetoreducao.com.br/artesaos.html, acessado em dezembro de 2011.

Page 67: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

67

revistas atividades efetivamente interdisciplinares, relacionando as diferentes áreas. Para

cumprir os objetivos da 6ª etapa foram desenvolvidas as atividades em sala, que estão

descritas mais adiante, neste capítulo. Os objetivos propostos para a 7ª etapa foram

trabalhados nas aulas de História. A realização da 8ª etapa ficou prejudicada pelo

desligamento da professora de Geografia da Escola. Estava previsto inicialmente que a

professora se desligaria após a realização das atividades. No entanto ela demonstrou

desinteresse em dar continuidade ao projeto e não o fez. Apesar da possibilidade de

desenvolvimento da atividade nas próprias aulas de matemática, optamos por não

realizar devido ao tempo reduzido que tínhamos para cumprir a proposta de trabalho e

os conteúdos programados para o semestre letivo no planejamento da escola.

A proposta inicial contemplaria um projeto interdisciplinar envolvendo as três

áreas de conhecimento, como mencionamos no procedimento adotado para o GA1 neste

capítulo. No entanto, como dissemos, alguns fatos impediram a realização de um

trabalho conjunto com as áreas de História e Geografia. Para nós, entretanto, ficou

evidente o potencial que um projeto dessa ordem pode representar em futuros projetos

educacionais.

Uma parte do Manual foi dedicada às orientações básicas aos alunos para uma

observação mais atenta aos locais visitados no que diz respeito aos objetivos

pretendidos para a Matemática (Apêndice 2, p. 6-12). Orientamos os alunos para

anotarem, em todas as visitas, as informações recebidas, os dados quantitativos que

conseguiram a partir de medidas feitas nos monumentos visitados e a fotografarem os

locais permitidos. Esclarecemos que todo esse material seria utilizado nas atividades em

sala de aula estabelecendo as conexões possíveis com os conteúdos a serem estudados

no semestre.

Nas semanas posteriores às visitas, em sala de aula, fizemos um levantamento

de todo o material coletado e das fotografias dos monumentos: Igreja de São Francisco

de Assis e Casa dos Contos, em Ouro Preto e igreja de São Francisco na Pampulha, em

Belo Horizonte. Pedimos aos alunos que desenhassem as figuras geométricas que

conseguissem visualizar nas fotos que estampamos no Manual. Nele constava uma

transparência (utilizada para retroprojetor) sobreposta às fotos dos monumentos

visitados. Com canetas de diversas cores, deveriam traçar todas as figuras que

conseguissem visualizar, podendo desenhar linhas imaginárias para completar a

composição da imagem encontrada. Os dados organizados nessa atividade e a geometria

explorada a partir das fotos do manual foram utilizados em outras atividades que serão

Page 68: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

68

descritas a seguir. Importante destacar que, paralelamente às visitas e à essa atividade

GA1, também foi feito um trabalho com o livro texto, enfocando a proporcionalidade.

Na conclusão dessa etapa do trabalho, como já programado, pedimos aos

alunos que elaborassem um relatório expressando suas opiniões sobre as visitas

realizadas e o que haviam aprendido com o projeto até o momento. Eis, a seguir, o

roteiro sugerido para a elaboração do relatório:

1. Relate resumidamente o que foi possível observar nas visitas feitas.

2. Em cada uma delas o que despertou interesse em vocês? Por que?

3. Como a matemática se apresenta nos monumentos visitados? Explique

4. Que perguntas você têm a fazer sobre o que viram nas visitas? Têm

curiosidade de saber mais sobre algo relacionado ao que visitaram?

5. Conclua dizendo o que esse projeto representou para vocês.

Combinamos com os alunos que esse relatório seria feito em trio de alunos, pois

julgamos que, quando reunidos, as diferentes visões, anotações, fotos e, ainda, fatos de

memória poderiam vir à tona nas discussões e tornar o relatório mais rico em seus

detalhes.

3.2.2. Grupo de Atividades: GA2

Essa atividade foi realizada nos dias 09 e 10 de maio de 2011. Teve como foco

principal trabalhar o conceito de proporcionalidade.

GRUPO

DE

ATIVIDA

DES

ORIGEM TEMAS

MATEMÁTICOS

ABORDADOS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

RELATIVOS AOS TEMAS

MATEMÁTICOS

OUTROS OBJETIVOS

PRETENDIDOS

ALGUNS

PRINCÍPIOS

PARA A

FACILITAÇÃO

DA AP. SIG.CR.

(ASC) MAIS

ATENDIDOS

GA2 Criadas e

elaboradas

pelo

pesquisador

Medidas lineares

Proporcionalidade

Escala

-Estabelecer relações entre

objetos reais e suas

representações

-Utilizar as relações entre

medidas de objetos e de suas

representações para trabalhar o

conceito de proporcionalidade

-Usar a proporcionalidade para

estimar medidas inacessíveis

- Entender o significado da

escala em representações de

objetos.

-Determinar escalas de

representações de objetos

-Identificar e buscar as

informações necessárias

para encontrar respostas a

situações-problema.

-Discutir e analisar

criticamente os resultados

obtidos.

-Incentivar o trabalho

colaborativo e a troca de

conhecimentos

-Ir além do livro texto,

trazendo para a sala de aula

as situações vivenciadas

extra-classe.

P1

P2

P4

P5

P7

P9

P10

Quadro 4- Grupo de Atividades GA2

Page 69: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

69

O seguinte roteiro elaborado para facilitar a realização das atividades propostas:

1. Na igreja de São Francisco de Ouro Preto foi solicitado a vocês que tirassem

algumas medidas. Quais foram elas?

2. O que foi possível e o que não foi possível medir? É possível estimar os valores

daquelas que não foi possível medir? De que forma?

3. Considerem a altura da aluna”X” e com base nas fotos tiradas estimem a altura

da porta da Igreja.

4. Considerem a altura do aluno”Y” e com base nas fotos tiradas estimem a altura

da torre da igreja.

5. Vocês tem algumas outras formas de representação da igreja de São Francisco

de Ouro Preto: a foto do roteiro do relatório, as fotos que tiraram, a maquete do

Museu das Reduções ou outras que tenham encontrado. Existem relações entre

as medidas nestas diferentes representações? Essas relações permanecem

constantes quando comparamos medidas de diferentes partes da igreja nas

mesmas representações? Como podemos explicar isso?

6. Considerando a escala indicada na maquete do museu das reduções para a Igreja

de São Francisco e as medidas que vocês têm dessa foto estimem as medidas

reais da igreja.

7. Comparem os resultados com as estimativas feitas anteriormente. Procurem

explicar semelhanças e diferenças encontradas.

8. É possível dizer em que escala está a foto do roteiro de relatório? Como pode ser

representada essa escala?

9. Faça o mesmo para uma foto tirada por cada um de vocês.

Procedimentos

Antes de descrever os procedimentos específicos desta atividade, é importante

caracterizar o contexto em que ocorreu. Foi aplicada após um trabalho com o conceito

de proporcionalidade, desenvolvido a partir de vídeos e do uso do livro texto, realizado

nos dias 18, 19 e 20 de abril (após a primeira visita) e no dia 09 de maio (após a 2ª

visita). Para trabalhar proporcionalidade foram usados vídeos que tratam o tema, bem

como o livro texto. Escolhemos vídeos disponíveis no Youtube, que também enfocam a

razão áurea, uma vez que este tema aparece no livro texto e também por possibilitar a

relação e contextualização do conteúdo de radicais, estudado anteriormente. Com base

Page 70: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

70

no livro texto e uso de papel quadriculado trabalhamos ampliação e redução de figuras e

o conceito teórico de segmentos proporcionais. Embora o conceito tenha sido explorado

basicamente através de atividades propostas no livro texto, procuramos fazer algumas

relações com as visitas realizadas aos monumentos e ao museu das reduções. Nessas

visitas os alunos puderam observar monumentos e algumas de suas representações

reduzidas tendo, em um contexto extra-classe, uma boa noção de proporcionalidade.

No momento da realização da atividade outras exigências relativas ao

encerramento de uma etapa do período letivo se faziam presentes, de modo que não

pudemos despender o tempo que julgávamos necessário para que os alunos

trabalhassem com calma em todos os itens indicados no roteiro. Decidimos então

realizar as atividades mais dirigidas pelo professor, com a participação dos alunos.

Colocamos como meta principal a obtenção de medidas inacessíveis e a obtenção da

escala da foto da Igreja de São Francisco de Ouro Preto. O material utilizado para o

desenvolvimento da atividade foi o Manual com a foto da igreja, as anotações das

medidas realizadas durante a visita, bem como algumas fotos em que os alunos estavam

em frente aos monumentos e que seriam utilizadas posteriormente para os próximos

estudos. Os questionamentos colocados no item 5 foram abordados em uma discussão

conjunta com a classe, conduzida pelo professor por uma questão do tempo que

tínhamos para o desenvolvimento da proposta. Também por questão de tempo e por

julgarmos que não comprometeria o restante do trabalho, optamos por não desenvolver

as atividades propostas nos itens 6, 7 e 9 do roteiro, dando mais atenção à atividade 8 do

roteiro.

3.2.3. Grupo de Atividades: GA3

Esta atividade foi realizada nos dia 24 de maio de 2011 nas duas turmas com

58 participantes. Teve como objetivo principal trabalhar o Teorema de Tales utilizando

representações esquemáticas de situações práticas hipotéticas, nas quais é possível

aplicar o teorema de Tales.

Page 71: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

71

GRUPO

DE

ATIVIDA

DES

ORIGEM TEMAS

MATEMÁTICOS

ABORDADOS

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

RELATIVOS AOS

TEMAS

MATEMÁTICOS

OUTROS

OBJETIVOS

PRETENDIDOS

ALGUNS

PRINCÍPIOS

PARA A

FACILITAÇÃO

DA AP. SIG.CR.

(ASC) MAIS

ATENDIDOS

GA3 Banco de dados

disponibilizado

pelo material

adotado pela

escola.

Teorema de

Tales

Conseqüências

do Teorema de

Tales.

-Resolver problemas

aplicando a noção de

proporcionalidade entre

segmentos de reta.

-Identificar e aplicar o

Teorema de Tales e

suas conseqüências na

resolução de problemas

contextualizados.

-Aplicar o Teorema de

Tales em triângulos.

-Incentivar o trabalho

colaborativo e a troca

de conhecimentos.

-Constituir-se em um

caminho de raciocínio

e organização do

pensamente entre

atividades puramente

matemáticas e

atividades em que se

aplica a Matemática

em contextos da

realidade.

P1

P2

P3

P5

P7

P8

P9

P10

Quadro 5- Grupo de Atividades GA3

Roteiro para a realização das atividades:

1) Na construção civil (ou em qualquer atividade econômica), devemos fazer um uso

racional de recursos. Faz-se Necessário, em certos casos, efetuar medições que, por

sua vez, geram custos. Podemos usar segmentos proporcionais para diminuir esses

custos. A crise energética tem levado as médias e grandes empresas a buscarem

alternativas na geração de energia elétrica para a manutenção do maquinário. Uma

alternativa encontrada por uma fábrica foi a de construir uma pequena hidrelétrica,

aproveitando a correnteza de um rio que passa próximo às suas instalações.

Analisando a figura e admitindo que as linhas

retas r, s e t sejam paralelas, marque a alternativa

que apresenta o valor correto da medida

da barragem.

A) 33 m

B) 38 m

C) 40 m

D) 48 m

2) O circuito triangular de uma corrida está esquematizado na figura a seguir:

56 m

24 m

30 m

Rio

Barragem

r

s

t

Rua TS = 3 km

Av. SR = 3,8 km Rua PQ =2km

Page 72: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

72

As ruas TP e SQ são paralelas. Partindo de T, cada corredor deve percorrer o circuito

passando, sucessivamente, por S, R, Q, P. Calcule o valor aproximado do trecho do

circuito.

3) Em uma determinada cidade, as avenidas são sempre paralelas e as ruas

transversais, conforme a figura.

Determine o comprimento do trecho da Rua 2, entre a Avenida 2 e a Avenida 3.

4) Luís, engenheiro responsável pelo loteamento de certo bairro, queria completar o

mapa de loteamento colocando as medidas de frente dos lotes 1 e 3, respectivamente,

para a Rua Feliz e a Rua Primavera. Sabendo que os lados dos lotes são paralelos, sua

resposta foi a representada a seguir:

Podemos afirmar, corretamente, que Luís:

a) Errou os cálculos das medidas dos dois lotes.

b) Acertou o cálculo da medida do lote 3, mas errou o cálculo da medida do lote 1.

c) Acertou os cálculos das medidas dos dois lotes.

d) Acertou o cálculo da medida do lote 1, mas errou o cálculo da medida do lote 3, que

deveria ser de 40 m.

Avenida 1

Rua 1

Avenida 3

Avenida 2

Rua 2

6 km

8 km 10 km Praça dos

Trapézios

Page 73: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

73

Procedimentos

Essa atividade foi desenvolvida após o trabalho com o Teorema de Tales, com

utilização do livro texto. O Teorema de Tales é apresentado no livro didático

primeiramente explorando o conceito de retas paralelas cortadas por retas transversais,

com algumas atividades em que o aluno deveria experimentar traçando retas paralelas

com esquadro e régua graduada, em seguida o aluno concluiria que se um feixe de retas

paralelas determinaria segmentos congruentes sobre uma transversal, então esse feixe

determinará segmentos congruentes sobre qualquer outra transversal. Foram propostas

atividades que deveriam estimular o aluno a construir pequenos textos sobre o assunto.

A atividade foi construída com o objetivo principal de constituir-se em um

caminho de raciocínio e organização do pensamento entre atividades puramente

matemáticas e atividades em que se aplica a Matemática em contextos da realidade,

enfocando especificamente aplicações do Teorema de Tales. Percebemos a necessidade

de elaboração dessa atividade ao tentarmos desenvolver, com uma das turmas, o grupo

de atividades GA4 (descrito em sequência no item 3.2.4) em que se buscava aplicar o

Teorema de Tales utilizando a foto da Igreja de São Francisco de Ouro Preto.

Pelas dificuldades dos alunos, percebemos que havia uma lacuna entre

exercícios em que as figuras apresentadas evidenciavam a utilização imediata do

Teorema (comuns nos livros didáticos) e a necessidade de construção pelos alunos de

representações esquemáticas com base em retas paralelas e transversais destacadas na

foto, necessárias para os questionamentos específicos apresentados. Buscamos no banco

de dados do material didático utilizado pela escola, questões envolvendo o Teorema de

Tales aplicado em situações externas à Matemática, mesmo que hipotéticas.

Entendemos que seriam estas atividades intermediárias interessantes para diminuir as

dificuldades dos alunos ao desenvolver o proposto no grupo de atividades GA4.

Pelo fato de não ter sido planejada inicialmente e na tentativa de corrigir uma

falha identificada, a atividade foi realizada em duas situações distintas: na turma 2 foi

aplicada após a atividade GA4, e na turma 1 antes da atividade GA4. Optamos por

aplicar também na turma 2, que já tinha realizado a atividade GA4, pois julgamos que

poderia contribuir para a melhor compreensão dos conceitos teóricos envolvidos e

também poderia facilitar as futuras atividades que envolvessem competências de

mesma natureza.

Page 74: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

74

3.2.4. Grupo de Atividades: GA4

Esse grupo de atividades realizado pelos alunos em pequenos grupos de 3

participantes nos dias: 20 de maio de 2011 para a turma 1 e 27de maio de 2011 para a

turma 2. Teve como objetivo principal a aplicação do Teorema de Tales em contextos

externos à Matemática, obtidos a partir das visitas.

GRUPO

DE

ATIVIDA

DES

ORIGEM TEMAS

MATEMÁTICOS

ABORDADOS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

RELATIVOS AOS TEMAS

MATEMÁTICOS

OUTROS OBJETIVOS

PRETENDIDOS

ALGUNS

PRINCÍPIOS

PARA A

FACILITAÇÃO

DA AP.

SIG.CR.

(ASC) MAIS

ATENDIDOS

GA4 Criadas e

elaboradas

pelo

pesquisador

- Medidas de

segmentos de retas

- Proporcionalidade

- Teorema de Tales

- Aplicação do

Teorema de Tales

- Verificar a capacidade de

montar uma representação

(equacionar) a partir de um

enunciado.

-Resolver situações matemáticas

vivenciadas na prática, em que o

contexto exija a elaboração de

esquemas, onde o aluno possa

visualizar e imaginar retas

paralelas e retas transversais na

aplicação do Teorema de Tales.

-Ir além do livro texto,

trazendo para a sala de

aula as situações

vivenciadas extra-classe.

-Trocar informações com

os colegas, buscando a

melhor estratégia na

resolução da atividade.

- Discutir e analisar

criticamente os

resultados.

P1

P2

P3

P4

P7

P9

P10

Quadro 6- Grupo de Atividades GA4

Roteiro para a realização das atividades:

Page 75: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

75

Na foto da Capela da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, da cidade de Ouro

Preto, assinalamos as retas 1r ,

2r , 3r ,....., 8r e os pontos A, B, C, D, E, F e G. Vamos

considerar 1r ,

2r , 3r paralelas, 76,5,4 ,rrrr paralelas.

1) Medindo os segmentos na foto, determine: AB, BC, DE e EF.. Que relações é

possível estabelecer entre as medidas dos segmentos indicados? Faça uma

representação esquemática das retas utilizadas, indicando os pontos e as medidas

obtidas.

2) Sabe-se que a altura das aberturas das janelas das torres é 243 cm , a distância

entre o centro do medalhão frontal até a base da cruz da torre é 442cm e a parte

inclinada do telhado, indicada pelo segmento EF na foto, é 455cm.

a) com apenas estes dados é possível estimar a medida do segmento

EG assinalado na figura? Como?

b) Faça um desenho indicando as retas, pontos e cálculos utilizados.

c) Considerando a escala da foto e medindo o segmento EG na foto, o valor

calculado no item b se confirma?

Procedimentos

Pelos motivos indicados nos procedimentos do grupo anterior de atividades,

esta atividade foi desenvolvida em duas situações diferentes: antes de GA3 na turma 2 e

depois de GA3 na turma 1. Os alunos da turma 2, que não haviam realizado as

atividades intermediárias, tiveram dificuldade em fazer as representações ou esquemas

envolvendo as retas paralelas e transversais, necessários para obtenção das respostas aos

questionamentos colocados, embora as retas estivessem destacadas na foto. Interessante

observar que tinham conseguido anteriormente resolver os exercícios propostos no livro

texto sobre o Teorema de Tales. A dificuldade foi mesmo em fazer as representações.

Os alunos da turma 1, que haviam realizado as atividades intermediárias, fizeram os

esquemas necessários com um pouco mais de facilidade e melhores resultados. No

entanto, ainda pudemos perceber certa dificuldade dos alunos em trabalhar com

situações em que eles próprios tinham que elaborar estratégias para melhor identificação

do processo a ser utilizado. Acreditamos que o fato dos alunos estarem acostumados a

resolver tarefas do livro didático, que exigem somente a aplicação imediata dos

conteúdos trabalhados apresentados com esquemas prontos, de resolução quase que

imediata, tenha sido uma das causas das dificuldades encontradas.

No Capítulo 4 desta dissertação apresentamos nossa interpretação sobre a

possibilidade de contextualização e aprendizagem significativa do Teorema de Tales,

por meio dessa atividade, bem como o atendimento aos objetivos propostos.

Page 76: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

76

3.2.5. Grupo de Atividades: GA5

Esse grupo de atividades realizado pelos alunos em pequenos grupos de 3

participantes no dia 31de maio de 2011.Teve como objetivo principal trabalhar o

Teorema de Tales aplicado no triângulo.

GRUPO

DE

ATIVIDA

DES

ORIGEM TEMAS

MATEMÁTICOS

ABORDADOS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

RELATIVOS AOS TEMAS

MATEMÁTICOS

OUTROS OBJETIVOS

PRETENDIDOS

ALGUNS

PRINCÍPIOS

PARA A

FACILITAÇÃO

DA AP. SIG.CR.

(ASC) MAIS

ATENDIDOS

GA5 Criadas e

elaboradas pelo

pesquisador

-Teorema de Tales

-Conseqüências do

Teorema de Tales.

- Aplicar o Teorema de e a suas

conseqüências

-Aplicar o Teorema de Tales nos

triângulos.

-Resolver situações matemáticas

vivenciadas na prática, em que o

contexto exija a elaboração de

esquemas, onde o aluno possa

visualizar e imaginar retas

paralelas e retas transversais na

aplicação do Teorema de Tales no

triângulo.

-Construir a partir da prática

um conceito teórico do tema

estudado.

-Incentivar o trabalho

colaborativo e a troca de

conhecimentos

- Ir além do livro

texto, trazendo para a sala de

aula as situações vivenciadas

extraclasse.

-Diagnosticar indícios

Aprendizagem Significativa.

P1

P2

P3

P5

P7

P8

P9

P10

P11

Quadro 7- Grupo de Atividades GA5

Roteiro para a realização das atividades:

A figura anterior é uma representação de alguns elementos da fachada da Igreja da

Pampulha. Tendo essa figura como base e considerando que:

a) a frente da igreja mede 15,64 m (isto é: BF = 15,64 m)

b) a largura de cada retângulo das esquadrias da frente da igreja é 2,18 m

(isto é CD =2,18 m)

c) a altura de cada retângulo das esquadrias da frente da igreja é 2,88 m

(isto é EH = 2,88 m)

Page 77: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

77

d) BG = 3,8 m

e) GI = 9,16 m

Estime a altura da igreja

Procedimentos

Esta atividade foi pensada para introduzir um novo conteúdo, que é uma

consequência do Teorema de Tales: aplicação de Tales no triângulo. Entendemos que a

determinação da altura da Igreja seria um desafio para os alunos, pois seria necessária a

interpretação do esquema e a utilização do teorema em um triângulo, assunto ainda não

trabalhado teoricamente. Ao mesmo tempo, sendo uma consequência do Teorema de

Tales, poderia nos dar indicações sobre a aprendizagem do Teorema ter acontecido de

forma significativa ou não.

Os alunos das duas turmas não tiveram nenhuma dificuldade em resolver o que

se pedia. Isso ficou evidente pelos diálogos dos participantes dos grupos e pelas

estratégias utilizadas. Com facilidade identificaram que o Teorema de Tales poderia ser

aplicado traçando uma reta imaginária, paralela ao segmento BF, passando pelo ponto I

e outra reta passando pelos pontos E e I. A visualização das paralelas e das transversais

foi muito fácil para eles. Em momento nenhum, no decorrer da aplicação da atividade,

interferimos no intuito de facilitar essa visualização. Observamos uma participação mais

efetiva e empenho dos alunos na busca da solução do problema.

Após a realização da atividade formalizamos os conceitos trabalhando a

aplicação do Teorema de Tales no triângulo, utilizando o livro texto. Os alunos

perceberam que basta que a reta que corta os lados do triângulo seja paralela ao outro

lado para que o Teorema de Tales possa ser aplicado. A terceira reta paralela fica

subentendida ou imaginada, como ficou no caso da reta passando por I na representação

da Igreja da Pampulha.

Dando sequencia ao planejamento do semestre, foi trabalhado o teorema da

bissetriz interna do triângulo, utilizando o livro texto.

Page 78: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

78

3.2.6. Grupo de Atividade: GA6

Estas atividades foram aplicadas no dia 09/06/2011, nas duas turmas, com 58

alunos participantes. O objetivo principal foi de avaliar o trabalho desenvolvido, tanto

no que diz respeito à aprendizagem dos conceitos matemáticos, como à pesquisa

propriamente dita, no que se refere à aprendizagem significativa e crítica.

GRUPO

DE

ATIVIDA

DES

ORIGEM TEMAS

MATEMÁTICOS

ABORDADOS

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

RELATIVOS AOS TEMAS

MATEMÁTICOS

OUTROS OBJETIVOS

PRETENDIDOS

ALGUNS

PRINCÍPIOS

MAIS

ATENDIDOS

PARA A

FACILITAÇÃO

DA A.S.C.

GA6:

Avaliação

Conjunto

elaborado

pelo

pesquisador,

com consulta

à bibliografia

pertinente e

adaptações de

algumas

questões.

-Figuras

Geométricas Planas

- Retas Paralelas e

concorrentes

- Medidas Lineares

- Ampliação e

Redução de figuras

- Escala

- Teorema de Tales

- Consequêcias do

Teorema de Tales:

(Teorema de Tales

nos triângulos e

Teorema da

bissetriz interna.)

-Resolver problemas aplicando a noção

de proporcionalidade entre segmentos

de reta.

-Aplicar o conceito de

proporcionalidade em um contexto

diferente dos estudados em sala de aula.

-Reconhecer a escala como uma razão

entre as medidas de dois segmentos e

medidas de duas representações

(maquete de prédio, casas, etc).

-Calcular distâncias em mapas a partir

da escala e vice-versa.

-Calcular medidas em tamanho real a

partir da escala.

-Aplicar o Teorema de Tales na

resolução de exercícios puramente

matemáticos.

-Aplicar o Teorema de Tales na

resolução de problemas em que há

necessidade de elaborar esquemas

separando e identificando as retas

paralelas e transversais.

-Aplicar o Teorema da bissetriz interna

nos triângulos, como conseqüências do

Teorema de Tales.

-Identificar e aplicar o Teorema de

Tales na resolução de problemas

contextualizados

-Verificar a capacidade de montar uma

representação (equacionar) a partir de

um enunciado, necessitando de um

conhecimento mais elaborado de

matemática para resolução de sistemas.

-Resolver problemas aplicando a noção

de proporcionalidade entre segmentos

de reta, em situações envolvendo

triângulos semelhantes.

-Avaliar a capacidade de

usar o conhecimento

matemático em situações

diferentes das abordadas

em sala de aula, nas quais

o aluno seja desafiado.

-Utilizar as ferramentas

matemáticas para analisar

situações de seu entorno

real e propor questões e

encontrar soluções.

-Construir a partir da

prática um conceito

teórico do tema estudado.

-Ir além do livro texto,

trazendo para a sala de

aula situações

semelhantes às

vivenciadas extraclasse.

-Diagnosticar a partir das

atividades elaboradas,

indícios de Aprendizagem

Significativa.

P1

P2

P3

P4

P5

P6

P9

P10

Quadro 8- Grupo de Atividades GA6

Page 79: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

79

Roteiro para a realização das atividades:

1) Observe a figura. Nesta figura AB = 2x - 3 e BC = 4x - 5

a) Qual é o valor de x ?

b) Qual é a medida de AC ?

2) Observe a figura. Nesta figura as retas r, s, t e u são paralelas

Calcule o valor da soma x + y + z + w.

3) Observe a figura:

Nesta figura AB é bissetriz do ângulo CBM. Determine a medida do segmento AC.

4) Observe a representação geométrica de um terreno EFGH (vista de cima), no qual

as medidas indicadas então em metros.

B

A

C

M

6 12 - x

x

9

u

t s r

E

D

C B

A

10

4

y

6

3 2

x

3

4 u

t

s

r

w

z

Page 80: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

80

Calcule o perímetro do terreno (representado pelo trapézio EFGH), em m.

5) Este mapa mostra quatro estradas paralelas que são cortadas por três vias

transversais. Algumas das distâncias entre os cruzamentos dessas vias e estradas estão

indicadas no mapa (em km), mas as outras precisam ser calculadas. Complete o mapa

com as distâncias que faltam.

6) O perímetro de um triângulo ABC é 100 m. A bissetriz interna do ângulo A divide o

lado oposto BC em dois segmentos de 16 m e 24 m. Determine os lados desse

triângulo.

7) A distância real entre duas cidades brasileiras é de 3x102 km. Determine a distância

aproximada em um mapa cuja escala é “ 1 : 45 000 000 ”.

8) Esta maquete tem 90cm de altura e é semelhante ao edifício, que tem 60m de altura.

a) Em que escala foi construída a maquete?

Page 81: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

81

b) Qual é a altura de uma porta do prédio se, na maquete, ela mede 3 cm?

c) Invente mais uma questão baseando-se nos dados deste problema e apresente a

solução

9) Orlando e Vera fizeram uma experiência: cravaram no solo duas estacas verticais;

depois mediram os comprimentos das estacas e suas sombras.

a) Os comprimentos das sombras são proporcionais aos das estacas? Dica: calcule as

razões entre comprimentos de cada estaca e o de sua sombra. As razões devem ser

iguais, mas, quando lidamos com medidas reais, basta que sejam aproximadamente

iguais. Pequenas diferenças não devem ser consideradas.

b) Entusiasmado com o que descobriram, Orlando e Vera decidiram calcular a altura

de um poste de iluminação. Veja o que anotaram:

Altura Sombra

Estaca 82 cm 118 cm

Poste x 13,5m

Qual é a altura aproximada do poste?

10) Um dos matemáticos gregos da antiguidade clássica foi Tales, que viveu de 640 a

550 a.C. Ele era de Mileto, uma região outrora rica da Grécia.Consta que foi bom

comerciante e que, após enriquecer, pôde se retirar dos negócios e dedicar-se aos

estudos, especialmente à matemática.Assim, embora só tardiamente tenha se dedicado

aos estudos, Tales foi reconhecido, ainda em vida, como o “pai da astronomia,da

geometria e da aritmética”, e considerado o primeiro dos sete sábios da Grécia. Um

fato histórico pelo qual ele é sempre lembrado é o de ter calculado a medida da altura

da pirâmide de Quéops através da semelhança de dois triângulos.

Page 82: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

82

Consta que, no plano onde se assenta a pirâmide, Tales fez fincar uma estaca na

posição vertical e observou simultaneamente a sombra da estaca projetada pela luz do

Sol e a sombra da pirâmide.

Considerando o esquema acima para a pirâmide e estaca e admitindo que d’= 3m

h’= 1,5 m, d = 300m, calcule o valor aproximado da altura da pirâmide.

Procedimento

A avaliação foi aplicada individualmente, pois julgamos que esse seria o

momento de verificar se todas as estratégias adotadas anteriormente, tais como, as

visitas, os relatórios, as discussões dos alunos e os trabalhos em grupos, foram de

alguma maneira facilitadores da aprendizagem do tema em questão. As atividades eram

semelhantes as que foram aplicadas nos grupos com alguns diferencias. Nestas, o aluno

deveria utilizar as ferramentas matemáticas para analisar e resolver situações

semelhantes àquelas propostas e vivenciadas por eles. Procuramos avaliar também a

capacidade do aluno de usar o conhecimento matemático em situações diferentes das

abordadas em sala de aula, nas quais se sentisse desafiado com atividades que fossem

além do que o livro didático propunha. Ao final da atividade, os alunos responderam a

um questionário com a finalidade de expressarem suas opiniões sobre a avaliação

realizada.

No Capítulo 4, a seguir, apresentaremos os resultados da realização dos grupos

de atividades, no que diz respeito ao nível de atendimento aos objetivos propostos.

Page 83: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

83

CAPÍTULO 4

ATIVIDADES, OBJETIVOS E RESULTADOS

Após a apresentação dos grupos de atividades (GAs) no Capítulo 3, com seus

respectivos quadros demonstrando a origem das atividades, os temas matemáticos a

serem estudados, seus objetivos e desenvolvimento, retomamos nesse momento cada

um dos grupos, ressaltando seus objetivos e esclarecendo “como”, “quando” e “onde”

se manifestaram e quais resultados, embora em curto prazo, produziram nos alunos para

uma aprendizagem significativa e crítica da Matemática. Para garantir a validade

científica de nossos depoimentos declarados nos itens a seguir, nos fundamentamos,

mais uma vez, nos conceitos e princípios que regem a Teoria da Aprendizagem

Significativa e a Teoria da Aprendizagem Significativa Crítica, segundo o exposto no

Capítulo 2 desta dissertação.

4.1. Os Grupos de Atividades e o atendimento dos objetivos propostos

Retomando o objetivo de nossa investigação, pretendemos entre diversas outras

tarefas, criar e testar atividades que propiciassem ao aluno estudar e aprender

Matemática de forma significativa e crítica. A literatura pesquisada, particularmente em

Moreira (1997, 2011), nos alertava que, para planejar situações de aprendizagem

consistentemente com a teoria de Ausubel, a primeira tarefa é a identificação dos

conceitos básicos da matéria de ensino e de como eles estão estruturados. Depois de

selecionados os assuntos básicos, “cabe determinar a maneira e a sequencia em que este

estudo se dará”. Ausubel propõe dois princípios que podem nortear este trabalho:

diferenciação progressiva e reconciliação integrativa (Moreira, 2011, p. 4-5). Faria

(1989), nos coloca a par desses conceitos como destacamos a seguir:

Diferenciação Progressiva: para Ausubel, as idéias e os conceitos

devem ser preferencialmente trabalhados em uma ordem crescente de

especificidade, dos mais gerais, para os mais específicos.

Reconciliação Integrativa: consiste, basicamente, no delineamento

explícito das relações entre idéias, de assinalar semelhanças e

diferenças relevantes entre as mesmas, e de reconciliar inconsistências

reais ou aparentes. No trabalho pedagógico a reconciliação integrativa

deve acontecer em dois contextos: na preparação do material

instrucional, e no relacionamento das idéias nele contidas com a

estrutura cognitiva do aluno.” (FARIA, 1989, p.30, apud MOREIRA,

pp.4-5)

Page 84: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

84

Orientados pelas ideias propostas por Ausubel (in Moreira, 1997), de que a

aprendizagem significativa se desenvolve dedutivamente a partir de conceitos mais

gerais para os conceitos mais específicos e que nas aprendizagens deve-se começar por

compreender os conceitos mais abrangentes, uma vez que os mesmos serão a base para

a “ancoragem” de outros conceitos, buscamos atender ao objetivo de nossa pesquisa no

tocante à criação e elaboração das atividades. Tínhamos em mente que, em contextos

de um curso regular de uma escola particular em nível do Ensino Fundamental, como se

colocava a nossa pesquisa, o planejamento definido para o semestre letivo, com

acompanhamento do livro didático, tinha que ser priorizado e “seguido”. Assim, a

seleção dos conteúdos matemáticos, a serem estudados no 1º. Semestre de 2011, no 9º

ano, já previamente definida, atendia à proposta do livro didático adotado pela Escola.

Constavam dessa programação os temas: potências, radicais, segmentos proporcionais,

Teorema de Tales, semelhança de polígonos, equações e sistemas do 2º. Grau, equações

biquadradas e irracionais.

Atendendo, pois, ao princípio da Diferenciação Progressiva, identificamos o

tema “Proporcionalidade” como um conhecimento abrangente e conceitualmente

estruturante para os assuntos que seriam trabalhados no semestre, tais como, segmentos

proporcionais, razão áurea, escala, Teorema de Tales e consequências. Nesse sentido, os

conceitos relativos ao tema em questão – Proporcionalidade – a nosso ver, constituir-se-

iam em ideias-âncora (conceitos ou proposições claras, estáveis, diferenciados,

especificamente relevantes) na estrutura cognitiva do aluno, com as quais os novos

conceitos programados para o semestre deveriam interagir. (MOREIRA, 1997, p.27).

Assim, o tema “Proporcionalidade” colocou-se como um facilitador da

aprendizagem, estruturando a elaboração de materiais que consideramos

“potencialmente significativos” e estabelecidos como “Organizadores Prévios” 11

para a

aprendizagem de novos conceitos. Como já enunciado no Capítulo 2, os organizadores

11

[...] a fundamentação lógica para a utilização dos organizadores baseia-se essencialmente em:

1. A importância de se possuírem ideias relevantes, ou apropriadas, estabelecidas, já disponíveis na

estrutura cognitiva, para fazer com que as novas ideias logicamente significativas se tornem

potencialmente significativas e as novas ideias potencialmente significativas se tornarem realmente

significativas (i.e., possuírem novos significados), bem como fornecer-lhes uma ancoragem estável.

2. As vantagens de se utilizarem as ideias mais gerais e inclusivas de uma disciplina na estrutura

cognitiva como ideias ancoradas ou subsunçores, alteradas de forma adequada para uma maior

particularidade de relevância para o material de instrução. Devido à maior aptidão e especificidade da

relevância das mesmas, também usufruem de uma maior estabilidade, poder de explicação e capacidade

integradora inerentes. 3. O facto de os próprios organizadores tentarem identificar um conteúdo relevante

já existente na estrutura cognitiva (e estarem explicitamente relacionados com esta) e indicar, de modo

explícito, a relevância quer do conteúdo existente, quer deles próprios para o novo material de

aprendizagem. (AUSUBEL, 2003, P.12)

Page 85: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

85

prévios têm como principal função servir de ponte entre o que o aprendiz já sabe e o que

deve saber, facilitando a aprendizagem de forma significativa (MOREIRA, 2006,

P.137). No caso da presente pesquisa, entendemos que conhecimentos relacionados à

proporção e à proporcionalidade em geral (aritmética e geométrica), estão presentes na

vivência do educando desde os anos iniciais da sua escolaridade, culminando com os

aspectos mais formais e situações-problema específicas, a partir do 6º e/ou 7º ano do

Ensino Fundamental.

Com a intenção de reavivar o conhecimento desse tema e estudá-lo com maior

profundidade para o aprendizado significativo dos conteúdos matemáticos para o

semestre, nossa proposta levou em consideração o entorno vivencial dos alunos, sujeitos

da pesquisa, tendo em conta que (re)conhecer aspectos arquitetônicos, históricos,

culturais da região onde moram, poderia provocar lembranças no tocante à relação dos

sujeitos com a cidade, ativando elementos de sua estrutura cognitiva e predispondo-o

para o aprendizado. Como bem disse Gowin (1981), relatando um dos aspectos da

aprendizagem significativa,

[...] o aprendiz deve apresentar uma pré-disposição para aprender. Ou

seja, para aprender significativamente, o aluno tem que manifestar

uma disposição para relacionar, de maneira não-arbitrária e não-literal,

à sua estrutura cognitiva, os significados que capta dos materiais

educativos, potencialmente significativos, do currículo (GOWIN,

1981, apud Moreira, 2010, p.6, destaques do autor).

Nesta proposta de trabalho investigativo, consideramos como materiais

educativos e potencialmente significativos, além dos elementos impressos (manual,

roteiros, atividades diversas, exercícios e situações-problema, avaliações) também as

visitas orientadas geradoras de um acervo que se constitui na base documental para a

continuidade dos estudos a serem realizados. A criação e a elaboração dos materiais

educativos orientaram-se por objetivos específicos que estão explicitados nos quadros

correspondentes a cada um dos grupos de atividades (Capítulo 3) e que, em linhas

amplas, buscaram favorecer ao aluno estudar e aprender Matemática de forma

significativa e crítica.

Nossa reflexão sobre esse conjunto de objetivos nos possibilitou reorganizá-

los, sintetizando-os e classificando-os em dois grupos, a partir dos quais a análise da

presente pesquisa será estruturada: (a) objetivos relativos ao atendimento dos princípios

que regem a Aprendizagem Significativa do conhecimento matemático; (b) objetivos

Page 86: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

86

relativos ao atendimento dos princípios que regem a Aprendizagem Significativa

Crítica. Os mesmos estão assim identificados:

(a) objetivos relativos ao atendimento dos princípios que regem a Aprendizagem

Significativa do conhecimento matemático

a.1. Reconhecer, identificar e representar aspectos geométricos e de simetrias na

arquitetura dos monumentos históricos de Ouro Preto e região próxima.

a.2. Efetuar medidas lineares e estimar dimensões inacessíveis.

a.3. Retomar conceitos relativos ao tema “proporcionalidade”, reconhecer e sistematizar

aspectos relativos à proporção presente nas situações identificadas nas visitas.

a.4. Entender e utilizar o conceito de escala ao estabelecer relações entre medidas

efetuadas nos locais visitados e nas representações.

a.5. Sistematizar conceitos relativos à proporcionalidade direcionando para a

(re)construção do Teorema de Tales e suas consequências.

a.6. Transferir conhecimentos: dos aspectos teóricos do Teorema de Tales e suas

consequências em contextos da matemática escolar para a resolução de problemas

em contextos da matemática do cotidiano.

(b) objetivos relativos ao atendimento dos princípios que regem a Aprendizagem

Significativa Crítica12

b.1. Reconhecer, diagnosticar e identificar (nos alunos) a presença de conhecimentos

socialmente construídos e contextualmente aceitos como conhecimentos prévios

para a “aquisição significativa” de novos conhecimentos. (P1, P4, P10)

b.2. Desenvolver no aluno a capacidade de usar o conhecimento matemático em

situações diferentes das abordadas em sala de aula e utilizar o conhecimento

matemático para analisar situações de seu entorno real, propor questões e encontrar

soluções. (P3, P6, P10)

b.3. Discutir e analisar criticamente os resultados obtidos das atividades propostas

incentivando a produção de relatos com narrativas próprias, revelando

interpretações alternativas às do livro didático e às do professor. (P3, P4, P5, P7,

P11)

b.4. Incentivar o trabalho colaborativo e a troca de conhecimentos. (P2, P5, P6)

b.5. Incentivar os alunos a fazer perguntas a elaborar questões – reconhecendo a

“incerteza do conhecimento” – estimulando-o a querer saber mais e, em

consequência, a identificar e buscar as informações necessárias para encontrar

respostas a situações-problema. (P4, P5, P6, P8, P9)

b.6. Permitir ao educando conhecer e valorizar sua própria história através de conhecer

a história de sua comunidade, de seus elementos culturais e sociais, propiciando

momentos de um olhar mais focado e crítico de sua realidade.

12

Ao final de cada um dos objetivos do grupo (b), elencamos alguns dos princípios que regem a

Aprendizagem Significativa Crítica. Segundo nossa interpretação, à medida que tais objetivos são

alcançados, em consequência, os princípios a eles relacionados, serão atendidos em menor ou maior grau.

Page 87: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

87

4.1.1. Análise do atendimento aos objetivos do grupo (a) em GA1 e GA2

Com vistas ao atendimento dos objetivos propostos, demos início à elaboração

dos materiais educativos, a princípio, com destaque para as visitas orientadas aos

monumentos históricos das cidades de Ouro Preto e Belo Horizonte e, ainda, ao Museu

das Reduções localizado em Amarantina, distrito de Ouro Preto, MG.

Para as visitas orientadas elaboramos um manual (Manual de Trabalho

Interdisciplinar), posteriormente entregue a todos os alunos, onde indicamos elementos

a serem observados e solicitamos que os alunos efetuassem medições dos diferentes

locais dos monumentos. As visitas orientadas foram documentadas através de

fotografias e registros tanto dos alunos como dos professores, constituindo a base

documental para a investigação pretendida e para a continuidade dos trabalhos a serem

realizados em sala de aula. Os registros contaram com fotos e anotações dos alunos

sobre medidas feitas nos locais visitados e sobre formas geométricas observadas. Como

já relatado no Capítulo 3, a esse primeiro grupo de atividades – as visitas orientadas –

denominamos de GA1.

Na conclusão dessa etapa do trabalho, como já programado, pedimos aos

alunos que elaborassem um relatório expressando suas opiniões sobre as visitas

realizadas e o que haviam aprendido com o projeto até o momento. Para tal, sugerimos

o seguinte roteiro: (1) Relate resumidamente o que foi possível observar nas visitas

feitas; (2) Em cada uma delas o que despertou interesse em você? Por que?; (3) Como a

matemática se apresenta nos monumentos visitados? Explique; (4) Que perguntas vocês

têm a fazer sobre o que viram nas visitas? Têm curiosidade em saber mais sobre algo

relacionado ao que visitaram? (5) Conclua dizendo o que esse projeto representou para

vocês.

A leitura dos relatórios nos revelou o gosto dos alunos pelas visitas e pelo

trabalho realizado nas semanas seguintes em sala de aula. Seus relatos – elaborados em

trio de alunos – revelaram o empenho em participar das tarefas e executá-las a contento.

Um dos relatos destacou que a arte barroca de Alejadinho esculpida na Igreja de São

Francisco de Assis é bem diferente das outras igrejas de Ouro Preto. Segundo as

observações deles (orientadas pelas explicações dadas pelos professores que

acompanharam as visitas), as torres das igrejas dão a impressão de movimento, têm

canhões, torres em forma de fortes, granadas e as pontas em formato de capacetes

homenageando São Francisco de Assis que foi um militar. Dentro da igreja ficaram

Page 88: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

88

impressionados com as pinturas do artista Manoel da Costa Ataíde. Relembraram as

medidas que fizeram no exterior na Igreja e que seriam utilizadas para os estudos

posteriores enfocando a proporcionalidade.

Na Casa dos Contos, segundo relatos, conheceram um pouco mais sobre a

história de Ouro Preto, aprenderam como eram cunhadas as moedas de ouro,

observaram as ferramentas usadas contra os escravos e pelos escravos, como eram os

banheiros e como funcionavam os esgotos na época. Puderam conhecer as várias

funções que já teve a Casa dos Contos, entre uma delas como ponto de recolhimento de

impostos, o quinto do ouro, ou seja, 20% do valor do ouro que deveria ser repassado

para coroa. Através das várias cédulas em exposição foi possível perceber a

desvalorização da moeda brasileira ao longo dos anos.

Quanto à visita à Igreja da Pampulha em Belo Horizonte, MG, os alunos

ressaltaram a obra de Oscar Niemeyer, seu estilo de uma arquitetura de linhas curvas e

do trabalho de Candido Portinari na pintura do painel interno da Capela. O Museu das

Reduções em Amarantina, despertou muita atenção dos grupos, com suas 27 reduções

de vários monumentos Brasileiros, na escala de 1:25.

Sobre a maneira como a matemática se apresenta nos monumentos visitados, os

alunos destacaram principalmente as formas geométricas percebidas nos monumentos e

a proporcionalidade entre seus elementos. Apresentamos, a seguir, algumas impressões

dos alunos, destacando frases que, entre outras, reforçaram nossa crença na validade da

proposta e no alcance dos objetivos que orientaram a criação dos materiais educativos.

“Percebemos a Matemática relacionada a todos os lugares que visitamos. Vimos várias

formas geométricas e a proporcionalidade. Vimos a Matemática relacionada com a

mudança das moedas, com as construções, vimos também a escala nas representações

das reduções.”

“Na Igreja São Francisco de Assis a Matemática esta presente nas janelas, nas portas,

nas torres, nos telhados e em praticamente todos os lugares, na Pampulha foi no

formato da Igreja, no trapézio invertido, onde fica o sino, nos azulejos quadriculados e

etc., no Museu das Reduções foi possível observar na perfeição dos monumentos

reduzidos pela escala de (1:25).”

“No ponto de vista matemático a igreja São Francisco de Assis possui diversas figuras

geométricas. Na Pampulha observamos as curvas utilizadas nas construções de Oscar

Niemeyer e o cubismo realizado nas pinturas nas obras Candido Portinari.”

Page 89: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

89

“A partir das medições dos comprimentos, larguras, das janelas e das portas das

fachadas dos monumentos, podemos estabelecer relações de proporcionalidade e

escala.”

Quanto à pergunta sobre o que esse projeto representou para eles, pudemos

perceber que, através da proposta elaborada, os alunos passaram a “enxergar” a

matemática de modo diferente, contextualizada, estando presente em muitos lugares, o

que lhes garantiu envolvimento e motivação para a realização das tarefas e,

possivelmente, um aprendizado significativo dos assuntos matemáticos decorrentes das

atividades, fato este que provocou maior interesse dos alunos, formulando perguntas e

querendo aprender mais. Algumas de suas falas, que transcrevemos a seguir, nos dão

ciência desse episódio.

“Este trabalho nos ajudou a relacionar a matemática com o dia-a-dia, e nos mostrou

que a matemática esta relacionada com várias profissões. Também conhecemos mais

sobre a história dos monumentos presentes em Ouro Preto e Belo Horizonte.”

“Este trabalho nos dá uma nova visão sobre a matemática, achamos que a partir desse

passeio iremos observar mais as igrejas, os museus..., tudo, pois a matemática esta

presente em nosso cotidiano.”

“Esse projeto representa nosso conhecimento sobre a matemática em todos os lugares

e como utilizá-la”.

“Esse projeto esta representando diversas coisas, uma delas é poder observar a

matemática de outro modo, de que a proporcionalidade é muito importante. Com os

monumentos reduzidos foi possível detectar detalhes praticamente “invisíveis” no

tamanho real do monumento. Por exemplo, detalhe dos telhados das casas, dos quintais

e terrenos. No Palácio do Planalto foi possível ver muitos detalhes que nunca tínhamos

percebido no tamanho real”.

“Este trabalho representa para nós que a maravilhosa matemática, esta presente em

todos os lugares e pode ser bem mais interessante saindo da teoria. Também, foi

interessante observar a arquitetura de Niemayer e a arte de Portinari. Sobre o museu

das Reduções, é interessante observar, como foram feitas as reduções, tão perfeitas

com tão pouco recurso da época”.

“Para nós, este projeto representou mais um momento de aprendizado, mostrando que

as formas geométricas estão presentes em todos os lugares, mesmo sem percebermos.”

Page 90: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

90

A continuidade do trabalho, contou com o apoio do texto “Manual de Trabalho

Interdisciplinar”. Os alunos foram orientados a anotarem, em todas as visitas, as

informações recebidas, os dados quantitativos que conseguiram a partir das medidas

feitas nos monumentos visitados e a fotografarem os locais permitidos. Esclarecemos

que todo esse material seria utilizado nas atividades em sala de aula estabelecendo as

conexões possíveis com os conteúdos a serem estudados. Nas semanas posteriores às

visitas, com base em todo o material coletado e documentado através das fotos, foi

realizada uma das atividades constante do Manual (p.11), destacada a seguir:

Observe atentamente a foto da Igreja de São Francisco de Assis da Pampulha –

Belo Horizonte – MG: Podemos afirmar que o Monumento é, na verdade, uma

composição de diversas figuras geométricas. Queremos que você as identifique fazendo

um registro na folha transparente subsequente conforme as orientações:

I) Depois de observar a figura da página 12:

a) desenhe as figuras que você conseguiu encontrar, na folha transparente

sobreposta

b)“esgote” as possibilidades... ou seja, encontre o número maior de figuras

geométricas na imagem.

c) Utilize linhas imaginárias para completar a composição da imagem

encontrada.

II) Observando a imagem da página 12:

a) é possível identificar reta(s) paralela(s)? Se for possível, assinale-a(s) com

uma caneta colorida, para melhor identificação.

b) Se você identificou e registrou retas paralelas, será possível identificar

alguma(s) reta(s) que intercepte as paralelas registrada? Se for possível,

assinale-a(s) com uma caneta colorida.

III) Observando a imagem da página 12

a) é possível identificar algumas linhas curvas?Se as identificou, destaque-as

com uma caneta colorida:

IV) Com orientação de seu professor e com auxílio de uma fita métrica, você fará o

registro numérico de alguns dados do Monumento a saber:

- Largura da porta principal do Templo: ___________ metros.

- Altura da porta principal do Templo: ___________ metros.

- Largura da Torre Sineira do Templo: _________ metros.

- Altura da Torre Sineira do Templo: ________ metros.

- Largura total da Fachada do Templo: _______ metros.

V) Os painéis externos da Igreja de São Francisco de Assis são muito originais e

considerados obra prima de Cândido Portinari. Você irá fazer um registro dos painéis

nas 02 folhas de papel milimetrado. Para tal registro, você deverá seguir alguns

passos, a saber:

Page 91: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

91

a) Escolha uma cena, representada nos painéis e que tenha lhe chamado

atenção.

b) Você perceberá que vários quadrados que compor a cena, formando um

conjunto simétrico e harmonioso.

c) Você deverá utilizar os conceitos que você apreendeu de escala, simetria,

equilíbrio, ângulo, medidas, harmonia... e fazer uma cópia da cena

escolhida para as folhas milimetradas.

Na finalização dessa tarefa realizada em sala de aula, através de um trabalho

colaborativo e seguido de discussões entre os grupos, ficou evidente que as formas

geométricas foram reconhecidas e devidamente representadas no Manual, atendendo ao

objetivo a.1 (Reconhecer, identificar e representar aspectos geométricos e de simetrias

na arquitetura dos monumentos históricos de Ouro Preto e região próxima), como

mostram os traçados (Figuras 1 e 2), elaborados por um dos alunos nas folhas

transparentes sobrepostas à foto da igreja de São Francisco e à foto da Casa dos Contos,

ambas localizadas em Ouro Preto.

Figura 1 – Transparência Igreja São Francisco Figura 2 – Transparência Casa dos Contos

Também que, as medidas foram realizadas e anotadas (Figura 3) e, através

delas, foi possível estimar dimensões inacessíveis, atendendo ao objetivo a.2 (Efetuar

medidas lineares e estimar dimensões inacessíveis), como mostra uma das situações na

qual os alunos estimaram a altura da torre sineira da Igreja da Pampulha, em Belo

Horizonte, MG (Figura 4), tomando como parâmetro a altura dos retângulos formados

pelas pedras que revestem externamente a torre.

Page 92: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

92

Figura 3- Estimar dimensões inacessíveis

Figura 413

- Torre Sineira da Igreja da Pampulha

Com base no livro texto e uso de papel quadriculado foi realizado trabalho

envolvendo ampliação e redução de figuras chegando ao conceito teórico de segmentos

proporcionais. Embora o conceito tenha sido estudado através de atividades propostas

no livro texto, procuramos fazer algumas relações com as visitas realizadas nos

monumentos e no Museu das Reduções. Nessas visitas os alunos puderam observar

monumentos e algumas de suas representações em tamanho reduzido.

13

As fotos apresentadas são de autoria do professor pesquisador. Foram tiradas durante as visitas, em

abril de 2011. A Figura 6 apresenta uma foto de autoria de Renato Wandeck.

Page 93: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

93

Uma das atividades que atendeu ao objetivo a.3 (Retomar conceitos relativos ao

tema “proporcionalidade”, reconhecer e sistematizar aspectos relativos à proporção

presentes nas situações identificadas nas visitas), foi aquela versando sobre os painéis

da Igreja da Pampulha. A partir da observação dos painéis (Figuras 5 e 6), os alunos

elaboraram esboços em papel quadriculado de imagens do painel de azulejos da Igreja

(Figuras 7 e 10). A proporcionalidade aparece na relação entre o tamanho real do painel

e do azulejo (medidos pelos alunos, Figuras 6, 8 e 9) e o tamanho do quadriculado do

papel. Assim, os esboços representaram reduções das imagens do painel retratando São

Francisco de Assis num fundo repleto de aves e peixes.

Figura 5- Foto dos alunos observando e desenhando detalhes do painel de azulejos

Figura 6 - Detalhe do painel de azulejo Figura 7- Esboço de São Francisco

Page 94: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

94

Figura 8 – Detalhe do painel de azulejo Figura 9 – Detalhe do painel de azulejo

Figura 10 – Esboço de peixes e pássaro

Na sequência dos estudos, elaboramos um segundo grupo de atividades – que

denominamos GA2 – para o qual seriam utilizados os elementos coletados por ocasião

das visitas, enfocando, principalmente, os conceitos de proporcionalidade e escala.

Com base em um roteiro14

, os alunos fizeram comparações entre os monumentos ou

elementos deles em tamanho real e suas representações nas maquetes, nas fotos e nos

1. 14

Na igreja de São Francisco de Ouro Preto foi solicitado a vocês que tirassem algumas medidas.

Quais foram elas?

2. O que foi possível e o que não foi possível medir? É possível estimar os valores daquelas que não foi

possível medir? De que forma?

3. Considerem a altura da aluna”X” e com base nas fotos tiradas estimem a altura da porta da Igreja.

4. Considerem a altura do aluno”Y” e com base nas fotos tiradas estimem a altura da torre da igreja.

5. Vocês tem algumas outras formas de representação da igreja de São Francisco de Ouro Preto: a foto

do roteiro do relatório, as fotos que tiraram, a maquete do Museu das Reduções ou outras que tenham

encontrado. Existem relações entre as medidas nestas diferentes representações? Essas relações

permanecem constantes quando comparamos medidas de diferentes partes da igreja nas mesmas

representações? Como podemos explicar isso?

6. Considerando a escala indicada na maquete do museu das reduções para a Igreja de São Francisco e as

medidas que vocês tem dessa foto estimem as medidas reais da igreja.

7. Comparem os resultados com as estimativas feitas anteriormente. Procurem explicar semelhanças e

diferenças encontradas.

8. É possível dizer em que escala está a foto do roteiro de relatório? Como pode ser representada essa

escala?

9. Faça o mesmo para uma foto tirada por cada um de vocês.

Page 95: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

95

desenhos produzidos. Foram também solicitados a fazer estimativas de medidas

inacessíveis a partir da proporcionalidade. Paralelamente às visitas e às atividades

realizadas, também foi feito um trabalho com o livro texto, enfocando a

proporcionalidade, razão áurea e segmentos proporcionais.

Uma atividade bem representativa de atendimento ao objetivo a.4 (Entender e

utilizar o conceito de escala ao estabelecer relações entre medidas efetuadas nos locais

visitados e nas representações), foi aquela na qual se pedia a determinação da escala da

foto da igreja de São Francisco de Assis, uma das atividades do grupo GA2, como

detalharemos a seguir.

Os materiais utilizados para o desenvolvimento da atividade foram: a foto da

igreja, as anotações das medidas realizadas durante a visita e fotos mostrando os alunos

posicionados em frente aos monumentos (Figuras 11 e 12), impressas pelo professor e

distribuídas aos alunos. Em grupos, os alunos trabalharam os itens de 1 a 4 do roteiro.

Escolheram segmentos de reta que pudessem medir na foto do manual ou nas fotos

entregues a eles e que, ao mesmo tempo tivessem sido medidos na visita ou que

conhecessem a medida (como o caso da altura dos alunos que apareciam nas fotos).

Com o auxílio do professor foram feitas estimativas para as medidas inacessíveis

escolhidas, como por exemplo, a altura da porta da igreja.

Figura 11- foto da igreja de São Francisco/OP Figura 12- foto Casa dos Contos

Os questionamentos colocados no item 5 do roteiro, foram abordados em uma

discussão conjunta com a classe, conduzida pelo professor. Entendemos que teria sido

mais interessante se os alunos tivessem tido a oportunidade de discutir inicialmente nos

grupos. No entanto, optamos pela discussão conjunta por questão de tempo. Demos

Page 96: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

96

especial atenção à atividade que pedia a escala da foto constante do Manual (item 8),

atividade esta que os alunos desenvolveram com facilidade como presenciamos em sala

de aula.

A verificação formal do aprendizado do tema proposto como conhecimento

prévio para a continuidade dos estudos e também para a conceituação trimestral dos

alunos como norma da Escola, foi realizada através de uma avaliação individual que

exigia conhecimentos sobre razão áurea, escala e segmentos proporcionais, como

destacada a seguir:

1) Você acha que pode existir um número com propriedades mágicas, que represente

beleza, perfeição e harmonia? Que teria sido utilizado através dos séculos por

matemáticos, cientistas, artistas e por incrível que pareça, estaria presente na

natureza?

Pois esse número existe! É um o irracional 2

51 , de valor aproximado 1,618034 e

é conhecido por número de ouro, razão de ouro ou razão áurea. Para os gregos, o

número de ouro representa harmonia, equilíbrio e beleza. Por esse motivo, muitas

construções gregas tinham como base esse número. Mas foi no século XIII que o

matemático Fibonacci constatou que o número de ouro está presente também na

natureza.

O Partenon tem 30,70 m de largura por 18,24 m de altura.

Essa construção se enquadra em um retângulo de ouro?

Justifique sua resposta por escrito utilizando argumentos matemáticos.

2) Na figura abaixo, estão representados dois cômodos da planta de uma casa.

Na realidade, a sala é quadrada com lados de 6 m.

Calcule:

a) a escala na qual foi desenhada a planta da casa.

b) as dimensões reais do quarto da figura.

3) A maquete de um prédio é uma redução, em escala, em três dimensões. Na

maquete, todas as medidas de comprimento são proporcionais às medidas reais

correspondentes. Observe as seguintes fotos de um prédio de 48 m de altura,

representado na maquete com escala 1 : 75.

Foto do Partenon na Grécia

É possível desenhar vários retângulos de ouro um dentro do outro e, com

eles, traçar uma espiral, modelo matemático da concha do caramujo

Page 97: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

97

Resolva o que se pede em cada item a seguir:

a) Calcule a altura da maquete.

b) A largura real das portas é de 85 cm. Calcule a largura aproximada das portas na

maquete.

4) A distância aproximada de Belo Horizonte (M.G) a Brasília (D.F) é de 700 km.

Marcela mediu essa distância em um mapa e obteve 20 cm. Calcule em que escala foi

desenhado esse mapa.

5) Observe o mapa do Brasil abaixo. Nele está indicada a rota de um avião que partiu

de Belo Horizonte e pousou em São Paulo. A distância entre as cidades no mapa é de

1,62 cm e o avião percorreu 486 km. Determine a escala do mapa e calcule a distância,

no mapa, entre São Paulo e Rio de Janeiro, sabendo que a distância real é de

aproximadamente 357 km.

(http://mapas.ibge.gov.br/brasil/viewer.htm)

Para esta avaliação, entendemos que embora a base de estudo dos alunos tenha

sido o livro texto, as visitas contribuíram muito para a compreensão dos conceitos

relativos aos temas a serem estudados. É o caso da questão nº. 3 que pedia para calcular

a altura da maquete e a largura real da porta. Para resolver o problema os alunos

evocaram a visita ao Museu das Reduções, cujas obras construídas foram reduzidas na

escala 1:25. As questões 2, 4 e 5, que pediam a determinação da escala, foram aquelas

Edifício na Cidade de São Paulo

Maquete do Edifício

Fonte: Fotos de Sérgio Dotta Jr.

Page 98: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

98

em que os alunos apresentaram maiores dificuldades conforme os resultados da

avaliação nos apontaram. No entanto é possível afirmar que o resultado desta avaliação,

comparado a avaliações do mesmo tipo realizadas em anos anteriores, mostrou uma

melhora significativa no aprendizado, pois os resultados quantitativos das duas turmas

mostraram notas acima da média de mais de 80% dos alunos.

Em síntese, como já declarado, os materiais educativos que compuseram os

grupos de atividades, GA1 e GA2, foram elaborados com o propósito de atender a

alguns dos objetivos identificados no desenvolvimento deste Capítulo. Pelo exposto até

o momento, julgamos que, através das atividades propostas, conseguimos atender aos

objetivos a.1, a.2, a.3, a.4 do grupo (a), relativos aos princípios que regem a

Aprendizagem Significativa do conhecimento matemático e, em consequência, foi

possível afirmar que a aprendizagem significativa dos conteúdos programados se

efetivou evidenciando uma nova e desejável postura dos alunos frente ao conhecimento.

Observamos maior participação e empenho na busca de soluções para os problemas

propostos, assim como as tentativas incansáveis no encontro de soluções para questões

cujos aspectos teóricos e sistemáticos do conteúdo ainda não tinham sido enfocados.

Além do mais, os alunos foram capazes de externar com naturalidade, em linguagem

própria, como o conceito matemático se mostrava e se aplicava nas situações expressas

pelas atividades.

Por tudo o que foi presenciado e expresso, temos ciência de que o aprendizado

significativo enfocando o tema “Proporcionalidade”, selecionado em atendimento ao

princípio da “Diferenciação Progressiva”, com seus materiais educativos

“potencialmente significativos” e estabelecidos como “Organizadores Prévios”,

colocou-se, realmente, como um facilitador da aprendizagem de novos conceitos,

estruturando a elaboração de novos materiais que acreditamos terem sido também

potencialmente significativos para a aprendizagem dos próximos assuntos matemáticos

programados para o semestre letivo do 9º ano. É o que será considerado, a seguir, no

detalhamento dos grupos de atividades GA3, GA4, GA5 e GA6.

4.1.2. Análise do atendimento aos objetivos do grupo (a) em GA3, GA4,

GA5 e GA6

Esse conjunto de atividades teve como objetivos principais: sistematizar

conceitos relativos à proporcionalidade direcionando para a (re)construção do Teorema

Page 99: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

99

de Tales e suas consequências (atendendo ao objetivo a.5) e também transferir

conhecimentos dos aspectos teóricos do Teorema de Tales e suas consequências em

contextos da matemática escolar para a resolução de problemas em contextos da

matemática do cotidiano (atendendo ao objetivo a.6).

Como já descrito no Capítulo 3, o grupo de atividades GA3 foi desenvolvido

após o estudo teórico do Teorema de Tales tendo como referência o livro didático. As

atividades se caracterizaram pelo trabalho a partir de esquemas elaborados com base em

situações hipotéticas, com alguma referência a contextos externos à Matemática formal.

Julgamos que esse tipo de situação poderia contribuir para a atribuição de significado ao

Teorema (objetivo a.5), já que nos referenciamos em Skovsmose (2000, p.74) que

discute a questão de atribuição de significados com relação às referências possíveis dos

conceitos matemáticos. Essas referências dizem respeito aos contextos utilizados para

trabalhar ideias matemáticas.

Diferentes tipos de referência são possíveis. Primeiro, questões e

actividades matemáticas podem se referir à matemática e somente a

ela. Segundo, é possível se referir a uma semi-realidade; não se trata

de uma realidade que “de facto” observamos, mas uma realidade

construída, por exemplo, por um autor de um livro didáctico de

Matemática15

. Finalmente, alunos e professores podem trabalhar com

tarefas com referências a situações da vida real. (SKOVSMOSE,

2000, p. 74)

As atividades propostas em GA3 caracterizam-se como as que fazem referência

a uma semi-realidade. A partir de esquemas representativos, como os de uma

hidrelétrica ou de um loteamento, os alunos trabalharam com questões relativas a uma

realidade, não observada de fato, mas construída com o objetivo de atribuir significado

ao Teorema, como mostram as Figuras 13 e 14 com resoluções construídas pelos

alunos.

Figura 13 - Resolução do aluno para o esquema da barragem

15

Nota do autor: Christiansen (1997) refere-se à “realidade virtual” como uma realidade que é

estabelecida pelo exercício matemático. Uso a noção de “semi-realidade” de uma forma similar.

Page 100: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

100

Figura 14- Resolução do aluno para o esquema do loteamento

Por outro lado, o grupo de atividades GA3 também constituiu um caminho para

que os estudantes, atendendo ao objetivo a.6, pudessem transferir conhecimentos dos

aspectos teóricos do Teorema para situações da matemática aplicada. Esse grupo pode

ser entendido como um material “potencialmente significativo” que, em conjunto com

as atividades relativas à proporcionalidade, se estabeleceram como “Organizadores

Prévios” para a aprendizagem significativa do Teorema de Tales. As atividades

trabalhadas em GA3 serviram como “ponte cognitiva” entre os conhecimentos

estudados de modo teórico e sua aplicação num contexto da realidade, como o

contemplado no grupo de atividades GA4, a partir do qual foi possível atribuir

significado ao Teorema de Tales.

Esse grupo de atividades (GA4) tomou como referência um esquema elaborado

sobre uma foto da Igreja de São Francisco de Ouro Preto (Figura 15), um dos locais

visitados pelos estudantes. Enquadra-se, portanto, no que Skovsmose (2000, p.73)

caracteriza como ambiente com referência na realidade.

Page 101: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

101

Figura 15- Esquema da foto da Igreja São Francisco de Assis

Os conceitos relativos à proporcionalidade, que constituíram ideias-âncora,

foram evocados no ítem 116

do roteiro da atividade (apresentado no Capítulo 3), sem

que fosse feita menção direta ao teorema. O esquema e as considerações do grupo de

estudantes (uma delas apresentada na Figura 16) evidenciam que, atendendo também ao

objetivo a.3, os conceitos relativos à proporcionalidade foram reconhecidos e

sistematizados na situação. A proporcionalidade foi verificada a partir dos valores

medidos, das contas efetuadas e da aproximação considerada.

Figura 16- Esquema de resolução do aluno

16

Na foto da Capela da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, da cidade de Ouro Preto, assinalamos

as retas 1r ,

2r , 3r ,....., 8r e os pontos A, B, C, D, E, F e G. Vamos considerar 1r ,

2r , 3r paralelas,

76,5,4 ,rrrr paralelas. 1) Medindo os segmentos na foto, determine: AB, BC, DE e EF. Que relações é

possível estabelecer entre as medidas dos segmentos indicados? Faça uma representação esquemática das

retas utilizadas, indicando os pontos e as medidas obtidas.

Page 102: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

102

As resoluções dos alunos (uma delas exemplificada na Figura 17) relativas ao

item 217

do roteiro da atividade evidenciam o reconhecimento da possibilidade de

utilização do Teorema de Tales nesse contexto e da relação estabelecida com o conceito

de escala, atendendo aos objetivos a.4 e a.6

Figura17- Esquema da resolução do aluno aplicando o T. de Tales

Através do proposto nesse grupo de atividades, as ideias expressas

simbolicamente nos esquemas puramente matemáticos do teorema puderam ser

relacionadas de maneira “substantiva” (não literal) e não arbitrária ao que os estudantes

já sabiam sobre proporcionalidade (subsunçores), caracterizando assim a aprendizagem

significativa do Teorema de Tales. O desempenho dos estudantes nos grupos de

atividades GA5 e GA6 nos dá indícios de que, de fato, isso pode ter acontecido.

Uma atividade bem representativa de atendimento ao objetivo a.5 (sistematizar

conceitos relativos à proporcionalidade direcionando para a (re)construção do Teorema

de Tales e suas consequências) e ao objetivo a.6 (transferir conhecimentos: dos

17

2) Sabe-se que a altura das aberturas das janelas das torres é 243 cm , a distância entre o centro do

medalhão frontal até a base da cruz da torre é 442cm e a parte inclinada do telhado, indicada pelo

segmento EF na foto, é 455cm.

a) com apenas estes dados é possível estimar a medida do segmento EG assinalado na figura?

Como?

b) Faça um desenho indicando as retas, pontos e cálculos utilizados.

c) Considerando a escala da foto e medindo o segmento EG na foto, o valor calculado no

item b se confirma?

Page 103: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

103

aspectos teóricos do Teorema de Tales e suas consequências em contextos da

matemática escolar para a resolução de problemas em contextos da matemática do

cotidiano) é a desenvolvida em GA5. A atividade foi elaborada com o intuito de

trabalhar uma consequência do Teorema de Tales: a aplicação de Tales no triângulo.

Esse assunto foi trabalhado pela primeira vez com base em um roteiro18

, uma foto da

Igreja da Pampulha (Figura 18) e um esquema representativo da fachada (Figura 19).

Figura18- Foto da fachada da Igreja de Pampulha Figura 19- Esquema da fachada da Igreja

A altura da igreja, pedida na atividade, corresponde ao cateto de um triângulo

que os alunos deveriam visualizar e traçar, embora as paralelas e transversais não

estivessem indicadas no esquema.

A resolução de um dos grupos apresentada a seguir (Figura 20) mostra como o

Teorema de Tales foi aplicado no triângulo com vértices nos pontos B, E e I, que foi

representado no esquema elaborado pelos alunos, assim como as retas paralelas e os

segmentos transversais. Assim, entendemos que houve uma atribuição de significados a

essa consequência do Teorema, atendendo ao objetivo a.5. A obtenção da altura

estimada da Igreja indica que foi possível transferir conhecimentos dos aspectos

teóricos das consequências do Teorema de Tales em contextos da Matemática Escolar

para a resolução de problemas em contextos da matemática do cotidiano, atendendo ao

objetivo a.6.

18

A figura anterior é uma representação de alguns elementos da fachada da Igreja da Pampulha. Tendo

essa figura como base e considerando que: (a) a frente da igreja mede 15,64 m (isto é: BF = 15,64 m): (b)

a largura de cada retângulo das esquadrias da frente da igreja é 2,18 m (isto é CD =2,18 m): (c) a altura de

cada retângulo das esquadrias da frente da igreja é 2,88 m (isto é EH = 2,88 m): (d) BG = 3,8 m; (e) GI =

9,16 m, estime a altura da igreja

Page 104: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

104

Figura 20- Resolução e esquema do aluno sobre Tales no triângulo

O fato dos alunos terem conseguido resolver a questão sem que os aspectos

teóricos e sistemáticos desse novo conteúdo (consequência do Teorema de Tales e

aplicação no triângulo) fossem previamente estudados, nos revelou um indício da

aprendizagem significativa do Teorema de Tales. Os alunos foram capazes de externar

com naturalidade, em linguagem própria, como o conceito matemático se mostrava e se

aplicava na situação expressa pela atividade.

O grupo de atividades GA6 foi construído com o objetivo principal de avaliar o

trabalho desenvolvido, tanto no que diz respeito à aprendizagem dos conceitos

matemáticos, como à pesquisa propriamente dita, no que se refere à aprendizagem

significativa e crítica. Elaboramos uma prova escrita para ser realizada individualmente.

Algumas das questões versaram sobre os conteúdos matemáticos envolvendo

proporcionalidade, Teorema de Tales, Tales no triângulo e Teorema da Bissetriz Interna

(de alguma forma verificando o atendimento ao objetivo a.5). Buscamos verificar se

nossos alunos conseguiram resolver problemas aplicando a noção de proporcionalidade

entre segmentos de reta e se conseguiam identificar e aplicar o Teorema de Tales na

resolução de problemas matemáticos e problemas contextualizados (atendendo ao

objetivo a.6). Como problemas situados em determinados contextos, apresentamos

questões com referencia à semi-realidade, no sentido de não ser uma realidade

vivenciada pelos alunos, mas construída com o objetivo de verificar o aprendizado.

Apresentamos a seguir algumas das questões representativas do atendimento aos

objetivos mencionados.

Os conceitos de proporcionalidade e de escala foram abordados na questão de

número oito, na qual se pede a escala de uma maquete de um prédio e a medida da porta

do edifício, calculada a partir da escala obtida. As resoluções dos alunos (uma delas

exemplificada na Figura 21) nos deram retorno da aprendizagem dos conceitos.

Page 105: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

105

Figura 21- Resolução do aluno envolvendo o conceito de escala

A questão de número dois, pedindo o cálculo da medida de segmentos

indicados em retas transversais é representativa da aplicação do Teorema de Tales em

problemas matemáticos. A questão apresenta certo grau de complexidade uma vez que,

por conter um esquema com quatro retas paralelas e três transversais, pode haver

alguma dificuldade dos alunos em montar as proporções, o que de fato não foi

observado. Pelas resoluções (uma delas exemplificada na Figura 22) interpretamos que

os alunos conseguiram aplicar o Teorema de Tales na resolução de problemas

matemáticos, atendendo ao objetivo a.5.

Figura 22 – Resolução do aluno envolvendo aplicação do Teorema de Tales

Page 106: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

106

A questão de número cinco19

apresenta uma situação de aplicação do Teorema

de Tales em um contexto não matemático. Na resolução (uma delas exemplificada na

Figura 23), os alunos utilizaram o Teorema de Tales para calcular distâncias entre as

vias e estradas constantes no mapa.

Figura 23- Resolução do aluno aplicando o Teorema de Tales

Interpretamos que os grupos de atividades GA1 e GA2 resgataram e

fortaleceram pontos de ancoragem que possibilitaram, através dos grupos de atividades

GA3, GA4 e GA5, a aprendizagem dos conceitos trabalhados. Esta aprendizagem foi

evidenciada pelo bom desempenho dos alunos nas questões relativas a

proporcionalidade, teorema de Tales e consequências. Os alunos demonstraram ter

adquirido a capacidade de ler, interpretar, elaborar esquemas e utilizar conceitos

matemáticos para resolver problemas matemáticos ou problemas em contextos não

matemáticos. Acreditamos que o trabalho em sala de aula, com situações nas quais eles

próprios fizeram as interpretações e elaboraram os esquemas necessários para aplicação

da teoria, pode ter contribuído para tais demonstrações.

19

Enunciado da questão 5: Este mapa mostra quatro estradas paralelas que são cortadas por três vias

transversais. Algumas das distâncias entre os cruzamentos dessas vias e estradas estão indicadas no mapa

(em km), mas as outras precisam ser calculadas. Complete o mapa com as distâncias que faltam.

Page 107: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

107

A questão de número seis20

, na qual os alunos tiveram que aplicar uma

consequência do Teorema de Tales (teorema da bissetriz interna), exemplifica essa

capacidade (uma das resoluções se apresenta na Figura 24).

Figura 24 – Resolução do aluno sobre consequência do Teorema Tales

Buscamos também avaliar a capacidade do aluno de usar o conhecimento

matemático em situações diferentes das abordadas em sala de aula, nas quais ele fosse

desafiado a resolver situações-problema em outros contextos, não trabalhados

anteriormente. Apresentamos duas questões envolvendo o conteúdo de semelhança, que

ainda não havia sido trabalhado em sala de aula. Na questão de número nove foi

solicitada a medida da altura de um poste, dada a medida de sua sombra, com base na

proporcionalidade entre as alturas e as sombras de estacas. Apresentamos a seguir a

atividade e a resolução de um dos alunos (Figuras 25 e 26).

20

O perímetro de um triângulo ABC é 100 m. A bissetriz interna do ângulo A divide o lado oposto BC

em dois segmentos de 16 m e 24 m. Determine os lados desse triângulo.

Page 108: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

108

Figura 25- Atividade sobre semelhança Figura 26- Resolução do aluno sobre semelhança

A questão de número dez21

procura reconstruir o contexto histórico em que o

matemático Tales supostamente calculou uma distâcia inacessível (altura da pirâmide

de Quéops), fazendo uso da proporcionalidade. A partir do apresentado na questão os

alunos fizeram a estimativa da altura da pirâmide, como exemplifica a resolução

apresentada na Figura 27.

Figura 27- Resolução do aluno sobre semelhança de triângulos

21

O contexto apresentado na questão 10: um dos matemáticos gregos da antiguidade clássica foi Tales,

que viveu de 640 a 550 a.C. Ele era de Mileto, uma região outrora rica da Grécia. Consta que foi bom

comerciante e que, após enriquecer, pôde se retirar dos negócios e dedicar-se aos estudos, especialmente à

matemática. Assim, embora só tardiamente tenha se dedicado aos estudos, Tales foi reconhecido, ainda

em vida, como o “pai da astronomia, da geometria e da aritmética”, e considerado o primeiro dos sete

sábios da Grécia. Um fato histórico pelo qual ele é sempre lembrado é o de ter calculado a medida da

altura da pirâmide de Quéops através da semelhança de dois triângulos. Consta que, no plano onde se

assenta a pirâmide, Tales fez fincar uma estaca na posição vertical e observou simultaneamente a sombra

da estaca projetada pela luz do Sol e a sombra da pirâmide.

Page 109: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

109

Através do conjunto das questões 9 e 10, introduzimos os estudantes em

situações de semelhança de triângulos, como uma consequência natural da

proporcionalidade, tão trabalhada nos grupos de atividades anteriores. Posteriormente, o

tema foi desenvolvido em sala de aula, onde foi possível observar a facilidade com que

os alunos trabalharam o conceito e suas aplicações, o que nem sempre ocorreu em

outras turmas do professor pesquisador em anos anteriores. Entendemos que a

proporcionalidade foi ponto de “ancoragem” para uma possível aprendizagem

significativa de semelhança. Isso porque, atendendo ao princípio da Diferenciação

Progressiva (Moreira, 2011, p. 4-5), é possível que o conceito específico de semelhança

tenha se desenvolvido dedutivamente a partir do conceito geral de proporcionalidade.

Julgamos que os objetivos propostos para esse grupo de atividades (GA6)

foram atingidos em sua maioria, particularmente quando desafiamos os alunos a

resolverem questões envolvendo situações reais, que vivenciaram na prática e

relacionarem com os temas matemáticos estudados.

4.1.3. Análise do atendimento aos objetivos do grupo (b) através das

atividades dos GAs

Na análise que fizemos quanto ao atendimento dos objetivos relativos aos

princípios que regem a Aprendizagem Significativa Crítica (grupo b), com base no

conjunto das atividades, inferimos que a realização da proposta contemplou, em maior

ou menor escala, todos os objetivos desse grupo. Temos motivos para tal afirmação,

após constatarmos, em várias oportunidades, uma nova postura dos alunos, tanto no

sentido de valorizar a arquitetura, a história e a cultura de sua cidade, como de

incorporar uma nova compreensão do conhecimento matemático, utilizando-o com

precisão para analisar situações de seu entorno real, propor questões e encontrar

soluções atendendo ao objetivo b.6 (Permitir ao educando conhecer e valorizar sua

própria história através de conhecer a história de sua comunidade, de seus elementos

culturais e sociais, propiciando momentos de um olhar mais focado e crítico de sua

realidade), como atestam suas falas já destacadas em diversos momentos deste Capítulo.

O trabalho com o conceito de proporcionalidade, desenvolvido principalmente

nos grupos de atividades GA1 e GA2, com destaque para as medidas efetuadas por

ocasião das visitas e trabalho posterior em sala de aula, utilizando fotos e esquemas, são

bastante representativos de atendimento ao objetivo b.1 (Reconhecer, diagnosticar e

Page 110: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

110

identificar (nos alunos) a presença de conhecimentos socialmente construídos e

contextualmente aceitos como conhecimentos prévios para a “aquisição significativa”

de novos conhecimentos).

A determinação de medidas inacessíveis relativas à Igreja de São Francisco em

Ouro Preto e à Igreja da Pampulha em Belo Horizonte são exemplos de situações em

que os alunos foram capazes de usar o conhecimento matemático para analisar situações

de seu entorno real e encontrar soluções, atendendo ao objetivo b.2 (Desenvolver no

aluno a capacidade de usar o conhecimento matemático em situações diferentes das

abordadas em sala de aula e utilizar o conhecimento matemático para analisar situações

de seu entorno real, propor questões e encontrar soluções).

A comparação entre valores de medidas de partes da Igreja de São Francisco de

Ouro Preto, obtidos através da escala da foto da fachada e da utilização do Teorema de

Tales, é representativa de atendimento ao objetivo b.3 (Discutir e analisar criticamente

os resultados obtidos das atividades propostas incentivando a produção de relatos com

narrativas próprias, revelando interpretações alternativas às do livro didático e às do

professor).

O incentivo ao questionamento dos alunos, como o item 4 do roteiro para o

relatório após as visitas, ou o item 3 da questão 8 da atividade de avaliação em que se

pede que os alunos elaborem e resolvam uma questão com base nos dados apresentados,

são exemplos de atendimento ao objetivo b.5 (Incentivar os alunos a fazer perguntas a

elaborar questões – reconhecendo a “incerteza do conhecimento” – estimulando-o a

querer saber mais e, em consequência, a identificar e buscar as informações necessárias

para encontrar respostas a situações-problema).

O incentivo ao trabalho colaborativo e à troca de conhecimentos entre os

participantes foi uma constante em todo o conjunto das atividades que compõem nossa

investigação, atendendo ao objetivo b.4 (Incentivar o trabalho colaborativo e a troca de

conhecimentos).

Mediante tais resultados, além de significativa, entendemos que a

aprendizagem foi também crítica, com base na realização das atividades e no alcance

dos objetivos do grupo (b) relativos aos princípios que regem a Aprendizagem

Significativa Crítica. Como pontos de referência para nosso julgamento ao atendimento

dos objetivos, destacamos as opiniões dos alunos registradas em seus relatórios, o

resultado das atividades e avaliações realizadas em grupo ou individualmente em sala de

aula, a observação atenta do professor pesquisador ao registrar em seu caderno de

Page 111: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

111

campo a participação efetiva dos alunos, as discussões e troca de conhecimentos nos

grupos, o empenho dos alunos em realizar as tarefas, a postura mais questionadora dos

mesmos e o querer aprender mais.

No próximo item desse capítulo, retornaremos ao grupo GA6, já analisado

quanto aos objetivos atendidos através de suas atividades avaliativas, colocando em

destaque as opiniões dos alunos sobre o que, para eles, representou essa avaliação sobre

o aprendizado dos assuntos estudados. Aproveitamos a oportunidade, ao dar destaque a

essas opiniões, para estabelecer um paralelo entre os dois tipos de aprendizagem: a

Aprendizagem Mecânica e a Aprendizagem Significativa. Julgamos que não

poderíamos ir para as considerações finais desse trabalho sem que antes não deixemos

claro o valor de uma aprendizagem realmente significativa para o nosso educando.

Nesse sentido, com o fim de estabelecer o paralelo pretendido, ilustraremos nossa

exposição pelas opiniões dos alunos refletidas em seus relatórios manifestando suas

vivências escolares na etapa de nossa pesquisa de campo. Além da fala dos alunos que

participaram da pesquisa, nos valemos ainda, das opiniões dos teóricos que versam

sobre esses dois tipos de aprendizagem: a Mecânica ou Memorística e a Significativa. É

o que apresentamos no próximo item, a seguir.

4.2. Aprendizagem Mecânica versus Aprendizagem Significativa

Aprendizagem mecânica (ou por memorização) e aprendizagem significativa

não são dicotômicas por natureza, segundo Ausubel (2003) e, em situações de

aprendizagem, podem colocar-se num continuum memorização-aprendizagem, como

apresentado no Quadro 2, Capítulo 1 deste documento. Segundo o quadro, enquanto a

Aprendizagem Significativa requer:

Incorporação substantiva (não literal, que tenha significados pessoais,

idiosincráticos) não-arbitrária (um novo conhecimento adquire

significado não por interagir arbitrariamente com qualquer

conhecimento prévio, mas sim com algum conhecimento em

particular), de novo conhecimento à estrutura cognitiva; Esforço

deliberado para ligar o novo conhecimento a conceitos de ordem

superior, mais inclusivos, na estrutura cognitiva; Compromisso afetivo

de relacionar novos conhecimentos a conhecimentos prévios.

(NOVAK, apud MOREIRA, 1999, p. ...)

a Aprendizagem Mecânica, ao contrário dessas premissas, é aquela em que a nova

informação é internalizada de maneira literal, sem interação cognitiva com

conhecimentos prévios, sem incorporação à estrutura cognitiva. (Ausubel, 2000;

Moreira, 2006; Masini e Moreira, 2008; Valadares e Moreira, 2009).

Page 112: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

112

Tomando como referência o texto: “Aquisição e Retenção de Conhecimentos:

Uma Perspectiva Cognitiva”, Capítulo I, de Ausubel (2003), “As tarefas de

aprendizagem por memorização” podem relacionar-se com a estrutura cognitiva, “mas

apenas de uma forma arbitrária e literal que não resulta na aquisição de novos

significados.” (AUSUBEL, 2003, p. 4, destaque do autor). Segundo o autor, é este tipo

de capacidade de relação basicamente diferente para com a estrutura cognitiva

(arbitrária e literal versus não arbitrária e não literal) que justifica a diferença

fundamental entre os processos de aprendizagem por memorização e aprendizagem

significativa. (p.4)

Análises comparativas – advindas de pesquisas – sobre os dois tipos de

aprendizagem levaram o autor a afirmar que a aprendizagem e a retenção significativas

são mais eficazes do que a aprendizagem por memorização. Em primeiro lugar, diz o

autor,

o facto de o material de instrução na aprendizagem significativa ser

logicamente, e, por isso, potencialmente significativo, contribui sem

dúvida com algo significativo para esta superioridade; mas, é

essencialmente a superioridade nos processos de aprendizagem

significativa (i.e., o conjunto da aprendizagem significativa do

aprendiz e a capacidade de relação não arbitrária e não literal dos

materiais de instrução para com as ideias ancoradas relevantes na

estrutura cognitiva) que explica, basicamente, os resultados da

aprendizagem e da retenção superiores. (AUSUBEL, 2003, p.15)

Em segundo lugar, em virtude dos aspectos não-arbitrário e não-literal do

conteúdo do material de aprendizagem e dos processos de aprendizagem, o que é

aprendido/apreendido com significado pode ficar retido por longos períodos de tempo,

colaborando para que uma quantidade maior de materiais educativos possam ser

utilizados, o que não acontece no aprendizado por memorização ou mecânico. Em

terceiro lugar, como bem destaca o autor,

o significado per se, no contacto inicial com o material de

aprendizagem e durante os períodos de aprendizagem e de retenção,

faz uma diferença subjectiva e positiva relativamente ao esforço de

aprendizagem e de recordação. A experiência de aprendizagem na

aprendizagem significativa é subjectivamente agradável e familiar e

aguça, também, a curiosidade intelectual e a perspectiva de se

adquirirem novos conhecimentos, em vez de provocar uma reacção

como se fosse uma tarefa não recompensada e desagradável da

aprendizagem por memorização que envolve um esforço cognitivo

indevido. (p.15)

A experiência realizada com os alunos do 9º. ano, no primeiro semestre de

2011, por conta dos objetivos de nossa pesquisa, nos ofereceu, nitidamente, momentos

Page 113: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

113

de percepção de ocorrência de aprendizagem por memorização (ou mecânica) e de

ocorrência de aprendizagem significativa, como destacaremos a seguir.

Como já relatado no Capítulo 3, item 3.1.4, o tema versando sobre

radicais/radiciação, propriedades e operações, foi desenvolvido, em seus aspectos

teóricos, em aulas expositivas seguidas de resolução de exercícios, com base na

proposta do livro didático adotado. Na avaliação sobre o tema os alunos não

apresentaram bons resultados. O baixo desempenho dos alunos, segundo nossa análise,

se deveu a uma série de fatores, sendo um deles o próprio assunto “radicais”,

apresentado aos alunos numa linguagem mais sistemática e técnica, pouco relacionado

às situações cotidianas vivenciadas por eles. Além do mais, o material de aprendizagem

utilizado, embora, a princípio, considerado potencialmente significativo, não produziu

resultados que revelassem uma aprendizagem significativa.

O relato dos alunos, após a avaliação, nos mostrou que a aprendizagem do

tema ocorreu numa das etapas do continuum (aprendizagem mecânica ↔ aprendizagem

significativa) mais próxima da aprendizagem mecânica, reconhecida por nós pelos

seguintes fatos:

(a) O “material educativo” a ser aprendido não se relacionou a algo já estabelecido

na estrutura cognitiva do aprendiz.

(b) As novas informações foram apreendidas sem interagirem com conceitos

relevantes existentes na estrutura cognitiva.

(c) Pouca ou nenhuma informação prévia se manifestou presente na estrutura

cognitiva com a qual o novo conhecimento pudesse se relacionar.

(d) O novo conhecimento foi armazenado de maneira arbitrária e literal na mente do

aluno na tentativa de decorar os exercícios e seguir um modelo ao pé da letra.

(e) O assunto mostrou-se sem significado real para o aluno, sem possibilidades de se

relacionar com conhecimentos e atividades em outras esferas.

Tais fatos são característicos de uma aprendizagem memorística, como nos

revela a teoria sobre o assunto. Além do mais, ficou evidente pelas declarações dos

alunos, que o empenho deles no estudo do tema teve como motivação principal tirar

uma nota alta na avaliação. A fala dos alunos em seus relatórios nos apresenta uma

variedade de indícios de aprendizagem mecânica do tema “radicais” quando afirmam:

“Eu estudei o básico, porém o professor coloca questões que cobram mais do que o

básico o que deixa as questões mais difíceis de serem respondidas. Fica muita coisa na

cabeça e tudo se embola na hora da resposta.”

Page 114: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

114

“Eu achei muito complicado e misturava muito os assuntos, mas não é tão difícil. O que

eu tenho dificuldades são os exercícios diferentes da apostila, pois eu acho que eu não

vou conseguir fazer eles.”

“A prova foi complicada, porque nos vimos os conceitos e fizemos as atividades muito

separados, como nas atividades de 40 questões foi tudo muito separado e na prova teve

a união de todos os conceitos e como nos não vimos essa união na sala de aula

complicou.

“A prova foi difícil, e complicada demais pelo tempo que tivemos. Falta de estudo, sei

que não foi, pois fiquei o feriado estudando. Além de que uma matéria mais difícil.

Radicais é “radical” demais para minha cabeça. São várias propriedades e modos de

resolver para decorar.”

“Bom, primeiramente eu fui fazer a prova confiante. Sabia toda a matéria. Na hora da

prova fiquei em duvida em algumas questões, pois achei o grau de dificuldade delas um

tanto quanto grande. Mas, após a explicação, comecei a entender. E então fiz o resto da

prova. No geral, achei a prova desafiadora e interessante. Só peço que antes de uma

prova, seja passado mais exercícios difíceis. Não tive dúvida na matéria, por isso fui

bem no teste.”

“O estudo de “Radicais” parece fácil. No entanto, quando aprofundamos nossos

estudos sobre esse assunto, percebo que se trata de uma matéria abstrata, complexa e

confusa, que não traz nenhum benefício, pelo menos por enquanto, para nossas vidas. A

culpa não é do professor, muito pelo contrário, mas é da matéria que é “impossível” de

ser materializada. [...] o assunto “radicais” possui muitos detalhes, sendo difícil

colocá-los todos em prática e nos lembrar deles.”

“Eu acho que essa matéria é complicada de entender porque é uma coisa muito

abstrata. E eu acho também que quando a gente for trabalhar não vai precisar usar

isso no nosso dia-a-dia. Achei minha nota muito ruim, e acho que isso aconteceu

porque eu não estudei o bastante e também porque eu não entendi muito bem a

matéria.”

“Quando eu entendo a matéria eu entendo no dia que você passa aí no dia seguinte eu

não lembro mais aí eu não consigo pegar a matéria seguinte e não sei estudar em casa

matemática. Aí eu fui mal nas duas provas. Minha dificuldade foi em tudo, porque tipo

eu sabia fazer todas as questões mas só o início delas, no final eu confundo tudo e não

sei fazer o final aí eu sempre erro.”

Em linhas gerais, as afirmações nos deram ciência de que, para os alunos, o

professor preparou uma avaliação “cobrando” mais do que o básico. Tais manifestações

nos alertaram para o fato de que o aluno, antes de procurar relações do novo assunto

com o que já sabia, procurou decorar alguns exercícios e reproduzi-los literalmente na

avaliação. Quando o aluno nos diz que “são várias propriedades e modos diferentes para

decorar” parece ter estudado sem tentar estabelecer relações e atribuir significados.

Page 115: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

115

Restou a ele decorar alguns tipos de exercícios dados, estratégia que lhe trouxe

dificuldades considerando que a simples memorização lhe impedia de relacionar

diferentes conceitos, buscar novas possibilidades de resolução e estabelecer relações do

novo conhecimento com outros já conhecidos.

Por outro lado, a nossa pesquisa para a ocorrência de uma aprendizagem

significativa da Matemática, além da visão cognitiva clássica proposta por Ausubel na

década de 60, Sec. XX se revestiu da visão humanista proposta por Joseph Novak

(1981; Novak e Gowin, 1996) colaborador de Ausubel e co-autor da segunda edição da

obra básica sobre aprendizagem significativa (Ausubel, Novak e Hanesian, 1980).

Novak propõe a integração entre pensamentos, sentimentos e ações que pode ser

positiva, negativa ou matizada. Fazendo considerações sobre a visão proposta por

Novak, em seu texto “Aprendizagem Significativa: da visão clássica à visão crítica”, diz

Moreira que:

A perspectiva de Novak é que quando a aprendizagem é significativa

o aprendiz cresce, tem uma sensação boa e se predispõe a novas

aprendizagens na área. Mas o corolário disso é que quando a

aprendizagem é sempre mecânica o sujeito acaba por desenvolver uma

atitude de recusa à matéria de ensino e não se predispõe à

aprendizagem significativa. Muito do que se passa nas situações de

ensino e aprendizagem ocorre entre esses dois extremos. A visão de

Novak é importante porque a predisposição para aprendizagem é uma

das condições da aprendizagem significativa e certamente tem a ver

com a integração de pensamentos, sentimentos e ações. (MOREIRA,

2010, p. 3)

Julgamos que essa predisposição para o aprendizado exaltada por Novak,

integrando sentimentos, pensamentos e ações e nos revelando indícios de uma

aprendizagem significativa, se manifestou quando tivemos retorno das opiniões dos

alunos sobre o trabalho desenvolvido nos grupos de atividades elaborados e

apresentados em seus detalhes nesta dissertação. Em contraposição às opiniões dos

alunos sobre os resultados da avaliação sobre radicais, destacamos alguns de seus

pensamentos sobre o Grupo de Atividades GA6 que teve como finalidade avaliar o

aprendizado dos temas matemáticos estudados através dos GAs anteriores (Quadro 8,

Capítulo 3).

Eis alguns dos pensamentos dos alunos, nos revelando que a aprendizagem,

além de incorporada segundo a visão humanista de Novak, no continuum aprendizagem

por memorização-aprendizagem significativa, pela nossa interpretação, apresentou

tendências mais voltadas para a aprendizagem significativa.

Page 116: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

116

“Ela (a atividade) é mais prática e real, e também, nessa etapa eu ando me esforçando

mais e consigo prestar mais atenção nas aulas.”

“A avaliação se difere na matéria, que é a matéria que eu compreendi mais rápido,

pois, há como colocar o conteúdo em prática.”

“O aprendizado ocorreu sim, e eu não vou dizer que nas outras provas o aprendizado

não ocorreu, ele ocorreu, porém a última matéria é mais simples e prática, por isso tem

a ideia de que aprendemos mais.”

“De forma geral, essa avaliação foi fácil, pois tivemos várias atividades sobre a

matéria e por isso a maioria dos alunos tirou uma nota boa”.

“Gostei muito dessa avaliação. Todas as questões que estavam na mesma foram antes,

na sala de aula, praticadas e estudadas minuciosamente, com explicações claras. A

folha de exercícios também ajudou bastante. Em suma, espero que todas as provas

sejam assim”.

“Para mim, esta avaliação foi muito interessante, afinal, apesar de ter sido longa e com

muitas questões, não me deixou entediada e insegura durante a realização da prova”.

“Eu achei que essa avaliação foi diferente das outras porque além de saber melhor a

matéria dessa vez eu me sai melhor”.

“Eu achei a prova muito boa, acho que a matéria ajudou bastante, mas as questões

estavam de fácil compreensão, resultando em notas bem melhores que anteriores.”

“Eu achei esta avaliação desafiadora, mas se tivesse estudado iria bem”.

“Não achei muito difícil, nós aprendemos a matéria bem e os conhecimentos foram bem

aplicados na prova.”

“Eu achei que estava em um nível bom, não estava muito fácil nem difícil. Tinha muitas

questões, mas como podia usar calculadora, não foi problema.”

“Eu gostei dessa avaliação, tudo o que tinha nela foi dado em sala, teve várias

questões, o que eu achei bom, pois nos dá mais chance de ganhar nota melhor.”

“Achei uma boa prova, porque tinha várias questões, para que ninguém perdesse

muitos pontos. E como a gente já tinha feito várias atividades sobre o assunto, não tive

muita dificuldade.”

De um modo geral, os alunos sentiram-se satisfeitos sobre a forma como foram

avaliados, demonstrando em seus relatos que aprenderam bem os assuntos estudados

pelo fato de acharem as questões propostas de fácil compreensão. Ao mesmo tempo,

sentiram-se desafiados esforçando-se para resolver as variadas questões, algumas de

aplicação mais direta dos aspectos teóricos estudados e outras de aplicação em outros

Page 117: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

117

contextos, além do matemático. Como já esclarecido no item anterior, duas questões,

inclusive, abordavam conteúdos que ainda não tinham sido estudados em seus aspectos

formais até o momento. No entanto, os alunos conseguiram, com as informações

colocadas na prova, pensar sobre o novo problema e encontrar soluções.

Em conclusão, ao valorizarmos a Aprendizagem Significativa em detrimento da

Aprendizagem Mecânica, concordamos com o pensamento de Ausubel (2003) quando

diz que “os seres humanos têm tendência a trabalhar mais e sentem-se muito mais

motivados quando as actividades de aprendizagem que iniciam fazem sentido” (p.15).

Esta foi exatamente a percepção que tivemos no decorrer da realização das atividades

propostas aos nossos alunos sempre desafiados a externarem suas ideias em linguagem

própria. Evidenciamos maior participação nas aulas e empenho nos estudos,

envolvimento e motivação para a realização das tarefas, formulação de perguntas,

percepção de uma matemática para além do livro didático, presente em muitos lugares e

situações e, possivelmente, um aprendizado significativo do conhecimento matemático

decorrente das atividades realizadas. Segundo Ausubel (2003) esta é a explicação dada

pelos psicólogos gestaltistas para a superioridade da aprendizagem significativa em

relação à por memorização: “quando a aprendizagem surge acompanhada de

interiorização e de compreensão das relações, formam-se „vestígios estáveis‟ que se

recordam durante mais tempo.” (p.16, destaque do autor).

Apresentaremos no item seguinte alguns indícios de que além da aprendizagem

ter sido significativa ela foi também crítica. Para tal, evidenciamos as opiniões de

alguns alunos participantes expressas um ano após a realização da pesquisa de campo.

4.3. Indícios da ocorrência de uma aprendizagem significativa crítica do

conhecimento matemático na opinião dos alunos.

Para nós seria cômodo responder – como numa via de mão dupla – que, se os

objetivos (b) foram atendidos, como expressamos no item 4.1.3, então os princípios

para uma aprendizagem significativa crítica também o foram. No entanto, não nos

julgávamos suficientemente seguros da ocorrência da criticidade no curto espaço de

tempo em que desenvolvemos nosso projeto de pesquisa, tanto mais que pesquisadores

sobre o tema (Capítulo1) já nos alertavam sobre tais dificuldades. Tendo em mente tal

fato, nos interessamos em conhecer a opinião de alguns alunos um ano após sua

participação na pesquisa ocorrida no primeiro semestre de 2011. Em abril de 2012,

preparamos um questionário (Apêndice D, p.183) e contactamos onze alunos que ainda

Page 118: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

118

frequentavam a Escola, local da pesquisa, para responder as perguntas propostas.

Consideramos importante conhecer “como julgavam sua participação no projeto e o que

ficou para eles do que considerávamos significativamente aprendido?”. Suas opiniões

expressas em seus relatórios nos deram margem para responder a essa pergunta, como

demonstramos a seguir, focalizando cada um dos princípios e seu atendimento, julgados

pela visão crítica dos alunos em suas considerações.

Atendendo ao princípio do conhecimento prévio (P1), tivemos a preocupação

de resgatar e ressignificar o conceito de proporcionalidade, identificado por nós como o

conhecimento prévio necessário ao aprendizado de conceitos posteriores programados

para o semestre letivo. As falas dos alunos em seus relatórios justificam essa afirmação,

como a seguir:

“Quando penso hoje nas atividades realizadas, me vem à memória o fato de observar

as casas, construções, igrejas e objetos, olhá-los de forma matemática, com formas

geométricas ou utilizando o Teorema de Tales. Acredito que isso acontece pelo

trabalho realizado no ano passado, em que observamos igrejas e museus para ver tal

proporcionalidade.”

“Quando penso nas atividades e nos momentos marcantes, o que me vem à memória é a

aplicação da Matemática nos diversos aspectos do cotidiano. Isso pra mim, significou

um grande destaque porque me fez perceber que a Matemática está presente em tudo,

desde as situações mais simples às mais complexas.”

“Sobre os conteúdos realizados, a proporcionalidade e o Teorema de Tales e suas

aplicações, foram o assunto que mais aprendi.”

“Dos conteúdos estudados os mais presentes na memória são os de escala, que fomos

ate a igreja de Ouro Preto, Casa dos Contos, ate a Pampulha, ao Museu das Reduções,

isso marcou muito. Porque além de facilitar mais o entendimento foi a única excursão

que tivemos na 8ª série.”

“Grande parte dos conteúdos está presente nas minhas lembranças, porém, o assunto

que se destacou durante o meu aprendizado foi o conceito de escala e

proporcionalidade, devido a sua aplicação nas obras do Museu das Reduções, o que

despertou o meu interesse”.

“Proporcionalidade, pois, a partir dela conseguimos entender as construções e como

eles as fizeram.”

O princípio da interação social e do questionamento (P2) foi atendido através

de inúmeras atividades realizadas coletivamente e, particularmente, quando o professor

estimulou os alunos a formularem perguntas, expondo suas dúvidas e o querer saber

mais. Um dos alunos descreve a experiência que teve com os colegas, dizendo:

Page 119: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

119

“A experiência que tivemos visitando os lugares junto com os colegas foram as partes

mais legais. Porque era um aprendizado fora da escola, muito melhor e mais

divertido.”

O princípio da não centralidade do livro texto (P3), manifestou-se na variedade

de materiais elaborados e utilizados como elementos didáticos, com base em uma

proposta referenciada na cidade histórica de Ouro Preto e vizinhanças. Entendemos que

este princípio foi atendido quando os alunos descrevem a viagem como uma alternativa

de aprender a Matemática de maneira divertida, saindo da rotina da sala de aula.

“No primeiro semestre período em que fizemos a viagem, o aprendizado foi bem mais

rápido e divertido, uma vez, que além de conhecermos mais um pouco de nossa cidade,

nós também saímos da rotina de ficar estudando em uma sala lendo livros e fazendo

atividades”.

“No primeiro semestre do ano passado, aprendemos matemática de forma mais prática

e dinâmica. Fomos a igrejas e museus para observarmos como a Matemática está tão

presente no nosso dia-a-dia. Desse, modo aprender matemática foi mais interessante do

que somente na sala de aula. Alem da praticidade e a facilidade do aprendizado.”

“No primeiro semestre aprendemos de uma forma criativa, podendo ver no mundo, o

que estávamos aprendendo dentro da sala de aula, através de excursões, já na segunda

etapa o conteúdo estudado não deixava que isso ocorresse.”

“No período anterior às atividades, aprendi matemática apenas estudando a teoria e

aplicado-a nos exercícios presente no livro. Após a mesma pude perceber de forma

concreta as teorias, estudadas dentro da sala de aula. No ambiente em que vivia, sendo

mais fácil estudar e entender essa matéria, associando-a ao espaço.”

As visitas aos locais históricos e o trabalho decorrente, estimulou um olhar

matemático sobre os monumentos dando oportunidade aos alunos de perceberem e

representarem seu entorno vivencial sob novas perspectivas atendendo ao princípio do

aprendiz como perceptor/representador (P4) de sua realidade e ao princípio do

conhecimento como linguagem (P5) já que esta se destacava nas várias tentativas dos

alunos ao manifestarem os momentos presenciados nas visitas, conforme seus relatos a

seguir:

“Além do aprendizado dos conteúdos matemáticos previsto, esse estudo trouxe

conhecimento a mim, conhecimentos culturais que eu não sabia. Esse estudo

desenvolvido gerou em grande aprendizado, e uma facilidade maior para lidar com a

matemática e passar a ver o mundo de uma forma diferente.”

“Esse modo de ensino significou para mim uma forma mais interessante e interativa de

aprender e aplicar a Matemática, reconhecendo que ela está presente em tudo a nossa

Page 120: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

120

volta, porém, de formas diferentes. Sendo assim, pude perceber isso nos monumentos

históricos e museus visitados, ampliando o conhecimento arquitetônico e cultural a

respeito deles.”

“A Matemática também é ensinada e aprendida fora de sala, com excursões, como a

que fizemos no meio do ano, onde nos visitamos igrejas e museus, para calcular escala,

descobrir formas geométricas nos desenhos. Esse ensino mostrou para mim que existe

várias formas de se aprender Matemática.”

“No período anterior às atividades, aprendi matemática apenas estudando a teoria e

aplicado-a nos exercícios presente no livro. Após a mesma pude perceber de forma

concreta as teorias, estudadas dentro da sala de aula. No ambiente em que vivia, sendo

mais fácil estudar e entender essa matéria, associando-a ao espaço.”

A partir de suas percepções e estimulados a refletir sobre elas, num trabalho

colaborativo, os alunos construíram significados para conteúdos matemáticos e

demonstraram isso em diferentes momentos através de seus questionamentos, relatos,

manifestações em sala de aula e avaliações, atendendo, em conjunto, aos princípios da

consciência semântica (P6), da aprendizagem pelo erro (P7), da desaprendizagem (P8),

e da incerteza do conhecimento (P9). Os alunos puderam entender que há distintas

maneiras de interpretação da realidade, dependendo do olhar de cada um e da forma

como expressa seu pensamento, pois, segundo a teoria, os significados atribuídos aos

conceitos e as palavras são construções humanas e, portanto, estão nas pessoas, não nas

palavras (Moreira, 2010, p.13). Algumas opiniões dos alunos nos dão indícios dessa

afirmação:

“Essa forma de aprendizado me trouxe além do aprendizado matemático um

complemento cultural sobre minha cidade.”

“Além do aprendizado dos conteúdos matemáticos previsto, esse estudo trouxe

conhecimento a mim, conhecimentos culturais que eu não sabia. Esse estudo

desenvolvido gerou em grande aprendizado, e uma facilidade maior para lidar com a

matemática e passar a ver o mundo de uma forma diferente.”

“Com essa forma de aprendizagem facilitou muito o nosso estudo, já que quando você

vê o que está estudando é mais fácil.”

“Este modo de ensino me mostrou que tudo em nossa vida é matemática, também me

mostrou que podemos aprender matemática juntamente com outras disciplinas como a

geografia e história. Além do aprendizado dos conteúdos matemáticos previstos eu

aprendi mais da cultura da minha região, da história e geografia.”

“Significou exatamente como Matemática é aplicada no mundo lá fora, como é usada

para nos proporcionar uma vida melhor.”

Page 121: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

121

“Este modo de ensino significou para mim, uma maneira prática de perceber a ligação

que há entre as disciplinas, afinal, todas elas explicam a realidade, porém, de ângulos

distintos. Além disso pude comprovar novamente a presença cativa da Matemática no

meu dia-a-dia, e na riqueza histórica da região onde moro.”

“Este estudo foi bom não só pelo aprendizado da Matemática, mas também pelo

aprendizado sobre os monumentos visitados por nós. Este modo de ensino foi um modo

eficaz para compreender a Matemática.”

O princípio da não utilização do quadro de giz (P10) foi atendido no

desenvolvimento das atividades através das várias estratégias utilizadas, como já

descrito, além do uso do quadro. Evidenciamos esse fato em quase todas as opiniões dos

alunos. Destacamos algumas mais marcantes:

“A Matemática também é ensinada e aprendida fora de sala, com excursões, como a

que fizemos no meio do ano, onde nos visitamos igrejas e museus, para calcular escala,

descobrir formas geométricas nos desenhos. Esse ensino mostrou para mim que existe

várias formas de se aprender Matemática.”

“Hoje quando lembro da minha participação nas atividades realizadas, penso que me

doei ao máximo no estudo. As pesquisas, mas principalmente as visitas realizadas no

Museu das Reduções, me encantaram. Pois, a perfeição nos mínimos detalhes são

incríveis.”

“O que mais ficou gravado depois das atividades foi o Teorema de Tales, pois nós o

colocamos em prática na viagem em que fizemos, nós não ficamos presos somente na

teoria, nós aprendemos por meio de situações reais a como usá-lo.”

“As atividades que realizamos que mais ficou marcado na minha memória foram as

excursões para Belo Horizonte, aonde vimos várias formas geométricas e aprendemos

a calcular cada forma.”

Em conjunto, consideramos que os procedimentos adotados atenderam ao

princípio do abandono da narrativa (P11), com a percepção de que muitos dos conceitos

matemáticos estudados emergiram das narrativas dos próprios alunos elaboradas em

seus grupos de trabalho e, posteriormente, discutidas com todos os demais grupos sob a

orientação do professor. As falas a seguir, revelam as opiniões dos alunos expressando

com suas próprias palavras – após ter passado um ano do trabalho realizado – numa

demonstração de sua visão crítica, como pode ocorrer uma aprendizagem da

Matemática que tenha sido marcante em suas vidas de estudante.

“Este modo de ensino me mostrou que tudo em nossa vida é matemática, também me

mostrou que podemos aprender matemática juntamente com outras disciplinas como a

Page 122: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

122

geografia e história. Além do aprendizado dos conteúdos matemáticos previstos eu

aprendi mais da cultura da minha região, da história e geografia.”

“Após você perceber que a Matemática, esta mais presente na nossa vida, no nosso

cotidiano, mais do que a gente possa imaginar, quando você percebe a sua

importância, ela fica mais fácil de compreender e entender.”

“As atividades realizadas no ano de 2011, foram muito marcantes. Mas o que

realmente me chamou a atenção foi o fato de durante essas atividades, poder aplicar os

conceitos teóricos da Matemática nos monumentos históricos de Ouro Preto (Casa dos

Contos e Igreja de São Francisco de Assis), na Igreja de São Francisco de Assis, em

Belo Horizonte, dentre outros.”

“Anteriormente eu estudava menos, um dia antes, já no ano passado tive que montar

meu horário de estudos, me preparar melhor. Com isso agora, no 1º ano, em um ritmo

muito mais acelerado isso me ajuda muito.”

“Acho que para aprender matemática, você tem que ter uma boa base, tem que

entender e conseguir visualizar o que o exercício está pedindo.”

“No primeiro semestre do ano passado, aprendemos matemática de forma mais prática

e dinâmica. Fomos a igrejas e museus para observarmos como a Matemática está tão

presente no nosso dia-a-dia. Desse, modo aprender matemática foi mais interessante do

que somente na sala de aula. Alem da praticidade e a facilidade do aprendizado.”

“No primeiro semestre aprendemos de uma forma criativa, podendo ver no mundo, o

que estávamos aprendendo dentro da sala de aula, através de excursões, já na segunda

etapa o conteúdo estudado não deixava que isso ocorresse.”

“No período anterior às atividades, aprendi matemática apenas estudando a teoria e

aplicado-a nos exercícios presente no livro. Após a mesma pude perceber de forma

concreta as teorias, estudadas dentro da sala de aula. No ambiente em que vivia, sendo

mais fácil estudar e entender essa matéria, associando-a ao espaço.”

“Com base nesta reflexão, posso concluir que o aproveitamento no estudo e no

aprendizado no estudo e no aprendizado da Matemática, dependem do pondo de vista

do estudante e do desenvolvimento de métodos que facilitam esse processo. É

necessário desmistificar a idéia de que a Matemática é uma disciplina monótona e

difícil, e criar formas de torná-la mais interessante.”

“Antes da 8ª série, achava Matemática muito chata, porque a matéria era muito chata,

mas em 2011, na 8ª série , em 2012 no 1º ano, Matemática pra mim está sendo muito

legal, desde o ano passado entendo a matéria e estou começando a gostar, e também

estou sabendo fazer os exercícios. Estudar a matéria pra mim tem que ser através de

exercícios, muito exercício.”

“Com esses estudos e visitas foi possível compreender melhor a Matemática, foi uma

forma legal e mais produtiva de aprender.”

Page 123: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

123

Alguns dos princípios que julgamos atendidos e foram constatados (P1, P2, P3,

P9, P10), manifestaram-se no curto período de tempo (um semestre) da pesquisa. Os

demais, segundo nossa interpretação com base na experiência realizada, exigiriam um

tempo mais prolongado com os estudantes, novas abordagens e estratégias. O que

apresentamos a respeito desses princípios foram apenas alguns indícios da possibilidade

de atendimento aos mesmos.

Page 124: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

124

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando evidenciamos, na Introdução deste trabalho de pesquisa, a nossa

vivência com o ensino e a aprendizagem da Matemática nas escolas, a intenção de

proporcionar um aprendizado significativo da Matemática já se manifestava como uma

preocupação muito presente em nossa prática docente nas escolas em nível de Ensino

Fundamental. Na pesquisa realizada para o curso de especialização, em 2005, a questão

do aprendizado significativo da Matemática nas escolas assumiu novas dimensões

quando foi possível antever e proporcionar alternativas para a aprendizagem da

Matemática de modo a oferecer ao aluno a oportunidade de “compreendê-la como um

conhecimento que lhe estruturasse para resolver, além dos problemas matemáticos

próprios do contexto escolar, também problemas matemáticos ditados pela sua vivência

diária, pelos questionamentos originados de seu trabalho, buscando compreender essa

realidade e poder agir sobre ela.” (p.15, desta dissertação).

Nesse sentido, novos questionamentos fizeram-se presentes em nossas

reflexões tornando-nos mais críticos da prática que exercíamos e impulsionando-nos

para ampliar nossos conhecimentos através de novas leituras. Buscamos textos de

pesquisadores e autores cujos temas versavam sobre Educação Matemática e,

particularmente, sobre a aprendizagem significativa da Matemática, com destaque para

David Ausubel e Marco Antonio Moreira. Suas teorias sobre Aprendizagem

Significativa e Aprendizagem Significativa Crítica, constituíram-se como importante

referencial teórico para a fundamentação da nossa investigação. Consideramos que o

estudo dessas teorias viria dar suporte à criação e ao desenvolvimento de novas ações

para o ensino e aprendizagem da Matemática em sala de aula.

Assim, como enunciamos na Introdução, nos propusemos a criar, elaborar e

desenvolver com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, atividades em que o

cotidiano próximo deles fosse ponto de partida para as discussões em sala de aula e para

o aprendizado de conceitos matemáticos já estabelecidos pelo planejamento semestral

da Escola. Tal plano de ação, ditado pela nossa experiência como professores de

Matemática e pelas leituras prévias dos autores selecionados, nos conduziram para a

realização da presente pesquisa com a intenção de buscar respostas à seguinte questão

de investigação: “Como criar ambientes favoráveis à Aprendizagem Significativa

Crítica em contextos de cursos regulares nas aulas de Matemática?”. Temos em mente

que as tarefas a que nos propusemos realizar para atingir o objetivo da investigação,

Page 125: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

125

foram suficientes para que algumas respostas possam ser dadas nesse momento das

considerações finais de nosso trabalho.

Algo que não foi explicitado nos capítulos que compõem essa dissertação e

que, propositadamente deixamos para este momento, é uma alusão sobre o termo

“ambiente” que figura em nossa questão de investigação. Julgamos que não poderíamos

ir adiante em nossas considerações sem antes esclarecer o sentido que atribuímos ao

referido termo nesta dissertação. Num sentido amplo e geral, o dicionário nos diz que

“ambiente” é o “que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas por todos os lados,

envolvente” e também “Lugar, sítio, espaço, recinto” (AURÉLIO, 1995, p.36). Nesse

sentido amplo, em concordância com os significados do dicionário, mas indo além,

adotamos para o termo essa qualidade de “envolvente”, “que se processa num

determinado local ou espaço” e onde podemos reconhecer um número sem fim de

“ambientes”.

A denominação “Ambiente Educacional” coloca-se nesse universo e, num

sentido mais restrito, é o ambiente que nos interessa caracterizar, a princípio, como

aquele em que a educação se processa informal ou formalmente em lugares e/ou

espaços variados (incluindo o ambiente familiar, o religioso, o escolar, o virtual e

outros). Para fins desse trabalho de investigação, caracterizamos “ambiente

educacional” como aquele onde a educação se processa formal e intencionalmente, com

suas normas e regras pré-estabelecidas. De um modo geral, tal ambiente é designado por

educadores de “Ambiente de Aprendizagem”.

Skovsmose, (2000), em seu artigo “Cenários para investigação”, comenta que

estudos em educação matemática que têm mostrado um “quadro desolador” sobre a

aprendizagem da Matemática em aulas tradicionais, não reconhecem a possibilidade da

existência de ambientes de aprendizagem, pois “seus dados estão ligados a uma

organização particular da sala de aula de matemática, a que é típica.” (SKOVSMOSE,

2000). Tendo em conta tal situação, Skovsmose apresenta uma matriz com seis tipos

diferentes de ambientes de aprendizagem, caracterizando-os através de tipos de

referência (matemática pura, semi-realidade, realidade) e exemplos variados. O autor

não valoriza um deles em detrimento do outro, considerando que, em maior ou menor

escala, todos têm seus momentos e finalidades.

Bragança, Ferreira e Pontelo (CEFET/MG) no artigo “Práticas educativas e

ambientes de aprendizagem escolar: relato de três experiências”, falando sobre a prática

docente consideram, assim como nós, que ela pode contemplar atividades diferenciadas

Page 126: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

126

que transcendem os limites de uma sala de aula. Para os autores, um exemplo de

ambiente de aprendizagem é o ambiente de aprendizagem escolar, organizado para que

ocorram práticas educativas e onde o professor tem um papel fundamental. (sd, p. 2-3).

A concepção assumida por nós na elaboração e desenvolvimento dos materiais

educativos para esse trabalho de pesquisa, visando a uma aprendizagem significativa e

crítica da Matemática, pode ser descrita pelas palavras de Adelson Moreira (2007) sobre

Ambiente de Aprendizagem Escolar, assim expressas:

O ambiente de aprendizagem escolar é um lugar previamente

organizado para promover oportunidades de aprendizagem e que se

constitui de forma única na medida em que é socialmente construído

por alunos e professores a partir das interações que estabelecem entre

si e com as demais fontes materiais e simbólicas do ambiente.

(MOREIRA A., 2007, apud BRAGANÇA e outros, sd, p. 3).

Julgamos que não poderia ser outra a concepção adotada, já que as leituras que

compuseram nosso referencial teórico nos direcionaram para pensarmos num ambiente

com as características delineadas há pouco. Retomando a nossa questão de investigação,

o ambiente de aprendizagem que pretendíamos criar deveria favorecer á uma

aprendizagem significativa crítica da Matemática. Para tal, orientados pelos onze

princípios que regem a teoria proposta por Moreira (2010) estabelecemos os objetivos

que orientaram a elaboração das atividades e que, em seu desenvolvimento,

constituíram os ambientes de aprendizagem pretendidos.

No Capítulo 4 desta dissertação, apresentamos cada um dos grupos de

atividades, com seus objetivos e esclarecimentos sobre “como”, “quando” e “onde” se

manifestaram e quais resultados, produziram nos alunos para uma aprendizagem

significativa e crítica da Matemática. Os resultados alcançados, segundo nosso

julgamento, foram favoráveis a uma aprendizagem significativa da Matemática,

revelando, por parte dos alunos, indícios perceptíveis de maior participação nas aulas e

empenho nos estudos, envolvimento e motivação para a realização das tarefas,

formulação de perguntas, percepção de uma matemática para além do livro didático,

presente em muitos lugares e situações, como já exposto no Capítulo 4.

Mas, como justificar em um curto espaço de tempo (apenas um semestre) que a

criticidade se fez presente nos momentos (ou através dos momentos) interativos

propiciados pela realização das atividades?

Julgamos que essa demonstração dada pelos alunos em suas palavras expressas

nos relatórios, (item 4.3) um ano após a realização das atividades elaboradas e propostas

Page 127: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

127

com a finalidade de investigar uma aprendizagem significativa e crítica da Matemática,

nos estruturou para afirmarmos que a aprendizagem, além de significativa dos

conhecimentos matemáticos, foi também crítica. Utilizar o conhecimento matemático

para analisar situações de seu entorno real, propor questões e encontrar soluções,

propiciou aos participantes momentos de um olhar mais focado e crítico de sua

realidade e da forma como o aprendizado da Matemática se realizou, como constatamos

em suas falas. Também, as atividades permitiram ao educando conhecer e valorizar sua

própria história através de conhecer a história de sua comunidade, de seus elementos

culturais e sociais, contemplando, assim, em maior ou menor escala, os princípios

facilitadores da Aprendizagem Significativa Crítica, propostos por Moreira (2010).

Em conclusão a essa breve exposição, acrescentamos que a pesquisa realizada

nos mostrou que, por diferentes estratégias e abordagens, é possível construir ambientes

favoráveis à aprendizagem significativa crítica nas aulas de Matemática, em contextos

de cursos regulares. Temos em mente que, no curto espaço de tempo de duração da

pesquisa, não nos foi possível levantar dados que propiciassem uma leitura com maior

embasamento científico do atendimento e/ou manifestação de alguns dos princípios

facilitadores concebidos por Moreira. Assim, julgamos que novas pesquisas fazem-se

necessárias sobre a temática ampla da Aprendizagem Significativa. Novos

questionamentos e novas respostas deverão iluminar, certamente, os caminhos para um

fazer pedagógico nas aulas de Matemática no qual o entorno vivencial do aluno se faça

presente nas discussões em sala de aula e desperte o interesse e a motivação para o

aprendizado significativo e crítico do conhecimento matemático.

Algumas vertentes teóricas sobre a aprendizagem significativa e crítica nos

ambientes de aprendizagem escolar também se manifestam nas obras de autores como

Skovsmose (como já expressamos) e D‟Ambrosio enriquecendo nossas referências

teóricas sobre o tema dessa investigação. E para finalizá-la, em concordância com as

visões de D‟Ambrosio em suas reflexões sobre a proposta pedagógica da

Etnomatemática, destacamos sua tão citada frase que, em tudo o que expressa, se

harmoniza com os aspectos teóricos da Aprendizagem Significativa Crítica e enriquece

nossas possibilidades e intenções da criação de ambientes favoráveis a uma

aprendizagem significativa e crítica da Matemática.

“A proposta pedagógica da Etnomatemática é fazer da matemática

algo vivo, lidando com situações reais no tempo e no espaço. E,

através da crítica, questionar o aqui e agora. Ao fazer isso,

mergulhamos nas raízes culturais e praticamos dinâmica cultural.

Page 128: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

128

Estamos, efetivamente, reconhecendo na educação a importância das

várias culturas e tradições na formação de uma nova civilização,

transcultural e transdisciplinar” (D‟AMBROSIO, 2001, p.46).

Page 129: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

129

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, J. L.. Uma abordagem sócio-crítica da Modelagem Matemática: a

perspectiva da educação matemática crítica. Alexandria Revista de Educação em

Ciência e Tecnologia. v.2, n.2, p.55-68, jul. 2009.

ARAÚJO, V. R.N.; CARDOSO, E. F. M. Interferências pedagógicas na superação

de dificuldades da aprendizagem matemática: D. Unirevista, Santa Catarina, v. 1,

n.2, p.01-14, abr. 2006.

AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; e HANESIAN, H. Psicologia Educacional. Rio de

Janeiro, Interamericana. Tradução para português, de Eva Nick et al., da segunda edição

de Educational psychology: a cognitive view (1968). 1980.

AUSUBEL, D. P. Aquisição e Retenção de Conhecimentos: Uma Perspectiva

Cognitiva. Lisboa: Ed. Alicerce, 2000.

AUSUBEL, D.P. Aquisição e retenção de conhecimentos: uma perspectiva

cognitiva. Lisboa, Plátano Edições Técnicas. Tradução ao português de Lígia Teopisto,

do original The acquisition and retention of knowledge: a cognitive view. 2003.

BACKES, L. H. Professor Pesquisador. Acesso em 22/05/2011, disponível em:

http://euler.mat.ufrgs.br/~vclotilde/disciplinas/pesquisa/texto_Backes.pdf.

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:

Matemática / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC / SEF, 1997.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais – 5ª a 8ª séries: Matemática. Brasília, 1998.

BORSSOI, A. H. A Aprendizagem Significativa em atividades de Modelagem

Matemática como Estratégia de Ensino, dissertação de Mestrado, Universidade

Estadual de Londrina, 2004.

CORRÊA, R. A. Linguagem matemática, meios de comunicação e Educação

Matemática. In: Escritas e Leituras na Educação Matemática. 1ª. ed. Belo

Horizonte : Autêntica Editora, 2005, p. 93-100.

D‟AMBROSIO, U. Etnomatemática – Elo entre as tradições e a modernidade. BH:

Autêntica Ed. 2001.

DAVID, M. M. S.; MOREIRA, P. C.. Matemática escolar, matemática científica,

saber docente e formação de professores. Zetetiké, V11, nº. 19, 2003, p.57-78.

FERREIRA, A. B. de H. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa, Rio de

Janeiro, Editora Nova Fronteira S/A, 1995.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

Page 130: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

130

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 27ª

ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

MASINI, E. F. S; MOREIRA, M. A. Aprendizagem Significativa. A teoria de David

Ausubel. São Paulo: Centauro. 2ª ed, 2006.

MASINI, E. F. S; MOREIRA, M. A. Aprendizagem Significativa. A teoria de David

Ausubel. São Paulo: Editora Moraes LTDA, 1982.

MASINI, E F. S; MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa: Condições para a

ocorrência e lacunas que levam a comprometimentos. Ed vetor, edição 1 – São

Paulo, 2008.

MONTEIRO, A; NACARATO, A. M. Relações entre Saber Cotidiano: apropriações

discursivas de futuros professores que ensinarão Matemática. Bolema, ano17, nº 22,

2004, p.1-17.

MOREIRA, M. A. Aprendizagem Significativa. Fórum Permanente de professores.

Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1999.

MOREIRA, M. A. Aprendizagem Significativa: um Conceito Subjacente. Atas do I

Encuentro Nacional sobre Enseñanza de la Matemática, Tandil, Argentina, abril de

2007. Versão revisada e ampliada em 2010.

MOREIRA. M. A. Aprendizagem Significativa Crítica. Versão revisada e estendida

de conferência proferida no III Encontro Internacional sobre Aprendizagem

Significativa, Lisboa (Peniche), 2000. Publicada nas Atas desse Encontro, p.p. 33-45,

com o título original de Aprendizagem significativa subversiva.

MOREIRA. M. A. Aprendizagem Significativa Crítica. Publicada também em

Indivisa, Boletín de Estúdios e Investigación, nº 6, pp. 83-101, 2005, com o título

Aprendizaje Significativo Crítico. 1ª edição, em formato de livro, 2005; 2ª edição 2010;

ISBN 85-904420-7-1.

PASSOS, C. M. Etnomatemática e Educação Matemática Crítica: conexões

teóricas e práticas. Dissertação de mestrado em Educação – Universidade Federal de

Minas Gerais, Belo Horizonte, 2008.

PROGDRAM de Erlangen. Disponível em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/programa_de _

Erlangen. Acesso em: 01 abril 2010.

SANTOS, N.M. Problematização das dificuldades de aprendizagem, Trabalho de

conclusão de atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, 2007

SKOVSMOSE, O. Educação Matemática Crítica: A questão da Democracia.

Campinas: Papirus, 2001.

SKOVSMOSE, O. Cenários de investigação. Boletim de Educação Matemática, Rio

Claro, n.14, p. 66-91, 2000.

Page 131: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

131

SOARES, D. A. Educação Matemática Crítica: Contribuições para o debate

Teórico e seus Reflexos nos Trabalhos Acadêmicos. Dissertação de Mestrado –

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2008.

Page 132: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

132

APÊNDICES

APÊNDICE A: Autorização / Convite ao aluno para participar do projeto de

pesquisa

APÊNDICE B: Manual de Atividades

APÊNDICE C: Opinião dos alunos sobre as atividades realizadas no primeiro

semestre de 2011

APÊNDICE D: Opinião dos alunos em resposta a um questionário proposto em

abril de 2012

Page 133: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

133

APÊNDICE A: AUTORIZAÇÃO / CONVITE

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO

Colégio Arquidiocesano de Ouro Preto

Termo de Autorização

Autorizo os Professores Roberto Lessa de Carvalho – Orientando e Roseli de Alvarenga

Corrêa – Orientadora do Mestrado Profissional em Educação Matemática a realizarem

sua pesquisa intitulada “CONSTRUÇÃO DE AMBIENTES FAVORÁVEIS À

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA CRÍTICA EM CONTEXTOS DE CURSOS

REGULARES NAS AULAS DE MATEMÁTICA”, com os alunos do Ensino

Fundamental desta escola, de acordo com as tarefas previstas no projeto de pesquisa,

dentro da disciplina Matemática.

Ouro Preto - MG, 05 de dezembro 2010

______________________________________________

Tarcisio Sebastião Moreira

Diretor do Colégio Arquidiocesano de Ouro Preto

______________________________________________________________________

Rua: Alvarenga, nº519, Cabeças, Ouro Preto - MG

CEP: 35400 000- Telef. (31)3551-1154

Page 134: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

134

TERMO DE ESCLARECIMENTO

Prezados Pais

Seu (sua) filho (a) está convidado (a) a participar da pesquisa “CONSTRUÇÃO DE

AMBIENTES FAVORÁVEIS À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA CRÍTICA EM

CONTEXTOS DE CURSOS REGULARES NAS AULAS DE MATEMÁTICA”

Esta pesquisa tem como objetivo: investigar as possibilidades de construir ambientes

que favoreçam a aprendizagem de forma significativa e crítica.

A participação dos alunos na pesquisa ocorrerá por meio da realização das

atividades propostas pelo pesquisador para realização nas aulas de Matemática. A

colaboração para o desenvolvimento desta pesquisa é totalmente voluntária. Se for

preciso aplicar um questionário o (a) aluno (a) pode escolher não responder a qualquer

uma das perguntas apresentadas no questionário e poderá, a qualquer momento, desistir

de participar da mesma. O (A) aluno (a) terá seu anonimato garantido, pois serão

utilizados códigos no lugar dos nomes e assim, as informações que fornecer não serão

associadas ao seu nome em nenhum documento, relatório e/ou artigo que resulte desta

pesquisa. Vocês terão em mãos uma cópia deste termo e poderão tirar dúvidas, quando

necessário, juntamente ao pesquisador responsável.

O aluno poderá, em qualquer momento ao longo da pesquisa, retirar sua

participação se julgar necessário. Caso assim o decida, não haverá qualquer prejuízo,

uma vez que as aulas acontecerão normalmente, pois as atividades propostas são de

acordo com o programa da disciplina, e os alunos que não estiverem dispostos a se

tornarem participantes da pesquisa participarão de todas elas. Neste caso, não serão

coletadas informações sobre a participação destes alunos para uso na pesquisa.

A pesquisa pode ser interrompida em caso de: motivos de saúde do pesquisador

ou decisão da direção da escola e/ou dos pais e alunos participantes da mesma.

_________________________________________

Profa. Drª Regina Helena de Oliveira Lino Franchi

Departamento de Matemática – ICEB / UFOP

Fones: (31) 3559-1700 ou 3559-1241 / e-mail: [email protected]

Para ser preenchido por um dos pais do (a) aluno(a)

Eu, _________________________________________________, autorizo meu (minha)

filho(a) a participar da pesquisa.

___________________ , ___ de __________ de 2010.

_____________________________

Assinatura do (a) responsável

Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UFOP)

Campus Universitário – Morro do Cruzeiro – 35.400-000 – Ouro Preto – MG – Brasil

Homepage: http://www.propp.ufop.br – e-mail: [email protected] – Fone:

55(31)3559-1368

Page 135: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

135

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para os alunos

Prezado aluno,

Você está convidado (a) a participar da pesquisa “CONSTRUÇÃO DE AMBIENTES

FAVORÁVEIS À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA CRÍTICA EM CONTEXTOS

DE CURSOS REGULARES”

Esta pesquisa tem como objetivo: investigar as possibilidades de construir ambientes

que favoreçam a aprendizagem de forma significativa e crítica.

A sua participação na pesquisa ocorrerá através da participação nas atividades

propostas. A colaboração para o desenvolvimento desta pesquisa é totalmente

voluntária. Se for preciso aplicar um questionário o (a) aluno (a) pode escolher não

responder a qualquer uma das perguntas apresentadas no questionário e poderá, a

qualquer momento, desistir de participar da mesma. Você terá seu anonimato garantido,

pois serão usados códigos e assim, as informações não serão associadas ao seu nome em

nenhum documento, relatório e/ou artigo que resulte desta pesquisa. Você terá em mãos

uma cópia deste termo e poderá tirar dúvidas, quando necessário, juntamente à

pesquisadora responsável.

O aluno poderá, em qualquer momento ao longo da pesquisa, retirar sua

participação se julgar necessário. Caso assim o decida, não haverá qualquer prejuízo,

uma vez que as aulas acontecerão normalmente, pois as atividades propostas são de

acordo com o programa da disciplina, e os alunos que não estiverem dispostos a se

tornarem participantes da pesquisa participarão de todas elas. Neste caso, não serão

coletadas informações sobre a participação destes alunos para uso na pesquisa.

A pesquisa pode ser interrompida em caso de: motivos de saúde do pesquisador

ou decisão da direção da escola e/ou dos pais e alunos participantes da mesma.

O aluno poderá, em qualquer momento ao longo da pesquisa, retirar sua

participação se julgar necessário. Caso assim o decida, não haverá qualquer prejuízo,

uma vez que as aulas acontecerão normalmente, pois as atividades propostas são de

acordo com o programa da disciplina, e os alunos que não estiverem dispostos a se

tornarem participantes da pesquisa participarão de todas elas. Neste caso, não serão

coletadas informações sobre a participação destes alunos para uso na pesquisa.

A pesquisa pode ser interrompida em caso de: motivos de saúde do pesquisador

ou decisão da direção da escola e/ou dos pais e alunos participantes da mesma.

_________________________________________

Profa. Drª Regina Helena de Oliveira Lino Franchi

Departamento de Matemática – ICEB / UFOP

Fones: (31) 3559-1700 ou 3559-1241 / e-mail: [email protected]

Para ser preenchido pelo(a) aluno(a)

Eu, _________________________________________________, declaro que entendi

os objetivos e os termos de minha colaboração para o desenvolvimento da pesquisa e

concordo em participar da mesma.

___________________ , ___ de __________ de 2010.

____________________________

Assinatura do (a) participante

Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UFOP)

Campus Universitário – Morro do Cruzeiro – 35.400-000 – Ouro Preto – MG – Brasil

Page 136: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

136

Homepage: http://www.propp.ufop.br – e-mail: [email protected] – Fone:

55(31)3559-1368

CONVITE

Aos alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental do

Colégio Arquidiocesano de Ouro Preto

Convidamos você a participar da pesquisa acima relacionada. Esta é parte integrante da

Dissertação de Mestrado do professor Roberto Lessa de Carvalho, aluno do Curso de

Mestrado Profissional em Educação Matemática da Universidade Federal de Ouro Preto

(UFOP).

As atividades serão práticas e teóricas e farão parte da rotina da sala de aula, não sendo

necessários horários extras, isto é, fora do horário normal da escola. Para a realização

das atividades serão utilizados recursos da Aprendizagem Significativa Crítica1

elaboradas e selecionadas pelo pesquisador e orientadora destinadas ao estudo de

Teorema de Tales.

Tais atividades serão realizadas na 1ª etapa do 1º semestre letivo da escola, no horário

normal das aulas, conforme quadro a seguir.

Datas a serem marcadas de acordo com o calendário escolar do 1º semestre de 2010

Segunda - feira Terça- feira Quarta- feira

Semana 1 Semana 1 Semana 1

Semana 2 Semana 2 Semana 2

Semana 3 Semana 3 Semana 3

Semana 4 Semana 4 Semana 4

Agradecemos e esperamos contar com a sua participação.

Contatos: Roberto Lessa de Carvalho (Pesquisador) – (31) 88803558

[email protected]

Roseli Alvarenga Corrêa (Orientadora) – (31) 3559 1241 ou 3559 1700

[email protected]

Page 137: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

137

Ao Comitê de Ética

Prezados(as) senhores(as),

Informo que o projeto: “CONSTRUÇÃO DE AMBIENTES FAVORÁVEIS À

APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA CRÍTICA EM CONTEXTOS DE CURSOS

REGULARES NAS AULAS DE MATEMÁICA” não possui financiamento de

qualquer natureza (bolsa, nem apoio financeiro de agências de fomento) nem dependerá

de recursos da Universidade para se desenvolver. Os gastos previstos se relacionam

com, fotocópias de instrumentos e alguns materiais de consumo (papel, cartuchos de

tinta, envelopes, etc.) e serão efetuados pelos pesquisadores.

Atenciosamente,

Roberto Lessa de Carvalho

Pesquisador Responsável

___________________________________________________________

Campus Universitário – Morro do Cruzeiro – 35.400-000 – Ouro Preto – MG – Brasil

Homepage: http://www.ppgedmat.ufop.br – e-mail: [email protected] – Fone:

55(31)3559-1724

Page 138: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

138

APÊNDICE B: MANUAL DE ATIVIDADES

Colégio Arquidiocesano de Ouro Preto

Matemática, Geografia & História Uma Proposta de Estudo Interdisciplinar

Proporcionalidade, Escala e Educação Patrimonial

Page 139: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

139

Nome: _________________________________________ Turma: 8ª série ______

Ouro Preto, março de 2011

Prezado(a)s aluno(a)s das 8as séries 1 e 2.

Vocês estão recebendo um Manual de Trabalho Interdisciplinar que deverá ser seu companheiro de aprendizagem. Nele constam algumas atividades que serão desenvolvidas até o final da 1ª etapa letiva de 2011. Essas atividades foram elaboradas pelos professores de Matemática (Roberto Lessa), Geografia (Angelina Menezes) e História (Renato de Andrade).

Como você deve verá, propomos um estudo de observação interdisciplinar, onde você terá contato com diversas áreas de conhecimento. Achamos importante que o enfoque matemático, geográfico e histórico seja o elemento principal e norteador deste trabalho a fim de que você possa perceber e valorizar a cultura, o saber fazer, o desafio, o olhar e a sensibilidade para as questões que estão sendo propostas.

Este Manual de Trabalho deverá seguir 03 etapas distintas a saber: 1ª – Visita Orientada à Capela da Ordem 3ª de São Francisco de Assis – Ouro Preto – MG 2ª – Visita Orientada à Casa dos Contos – Ouro Preto – MG 3ª – Visita Orientada à Igreja de São Francisco de Assis – Pampulha – Belo Horizonte – MG 4ª – Visita Orientada ao Museu das Reduções – Amarantina – Ouro Preto – MG 5ª – Registro Fotográfico dos Monumentos visitados. 6ª – Trabalho de pesquisa, exercícios e de releitura dos Monumentos visitados envolvendo conteúdos matemáticos estudados: escala, proporção, figuras geométricas... 7ª – Trabalho de pesquisa, exercícios e releitura dos Monumentos visitados tendo como base a Educação e a Valorização Patrimonial. 8ª – Trabalho de pesquisa, exercícios de Cartografia, escala e localização geográfica tendo como referencia os Monumentos visitados.

Avante!!! Empenho!!! Desenvolvimento!!! Curiosidade!!!! Bom trabalho!!!!

VISITA ORIENTADA

À CAPELA DA ORDEM 3ª DE SÃO FRANCISCO DE

ASSIS

Instruções.:

Este Relatório deverá ser preenchido pelo(a) aluno(a), cujas

respostas deverão ser resultantes das observações in loco sobre a

Capela da Ordem 3ª de são Francisco de Assis.

Page 140: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

140

Algumas orientações serão dadas pelos professores a fim de que

você – através de uma observação atenta – possa identificar nos

Monumentos visitados uma noção de Simetria, Proporcionalidade,

Escala e Perspectiva, fazendo o devido registro.

Parte Externa:

1) Por que o Templo de são Francisco de Assis de Ouro Preto / MG é

chamado de Capela e por que pertence à Ordem 3a ?

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2) Data aproximada de início e conclusão da construção da Capela?

_______ a ________

3) O projeto é atribuído a qual artista escultor?

__________________________________ .

4) Enumere 05 motivos decorativos de estilo militar presentes na Capela?

a)

_______________________________________________________________

___________

b)

_______________________________________________________________

___________

c)

_______________________________________________________________

___________

d)

_______________________________________________________________

___________

e) __________________________________________________________________________

Page 141: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

141

5) Qual a solução encontrada para iluminação interna do templo, uma vez

que o óculo foi obstruído?

6) Descreva o “olhar e a vertigem” provocada pelo templo.

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________

7) Sobre a Pintura da Nave da Capela:

a) Qual o autor da pintura?

____________________________________________________

b) Por que os anjos e Maria são mulatos?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________

c) Cite 02 detalhes curiosos presentes na pintura:

1)

_______________________________________________________________

__________ .

2)

_______________________________________________________________

__________ .

Ca pela

8) Qual o autor/escultor do Altar-mór?

_________________________________________

Page 142: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

142

a) De que material foi esculpido o Altar-mór?

____________________________________

9) Qual o autor das pinturas da Ca pela?

_____________________________________

a) Descreva a Santa ceia. Enumere os elementos “estranhos” presentes

nela.

a)

_______________________________________________________________

___________

b)

_______________________________________________________________

___________

c)

_______________________________________________________________

___________

d)

_______________________________________________________________

___________

Atividade de Pesquisa:

A Capela da Ordem 3ª de São Francisco de Assis é considerada uma das

obras primas de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.

Faça uma pesquisa sobre a vida e a obra desse famoso escultor do

barroco mineiro e registrando-a no espaço abaixo :

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

__

Page 143: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

143

Curiosidades:

Eis um poema de Carlos Drummond de Andrade chamado São Francisco

de Assis:

São Francisco de Assis (Carlos Drummond de Andrade – Claro Enigma)

“Senhor, não mereço isto. Não creio em vós para vos amar.

Trouxeste-me a São Francisco e me fazeis vosso escravo.

Não entrarei, senhor, no templo, seu frontispício me basta. Vossas flores e querubins

são matéria de muito amar. Mas entro e, senhor, me perco

na rósea nave triunfal. Por que tanto baixar o céu?

por que esta nova cilada? Senhor, os púlpitos mudos

Entretanto me sorriem. Mais do que vossa igreja, esta

Sabe a voz de me embalar. Perdão, Senhor, por não amar-vos.”

Igreja de Ouro Preto é eleita maravilha portuguesa

Minas Gerais • Notícias • 12 de junho de 2009 por Silvana Losekann

A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis da Penitência, em Ouro Preto, foi eleita uma das sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, em concurso realizado pela “New 7 Wonders Portugal”, empresa que também organizou a declaração oficial das Novas 7 Maravilhas do Mundo. O anúncio foi feito na noite desta quarta-feira(10), em Portugal.

Concorreram à disputa 27 bens de 16 países, sendo seis deles do Brasil. A escolha foi feita por meio de votação no site www.7maravilhas.pt , onde cada internauta pôde escolher sete monumentos dentre os 27 listados.

Os monumentos concorrentes foram definidos de acordo com o valor histórico e patrimonial de origem e influência portuguesa no Mundo, sendo que alguns deles têm a chancela da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio da humanidade e outros, poderão tê-la no futuro.

Page 144: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

144

Após o anúncio, a secretária de Estado de Turismo, Érica Drumond, a disse que a

Igreja São Francisco de Assis, em Ouro Preto, é um monumento de grande valor histórico e cultural para Minas Gerais. “Com a premiação, nosso Estado ganha mais visibilidade e mais proximidade com Portugal. Nossa meta agora, em nossa política pública de promoção e divulgação internacional é estimular que o português e o europeu conheçam a Igreja de São Francisco, assim como todo acervo cultural e natural que Minas Gerais tem a oferecer”, comemorou. No Brasil também foi escolhida como “Maravilha” a Igreja e Convento de São Francisco de Assis e Ordem Terceira de Salvador (BA). “Com certeza a eleição de dois monumentos brasileiros entre as sete maravilhas portuguesas do mundo, é mais um diferencial que o nosso País, dono de uma riqueza natural e cultural enorme, oferece ao turista português”, destacou Jeanine Pires, presidente da Embratur.

(Texto Adaptado: http://www.defender.org.br/igreja-de-ouro-preto-e-eleita-maravilha-portuguesa/)

Atividade Prática: Prezado(a) aluno(a)... agora é com você: Observe atentamente a foto da Capela da Ordem 3ª de São Francisco de

Assis. Podemos afirmar que o templo é, na verdade, uma composição de diversas

figuras geométricas. Queremos que você as identifique fazendo um registro na folha transparente subseqüente conforme as orientações:

I) a) Depois de observar a figura da página 07, desenhe as figuras que você

conseguiu encontrar, na folha transparente sobreposta. b) Pedimos que você “esgote” as possibilidades... ou seja, encontre o número

maior de figuras geométricas na imagem. c) Dica: Você pode utilizar linhas imaginárias para completar a composição da

imagem encontrada. II) a) Observando a imagem da página 7 é possível identificar reta(s) paralela(s)?

Se for possível, assinale-a(s) com uma caneta colorida, para melhor identificação.

b) Se você identificou e registrou alguma(s) reta(s) paralela faça a seguinte

indagação:

Será possível identificar alguma(s) reta(s) que intercepte a(s) reta(s) paralela(s) registrada(s) no item IIa? Se for possível, assinale-a(s) com uma caneta colorida. III)

Page 145: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

145

a) Com orientação de seu professor e com auxílio de uma fita métrica, você fará o registro numérico de alguns dados da Capela da Ordem 3ª de São Francisco de Assis, a saber:

- Largura da porta principal da Capela: ___________ metros.

- Altura da porta principal da Capela: ___________ metros.

- Distância da porta até a escadaria principal do adro da capela: _________

metros.

- Largura da porta falsa da Capela: _________ metros.

- Altura da porta falsa da Capela: _________ metros.

- Altura da Coluna da Fachada da Capela: ________ metros.

- Largura da Coluna da Fachada da Capela: ________ metros.

- Largura da Torre da Capela: ________ metros.

- Altura da Torre da Capela: ________ metros.

- Largura do Frontão da Capela: _______ metros.

- Altura do Frontão da Capela: _______ metros.

Atenção: a coleta desses dados é de suma importância, pois os mesmos serão utilizados no estudo comparativo que será realizado no Museu das Reduções em Amarantina – Ouro Preto – MG.

Page 146: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

146

Page 147: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

147

Visita Orientada à Casa dos Contos – Ouro Preto – MG Breve Histórico do Monumento

Um solar de Villa Rica A Casa dos Contos, na arquitetura residencial da cidade-monumento, traduz a

manifestação mais rica que a sociedade da época nos legou: é uma vasta mansão, de acentuado cunho arquitetônico, embora sem grandes arranjos. Data sua construção dos fins do século XVIII (1783) por ordem de seu proprietário João Rodrigues de Macedo. Na qualidade de contratador resolve Macedo o plano de sua residência num andar térreo onde localizou seus escritórios, senzalas, num andar principal, alojamento de sua família e num mirante que fotografa grande parte da atual Ouro Preto.

http://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2010/08/09/a-casa-dos-contos-de-ouro-preto/

Atividade Prática: Prezado(a) aluno(a)... agora é com você: Observe atentamente a da Casa dos Contos, na página 9. Podemos afirmar que o Monumento é, na verdade, uma composição de

diversas figuras geométricas. Queremos que você as identifique fazendo um registro na folha transparente subseqüente conforme as orientações:

I) a) Depois de observar a figura da página 09, desenhe as figuras que você

conseguiu encontrar, na folha transparente sobreposta. b) Pedimos que você “esgote” as possibilidades... ou seja, encontre o número

maior de figuras geométricas na imagem. c) Dica: Você pode utilizar linhas imaginárias para completar a composição da

imagem encontrada.

II) c) Observando a imagem da página 9 é possível identificar reta(s) paralela(s)?

Se for possível, assinale-a(s) com uma caneta colorida, para melhor identificação.

d) Se você identificou e registrou alguma(s) reta(s) paralela faça a seguinte

indagação:

Será possível identificar alguma(s) reta(s) que intercepte a(s) reta(s) paralela(s) registrada(s) no item IIa? Se for possível, assinale-a(s) com uma caneta colorida. III) b) Com orientação de seu professor e com auxílio de uma fita métrica, você

fará o registro numérico de alguns dados do Monumento a saber: - Largura da porta principal do Monumento: ___________ metros.

- Altura da porta principal do Monumento: ___________ metros.

- Largura da fachada principal do Monumento: _________ metros.

Page 148: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

148

- Largura da fachada lateral do Monumento: _________ metros.

- Altura da fachada lateral do Monumento: ________ metros.

Atenção: a coleta desses dados é de suma importância, pois os mesmos serão utilizados no estudo comparativo que será realizado no Museu das Reduções em Amarantina – Ouro Preto - MG

Page 149: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

149

Visita Orientada à Igreja de São Francisco de Assis Pampulha – Belo Horizonte - MG

Breve Histórico do Templo

A Igreja São Francisco de Assis da Pampulha, em Belo Horizonte, Minas

Gerais, foi inaugurada em 1943. O projeto arquitetônico da igreja é de Oscar Niemeyer e cálculo estrutural de Joaquim Cardoso. Foi o último prédio a ser inaugurado do conjunto arquitetônico da Pampulha. As linhas curvas da igreja seduziram artistas e arquitetos, mas escandalizaram o acanhado ambiente cultural da cidade,de tal forma, que as autoridades eclesiásticas não permitiram, por muitos anos, a consagração da capela.

A igreja permaneceu durante dezessete anos, proibida ao culto. Aos olhos do arcebispo Dom Antônio dos Santos Cabral a igrejinha era apenas um galpão. Seu interior abriga a Via Sacra, constituída por catorze painéis de Cândido Portinari, considerada uma de suas obras mais significativas. Os painéis externos são de Cândido Portinari - painel figurativo e de Paulo Werneck - painel abstrato. Os jardins são assinados por Burle Marx. Alfredo Ceschiatti esculpiu os baixos-relevos em bronze do batistério.A igrejinha da Pampulha é um dos mais conhecidos "cartões postais" de Belo Horizonte."

pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_S%c3%a3o_Francisco_de_Assis_...

Page 150: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

150

Atividade Prática:

Prezado(a) aluno(a)... agora é com você:

Observe atentamente a foto da Igreja de São Francisco de Assis da Pampulha – Belo Horizonte – MG:

Podemos afirmar que o Monumento é, na verdade, uma composição de diversas figuras geométricas. Queremos que você as identifique fazendo um registro na folha transparente subseqüente conforme as orientações:

I)

a) Depois de observar a figura da página 12, desenhe as figuras que você conseguiu encontrar, na folha transparente sobreposta.

b) Pedimos que você “esgote” as possibilidades... ou seja, encontre o número maior de figuras geométricas na imagem.

c) Dica: Você pode utilizar linhas imaginárias para completar a composição da imagem encontrada.

II)

c) Observando a imagem da página 12 é possível identificar reta(s) paralela(s)? Se for possível, assinale-a(s) com uma caneta colorida, para melhor identificação.

d) Se você identificou e registrou alguma(s) reta(s) paralela faça a seguinte indagação:

Será possível identificar alguma(s) reta(s) que intercepte a(s) reta(s) paralela(s) registrada(s) no item IIa? Se for possível, assinale-a(s) com uma caneta colorida.

III)

b) Observando a imagem da página 12 é possível identificar algumas linhas curvilíneas portanto, registre com uma caneta colorida:

- Abóbada(a) - Elipse(s) - Arcos

IV

Com orientação de seu professor e com auxílio de uma fita métrica, você fará o registro numérico de alguns dados do Monumento a saber:

- Largura da porta principal do Templo: ___________ metros. - Altura da porta principal do Templo: ___________ metros. - Largura da Torre Sineira do Templo: _________ metros. - Altura da Torre Sineira do Templo: ________ metros. - Largura total da Fachada do Templo: _______ metros.

V

Agora chegou o momento de você ser criativo. Os painéis externos da Igreja de São Francisco de Assis são muito originais e considerados obra prima de Cândido Portinari. Você irá fazer um registro dos painéis nas 02 folhas de Papel Milemetrado. Para tal registro, você deverá seguir alguns passos a saber:

Page 151: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

151

d) Escolha uma cena, representada nos painéis e que tenha lhe chamado atenção.

e) Você perceberá que a cena está representada em vários quadrados que vão compor a cena, formando um conjunto simétrico e harmonioso.

f) Você deverá utilizar os conceitos que você apreendeu de escala, simetria, equilíbrio, ângulo, medidas, harmonia... e fazer uma cópia da(s) cena escolhida para as folhas milimetradas.

Atenção: a coleta desses dados é de suma importância, pois os mesmos serão utilizados no estudo comparativo que será realizado no Museu das Reduções em Amarantina – Ouro Preto - MG

Page 152: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

152

COLÉGIO ARQUIDIOCESANO DE OURO PRETO

Prezado(a)s Aluno(a)s,

Vocês estão recebendo um Roteiro que deverá ser anexado ao Manual de Trabalho das

atividades de Matemática, História e Geografia, anteriormente entregue.

Os dados solicitados são de suma importância e serão utilizados nos cálculos que serão

feitos em classe, num estudo posterior que engloba Direção, Medida, Localização no

Espaço Geográfico e Escala.

Bom Registro!!! Bom Trabalho!!! Boa Viagem!!!! Prof. Roberto, Prof. Renato e Profra

Angelina

Tenha bastante atenção ao coletar os dados solicitados:

Ouro Preto – Belo Horizonte (Pampulha) – Amarantina – Ouro Preto

Kilometragem registrada no Velocímetro do ônibus:

1)

Saída de Ouro Preto: _________________

Chegada a Belo Horizonte: _________________

Total de quilômetros percorridos: ____________

2)

Saída de Belo Horizonte: _________________

Chegada a Amarantina: ________________

Total de quilômetros percorridos: ____________

3)

Saída de Amarantina: _________________

Chegada a Ouro Preto: _________________

Total de quilômetros percorridos: ____________

Page 153: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

153

COLÉGIO ARQUIDIOCESANO DE OURO PRETO

Segmento: Ensino Fundamental Unidade: Caop 1

Disciplina: Matemática, História e Geografia Data: 07/04/2011

Professores: Roberto Lessa, Renato de Andrade e Angelina Menezes

Série: 8as Séries 1 e 2

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Ouro Preto, 07 de abril de 2011.

Prezados pais e responsáveis,

Como parte do conteúdo de Matemática e de História, está a Noção de Proporcionalidade e a questão da Educação Patrimonial. Pensando nisso, os professores de Geografia, História e Matemática pretendem levar o(a)s aluno(a)s a efetuarem um estudo prático de observação dos monumentos históricos de Ouro Preto e Belo Horizonte, a fim de realizarem um comparativo com noções de proporção, escala e importância histórica.

* Num primeiro momento, os alunos visitarão dois monumentos históricos de Ouro Preto para registro fotográfico e de observação, a saber;

Visita à Igreja de São Francisco de Assis e à Casa dos Contos – Ouro Preto – MG Data: 12/04/2011 – 14 Horas Local e Horário do Encontro: 14:horas – Estátua Tiradentes – Ouro Preto – MG Local e Horário de Encerramento: 17 Horas – Casa dos Contos – Ouro Preto - MG

O(a)s aluno(a)s, estarão acompanhados dos professores de História e Matemática e deverão levar lápis, borracha e caneta para anotações em Manual que será fornecido.

Salientamos a importância desta atividade interdisciplinar, onde o(a)s aluno(a)s terão

contato com os diversos Monumentos que serão analisados para posterior estudo sistemático dos mesmos segundo cada área específica: Matemática, História e Geografia.

Qualquer dúvida, estamos à inteira disposição para esclarecê-las. Atenciosamente,

Prof. Roberto Lessa Prof. Renato de Andrade Angelina

Meneses (Matemática) (História) (Geografia)

Page 154: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

154

COLÉGIO ARQUIDIOCESANO DE OURO PRETO

Segmento: Ensino Fundamental Unidade: Caop 1

Disciplina: Matemática, História e Geografia Data: 18/04/2011

Professores: Roberto Lessa, Renato de Andrade e Angelina Menezes

Série: 8as Séries 1 e 2

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Ouro Preto, 18 de abril de 2011.

Prezados pais e responsáveis,

Como parte do conteúdo de Matemática e de História, está a Noção de Proporcionalidade e a questão da Educação Patrimonial. Pensando nisso, os professores de História e Matemática pretendem levar o(a)s aluno(a)s a efetuarem um estudo prático de observação dos monumentos históricos de Ouro Preto e Belo Horizonte, a fim de realizarem um comparativo com noções de proporção, escala e importância histórica.

* Num primeiro momento, os alunos visitarão dois monumentos históricos de Ouro Preto para registro fotográfico e de observação.

Visita à Igreja de São Francisco de Assis e à Casa dos Contos – Ouro Preto – MG Data: 12 /04/2011 – 14 Horas

* Num segundo momento, o(a)s aluno(a)s visitarão a Igreja de São Francisco de Assis na Pampulha, em Belo Horizonte onde farão um registro fotográfico e de conhecimento arquitetônico e histórico do templo.

Data: .27./04/2011 – 7:30 min às 12 Horas – 4ª feira

* Num terceiro momento, o(a)s aluno(a)s visitarão o Museu das Reduções em Amarantina, para um registro fotográfico diante dos monumentos ali reproduzidos a partir de uma escala específica.

Data: .27/04/2011 – 14 Horas às 17:00 – 4ª Feira

* Num quarto momento, o(a)s aluno(a)s farão atividades em classe, orientados pelo professor de Matemática, História e Geografia, relacionando o que foi registrado com as noções de Escala, Proporcionalidade e Educação Patrimonial.

* Num quinto momento, o(a)s aluno(a)s farão uma exposição acerca do que foi observado, registrado e estudado em classe, no auditório do CAOP.

Data: A ser combinada com os professores das áreas envolvidas: História, Matemática e Geografia.

Salientamos a importância desta atividade interdisciplinar, onde o(a)s aluno(a)s terão contato com os diversos Monumentos que serão analisados para posterior estudo sistemático dos mesmos segundo cada área específica: Matemática, História e Geografia.

Para concretizarmos esta proposta segue alguns dados importantes na tabela descritiva:

Data: 18/04/2011 – 2ª feira

Atividade / Conteúdo Complementar Visita Orientada à Igreja de São Francisco - Pampulha Visita Orientada à Casa do Baile – Pampulha - BH - MG

Preço do Transporte Rodoviário (ida e volta) R$ 24,00

Preço Entrada na Igreja da Pampulha R$ 2,00

Preço Entrada no Museu das Reduções R$ 4,00

Preço total da Atividade / R$ 30,00 Preço do Almoço – Restaurante Parque Guanabara R$ 15,00 (pagamento Individual ao Restaurante)

Data de confirmação, pagamento e autorização 25/04/2011 2ª feira - IMPRETERIVELMENTE

Local de saída: Terminal Rodoviário Municipal de Ouro Preto

Page 155: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

155

Qualquer dúvida, estamos à inteira disposição para esclarecê-las. Atenciosamente,

Prof. Roberto Lessa Prof. Renato de Andrade

(Matemática) (História)

AUTORIZAÇÃO

VIAGEM A BELO HORIZONTE

Eu, ________________________________autorizo o(a) meu filho(a)

______________________________________

a participar da atividade Visita Orientada à Igreja de São Francisco de Assis e na Casa do Baile

na Pampulha em Belo Horizonte e ao Museu das Reduções, em Amarantina – MG no dia

27/04/2011, 4ª feira, conforme as instruções recebidas neste informativo, onde estarão

acompanhados dos professores Roberto Lessa (Matemática) e Renato de Andrade Campos Silva

(História).

Documento de identificação do(a) aluno.

Carteira de Identidade: ________________________ / SSP-MG

Ou

Certidão de Nascimento: Livro: ___________ Folha: ____________

Ouro Preto, de abril de 2011.

________________________________________________________________

Assinatura do Responsável

Telefone contato aluno(a): ______________________________ Telefone contato pais / responsável: ______________________

Horário de saída 7:30

Horário de retorno a Ouro Preto: 17:30

Horário previsto de chegada a Ouro Preto: 18:00 (aproximadamente) no Terminal Rodoviário Municipal

Page 156: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

156

APÊNDICE C: OPINIÃO DOS ALUNOS SOBRE AS ATIVIDADES

REALIZADAS

Comentários dos alunos após a avaliação de radicais

8ª1e 8ª2

“Eu fui mal na prova porque não consigo me concentrar e não entendo a matéria por

isso tirei aquela note e também não consigo estudar em casa e a prova foi difícil.”

(Anônimo)

“A prova foi desafiadora, uma prova difícil, mas foi bem feita, e o deságio que faz a

gente pensar. Minha maior dificuldade é passar as contas que estão na minha cabeça

para o papel.”

(Anônimo)

“A maior dificuldade da prova foi não conseguir comparar com algo do dia-a-dia e

dependendo da questão não consegui interpretar o enunciado”

(Anônimo)

“Na minha opinião o conteúdo da prova não estava assim lá tão difícil no meu ver caso

eu tivesse condições de terminar a prova poderia até ter saído muito bem pois eu estava

preparado.”

(Igor Jarandir)

“Minha opinião sobre a prova, é que eu achei um pouco difícil, pela lista achei que

ficaria mais fácil porque eu consegui fazer. Minha maior dificuldade foi nas de múltipla

escolha.”

(Anônimo)

“A minha opinião sobre a prova é que ela tinha questões difíceis, eu acho que ela tinha

questões bem mais difíceis do que as feitas em sala. E eu também tenho dificuldade em

prestar atenção em Matemática, eu acho que é uma matéria muito chata.”

(Rodrigo de Grommont - EF82)

“Eu estudei o básico, porém o professor coloca questões que cobram mais do que o

básico o que deixa as questões mais difíceis de serem respondidas. Fica muita coisa na

cabeça e tudo se embola na hora da resposta.”

(Heloísa Fortes – EF82)

“Essa prova em minha opinião era desafiadora por ser uma prova que precisava pensar.

Minha dificuldade maior foi por esclarecer minhas duvidas somente no segundo horário

de prova mas também a culpa é minha pois se eu tivesse estudado um pouco antes ou a

longo prazo poderia ajudar a melhorar minha nota”

(Anônimo)

“A minha principal dificuldade foi compreender a matéria pois eu não entendi muito

bem”.

(Octávio Guimarães)

Page 157: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

157

“Sinceramente, eu não sei.

Cara eu fui super bem na 1ª prova, 7,5/8,0. Minha postura em sala foi a mesma, é claro

que a conversa da sala em geral prejudica, mas sempre foi assim a grande maioria não

prestando atenção, conversando, mas eu sempre conseguia estudar em casa.

À seguir vou ser mais clara, colocando os motivos:

• Conversa da sala em geral.

• Matéria muito subjetiva.

• Não me dediquei tanto

• Nos últimos dias ando muito ansiosa, tenho insônia e estou com dificuldade em

prestar atenção. Não sei porque.”

(Jéssica Costa – EF82)

“Bem, a prova estava um pouco complexa na primeira prova eu assumo que não me

esforcei mas na segunda eu estudei e tentei mais acho que não alcancei meus objetivos.

Eu acho que o sucessor natural me deixou um pouco confusa, isso não quer dizer que a

culpa é totalmente sua talvez não estudei da maneira correta.

É bem legal você pedir isso é uma maneira de se expressar.

Desculpa,

Obrigada.”

(Thaís)

“Na minha opinião a prova não estava muito fácil, pelo fato de que abordou muitas

operações de expressão, onde se a pessoa erra uma parte, ela erra toda conta e assim,

obviamente, a questão. Particularmente acho que isso é minha maior dificuldade, já

que para resolver as expressões precisamos conseguir todas as partes, muito específico.”

(Anônimo)

“Para mim, a prova foi muito difícil. Eu tenho muita dificuldade em matemática e não

entendi a matéria. Eu tenho muita dificuldade em todas as matérias, tenho muita

vergonha de perguntar e eu não consigo “tirar” a vergonha de mim. Eu estou tendo

encaminhamento com uma psicóloga, pois ela esta me ajudando a tirar a minha

vergonha, a estudar mais, a ser mais capacitada nos estudos. Eu não gosto de estudar e

por isso que estou indo em uma psicóloga. Eu tenho dificuldade me todas as matérias e

as duas principais são matemática e inglês. Por favor me ajude!”.

(Ana Paula)

“Olha minha opinião, a prova tinha um certo grau de dificuldade, porém, nós tínhamos

condições de resolver todas as questões propostas. Eu, particularmente, tenho uma certa

dificuldade de raciocínio enquanto estou nervosa. Este é um dos principais motivos

pelos quais a minha nota nem sempre corresponde às minhas expectativas”

(Anônimo)

“Bom, primeiramente eu fui fazer a prova confiante. Sabia toda a matéria. Na hora da

prova fiquei em duvida em algumas questões, pois achei o grau de dificuldade delas um

tanto quanto grande. Mas, após a explicação, comecei a entender. E então fiz o resto da

prova. Me geral, achei a prova desafiadora e interessante. Só peço que antes de uma

prova, seja passado mais exercícios difíceis. Não tive dúvida na matéria, por isso fui

bem no teste.”

(Anônimo)

Page 158: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

158

“Oh Betão sério, você explica muito bem na moral, só que sei lá, eu não consigo prestar

atenção nas aulas mesmo quando eu não to conversando, que é raramente, mas não vem

ao caso. Quando eu entendo a matéria eu entendo no dia que você passa aí no dia

seguinte eu não lembro mais aí eu não consigo pegar a matéria seguinte e não sei

estudar em casa matemática. Aí eu fui mal nas duas provas. Minha dificuldade foi em

tudo, porque tipo eu sabia fazer todas as questões mas só o início delas, no final eu

confundo tudo e não sei fazer o final aí eu sempre erro”

(Letícia de Souza Neto – EF82)

“Para mim essa prova não estava bem formada. Havia um conteúdo não mostrado na

questão 2. Eu não fiz uma boa prova, porque ela estava bem grande e exigia mais tempo

para que as questões fossem executadas de uma boa forma. Bom, eu estudo todo o meu

FERIADO e no domingo já estava bem estudado e preparado, mas não fiz uma boa

prova. Eu creio que o meu resultado não está de acordo com o meu desempenho.

SERÁ QUE EU NÃO ESTUDEI O BASTANTE, OU, A AVALIAÇÃO ESTAVA

FORULADA DE UMA MANEIRA INADEQUADA PERANTO O TEMPO E NOSSA

CAPACIDADE?

(Anônimo)

“Achei a prova complicada e difícil. Mas cheguei à conclusão que foi por falta de

estudo e dedicação da minha parte. Senti dificuldade na questão de Sucessor Natural e

algumas expressões.

Não estudei muito, porque achei que como fiz a lista, saberia fazer a prova.

(Maria Emília Fonseca)

“A prova foi complicada, porque nos vimos os conceitos e fizemos as atividades muito

separados, como nas atividades de 40 questões foi tudo muito separado e na prova teve

a união de todos os conceitos e como nos não vimos essa união na sala de aula

complicou.

(Ana Luísa)

“Eu acho que minha dificuldade sobre essa matéria é porque o primeiro passo para fazer

eu nunca sei, ou seja, se alguém estiver fazendo o início eu consigo continuar. E se você

erra uma continha pequena, erra a questão toda.

E não tem como aplicar no nosso cotidiano, sendo mais difícil de gravar.

Enfim, não consigo gravar e aprender essa matéria.

(Laura Oliveira - EF82)

“A prova foi difícil, e complicada demais pelo tempo que tivemos. Falta de estudo, sei

que não foi, pois fiquei o feriado estudando.

Além de que uma matéria mais difícil. Radicais é “radical” demais para minha cabeça.

São várias propriedades e modos de resolver para decorar.”

(Anônimo)

“Eu acho que essa matéria é complicada de entender porque é uma coisa muito abstrata.

Page 159: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

159

E eu acho também que quando agente for trabalhar não vai precisar usar isso no nosso

dia-a-dia.

Achei minha nota muito ruim, e acho que isso aconteceu porque eu não estudei o

bastante e também porque eu não entendi muito bem a matéria”.

(Larissa Mappa Gonçalves)

“Eu acho o assunto “radicais” bem interessante e não vi problemas no aprendizado do

mesmo.

O resultado de minha avaliação foi esperado, entretanto creio que na prova faltou

apenas tempo para ser feita”

(Anônimo)

“Eu achei muito difícil, porque o assunto as vezes me confunde, mas eu tendo entende.

Aprender o assunto radicais é difícil e é muito chato.

Eu posso dizer que o meu resultado foi horrível e preciso estudar mais para tirar notas

boas”

(Anamélia)

“Na minha opinião o assunto RADICAIS como conhecimento matemático a matéria

mais difícil que já vi até agora.

Minha avaliação foi horrível pois tenho dificuldades quando junto tudo e também tenho

que estudar mais todos os dias”

(Julia Toffolo)

“Eu achei que esta matéria estava difícil, mesmo estudando em minha casa, não

consegui obter o resultado que queria nas atividades avaliativas, o que me prejudicou.

Eu achei a atividade avaliativa muito difícil, acho que o nível dela poderia ser um pouco

mais baixo, pois, mesmo estudando muito nem todos tiveram a capacidade e “tirar” nota

boa, acho que se ficarmos mais tempo estudando poderemos obter um resultado

melhor”

(Gustavo Santiago EF81)

“Eu acho que a matéria era um pouco difícil, porque há vários jeitos de fazer os

exercícios e na hora de fazer “meio” que fiquei perdido em qual era o certo.

O resultado não foi satisfatório, pois na hora da prova eu estava nervoso, e me deu um

“branco” apesar de ter estudado muito, antes da prova, e ter feito muitos exercícios com

muita calma. Eu me decepcionei comigo mesmo, não sei porque”

(Artur Miranda)

“O estudo de “Radicais” parece fácil. No entanto, quando aprofundamos nossos estudos

sobre esse assunto, percebo que se trata de uma matéria abstrata, complexa e confusa,

que não traz nenhum benefício, pelo menos por enquanto, para nossas vidas. A culpa

não é do professor, muito pelo contrário, mas é da matéria que é “impossível” de Sr

materializada. O resultado da minha avaliação, no meu ponto de vista, foi ruim. Na sala

de aula, quando o professor explica todas as questões ficam fáceis, e eu não apresento

minhas dúvidas, justamente por não tê-las naquele momento; e quando faço os

exercícios e o professor corrige-os, erro algumas coisas, mas, novamente, entendo o

meu erro. No entanto, e justamente na hora da prova, que as dúvidas começas à chega:

estranho. Eu presto atenção nas aulas, faço os exercícios propostos, estudo. E no final,

Page 160: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

160

recebo uma nota ruim na prova. Acho que as questões das provas misturam o conteúdo

dado, dificultando a sua realização. Além do mais o assunto “radicais” possui muitos

detalhes, sendo difícil colocá-los todos em prática e nos lembrar deles”

(Giselle de Souza – EF81)

“Na minha opinião radicais é uma matéria muito chata e que não vai fazer diferença

nenhuma na minha vida.

O resultado da minha prova não foi nada bom, fiquei muito triste e

decepcionada.(Apesar de fazer todos os exercícios acho que eu devo estudar mais antes

das provas)”

(Ana Flávia de Figueiredo – EF81)

“Achei muito chato porque exige muito raciocínio. Penso que minha nota da avaliação

foi na média (++-) porque errei algumas bobeiras, mas estava muito difícil)

(Úrsulla)

“Eu achei o assunto de radicais difícil porque lá na sala eu estava indo bem e na hora da

prova tirava só notas ruins, mas eu estudava e não consegui fazer quando caia exercícios

na prova com essas propriedades misturadas.

Meu resultado na avaliação foi ruim porque eu não estava conseguindo fazer

determinada questão com propriedades misturadas. Na prova também tinha exercícios

que eu errei de bobeira também. Mas eu não achei a minha nota boa”

(Breno Thiago)

“Achei difícil, realmente não gosto de matemática, mas infelizmente preciso pro futuro

então tenho que aprender, mesmo não gostando.

Posso dizer que foi muito ruim quando mistura tudo eu desespero e não saio do lugar eu

acho que sei fazer e não consigo, acho que a prova NÃO é o melhor modo de avaliar um

aluno, pois não envolve somente o conhecimento.

Voltando a prova meu resultado foi ruim eu não entendi bem a matéria.”

(Igor Ramalho – EF81)

“Esse assunto radicais é difícil, pois aparentemente ele não vai me ajudar para nada,

alem de passar no vestibular.

Quando mistura radicais, MMC, e produtos notáveis fica ainda mais difícil, porque

temos que juntar três coisas diferentes. Aí ajuda muito a confundir tudo e tirar uma nota

baixa.

O resultado da minha prova foi mediano, porque na passada eu tinha tirado TOTAL.

Por isso não gosto nem um pouco dessa matéria. Apesar de pistas de fazer contas.”

(Júlia Teixeira – EF81)

“Na minha opinião, os radicais não tem nenhuma utilidade para minha vida, mas como

na matemática tudo se tira proveitos, as vezes, os radicais podem me ajudar em algo no

futuro. Apesar de ter estudado bastante para a prova, tive muita dificuldade na resolução

da mesma, pois achei os exercícios mais difíceis do que os feitos anteriormente”

(Piercy Braga Dias – EF81)

“Eu achei muito complicado e misturava muito os assuntos, mas não é tão difícil. O que

eu tenho dificuldades são os exercícios diferentes da apostila, pois eu acho que eu não

vou conseguir fazer eles”

Page 161: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

161

(Gabriela Amard)

“Eu pensei do assunto que é um assunto muito difícil, não vejo sentido em aprender isso

(me desculpe), mas é importante por causa das provas que faremos futuramente, como

ENEM, etc. A minha nota foi horrível, principalmente pelo assunto, mas na verdade eu

não me dou bem em provas de matemática. Na minha opinião, nas provas deveriam ter

questões menos complexas (grandes e difíceis), pois eu acho que deveriam ser, por

exemplo, todas as provas da etapa valendo 5 ou menos (com mais matérias) e a cada

prova aumenta o nível de dificuldade. Isso foi só uma idéia.”

(Eric Rodrigues – EF81)

“(O assunto) É bem interessante, mas é extremamente complicado e cheio de detalhes.

(O resultado da avaliação) Foi péssimo, não foi o resultado que eu esperava apesar de

saber que eu tinha ido muito mal”

(Maria Laura – EF81)

“Na verdade o assunto de radicais no início era legal pois era fácil mas depois foi se

complicando e aí foi se complicando e aí foi ficando mais chato, e eu não conseguia

entender tudo junto. Bom, na verdade minha nota foi ruim como a da maioria, na

verdade os exercícios da folha estudada nem se comparam com os da prova em grau de

dificuldade.”

(André Luiz Rodrigues Pereira)

“(O assunto) Eu achei muito confuso. Pois foram muitos temas sobre radicais, mas com

este assunto aprendi um pouco sobre ele como usar ele na matemática, mas não

perfeitamente como eu esperava. (O resultado da avaliação) Foi um horror, pois eu

esperava ter tirado um resultado melhor, eu acho que o fato de ter tirado uma nota ruim

foi porque o assunto abrangia muitos temas, o que me levou a confundi-los”

(Asmiro Jejum Alfredo Txitende – EF81)

“Como conhecimento matemático, o assunto radicais é bastante interessante e pode ser

bem útil para ajudar a avançar na matemática. O resultado da minha avaliação foi pelo

fato de não conseguir compreender o assunto radicais e pela minha falta de interesse no

assunto. Talvez se eu tivesse me esforçado um pouco mais para compreender, meu

resultado teria sido melhor.”

(Maria Letícia Nolasco Cardoso – EF81)

Relatório após as visitas 05/05/11

Instruções:

O relatório deverá ser feito em sala e em trio:

Os alunos deverão fazer um cabeçalho, com nome do trio e do projeto.

1) Relate o que foi possível observar nas visitas feitas. Descreva, separadamente, a

visita aos monumentos de Ouro Preto, ao templo da Pampulha e o Museu das Reduções.

2) O que despertou interesse em vocês? Por que?

3) Como a matemática esta presente nas situações e nos momentos vivenciados?

Explique.

4) Que perguntas vocês tem a fazer sobre o que viram nas visitas? Tem curiosidade

de saber mais sobre algo relacionado ao que visitaram?

5) Conclua dizendo o que esse projeto representou para vocês.

Page 162: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

162

Relatório 8ª1

Nomes: Ana Flávia, Igor Ramalho, Úrsula Péret.

Nos monumentos de Ouro Preto foi possível observar várias figuras geométricas nas

Igrejas e na Casa dos Contos. No templo da Pampulha observamos com Oscar

Niemeyer construiu a Igreja, atrás da mesma possui desenhos com escalas. No Museu

das Reduções observamos vários monumentos históricos com escala reduzida (1:25),

também foi possível observar vários detalhes dos mesmos.

O que despertou interesse foi que na da impressão que na Igreja o frontão vai se

aproximando e as torres vão se afastando. Na Pampulha a diferença do formato da

Igreja e os desenhos no azulejo, no Museu a perfeição dos detalhes das miniaturas.

Na Igreja São Francisco de Assis a Matemática esta presente nas janelas, nas portas, nas

torres, nos telhados e em praticamente todos os lugares, na Pampulha foi no formato da

Igreja, no trapézio invertido, onde fica o sino, nos azulejos quadriculados e etc., no

Museu das Reduções foi possível observar na perfeição dos monumentos reduzidos pela

escala de (1:25).

Gostaríamos de saber sobre a construção das Casas dos Contos. Alguém tem intenção

de continuar a fazer as reduções. Ainda são celebrada as missas na Igreja.

Esse projeto esta representando diversas coisas, uma delas é poder observar a

matemática de um outro modo, de que a proporcionalidade é muito importante. Com os

monumentos reduzidos foi possível detectar detalhes praticamente “invisíveis” no

tamanho real do monumento. Por exemplo, detalhe dos telhados das casas, dos quintais

e terrenos. No Palácio do Planalto foi possível ver muitos detalhes que nunca tínhamos

percebido no tamanho real.

Nomes: Júlia Pimenta, Jhennyffer Silva, Gabriel Barbosa

Neste trabalho, nós percebemos em cada lugar coisas diferentes. Em Ouro Preto

nós vimos a arte barroca de Aleijadinho esculpida na Igreja São Francisco de Assis, lá

nós percebemos a diferença entre esta igreja e as outras de Ouro Preto o óculo aberto e

sem janelas, a torre da impressão de movimento, tem canhões, torres em forma de

fortes, granadas e as pontas das torres em formato de capacete, homenageando São

Francisco de Assis que era um militar. Dentro da Igreja observamos que na pintura do

teto á anjos mulatos, em homenagem a mulher de Manuel da Costa Ataíde. Vimos perto

do Altar Mor um quadro da Santa Ceia que apresentava objetos que não existia naquela

época. A Igreja apresenta uma boa acústica, um púlpito perto do Altar Mor, em vez de

ser no meio da Igreja. Do lado de fora da Igreja, nós medimos a largura e a altura da

porta principal, largura e altura da porta falsa, espaço entre as almofadas e muitas outras

medidas. Tudo isso para entendermos razão áurea e proporcionalidade.

Na Casa dos Contos nós conhecemos um pouco mais sobre a história de Ouro Preto.

Conhecemos as ferramentas usadas contra os escravos e pelos escravos, como eram os

banheiros, como funcionava os esgotos. Descobrimos as várias funções que já teve a

Casa dos Contos. Na parte onde fica as moedas, percebemos a desvalorização das

moedas, por exemplo: 1.000 cruzeiros são iguais a 1 real. Com isso conhecemos que a

inflação favorecia os ricos e não os pobres.

Na Igreja da Pampulha nós conhecemos mais sobre a vida de um grande arquiteto,

Oscar Niemeyer e seu modo de fazer construções arredondadas. Conhecemos também o

trabalho de Cândido Portinari. Na Igreja nós conseguimos ver várias formas

Page 163: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

163

geométricas e a proporcionalidade. No Museu das Reduções nós vimos monumentos

que vemos todos os dias em miniaturas, como, a Câmara Municipal de Mariana e a Casa

dos Contos. Conhecemos as histórias dos autores das miniaturas, como eles faziam as

miniaturas e a importância das reduções. Os mosaicos das Igrejas da Pampulha,

despertou muito interesse em nós, por causa da beleza dos desenhos.

Nomes: André, Arthur e Percy

Em Ouro Preto na Igreja de São Francisco de Assis nos podemos observar os

mínimos detalhes da fantástica obra de Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), e as

lindas pinturas de Emanuel da Costa Ataíde. Logo depois fomos a visita da Casa dos

Contos, a instrutora nos orientou e nos mostrou um pouco das histórias dos

inconfidentes, que usavam a casa como ponto de recolhimento de impostos. Em Belo

Horizonte, na Pampulha podemos observar o projeto de Oscar Niemayer, dentre isso

observamos a torre do sino que tinha formato de um trapézio invertido e as obras

internas e externas da igreja feita por Cândido Portinari. Já em Amarantina no museu

das reduções observamos as miniaturas feitas pelos quatro irmãos que já faleceram, suas

miniaturas eram feitas na escala de 1:25.

Nós nos interessamos de como as obras foram feitas a perfeição de cada uma e

os mínimos detalhes. A diferença da arte antiga e da arte moderna.

A torre da igreja da Pampulha que tem o formato de um trapézio invertido, a

torre da Igreja de São Francisco de Assis com formas geométricas, a escala em que foi

feita as miniaturas e o retângulo áureo presente em quase todas as obras.

Teríamos curiosidade de saber como os artistas tem tanta inspiração para realizar

suas obras e quanto tempo eles demoram, quais ferramentas eles usam e como eles

planejaram as obras.

Esse projeto foi muito importante para nosso aprendizado, pois conseguimos ter

uma noção maior de escala, retângulo áureo e várias outras coisas.

Nomes: Bárbara Ribeiro, Larissa Mappa e Breno Rodrigues

Igreja São Francisco de Assis: podemos observar o olhar e a vertigem caudadas

pelas torres serem mais afastadas do frontão, a acústica da igreja é perfeita, óculo na

frente é tampado, e para conseguir iluminar o interior, os óculos são nos lados, vários

detalhes nos lados externos da igreja, são referencias de guerra, a cruz é de dois lados, o

maior representa o pode de Deus e o menor o poder dos homens, no lado interno da

igreja, já podemos observar também, que um anjo não tem a cabeça, as partituras

desenhadas no teto são de músicas verdadeiras, entre outros.

Casa dos contos: neste local podemos observar a história das cédulas e que lá era

conhecido como Casa da Moeda, a história dos escravos. Indexação era que a cada ano

tudo se desvalorizava. O quinto do ouro era de 20% do valor do ouro que você possuía

ia para a coroa.

Museu das Reduções: o Museu das Reduções foi criado por quatro irmãos e

todos produziam as maquetes. A Evangelina fiava encarregada de ir no local fotografar

e conhecer a história, Silvia ficava com todas as partes em pedra e sabão e o Décio e

Enio dividiam entre si o restante. A escala das maquetes eram feitas em 1 para 2s. A

Igreja São Francisco de Assis de Ouro Preto ficou inacabada devido ao falecimento

delas.

Igrejinha da Pampulha: na igrejinha da Pampulha nós podemos observar que do

lado de fora da igreja tem um triângulo invertido, as pinturas nos azulejos foram feitas

Page 164: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

164

por Portinari, ela foi projetada por Oscar Niemayer, por muito tempo os católicos não a

aceitavam como uma igreja por causa do seu formato e por ficar perto de uma de jogos

e festas.

Casa do Baile: a casa do baile, era uma casa dançante, onde as pessoas iam

quando saiam do cassino, então, quando o cassino fechou a casa ficou sem movimento e

depois ficou abandonada por muito tempo e habitada por mendigos. Depois ela foi

restaurada e agora é um museu. A casa do baile também foi projetada por Oscar

Niemayer.

Em nós despertou interesse em saber em quais coisas, lugares e objetos existem

retângulo áureo, em conhecer melhor o patrimônio da nossa cidade e região, pois como

eles estão muito próximos de nós, agente pensa que conhecemos ele, mas na verdade

não conhecemos.

A matemática esta presente em todas situações por nós vivenciadas. Como por

exemplo nas construções, nos mapas, nos carros, nos retângulos áureos, nos animais,

nas plantas, nas conchas do mar, etc.

O projeto esta representando para nós um grande conhecimento sobre as coisas

que antes nos não tínhamos nenhum conhecimento, como por exemplo o retângulo

áureo.

Nomes: Maria Letícia, Maria Laura e Francisco

Com a visita a Ouro Preto observamos que a matemática estava presente na

nossa história antes mesmo de Cristo. A visita ao templo da Pampulha, nos mostrou

que, que ate mesmo na arte possui matemática, como exemplo retângulo áureos. O

museu das reduções, nos ajudou com o trabalho das escalas. As miniaturas reproduzidas

pelos quatro irmãos são muito bem feitas, porém suas escalas não são precisas, já que os

materiais utilizados por eles não eram os mais adequados.

Em Ouro Preto, na Igreja São Francisco de Assis, o efeito de vertigem e as

janelas nas laterais para a entrada de luz e no museu as moedas e suas mudanças através

do tempo. Na Igreja da Pampulha, o que mais me interessou, foram as formas curvas

predominantes e cubismo de Portinari. Nas medidas que foram utilizadas na construção

da Igreja de São Francisco, Igreja da Pampulha e das maquetes, nos desenhos das

igrejas da Pampulha o cubismo esta presente. Estava presente nos detalhes das igrejas.

Este trabalho representa para nós que a maravilhosa matemática, esta presente

em todos os lugares e pode ser bem mais interessante saindo da teoria. Também, foi

interessante observar a arquitetura de Niemayer e a arte de Portinari. Sobre o museu das

Reduções, é interessante observar, como foram feitas as reduções, tão perfeitas com tão

pouco recurso da época.

Nomes: Giselle Rezende, Gabriela Amaral, Irã Dias e Gustavo Santiago

Quando visitamos a Igreja de São Francisco de Assis, aqui em Ouro Preto,

pudemos observar o efeito da vertigem, quanto o Frontão vem ao seu encontro e as

torres desaparecem. Além de sua bela história, de sua construção ate se tornar uma das

sete maravilhas Portuguesas, e a presença de várias formas geométricas e influências

militares (granadas incendiando, bocas de canhão).

Ao visitarmos a Casa dos Contos, descobrimos que ali cunhavam as moedas,

vimos relíquias da época Colonial e medimos o comprimento e as larguras das portas,

janelas e da fachada, além da desvalorização da moeda.

Page 165: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

165

Na Igreja da Pampulha, observamos o estilo diferenciado de Oscar Niemayer,

causou a relutância da Igreja Católica e de algumas pessoas em aceitá-la como templo

de Deus. Além das pinturas de Cândido Portinari, que imitavam o cubismo

originalmente feito por Picasso.

No Museu das Reduções nos deparamos com 27 miniaturas de vários

monumentos brasileiros, com escala 1:25. Essas reduções foram feitas por quatro

irmãos: Angelina, Sylvia, Enio e Décio, que utilizavam os seguintes materiais: concreto,

madeira, pedra-sabão, metais e barro, para as telhas. A Igreja de São Francisco de Assis,

não teve sua redução pronta. Os irmãos morreram sem terminá-la, não havendo

descendentes que sabiam as técnicas de fazer miniaturas.

O que nos despertou interesse nessas excursões já o fato de que nós podemos

entender melhor o assunto relacionado a proporcionalidade, pois dessa forma

aprendemos a olhar as formas ao nosso redor de uma forma diferente. Podemos concluir

que essa excursão foi uma ótima oportunidade para melhor entender os conceitos de

escala e proporcionalidade, alem de adquirir uma educação patrimonial.

Nomes: Eric, Chrisley, Júlia Tóffolo

Podemos observar que a Igreja era uma obra de Aleijadinho, que foi um

arquiteto, escultor e pintor muito perfeccionista. A Igreja é constituída de arte barroca.

Fomos a Casa dos Contos e tiramos medidas das portas e janelas e paredes para

compararmos com a maquete (no museu das reduções)

A Igreja possui várias formas geométricas e iremos verificar se nas portas existe

razão áurea.

Vimos maquetes de monumentos que medimos e que percebemos é igual a 1:25. A

matemática esta presente na natureza e em todos os lugares. As construções de

monumentos, pois por trás de toda a criação tem matemática. Como conseguiram criar a

razão áurea e porque a razão de um retângulo de ouro tem que ter 1,618...?

Esse projeto representa nosso conhecimento sobre a matemática em todos os lugares e

como utilizá-la.

8ª 2

Nomes: Catarina, Mara, Emília e Octávio

Pudemos observar, nos monumentos de Ouro Preto, no Templo da Pampulha e

no Museu das Reduções a Arte viva aos nossos olhos. A diferença entre a Igreja da

Pampulha e a Igreja do São Francisco de Assis, são nítidas. Na Igreja da Pampulha as

imagens eram pintadas por Cândido Portinari. Oscar Niemayer aproveitou nitidamente

de formas de formas geométricas, conseguindo fazer uma bela construção, a arte

exterior era inteiramente de azulejos, algo muito inovador para uma igreja.

Na Igreja de São de Francisco de Assis, era repleta de arte barroca e formas

geométricas. No interior, a pintura do teto, pôde chamar a nossa atenção tanto por sua

beleza, quanto por fatos interessantes, como o anjo sem cabeça e a partitura pintada.

Que realmente formava uma música.

Já no Museu das Redações, eram obras com detalhes incríveis, como: a parte de

baixo da sacada da Casa dos Contos, as panelas dentro de uma das reproduções, a água

corrente simulando um rio que passa perto dos monumentos e produzindo energia para

as lâmpadas do local.

A matemática estava presente através da razão áurea nos vidros da igreja da

Pampulha, na casa do Baile, nas reduções do museu e na Igreja de São Francisco de

Page 166: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

166

Assis. Observamos também a proporcionalidade e a escala nesses monumentos,

principalmente no Museu das Reduções. Ficamos muito curiosos em saber o tempo de

construção de cada monumento e se o efeito provocado pela Igreja de São Francisco,

em Ouro Preto foi proposital. Enfim, foi uma grande experiência para nós três, onde

pudemos aprender muito sobre os monumentos do Brasil.

Nomes: Pedro Henrique Silva, Igor Jurandir, e Isabella Gurgel

Ao visitar os monumentos em Ouro Preto, observamos a arte barroca presente nas

igrejas e museus e também as formas geométricas, representadas nos monumentos.

Percebemos que as medidas dos pontos e colunas das igrejas são proporcionais,

abrangendo os detalhes das obras dos autores, no caso Aleijadinho e Manoel Ataíde.

Em relação ao Templo da Pampulha, foi possível analisar a estrutura

diferenciada, marcada pelas formas de curvas, preferência do autor, Oscar Niemayer

(arquiteto+paisagismo+arte). A torre em forma de triângulo isósceles foi bem marcada,

assim como as pinturas de Cândido Portinari e os formatos quadriculados presente do

lado de fora desta.

Já no Museu das Reduções, podemos ver como uma obra de grande porte pode

ser reduzida de forma detalhada e perfeita. Vimos a escala 1:25, utilizada como base nas

reduções dos monumentos, e também entendemos como o uso dos escalímetros são

essenciais neste tipo de trabalho. O que mais nos despertou interesse foram as reduções

dos monumentos, marcados por uma escala semelhante e pela perfeição com que tudo

foi feito, sendo que cada detalhe é único. É possível perceber a presença da matemática

nessas situações quando se observa a estrutura com que cada monumento foi feito,

marcada pela altura, largura e distância proporcionais, e também pelas formas

geométricas (quadrado, triângulo).

Temos curiosidade de ver como são feitas as reduções e como eram feitos os

vidrinhos que ficavam em suas janelas. Saber quando demorou para fazer o quebra-

cabeça, que há dentro, da igreja da Pampulha, e qual a relação da igreja da Pampulha

com a igreja de Ouro Preto, em relação a altura delas.

Para nós, este projeto representou mais um momento de aprendizado, mostrando

que as formas geométricas estão presentes em todos os lugares, mesmo sem

percebermos.

Nomes: Fernanda, Hugo e Thaís

Foi possível observar nas visitas aos monumentos de Ouro Preto que as obras

foram feitas em perspectivas, constituídas em grande parte por formas geométricas.

Já o templo da Pampulha, podemos observar que foi uma construção ousada por

não seguir o padrão normal das outras igrejas, por ter formas curvas, partes hidráulicas

na área externa e interna, as pinturas que retratam emoção e tem o poder de expressar os

sentimentos.

No Museu das Reduções podemos observar todas as obras visitadas

anteriormente em um tamanho reduzido na escala de 1:25. Despertou e, nós um olhar

totalmente diferente e um pouco mais centralizado a matemática, pois, agora sim esta

comprovado que a matemática esta em vários lugares. A matemática esta presente por

exemplo: em formas geométricas, pinturas proporcionais, as dimensões do

comprimento, largura e etc...

Em relação a duvidas nós não temos nem uma, pois, na nossa opinião tudo foi

muito bem explicado. Uma nova visão sobre a matemática, acho que a partir desse

Page 167: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

167

passeio iremos observar mais as igrejas, museus... tudo, pois, a matemática está presente

em nosso cotidiano.

Nomes: Vanessa Assis, Ana Paula e Ana Luisa

Foi possível observar com visita ao monumentos de Ouro Preto, a forma como

Aleijadinho criava suas artes, a partir dos seus poucos conhecimentos, porque não teve

um bom estudo.

Na Casa dos Contos podemos concluir antigamente as pessoas tinha coisas

grandes para poucos moradores e também pudemos aprender mais sobre o período da

corrida do ouro. Ao todo podemos observar que na construção destes dois monumentos

foram usadas várias formas geométricas.

No templo da Pampulha pudemos observar que Niemayer utilizava as curvas

para a construção dos seus trabalhos e o retângulo áureo nas portas do templo, também

vimos que Portinari pintava suas obras a partir de formas geométricas e seus desenhos

eram quadriculados. No Museu das Reduções, pudemos observar que o escalímetro foi

o único objeto utilizado para a construção das relíquias da arquitetura brasileira, e cada

detalhe foi bem representado. Todas as obras utilizavam escala de 1:25.

O que despertou interesse no grupo foi descobrir que a matemática está em tudo

ao nosso redor, e como as obras podem ser reduzidas perfeitamente. Devido a aplicação

real do que vimos na sala com o nosso cotidiano.

As perguntas que temos a fazer são:

Como os matemáticos conseguiram chegar as formas com tanta precisão e ter dado tão

certo.

Como os criadores do Museu da Reduções conseguiram com seu vasto conhecimento,

criar reduções.

Este projeto está representando para nós uma atividade interdisciplinar, que esta

nos ajudando a compreender a matemática no nosso dia a dia.

Nomes: Laura Oliveira, Letícia Netto, Maria Heloisa.

Vamos começar falando sobre a Igreja São Francisco de Assis, que foi feita por

Aleijadinho, observamos que ela construída de uma maneira diferente das outras, com

um estilo militar.

Em Ouro Preto ainda visitamos a Casa dos Contos, que era uma casa de João Rodrigues

de Macedo, que abrigava escravos em suas senzalas. Quando o governo na época

assumiu a casa, a transformou em museu para contar a histórica da época em que

Macedo viveu.

Em Belo Horizonte, na Pampulha, visitamos a outra igreja São Francisco de

Assis, foi construído por Joaquim Cardoso e por sua estrutura com telhados azuis,

paredes de azulejos e uma torre parecida com um tridente, ela foi fechada por 16 anos.

Visitamos em Amarantina, o Museu das Reduções projetada pelos irmãos

Vilhena, Ênio, Décio, Evangelina e Sylvia. Esse foi o lugar que nos despertou mais

interesse, pois esses irmãos conseguiram reduzir com muita precisão matemática os

monumentos históricos. Vimos a partir dessa excursão com mais clareza que cada

monumento histórico contém várias formas geométricas, e alguns deles possuem o

retângulo áureo nas suas contruções.

Page 168: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

168

Nós queríamos saber como convenceram a população a reabrir a Igreja da

Pampulha, já que eles tinha receio dela.

E para concluir queremos dizer que com esse trabalho aumentamos nossa

percepção sobre o meio em que vivemos e conhecemos as histórias destes monumentos.

Nomes: Jéssica Costa, Rodrigo Grammont, Hully Moreira

O ser humano está procurando sempre inovar, e a matemática está sempre

presente. Nós podemos observar que tudo depende da matemática que os números

regem a vida. Por exemplo, a visita a Igreja São Francisco de Assis, em Ouro Preto nos

abriu a mente para outro jeito de ver a cidade, nos mostrou o quanto o ser humano é

inteligente, nesse caso o Aleijadinho. A visita ao templo da Pampulha nos fez perceber

o quanto a nossa mente foi evoluindo, o quanto a visão do mundo mudou, do barroco

para o moderno e ainda assim, La estava a matemática . No caso da visita ao museu das

Reduções, mais uma vez a inteligência e a matemática estavam presentes, porem dessa

vez, nos ficamos mais intrigados com a maneira que os quatro irmãos fizeram as

reduções, com poucos instrumentos adequados e com toda aquela perfeição. O que nos

interessou bastante, foi saber com que amor os irmãos cuidaram do museu das reduções

por tanto tempo, cada um ficou responsável por determinadas coisas e isso nos

impressionou bastante. Os monumentos lá contidos são de uma beleza impressionante e

saber como ficam perfeitos os monumentos em proporções. Depois de termos ido nessa

viagem conseguimos perceber figuras geométricas por todos os lados.

Podemos perceber que a matemática esta presente em tudo. No formato do

ônibus, na kilometragem do caminho, ate nos monumentos, as curvas tortas das

montanhas, na perfeição das montanhas, na perfeição das construções, na balança do

restaurante, bom, esta presente em tudo, e sem a matemática seria impossível perceber

tudo isso.

Bom, as questões nas quais tivemos dúvidas tiramos todas nas excursões. Porém

há uma questão que ficou sem resposta: como quatro irmãos sem estudo e material

apropriado puderam fazer um trabalho tão bonito e perfeito.

Com isso pudemos aprender coisas novas, sobre assuntos não estudados ate o

momento, e nos faz perceber o quanto a matemática está presente em nossas vidas .

Figuras geométricas estão presentes em nossas vidas e muitas vezes passamos e não

percebemos. Nos ajudou a ver a vida de uma forma até então nunca vista.

Nomes: João Vitor Gomes de Freitas, João Paulo Coelho Silva, Paulo Vitor Santana.

Quando visitamos a Igreja São Francisco de Assis, podemos ver obras do

escultor Aleijadinho, pinturas e detalhes que não veríamos sem auxílio. Conseguimos

observar o formato que a igreja possui e ver todos os seus detalhes interiores. Já na

Casa dos Contos voltamos ao tempo, até no tempo onde Ouro Preto era um grande

produtor de ouro, nesta época a nossa cidade transformava o ouro e o carimbava tirando

o quinto para que o ouro passasse a valer. Vimos que todo esse trabalho era feito por

escravos, torturados e maltratados por ferramentas da época. Nós podemos observar que

a igreja tinha pinturas de Portinari e o projeto foi de Niemayer. Era uma Igreja fora do

comum com símbolos comunistas.

No museu das Reduções, podemos observar miniaturas quase perfeitas de

monumentos de todo o Brasil na escala de 1:25, feitas por quatro irmãos. As quase

perfeitas miniaturas de monumentos em todo Brasil, porque conseguimos ver pequenos

detalhes que vimos em alguns monumentos.

Page 169: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

169

A matemática estava presente em todos os locais e monumentos visitados por

nós. Em alguns monumentos podemos perceber, figuras geométricas e escalas variadas,

por exemplo a Igreja da Pampulha e a casa do baile virou museu.

Nossa curiosidade sobre a excursão é como fazem missas na Igreja da Pampulha

e porque a casa do baile virou museu. Este projeto está representando para nós que ao

passar dos anos os monumentos não estão esquecidos, eles ainda estão aqui para que

possamos apreciá-los.

Nomes Karla Carvalho, Laís Barros e Patrícia Consciente.

Nas visitas feitas, observamos a presença da matemática de formas variadas nos

monumentos. Na capela da Ordem 3ª de São Francisco de Assis, o uso da matemática

gerou efeitos curiosos na obra. Na Casa dos Contos, foi possível perceber um grande

número de formas geométricas que geralmente não observamos no nosso dia a dia. No

Templo da Pampulha, notamos formas diferentes e tentamos manter a

proporcionalidade ao fazer uma cópia de uma das cenas de Cândido Portinari.

No museu das Reduções, as réplicas (que eram idênticas aos monumentos reais,

porém, reproduzidas em uma escala menor) despertam o nosso interesse, afinal, foi um

trabalho artístico muito bem realizado. Após a realização desta atividade, passamos a

observar melhor a matemática em diversos lugares, que nunca havíamos percebido

antes: alimentos, telhados, flores, animais... a matemática esta em toda parte. Isto é

fantástico!

Sobre o que vimos nas visitas, compreendemos as explicações e não temos

dúvidas relacionadas aos temas abordados. Temos muita curiosidade em saber mais

sobre o assunto. Aguardamos novas oportunidades para ampliar ainda mais os nossos

conhecimentos.

Para nós o projeto foi uma maneira diferente e agradável de tornar o estudo da

matemática mais leve. Agora restam as perguntas: será que este estudo interdisciplinar

nos interessou apenas durante as excursões?

IMPRESSÕES DOS ALUNOS SOBRE A AVALIAÇÃO OCORRIDA NO DIA

09/06/2011

1) Escreva em linhas gerais o que você achou desta avaliação.

Achei uma boa prova, porque tinham várias questões, para que ninguém perdesse

muitos pontos. E como a gente já tinha feito várias atividades sobre o assunto, não tive

muita dificuldade.

Eu gostei muito dessa avaliação, tudo o que tinha nela foi dado em sala. Teve mais

questões, o que eu achei bom, pois, nos dá mais chance de ganhar nota melhor.

Eu acho que a avaliação foi de uma certa forma fácil, porque a matéria era pequena, mas

infelizmente errei algumas questões de bobeira e não fechei a prova.

Eu achei que estava em nível bom, não estava muito fácil nem difícil. Tinha muitas

questões, mas como podia usar a calculadora não foi problema.

Pois é, foi uma das melhores que eu fiz esse ano. Bom, tirando alguns vacilos que dei,

eu fui bem.

Page 170: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

170

O conteúdo dessa prova foi mais fácil, e tinham bastante questões, se não fosse boa em

algumas, seria em outras e sua nota não ficaria prejudicada.

Achei boa, não só por ter tirado nota boa, mas também por ter entendido a matéria e não

confundi na hora da prova.

Essa avaliação foi muito mais fácil em relação a primeira avaliação (1ª etapa), que

envolveu radicais, apesar de ambas terem sido bem grandes, a 2ª prova foi de fácil

compreensão, pois, tratava de conceitos que podemos observar no nosso dia-a-dia

Eu achei a avaliação fácil, pois, houve muito tempo para a realização da mesma e

também pelo fato de que todas as questões estavam no livro. O grande número de

questões facilitou muito para aqueles que erravam uma ou duas questões, pois os

mesmos não perderam tantos pontos, quanto eles perderiam se a prova fosse menor e

com mesmo valor.

Eu achei a avaliação muito fácil, apesar de minha nota não ser tão boa, mas a matéria

estava muito fácil de ser compreendida. Eu também achei a prova muito extensa, afinal,

eu deixei duas questões em branco.

Eu achei que a avaliação tinha algumas questões um pouco complicadas. Também achei

que ela estava grande e tivemos pouco tempo pra fazê-la, não consegui terminá-la e fui

prejudicado, pois, com isso não alcancei a nota que queria.

Na minha opinião. Essa avaliação não estava difícil. A única coisa que eu não gostei, foi

quando eu estava começando a última questão, o tempo acabou.

Foi uma avaliação longa e difícil, mas também tinham questões bem leves.

Eu achei que estava meio difícil, mas eu tenho que estudar mais para entender.

Esta avaliação estava mais longa que a outra mas, tinham questões fáceis e também

difíceis.

Achei que a avaliação não estava muito difícil, nem muito fácil. Estava longa, mas

tínhamos bastante tempo para respondê-la.

Achei extensa , porem é melhor assim, porque dá mais chance dos alunos acertarem.

Tivemos mais oportunidades.

Na minha opinião foi difícil e longa. Devia ter questões fechadas.

Eu achei a avaliação ate fácil, pois eu já havia estudado todo o conteúdo.

Para mim foi mais fácil, porque a matéria é mais fácil de entender e mais interessante.

Achei essa avaliação mais tranqüila porque quase todas as questões envolvia o mesmo

raciocínio, se você soubesse o que fazer você se daria muito bem gostei dessa avaliação

e dessa matéria em geral.

Page 171: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

171

Nesta avaliação eu fui muito bem, porque a matéria foi a mais fácil, foi uma das

melhores avaliações.

Achei esta prova mais fácil do que a outra, pois, o assunto era mais legal e exigia em

quase todas as questões a mesma linha de pensamento.

Nessa avaliação eu sai muito bem, foi uma das melhores avaliações, achei a matéria

muito fácil e consegui tirar uma boa nota.

Não achei muito difícil, nós aprendemos a matéria bem e os conhecimentos foram bem

aplicados na prova.

Eu achei a prova muito boa, acho que a matéria ajudou bastante, mas as questões bem

estavam de fácil compreensão, resultando em notas bem melhores que as anteriores.

Eu achei que essa avaliação foi diferente das outras, porque além de saber melhor a

matéria dessa vez, eu me sai melhor.

A última avaliação de Matemática foi extensa, mas o conteúdo estava totalmente de

acordo. Espero que as outras provas sejam iguais.

Para mim esta avaliação foi muito interessante, apesar de ter sido longa, não me deixou

entediada e insegura durante a prova.

Gostei muito dessa avaliação, todas as questões foram estudas com explicações claras, a

folha de exercício também ajudou bastante.

De forma geral, essa avaliação foi fácil, pois, fizemos várias atividades sobre a matéria

e por isso a maioria dos alunos tirou nota boa.

A avaliação estava extensa, porem as questões eram simples, objetivas e rápidas.

A avaliação estava extensa porém as era, simples, objetivas e rápidas de resolver.

A prova foi muito tranqüila, pois a matéria estava muito tranqüila.

A avaliação não estava difícil, mas complicada.

Gostei muito dessa avaliação, todas as questões foram estudas com explicações claras, a

folha de exercício também ajudou bastante.

Para mim esta avaliação foi muito interessante, apesar de ter sido longa, não me deixou

entediada e insegura durante a prova.

De forma geral, essa avaliação foi fácil, pois, fizemos várias atividades sobre a matéria

e por isso a maioria dos alunos tirou nota boa.

A avaliação estava extensa, porem as questões eram simples, objetivas e rápidas.

Page 172: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

172

A prova foi muito tranqüila, pois a matéria estava muito tranqüila.

Esta avaliação não estava tão difícil, a única questão que errei foi por causa da escala,

eu fiquei confusa, mas já entendi a questão.

Eu achei muito interessante, e teve muitas questões, e isso dá mais oportunidade para a

pessoa tirar uma nota melhor.

A prova estava fácil, mas eu acho que eu poderia ter me esforçado mais.

Foi boa , ficou num nível bom, a matéria foi bem explicada.

Achei boa, pois a prova foi baseadas nos exercícios da lista e do livro.

2) Em sua opinião, no que essa avaliação difere de outras que você já fez neste ano

em Matemática?

Ela se difere porque conseguimos associar esse assunto as coisas do dia-a-dia e também

radiciação era muito difícil.

Essa foi mais fácil porque eu sabia a matéria, o que não aconteceu por exemplo, na

prova de radicais.

Eu tive mais facilidade em fazê-la, também entendi bem o assunto, apesar de errar

questões de escala.

Eu fui melhor nessa avaliação porque a matéria era mais fácil de entender, a matéria não

é algo abstrato como radicais, então é mais fácil entender.

Ela é mais prática e real, e também, nessa etapa eu ando me esforçando mais e consigo

prestar mais atenção na aulas. Os conteúdos. Alguns facilitam o entendimento mais que

outros.

Ela se diferencia no conteúdo, a primeira havia mais conteúdo do que na qual fizemos

esta etapa. Por isso eu me confundi na primeira prova em relação a prova desta etapa.

Essa avaliação difere de outras que eu fiz neste ano em matemática nos seguintes

aspectos: objetividade, simplicidade e trata de uma matéria de fácil compreensão.

As atividades propostas, pois, elas foram mais fáceis, isso porque a matéria da prova

teve um aprendizado mais simples.

A avaliação se difere na matéria, que é a matéria que eu compreendi mais rápido, pois,

há como colocar o conteúdo em prática.

Ela estava muito grande e não havia tempo pra fazê-la.

Na minha opinião, esta avaliação estava mais fácil do que a prova em que eu me dei

mal, porque eu aprendi mais a matéria dessa prova do que da prova que eu me sai mal.

Page 173: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

173

Parece que nessa matéria eu entendi mais, porque eu posso ter saído mal nas duas

provas, mas nessa matéria que caiu na ultima prova estava bem mais fácil.

Essa foi uma avaliação mais longa que a outra, a matéria foi um pouco mais fácil.

Nessa avaliação eu estudei mais então eu tirei uma nota melhor, e os exercícios da

prova estavam parecidos com a lista.

Foi mais extensa, porém a matéria era um pouco mais fácil.

As outras foram menores e bem mais difíceis (radicais), aprendi mais nesta que nas

outras.

As outras provas pra mim foram mais difíceis , porque os outros conteúdos eram mais

complicados.

Apesar do número de questões, o que diferencia foi a matéria.

Acho que essa avaliação tinha uma matéria mais fácil, se você soubesse a matéria, se

daria muito bem.

Pois essa como já falei, exigia a mesma linha de pensamento em quase todas as

questões.

Essa avaliação se difere, pois foi a matéria mais interessante e mais fácil, por isso me sai

bem na prova.

Ela difere porque é uma matéria muito mais interessante e mais fácil de ser estudada.

Quase tudo, eu consegui fazer as questões.

A matéria, que é mas fácil de entender, podendo aplicar no cotidiano.

O conteúdo foi mais fácil de entender e eu sai bem melhor do que nas outras.

Esta avaliação estava totalmente de acordo com o livro, por isso a maioria das pessoas

foram bem.

Em minha opinião esta avaliação me deixou muito mais segura em relação as outras, e

além disso, na nota melhorou bastante.

As outras eu achei que as questões tinham um grau de dificuldade bem grande.

Essa avaliação se difere das outras que fizemos neste ano, porque nas atividades

anteriores utilizamos o Teorema de Tales, em coisas do nosso dia a dia.

O fato de eu saber bem a matéria, achei a avaliação tranqüila e fui bem.

Page 174: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

174

O fato de eu saber mais a matéria, achei a avaliação tranqüila, e fui bem em relação as

outras.O modo com que a prova foi aplicada. As outras estavam mais difíceis.

A última avaliação de Matemática foi extensa, mas o conteúdo estava totalmente de

acordo. Espero que as outras provas sejam iguais.

Esta avaliação estava totalmente de acordo com o livro, por isso a maioria das pessoas

foram bem.

Em minha opinião esta avaliação me deixou muito mais segura em relação as outras, e

além disso, na nota melhorou bastante.

As outras eu achei que as questões tinham um grau de dificuldade bem grande.

Essa avaliação se difere das outras que fizemos neste ano, porque nas atividades

anteriores utilizamos o Teorema de Tales, em coisas do nosso dia a dia.

O fato de eu saber mais a matéria, achei a avaliação tranqüila, e fui bem em relação as

outras.

O modo com que a prova foi aplicada. As outras estavam mais difíceis.

Ela se difere por ser com questões mais fáceis e por termos entendido melhor a matéria.

As questões estavam mais fáceis de compreender e eu me saí muito melhor q nas

anteriores.

Na facilidade, só não fui melhor porque não me esforcei. Sim, foi a mais longa do ano.

Eu sabia a maioria dos exercícios, entrou na prova questões que estudamos em sala, e

questões fáceis.

Sim, as outras eram mais difíceis, essa por ter sido mais explicado , com mais

exercícios, mais tempo... foi mais fácil.

3) Você acha que neste assunto o aprendizado ocorreu?Justifique

Acho, porque quando gosto do assunto aprendo mais fácil.

Sim, acho que porque eu prestei mais atenção na aulas, gostei da matéria e também você

explicou melhor.

Não sei se para todas, mas para mim com certeza. Pois, estudei bastante.

Sim, além de ser mais fácil aprender, foi possível ver o que estava fazendo.

O aprendizado ocorreu sim, e eu não vou diz der que nas outras provas o aprendizado

não ocorreu, ele ocorreu, porém a última matéria é mais simples e prática, por isso tem a

idéia de que aprendemos mais.

Page 175: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

175

Acho a matéria menos confusa e já estamos a muito tempo estudando baseados nisso.

Sim, não só por ter tirado uma boa nota. Porque não tive muitas dúvidas nas matérias

sobre Tales, Bissetriz e escala, foi um dos motivos por ter entendido as matérias e ter

aprendido.

Neste assunto o aprendizado ocorreu. Porque o assunto é mais fácil, observável no

nosso dia-a-dia, o professor superou em todos os sentidos o modo de nos ensinar, etc.

Sim, as explicações foram mais claras, e a matéria também.

Sim, tive pouquíssimas dúvidas no conteúdo, além de ter tirado uma nota boa.

Sim. Porque eu consegui entender quase tudo da matéria.

Sim, eu pelo menos consegui aprender a matéria.

Sim, porque eu consegui observar o conhecimento e a matéria é mais fácil também.

Sim, o aprendizado ocorreu, sendo que a matéria da última prova foi mais ou menos

fácil, a outra prova de radicais foi horrível.

Ocorreu pois este assunto nos temos como aplicá-los no dia-a-dia. Exemplo Igreja da

Pampulha.

Sim, pois eu aprendi muitas coisas.

Mais ou menos. Porque a matéria exigia um esforço grande. Mas apesar disso, eu gostei

um pouco.

Radicais não ocorreu, pois, fiquei desatenta em algumas aulas. Nas outras sim, pois o

professor explicou melhor e prestei mais atenção.

Sim, os exercícios feitos em grupos ajudaram bastante no aprendizado do conteúdo.

Eu acho que sim pois, quase todas as pessoas foram bem nesta avaliação.

Sim aprendi muito mais, a matéria era bem mais fácil de compreender.

Neste assunto o aprendizado ocorreu, porque aprendi a matéria.

Sim, acho que o aprendizado ocorreu tranquilamente, pois, o assunto era mais fácil de

compreender.

Sim, pois, a matéria foi mais fácil e por isso tirei uma nota boa.

Sim, porque se eu tirei uma nota abaixo da média, foi por falta de atenção.

Ocorreu, porque os trabalhos ajudaram muito na compreensão e aprendizado.

Page 176: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

176

Sim, porque eu me sai bem na prova.

Sim, nas aulas as explicações foram repetitivas e completas, isso ajudou no aprendizado

do conteúdo.

Eu acho q o aprendizado ocorreu, porque foi um assunto muito interessante, que ficou

mais claro em relação aos outros conteúdos de Matemática.

Sim, tudo foi muito bem explicado e a lista de exercícios ajudou bastante no

aprendizado.

Ocorreu, porque conseguimos compreender melhor o assunto.

Sim, porque compreendi bem a matéria, fiz a prova sem dificuldade.

Sim, porque compreendi a matéria, fiz a prova sem dificuldade, estou acertando os

exercícios de casa, e não precisei de aulas particulares.

Sim, pois a matéria foi bem aplicada.

Sim, porque o assunto não é tão difícil.

Sim, eu acho que o aprendizado ocorreu, pois, estudamos e entendemos a matéria, por

causa da quantidade de exercícios.

Eu entendi a matéria, consegui realizar melhor as questões, então o aprendizado

ocorreu.

Sim, eu aprendi com mais facilidade, mas na prova tive um pouco de dificuldade em

fazer os exercícios.

Achei um pouco longa, por isso minha nota foi ruim.

Apesar de minha nota não ter sido muito boa, entendi o Teorema de Tales e Escala.

Sim, foi um conteúdo fácil, por causa das listas e das explicações dentro de sala.

Page 177: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

177

APÊNDICE D: OPINIÃO DOS ALUNOS UM ANO APÓS A REALIZAÇÃO

DAS ATIVIDADES

Ouro Preto, abril de 2012

Prezado aluno

No primeiro semestre de 2011, por conta de minha pesquisa em prol de uma

aprendizagem significativa da Matemática, você, como meu aluno, participou de uma

série de atividades, incluindo avaliações, visitas a monumentos históricos e museus,

elaboração de relatórios e discussões em sala de aula. As atividades enfocaram alguns

conteúdos de Matemática propostos para o semestre, tais como potência e radicais,

proporcionalidade, Teorema de Tales e suas aplicações, dentre outros assuntos.

Passado um ano desse trabalho, suas impressões a respeito de sua participação nas

atividades desenvolvidas são de fundamental importância para o fechamento desse ciclo

de pesquisas que estamos realizando. Sugerimos, a seguir, um roteiro para que você

deixe, por escrito, os momentos vivenciados na realização das atividades e o que ficou

dessa vivência para você no momento atual.

1. Hoje, quando você pensa na sua participação nas atividades realizadas, o que lhe

vem à memória? Escreva a respeito do que ficou mais marcante dos vários momentos

vivenciados e explique o porquê de tal destaque.

2. Sobre os conteúdos matemáticos estudados, qual(is) está(ão) mais presentes na

sua lembrança e qual(is) considera que foi(ram) estudado(s) e aprendido(s) com mais

significado por você?

3. Reflita um momento sobre o modo como você estudou e aprendeu Matemática

no primeiro semestre de 2011, e o modo como você estudou e aprendeu Matemática

antes e depois desse mesmo período. Compare e trace suas considerações a respeito

dessa variedade de modos/maneiras de estudar e aprender Matemática.

4. As atividades realizadas, em sua maioria, enfatizavam as situações originadas

das visitas aos monumentos e museus da região. Em linhas gerais pretendeu-se um

aprendizado da Matemática, mas, com a atenção voltada para o entorno cultural e

arquitetônico da região onde moramos. O que este modo de ensino significou para

você? O que lhe trouxe além do aprendizado dos conteúdos matemáticos previstos?

Agradeço pela sua dedicação e paciência em registrar suas impressões sobre o trabalho

que realizei com você e seu grupo no primeiro semestre de 2011.

Obrigado!

Prof. Roberto Lessa de Carvalho

Hoje, quando você pensa na sua participação nas atividades realizadas, o que lhe vem à

memória? Escreva a respeito do que ficou mais marcante dos vários momentos

vivenciados e explique o porquê de tal destaque.

Os monumentos que visitamos e como usamos eles para o Teorema de Tales.

Page 178: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

178

Hoje quando lembro da minha participação nas atividades realizadas, penso que me doei

ao máximo no estudo. As pesquisas, mas principalmente as visitas realizadas no Museu

das Reduções, me encantou. Pois, a perfeição nos mínimos detalhes são incríveis.

Depois de realizar os nossos estudos e ver as formas geográficas em todos os lugares, eu

procuro sempre esses traços.

As atividades que realizamos que mais ficou marcado na minha memória foram as

excursões para Belo Horizonte, onde vimos várias formas geométricas e aprendemos a

calcular cada forma.

Quando penso hoje nas atividades realizadas, me vem a memória o fato de observar as

casas, construções, igrejas e objetos, olhá-los de forma matemática, com formas

geométricas ou utilizando o Teorema de Tales. Acredito que isso acontece pelo trabalho

realizado no ano passado, em que observamos igrejas e museus para ver tal

proporcionalidade.

Primeiramente um sentimento de saudade das atividades propostas, excursões que

tivemos instrutivas, pois, hoje no 1º ano temos mais atividades assim.

As atividades realizadas no ano de 2011, foram muito marcantes. Mas o que realmente

me chamou a atenção foi o fato de durante essas atividades, poder aplicar os conceitos

teóricos da Matemática nos monumentos históricos de Ouro Preto (Casa dos Contos e

Igreja de São Francisco de Assis), na Igreja de São Francisco de Assis, em Belo

Horizonte, dentre outros.

Quando penso nas atividades e nos momentos marcantes, o que me vem à memória é a

aplicação da Matemática nos diversos aspectos do cotidiano. Isso pra mim, significou

um grande destaque porque me fez perceber que a Matemática está presente em tudo,

desde as situações mais simples às mais complexas.

Quando eu penso nas atividades realizadas, penso nos exercícios que resolvemos em

aulas nos dias de matéria nova que o professor explica, e ninguém entendia nada, mas

no final da aula todos ficavam felizes, porque tinham entendido uma matéria difícil, mas

hoje vemos estes assuntos e fazemos com muita facilidade, como o byte e o bite, o

produto notável, a notação científica.

A experiência que tivemos visitando os lugares em que visitamos junto com os colegas

foram as partes mais legais. Porque era um aprendizado fora da escola, muito melhor e

mais divertido.

A visita nos monumentos, como a igreja, a partir da Matemática, nos podemos entender

melhor como foi feita mas não só isso, também no que eles se basearam para construir

um monumento perfeito.

Sobre os conteúdos matemáticos estudados, qual(is) está(ão) mais presentes na sua

lembrança e qual(is) considera que foi(ram) estudado(s) e aprendido(s) com mais

significado por você?

Page 179: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

179

O que mais ficou gravado depois das atividades foi o Teorema de Tales, pois nós o

colocamos em prática na viagem em que fizemos, nós não ficamos presos somente na

teoria, nós aprendemos por meio situações reais a como usá-lo.

Sobre os conteúdos realizados, a proporcionalidade e o Teorema de Tales e suas

aplicações, foram o assunto que mais aprendi.

O aprendizado que mais ficou em minha memória foi o estudo das formas geográficas,

pois quando se faz aula prática é bem mais fácil de entender e memorizar.

Os conteúdos que mais ficaram na minha memória foram as equações de 1º e 2º grau e

como se calcula delta.

O Teorema de Tales foi estudado e aprendido com mais facilidade e significado para

mim. Acredito que isso aconteceu por conseguir aplicá-lo no meu dia- a- dia.

Dos conteúdos estudados os mais presentes na memória são os de escala, que fomos ate

a igreja de Ouro Preto, Casa dos Contos, ate a Pampulha, ao Museu das Reduções, isso

marcou muito. Porque além de facilitar mais o entendimento foi a única excursão que

tivemos na 8ª série.

Os conteúdos que mais estão presentes na minha lembrança se referem as proporções e

aos tipos de retas (paralela, transversais, etc.), assuntos que foram fixados durante as

atividades.

Grandes partes dos conteúdos está presente nas minhas lembranças, porém, o assunto

que se destacou durante o meu aprendizado foi o conceito de escala e propriedade,

devido a sua aplicação nas obras do Museu das Reduções, o que despertou o meu

interesse.

Sobre os conteúdos estudados o que esta mais presente na minha memória é o Teorema

de Pitágoras, sempre que tinha exercícios sobre este assunto adorava fazer, e na maioria

dos casos acertava. Outro assunto também, é o produto notável, com seus vários casos

diferentes.

A parte da escala.

Proporcionalidade, pois, a partir dela conseguimos entender as construções e como eles

fizeram elas.

Reflita um momento sobre o modo como você estudou e aprendeu Matemática no

primeiro semestre de 2011, e o modo como você estudou e aprendeu Matemática antes e

depois desse mesmo período. Compare e trace suas considerações a respeito dessa

variedade de modos/maneiras de estudar e aprender Matemática.

No primeiro semestre período em que fizemos a vigem, o aprendizado foi bem mais

rápido e divertido, uma vez, que além de conhecermos mais um pouco de nossa cidade,

nós também saímos da rotina de ficar estudando em uma sala lendo livros e fazendo

atividades.

Page 180: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

180

Após você perceber que a Matemática, esta mais presente na nossa vida, no nosso

cotidiano, mais do que agente possa imaginar, quando você percebe a sua importância,

ela fica mais fácil de compreender e entender.

Anteriormente eu estudava menos, um dia antes, já no ano passado tive que montar meu

horário de estudos, me preparar melhor. Com isso agora, no 1º ano, em um ritmo muito

mais acelerado isso me ajuda muito.

Acho que para aprender matemática, você tem que ter uma boa base, tem que entender e

conseguir visualizar o que o exercício está pedindo.

No primeiro semestre do ano passado, aprendemos matemática de forma mais prática e

dinâmica. Fomos a igrejas e museus para observarmos como a Matemática está tão

presente no nosso dia-a-dia. Desse, modo aprender matemática foi mais interessante do

que somente na sala de aula. Alem da praticidade e a facilidade do aprendizado.

No primeiro semestre aprendemos de uma forma criativa, podendo ver no mundo, o que

estávamos aprendendo dentro da sala de aula, através de excursões, já na segunda etapa

o conteúdo estudado não deixava que isso ocorresse.

No período anterior as atividades, aprendi matemática apenas estudando a teoria e

aplicado-a nos exercícios presente no livro. Após a mesma pude perceber de forma

concreta as teorias, estudadas dentro da sala de aula. No ambiente em que vivia, sendo

mais fácil estudar e entender essa matéria, associando-a ao espaço.

Com base nesta reflexão, posso concluir que o aproveitamento no estudo e no

aprendizado no estudo e no aprendizado da Matemática, dependem do pondo de vista

do estudante e do desenvolvimento de métodos que facilitam esse processo. É

necessário desmistificar a idéia de que a Matemática é uma disciplina monótona e

difícil, e criar formas de torná-la mais interessante.

Antes da 8ª série, achava Matemática muito chata, porque a matéria era muito chata,

mas em 2011, na 8ª série , em 2012 no 1º ano, Matemática pra mim está sendo muito

legal, desde o ano passado entendo a matéria e estou começando a gostar, e também

estou sabendo fazer os exercícios. Estudar a matéria pra mim tem que ser através de

exercícios, muito exercício.

Segundo semestre, a turma e os professores já se conheciam e havia menos tensão.

Com esses estudos e visitas foi possível compreender melhor a Matemática, foi uma

forma legal e mais produtiva de aprender.

As atividades realizadas, em sua maioria, enfatizavam as situações originadas das

visitas aos monumentos e museus da região. Em linhas gerais pretendeu-se um

aprendizado da Matemática, mas, com a atenção voltada para o entorno cultural e

arquitetônico da região onde moramos. O que este modo de ensino significou para

você? O que lhe trouxe além do aprendizado dos conteúdos matemáticos previstos?

Essa forma de aprendizado me trouxe além do aprendizado matemático um

complemento cultural sobre minha cidade.

Page 181: A criação de ambientes favoráveis à aprendizagem significativa

181

Além do aprendizado dos conteúdos matemáticos previsto, esse estudo trouxe

conhecimento a mim, conhecimentos culturais que eu não sabia. Esse estudo

desenvolvido gerou em grande aprendizado, e uma facilidade maior para lidar com a

matemática e passar a ver o mundo de uma forma diferente.

Com essa forma de aprendizagem facilitou muito o nosso estudo, já que quando você

vê o que está estudando é mais fácil.

Este modo de ensino me mostrou que tudo em nossa vida é matemática, também me

mostrou que podemos aprender matemática juntamente com outras disciplinas como a

geografia e história. Além do aprendizado dos conteúdos matemáticos previstos eu

aprendi mais da cultura da minha região, da história e geografia.

Significou exatamente como Matemática é aplicada no mundo lá fora, como é usada

para nos proporcionar uma vida melhor.

Esse modo de ensino significou para mim uma forma mais interessante e interativa de

aprender e aplicar a Matemática, reconhecendo que ela está presente em tudo a nossa

volta, porém, de formas diferentes. Sendo assim, pude perceber isso nos monumento

históricos e museus visitados, ampliando o conhecimento arquitetônico e cultural a

respeito deles.

Este modo de ensino significou para mim, uma maneira prática de perceber a ligação

que há entre as disciplinas, afinal, todas elas explicam a realidade, porém, de ângulos

distintos. Além disso pude comprovar novamente a presença cativa da Matemática no

meu dia-a-dia, e na riqueza histórica da região onde moro.

A Matemática também é ensinada e aprendida fora de sala, com excursões, como a que

fizemos no meio do ano, onde nos visitamos igrejas e museus, para calcular escala,

descobrir formas geométricas nos desenhos. Esse ensino mostrou para mim que existe

várias formas de se aprender Matemática.

Conhecimento sobre a história de nossa região.

Este estudo foi bom não só pelo aprendizado da Matemática, mas também pelo

aprendizado sobre os monumentos visitados por nós. Este modo de ensino foi um modo

eficaz para compreender a Matemática.