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1 11º ENCONTRO DE ECONOMIA PARANAENSE UNESPAR - APUCARANA - 10/09 A 12/09/2014 A CONTRIBUIÇÃO DA UEL PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL, O MERCADO DE TRABALHO E A FORMAÇÃO DE CAPITAL HUMANO 1 Carlos Eduardo Caldarelli 2 Marcia Regina Gabardo da Camara 3 Maria de Fátima Sales de Souza Campos 4 Solange de Cássia Inforzato de Souza 5 Área Temática 1. Ensino, pesquisa e extensão: integração para o desenvolvimento do Paraná RESUMO A relação entre as instituições de ensino superior e o desenvolvimento regional tem recebido especial atenção na literatura econômica, neste contexto, o objetivo do presente é realizar um estudo de caso para a Universidade Estadual de Londrina e seus impactos regionais. Para tanto, utilizou-se a metodologia proposta pela OCDE e dados da UEL, bases do CNPq, SETI. RAIS/MTE e IPEA. Os resultados apontam a UEL como importante fator de influência tanto no mercado de trabalho da região, capital humano, como sugere a importância da aludida instituição para produção regionalPIB. Palavras-chave: Universidade; desenvolvimento regional; Londrina. ABSTRACT The relation between universities and regional development has been receiving special attention on economic literature. In this way, this paper aim analyzes the case study of the Londrina State University and those regional impacts. We used the OCDE methodology and data set from CNPq, SETI, RAIS/MTE and IPEA, The results shown the UEL as an important regional factor of influence to labor market, human capital; furthermore, UEL is important to regional production GDP. Keywords: Universities, regional development, Londrina. 1. INTRODUÇÃO A educação e sua contribuição para o crescimento e o desenvolvimento das nações tem sido alvo da pesquisa econômica desde os anos 1960. Neste quesito, destaca-se a teoria do crescimento endógeno, cujas bases repousam no fato de que a qualificação do trabalho contribui para o incremento da produtividade. A literatura econômica também destaca a importância das instituições ensino superior IES na qualificação formal do trabalho, no treinamento, na formação de mão de obra qualificada e no desenvolvimento de novas habilidades e novas ideias que contribuem para a inovação, o crescimento da produtividade, o crescimento e o desenvolvimento econômico (ALVARES; KANNEBLEY JÚNIOR; CAROLO, 2003). 1 Os autores agradecem a SETI, o Fundo Paraná e a Fundação Araucária pelo apoio financeiro recebido para a realização da pesquisa. 2 Professor do Departamento de Economia Universidade Estadual de Londrina. E-mail:[email protected] 3 Professora do Departamento de Economia Universidade Estadual de Londrina. E-mail:[email protected] 4 Professora do Departamento de Economia Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected] 5 Professora do Departamento de Economia Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected]

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11º ENCONTRO DE ECONOMIA PARANAENSE

UNESPAR - APUCARANA - 10/09 A 12/09/2014

A CONTRIBUIÇÃO DA UEL PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL, O MERCADO DE TRABALHO E A FORMAÇÃO DE CAPITAL HUMANO1

Carlos Eduardo Caldarelli2 Marcia Regina Gabardo da Camara3

Maria de Fátima Sales de Souza Campos4 Solange de Cássia Inforzato de Souza5

Área Temática 1. Ensino, pesquisa e extensão: integração para o desenvolvimento do Paraná RESUMO A relação entre as instituições de ensino superior e o desenvolvimento regional tem recebido especial atenção na literatura econômica, neste contexto, o objetivo do presente é realizar um estudo de caso para a Universidade Estadual de Londrina e seus impactos regionais. Para tanto, utilizou-se a metodologia proposta pela OCDE e dados da UEL, bases do CNPq, SETI. RAIS/MTE e IPEA. Os resultados apontam a UEL como importante fator de influência tanto no mercado de trabalho da região, capital humano, como sugere a importância da aludida instituição para produção regional– PIB. Palavras-chave: Universidade; desenvolvimento regional; Londrina. ABSTRACT The relation between universities and regional development has been receiving special attention on economic literature. In this way, this paper aim analyzes the case study of the Londrina State University and those regional impacts. We used the OCDE methodology and data set from CNPq, SETI, RAIS/MTE and IPEA, The results shown the UEL as an important regional factor of influence to labor market, human capital; furthermore, UEL is important to regional production – GDP. Keywords: Universities, regional development, Londrina.

1. INTRODUÇÃO

A educação e sua contribuição para o crescimento e o desenvolvimento das nações

tem sido alvo da pesquisa econômica desde os anos 1960. Neste quesito, destaca-se a

teoria do crescimento endógeno, cujas bases repousam no fato de que a qualificação

do trabalho contribui para o incremento da produtividade. A literatura econômica

também destaca a importância das instituições ensino superior – IES – na qualificação

formal do trabalho, no treinamento, na formação de mão de obra qualificada e no

desenvolvimento de novas habilidades e novas ideias que contribuem para a inovação,

o crescimento da produtividade, o crescimento e o desenvolvimento econômico

(ALVARES; KANNEBLEY JÚNIOR; CAROLO, 2003).

1 Os autores agradecem a SETI, o Fundo Paraná e a Fundação Araucária pelo apoio financeiro recebido para a

realização da pesquisa. 2 Professor do Departamento de Economia – Universidade Estadual de Londrina. E-mail:[email protected] 3 Professora do Departamento de Economia – Universidade Estadual de Londrina. E-mail:[email protected] 4 Professora do Departamento de Economia – Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected] 5 Professora do Departamento de Economia – Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected]

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A interação mais intensa entre as IES e o desenvolvimento regional, principalmente

pós-1980, assim como o papel destas instituições no desenvolvimento local modelou

inclusive um novo contrato social entre as universidades e a sociedade. Observa-se que

o financiamento destas instituições está cada vez mais condicionado à sua contribuição

direta para a economia (RAPINI; OLIVEIRA; SILVA NETO, 2014).

Dado o exposto, o objetivo do presente estudo é analisar os efeitos e a contribuição

da Universidade Estadual de Londrina (UEL) para o desenvolvimento regional, o

mercado de trabalho e a formação e capital humano em Londrina e região metropolitana.

O trabalho está estruturado em quatro seções. Após esta introdução, a primeira

seção apresenta a revisão da literatura, envolvendo teorias de crescimento, teoria do

capital humano e evidências empíricas envolvendo o tema. A segunda seção apresenta

uma caracterização da UEL. Na terceira seção realiza-se a análise evolutiva no período

entre 2000 e 2012 das variáveis estudadas. Na quarta seção são tecidas as

considerações finais deste trabalho.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Em termos históricos, a discussão sobre capital humano, qualificação, produtividade

e crescimento destaca-se o pioneirismo de Mincer (1958), Schutz (1960) e Becker

(1962). O estudo pioneiro de Mincer (1958) defende que a maior escolaridade e o maior

treinamento contribuem para maiores níveis salariais. Schutz (1960) afirma que a

decisão de investir em educação é uma decisão que maximiza o bem-estar e os retornos

da educação do agente. Neste mesmo sentido, Becker (1962) destaca que a educação

permite maiores retornos com o tempo e que a produtividade da firma pode ser ampliada

pelo aprendizado de novas habilidades dos trabalhadores, que elevam seu capital

humano. Logo, pessoas mais qualificadas tendem a receber maiores salários no tempo.

Na teoria macroeconômica, Romer (1989, 2001) defende que o capital humano é

fundamental para a criação de novas ideias, para a inovação e o crescimento

econômico.

Entre os autores que destacaram o papel das instituições no desenvolvimento deve

ser mencionado North (1990), autor que discute a relação entre instituições e

desenvolvimento e destaca que o progresso das instituições contribui para a criação de

economias de escala e o desenvolvimento econômico.

De acordo com Acemoglu, Johnson e Robinson (2001, 2002, 2005), a presença de

instituições fortalecidas estimula o desenvolvimento econômico ao favorecer a

acumulação de fatores, a inovação e a alocação de fatores de forma eficiente, enquanto

sociedades com instituições fracas apresentam pior desempenho.

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Para Rapini (2007), a contribuição das universidades, ou do ensino superior, para o

processo de inovação nas firmas e o crescimento econômico ocorre via: fonte de

conhecimento científico para as atividades de pesquisa básica e de conhecimento

especializado para a área tecnológica da firma, promovendo o desenvolvimento

regional. Estas instituições também contribuem mediante a formação de cientistas e

engenheiros qualificados para atividades relacionadas à solução de problemas que

emergem no processo inovador das firmas. Segundo Arbo e Benneworth (2007) pode-

se traduzir na política de inovação regionalizada, de forma que cada região se torna

responsável pelo seu desenvolvimento. Goddard (2000) evoca a ideia da missão

regional da educação superior.

Alvares, Kannebley Júnior e Carolo (2013) afirmam que a Universidade combina as

funções de ensino e de pesquisa para o desenvolvimento, contribuindo para a formação

de pessoal qualificado a ser contratado pelo setor produtivo e a pesquisa científica, que

se entende como informação científico-tecnológica. Segundo Goddard et al. (2003), as

universidades e as instituições estão inseridas no contexto regional, elas são

importantes agentes de promoção do desenvolvimento regional, quando estão

alinhadas às demandas regionais. A educação superior seria concebida como um

veículo do desenvolvimento regional da nação e da região, na qual estão inseridos o

tecido social e econômico.

Neste contexto, Souza (2008) observa que os retornos do investimento em capital

humano, para o Brasil em 2004, apresentam uma correlação positiva com salários,

educação formal e experiência profissional. Em linha, Kroth e Dias (2012) mensuraram

a contribuição dos capitais físico e humano sobre o produto per capita dos municípios

da região Sul para o período de 1994-2004 e verificaram que o capital humano exerceu

a maior influência no produto per capita. A investigação de Nakabashi e Felipe (2007)

verificou a importância do capital humano no crescimento dos municípios paranaenses.

Zaist, Nakabashi e Salvato (2008) verificaram que o ensino superior apresentou o maior

retorno para a renda e o crescimento econômico no estado do Paraná em 2005. Silva

(2013) verificou os efeitos da educação sobre o diferencial de salários dos mercados de

trabalho formal e informal, no Estado do Paraná em 2009.

3.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Esta pesquisa foi realizada em duas etapas. Na primeira fase realizou-se o

levantamento e revisão crítica da literatura sobre educação, crescimento, universidades

e desenvolvimento regional e na segunda fase houve a coleta de dados secundários

nos sites: SETI, UEL, CNPq e a coleta de dados primários a partir do questionário da

OCDE. Os dados foram coletados na Universidade Estadual de Londrina, em um

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exercício de autodiagnóstico, por meio da aplicação de um questionário baseado na

metodologia básica da OCDE (Aide-memorie for Regions Participating in the OECD

Project Supporting the Contribution of Higher Education Institutions to Regional

Development, February(2005).

4. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL: ANÁLISE DE RESULTADOS

A Universidade Estadual de Londrina é uma das sete Instituições de ensino

superior estadual público e se encontra localizada na região norte do Paraná. É possível

verificar, pela Figura 1, que a localização das IES públicas estaduais paranaenses

permite atender quase toda a demanda de ensino superior do estado.

Figura 1 – Localização das universidades estaduais paranaenses e UEL

Fonte: Elaborado pelos autores com base nas informações da SETI

Neste contexto, a Figura 2 apresenta a procedência dos ingressantes na UEL,

com que é possível verificar que a UEL atrai alunos de todas as regiões do estado, mas

verifica-se que a maioria dos ingressantes nos anos de 2000, 2006 e 2013 moravam

nas cidades próximas a Londrina. Logo, é possível afirmar que ela cumpre o papel de

atender a demanda local e regional de qualificação de mão de obra.

A análise dos dados da Tabela 1 permite afirmar que, em 2000, cerca de 68,78%

dos aprovados nos vestibulares locais e inscritos no primeiro ano dos cursos de

graduação UEL eram oriundos do estado do Paraná. A UEL também atraia candidatos

de outros estados, pela qualidade do ensino de graduação ofertado, destacando-se São

Paulo (27,06%). Ao longo do tempo com a mudança no processo de seleção dos alunos,

verifica-se mudança na composição dos alunos entrantes. Em 2006, os panamenses

preencheram 78,99% das vagas no primeiro ano de graduação a UEL e os paulistas

UEL

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cerca de 18,16%. Entre 2006 e 2013, a participação de alunos que moravam no Paraná

manteve-se acima dos 70%.

Figura 2 – Evolução dos ingressantes na UEL por município do Estado do Paraná – 2000,2006 e 2013 ( números de estudantes)

Fonte: Elaborado pelos autores com dados de UEL/PROGRAD

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Tabela 1 – Procedência de alunos Ingressantes na UEL – 2000-2013 (em % do total) Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Localidade

Exterior 0,00 0,13 0,13 0,16 0,06 0,06 0,22 0,26 0,42 0,29 0,13 0,15 0,35 0,23

AP 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00

CE 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,03 0,03 0,00 0,00 0,00

BA 0,07 0,00 0,13 0,16 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,07 0,00 0,06 0,03

DF 0,17 0,10 0,35 0,16 0,10 0,13 0,06 0,06 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00

ES 0,10 0,10 0,06 0,06 0,13 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06 0,03

GO 0,30 0,53 0,51 0,25 0,13 0,32 0,22 0,19 0,10 0,13 0,10 0,02 0,03 0,00

MA 0,00 0,00 0,03 0,03 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00

MT 0,33 0,63 0,42 0,57 0,45 0,19 0,22 0,26 0,26 0,16 0,23 0,05 0,06 0,13

MS 1,43 1,06 0,61 0,50 0,45 0,55 0,66 0,48 0,39 0,56 0,81 0,46 0,13 0,39

MG 1,20 1,65 2,04 0,95 1,41 1,19 0,92 0,74 0,49 0,59 0,23 0,10 0,22 0,16

PA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

PR 68,78 64,82 67,10 73,33 67,97 66,17 78,99 73,81 74,63 79,91 79,56 92,17 80,01 83,13

PI 0,00 0,10 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,03 0,00

PE 0,07 0,03 0,00 0,03 0,03 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

RJ 0,03 0,03 0,13 0,00 0,06 0,10 0,06 0,00 0,07 0,00 0,00 0,00 0,03 0,07

RN 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

RS 0,13 0,10 0,03 0,06 0,06 0,00 0,03 0,06 0,07 0,00 0,03 0,03 0,00 0,00

RO 0,10 0,13 0,16 0,22 0,13 0,10 0,06 0,00 0,20 0,10 0,07 0,02 0,03 0,03

RR 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06 0,03

SC 0,20 0,50 0,29 0,22 0,26 0,19 0,35 0,16 0,16 0,07 0,07 0,14 0,26 0,13

SE 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00

SP 27,06 30,03 27,98 23,30 28,77 30,94 18,16 23,82 23,13 18,06 18,66 6,80 18,57 15,62

TO 0,03 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00

Fonte: Elaborado pelos autores com dados de UEL/PROGRAD

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A Tabela 2 apresenta o número de alunos matriculados na UEL, por Centro de Estudos,

no período 2005 a 2012. Verifica-se o crescimento no número total de alunos matriculados de

14.133 para 15.519, totalizando um crescimento de 9,8% no número de alunos matriculados

no período. A Tabela também permite verificar a concentração das matriculas nos cursos de

ciências sociais aplicadas, nos cursos de educação, comunicação e artes e nas áreas de

ciências humanas.

Tabela 2- Alunos matriculados na UEL, por Centro de Estudos – 2005/2012.

Fonte: Cezar e Marcondes (2013) Este estudo também contemplou a evolução e a distribuição dos alunos egressos da

UEL. A Tabela 3 apresenta o número de formandos da UEL, segundo centro de estudos. O

número de formandos revelou uma tendência de queda no período 2005/2011, em função da

retenção, reprovação e desistência de alunos dos cursos de graduação no período em

questão. Em 2012, verificou-se um aumento substantivo no número de formandos

concentrado no Centro de Educação, Comunicação e Artes, no curso de Pedagogia.

Tabela 3- Alunos formados pela UEL, por Centro de Estudos – 2005/2012.

Fonte: Cezar e Marcondes (2013)

A Tabela 4 apresenta a distribuição dos egressos da UEL, segundo destino. A

pesquisa dos egressos disponibiliza as informações de ex-alunos no período 1998/2012. A

partir de 3113 respostas ao questionário é possível verificar que 67,62% dos alunos titulados

permanecem no estado do Paraná, contribuindo para a formação e fixação do capital humano

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no estado, de forma a induzir o crescimento da produtividade e do crescimento econômico

estadual.

Tabela 4 – Distribuição dos estudantes egressos da UEL- 1998/2012 (em % do total)

Localidade Número de Estudantes

em % do total

Exterior 16 0,51

AC 4 0,13

AL 1 0,03

AM 15 0,48

AP 1 0,03

BA 19 0,61

CE 6 0,19

DF 26 0,84

ES 4 0,13

GO 24 0,77

MA 4 0,13

MG 27 0,87

MS 59 1,90

MT 63 2,02

PA 11 0,35

PE 5 0,16

PI 1 0,03

PR 2105 67,62

RJ 21 0,67

RN 1 0,03

RO 23 0,74

RR 3 0,10

RS 15 0,48

SC 42 1,35

SP 608 19,53

TO 9 0,29

TOTAL 3.113 100,0

Fonte: Elaborado pelos autores, com dados do portal do Egresso UEL.

Este estudo também contemplou a evolução da pós-graduação da UEL. A

Tabela 5 apresenta a oferta de programas de pós-graduação nos centros de estudos em

2013.

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Tabela 5 – Programas de Pós-Graduação da UEL – por área - 2013 GRANDE ÁREA PROGRAMA ÁREA DOS PROGRAMAS QUANTIDADE

CIÊNCIAS AGRÁRIAS MESTRADO/DOUTORADO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS; FITOTECNIA; MEDICINA VETERINÁRIA

3

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MESTRADO/DOUTORADO GENÉTICA; MICROBIOLOGIA; CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

3

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MESTRADO PROFISSIONAL

TOXICOLOGIA APLICADA À VIGILÂNCIA SANITÁRIA

1

CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO CIÊNCIA DA REABILITAÇÃO; ENFERMAGEM; GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE

3

CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO/DOUTORADO CIÊNCIAS DA SAÚDE; EDUCAÇÃO FÍSICA; PATOLOGIA EXPERIMENTAL; SAÚDE COLETIVA

4

CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

MESTRADO CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO; MATEMÁTICA APLICADA E COMPUTACIONAL; QUÍMICA

3

CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

MESTRADO/DOUTORADO FÍSICA 1

CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

DOUTORADO QUÍMICA- UEL - UNICENTRO - UEPG

1

CIÊNCIAS HUMANAS MESTRADO ANÁLISE DO COMPORTAMENTO; CIÊNCIAS SOCIAIS; EDUCAÇÃO; FILOSOFIA; HISTÓRIA SOCIAL

5

CIÊNCIAS HUMANAS MESTRADO/DOUTORADO GEOGRAFIA 1

CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

MESTRADO ADMINISTRAÇÃO; CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO; COMUNICAÇÃO; DIREITO NEGOCIAL; ECONOMIA REGIONAL;

5

CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

MESTRADO/DOUTORADO SERVIÇO SOCIAL E POLÍTICA SOCIAL

1

CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

MESTRADO PROFISSIONAL

GESTÃO DA INFORMAÇÃO 1

ENGENHARIAS MESTRADO ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E SANEAMENTO; ENGENHARIA ELÉTRICA

2

LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES

MESTRADO/DOUTORADO ESTUDOS DA LINGUAGEM; LETRAS

2

MULTIDISCIPLINAR MESTRADO BIOENERGIA 1

MULTIDISCIPLINAR MESTRADO/DOUTORADO BIOTECNOLOGIA; ENSINO DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

2

Fonte: Elaborado pelos autores com dados da CAPES

Ainda com relação à Pós-graduação, a Tabela 6 apresenta o número de profissionais

qualificados em cursos regulares de especialização, mestrado e doutorado oferecidos pela

UEL. Também é possível verificar a evolução de alunos especiais matriculados em disciplinas.

Constata-se o crescimento substantivo de doutores e mestres que obtiveram seus respectivos

títulos nas diferentes áreas do conhecimento e a redução de alunos que finalizam cursos de

especialização. O número de alunos titulados no stricto senso cresceu 10% no período

2005/2012.

A Tabela 7 apresenta o número de cursos de mestrado e doutorado, residências,

especializações presenciais e ensino à distância ofertados, ademais, são apresentadas as

informações de alunos regulares e especiais inscritos na UEL, em 2012.

Tabela 6 – Alunos de pós-graduação titulados pela UEL -2005/2012

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Fonte: Cezar e Marcondes (2013) Obs.: (R) - regulares, (E) - especiais

Segundo a Tabela 7 foram ofertados 225 cursos e 5064 alunos foram qualificados no

ano em questão.

Tabela 7 - Número de cursos de mestrado e doutorado, residências, especializações

presenciais e ensino à distância ofertados e de alunos regulares e especiais inscritos na UEL- 2012

CURSOS ALUNO ESPECIAL

ALUNO REGULAR TOTAL

Doutorado 20 83 662 745

Mestrado 38 449 1078 1527

Mestrado Profissional 4 0 57 57

Sub-total Mestrados 42 449 1135 1584

Total Stricto sensu 62 532 1797 2329

Residência Médica 30 0 181 181

Residência Fisioterapia 5 0 30 30

Residência Veterinária 17 0 52 52

Residência Enfermagem 7 0 55 55

Residência Odontologia 4 0 13 13

Residência Multiprofissional 3 0 36 36 Residência em Análises Clínicas 1 0 8 8

Sub-total Residências 67 0 375 375

Especialização - EAD 3 0 128 128

Especialização 93 1 2231 2232

Sub-total Especializações 96 1 2359 2360

Total Lato sensu 163 1 2734 2735

TOTAL GERAL 225 533 4531 5064

Fonte: Pesquisa de campo UEL

A melhoria da qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão foi possível com uma

maior qualificação do corpo docente e crescente produtividade do mesmo, além da melhoria

da interação entre ensino, pesquisa e extensão nos diferentes cursos da UEL. Verificou-se a

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redução no número de professores titulados apenas com graduação no período de 2005 (120)

a 2012(23), redundando em uma participação declinante de 7,4% para 1,4%. A participação

dos docentes titulados com doutorado cresceu de 41% (666 docentes) para 59,5% (997

docentes), conforme a Tabela 8.

Tabela 8 – Titulação dos docentes da UEL- 2005/2012.

Fonte: Cezar e Marcondes (2013)

A Tabela 9 apresenta a evolução dos projetos de pesquisa conduzidos na UEL. É

possível verificar que a maior titulação dos docentes favoreceu também o crescimento no

número de projetos, de pesquisadores participantes e alunos inseridos nos mesmos, o que

permite o treinamento e o desenvolvimento de habilidades do nível de iniciação científica até

o doutoramento.

Tabela 9 – Projetos de pesquisa em andamento na UEL- 2005/2012.

Fonte: Cezar e Marcondes(2013)

A Tabela 10 apresenta a evolução dos projetos e programas de extensão conduzidos

na UEL. É possível verificar a crescente participação docente, redução na participação

discente e relativa estabilidade no número de programas e projetos. Tais projetos e programas

também permitem o treinamento e o desenvolvimento de habilidades, além de possibilitar uma

maior integração entre a comunidade científica e a sociedade na região.

Tabela 10 – Projetos e programas de extensão em andamento na UEL- 2005/2012.

Fonte: Cezar e Marcondes (2013)

A Tabela 11 apresenta a evolução dos grupos de pesquisa, das linhas de pesquisa e

seus participantes. Entre 2000 e 2012, o número de grupos de pesquisa cresceu 160%, os

professores pesquisadores 177%, o número de alunos participantes 357% e o número de

técnicos 50%.

12

11º ENCONTRO DE ECONOMIA PARANAENSE

UNESPAR - APUCARANA - 10/09 A 12/09/2014

Tabela 11 – Evolução dos Grupos e linhas de pesquisas da UEL e seus participantes

Grupos de

pesquisa

Linhas de Pesquisa

Participantes

Pesquisadores Estudantes Técnicos

2000 163 424 897 584 153

2002 173 436 809 485 103

2004 307 838 1.690 1.222 175

2006 337 936 1.820 1.316 185

2008 384 1.098 2.139 1.937 219

2010 425 1.210 2.486 2.670 231

Fonte: Elaborado pelos autores com dados do CENSO do ensino superior no Brasil dos anos 2000, 2002, 2004, 2006 e 2010.

A Tabela 12 apresenta a evolução dos grupos de pesquisa por áreas. Ao realizar o

cruzamento das áreas e dos indicadores científicos, apresentados nas tabelas anteriores,

constata-se que o crescimento da pesquisa e da pós-graduação contribuiu para a

consolidação da UEL enquanto polo científico e tecnológico no Paraná.

Tabela 12 – Evolução dos Grupos de pesquisa da UEL por área

GRANDE ÁREA

2000

2002

2004

2006

2008

2010

ACUMULADO 2000-2010

Ciências Agrárias 24 16 47 48 49 46 230

Ciências Biológicas 23 30 40 39 47 54 233

Ciências da Saúde 27 27 50 63 76 80 323

Ciências Exatas e da Terra 23 25 34 38 41 40 201

Ciências Humanas 25 26 56 67 74 86 334

Ciências Sociais Aplicadas 16 20 29 33 40 55 193

Engenharias 15 16 30 29 30 33 153

Linguística, Letras e Artes 10 13 21 20 27 31 122

Fonte: Elaborado pelos autores com dados do CENSO do ensino superior no Brasil dos anos 2000, 2002, 2004, 2006 e 2010

A Tabela 13 permite verificar a evolução da produção científica da UEL.

Tabela 13 – Evolução da produção científica da UEL

TOTAL DE

AUTORES

ARTIGOS COMPLETOS PUBLICADOS EM PERÍODICOS

ESPECIALIZADOS

TRABALHOS COMPLETOS PUBLICADOS

ANAIS DE EVENTOS

LIVROS OU CAPÍTULOS DE

LIVROS PUBLICADOS

Período CIRCULAÇÃO NACIONAL

CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL

LIVROS CAPÍTULOS DE LIVROS

1997-2000 456 1.035 766 827 90 363

1998-2001 836 1.572 879 1.447 111 526

2000-2003 1.628 3.903 1.398 3.809 241 1.040

2005-2008 1.812 5.727 3.560 5.905 460 2.172

2007-2010 1.785 6.587 4.713 6.405 518 2.598

Fonte: Elaborado pelos autores com dados do CENSO do ensino superior no Brasil dos anos 2000, 2002, 2004, 2006 e 2010

Segundo a Tabela 13 , a UEL conta com um corpo docente mais qualificado, que

trabalha em rede com pesquisadores da instituição e alunos (graduação, iniciação científica,

lato senso e stricto senso) e de outras instituições de ensino e de pesquisa do estado e do

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resto Brasil, foi possível ampliar o número de projetos de pesquisas e melhorar os indicadores

científicos da UEL.

A crescente qualificação das equipes, a maior produtividade, a melhoria dos

indicadores de produção científica e o reconhecimento da pesquisa e da pós-graduação

(Tabela 11) permitiram a atração de crescentes investimentos em capital físico e humano na

instituição. A Figura 2 apresenta a evolução dos investimentos recebidos da UEL do CNPQ,

na forma de bolsas no país e no exterior. Verifica-se que os valores correntes durante o

período analisado.

Figura 2 – Evolução dos investimentos recebidos pela UEL do CNPq (em mil R$ correntes) – de 2006 a 2012

Nota: Foram considerados os recursos recebidos pela UEL em bolsas no país, fomento à pesquisa e bolsas no exterior. Fonte: Elaborado pelos autores com dados do CNPq.

A UEL apresente bons indicadores de desempenho científico e segundo a Figura 3

recebeu, em 2012, 28% dos recursos liberados para investimentos liberados para as IES

públicas estaduais do Paraná em 2012.

A Tabela 14 apresenta a distribuição das bolsas liberadas pela CAPES para os

programas de pós-graduação e pesquisadores da UEL, em que é possível verificar a

concentração destes recursos nas áreas agrárias e biológicas.

Figura 3 – Investimentos recebidos do CNPQ pela IES públicas do Paraná - % do total – 2012

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

UEL 3199,48 4414,96 4702,85 6133,03 5692,66 7131,15 7984,44

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

em

mil

R$

corr

en

tes

14

11º ENCONTRO DE ECONOMIA PARANAENSE

UNESPAR - APUCARANA - 10/09 A 12/09/2014

Nota: Foram considerados os recursos recebidos em bolsas no país, fomento à pesquisa e bolsas no exterior. Fonte: Elaborado pelos autores com dados do CNPq

Tabela 14 – Bolsas recebidas pela UEL da CAPES por grande área em 2012 – em número de bolsas.

GRANDE ÁREA MESTRADO DOUTORADO MESTRADO PROFISSIONAL

BOLSA PÓS-DOC TOTAL

CIÊNCIAS AGRÁRIAS 74 78 0 7 159

CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 83 40 0 5 128

CIÊNCIAS DA SAÚDE 86 30 0 1 117

CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

48 27 45 2 122

CIÊNCIAS HUMANAS 76 2 0 1 79

CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

63 2 0 0 65

ENGENHARIAS 25 0 0 1 26

NÃO INFORMADA 26 5 0 0 31

LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES

33 35 0 0 68

MULTIDISCIPLINAR 50 13 0 1 64

Nota: A CAPES divulga somente o número de bolsas e não os valores recebidos pela UEL em R$ Fonte: Elaborado pelos autores com dados da CAPES

A Figura 4 permite verificar que os investimentos em capital físico no período 2008 a

2012. Observa-se que a Fundação Araucária e a FINEP têm sido as principais fontes de

recursos para os investimentos em capital físico e construções na UEL.

Figura 4 – Cinco maiores fontes de captação de recursos externos para pesquisa – de 2008 a 2012

Nota: Foram considerados os recursos recebidos em forma de fomento à pesquisa Fonte: Elaborado pelos autores com dados de UEL/PROPPG e PROPLAN

A Figura 5 apresenta a evolução dos recursos captados pela pesquisa e pela pós-

graduação, no período 2008/2012. É possível verificar a importância e a tendência de

UEL

28%

UEM

49%

UENP

1%

UEPG…

UNESPAR

0%

UNICENTRO

3%

UNIOESTE

10%

52%

22%

12%

10%4%

Fundação Araucária

Finep-CI-Infra-Proinfa-01/2009

Finep/CT-CT-Infra-Proinfa-2008

Finep-CT-Infra-Proinfa 2010

Finep/CT-Infra-Proinfa-2007

15

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crescimento sustentado para a pós-graduação. Não foi possível identificar os determinantes

da queda de recursos para a pesquisa na instituição no período 2011/2012.

Figura 5 – Evolução da captação de recursos externos para pesquisa e pós-graduação pela UEL – em mil R$ correntes – de 2008 a 2012

Fonte: Elaborado pelos autores com dados de UEL/PROPPG e PROPLAN

A Figura 6 permite verificar a evolução dos recursos externos para a pós-graduação

na UEL. A qualificação e a crescente produtividade e o reconhecimento da qualidade das

publicações científicas e da produção técnica e tecnológica têm permitido a consolidação da

pós-graduação e a atração de crescentes recursos para a instituição no período 1999/2012.

Figura 6 – Evolução da captação de recursos externos para pesquisa e Pós-Graduação pela UEL – em milhões de R$ correntes – de 1999 a 2012

Nota: Consideram-se recursos próprios a soma das seguintes fontes: Recursos do Tesouro - ordinários não vinculados; Fonte do Tesouro - receita condicionada da LC Nº87/96; Retorno dos programas PROSAM/PEDU/PARANASAM; Recursos do Tesouro - pesquisa científica e tecnológica; Recursos próprios - compulsórios; Recursos federais - superávit financeiro; Recursos c/ exterior - superávit financeiro; Recursos com outros convênios - superávit financeiro

Fonte: Elaborado pelos autores com dados de UEL/ PROPLAN

Os impactos das atividades da UEL podem ser observados, além dos dados de

produção técnica e científica, já apresentados, também pelos indicadores de emprego e renda

regional. De acordo com Goddard et al. (2003), as IES estão inseridas em uma região e além

do papel para o sistema regional e nacional de inovação, estas instituições devem possuir um

compromisso com suas regiões e sensibilidade às suas demandas. A próxima seção deste

estudo analisa este contexto.

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

16000

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

em

mil

R$

corr

en

tes

Recursos parapesquisa

0

10

20

30

40

50

60

70

80

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

em

mil

es

de R

$ c

orren

tes

16

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3. MERCADO DE TRABALHO EM LONDRINA E REGIÃO: RENDIMENTOS E ACESSO AO TRABALHO

A Figura 7 apresenta a evolução do rendimento médio real dos trabalhadores em

Londrina e na Região Metropolitana – RM – de Londrina. Pode-se destacar o crescente valor

do salário mínimo e o maior número de pessoas empregadas com maior grau de qualificação.

Embora não seja possível separar o profissionais de níveis superior formados pela UEL

daqueles formados em outras instituições da regiã e mesmo de fora do Paraná, foi possível

verificar que a instituição é a grande responsável pela melhoria do estoque de capital humano

local e regional, pois a maioria dos egressos permanecem em Londrina, na região

metropolitana e em sua grande maioria no estado do Paraná, cumprindo desta forma seu

papel social de promover o crescimento e o desenvolvimento regional.

Figura 7 – Rendimento médio real do trabalhador (total) – em R$1,00 – de 1999 a 2012

Fonte: Elaborado pelos autores com dados de RAIS/TEM

As Figuras 8A e 8B mostram as diferentes faixas de remuneração para a RM de

Londrina e a cidade de Londrina e confirmam a participação na faixa de 1,5 a 3 salários

mínimos entre 1999 e 2012, a de maior valorização no país, em função da política dos

governos FHC e Lula. Nas faixas superiores a 3 a 5 salários mínimos (S.M.) verifica-se

estabilidade e nas faixas superiores a 5 S.M. Não há diferenças no padrão de evolução das

diferentes faixas de remuneração média. A maior qualificação do trabalhador permite salários

melhores.

Figura 8A – Faixa de remuneração média para RM de Londrina– em salários mínimos – de 1999 a 2012

Fonte: Elaborado pelos autores com dados de RAIS/MTE

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

MRG de Londrina 579 605 637 679 737 807 874 954 1010 1089 1177 1295 1410 1578

Londrina 626 649 683 725 784 857 923 1010 1070 1152 1238 1357 1479 1657

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

Ren

dim

ento

méd

io t

ota

l

( em

R$

1,0

0)

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

Até 1 mínimo 1 mínimo de 1,5 a 3

mínimos

de 3 a 5 mínimos de 5 a 10 mínimos acima de 10

mínimos

19992000200120022003200420052006200720082009201020112012

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Figura 8B – Faixa de remuneração média para Londrina – em salários mínimos – 1999 a 2012

Fonte: Elaborado pelos autores com dados de RAIS/MTE

A Tabela 15 apresenta e evolução do índice de Gini da renda domiciliar paranaense e

Londrina, em que é possível verificar que houve leve aumento da concentração de renda entre

2000 e 2010, revelando um incremento dos trabalhadores que recebem maiores salários. A

atividade de serviços é muito mais forte em Londrina e na região metropolitana que no restante

do estado Paraná, exceto na região metropolitana e da cidade de Curitiba.

Tabela 15 – Índice de Gini da renda domiciliar per capita para Paraná e Londrina – para 2000 e 2010 2000 2010 Variação 2000/2010

Paraná 0,6065 0,5416 -10,70%

Londrina 0,5152 0,5226 1,43%

Fonte: Elaborado pelos autores com dados de IBGE

A Tabela 16 revela a evolução da PIA (População em Idade Ativa), da PEA (População

Economicamente Ativa) e da Força de Trabalho no Paraná, na RM de Londrina e em Londrina.

As duas últimas apresentam um incremento superior da PIA em relação ao estado do Paraná.

No entanto, o crescimento da PEA é ligeiramente inferior. A relação PEA/PIA de ambas

também é levemente superior à do estado, nos dois anos analisados. No entanto, o

crescimento da relação PEA/PIA paranaense supera o de Londrina e sua região

metropolitana, sinalizando a menor inserção da população em idade ativa no mercado de

trabalho.

Tabela 16 – Evolução da PIA, PEA e Força de Trabalho no Paraná, RM de Londrina e Londrina – para 2000 e 2010

2000 2010 Variação 2000/2010 (%)

(%)Paraná PIA 7.753.440 8.962.587 15,59

PEA 4.651.849 5.587.968 20,12

PEA/PIA 0,599972 0,623477 3,91

RM de PIA 528.593 628.926 18,98

Londrina PEA 328.144 393.360 19,87

PEA/PIA 0,620788 0,625447 0,75

Londrina PIA 371.058 440.897 18,82

PEA 231.144 275.978 19,39

PEA/PIA 0,622932 0,625947 0,48

Fonte: Elaborado pelos autores com dados de IBGE

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

80000

Até 1 mínimo 1 mínimo de 1,5 a 3

mínimos

de 3 a 5 mínimos de 5 a 10

mínimos

acima de 10

mínimos

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

18

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A Figura 10 apresenta a evolução dos empregos na região metropolitana de Londrina

(RM de Londrina) e na cidade de Londrina no período 2001 a 2012 e verifica-se uma lenta

expansão do emprego, embora sujeito a grandes variações cíclicas no período analisado, em

função da crise econômica gerada no período eleitoral de 2002 e no primeiro ano do governo

Lula e da crise financeira mundial em 2008/2009 no Brasil. No período recente a menor

atividade é fruto dos efeitos da crise europeia.

Figura 10– Evolução do saldo de empregos formais no Paraná, RM de Londrina e Londrina – 2000 a 2012

Fonte: Elaborado pelos autores com dados de RAIS/MTE

A Figura 11 mostra a evolução do emprego formal por nível de qualificação superior,

em que é possível verificar a crescente inserção da mão de obra com nível superior em

Londrina e RM. Os empregos para trabalhadores com mestrado e doutorado apresentam

tendência de crescimento no período 2006/2012. Houve um crescimento de 35%, tendo sido

criados 613 vagas na RM de Londrina e aumento de 619 vagas em Londrina, revelando de

cidade absorve quase 100% dos trabalhadores com maior qualificação. O maior mercado para

estes trabalhadores com nível de mestrado e doutorado são as instituições de ensino superior,

destacando-se a UEL, polo científico e educacional. No que tange aos trabalhadores com

graduação, a cidade de Londrina concentra 81% das vagas da RM de Londrina e o

crescimento no período é de aproximadamente 53% na cidade e 54% na RM de Londrina.

Figura 11 – Evolução do emprego formal com ensino superior completo e mestrado/doutorado para MRG de Londrina e Londrina – de 2006 a 2012

Fonte: Elaborado pelos autores com dados de RAIS/MTE

A Figura 12 apresenta a evolução do PIB per capita e verifica-se que o padrão é similar

na RM de Londrina e na cidade de Londrina, revelando grande volatilidade no período. Exceto

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Londrina 5.175 4.179 4.433 6.455 4.092 2.811 5.991 8.225 5.191 11.157 4.926 4.774

MRG de Londrina 6.654 6.210 4.938 9.812 5.230 4.179 9.227 10.844 7.432 13.132 6.287 5.756

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

Sal

do

Empregos - Ensino

Superior Completo

Empregos - Mestrado

e/ou Doutorado

Empregos - Ensino

Superior Completo

Empregos - Mestrado

e/ou Doutorado

MRG de Londrina MRG de Londrina Londrina Londrina

2006 21.016 1.760 17.140 1.754

2007 22.627 2.013 18.219 1.999

2008 24.936 1.958 20.331 1.935

2009 26.461 2.148 21.505 2.117

2010 28.681 2.308 23.510 2.284

2011 31.214 2.395 25.407 2.341

2012 32.448 2.373 26.263 2.273

05.000

10.00015.00020.00025.00030.00035.000

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UNESPAR - APUCARANA - 10/09 A 12/09/2014

no ano de 2010, quando o PIB per capita em Londrina acelerou seu crescimento e a RM de

Londrina reduz o ritmo de crescimento do PIB. Uma das explicações é que as demais cidades

da RM de Londrina apresentam maior atividade nos setores agrícola e industrial e Londrina,

concentra-se em serviços.

Figura 12 – Evolução do PIB per capita para RM de Londrina e Londrina – em variação % – de 2003 a 2010.

Fonte: Elaborado pelos autores com dados de IBGE e IPARDES

NOTAS CONCLUSIVAS

O presente estudo analisou os efeitos e a contribuição da Universidade Estadual de

Londrina (UEL) para o desenvolvimento regional, mercado de trabalho e a formação e capital

humano. Entre as principais contribuições da pesquisa pode-se destacar que A educação

superior realizada pela UEL contribuiu para o crescimento e o desenvolvimento econômico

local no período analisado. A análise de indicadores científicos e de investimentos em capital

físico e humano no período analisado permite afirmar que o fortalecimento da instituição

contribuiu para o crescimento e o desenvolvimento local e regional. Verificou-se a crescente

qualificação de docentes e alunos e a melhoria os indicadores de desempenho analisados. A

discussão dos resultados do mercado de trabalho, assim como da pesquisa de egressos,

permite afirmar que uma parte considerável desses efeitos permanece na região e no estado

do Paraná.

A maior produtividade científica, entre outros fatores, parece contribuir para o incremento

da produtividade na região. Os resultados obtidos confirmam as proposições da literatura

econômica discutida para o mundo e para o Paraná, isto é, a importância de instituições de

ensino superior, como a Universidade Estadual de Londrina, para a qualificação formal do

trabalho, no treinamento, na formação de mão de obra qualificada e no desenvolvimento de

novas habilidades e ideias que contribuem para a inovação, o crescimento da produtividade,

o crescimento e o desenvolvimento econômico. Vale destacar, no entanto, que uma das

limitações da pesquisa é a não utilização de dados consolidados para o período 2000/2012,

pois nem todas as séries estatísticas encontram-se disponíveis ou de fácil acesso.

REFERÊNCIAS ACEMOGLU, D. ; JOHNSON, S. ; ROBINSON, J.A. Institutions as a fundamental cause of long-run growth. Handbook of economic growth “ .Vol.1, 2005. p. 385-472. __________. “Reversal of fortune: Geography and institutions in the making of the modern world income distribution”. Quarterly Journal of Economics. vol.118, p.1231–1294, 2002. _________. “The colonial origins of comparative development: An empirical investigation”. American Economic Review. Vol. 91, n.5, p. 1369–1401, 2001.

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

MRG de Londrina 19,12 6,78 4,10 5,06 23,35 4,01 10,04 7,86

Londrina 19,29 7,89 3,20 6,67 19,20 0,02 9,18 12,78

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

Em

va

ria

çã

o %

20

11º ENCONTRO DE ECONOMIA PARANAENSE

UNESPAR - APUCARANA - 10/09 A 12/09/2014

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Acesso em: 13 Jan. 2014.