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11º ENCONTRO DE ECONOMIA PARANAENSE
UNESPAR - APUCARANA - 10/09 A 12/09/2014
A CONTRIBUIÇÃO DA UEL PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL, O MERCADO DE TRABALHO E A FORMAÇÃO DE CAPITAL HUMANO1
Carlos Eduardo Caldarelli2 Marcia Regina Gabardo da Camara3
Maria de Fátima Sales de Souza Campos4 Solange de Cássia Inforzato de Souza5
Área Temática 1. Ensino, pesquisa e extensão: integração para o desenvolvimento do Paraná RESUMO A relação entre as instituições de ensino superior e o desenvolvimento regional tem recebido especial atenção na literatura econômica, neste contexto, o objetivo do presente é realizar um estudo de caso para a Universidade Estadual de Londrina e seus impactos regionais. Para tanto, utilizou-se a metodologia proposta pela OCDE e dados da UEL, bases do CNPq, SETI. RAIS/MTE e IPEA. Os resultados apontam a UEL como importante fator de influência tanto no mercado de trabalho da região, capital humano, como sugere a importância da aludida instituição para produção regional– PIB. Palavras-chave: Universidade; desenvolvimento regional; Londrina. ABSTRACT The relation between universities and regional development has been receiving special attention on economic literature. In this way, this paper aim analyzes the case study of the Londrina State University and those regional impacts. We used the OCDE methodology and data set from CNPq, SETI, RAIS/MTE and IPEA, The results shown the UEL as an important regional factor of influence to labor market, human capital; furthermore, UEL is important to regional production – GDP. Keywords: Universities, regional development, Londrina.
1. INTRODUÇÃO
A educação e sua contribuição para o crescimento e o desenvolvimento das nações
tem sido alvo da pesquisa econômica desde os anos 1960. Neste quesito, destaca-se a
teoria do crescimento endógeno, cujas bases repousam no fato de que a qualificação
do trabalho contribui para o incremento da produtividade. A literatura econômica
também destaca a importância das instituições ensino superior – IES – na qualificação
formal do trabalho, no treinamento, na formação de mão de obra qualificada e no
desenvolvimento de novas habilidades e novas ideias que contribuem para a inovação,
o crescimento da produtividade, o crescimento e o desenvolvimento econômico
(ALVARES; KANNEBLEY JÚNIOR; CAROLO, 2003).
1 Os autores agradecem a SETI, o Fundo Paraná e a Fundação Araucária pelo apoio financeiro recebido para a
realização da pesquisa. 2 Professor do Departamento de Economia – Universidade Estadual de Londrina. E-mail:[email protected] 3 Professora do Departamento de Economia – Universidade Estadual de Londrina. E-mail:[email protected] 4 Professora do Departamento de Economia – Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected] 5 Professora do Departamento de Economia – Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected]
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A interação mais intensa entre as IES e o desenvolvimento regional, principalmente
pós-1980, assim como o papel destas instituições no desenvolvimento local modelou
inclusive um novo contrato social entre as universidades e a sociedade. Observa-se que
o financiamento destas instituições está cada vez mais condicionado à sua contribuição
direta para a economia (RAPINI; OLIVEIRA; SILVA NETO, 2014).
Dado o exposto, o objetivo do presente estudo é analisar os efeitos e a contribuição
da Universidade Estadual de Londrina (UEL) para o desenvolvimento regional, o
mercado de trabalho e a formação e capital humano em Londrina e região metropolitana.
O trabalho está estruturado em quatro seções. Após esta introdução, a primeira
seção apresenta a revisão da literatura, envolvendo teorias de crescimento, teoria do
capital humano e evidências empíricas envolvendo o tema. A segunda seção apresenta
uma caracterização da UEL. Na terceira seção realiza-se a análise evolutiva no período
entre 2000 e 2012 das variáveis estudadas. Na quarta seção são tecidas as
considerações finais deste trabalho.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Em termos históricos, a discussão sobre capital humano, qualificação, produtividade
e crescimento destaca-se o pioneirismo de Mincer (1958), Schutz (1960) e Becker
(1962). O estudo pioneiro de Mincer (1958) defende que a maior escolaridade e o maior
treinamento contribuem para maiores níveis salariais. Schutz (1960) afirma que a
decisão de investir em educação é uma decisão que maximiza o bem-estar e os retornos
da educação do agente. Neste mesmo sentido, Becker (1962) destaca que a educação
permite maiores retornos com o tempo e que a produtividade da firma pode ser ampliada
pelo aprendizado de novas habilidades dos trabalhadores, que elevam seu capital
humano. Logo, pessoas mais qualificadas tendem a receber maiores salários no tempo.
Na teoria macroeconômica, Romer (1989, 2001) defende que o capital humano é
fundamental para a criação de novas ideias, para a inovação e o crescimento
econômico.
Entre os autores que destacaram o papel das instituições no desenvolvimento deve
ser mencionado North (1990), autor que discute a relação entre instituições e
desenvolvimento e destaca que o progresso das instituições contribui para a criação de
economias de escala e o desenvolvimento econômico.
De acordo com Acemoglu, Johnson e Robinson (2001, 2002, 2005), a presença de
instituições fortalecidas estimula o desenvolvimento econômico ao favorecer a
acumulação de fatores, a inovação e a alocação de fatores de forma eficiente, enquanto
sociedades com instituições fracas apresentam pior desempenho.
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Para Rapini (2007), a contribuição das universidades, ou do ensino superior, para o
processo de inovação nas firmas e o crescimento econômico ocorre via: fonte de
conhecimento científico para as atividades de pesquisa básica e de conhecimento
especializado para a área tecnológica da firma, promovendo o desenvolvimento
regional. Estas instituições também contribuem mediante a formação de cientistas e
engenheiros qualificados para atividades relacionadas à solução de problemas que
emergem no processo inovador das firmas. Segundo Arbo e Benneworth (2007) pode-
se traduzir na política de inovação regionalizada, de forma que cada região se torna
responsável pelo seu desenvolvimento. Goddard (2000) evoca a ideia da missão
regional da educação superior.
Alvares, Kannebley Júnior e Carolo (2013) afirmam que a Universidade combina as
funções de ensino e de pesquisa para o desenvolvimento, contribuindo para a formação
de pessoal qualificado a ser contratado pelo setor produtivo e a pesquisa científica, que
se entende como informação científico-tecnológica. Segundo Goddard et al. (2003), as
universidades e as instituições estão inseridas no contexto regional, elas são
importantes agentes de promoção do desenvolvimento regional, quando estão
alinhadas às demandas regionais. A educação superior seria concebida como um
veículo do desenvolvimento regional da nação e da região, na qual estão inseridos o
tecido social e econômico.
Neste contexto, Souza (2008) observa que os retornos do investimento em capital
humano, para o Brasil em 2004, apresentam uma correlação positiva com salários,
educação formal e experiência profissional. Em linha, Kroth e Dias (2012) mensuraram
a contribuição dos capitais físico e humano sobre o produto per capita dos municípios
da região Sul para o período de 1994-2004 e verificaram que o capital humano exerceu
a maior influência no produto per capita. A investigação de Nakabashi e Felipe (2007)
verificou a importância do capital humano no crescimento dos municípios paranaenses.
Zaist, Nakabashi e Salvato (2008) verificaram que o ensino superior apresentou o maior
retorno para a renda e o crescimento econômico no estado do Paraná em 2005. Silva
(2013) verificou os efeitos da educação sobre o diferencial de salários dos mercados de
trabalho formal e informal, no Estado do Paraná em 2009.
3.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Esta pesquisa foi realizada em duas etapas. Na primeira fase realizou-se o
levantamento e revisão crítica da literatura sobre educação, crescimento, universidades
e desenvolvimento regional e na segunda fase houve a coleta de dados secundários
nos sites: SETI, UEL, CNPq e a coleta de dados primários a partir do questionário da
OCDE. Os dados foram coletados na Universidade Estadual de Londrina, em um
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exercício de autodiagnóstico, por meio da aplicação de um questionário baseado na
metodologia básica da OCDE (Aide-memorie for Regions Participating in the OECD
Project Supporting the Contribution of Higher Education Institutions to Regional
Development, February(2005).
4. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL: ANÁLISE DE RESULTADOS
A Universidade Estadual de Londrina é uma das sete Instituições de ensino
superior estadual público e se encontra localizada na região norte do Paraná. É possível
verificar, pela Figura 1, que a localização das IES públicas estaduais paranaenses
permite atender quase toda a demanda de ensino superior do estado.
Figura 1 – Localização das universidades estaduais paranaenses e UEL
Fonte: Elaborado pelos autores com base nas informações da SETI
Neste contexto, a Figura 2 apresenta a procedência dos ingressantes na UEL,
com que é possível verificar que a UEL atrai alunos de todas as regiões do estado, mas
verifica-se que a maioria dos ingressantes nos anos de 2000, 2006 e 2013 moravam
nas cidades próximas a Londrina. Logo, é possível afirmar que ela cumpre o papel de
atender a demanda local e regional de qualificação de mão de obra.
A análise dos dados da Tabela 1 permite afirmar que, em 2000, cerca de 68,78%
dos aprovados nos vestibulares locais e inscritos no primeiro ano dos cursos de
graduação UEL eram oriundos do estado do Paraná. A UEL também atraia candidatos
de outros estados, pela qualidade do ensino de graduação ofertado, destacando-se São
Paulo (27,06%). Ao longo do tempo com a mudança no processo de seleção dos alunos,
verifica-se mudança na composição dos alunos entrantes. Em 2006, os panamenses
preencheram 78,99% das vagas no primeiro ano de graduação a UEL e os paulistas
UEL
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cerca de 18,16%. Entre 2006 e 2013, a participação de alunos que moravam no Paraná
manteve-se acima dos 70%.
Figura 2 – Evolução dos ingressantes na UEL por município do Estado do Paraná – 2000,2006 e 2013 ( números de estudantes)
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de UEL/PROGRAD
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Tabela 1 – Procedência de alunos Ingressantes na UEL – 2000-2013 (em % do total) Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Localidade
Exterior 0,00 0,13 0,13 0,16 0,06 0,06 0,22 0,26 0,42 0,29 0,13 0,15 0,35 0,23
AP 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00
CE 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,07 0,03 0,03 0,00 0,00 0,00
BA 0,07 0,00 0,13 0,16 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,07 0,00 0,06 0,03
DF 0,17 0,10 0,35 0,16 0,10 0,13 0,06 0,06 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00
ES 0,10 0,10 0,06 0,06 0,13 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06 0,03
GO 0,30 0,53 0,51 0,25 0,13 0,32 0,22 0,19 0,10 0,13 0,10 0,02 0,03 0,00
MA 0,00 0,00 0,03 0,03 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00
MT 0,33 0,63 0,42 0,57 0,45 0,19 0,22 0,26 0,26 0,16 0,23 0,05 0,06 0,13
MS 1,43 1,06 0,61 0,50 0,45 0,55 0,66 0,48 0,39 0,56 0,81 0,46 0,13 0,39
MG 1,20 1,65 2,04 0,95 1,41 1,19 0,92 0,74 0,49 0,59 0,23 0,10 0,22 0,16
PA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
PR 68,78 64,82 67,10 73,33 67,97 66,17 78,99 73,81 74,63 79,91 79,56 92,17 80,01 83,13
PI 0,00 0,10 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,03 0,00
PE 0,07 0,03 0,00 0,03 0,03 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
RJ 0,03 0,03 0,13 0,00 0,06 0,10 0,06 0,00 0,07 0,00 0,00 0,00 0,03 0,07
RN 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
RS 0,13 0,10 0,03 0,06 0,06 0,00 0,03 0,06 0,07 0,00 0,03 0,03 0,00 0,00
RO 0,10 0,13 0,16 0,22 0,13 0,10 0,06 0,00 0,20 0,10 0,07 0,02 0,03 0,03
RR 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06 0,03
SC 0,20 0,50 0,29 0,22 0,26 0,19 0,35 0,16 0,16 0,07 0,07 0,14 0,26 0,13
SE 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00
SP 27,06 30,03 27,98 23,30 28,77 30,94 18,16 23,82 23,13 18,06 18,66 6,80 18,57 15,62
TO 0,03 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de UEL/PROGRAD
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A Tabela 2 apresenta o número de alunos matriculados na UEL, por Centro de Estudos,
no período 2005 a 2012. Verifica-se o crescimento no número total de alunos matriculados de
14.133 para 15.519, totalizando um crescimento de 9,8% no número de alunos matriculados
no período. A Tabela também permite verificar a concentração das matriculas nos cursos de
ciências sociais aplicadas, nos cursos de educação, comunicação e artes e nas áreas de
ciências humanas.
Tabela 2- Alunos matriculados na UEL, por Centro de Estudos – 2005/2012.
Fonte: Cezar e Marcondes (2013) Este estudo também contemplou a evolução e a distribuição dos alunos egressos da
UEL. A Tabela 3 apresenta o número de formandos da UEL, segundo centro de estudos. O
número de formandos revelou uma tendência de queda no período 2005/2011, em função da
retenção, reprovação e desistência de alunos dos cursos de graduação no período em
questão. Em 2012, verificou-se um aumento substantivo no número de formandos
concentrado no Centro de Educação, Comunicação e Artes, no curso de Pedagogia.
Tabela 3- Alunos formados pela UEL, por Centro de Estudos – 2005/2012.
Fonte: Cezar e Marcondes (2013)
A Tabela 4 apresenta a distribuição dos egressos da UEL, segundo destino. A
pesquisa dos egressos disponibiliza as informações de ex-alunos no período 1998/2012. A
partir de 3113 respostas ao questionário é possível verificar que 67,62% dos alunos titulados
permanecem no estado do Paraná, contribuindo para a formação e fixação do capital humano
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no estado, de forma a induzir o crescimento da produtividade e do crescimento econômico
estadual.
Tabela 4 – Distribuição dos estudantes egressos da UEL- 1998/2012 (em % do total)
Localidade Número de Estudantes
em % do total
Exterior 16 0,51
AC 4 0,13
AL 1 0,03
AM 15 0,48
AP 1 0,03
BA 19 0,61
CE 6 0,19
DF 26 0,84
ES 4 0,13
GO 24 0,77
MA 4 0,13
MG 27 0,87
MS 59 1,90
MT 63 2,02
PA 11 0,35
PE 5 0,16
PI 1 0,03
PR 2105 67,62
RJ 21 0,67
RN 1 0,03
RO 23 0,74
RR 3 0,10
RS 15 0,48
SC 42 1,35
SP 608 19,53
TO 9 0,29
TOTAL 3.113 100,0
Fonte: Elaborado pelos autores, com dados do portal do Egresso UEL.
Este estudo também contemplou a evolução da pós-graduação da UEL. A
Tabela 5 apresenta a oferta de programas de pós-graduação nos centros de estudos em
2013.
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Tabela 5 – Programas de Pós-Graduação da UEL – por área - 2013 GRANDE ÁREA PROGRAMA ÁREA DOS PROGRAMAS QUANTIDADE
CIÊNCIAS AGRÁRIAS MESTRADO/DOUTORADO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS; FITOTECNIA; MEDICINA VETERINÁRIA
3
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MESTRADO/DOUTORADO GENÉTICA; MICROBIOLOGIA; CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
3
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MESTRADO PROFISSIONAL
TOXICOLOGIA APLICADA À VIGILÂNCIA SANITÁRIA
1
CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO CIÊNCIA DA REABILITAÇÃO; ENFERMAGEM; GESTÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
3
CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO/DOUTORADO CIÊNCIAS DA SAÚDE; EDUCAÇÃO FÍSICA; PATOLOGIA EXPERIMENTAL; SAÚDE COLETIVA
4
CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
MESTRADO CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO; MATEMÁTICA APLICADA E COMPUTACIONAL; QUÍMICA
3
CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
MESTRADO/DOUTORADO FÍSICA 1
CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
DOUTORADO QUÍMICA- UEL - UNICENTRO - UEPG
1
CIÊNCIAS HUMANAS MESTRADO ANÁLISE DO COMPORTAMENTO; CIÊNCIAS SOCIAIS; EDUCAÇÃO; FILOSOFIA; HISTÓRIA SOCIAL
5
CIÊNCIAS HUMANAS MESTRADO/DOUTORADO GEOGRAFIA 1
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
MESTRADO ADMINISTRAÇÃO; CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO; COMUNICAÇÃO; DIREITO NEGOCIAL; ECONOMIA REGIONAL;
5
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
MESTRADO/DOUTORADO SERVIÇO SOCIAL E POLÍTICA SOCIAL
1
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
MESTRADO PROFISSIONAL
GESTÃO DA INFORMAÇÃO 1
ENGENHARIAS MESTRADO ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E SANEAMENTO; ENGENHARIA ELÉTRICA
2
LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES
MESTRADO/DOUTORADO ESTUDOS DA LINGUAGEM; LETRAS
2
MULTIDISCIPLINAR MESTRADO BIOENERGIA 1
MULTIDISCIPLINAR MESTRADO/DOUTORADO BIOTECNOLOGIA; ENSINO DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
2
Fonte: Elaborado pelos autores com dados da CAPES
Ainda com relação à Pós-graduação, a Tabela 6 apresenta o número de profissionais
qualificados em cursos regulares de especialização, mestrado e doutorado oferecidos pela
UEL. Também é possível verificar a evolução de alunos especiais matriculados em disciplinas.
Constata-se o crescimento substantivo de doutores e mestres que obtiveram seus respectivos
títulos nas diferentes áreas do conhecimento e a redução de alunos que finalizam cursos de
especialização. O número de alunos titulados no stricto senso cresceu 10% no período
2005/2012.
A Tabela 7 apresenta o número de cursos de mestrado e doutorado, residências,
especializações presenciais e ensino à distância ofertados, ademais, são apresentadas as
informações de alunos regulares e especiais inscritos na UEL, em 2012.
Tabela 6 – Alunos de pós-graduação titulados pela UEL -2005/2012
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Fonte: Cezar e Marcondes (2013) Obs.: (R) - regulares, (E) - especiais
Segundo a Tabela 7 foram ofertados 225 cursos e 5064 alunos foram qualificados no
ano em questão.
Tabela 7 - Número de cursos de mestrado e doutorado, residências, especializações
presenciais e ensino à distância ofertados e de alunos regulares e especiais inscritos na UEL- 2012
CURSOS ALUNO ESPECIAL
ALUNO REGULAR TOTAL
Doutorado 20 83 662 745
Mestrado 38 449 1078 1527
Mestrado Profissional 4 0 57 57
Sub-total Mestrados 42 449 1135 1584
Total Stricto sensu 62 532 1797 2329
Residência Médica 30 0 181 181
Residência Fisioterapia 5 0 30 30
Residência Veterinária 17 0 52 52
Residência Enfermagem 7 0 55 55
Residência Odontologia 4 0 13 13
Residência Multiprofissional 3 0 36 36 Residência em Análises Clínicas 1 0 8 8
Sub-total Residências 67 0 375 375
Especialização - EAD 3 0 128 128
Especialização 93 1 2231 2232
Sub-total Especializações 96 1 2359 2360
Total Lato sensu 163 1 2734 2735
TOTAL GERAL 225 533 4531 5064
Fonte: Pesquisa de campo UEL
A melhoria da qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão foi possível com uma
maior qualificação do corpo docente e crescente produtividade do mesmo, além da melhoria
da interação entre ensino, pesquisa e extensão nos diferentes cursos da UEL. Verificou-se a
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redução no número de professores titulados apenas com graduação no período de 2005 (120)
a 2012(23), redundando em uma participação declinante de 7,4% para 1,4%. A participação
dos docentes titulados com doutorado cresceu de 41% (666 docentes) para 59,5% (997
docentes), conforme a Tabela 8.
Tabela 8 – Titulação dos docentes da UEL- 2005/2012.
Fonte: Cezar e Marcondes (2013)
A Tabela 9 apresenta a evolução dos projetos de pesquisa conduzidos na UEL. É
possível verificar que a maior titulação dos docentes favoreceu também o crescimento no
número de projetos, de pesquisadores participantes e alunos inseridos nos mesmos, o que
permite o treinamento e o desenvolvimento de habilidades do nível de iniciação científica até
o doutoramento.
Tabela 9 – Projetos de pesquisa em andamento na UEL- 2005/2012.
Fonte: Cezar e Marcondes(2013)
A Tabela 10 apresenta a evolução dos projetos e programas de extensão conduzidos
na UEL. É possível verificar a crescente participação docente, redução na participação
discente e relativa estabilidade no número de programas e projetos. Tais projetos e programas
também permitem o treinamento e o desenvolvimento de habilidades, além de possibilitar uma
maior integração entre a comunidade científica e a sociedade na região.
Tabela 10 – Projetos e programas de extensão em andamento na UEL- 2005/2012.
Fonte: Cezar e Marcondes (2013)
A Tabela 11 apresenta a evolução dos grupos de pesquisa, das linhas de pesquisa e
seus participantes. Entre 2000 e 2012, o número de grupos de pesquisa cresceu 160%, os
professores pesquisadores 177%, o número de alunos participantes 357% e o número de
técnicos 50%.
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Tabela 11 – Evolução dos Grupos e linhas de pesquisas da UEL e seus participantes
Grupos de
pesquisa
Linhas de Pesquisa
Participantes
Pesquisadores Estudantes Técnicos
2000 163 424 897 584 153
2002 173 436 809 485 103
2004 307 838 1.690 1.222 175
2006 337 936 1.820 1.316 185
2008 384 1.098 2.139 1.937 219
2010 425 1.210 2.486 2.670 231
Fonte: Elaborado pelos autores com dados do CENSO do ensino superior no Brasil dos anos 2000, 2002, 2004, 2006 e 2010.
A Tabela 12 apresenta a evolução dos grupos de pesquisa por áreas. Ao realizar o
cruzamento das áreas e dos indicadores científicos, apresentados nas tabelas anteriores,
constata-se que o crescimento da pesquisa e da pós-graduação contribuiu para a
consolidação da UEL enquanto polo científico e tecnológico no Paraná.
Tabela 12 – Evolução dos Grupos de pesquisa da UEL por área
GRANDE ÁREA
2000
2002
2004
2006
2008
2010
ACUMULADO 2000-2010
Ciências Agrárias 24 16 47 48 49 46 230
Ciências Biológicas 23 30 40 39 47 54 233
Ciências da Saúde 27 27 50 63 76 80 323
Ciências Exatas e da Terra 23 25 34 38 41 40 201
Ciências Humanas 25 26 56 67 74 86 334
Ciências Sociais Aplicadas 16 20 29 33 40 55 193
Engenharias 15 16 30 29 30 33 153
Linguística, Letras e Artes 10 13 21 20 27 31 122
Fonte: Elaborado pelos autores com dados do CENSO do ensino superior no Brasil dos anos 2000, 2002, 2004, 2006 e 2010
A Tabela 13 permite verificar a evolução da produção científica da UEL.
Tabela 13 – Evolução da produção científica da UEL
TOTAL DE
AUTORES
ARTIGOS COMPLETOS PUBLICADOS EM PERÍODICOS
ESPECIALIZADOS
TRABALHOS COMPLETOS PUBLICADOS
ANAIS DE EVENTOS
LIVROS OU CAPÍTULOS DE
LIVROS PUBLICADOS
Período CIRCULAÇÃO NACIONAL
CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL
LIVROS CAPÍTULOS DE LIVROS
1997-2000 456 1.035 766 827 90 363
1998-2001 836 1.572 879 1.447 111 526
2000-2003 1.628 3.903 1.398 3.809 241 1.040
2005-2008 1.812 5.727 3.560 5.905 460 2.172
2007-2010 1.785 6.587 4.713 6.405 518 2.598
Fonte: Elaborado pelos autores com dados do CENSO do ensino superior no Brasil dos anos 2000, 2002, 2004, 2006 e 2010
Segundo a Tabela 13 , a UEL conta com um corpo docente mais qualificado, que
trabalha em rede com pesquisadores da instituição e alunos (graduação, iniciação científica,
lato senso e stricto senso) e de outras instituições de ensino e de pesquisa do estado e do
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resto Brasil, foi possível ampliar o número de projetos de pesquisas e melhorar os indicadores
científicos da UEL.
A crescente qualificação das equipes, a maior produtividade, a melhoria dos
indicadores de produção científica e o reconhecimento da pesquisa e da pós-graduação
(Tabela 11) permitiram a atração de crescentes investimentos em capital físico e humano na
instituição. A Figura 2 apresenta a evolução dos investimentos recebidos da UEL do CNPQ,
na forma de bolsas no país e no exterior. Verifica-se que os valores correntes durante o
período analisado.
Figura 2 – Evolução dos investimentos recebidos pela UEL do CNPq (em mil R$ correntes) – de 2006 a 2012
Nota: Foram considerados os recursos recebidos pela UEL em bolsas no país, fomento à pesquisa e bolsas no exterior. Fonte: Elaborado pelos autores com dados do CNPq.
A UEL apresente bons indicadores de desempenho científico e segundo a Figura 3
recebeu, em 2012, 28% dos recursos liberados para investimentos liberados para as IES
públicas estaduais do Paraná em 2012.
A Tabela 14 apresenta a distribuição das bolsas liberadas pela CAPES para os
programas de pós-graduação e pesquisadores da UEL, em que é possível verificar a
concentração destes recursos nas áreas agrárias e biológicas.
Figura 3 – Investimentos recebidos do CNPQ pela IES públicas do Paraná - % do total – 2012
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
UEL 3199,48 4414,96 4702,85 6133,03 5692,66 7131,15 7984,44
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
em
mil
R$
corr
en
tes
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Nota: Foram considerados os recursos recebidos em bolsas no país, fomento à pesquisa e bolsas no exterior. Fonte: Elaborado pelos autores com dados do CNPq
Tabela 14 – Bolsas recebidas pela UEL da CAPES por grande área em 2012 – em número de bolsas.
GRANDE ÁREA MESTRADO DOUTORADO MESTRADO PROFISSIONAL
BOLSA PÓS-DOC TOTAL
CIÊNCIAS AGRÁRIAS 74 78 0 7 159
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 83 40 0 5 128
CIÊNCIAS DA SAÚDE 86 30 0 1 117
CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
48 27 45 2 122
CIÊNCIAS HUMANAS 76 2 0 1 79
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
63 2 0 0 65
ENGENHARIAS 25 0 0 1 26
NÃO INFORMADA 26 5 0 0 31
LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES
33 35 0 0 68
MULTIDISCIPLINAR 50 13 0 1 64
Nota: A CAPES divulga somente o número de bolsas e não os valores recebidos pela UEL em R$ Fonte: Elaborado pelos autores com dados da CAPES
A Figura 4 permite verificar que os investimentos em capital físico no período 2008 a
2012. Observa-se que a Fundação Araucária e a FINEP têm sido as principais fontes de
recursos para os investimentos em capital físico e construções na UEL.
Figura 4 – Cinco maiores fontes de captação de recursos externos para pesquisa – de 2008 a 2012
Nota: Foram considerados os recursos recebidos em forma de fomento à pesquisa Fonte: Elaborado pelos autores com dados de UEL/PROPPG e PROPLAN
A Figura 5 apresenta a evolução dos recursos captados pela pesquisa e pela pós-
graduação, no período 2008/2012. É possível verificar a importância e a tendência de
UEL
28%
UEM
49%
UENP
1%
UEPG…
UNESPAR
0%
UNICENTRO
3%
UNIOESTE
10%
52%
22%
12%
10%4%
Fundação Araucária
Finep-CI-Infra-Proinfa-01/2009
Finep/CT-CT-Infra-Proinfa-2008
Finep-CT-Infra-Proinfa 2010
Finep/CT-Infra-Proinfa-2007
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crescimento sustentado para a pós-graduação. Não foi possível identificar os determinantes
da queda de recursos para a pesquisa na instituição no período 2011/2012.
Figura 5 – Evolução da captação de recursos externos para pesquisa e pós-graduação pela UEL – em mil R$ correntes – de 2008 a 2012
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de UEL/PROPPG e PROPLAN
A Figura 6 permite verificar a evolução dos recursos externos para a pós-graduação
na UEL. A qualificação e a crescente produtividade e o reconhecimento da qualidade das
publicações científicas e da produção técnica e tecnológica têm permitido a consolidação da
pós-graduação e a atração de crescentes recursos para a instituição no período 1999/2012.
Figura 6 – Evolução da captação de recursos externos para pesquisa e Pós-Graduação pela UEL – em milhões de R$ correntes – de 1999 a 2012
Nota: Consideram-se recursos próprios a soma das seguintes fontes: Recursos do Tesouro - ordinários não vinculados; Fonte do Tesouro - receita condicionada da LC Nº87/96; Retorno dos programas PROSAM/PEDU/PARANASAM; Recursos do Tesouro - pesquisa científica e tecnológica; Recursos próprios - compulsórios; Recursos federais - superávit financeiro; Recursos c/ exterior - superávit financeiro; Recursos com outros convênios - superávit financeiro
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de UEL/ PROPLAN
Os impactos das atividades da UEL podem ser observados, além dos dados de
produção técnica e científica, já apresentados, também pelos indicadores de emprego e renda
regional. De acordo com Goddard et al. (2003), as IES estão inseridas em uma região e além
do papel para o sistema regional e nacional de inovação, estas instituições devem possuir um
compromisso com suas regiões e sensibilidade às suas demandas. A próxima seção deste
estudo analisa este contexto.
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
16000
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
em
mil
R$
corr
en
tes
Recursos parapesquisa
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
em
mil
hõ
es
de R
$ c
orren
tes
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3. MERCADO DE TRABALHO EM LONDRINA E REGIÃO: RENDIMENTOS E ACESSO AO TRABALHO
A Figura 7 apresenta a evolução do rendimento médio real dos trabalhadores em
Londrina e na Região Metropolitana – RM – de Londrina. Pode-se destacar o crescente valor
do salário mínimo e o maior número de pessoas empregadas com maior grau de qualificação.
Embora não seja possível separar o profissionais de níveis superior formados pela UEL
daqueles formados em outras instituições da regiã e mesmo de fora do Paraná, foi possível
verificar que a instituição é a grande responsável pela melhoria do estoque de capital humano
local e regional, pois a maioria dos egressos permanecem em Londrina, na região
metropolitana e em sua grande maioria no estado do Paraná, cumprindo desta forma seu
papel social de promover o crescimento e o desenvolvimento regional.
Figura 7 – Rendimento médio real do trabalhador (total) – em R$1,00 – de 1999 a 2012
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de RAIS/TEM
As Figuras 8A e 8B mostram as diferentes faixas de remuneração para a RM de
Londrina e a cidade de Londrina e confirmam a participação na faixa de 1,5 a 3 salários
mínimos entre 1999 e 2012, a de maior valorização no país, em função da política dos
governos FHC e Lula. Nas faixas superiores a 3 a 5 salários mínimos (S.M.) verifica-se
estabilidade e nas faixas superiores a 5 S.M. Não há diferenças no padrão de evolução das
diferentes faixas de remuneração média. A maior qualificação do trabalhador permite salários
melhores.
Figura 8A – Faixa de remuneração média para RM de Londrina– em salários mínimos – de 1999 a 2012
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de RAIS/MTE
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
MRG de Londrina 579 605 637 679 737 807 874 954 1010 1089 1177 1295 1410 1578
Londrina 626 649 683 725 784 857 923 1010 1070 1152 1238 1357 1479 1657
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
Ren
dim
ento
méd
io t
ota
l
( em
R$
1,0
0)
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
Até 1 mínimo 1 mínimo de 1,5 a 3
mínimos
de 3 a 5 mínimos de 5 a 10 mínimos acima de 10
mínimos
19992000200120022003200420052006200720082009201020112012
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Figura 8B – Faixa de remuneração média para Londrina – em salários mínimos – 1999 a 2012
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de RAIS/MTE
A Tabela 15 apresenta e evolução do índice de Gini da renda domiciliar paranaense e
Londrina, em que é possível verificar que houve leve aumento da concentração de renda entre
2000 e 2010, revelando um incremento dos trabalhadores que recebem maiores salários. A
atividade de serviços é muito mais forte em Londrina e na região metropolitana que no restante
do estado Paraná, exceto na região metropolitana e da cidade de Curitiba.
Tabela 15 – Índice de Gini da renda domiciliar per capita para Paraná e Londrina – para 2000 e 2010 2000 2010 Variação 2000/2010
Paraná 0,6065 0,5416 -10,70%
Londrina 0,5152 0,5226 1,43%
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de IBGE
A Tabela 16 revela a evolução da PIA (População em Idade Ativa), da PEA (População
Economicamente Ativa) e da Força de Trabalho no Paraná, na RM de Londrina e em Londrina.
As duas últimas apresentam um incremento superior da PIA em relação ao estado do Paraná.
No entanto, o crescimento da PEA é ligeiramente inferior. A relação PEA/PIA de ambas
também é levemente superior à do estado, nos dois anos analisados. No entanto, o
crescimento da relação PEA/PIA paranaense supera o de Londrina e sua região
metropolitana, sinalizando a menor inserção da população em idade ativa no mercado de
trabalho.
Tabela 16 – Evolução da PIA, PEA e Força de Trabalho no Paraná, RM de Londrina e Londrina – para 2000 e 2010
2000 2010 Variação 2000/2010 (%)
(%)Paraná PIA 7.753.440 8.962.587 15,59
PEA 4.651.849 5.587.968 20,12
PEA/PIA 0,599972 0,623477 3,91
RM de PIA 528.593 628.926 18,98
Londrina PEA 328.144 393.360 19,87
PEA/PIA 0,620788 0,625447 0,75
Londrina PIA 371.058 440.897 18,82
PEA 231.144 275.978 19,39
PEA/PIA 0,622932 0,625947 0,48
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de IBGE
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
Até 1 mínimo 1 mínimo de 1,5 a 3
mínimos
de 3 a 5 mínimos de 5 a 10
mínimos
acima de 10
mínimos
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
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A Figura 10 apresenta a evolução dos empregos na região metropolitana de Londrina
(RM de Londrina) e na cidade de Londrina no período 2001 a 2012 e verifica-se uma lenta
expansão do emprego, embora sujeito a grandes variações cíclicas no período analisado, em
função da crise econômica gerada no período eleitoral de 2002 e no primeiro ano do governo
Lula e da crise financeira mundial em 2008/2009 no Brasil. No período recente a menor
atividade é fruto dos efeitos da crise europeia.
Figura 10– Evolução do saldo de empregos formais no Paraná, RM de Londrina e Londrina – 2000 a 2012
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de RAIS/MTE
A Figura 11 mostra a evolução do emprego formal por nível de qualificação superior,
em que é possível verificar a crescente inserção da mão de obra com nível superior em
Londrina e RM. Os empregos para trabalhadores com mestrado e doutorado apresentam
tendência de crescimento no período 2006/2012. Houve um crescimento de 35%, tendo sido
criados 613 vagas na RM de Londrina e aumento de 619 vagas em Londrina, revelando de
cidade absorve quase 100% dos trabalhadores com maior qualificação. O maior mercado para
estes trabalhadores com nível de mestrado e doutorado são as instituições de ensino superior,
destacando-se a UEL, polo científico e educacional. No que tange aos trabalhadores com
graduação, a cidade de Londrina concentra 81% das vagas da RM de Londrina e o
crescimento no período é de aproximadamente 53% na cidade e 54% na RM de Londrina.
Figura 11 – Evolução do emprego formal com ensino superior completo e mestrado/doutorado para MRG de Londrina e Londrina – de 2006 a 2012
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de RAIS/MTE
A Figura 12 apresenta a evolução do PIB per capita e verifica-se que o padrão é similar
na RM de Londrina e na cidade de Londrina, revelando grande volatilidade no período. Exceto
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Londrina 5.175 4.179 4.433 6.455 4.092 2.811 5.991 8.225 5.191 11.157 4.926 4.774
MRG de Londrina 6.654 6.210 4.938 9.812 5.230 4.179 9.227 10.844 7.432 13.132 6.287 5.756
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
Sal
do
Empregos - Ensino
Superior Completo
Empregos - Mestrado
e/ou Doutorado
Empregos - Ensino
Superior Completo
Empregos - Mestrado
e/ou Doutorado
MRG de Londrina MRG de Londrina Londrina Londrina
2006 21.016 1.760 17.140 1.754
2007 22.627 2.013 18.219 1.999
2008 24.936 1.958 20.331 1.935
2009 26.461 2.148 21.505 2.117
2010 28.681 2.308 23.510 2.284
2011 31.214 2.395 25.407 2.341
2012 32.448 2.373 26.263 2.273
05.000
10.00015.00020.00025.00030.00035.000
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no ano de 2010, quando o PIB per capita em Londrina acelerou seu crescimento e a RM de
Londrina reduz o ritmo de crescimento do PIB. Uma das explicações é que as demais cidades
da RM de Londrina apresentam maior atividade nos setores agrícola e industrial e Londrina,
concentra-se em serviços.
Figura 12 – Evolução do PIB per capita para RM de Londrina e Londrina – em variação % – de 2003 a 2010.
Fonte: Elaborado pelos autores com dados de IBGE e IPARDES
NOTAS CONCLUSIVAS
O presente estudo analisou os efeitos e a contribuição da Universidade Estadual de
Londrina (UEL) para o desenvolvimento regional, mercado de trabalho e a formação e capital
humano. Entre as principais contribuições da pesquisa pode-se destacar que A educação
superior realizada pela UEL contribuiu para o crescimento e o desenvolvimento econômico
local no período analisado. A análise de indicadores científicos e de investimentos em capital
físico e humano no período analisado permite afirmar que o fortalecimento da instituição
contribuiu para o crescimento e o desenvolvimento local e regional. Verificou-se a crescente
qualificação de docentes e alunos e a melhoria os indicadores de desempenho analisados. A
discussão dos resultados do mercado de trabalho, assim como da pesquisa de egressos,
permite afirmar que uma parte considerável desses efeitos permanece na região e no estado
do Paraná.
A maior produtividade científica, entre outros fatores, parece contribuir para o incremento
da produtividade na região. Os resultados obtidos confirmam as proposições da literatura
econômica discutida para o mundo e para o Paraná, isto é, a importância de instituições de
ensino superior, como a Universidade Estadual de Londrina, para a qualificação formal do
trabalho, no treinamento, na formação de mão de obra qualificada e no desenvolvimento de
novas habilidades e ideias que contribuem para a inovação, o crescimento da produtividade,
o crescimento e o desenvolvimento econômico. Vale destacar, no entanto, que uma das
limitações da pesquisa é a não utilização de dados consolidados para o período 2000/2012,
pois nem todas as séries estatísticas encontram-se disponíveis ou de fácil acesso.
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2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
MRG de Londrina 19,12 6,78 4,10 5,06 23,35 4,01 10,04 7,86
Londrina 19,29 7,89 3,20 6,67 19,20 0,02 9,18 12,78
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
Em
va
ria
çã
o %
20
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