a concepção e os mecanismos para a criação da agência...

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1 A concepção e os mecanismos para a criação da Agência Goiana de Inovação, para o desenvolvimento tecnológico e inovador das potencialidades produtivas das cidades goianas Autora: Danúsia Arantes Ferreira Batista de Oliveira 1 Co-autores: Bruno Alencar Pereira 2 Aline Figlioli 3 Danilo Medina Vieira 4 Sônia Regina Gouvêa Rezende 5 RESUMO ESTRUTURADO Objetivos Evidenciar a concepção teórico-prática para a criação da Agência Goiana de Inovação, integrando a Academia, o Governo, o Setor Produtivo e a Sociedade. Demonstrar a futura atuação da AGI no fortalecimento das potencialidades do desenvolvimento tecnológico e do empreendedorismo inovador nas cidades goianas, objetivando estimular a geração do cenário inovador e competitivo para o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico do Estado de Goiás. Forma de abordagem/metodologia A metodologia prevê o desenvolvimento do estudo teórico-prático para a formalização do diagnóstico situacional das possibilidades instaladas nas macro e meso regiões, objetivando a identificação das potencialidades para o desenvolvimento tecnológico e do empreendedorismo inovador nas cidades goianas, assim como dos mecanismos a serem instituídos para tanto. Resultados alcançados Os resultados produzidos pelos estudos e sistematizados no presente artigo possibilitarão dados, informações e fundamentos teóricos importantes e balizadores para o processo de desenvolvimento da Agência Goiana de Inovação - AGI e de políticas públicas de fomento à inovação tecnológica como propulsoras de desenvolvimento e crescimento das políticas de Estado e do setor produtivo, com vistas a impulsionar o ambiente de inovação regional. Originalidade do trabalho A concepção da Agência Goiana de Inovação por meio da efetiva articulação da tríade acadêmica ensino-pesquisa-extensão e da hélice quádrupla governo-academia-setor produtivo-sociedade, com o objetivo de promover a aproximação entre tais atores visando à transferência do conhecimento e, como consequência, o fortalecimento da capacidade de inovação das cadeias produtivas do Estado. Palavras chaves: Agência de Inovação, Desenvolvimento tecnológico, Empreendedorismo Inovador, Desenvolvimento Regional. 1 Mestre em Educação, UEG, Anápolis-GO, (62) 3328-1110, [email protected] 2 Especialista em Gestão Estratégica de Negócios, UEG, Anápolis-GO, (62) 3328-1170, [email protected] 3 Doutora em Administração, SECTEC/RGI, Goiânia-GO, (62) 3201-5225, [email protected] 4 Bacharel em Economia, CEF, Goiânia-GO, (62) 3259-3845, [email protected] 5 Mestre em Administração, UEG, Anápolis-GO, (62) 3328-1110, [email protected]

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A concepção e os mecanismos para a criação da Agência Goiana de

Inovação, para o desenvolvimento tecnológico e inovador das

potencialidades produtivas das cidades goianas

Autora: Danúsia Arantes Ferreira Batista de Oliveira1

Co-autores: Bruno Alencar Pereira2

Aline Figlioli3

Danilo Medina Vieira4

Sônia Regina Gouvêa Rezende5

RESUMO ESTRUTURADO

Objetivos

Evidenciar a concepção teórico-prática para a criação da Agência Goiana de Inovação,

integrando a Academia, o Governo, o Setor Produtivo e a Sociedade. Demonstrar a futura atuação

da AGI no fortalecimento das potencialidades do desenvolvimento tecnológico e do

empreendedorismo inovador nas cidades goianas, objetivando estimular a geração do cenário

inovador e competitivo para o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico do Estado de Goiás.

Forma de abordagem/metodologia

A metodologia prevê o desenvolvimento do estudo teórico-prático para a formalização

do diagnóstico situacional das possibilidades instaladas nas macro e meso regiões,

objetivando a identificação das potencialidades para o desenvolvimento tecnológico e do

empreendedorismo inovador nas cidades goianas, assim como dos mecanismos a serem

instituídos para tanto.

Resultados alcançados

Os resultados produzidos pelos estudos e sistematizados no presente artigo

possibilitarão dados, informações e fundamentos teóricos importantes e balizadores para o

processo de desenvolvimento da Agência Goiana de Inovação - AGI e de políticas públicas de

fomento à inovação tecnológica como propulsoras de desenvolvimento e crescimento das

políticas de Estado e do setor produtivo, com vistas a impulsionar o ambiente de inovação

regional.

Originalidade do trabalho

A concepção da Agência Goiana de Inovação por meio da efetiva articulação da tríade

acadêmica ensino-pesquisa-extensão e da hélice quádrupla governo-academia-setor

produtivo-sociedade, com o objetivo de promover a aproximação entre tais atores visando à

transferência do conhecimento e, como consequência, o fortalecimento da capacidade de

inovação das cadeias produtivas do Estado.

Palavras chaves: Agência de Inovação, Desenvolvimento tecnológico, Empreendedorismo

Inovador, Desenvolvimento Regional.

1 Mestre em Educação, UEG, Anápolis-GO, (62) 3328-1110, [email protected] 2 Especialista em Gestão Estratégica de Negócios, UEG, Anápolis-GO, (62) 3328-1170, [email protected] 3 Doutora em Administração, SECTEC/RGI, Goiânia-GO, (62) 3201-5225, [email protected] 4 Bacharel em Economia, CEF, Goiânia-GO, (62) 3259-3845, [email protected]

5 Mestre em Administração, UEG, Anápolis-GO, (62) 3328-1110, [email protected]

2

The conception and the mechanisms for the creation of Innovation Goiana

Agency- IGA, to the technological and innovative development of potential

and productive cities in Goiás

Authoress: Danúsia Arantes Ferreira Batista de Oliveira1

Co-authors: Bruno Alencar Pereira2

Aline Figlioli3

Danilo Medina Vieira4

Sônia Regina Gouvêa Rezende56

STRUCTURED ABSTRACT

Objectives

Highlight the theoretical and practical conception for the creation of Innovation

Goiana Agency, integrating the Academy, the Government, the Productive Sector and the

Society.

Demonstrate the future performance of the IGA to strengthen the technological

development potential and innovative entrepreneurship in Goiana cities, aiming to stimulate

the generation of innovative and competitive scenario for the socioeconomic and

technological development of the State of Goiás.

Method of approach / methodology

The methodology includes the development of theoretical and practical study for the

formalization of the situational diagnosis of the installed possibilities at macro and meso

regions, aiming at the identification of the technological development potential and innovative

entrepreneurship in Goiana cities, as well as the mechanisms to be instituted to both.

Results

The results produced by studies and systematized in this article will enable data,

information and important theoretical foundations, and also indicators for the development

process of Innovation Goiana Agency – IGA and public policies that foster technological

innovation as drivers of growth and development of State policies and productive sector,

aiming to boost regional innovation environment.

Originality of work

The conception of the Innovation Goiana Agency- IGA through effective articulation

of inseparability academic triad: Teaching-Research-Extension and the Quadruple Propeller:

Government-Academia-Productive-Sector Society, with the aim of fostering closer links

between these actors for the transfer of knowledge and as a result, to strengthen the

innovation capacity of the productive chains of the State.

Keywords: Innovation Agency, Technological Development, Innovative Entrepreneurship,

Regional Development

1 Mestre em Educação, UEG, Anápolis-GO, (62) 3328-1110, [email protected] 2 Especialista em Gestão Estratégica de Negócios, UEG, Anápolis-GO, (62) 3328-1170, [email protected] 3 Doutora em Administração, SECTEC/RGI, Goiânia-GO, (62) 3201-5225, [email protected] 4 Bacharel em Economia, CEF, Goiânia-GO, (62) 3259-3845, [email protected]

5 Mestre em Administração, UEG, Anápolis-GO, (62) 3328-1110, [email protected]

3

INTRODUÇÃO

A Agência Goiana de Inovação - AGI, órgão da Universidade Estadual de Goiás -

UEG vinculado à Secretaria de Ciência e Tecnologia - SECTEC, sendo fisicamente instalada

no Campus Henrique Santillo da Universidade Estadual de Goiás - UEG em Anápolis-GO.

Atuará como um agente catalisador do desenvolvimento tecnológico inovador e industrial do

Estado de Goiás, tendo como principal objetivo integrar a academia, governo, setor produtivo

e sociedade, em prol de novas tecnologias, transferência do conhecimento técnico-científico e

do empreendedorismo inovador gerado pelo Estado de Goiás, bem como proporcionar e

garantir a capacitação e o desenvolvimento de recursos tecnológicos e humanos.

A Universidade Estadual de Goiás conjuntamente com a SECTEC, a Fundação de

Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG e em cooperação com a Agência USP de

Inovação, por meio da AGI, adotará medidas de incentivo à pesquisa científica e tecnológica

nas atividades produtivas, com vistas à obtenção da autonomia tecnológica, capacitação e

competitividade no processo de desenvolvimento industrial do Estado de Goiás de acordo

com o estabelecido na Lei Goiana de Inovação - Lei Estadual n.º 16.922, de 08/02/2010 e Lei

Federal de Inovação - Lei Nº 10.973, de 02/12/2004.

A Universidade Estadual de Goiás atuará como agente fundamental para o

desenvolvimento da AGI, sendo uma Instituição de Ciência, Tecnologia e Inovação - ICTI do

Estado, autarquia estadual vinculada à SECTEC, órgão da administração pública estadual

direta, sendo a UEG instituição executora das atividades de pesquisa básica ou aplicada, de

caráter científico ou tecnológico.

A criação da AGI decorre das demandas e oportunidades locais e regionais,

promotoras da integração academia e setor produtivo, para o desenvolvimento de pesquisas

básicas e aplicadas, ações direcionadas ao campo da inovação tecnológica, constituindo-se

numa instância de articulação dos setores produtivos da sociedade. Atuará na

compatibilização de competências tecnológicas já instaladas ou a serem desenvolvidas no

ambiente acadêmico da UEG, em cooperação com a SECTEC, Agência USP de Inovação,

Instituições de Ensino Superior, ICTI’s, Núcleos de Inovação Tecnológica - NIT’s e Centros

de Inovação existentes, apoiando soluções que potencializem os diferenciais competitivos do

Estado de Goiás em relação aos demais estados brasileiros.

A AGI por meio da execução de seus objetivos promoverá a indução de políticas

públicas de fomento à inovação tecnológica, propulsoras de desenvolvimento e crescimento

do ambiente de inovação regional.

O ECOSSISTEMA DA INOVAÇÃO NO ESTADO DE GOIÁS

REDE DE INCUBADORAS E NIT’S

A Rede Goiana de Inovação - RGI assume a representação da rede de incubadoras e

dos Núcleos de Inovação Tecnológica existentes no Estado de Goiás, e conta com os seguintes

associados:

Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia - SECTEC

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG

Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis - FUNTEC

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI

Universidade Federal de Goiás - UFG

UniEVANGÉLICA - Centro Universitário

4

Universidade Estadual de Goiás - UEG

Uni-Anhanguera Centro Universitário de Goiás

Secretaria de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia de Aparecida de Goiânia/GO -

SICCT

Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Anápolis/GO - SEMCTI

Universidade Luterana do Brasil Itumbiara/GO - ULBRA

Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC-GO

Universidade de Rio Verde - UniRV

Incubadora de Empresas de Goianésia/GO - TECNOTEX

Comunidade Tecnológica de Goiás - COMTEC

A RGI foi criada em 05 de Abril de 2005 com o objetivo de integrar e apoiar as

incubadoras de empresas do Estado de Goiás, no ano de 2012 foi ampliado em seu

planejamento estratégico a sua área de atuação, contemplando o apoio e integração dos NIT’s

goianos. Sobre a estruturação dos NIT’s no Estado de Goiás, destaca-se a Universidade

Federal de Goiás - UFG, instituição que encontra-se com o NIT implantado e

institucionalizado. No ano de 2012 a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás -

FAPEG publicou a Chamada Pública nº 14/2012 para apoio à criação, estruturação e

manutenção de Núcleos de Inovação Tecnológica, responsáveis pelo gerenciamento da

política de inovação das ICTI’s sediadas em Goiás e, consequentemente, fortalecer o

desenvolvimento socioeconômico sustentável do estado.

Em dezembro de 2012 foi publicada a relação das ICTI’s contempladas pelo Edital

sendo elas: Universidade Estadual de Goiás - UEG (Anápolis/GO), Universidade Federal de

Goiás - UFG (Goiânia/GO), Universidade Luterana do Brasil - ULBRA (Itumbiara/GO), PUC

GOIÁS (Goiânia/GO), Centro Universitário de Anápolis - UniEVANGÉLICA (Anápolis/GO),

Universidade Salgado de Oliveira - Universo (Goiânia/GO) e o Instituto Federal de Educação,

Ciência e Tecnologia de Goiás - IFG (Goiânia/GO). Os recursos encontram-se

disponibilizados para as instituições contempladas. Portanto, no ano de 2013, o Estado de

Goiás contará efetivamente com 7(sete) NIT’s instalados em suas respectivas ICTI’s.

PROGRAMA GOIANO DE PARQUES TECNOLÓGICOS - PGTec

O Governo de Goiás instituiu no ano de 2010 o Programa Goiano de Parques

Tecnológicos - PGTec, sob a gestão da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia -

SECTEC, com a finalidade de incentivar a implantação de Parques Tecnológicos no Estado de

Goiás, nos termos do art. 19 da Lei nº 16.922, de 08 de fevereiro de 2010, como estratégia

para a implementação de investimentos em pesquisa e a apropriação de novas tecnologias

geradoras de negócios e viabilizadoras de competitividade econômica.

Os Parques Tecnológicos serão implantados na forma de projetos urbanísticos e

imobiliários que delimitam áreas específicas para a localização das respectivas entidades.

O alinhamento com a política estadual de ciência, tecnologia e inovação e os requisitos

estabelecidos na lei supracitada são diretrizes básicas para a inclusão de Parques Tecnológicos

no PGTec.

Os Parques Tecnológicos integrantes do PGTec devem ter os seguintes objetivos:

I - promover a cultura da inovação, competitividade e capacitação empresarial, com

vista ao incremento da geração de riqueza;

II - agregar empresas de base tecnológica e instituições de pesquisa e

desenvolvimento, de natureza pública ou privada, com ou sem vínculo entre si;

5

III - incentivar a interação entre as empresas de base tecnológica, as instituições de

ensino, pesquisa e desenvolvimento e as incubadoras de empresas com atividades

intensivas em ciência, tecnologia e inovação;

IV - apoiar as atividades de pesquisa científica e tecnológica nas atividades produtivas;

V - propiciar o desenvolvimento do Estado de Goiás, por meio da atração de

investimentos em atividades intensivas em ciência, tecnologia e inovação.

O primeiro Parque Tecnológico Multissetorial do Centro-Oeste será instalado no

município de Anápolis/GO, dentro do Distrito Agroindustrial de Anápolis - DAIA,

transformando-o em um dos maiores e mais modernos distritos agroindustriais do Brasil. O

empreendimento será construído em uma área aproximada de 6 milhões de metros quadrados.

REDE CENTRO-OESTE DE NÚCLEOS DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA - REDE NIT-

CO

A Rede NIT-CO tem como objetivo estruturar um arranjo dos Núcleos de Inovação

Tecnológica das Instituições Científicas e Tecnológicas da região Centro-Oeste, com

finalidade de fortalecer os NIT’s já implantados e apoiar a estruturação dos Núcleos

nascentes, por meio de capacitação, do compartilhamento de recursos e experiências de

difusão de boas práticas, com vistas ao desenvolvimento sustentável e a maior

competitividade na região.

O Estado de Goiás tem sua representatividade na Rede Centro-Oeste de NIT’s com

participação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG e Universidade

Federal de Goiás - UFG. Além dos representantes goianos a Rede é composta pela

Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD, Universidade Federal de Mato Grosso do

Sul - UFMS, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, Centro Federal de Educação

Tecnológica de Mato Grosso - CEFET/MT, Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia de

Mato Grosso - SECITEC/MT, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso -

FAPEMAT , Fundação Universidade do Estado de Mato Grosso – FUNEMT, Universidade de

Brasília - UnB, União Brasiliense de Educação e Cultura – UBEC e Fundação de Apoio à

Pesquisa do Distrito Federal - FAP/DF.

A CAPILARIDADE REGIONAL PARA UM CENÁRIO INOVADOR: O PAPEL DA UEG

NO ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO

O potencial de riquezas instaladas nos 246 municípios das mesorregiões e

macrorregiões do Estado de Goiás e o projeto de desenvolvimento e crescimento existente

induzem a criação e o fortalecimento de uma Rede de NIT’s. A UEG com o seu modelo de

expansão pela interiorização destaca-se pela capilaridade por estar presente em 39 municípios

com 42 Unidades Universitárias instaladas, atendendo demandas locais e regionais. A

capacidade instalada da UEG apresenta a ambiência favorável para a criação da AGI e a

promoção da Rede de NIT’s do Estado de Goiás, considerando a interação academia-governo-

setor produtivo-sociedade.

A capilaridade da UEG possibilita a disseminação da inovação tecnológica no Estado,

fomentando um ecossistema de inovação, com a integração de stakeholders objetivando

estimular relações institucionais entre empresas, agentes de inovação, instituições de ensino

superior, aproximando centros de criação e difusão do conhecimento dos diferentes setores

institucionais.

6

Universidade Estadual de Goiás (Unidades Universitárias)

INTERAÇÃO ENTRE ACADEMIA, PESQUISA E O SETOR PRODUTIVO

Agência Goiana de Inovação - AGI congrega o conjunto de atores, ações e

mecanismos para o fomento do processo de inovação e empreendedorismo do Estado de

Goiás a partir do acordo de cooperação entre UEG, Agência USP de Inovação e SECTEC,

com incentivo e fomento da FAPEG.

A concepção da AGI estrutura-se a partir da articulação da tríade acadêmica ensino-

pesquisa-extensão e da Hélice Quádrupla governo-academia-setor produtivo-sociedade, com o

objetivo de promover a aproximação entre tais atores visando à transferência do

conhecimento e, como consequência, o fortalecimento da capacidade de inovação das cadeias

produtivas do Estado. O foco da atuação da Agência é a promoção de esforços inter e

multidisciplinares na busca de soluções para as demandas da sociedade em termos de

desenvolvimento econômico, tecnológico, social, ambiental e cultural.

A Hélice Quádrupla é formada por quatro cadeias governo-academia-setor produtivo-

sociedade orientadas na mesma direção. O modelo inclui a sociedade, além da tradicional

combinação de agentes da inovação: governo, academia, setor produtivo (Hélice Tripla).

Segundo o posicionamento apresentado pela CLIQ - Creating Local Innovation, também a

7

sociedade civil, os cidadãos devem ser incluídos como motor da inovação nas cidades e

regiões.

A Hélice Quádrupla é um projeto que visa o fortalecimento de

políticas e capacidade das autoridades locais e regionais de apoio

à inovação de forma mais eficaz em cidades de médio porte. O

modelo de cooperação interativa de governo, universidades e

empresas é essencial para inovação nas sociedades baseadas no

conhecimento. O projeto CLIQ tomou o conceito Hélice Tríplice

para um novo nível, a adição de um quarto componente - a

sociedade civil. (CLIQ - Creating Local Innovation, 2008)

O modelo de interação e integração da universidade e sociedade se viabilizará de duas

maneiras: a primeira delas se concretizará cotidianamente por meio da identificação dos

saberes disponíveis nas diversas áreas de conhecimento da Universidade, a segunda

identificando as demandas externas advindas da sociedade que fomentem o desenvolvimento

de pesquisas básicas e aplicadas. O modelo Hélice Quádrupla adotado para a criação da AGI

objetiva buscar soluções para problemas existentes que contribuem para o processo de

desenvolvimento e crescimento do Estado.

A Hélice Quádrupla estabelece a inter-relação governo-academia-setor produtivo-

sociedade, propondo a melhoria contínua das ligações internas e externas dos seguimentos

que compõe a hélice, valorizando o posicionamento de cada stakeholder na cadeia de valor,

em prol da colaboração que viabilize a criação e o fortalecimento de núcleos e agentes

inovadores.

CARACTERIZAÇÃO DA AGÊNCIA GOIANA DE INOVAÇÃO - AGI

A AGI, catalizadora do desenvolvimento tecnológico inovador e industrial do Estado

de Goiás, implementará ações estratégicas em prol da disseminação da Hélice Quádrupla,

potencializando novas tecnologias, transferência do conhecimento técnico-científico e do

empreendedorismo, por meio dos seguintes objetivos:

Divulgar e disseminar a cultura do empreendedorismo inovador, do desenvolvimento

tecnológico, da propriedade intelectual e da transferência tecnológica no âmbito

estadual;

Tríade Acadêmica

ensino-pesquisa-extensão

Hélice Quádrupla

governo-academia-setor produtivo-sociedade

8

Identificar pesquisas básicas e aplicadas dos pesquisadores da UEG, SECTEC,

Agência USP de Inovação, Instituições de Ensino Superior, ICTI’s, NIT’s, Centros de

Inovação existentes no Estado e demais agentes de inovação;

Prospectar pesquisadores e demais agentes de inovação para cooperação e colaboração

da Agência;

Identificar no setor produtivo serviços ou produtos de caráter inovador passíveis de

ações relacionadas à Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) a serem realizadas pela

Agência;

Cuidar do processo de desenvolvimento de tecnologia e proteção da propriedade

intelectual, atendendo às demandas existentes principalmente do setor produtivo;

Orientar a comunidade acadêmica e setor produtivo dos trâmites da proteção da

propriedade intelectual e da transferência tecnológica;

Gerir o processo de proteção das tecnologias durante sua vigência;

Promover convênios com o setor produtivo para a geração e transferência de

tecnologia;

Constituir-se um mecanismo estratégico dentro do Estado de Goiás para o

desenvolvimento de inovação e extensão tecnológica;

Estabelecer contratos/convênios com empresas do Estado que tenham interesse em

investir na pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias;

Prestar serviços e capacitar equipes internas e externas, como também elaborar

estratégias para aprimorar os mecanismos de identificação, tanto das demandas

externas por soluções tecnológicas, quanto das pesquisas de interesse aos diversos

setores industriais;

Incentivar a cultura da educação empreendedora e tecnológica com inserção de

disciplinas nos cursos acadêmicos relacionadas ao empreendedorismo, propriedade

intelectual e transferência de tecnologia, como complemento da atual formação

tecnológica, visando adequá-la à nova realidade do contexto competitivo nacional e

internacional;

Criar estratégias de marketing para a exploração econômica para o licenciamento e

venda das patentes de invenção, modelos de utilidade, indicação geográfica, marcas,

desenho industrial, que são desenvolvidos no âmbito estadual;

Promover a capacitação do corpo acadêmico e pesquisadores responsáveis pela

interação com o ambiente externo, notadamente com empresas, no que diz respeito às

técnicas de negociação de tecnologia, com ênfase em novos projetos e na interação

academia/empresa;

Sistematizar e orientar a busca de informações sobre oportunidades de interação

internas e externas;

Conectar as demandas da sociedade com a capacidade existente;

Elaborar e zelar pela manutenção das políticas institucionais de proteção do

desenvolvimento e dos resultados de pesquisas científicas e tecnológicas no âmbito

estadual;

Promover a integração da UEG com a comunidade e setor produtivo para geração e

transferência de tecnologias;

Gerenciar o encaminhamento das soluções;

Abrir canais de comunicação com fontes externas provedoras de recursos;

Proporcionar e garantir a capacitação de recursos humanos de qualidade, por meio de

cursos específicos e continuados relacionados à temática da gestão da inovação e

tecnológica, como também cursos técnicos para potencialização das competências

demandadas, treinamentos on company, visitas-técnicas, participação em eventos, etc;

9

Promover o spin-off acadêmico. Segundo Shane (2004), o spin-off acadêmico (SOA) é

uma empresa criada para explorar uma propriedade intelectual gerada a partir de um

trabalho de pesquisa desenvolvido em uma instituição acadêmica;

Manter banco de dados atualizado de tecnologias, a serem comercializadas, da UEG,

SECTEC, Agência USP de Inovação, demais Instituições de Ensino Superior, ICTI’s,

NIT’s, Centros de Inovação existentes no Estado e de outros agentes, observado o

período de confidencialidade exigido para cada caso;

Criar um banco de dados para receber as informações provenientes de pesquisas

passíveis de desenvolvimento e proteção;

Disseminar o conceito e promover a Inovação Aberta (Open Innovation) que permitam

sua sistematização e seu desenvolvimento no Estado. Segundo Chesbrough (2013), o

conceito de Open Innovation se baseia na utilização de caminhos internos ou externos

para avançar no desenvolvimento de novas ideias e tecnologias;

Implantar sistemas de inovação, proteger o conhecimento inovador e produzir e

comercializar invenções, colaborando para o desenvolvimento socioeconômico e

tecnológico do Estado;

Assegurar proteção aos resultados das pesquisas, diretamente ou em parceria com

instituições públicas ou privadas, nos termos da legislação relativa à propriedade

intelectual;

Formalizar instrumentos jurídicos para transferência de tecnologia e para outorga do

direito de uso ou de exploração de criação, nos casos em que não convier a exploração

direta e exclusiva da tecnologia pela ICTI-GO;

Formalizar instrumentos jurídicos para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e

inovação tecnológica, em regime de parceria com segmentos produtivos direcionados

para a inovação e otimização de processos empresariais;

Promover cursos e treinamentos especializados com foco no empreendedorismo

inovador;

Buscar fontes de financiamento nos órgãos de fomento ao desenvolvimento da

inovação tecnológica (programas federais, estaduais-Fap’s, municipais, internacionais

e de iniciativa privada) e captar recursos para os projetos envolvidos e para a própria

sustentabilidade;

Contribuir para o desenvolvimento de microempresas e pequenas empresas;

Implantar a infraestrutura física de serviços e tecnológica para atender às demandas

identificadas junto ao setor produtivo;

Incentivar e firmar parcerias de pesquisa conjunta com empresas e outras instituições

de ensino e pesquisa, públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, nacionais ou

estrangeiras, visando à obtenção de inovação que viabilize a geração, o

desenvolvimento e a fabricação de produtos e sistemas;

Promover a comunicação e a difusão da inovação projetos estratégicos;

Promover a cooperação nacional e internacional para a promoção da inovação.

LOCALIZAÇÃO E INSTALAÇÃO

A localização prevista para a instalação da AGI está estrategicamente bem situada no

interior do centro-oeste brasileiro. A Agência será instalada no campus da Universidade

Estadual de Goiás - UEG em sua Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas -

UnUCET na cidade de Anápolis-GO, município considerado o “Trevo do Brasil”, pela

facilidade natural de integração da região com os demais centros consumidores do país.

10

Local de instalação da Agência Goiana de Inovação - AGI

A região de implantação está situada a 55km de Goiânia-GO, capital do Estado de

Goiás, e a 154km de Brasília-DF, capital do Brasil. O posicionamento garante acesso ainda a

três rodovias federais, que cortam Anápolis: as BRs 060 (São Paulo/Brasília), 153

(Brasília/Belém) e 414 (Anápolis/Niquelândia).

AGÊNCIA

GOIANA DE

INOVAÇÃO

800m2

Distrito

Agroindustrial de

Anápolis - DAIA

Distrito

Agroindustrial de

Anápolis - DAIA

Ferrovia

Norte-Sul

Porto Seco

Centro-Oeste

UN

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- U

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11

O campus da Universidade Estadual de Goiás - UEG tem como vizinho limítrofe o

Distrito Agroindustrial de Anápolis - DAIA, distrito que tem se destacado no setor industrial

de Goiás, por abrigar grandes indústrias e atrair novos investimentos e, por oferecer total

infraestrutura. O DAIA abrange uma área de mais de 1700 hectares e conta com quase 100

empresas de médio e grande porte em pleno funcionamento, gera mais de oito mil empregos

diretos e apresenta perspectivas de novas instalações nos próximos anos, com destaque para

seu Polo Farmacêutico.

O DAIA também abrigará o primeiro Parque Tecnológico Multissetorial do Centro-

Oeste em fase de implantação por meio do Programa Goiano de Parques Tecnológicos -

PGTec.

Na região também encontra-se o Porto Seco Centro-Oeste que associa plataformas

multimodais rodoviárias e ferroviárias, pelas quais podem ser transportados os mais

diversificados tipos de cargas. O terminal interliga todo o mercado do centro-oeste a outros

pontos do país, transformando grandes distâncias em distâncias economicamente

competitivas.

MODELO DE GOVERNANÇA E COOPERAÇÃO COM A AGÊNCIA USP DE

INOVAÇÃO

O modelo de governança da Agência Goiana de Inovação - AGI visará apoiar de

forma ativa a concepção, estruturação e o modelo de gestão da Agência e o seu alinhamento

com as iniciativas estratégicas dos processos, procurando orientar o referido modelo para que

o seu desenvolvimento facilite a criação e implementação da Agência, como também a

operacionalização e concretização dos objetivos estratégicos.

A Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia - SECTEC e a Universidade Estadual

de Goiás - UEG em cooperação da Agência USP de Inovação, promoverá o intercâmbio e

aproximação dos atores, visando à transferência do conhecimento técnico-científico e know-

how da Agência USP de Inovação, para a concepção e o desenvolvimento da Agência Goiana

de Inovação - AGI e, como consequência, o fortalecimento da capacidade de inovação das

cadeias produtivas do Estado de Goiás.

A SECTEC atuará como mantenedora da Agência, a UEG atuará na operacionalização

técnico-científica e organizacional e, a Agência USP de Inovação atuará como apoio técnico-

científico para o desenvolvimento da AGI.

A realização deste projeto é um esforço multidisciplinar e multi-institucional entre os

atores envolvidos. O ambiente no qual a sua execução está inserida no âmbito local e em

âmbito externo em vários ambientes físicos e não físicos de universidades, centros de

inovação, pesquisa e empresas.

O plano de trabalho será operacionalizado por meio da cooperação técnica e científica

entre a Agência USP de Inovação, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia - SECTEC

e a Universidade Estadual de Goiás - UEG. Em contrapartida, a Agência USP de Inovação

como resultado desse intercâmbio terá acesso a um conjunto de informações sistematizadas

sobre as potencialidades e riquezas técnicas, científicas e culturais do Estado de Goiás. A

cooperação prevê o fortalecimento da construção de conhecimento de forma colaborativa e

será implementada para o alcance das seguintes metas:

a) Estruturação da equipe de trabalho;

b) Elaboração da metodologia de trabalho;

c) Desenvolvimento de processos administrativos e jurídicos institucionalizados;

d) Estruturação organizacional da AGI;

e) Desenvolvimento do modelo de governança;

12

•Incubadora de Empresas de Base Tecnológia - PROIN.UEG

•Capacitação Empresarial e Industrial

•Núcleo de Empresas Juniores -NEJ/UEG

•Escola de Empreendedorismo

•Hotel de Projetos

•Coordenação de Inovação e Transferência de Tecnologia -CITT

•Laboratório de Biotecnologia e Nanotecnologia

•Disque Tecnologia (suporte às industrias e empresas)

•Pesquisadores

•Agentes de Inovação

•Escritório de Produção Científica

•Rede de pesquisa

•Grupos de pesquisa

•Banco de talentos

•Centro Vocacional e Mercadológico

•Escritório Central

•Assessoria Jurídica

•Assessoria de Comunicação

•Assessoria de Assuntos Interinstitucionais

•Assessoria de Projetos e Captação

•Assessoria de TI

Núcleo de Gestão Núcleo Acadêmico e

Profissional

Núcleo de Empreendedorismo

Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento

Tecnológico

f) Capacitação e qualificação da equipe;

g) Criação de projetos a serem desenvolvidos pela AGI;

h) Identificação da infraestrutura e tecnologias existentes ou a serem adquiridas e

instaladas;

i) Desenvolvimento acadêmico e científico

j) Desenvolvimento de componentes que a Agência USP de Inovação considere como

relevantes no processo de estabelecimento da Agência Goiana de Inovação - AGI.

Com a cooperação proposta pretende-se que as atividades executadas se convertam

para uma ação indutora de políticas públicas direcionadas ao processo de inovação

tecnológica no Estado de Goiás e sua interface com um grande centro de inovação, de

produção e geração de renda, permitirá o fomento para pesquisas e produção de conhecimento

contribuindo com o desenvolvimento e crescimento da temática no Estado.

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A Agência Goiana de Inovação está organizada em 04 (quatro) núcleos estruturantes.

Os núcleos são subdivididos em escritórios, departamentos e recursos humanos para o

direcionamento das ações executadas, com destaque para a Coordenação de Inovação e

Transferência de Tecnologia - CITT e o Programa de Incubadoras - PROIN.UEG.

Conselho Técnico Científico

DIRETORIA

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Conselho Técnico Científico

Conselho constituído por representantes de NIT’s de outras universidades, de

representantes do setor público, de empresários e da sociedade, entidades que integram a

massa crítica ao desenvolvimento tecnológico e inovação, como também pesquisadores e

demais profissionais com notório conhecimento técnico e científico das mais diversas áreas

do conhecimento.

Diretoria

Responsável pela gestão operacional, técnica, acadêmica e científica da Agência,

viabilizando a funcionalidade sistêmica das ações estratégicas e organizacionais com o

desenvolvimento da interação entre os núcleos estruturantes.

Núcleo de Gestão

Direcionado às atividades administrativas e funcionais da AGI e dos núcleos

estruturantes, organizado de forma a atender questões jurídicas, de comunicação, tecnologia

da informação, elaboração de projetos, captação de recursos, prospecção e relacionamento

com parcerias estratégicas e demais órgãos e demais ações relacionadas ao desenvolvimento

da Agência.

Escritório central - responsável pelo atendimento, direcionamento das demandas,

suporte administrativo e demais ações relacionadas.

Assessoria jurídica - responsável pela assessoria jurídica e operacionalização de

instrumentos legais da AGI e ações relacionadas.

Assessoria de comunicação - responsável pela comunicação e marketing da Agência e

suas ações, cuidar da imagem institucional, elaborar produtos dinâmicos de

comunicação para circulação interna e externa, como intranet, internet, novas mídias,

newsletter, informativos, murais, etc., além de trabalhar com informação jornalística

preparando press-releases (comunicados de imprensa), criar relações com outras

organizações de comunicação, promover e divulgar a cultura da inovação.

Assessoria de assuntos interinstitucionais - responsável pelo assessoramento

especializado da AGI e pela interação da Agência com instituições nacionais e

internacionais, por meio de cooperação, visita técnicas, parcerias etc.

Assessoria de projetos e captação - responsável pela elaboração de projetos gerais e

que visem à sustentabilidade da Agência e dos seus núcleos, como também a

prospecção e captação de recursos nas mais diversas fontes de fomento.

Assessoria de TI - responsável pelas diversas áreas da tecnologia da informação (TI)

existentes, como a manutenção de todo ambiente tecnológico, apoio aos seus usuários,

desenvolvimento de soluções tecnológicas que atendam a demanda interna e externa,

entre diversas outras atribuições.

Núcleo Acadêmico e Profissional

Direcionado às atividades acadêmicas e científicas da AGI, produção científica,

prospecção de pesquisadores/profissionais e acadêmicos que possam colaborar com o

desenvolvimento das ações da Agência, como também direcionamento vocacional de

acadêmicos ligados à área de inovação tecnológica e empreendedorismo inovador.

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Pesquisadores - equipe de pesquisadores que atuem e colaborem para a área de P&D

da Agência, como também para a produção científica especializada.

Agentes de inovação - equipe de profissionais especializados para a operacionalização

e interação da Agência com os demais atores do processo de inovação e

empreendedorismo. Os profissionais envolvidos podem também, de forma contínua,

suscitar o debate referente ao tema e viabilizar ações inovadoras, bem como observar

possiblidades de parcerias junto outros segmentos e com a sociedade, disseminando.

Escritório de produção científica - responsável pela produção científica (artigos,

publicações, eventos etc) oriunda de ações e pesquisas desenvolvidas ou relacionadas

com a Agência, como também criação de um banco de dados, atualizado

periodicamente das pesquisas realizadas, auxílio na atualização e consolidação dos

grupos de pesquisa, linhas de pesquisa e pesquisas em andamento, suporte técnico

para a solicitação de auxílios, bem como para a captação de recursos para eventos

científicos etc.

Rede de pesquisa e grupos de pesquisa - equipe de pesquisadores organizados em rede

ou grupos que atuem na pesquisa de linhas relacionadas à inovação, desenvolvimento

tecnológico e empreendedorismo, podendo manter parcerias ou cooperação com redes

e grupos de pesquisas de instituições nacionais e internacionais.

Banco de talentos - tem por objetivo ser um banco de dados e de oportunidades para

profissionais, docentes e discentes que tenham capacidade técnico-científica e perfil

para ações e trabalhos relacionados ao desenvolvimento tecnológico e à inovação.

Centro vocacional e mercadológico - responsável pelo direcionamento de discentes

(acadêmicos e egressos), como também para colaboradores de empresas e indústrias

para o seu melhor enquadramento no campo mercadológico ou na própria

organização.

Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico

Direcionado às atividades de pesquisa aplicada e desenvolvimento de tecnologias, com

instalação de laboratórios e profissionais capacitados, atendimento às demandas industriais e

empresariais envolvendo a inovação tecnológica, como também gerenciamento da

propriedade intelectual gerada e questões relacionadas à transferência de tecnologia.

Coordenação de Inovação e Transferência de Tecnologia - CITT - A missão da CITT é

ser facilitadora da interação tecnológica da AGI com a comunidade interna e externa.

Na área da Propriedade Intelectual a CITT será a responsável institucional pela gestão,

desde os procedimentos para o registro de propriedade industrial até sua

comercialização ao setor produtivo.

Atuação da CITT nas áreas da propriedade intelectual:

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Objetivos da CITT:

Apoiar os processos de negociação e comercialização das tecnologias desenvolvidas

por pesquisadores da AGI junto às empresas interessadas no seu licenciamento;

Responsabilizar-se pelo encaminhamento de registros de marcas e patentes aos órgãos

competentes;

Proporcionar e garantir a capacitação de recursos humanos de qualidade;

Promover eventos de difusão, em colaboração com as ICTI’s e setores da comunidade

externa, por meio da realização de seminários, workshops, encontros setoriais, etc.,

visando, desta forma, cumprir mais efetivamente o seu papel na interface com o setor

produtivo;

Formalizar a transferência de tecnologia da UEG e demais ICTI’s para outras

instituições, para fins de comercialização;

Estimular o pesquisador, por meio de participação nos ganhos econômicos auferidos

pela ICTI-GO com a exploração de criação protegida da qual tenha sido inventor ou

obtentor, de acordo com a legislação vigente, considerando-se ganho econômico

qualquer modalidade de benefício financeiro resultante da exploração direta ou

indireta de criação, deduzidos as despesas e os encargos decorrentes da proteção da

propriedade intelectual;

Atender à Lei Goiana de Inovação - Lei Estadual n.º 16.922, de 08/02/2010.

Estrutura organizacional interna da CITT

A estrutura organizacional da CITT foi concebida para atuar orientada às demandas

provenientes das ICTI’s, IES, FAPEG e do setor produtivo no Estado de Goiás, sendo

estruturada da seguinte forma:

Estrutura Organizacional da Coordenação de Inovação e Transferência de Tecnologia - CITT

ASSESSORIA DE TRANSFERÊNCIA TECNOLÓGICA (ATT)

ASSESSORIA JURÍDICA

ASSESSORIA DE PROJETOS

E CAPTAÇÃO DE RECURSOS

ASSESSORIA DE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

ASSESSORIA TÉCNICO-

ADMINISTRATIVA

ASSESSORIA DE PROPRIEDADE

INTELECTUAL (API)

ASSISTENTE DE BUSCA DE PATENTES

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E

PÓS-GRADUAÇÃO (PrP) DA UNIVERSIDADE

ESTADUAL DE GOIÁS - UEG

COORDENAÇÃO DA CITT

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Laboratório de Biotecnologia e Nanotecnologia - O laboratório participa como

elemento fundamental deste processo de inovação tecnológica através de pesquisa e

ensino de alta qualidade, almejando beneficiar as demandas do Estado de Goiás. Os

projetos de pesquisa do laboratório serão liderados por professores doutores,

profissionais e discentes, contando com possível financiamento de várias organizações

nacionais e internacionais.

Disque Tecnologia - atendimento rápido às demandas tecnológicas para os segmentos

da indústria, empresas, academia e sociedade, com portfolio de serviços oferecidos e

especialistas qualificados, além de solucionar dúvidas a respeito de propriedade

intelectual e transferência de tecnologias.

Núcleo de Empreendedorismo

Direcionado às atividades empreendedoras e disseminação do empreendedorismo

inovador, suporte e capacitação na área geral de negócios para indústria e empresas nas mais

diversas categorias, prospecção e suporte para projetos inovadores, promoção da educação

empreendedora na academia, para as organizações e comunidade, desenvolvimento de novos

negócios e oportunidades e desenvolvimento de empreendimentos inovadores.

Incubadora de empresas de base tecnológica: Programa de Incubadoras de Empresas

da Universidade Estadual de Goiás - PROIN.UEG - O PROIN.UEG é um Programa

de Incubadoras vinculado à Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis

da Universidade Estadual de Goiás, que atende empresas/projetos focalizados em

inovação e empreendedorismo. O Programa oferece infraestrutura básica para

funcionamento e um conjunto de suportes operacionais, administrativos, estratégicos e

tecnológicos, para empreendimentos a serem incubadas. O PROIN.UEG atua como

elemento indutor do empreendedorismo inovador, surgindo como habitat de inovação

da Universidade Estadual de Goiás, responsável pela interação entre os núcleos,

pesquisa e ações empreendedoras relacionadas. A incubadora de empresas da UEG

tem como filosofia o uso racional de infraestrutura econômica, científica e

tecnológica, de forma compartilhada, fato que proporciona elementos básicos à

viabilização, operacionalização e desenvolvimento de novas empresas, produtos e

serviços com vistas ao desenvolvimento local, regional e nacional.

Capacitação empresarial e industrial - portfolio de serviços oferecidos (cursos,

workshops, suporte etc) para o desenvolvimento empresarial e de gestão para

indústria, empresas, projetos e qualificação pessoal.

Escola de Empreendedorismo - responsável por ações de implementação da educação

empreendedora direcionada às instituições de ensino e organizações, como a

viabilização de ações extensionistas ou implantação de disciplinas de

empreendedorismo e inovação nas disciplinas de cursos regulares ou como atividades

complementares para a formação empreendedora do alunado e comunidade, e demais

atividades como incentivo à elaboração de projetos, plano de negócios, aplicação de

jogos empresarias etc.

Hotel de Projetos - responsável pela prospecção de projetos inovadores que possam se

converter em oportunidades de negócios direcionando-os para as respectivas áreas de

atuação da AGI, além de promover o suporte necessário para os proponentes.

Núcleo de Empresas Juniores - NEJ/UEG - é um Programa com caráter permanente e

interdisciplinar que atua diretamente no apoio para as empresas juniores da

Universidade Estadual de Goiás, promovendo atividades comuns dessas empresas,

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sendo o Núcleo representativo do Movimento das Empresas Juniores (MEJ) da

Universidade Estadual de Goiás. Possui participação ativa no cenário goiano sendo co-

fundador da Goiás Júnior (Federação Goiana de Empresas Juniores), atuando na

promoção de diversas ações empreendedoras.

CONCLUSÃO

Os dados levantados e sistematizados sobre o ecossistema inovador existente no

Estado de Goiás evidenciaram que os vários agentes integradores desse ecossistema de

inovação apresentam importantes contribuições com suas respectivas competências instaladas

e objetivos articulados ao processo de inovação regional. Esta identificação consolidada no

presente trabalho agregou valor para a sedimentação do cenário favorável à constituição de

elementos aglutinadores para o alinhamento da concepção e etapas de criação da AGI.

Sobre a tríade acadêmica ensino-pesquisa-extensão, compreendemos que não existe

projeto de pesquisa, mesmo da mais pura pesquisa, sem finalidade e sem objetivos. Se há

finalidade e objetivos é porque é inerente ao ato de pesquisar as preocupações com a produção

de algum conhecimento, a divulgação dele e sua conversão em desenvolvimento tecnológico,

social e econômico. Se isso é inseparável da natureza da pesquisa, as práticas que segmentam

o fazer acadêmico em pesquisa, ensino e extensão não podem fazê-lo sem um grande cuidado.

Negligenciar qualquer um desses estágios da pesquisa, promover o desequilíbrio entre eles

enfraquece a universidade, porque em suma fragiliza a prática da pesquisa com seus acúmulos

históricos e suas demandas presentes. Diante do exposto, confirmamos que a academia é um

diferencial competitivo relevante para a criação da AGI, pois a academia constitui-se como

eixo articulador dos saberes necessários ao desenvolvimento de estudos, pesquisas e produção

de conhecimentos técnicos, científicos e culturais, balizadores do fazer científico disseminado

pela AGI junto aos integrantes da Hélice Quádrupla.

Os estudos delimitados na construção do referencial teórico do trabalho apresentaram

a relevância da Hélice Tríplice da inovação, contudo a ampliação do conceito e da prática

identificada na abordagem conceitual da Hélice Quádrupla pela CLIQ - Creating Local

Innovation evidenciou a relevância da participação efetiva da sociedade como importante

elemento da interação com governo-academia-setor produtivo.

A cooperação entre a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia - SECTEC, a

Universidade Estadual de Goiás - UEG e a Agência USP Inovação demonstrada no trabalho,

confirma a importância do intercâmbio e aproximação dos atores. A Agência USP de

Inovação diferencia-se pelo know-how vivenciado como habitat de inovação já consolidado,

assumindo na cooperação, posição de vanguarda e transferência do conhecimento técnico-

científico diferenciado para a concepção e o desenvolvimento da Agência Goiana de Inovação

– AGI. A SECTEC assume a atuação governamental, a UEG assume a atuação acadêmica,

segundo a concepção de inovação disseminada pela Hélice Quádrupla. O setor produtivo

encontra-se implicitamente presente no trabalho, por meio das demandas evidenciadas na

concepção dos estudos para a criação da AGI.

Os resultados produzidos pelos estudos e sistematizados no presente trabalho

possibilitarão dados, informações e fundamentos teóricos importantes e balizadores para o

processo de desenvolvimento da Agência Goiana de Inovação - AGI e de políticas públicas de

fomento à inovação tecnológica, como propulsoras de desenvolvimento e crescimento das

políticas de Estado e do setor produtivo, com vistas a impulsionar o ambiente de inovação

regional.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Estado da Casa Civil. Disponível em

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Tecnologia - CITT, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), 2012.

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Junho de 2011. Secretaria de Estado da Casa Civil.

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GOIÁS- Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (SETEC). Programa Goiano de

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19

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