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1 A Ciência na América Colonial nos escritos de Serafim Leite e Guillermo Furlong Newton Da Rocha Xavier 1 O início da produção de textos históricos na Companhia de Jesus é marcada pelo Chronicon,do Padre João Polanco (1517-1576) 2 , numa época em que o zelo pelo registro e narrativa dos feitos e a necessidade do testemunho eram incentivados pelo fundador Inácio de Loyola (1491-1556). Nesse contexto, os relatos dos missionários eram vertidos para a produção de memória institucional,e se tornavam a base para narrativas lidas dentro e fora da instituição religiosa, ad majorem dei gloriam, pelos séculos de existência da Companhia. É conhecida a tradição da produção epistolar da Companhia de Jesus e sua massiva produção dos mais diversos registros, sejam eles para o público interno ou externo, mais geral ou mais seleta. A profusão desses escritos foi enorme e sua circulação muito significativa. Inseridos em diversas atividades e situações locais, os jesuítas marcaram presença nas questões mais destacadas da Idade Moderna.No século XIX entretanto, no governo do Geral da Companhia de Jesus, Padre Luis Martin (1846-1906), entre 1892 e 1906, houve uma inflexão nos escritos de história na Ordem fundada por Loyola: as questões políticas enfrentadas pela Instituição nesta quadra histórica (em tempos de unificação italiana e caça às ordens religiosas) trouxeram a necessidade de salvar os arquivos de um confisco do governo em Roma, sendo transferidos para Exaten, Holanda. A Companhia estava envolvida em mais uma contenda e o fortalecimento da identidade da Instituição ganha espaço na pauta da XXIV Congregação Geral (24 de setembro a 5 de dezembro de 1892). O trabalho de Auguste Carayon (1813-1874), dos 1 Mestre em História Social (FFLCH/USP) e Graduando em Gestão de Políticas Públicas (EACH/USP) Agradeço ao Prof. Dr. Thomas Haddad (EACH/USP) pelos debates que impulsionaram este texto. 2 POLANCO, Joanne Alphono de. Vita Ignatii Loiolae et rerum Societatis Jesu historia. T. I.Matriti,1898 (Monumenta Historica Societatis Iesu, v. 1).

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Page 1: A Ciência na América Colonial nos escritos de Serafim ... · argentina. De fato, para ele o trabalho jesuítico no espaço platino foi essencial para o desenvolvimento da cultura,

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A Ciência na América Colonial nos escritos de Serafim Leite e Guillermo Furlong

Newton Da Rocha Xavier1

O início da produção de textos históricos na Companhia de Jesus é marcada pelo

Chronicon,do Padre João Polanco (1517-1576)2, numa época em que o zelo pelo registro e

narrativa dos feitos e a necessidade do testemunho eram incentivados pelo fundador Inácio

de Loyola (1491-1556). Nesse contexto, os relatos dos missionários eram vertidos para a

produção de memória institucional,e se tornavam a base para narrativas lidas dentro e fora

da instituição religiosa, ad majorem dei gloriam, pelos séculos de existência da Companhia.

É conhecida a tradição da produção epistolar da Companhia de Jesus e sua massiva

produção dos mais diversos registros, sejam eles para o público interno ou externo, mais

geral ou mais seleta.

A profusão desses escritos foi enorme e sua circulação muito significativa. Inseridos

em diversas atividades e situações locais, os jesuítas marcaram presença nas questões mais

destacadas da Idade Moderna.No século XIX entretanto, no governo do Geral da

Companhia de Jesus, Padre Luis Martin (1846-1906), entre 1892 e 1906, houve uma

inflexão nos escritos de história na Ordem fundada por Loyola: as questões políticas

enfrentadas pela Instituição nesta quadra histórica (em tempos de unificação italiana e caça

às ordens religiosas) trouxeram a necessidade de salvar os arquivos de um confisco do

governo em Roma, sendo transferidos para Exaten, Holanda.

A Companhia estava envolvida em mais uma contenda e o fortalecimento da

identidade da Instituição ganha espaço na pauta da XXIV Congregação Geral (24 de

setembro a 5 de dezembro de 1892). O trabalho de Auguste Carayon (1813-1874), dos

1 Mestre em História Social (FFLCH/USP) e Graduando em Gestão de Políticas Públicas (EACH/USP)

Agradeço ao Prof. Dr. Thomas Haddad (EACH/USP) pelos debates que impulsionaram este texto. 2 POLANCO, Joanne Alphono de. Vita Ignatii Loiolae et rerum Societatis Jesu historia. T. I.Matriti,1898

(Monumenta Historica Societatis Iesu, v. 1).

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irmãos Alois (1823-1858),de Augustin de Backer (1809-1846),do Pe. Carlos Sommervogel

(1834-1902) e a publicação do "Atlas Geographicus Societas Jesu"3, além da publicação da

Monumenta Historica Societatis Jesu (MHSI) em fascículos mensais de 160 páginas

figuram entre os legados desse momento. Destaca-se também o Padre Antonio Astrain

(1857-1928), guiado pelo projeto de Luis Martín enquanto ainda era seu provincial, e

depois Geral da Companhia, sendo diretor da MHSI de 1922 até 1928.

O ARSI (Archivum Romanum Societas Iesu) passa por mudanças que refletiram na

transformação da historiografia produzida pela Companhia de Jesus. Essa inflexão pode ser

atribuída à direção do Cardeal Franz Ehrle (1845-1934), que foi vice-Prefeito da Biblioteca

do Vaticano entre 1895 e 1914, e construiu destacado trabalho para torná-la mais acessível

à pesquisa. Quando o Padre Geral Luis Martin iniciou um projeto de escrever uma história

da Companhia de Jesus,contou com a ajuda do Cardeal Ehrle,que incentivou a realização de

um trabalho aos moldes da pesquisa histórica vigente no século XIX, deixando de ser

apenas uma leitura edificante. Como apontado por Luiz Fernando Medeiros Rodrigues, foi

essa mudança no modo de fazer história que refletiu na prática da Companhia e não o

contrário. O par dicotômico verdade/mentira passou a ser prioridade, e não mais o velho par

vício/virtude4.

Sob nomes como o Padre Antonio Astrain e com a ajuda de acesso aos arquivos

pelo Cardeal Ehrle, a Companhia escreve uma série de histórias de diversas

Províncias.Entender uma "História Universal" da Companhia de Jesus sem um cuidado de

pesquisa das realidades provinciais e delimitação e divisão dos quase quatro séculos de

história que a Instituição possuía naquele momento era uma tarefa impossível, já que há um

volume considerável de informações, e até mesmo de divergências, entre as linhas de

atuação em cada realidade provincial. Ademais, esse recorte administrativo reflete a

3CARREZ, Ludwig. Atlas Geographicus Societatis Iesu. Paris, Georgium Colombier. 1900. 4RODRIGUES, Luiz Fernando Medeiros. A “Bibliothèque de la Compagnie de Jésus” de Carlos

Sommervogel e a historiografia da Companhia de Jesus. In: Anais do XXVIII Simpósio Nacional de História,

Florianópolis. 2015. pág. 10

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tradição dos jesuítas, e assim as memórias e narrativas foram sistematizadas e publicadas

no decorrer dos séculos.

É nessa linha "genealógica" que podemos encaixar dois homens comprometidos

com a História da Companhia na América do Sul: os sacerdotes Serafim Leite (1890-1969)

e Guillermo Furlong (1889-1974), autores de relevantes obras sobre a história da atuação

Companhia de Jesus nos impérios ibéricos, na América Portuguesa e Província Jesuítica do

Paraguai respectivamente, e nos debruçarmos sobre semelhanças e diferenças, marcados

pelo carisma de sua ordem religiosa, mas também pelas especificidades inerentes à inserção

que cada um teve em seu contexto.

FURLONG: a Arcádia Perdida5

O santafesino de ancestralidade irlandesa, Guillermo Furlong-Cardiff entrou na

Companhia de Jesus em 1903, e teve sua formação em Tortosa, na Espanha e em

Woodstock, nos EUA. Regressando à Argentina, atuou no Colegio del Salvador, entre 1916

e 1920, de onde saiu para cursar Teologia e sua terceira provação em Barcelona.Regressou

ao Colegio del Salvador em Buenos Aires, com uma estadia em Montevideu, entre 1930 e

1934. Foi assíduo colaborador da revista Estudios, uma publicação da Academia Literaria

del Plata, fundada por ex-alunos doColegio del Salvador. Na revista, o Pe. Furlong foi

grande participante, com contribuições sob dezenas de pseudônimos6.

Chamam a atenção as numerosas publicações de Furlong, que dividia seu tempo

entre o ofício de historiador e o trabalho na Ação Católica de seu país. Entre essa

5 A inspiração para citar a Arcádia Perdida de Furlong partiu de duas produções que devem aqui ser

devidamente citadas: ASÚA, Miguel de. Science in the Vanished Arcadia: Knowledge of Nature in the Jesuit

Missions of Paraguay and Río de la Plata. Brill, Boston. 2014 e IMOLESI, María Elena Imolesi, De la utopía

a la historia. La reinvención del pasado en los textos de Guillermo Furlong, Mélanges de l’École française de

Rome - Italie et Méditerranée modernes et contemporaines. URL : http://mefrim.revues.org/1713. (consulta

em 07/08/2016) 6 TESLER, Mario. La obra oculta del Padre Furlong. Instituto de Investigaciones Históricas Juan Manuel de

Rosas, Buenos Aires 1994. at passim

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bibliografia, merecem destaque aquelas que podem ser consideradas obras de síntese:

Misiones y sus pueblos guaranies:El transplante cultural e Jesuitas y la cultura

rioplatense7. Pesquisou no Archivo General de la Nacion (Buenos Aires), trazendo à luz

muitos documentos incontornáveis para o estudo da história da região. Além de tudo isso,

ressalta-se sua ligação com seus irmãos de Ordem em Roma.

Seu trabalho está imbuído de nacionalismo, conforme já apontaram Mariana

Schossler e Eliane Fleck. Sua atuação na Ação Católica e Congregações Marianas também

é notória em sua biografia e obra, combatendo autores com visões mais críticas à atuação

da igreja na Argentina8.

A questão nacional argentina é exaltada por Furlong, que em sua produção reflete o

êxito imperial na fundação da Nação. Sua produção sobre a época colonial deixa claro o

papel da Companhia de Jesus na expansão imperial espanhola em toda a extensão da

Província Jesuítica do Paraguai, nos mais diversos ofícios retratados em sua escrita.

Sendo assim, seus livros são um esforço para retratar a evangelização e, mais do que

isso, o transplante cultural da Companhia de Jesus e sua importância para a gênese da nação

argentina. De fato, para ele o trabalho jesuítico no espaço platino foi essencial para o

desenvolvimento da cultura, imprensa e educação na região. Tudo isso com publicação de

fontes inéditas, acompanhadas de um estudo crítico-analítico, em embate com correntes

historiográficas mais anticlericais9.

O jesuíta argentino entrou em diversas controvérsias na História Civil da região

platina, contra homens como Blas Garay, historiador do Paraguay, ao defender a

importância das missões e executar o que Maria Imolesi qualificou como uma "escrita de

7 FURLONG, Guillermo. Misiones y sus pueblos de Guaranies. Buenos Aires, Imprenta Balmes, 1962.

HIstória Social y cultural del Rio de la Plata. (1536-1910) 3V. TEA. Buenos Aires. 1969 8 FLECK, Eliane Cristina Deckmann, SCHOSSLER, Mariana. Em busca do personagem: a construção de

uma memória sobre Guillermo Furlong SJ na revista Archivum (1979). In: História Unicap, v. 1, n.1. jan/jun

de 2014. pp. 91-113 9 FLECK, Eliane Cristina Deckmann. A abordagem historiográfica dos séculos XIX e XX sobre a atuação de

médicos e boticários jesuítas na América platina nos século XVIII. In: História, Ciências, Saúde-

Manguinhos. Rio de Janeiro, v. 21, n.2, abr-jun. 2014. p.667-685. p. 671.

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espelho10. Em sua obra "Transplante Cultural", Furlong deixa claro já no titulo a

centralidade da questão. Sua defesa do trabalho científico jesuíta quer responder às

conhecidas ideias de obscurantismo jesuítico. Aponta a inserção dos irmãos de Companhia

nos debates internacionais, e a luta na adversidade da missão marca sua escrita.

Uma figura merece destaque nos escritos de Furlong acerca de matemática e

astronomia: Buenaventura Suarez. Inserido no trabalho cientifico da região, o sacerdote

astrônomoé celebrado sobretudo pela sua condição de criollo e por sua trajetória ser toda

realizada no Novo Mundo:

"Buenaventura Suarez, una de las figuras más prominentes y mas

simpaticas en la história de la ciencias matematicas era argentino. Jamás estuvo en

Europa. Todos sus estudios los cursó en el colegio que los jesuitas tenían en Santa

Fé, su ciudad natal, y en Cordoba, en cuya universidad aprendeu las ciencias asy

filosoficas como naturales.

No se trata de un europeo, de un ex aluno de Kircher, como el Padre

Mascardi, a quien hemos mencionado ya, ni de un discipulo y amigo de Newton,

como Padre Falkner, de quien nos ocuparemos mas adelante; ni se trata de un

colaborador del Observatorio de Roma o de Milan, como foi Alonso Frias, sino de

un criollo que, por el ambiente cientifico, en que se formo, y por los maestros com

quem contó y por los libros que estuvieron a su disposicion, llegó a realizar

observaciones y estudios que fueron justamente admirados, ponderados y editados

en los centros culturales de Europa, y hasta en la exigente Universidad de

Upsala."11

10 IMOLESI, María Elena, De la utopía a la historia. La reinvención del pasado en los textos de Guillermo

Furlong. p. 14. 11 FURLONG,História Socilal y Cultural del Rio De la Plata (1530-1810). El Transplante Cultural: Ciência.

TEA. Buenos Aires. 1969. p.426.

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Exaltar o Pe. Buenaventura Suarez é exaltar a Companhia de Jesus e o

desenvolvimento científico trazido por ela ao que seria a Argentina. Furlong deixa claro a

pertença do insigne personagem à Santa Fé, e mais do que qualquer outro membro da

Ordem, é exaltado na obra. O historiador não se furta ao diálogo com a historiografia do

século XIX, que apontou em homens como o Pe. Buenaventura uma exceção em uma

realidade não propícia ao saber científico. Com contundência, Furlong responde à esse tipo

de análise, citando a obra de Juan Gutierrez sobre a educação argentina, mais precisamente

no conteúdo sobre ciências matemáticas e náuticas, em que os jesuítas são citados

profusamente como homens que teriam praticado ciência em ambiente hostil repleto de

pessoas desinteressadas12:

"Gutierrez ha escrito que Suarez era un autodidata que triunfó sobre su

medio. Fue la floracion, la cumbre, a que llegraron los esfuerzos, los tanteos, los

ensayos de toda la centuria que le habia precedido. El proclamar autodidactas a

los hombres eminentes que vivieron en la epoca colonial foi una solucion fácil e

ingeniosa que los desconecedores de la cultura de otrora daban para explicar la

existencia de sabios entre nosotros, pero como el número de éstos es mucho mayor

de lo que se suponia, resulta que los autodidactas han abundado en América más

que los aliodidactas."13

Do mesmo modo, segundo Furlong, a região do grande Paraguai perdeu com a

Expulsão da Companhia em 1767. O trauma na educação e desarticulação do trabalho

missionário foram de impacto terrível, com prejuízo econômico e social. Como não poderia

ser diferente, exalta aquela realidade com rigor documental e debate afinado ao seu tempo

12 GUTIERREZ, Juan Maria. Noticias historicas sobre el origen y desarollode la enseñanza pública superior

en Buenos Aires. Buenos Aires, 1868. pp 181-218, pp 137-174. 13 História Social y Cultural del Rio De la Plata (1530-1810). El Transplante Cultural: Ciência. TEA. Buenos

Aires. 1969. p.426.

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,travando combate ferrenho na produção historiográfica argentina à visão dos jesuítas como

responsáveis por uma "infecunda escolástica" que permearia o pensamento colonial14.

Acima de tudo é um historiador institucional. Ecoa também a larga produção dos

jesuítas exilados como Florian Paucke em San Javier entre os Mocobies, Pedro Lozano e

seu livro sobre o Gran Chaco, ou outras produções como a extensa produção cartográfica

da região no século XVIII que exalta o trabalho dos padres que regaram o solo do grande

Paraguai com sangue e suor. Sai das páginas um mundo que se esvaiu, uma "Arcádia

perdida" como encontramos descrito por Robert Bontine Cunningham Graham, um

improvável defensor anglo-saxão, simpático ao socialismo e primeiro presidente do Scotish

National Party (SNP), citado por Furlong como um defensor do trabalho jesuítico no

Paraguai exatamente pelo seu distanciamento da questão em sua obra Misiones y sus

pueblos de guaranies15.

SERAFIM LEITE: o eco da vinha estéril

Serafim Leite teve amplo destaque ao escrever sobre a presença jesuítica na

América Portuguesa. Na juventude, trabalhou como comerciante no Pará, seu contato

primeiro com o Brasil. Ao retornar à Europa em 1914, ingressou na Companhia de Jesus e

em 1929 integrou a revista Brotéria, onde escreveu sobre literatura, apologética, cultura e

sociedade.

Em 1933 iniciou sua obra de destaque, a História da Companhia de Jesus no Brasil,

com seus volumes publicados em 1938 (I e II) e entre 1943 e 1950 (III ao X). Sua obra é

uma grande síntese de seus estudos e teve muito impacto no Brasil por trazer à luz uma

grande quantidade de documentos inéditos, sendo por isso condecorado pelo governo

brasileiro e eleito membro correspondente da Academia Brasileira de Letras.A trajetória

14 FLECK, Eliane Cristina Deckmann. A abordagem historiográfica dos séculos XIX e XX sobre a atuação de

médicos e boticários jesuítas na América platina no século XVIII. História, Ciências, Saúde – Manguinhos,

Rio de Janeiro, v.21, n.2, abr.-jun. 2014, p.667-685 p. 678 15 FURLONG, Guillermo. Misiones y sus pueblos guaranies. p. 732ss

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luso-brasileira de Serafim Leite marca sua história que, nas palavras do próprio sacerdote, é

uma ramificação da História da Companhia de Jesus de Portugal, e que seria parte

integrante de uma história universal da Companhia posteriormente16.

Seu foco está nas questões sobre catequese, política,estudo dos idiomas, ciência e

artes & ofícios. Ao contrário de Furlong, Serafim Leite não pensava em exaltar a

nacionalidade brasileira: era português e pensava suas questões a partir daí. Coloca a

Companhia como um elemento fundamental ao desenvolvimento econômico e tecnológico

da colônia, inclusive publicando um livro apenas sobre as artes & ofícios da Companhia de

Jesus no Brasil, onde dá pormenores biográficos dos irmãos coadjutores que desenvolveram

atividades na América Portuguesa, com o objetivo de ressaltar aspectos pouco estudados da

atuação jesuítica17.Sua produção visava repensar o lugar da Companhia na História do

Brasil e analisar as mesmas questões tributárias das velhas ideias de atraso jesuítico e o

apagamento de certas empreitadas dos religiosos na região.

A comparação inevitável com o trabalho nas possessões espanholas acontece ao se

referir ao ensino universitário, um tipo de comparação presente nas obras de outros autores

da historiografia recente18. Apesar de pontuar todos os problemas, Serafim não ignora

alguns avanços na ciência e aponta a vinda dos "Padres Matemáticos" Diogo Soares (1684-

1748) e Domingos Capassi (1694-1736) da Europa como uma prova da vontade jesuítica de

investigação e produção de conhecimento, sempre fiéis à Companhia e abertos aos bafejos

da produção científica da época, sob a autoridade da Coroa Portuguesa19. Não eram filhos

do Novo Mundo como o Pe. Buenaventura, mas portugueses no trabalho de demarcação de

fronteiras.

Tal como seu irmão de ordem platino,Pe. Furlong, Pe. Serafim combate alguns

preconceitos historiográficos contra a intelectualidade ibérica que não valoriza a história da

16 Acervo Biblioteca Padre Antonio Vieira. Hemeroteca. 4.1.1950/04/13- R616. 13/4/1950 17 LEITE, Serafim. Artes e ofícios dos jesuítas no Brasil (1549-1760). Lisboa: Edições Brotéria. Rio de

Janeiro, 1953 18 CAMENIETZKI, Carlos Ziller. The Celestial Pilgrimages of Valentin Stansel (1621-1705), Jesuit

Astronomer and Missionary in Brazil. In: FEINGOLD, Mordechai. Archimedes, Vol. 6, pg 249 - 270. 19 LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil. Tomo VII, Livro 2, capítulo V. p.225ss

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ciência colonial.Para argumentar contra o bloqueio ao trabalho de Humboldt, ressalta que

quando o explorador esteve na América Portuguesa, no início do século XIX, há muito a

ordem de Santo Inácio já tinha sido expulsa dos domínios portugueses20. De maneira

perspicaz, Leite aponta a viagem de La Condamine, geógrafo que teve amplo contato com

os jesuítas durante sua estadia no Pará, em 174321.

"(...) diz-se às vezes, Portugal, para manter o Brasil ignorante, o isolava das

correntes de cultura européia, e diz-se ao mesmo tempo que Portugal em si mesmo

estava fora dessas correntes (o que já é uma afirmação contraditória); diz-seque

fechava as portas do Brasil aos sábios (Humboldt), e aos estrangeiros, (...)

A estes temas depreciativos foi moda, algum tempo acrescentar-se ainda o

pirilampo da cultura holandesa.

Humboldt cai fora do período dos nossos estudos, pois em 1800 a

Companhia de Jesus não existia no Brasil.”

Contrasta essa situação com a estadia de La Condamine22 quase sessenta anos

antes:

“(...) Outro sábio não menos ilustre, La Condamine, tinha sido recebido no

mesmo Pará, em 1743, no Reinado de Dom João V, com todas as honras; e os

jesuítas acolheram-no fidalgamente e lhe facilitaram as observações científicas,

ficando com ele em contato epistolar. Outros sábios estrangeiros entraram no

Brasil, nos séculos XVII XVIII, e da Companhia de Jesus não poucos, entre os quais

Pfeil, Estancel e Capassi. Este último com Diogo Soares subvencionados pelo

erário público"23.

20 LEITE, Serafim, Idem, pág. 226. 21 LEITE, Serafim, Idem, pág. 226. 22 LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus, tomo VII, livro 2, capútulo V, pág. 225ss 23 LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus. Tomo VII, Livro 2, capítulo V. pág. 225ss

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Dessa maneira, Serafim Leite exime a Ordem e Portugal de culpas por quaisquer

"atrasos" científicos vigentes nas terras americanas.

Se, como já vimos, Guillermo Furlong exalta o criollo Buenaventura Suarez ou os

irmãos estrangeiros que tiveram destaque nas ciências, Serafim lamenta a falta de empenho

dos habitantes da América Portuguesa para o estudo, como também a falta de vocações,

seja na época colonial, seja já no século XX, em ambiente de pouca abertura para o trabalho

religioso e intelectual.

O contraste não para por aí. Ainda lamentando sobre a questão do ensino de

Ciências, mostra a potencialidade dos mestres da Companhia e a falta de alunos e

condições materiais adequadas, como no caso do Pe. Gaspar de Samperes, homem apto em

ambiente infrutífero, quase como uma semente em solo infértil.

"Se houvesse gente e meio propício, desde o século XVI que o Engenheiro P.

Gaspar de Semperes24teria ensinado no Brasil Matemáticas superiores. O Brasil

nos dois primeiros séculos tinha porém preocupações mais urgentes, que era a da

sua própria formação, alargamento e estabilização, com a produção da riqueza

demográfica e material, condições prévias e indispensáveis, para cultura mais

generalizada do espírito."25

Essa dificuldade da instalação das aulas de matemática, que só funcionariam no

século XVIII no colégio da Bahia, não foi, afirma Serafim Leite, por falta de mestres,

arrolando nomes como o de Inácio Stafford (1599-1642), Jacobo Cocleo (1628-1710),

Aloíso Pfeil (1638-1701), Valentim Estancel (1621-1705), Diogo Soares (1684-1748) e

Domingos Capassi (1694-1736)

24 O nome do Padre Gaspar de Samperes aparece com as duas grafias na obra. 25 LEITE, Serafim. História da Companhia de Jesus no Brasil, Tomo VII, Livro II, Cap. II, Editora Itatiaia,

Belor Horizonte, 2006 (1949) pág.164.

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Ao mencionar a raiz do problema, utiliza as justificativas do século XVII,

mencionando ideias racistas e preconceituosas: influência do clima, primeira nutrição

inadequada (aleitamento materno por escravas), educação familiar frouxa, mestiçagem,

origem social, sentimentalismo mórbido que tolhia a liberdade dos movimentos,

depravação de costumes, deficiência física e preconceito social contra o trabalho26.

O jesuíta continua a ressaltar as dificuldades da realidade do Brasil: a messe é

grande, os operários são poucos. Ao falar sobre o recrutamento de religiosos, Serafim cita

que a Ordem ainda tinha problemas para conseguir candidatos. Numa crítica que atravessa

séculos, ele expande a falta de vocações sacerdotais dos tempos coloniais até o século XX,

praticamente atualizando suas críticas27.

Analisar a causa da detração e do sentimento de dificuldade de trabalho científico

sem conectar a essa visão de mundo repercutida em Serafim Leite é perder a profundidade

da questão. Não se pode enxergar os tomos da obra sobre ciência e ensino como parte

isolada de uma obra que se prentende totalizante. Essa enumeração das causas dos

problemas brasileirosnão é uma mera reprodução de um velho documento, e sim um eco,

como podemos perceber na escrita do próprio religioso ao falar do que foi acima

enumerado:

"(...) Quase todos os oito pontos mencionados estão ainda hoje sujeitos a

discussão entre antropólogos, educadores e sociólogos, discussão apaixonante nas

três formas literárias sucessivas (...)"28

Tal como em Furlong, ecoam em Serafim as velhas ideias da dificuldade de

evangelização. Não que nas antigas narrativa da América Espanhola elas não existissem:

foram relatadas com muito vigor os martírios e perigos dos antigos missionários no grande

26 Idem, Tomo VII, Livro II. pág 233-235. 27Idem. Tomo VII, Livro III. pág. 233. 28LEITE, Serafim, Idem, pág. 236.

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Paraguai dos jesuítas, como também problemas com a inconstância da alma indígena e seus

costumes pecaminosos. A questão é que na escrita do autor português prevaleceu a velha

tristeza de Pe. Manuel da Nóbrega, Pe. José de Anchieta e da narrativa dura do Pe. Simão

de Vasconcelos, operários da chamada "vinha estéril", para resgatar a imagem

veterotestamentária e resgatada por Pe. Manoel da Nóbrega em seu diálogo sobre a

conversão do gentio e largamente analisado pela historiografia29.

Conclusão

Em meio à discussão sobre as peculiaridades da atuação do trabalho jesuítico pelo

planeta, há a contenda entre o desejo de construção de uma identidade única e global da

Companhia e a inserção das particularidades de cada região nessa construção, o que

demandava certa flexibilidade dos missionários.

Entre Serafim Leite e Guillermo Furlong, podemos perceber as contradições dessas

atuações no que se refere à produção historiográfica. Os contrastes vão além da escrita

criolla do argentino ou da lusitanidade de Serafim Leite, que vê a Companhia de Jesus no

Brasil como uma prolongação do trabalho jesuítico português. Por outro lado, em ambos há

uma fidelidade aos irmãos de ordem do passado, a quem rendem homenagem e atualizam

as opiniões, carregando nas tintas onde acham mais propício.

Furlong exalta a cultura de seu país e a produção científica, de forma estratégica,

como se dissolvesse a História da Companhia na realidade platina, fundindo a Companhia

29 Citar a vinha estéril aqui é uma referência a importante ao Diálogo sobre a conversão do gentio (1558), que

trata da dificuldade do trabalho missionário em terras americanas e é referenciado na obra de Charlotte

Castelnau-L'Estoile: CASTELNAU-L'ESTOILE, Charlotte. Operários de uma vinha estéril: os jesuítas e a

conversão dos índios no Brasil (1580-1620). São Paulo: EDUSC, 2006.

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de Jesus e a pátria. Serafim, mais cuidadoso, foca em sua obra os primeiros dois séculos da

atuação jesuítica, com prioridade nos trabalhos dos pioneiros da Província Luso-americana.

O contraste desenhado por Furlong entre a glória santafesina de Buenaventura

Suarez em um mundo pleno de potencialidades e injustiçado pela historiografia anticlerical,

e a dificuldade do trabalho na América Portuguesa, mostra em Serafim uma defesa da

Companhia e não da terra do Brasil, essa sendo dura, palco de um trabalho difícil, tal como

era também na Província do Paraguai, com a diferença de que nela não havia fruto. A figura

da Vinha estéril, apontada pelos primeiros sacerdotes desembarcados no Brasil e a

dificuldade de ensinar, a despeito da capacidade dos mestres, mostra o desafio na América

Portuguesa.

A memória dos dois sacerdotes, imbuídos de uma mesma tarefa, mas com uma

perspectiva diferente, nos mostra a dificuldade de um estudo prosopográfico da Companhia

de Jesus, ao mesmo tempo que nos dão valiosas informações da História da Ciência dos

impérios ibéricos. Furlong tinha claramente um compromisso com a pátria e com a ordem,

enquanto o sacerdote português deixava de lado qualquer relação pessoal com a colônia,

tentando sempre ser mais universal na construção da história da Companhia. Dessa forma,

correlacionar os dois autores passa a ser uma boa forma de exemplificar a grande

dificuldade apresentada no século XIX em se construir uma historia universal da

Companhia, tal qual foi ansiada primeiramente pelo Pe. Geral Luis Martin. Em comum nas

duas produções, o que unia os dois autores era a luta por uma valorização das atuações

jesuíticas em suas realidade , incluindo-se aí a ciência.

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