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Tuna Académica “A Pandilha” Liceu de Évora – 1942 Emília Godinho Joaquim Touguinha José Sepúlveda

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Page 1: A banjola, livro

Tuna Académica

“A Pandilha”

Liceu de Évora – 1942

Emília GodinhoJoaquim Touguinha

José Sepúlveda

Page 2: A banjola, livro

Tuna Académica

“A Pandilha”

Liceu de Évora – 1942

Universidade Senior do Rotary Club da Póvoa de Varzim

Aula de Música

Emília GodinhoJoaquim Touguinha

José Sepúlveda

Page 3: A banjola, livro

Apoio PedagógicoJosé Abel Carriço

EdiçãoEbookhttps://issuu.com/correiasepulveda

FormataçãoJosé Sepúlveda

TituloA Banjola e Joaquim Godinho

AutoresEmília Godinho

Joaquim TouguinhaJosé Sepúlveda

CapaPintura de Emília Godinho

Conceção de José Sepúlveda

Trabalho elaborado no âmbito da Aula de Música da USRCPV -Universidade Sénior do Rotary Clube da Póvoa de Varzim,tendo em vista a sua inclusão nas Manifestações Paralelas do 38ºFestival de Internacional de Música da Póvoa de Varzim

Ficha Técnica

A Banjolae Joaquim Godinho

Page 4: A banjola, livro

TÍTULO PG

Preâmbulo 04

Biografia de Joaquim Godinho 06

Instrumentos cordofones 11

Joaquim Godinho e a Tuna do Liceu de Évora 23

. A Tuna 23

. O reportório 27

. O traje 30

. O estandarte 31

. Presidentes da Academia 32

. Regência da Tuna 32

. Estatutos

. Associação Académica 33

Galeria Fotográfica 34

Fontes 39

Índice

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 5: A banjola, livro

Quando conheci Joaquim Godinho, o seu sotaque

alentejano fazia-se ouvir como o som de rubras

papoilas com pétalas esvoaçando ao vento ao

longo da bela e extensa charneca de Vila Viçosa.

Aquele ar aparentemente austero escondia uma

ternura imensa, oculta pelo peso das responsa-

bilidades inerentes à sua atividade de pedagogo

e dirigente que o impedia de se mostrar na sua

plenitude e contrastava com o sorriso alegre e

genuíno da sua dedicada companheira de todos

os dias – a querida professora Emília Godinho -

que seguia os seus passos para onde quer ele

fosse.

Habituei-me a ver o velho professor nos

corredores da Escola Comercial e Industrial, da

Póvoa de Varzim, de pasta na mão, a entrar na

Sala de Aulas e ali, com mestria inigualável,

transmitir aos seus alunos o seu profundo em

contabilidade e gestão, ensinos que viriam a

transformar-se na cartilha que viria a nortear o

seu próprio rumo no percurso de toda a sua vida.

Hoje, queremos imaginá-lo na sua juventude,

calcorreando rua a rua a cidade de Évora, de

banjola ao ombro, a animar com os seus amigos

os espaços culturais, quiçá, a participar em

animadas noites de serenata, a cantar os amores

Preâmbulo

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 6: A banjola, livro

secretos e irreverentes da sua juventude e a

participar em animadas apresentações da sua

Tuna, a “”mui célebre e desequilibrada Pandilha”,

como apelidavam com carinho, da qual foi um

elemento ativo, constante e dedicado – o tocador

de bandola...

Foi neste ambiente, ali, perto do grande Templo de

Diana (ou sabe-se lá de que deusas ou deuses) que

extravasou com os amigos aquela alegria tão

genuína que o ambiente académico lhes pro-

porcionava. Com eles, Joaquim Godinho devolvia

ao povo os trinados da sua banjola que se

misturava aos sons de violas, adufes e pandeiros

e transformavam os momentos agradáveis

recordações, delícias daaquela juventude e da

gesta alentejana.

Que saudades do velho professor, do seu subtil

sorriso. Do qual brotava uma ternura imensa,

dentro de quem pulsava um coração enorme de

marido dedicado e professor exemplar. Como era

bom vê-lo lado a lado com a sua companheira, a ,

a quem sempre ofereceu o melhor de si.

Nesta singela homenagem, quero expressar um

enorme sentimento de gratidão e reiterar que não

esquecerei nunca o seu exemplo, a sua dedicação,

o seu carinho à causa do amor e do ensino.

Bem haja, Dr. Joaquim Godinho.

José Sepúlveda

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 7: A banjola, livro

Em 1949 iniciou a atividade docente, lecionando nasEscolas: Secundária de Silves; Júlio Martins emChaves; Veiga Beirão em Lisboa (onde seprofissionalizou); Nº. 2 de Beja e finalmente na EscolaIndustrial e Comercial da Póvoa de Varzim (hojeRocha Peixoto).

Foi colocado em 1955 na escola da Póvoa de Varzim,como professor provisório, tendo no ano seguintesaído para estagiar. Porque esta cidade o encantou,regressou em 1957 já como professor efetivo do 6ºgrupo, mantendo-se até à sua aposentação.

Casou com a Exma. Senhora Professora D. EmíliaAlice Nunes Pereira Abelha Godinho.

No exercício de funções docentes desempenhou ocargo de Diretor dos Cursos Comerciais de 1966 a1968, subdiretor de 12 de Agosto de 1968 a 1 de Abrilde 1970 e Diretor da Escola Industrial e Comercial daPóvoa de Varzim de 2 de Abril de 1970 até 25 de Abrilde 1974.

Aposentou-se em 1 de Janeiro de 1989 (D.R. 298 IISérie de 27.1288) deixando um currículo, um historiale uma amizade no meio escolar e em todos aquelesque tiveram o privilégio de o terem como amigo ecomo mestre.

Faleceu em 8 de Fevereiro de 2001, perdeu-se umamigo um HOMEM autentico que se impôs pela suasabedoria e humildade.

Joaquim José Abelha Godinho, nasceu a 09de Fevereiro de 1923 na freguesia de S.Bartolomeu, concelho de Vila Viçosa.Licenciou-se em Ciências Económicas eFinanceiras pelo Instituto Superior deCiências Económicas de Lisboa.

Biografia

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 8: A banjola, livro

JOAQUIM Godinho com amigos d’A Pandilha

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Page 9: A banjola, livro

Verso da foto com os autógrafos dos presentes

A Banjolae Joaquim Godinho

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A Banjolae Joaquim Godinho

Caricatura de Joaquim GodinhoAutor: Fernando Gonçalves (Nando)Fonte: Coleção particular de Emília Godinho

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Joaquim Godinho

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 12: A banjola, livro

Dedicamos a nossa atenção na apresentação daBANJOLA, instrumento muito tocado por quem nostraz gratas recordações e muitas saudades.

Vamos desenvolver o nosso trabalho com esteinserido na família dos cordofones.

Entende-se por cordofones todos os instrumentos cujasonoridade depende de uma ou mais cordas emvibração. Neste trabalho pretendemos evidenciar osque estão mais ligados ao banjo, sem descuidaralguns da música popular por lhes ficar associado.Reservamos o início desta nossa exposição à Banjola.

Far-se-á uma exposição abreviada de algunscordofones de maior popularidade.

A Banjolae Joaquim Godinho

Instrumentos cordofones

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Page 13: A banjola, livro

A BANJOLA é um grande instrumento dafamília dos banjos impropriamente chama-do de Bandola. Pertence à família dos banjose não à dos bandolins.

Este instrumento tem uma sonoridadegrave e potente dando-lhe um papelimportante na melodia ou no contracanto,em diálogos musicais com o bandolim ououtro instrumento de corda palhetado.Afina, como o bandolim, do agudo para ograve MI, LÁ, RÉ SOL, embora uma oitavaabaixo.

Em Portugal todos os instrumentos dafamília dos banjos são de corda palhetada.A palheta é normalmente uma peça triangu-lar ou ovalada (antigamente era de tarta-ruga, hoje é de matéria plástica) que oexecutante segura entre os dedos indicadore polegar da mão direita para executarmelodias.

Este instrumento é constituído por uma poruma caixa acústica em pele curtida (antes,com bexiga de porco) retesada por para-fusos de afinação, que confere uma sono-ridade especial. Se a pele não estiver bemesticada as cordas assentam sobre a escala eo instrumento não produz um sommelódico.”

(Recolha efetuada na Wikipédia Maio 2016)

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 14: A banjola, livro

O BANJO é um instrumento de cordas deorigem africana, foi inspirado em diversosoutros instrumentos africanos inicialmenteproduzido pelos negros escravos. Osprimeiros BANJOS apareceram no séculoXVII e começaram a cair nas graças dosmúsicos ambulantes no século XIX.

Foi introduzido nos Estados Unidos noinício do Século XIX e, é lá bastante usadonas músicas FOLK, JAZZ, BLUES ECOUNTRY.

Veio mais tarde a ser adaptado etransformado para o SAMBA no Brasil,proporcionando novas modalidades detocar e até de compor.

É um instrumento musical de 4 a 10 cordas,era construído por um aro ou anel demadeira circular de 35 de diâmetro, cobertode pele. A pele e o anel montam-se comParafusos metálicos ( e o ressonador demadeira que se acrescenta posteriormentetambém). Esta mistura de materiais conse-gue fazer dele um dos instrumentosmusicais com um som mais característico einconfundível.

Pode ter 4; 5; 6; 8 ou 10 cordas e vários tiposde afinação.

Os banjos primitivos usavam uma peleesticada sobre um aro de madeira oumetálico. Possui um papel muito impor-tante na música folclórica de muitas cultu-ras ocidentais.

A maioria dos banjos possui cinco cordas.Porém os banjos tenor têm apenas 4 cordase são geralmente tocados com uma palheta,o que permite que seja ouvido com maisclareza.

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 15: A banjola, livro

A BANDOLETA é um instrumentomuito usado nas tunas académicas,sociedades recreativas e filarmónicas,é tocado com palheta; a sua afinaçãoé: Lá, Ré, Sol Dó

A BANDOLINETA é um instru-mento de pequenas dimensões epor isso de sonoridade maisaguda, a sua afinação é: Lá RéSol Dó.

O BANDOLIM criou raízes e muitossimpatizantes na execução mesmo noambiente popular.

Este instrumento foi muito acarinhadopor senhoras. É encordoado com quatroordens de cordas num total de oito queafinam do agudo para o grave “MI, LÁ,RÉ, SOL”;

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A BRAGUINHA é de construção idêntica àdo cavaquinho de Lisboa. A Braguinha áteve vários nomes como – Braga; Machetede Braga; Machete; Machetinho, Cavaquinho –é utilizada como instrumento cantantefolclore da Madeira, sendo construído emduas versões o Braguinha Rural de fracaconstrução destinado a acompanhamentoe Braguinha Urbano desempenhando afunção solista e tendo uma escala precisa ericamente decorado;

O CAVAQUINHO adianta-se serum Instrumento preferido nasfestas do Minho. Ver trabalhoricamente apresentado como partedo projecto em que nos incluímos

A Banjolae Joaquim Godinho

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A GUITARRA PORTUGUESA éum instrumento de excelênciausado no Porto, Coimbra e Lisboa.Em Portugal a notícia mais remotasobre violeiros data do sec. XV erefere-se a Martins VasquesCoelho. Os primeiros construtoresde Guitarras Portuguesas foramLuís Soares Sevilhano do Porto.

A guitarra de Lisboa tem umtamanho diferente da Guitarra deCoimbra (Lisboa - 44 cm, Coimbra- 46 cm). A afinação da de Coimbraé um tom abaixo da de Lisboa eafina do agudo para o grave: LÁ,SOL, RÉ, LÁ, SOL DÓ. A deCoimbra tem uma sonoridade maistoeira e tem uma técnica de tocardiferente da de Lisboa.

A GUITARRA PORTUGUESA DELISBOA é mais longa que a anteriore a sua história centra-se nas trocascomerciais do rio douro com aInglaterra sec. XVIII. Foi pelomestre Capela nacionalizada.António da Silva Leite.

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A VIOLA DA ARAME DA MADEIRA éum cordofone da família das violasportuguesas, utilizada pelos tocadorespara acompanhamento da “charamba”(charamba é uma música popular ecantada ao desafio e por homens)é umaviola pequena de escala sobreposta aotampo com 14 trastos e tem 9 cordasdistribuídas por 5 ordens.

A VIOLA AMARANTINA é uminstrumento típico do Minho e como opróprio nome indica da zona deAmarante. A boca tem a forma de doiscorações, aparece geralmente nasfestas onde o tocador acompanha a“chula” da região do Baixo Tâmega. Oencordoamento desta viola é de 5ordens duplas afinando do agudopara o grave (LÁ, MI, SI, LÁ RÉ) debluegrass

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A VIOLA BRAGUESA é um instru-mento popular do Noroeste portu-guês entre Douro e Minho, toca-se asolo ou no acompanha-mento docanto (rusgas, chulas e ao desafio)tem essencialmente duas afinações“moda velha e Mouraria velha. Tem10 cordas armadas em 5 ordensduplas, afina na moda velha doagudo para o grave LÁ, MI, SI, LÁRÉ e na Moraria Velha também doagudo para o grave SOL, RÉ, LÁSOL DÓ. grupos de bluegrass .

A VIOLA BANJO não é mais do quea adaptação de um braço de VIOLAde seis cordas à caixa acústica de umBANJO. Afina do agudo para o grave(MI, SI, SOL, RÉ, LÁ MI) .

A VIOLA BEIROA é um cordofone tipoviola de arame e aparece na zona deCastelo Branco, tem 12 cordas distribuí-das por 6 ordens, mostrando no cra-velhal 10 cravelhas dorsais e no final dobraço 2 cravelhas com cordas de armeque são tocadas soltas a que dão o nomede requintas ou cantadeiras.

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A VIOLA CAMPANIÇA é um instru-mento de acompanhamento da músicapopular do Baixo Alentejo, mais com-cretamente na zona de Vila Verde deFicalho. Este instrumento tende a desa-parecer pois em 1971 só havia 7 toca-dores na Aldeia Nova, localidade que foisubmersa com a construção da barragemdo Monte da Rocha.

O cravelhal é de 12 cravelhas do topo,mas os tocadores apenas utilizavam 10ou 8 cordas, utiliza cordas de aço ebordão afina Sol Mi Do Fá Dó.

A VIOLA DA TERCEIRA é uminstrumento com 15 cordas. Por faltade documentação não se sabe a datadas violas de arame nos Açores, masno séc. XV, Em Santa Maria e S.Miguel foram as primeiras ilhas aserem povoadas. Fazia parte dosdote de casamento de qualquernoivo, e só gente endinheirada tinhaacesso a este instrumento.

A sua afinação é feita das cordasfinas para as grossas e tem váriasordens: 1ª ordem – 2 cordas em MI;2ª ordem – 2 cordas em SI; 3ª. Ordem2 cordas em SOL ; 4ª. Ordem 3cordas em RÉ (bordão e duas cordasde aço) 5ª ordem 3 cordas em LÁ(bordão e 2 cordas em aço) e 6ªordem 3 cordas em MI (bordãograve e dois mais finos).

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A VIOLA DA TERCEIRA (2) é umavariante da viola da terceira,instrumento com 18 cordas, distri-buída por sete ordens. A sua cons-trução é idêntica à de 15 cordas,apenas com mais uma ordem de 3cordas. A sua afinação é ao gosto dotocador. Porém indica-nos um livrode recolha de José Lúcio que afinaMI SI SOL RÉ LÁ MI.

A VIOLA DA TERRA é um instrumentotípico de S. Miguel Açores.

A sonoridade insular dá-lhe um timbrenostálgico e os construtores esmeram-seem pormenores que lhe dão umacaracterística inconfundível.

De salientar no tampo os dois corações,um cavalete de homenagem aos açores. Éencordoado em 5 ordens sendo as trêsprimeiras duplas e as restantes triplas.

Utiliza bordões de guitarra e carrinhosde aço de latão, afina RÉ SI SOL RÉ LÁ .

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A VIOLA TOEIRA é uma viola de arameda Beira Litoral mais concretamente dazona de Coimbra.

È um instrumento pequeno de 12 cordase boca oval deitada. As 12 cordas estãodistribuídas por 5 ordens, sendo as trêsprimeiras duplas e as restantes triplas,conjunto de bordão e duas cordas de açoou latão. Afina do agudo para o grave:MI SI SOL RÉ LÁ.

Existe no Museu Etnográfico de Coimbraum exemplo raro e que foi construídopelo violeiro José Rodrigues Bruno.

O VIOLÃO surge para se distinguir daviola de 6 cordas singelas (viola francesaou guitarra clássica) das violas de arame,tanto do continente como das ilhasinsulares.

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O RAJÃO é também um instrumentopopular do folclore madeirense e indis-pensável companheiro dos folguedos,tem 5 cordas

1ª corda LÀ carrinho nº. 10 ou 8;

2ª corda MI carrinho nº. 4 Ou 6;

3ª corda DÓ bordão (SI bordão deguitarra portuguesa;

4ª corda SOL carrinho nº. 8 (esta cordachama-se toeira dá o tom)

5ª corda RÉ bordão (Si bordão daguitarra portuguesa

O VIOLÃO BAIXO é da família doscordofones. A palavra BAIXO queacompanha, antes ou depois, o nome deum instrumento musical quer significarque esse instrumento tem uma tessituragrave. Dentro das família dos BAIXOSaparecem inserido num ambiente popularde instrumentos híbridos que tem a formade uma grande viola e um braço idênticoao RABECÃO.

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Page 24: A banjola, livro

A TUNA

Corria o ano de 1942 e Joaquim Godinho era um doselementos que integrava a T.A.L.E., participando nelaativamente. Carinhosamente, o grupo apelidava-a deA PANDILHA. Daí, a inclusão neste trabalho dohistorial da Tuna e do Liceu de Évora, noenquadramento fisico e social do trabalho aquidesenvolvido.

“Em 1890 é criada, por estudantes do Liceu Nacionalde Évora, a Associação Filantrópica AcadémicaEborense, cujo primeiro e grande objetivo era o de,através do recebimento de Donativos, ajudar os maispobres no pagamento das propinas e compra delivros.

Desta Associação Filantrópica nasce a associação daTuna Académica fundada por Artur Matias e JúlioSantos(1). Embora ainda embrionariamenteconstituída, a Tuna participa nas comemorações do 1ºde Dezembro de 1900 e, em 1901, dá algunsespetáculos musicais, cujos ganhos custeavam asdespesas de excursões de estudantes (que serealizavam por altura do Natal) e ajudavam aAssociação Filantrópica Eborense. Tinha já então oseu estandarte e João Baptista Rodrigues comoregente.

Em 1902 é eleita uma Direção. É a partir daí quepodemos considerar que está Lavrada a "certidão denascimento" da Tuna Académica do Liceu de Évora.Da Tuna Académica nascerão: em 1942, pelo esforçodo maestro João Alves, a Orquestra SinfónicaEborense, que integrou ex-tunante; em 1959, aOrquestra de Acordeões, pela mão do maestro Dr.Adelino Santos e, em 1969 por iniciativa do Prof. Dr.Manuel Patrício, a Escola de Flautas de Bisel.

Joaquim Godinho e o Liceu de Évora

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 25: A banjola, livro

Vários Maestros, várias direções têm presidido aosdestinos da TALE mas, ao longo de um século deexistência, sempre foi mantido vivo o EspíritoAcadémico”.

A Tuna do Liceu é uma Tuna única, devido ás suascaracterísticas, algumas muito peculiares: - é uma dasmais antigas Tunas do País e a mais antiga do ensinosecundário; - é, em Portugal, a única Tuna apenasinstrumental; - a forma como se apresenta em palcotambém é diferente das outras tunas porque os seusbandolins tocam sentados (exceto no Hinoacadémico);

-É a única Tuna registada do País com fins nãolucrativos;

- Todos os anos a TAE escolhe uma madrinha quelhe oferece o pequeno-almoço na manhã do 1.º deDezembro e a acompanha nas suas deslocações;

- Os (as) caloiros (as), quando entram para a Tunaescolhem preferencialmente entre os (as) veteranos(as), uma madrinha, no caso dos rapazes e, no casodas raparigas, um padrinho , os quais têm comofunção proteger e orientar os caloiros e oferecemuma fita verde e branca (cor da TAE e do Liceuaos (ás) seus (suas) respetivos (as) afilhados (as),que a irão usar no braço direito enquanto seconsiderarem tunos;

- Todos os anos uma semana antes da SemanaAcadémica ( a semana que antecede o 1.º deDezembro) toda a Tuna se traja par anunciar osfestejos Académicos, e é nessa altura que oscaloiros se trajam pela primeira vez ;

- Os caloiros só deixam de o ser quandocompletarem o segundo 1.º de Dezembro:

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- Em todas as atuações a TAE toca o HinoAcadémico; - onde a TAE estiver está também oseu estandarte, que é constituído por um pau demadeira exótica, por uma bandeira de seda ondeestá pintado o símbolo da TAE, por uma lira deprata (que lhe foi oferecida por um grupo desenhoras, encabeçado por D. Ignácia Barahona e D.Sofia Coutinho) e por um conjunto de fitas queforam sendo oferecidas à TAE ao longo dos anos.

- A TAE é madrinha da Tuna Universitária doInstituto Superior Técnico, já que os elementosfundadores desta tinham pertencido à Tuna doLiceu de Évora. A TAE tem participado emnumerosos encontros e festivais e em acuações asmais diversas, organiza todos os anos a SemanaAcadémica com numerosos eventos de que sepode destacar, em 25 de Novembro de 1995, o IFITALLE ( Festival Internacional de Tunas daTuna Académica do Liceu de Évora) que para alémde movimentar toda a cidade de Évora, levou onome desta cidade aos quatro cantos da PenínsulaIbérica, e, atravessando o Atlântico até à AméricaCentral.

Pelo seu porte, brio e perseverança por ser umsímbolo vivo de Évora e pela convergênciainternacional que a Tuna Académica do Liceu deÉvora Representa, foi-lhe atribuída pela CâmaraMunicipal de Évora, em 29 de Junho de 2002 aMedalha de Mérito Municipal - classe prata. Onúmero de elementos que formam a TAE é variávelde ano para ano, mas as suas idades são geralmentecompreendidas entre os 12 e os 20 anos.”

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A Banjolae Joaquim Godinho

Tuna Académica do Liceu de Évora à época

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Tuna Académica do Liceu de Évora à época

Page 28: A banjola, livro

O REPORTÓRIO 1941 A 1950

O AcadémicoMandolinata

PrimaverilO Tuna

Marcha do CentenárioBrincadeira Infantil

Pequeno DivertimentoCaloiro

ButterflyMarcha Militar

Danúbio AzulMarcha Turca

Manuel João Alves (marcha)Fernando AthosManuel TinoManuel João Alves (marcha)Júlio EspalhaManuel Tino (intermezzo)Manuel Tino (intermezzo)Manuel João AlvesSousa MoraisSchubertJ. StraussMozart

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Hino da Tuna Académica Eborense

A Banjolae Joaquim Godinho

Anúncio do Programa da apresentação do Hino da Tuna Académica Eborense

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PARTITURA DE “O CALOIRO”

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 31: A banjola, livro

O TRAJE“O traje académico foi buscar as suas raízes ao tempolongínquo em que o clero, dominando culturalmente,tinha um papel preponderante no ensino e,consequentemente, nas universidades se foramespalhando pela europa medieval. As vesteseclesiásticas estão, assim, na base do traje estudantil,isto é, de ‘capa e batina’.Reza a História que, em 23 de Outubro de 1860, D.Pedro V, numa viagem que fez ao Alentejo, visitouÉvora. Então, os estudantes do liceu desta cidadedirigiram, em 19 de Outubro, uma carta ao Reitor, emque pediam licença para felicitar o Rei pela vinda aÉvora, e também para ‘pedir a S. M. a graça deconceder-lhes o uso d’um trajo uniformizado, comoem tempo (…) já houvera para os estudantes daantiga universidade d’Évora (…). Os signatários destacarta foram escolhidos dentro os estudantes maisantigos de cada uma das oito disciplinas que então selecionavam no Liceu.À anuência do Reitor, seguiu-se a disponibilidade doprofessor Martiniano Marrecas para redigir orequerimento que deveria ser entregue a D. Pedro V.No dia 6 de Novembro de 1860, foi afixada na portada sala dos conselhos do Lyceu d’Évora o Edital coma devida autorização, datado de 5 de Novembro de1860…”

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A Banjolae Joaquim Godinho

O Estandarte

O Bandolim

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Page 33: A banjola, livro

PRESIDENTES DA ACADEMIA

1940 António Nobre Gusmão1941 António Nobre Gusmão1942 João Cotta Pimentão

REGÊNCIA DA TUNA

1940 Manuel João Alves c/ António J. Monginho Jr.1941 Manuel João Alves c/ António J. Monginho Jr.1942 Liberto Conde c/ António J. Monginho Jr

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 34: A banjola, livro

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 35: A banjola, livro

Liceu de Évora 1940

Galeria Fotográfica

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 36: A banjola, livro

Biblioteca -Alegoria do direito (pormenor)

Biblioteca – Pentecostes (pormenor)

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 37: A banjola, livro

Experiência de Magdeburgo - Aula de Física (Sala 120)

África - Aula de Geografia (Sala 122)

Teatro da Vida Humana - Aula de Humanidades (Sala 197)

A Academia Platónica - Aula de Filosofia (Sala 119)

Sócrates, Fonte dos Filósofos - Aula de Filosofia (Sala 119)

Defesa de Siracusa - Aula de Física (Sala 120)

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Page 38: A banjola, livro

Fogo

Água

Terra

Ar

OS QUATRO ELEMENTOS

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 39: A banjola, livro

Liceu de Évora 1940

Tuna frente ao Liceu de Évora, década de 40.Um dos tunantes sentados no chão é o professor Machado Caetano que em 2010 esteve

na récita do 1º de dezembro que a atual tuna continua a organizar(Gentileza da Dr.a Adília Zacarias)

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Page 40: A banjola, livro

Arquivo pessoal de Emília Godinho

Universidade de ÉvoraDr.a Adília Zacarias~, UE

http://www.tae.pt/historial/https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_tunas_em_Portugal

Wikipedia 2016Instrumentos populares portugueses

Livro de José Lúciowww josé lucio - maio e junho 2016.

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira volume 4 Pág. 131,Edição de Areal Editores

Aulas de Música, USRCPVJosé Abel Carriço

NOTA -Trabalho elaborado no âmbito da Aula de Música da UniversidadeSénior do Rotary Clube da Póvoa de Varzim, com vista às ManifestaçõesParalelas do Festival de Internacional de Música da Póvoa de Varzim

Fontes

A Banjolae Joaquim Godinho

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Page 41: A banjola, livro

EMILIA GODINHO

Universidade Senior do Rotary Club da Póvoa de VarzimDisciplina de Música