a arte é para todos

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A ARTE É DE TODOS COM V OCÊS: AS ARTES

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Livro de Arte

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Page 1: A Arte é para todos

A A R T E É D E T O D O S

COM VOCÊS:AS ARTES

Page 2: A Arte é para todos

S U M Á R I O

1ALEGRIA, ARTE & MAIS

APRENDIZAGEM

3“A ARTE É DE TODOS”:

UMA APRESENTAÇÃO

5ARTE E EDUCAÇÃO,

UM CASAMENTO FELIZ

7TIRANDO AS IDÉIAS DO PAPEL

13SELOS POSTAIS

Page 3: A Arte é para todos

1 A primeira coleção “Amigos daEscola”, editada em 1999, écomposta por 6 livretos. Logo noprimeiro se esclarecem ascaracterísticas das açõesvoluntárias, mostrando que nãoconstituem intromissão nemameaça ao trabalho dosprofissionais da educação; elasvieram para somar, não parasubstituir. Os demais fascículossugerem como organizar otrabalho dos voluntários em tornode propostas comoaperfeiçoamento da gestão ereforço escolares; estímulo àleitura; apoio a atividades deesportes, artes e saúde; melhoriade instalações e equipamentos.

Em 2000, é editada a segundacoleção “Amigos da Escola”,desenvolvendo o tema de um dosfascículos do conjunto anterior –Esportes. O material “Amigos nosEsportes” foi enviado às escolaspor ocasião das Olimpíadas doano 2000, sugerindo articulaçãoentre atividades esportivas econhecimentos sobre o mundo emque vivemos: seus povos, suacultura, sua geografia. Há notíciasde que foi utilizado com proveitoem muitas unidades, comparticipação de voluntários,professores, pais e alunos.

Em 2001, as escolas receberamum folder e um cartaz com dicaspara a organização do trabalhovoluntário visando dar suporte àação voluntária na escola.

ALEGRIA, ARTE

& MAIS APRENDIZAGEMUMA CONVERSA COM A ESCOLAO Poeta português Fernando Pessoa fez um alerta muito felizda função, da natureza e da importância da arte, escrevendo:

“A necessidade da arte é a prova de que a vida não basta”.

Sem eleger a arte como substituta da vida, o que o Poetarevela é a natureza lúdica da arte, capaz de apontar epreencher os vazios da vida e utopicamente anunciar ummundo melhor. A expressão artística está sempre a favor davida no seu sentido maior – portanto A Arte é de Todos.

Por seu caráter inventivo e profundamente humano, todas asmanifestações artísticas contribuem de forma única para omundo do conhecimento porque exercitam “aquelasensibilidade” mais emocional ou subjetiva do indivíduo oudo grupo, fazendo aflorar a própria “criatividade” queatualmente dorme em cada um. No universo escolar, a arte ématerial privilegiado para complementar o ensinosistematizado – rompe com o cotidiano e é alternativaurgente e necessária para aproximar conhecimento e prazer.

A escolha do tema “Arte” nesta etapa do ProjetoAmigos da Escola1 parte desses princípios, entendendo

que: a Arte é um direito de Todos. Portanto, socializar os

materiais artísticos e oferecer condições de acesso à Arte são

palavras de ordem que clamam para a própria criação daquele

mundo “humanamente melhor”.

Partilhando essas idéias, para participar dessa comunidade de

artistas, é bom saber:

O caderno que você tem em mãos é a “chave” que vai “abrir”

as demais partes do conjunto: 6 cadernos, um mapa e um

anexo no final deste caderno. Ou seja, aqui você encontra a

descrição do conteúdo de cada um desses “componentes”,

bem como algumas dicas de como utilizá-los no trabalho com

a equipe de professores e funcionários e, em especial, no

apoio aos voluntários e parceiros que a escola conquistar.

Confira o conteúdo de cada um dos capítulos e veja como

utilizá-los para trazer a beleza e a força das Artes para dentro

de sua escola.

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Page 4: A Arte é para todos

Capítulo 1 – “A Arte é deTodos”: Uma Apresentação

Esse capítulo permite que setenha uma idéia do que tratacada um dos 6 cadernos, alémdo mapa e de um anexo. Vocêpoderá apreciar aspotencialidades dessesmateriais enquantoinstrumentos para apoiar otrabalho dos voluntários eenriquecer o trabalhopedagógico da escola.

Capítulo 2 – Arte e Educação,um Casamento Feliz

Aqui você encontrainformações e argumentospara motivar e alimentar uminteressante debate sobreArte como uma formaespecífica de conhecimento,que fortalece os quatropilares da Educação: aprendera ser, aprender a fazer,aprender a conviver eaprender a conhecer.

Capítulo 3 – Tirando asIdéias do Papel

Vamos propor duas estratégiasque podem contribuir parafazer deslanchar a iniciativa“A Arte é de Todos” em suaescola.

A primeira estratégia dá umexemplo de como despertar aatenção da comunidade emobilizar as pessoas do bairroe da cidade para participaremda iniciativa “A Arte é deTodos”, planejando erealizando um Festival deArtes.

A segunda aborda uma outraetapa, depois que váriosvoluntários já se inscreverame começaram a realizaratividades de artes plásticas,teatro, artesanato, danças eleitura/escrita com ascrianças e jovens... Comoassegurar a continuidade doprocesso? Aqui você encontradicas para que o entusiasmodos voluntários e dos demaisparticipantes não sedesvaneça no ar.

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Page 5: A Arte é para todos

Caderno 1 – “Artes daPalavra: poesia, conto, novela,romance, crônica, cordel,carta...”, por Jorge MiguelMarinho, escritor, professorde Literatura do CentroUniversitário Fieo(UNIFIEO), premiado com oJabuti e com o APCA deLiteratura.

Informa sobre o acervo delivros que as escolas commais de 500 alunos já devempossuir. Sugere comomobilizar governantes,comunidade, educadores,crianças e jovens a conseguirlivros. Discorre sobre a artecomo proposta de felicidade esobre as diferentes facetas daLiteratura, convidando ovoluntário a identificaraquelas com as quais seafina mais. Descreve comoorganizar atividades queestimulam crianças e jovens aler de tudo um pouco – e aescrever poesias, contos,literatura de cordel e cartas.

Caderno 2 – “Artes do Som:ouvir, cantar, tocarinstrumentos...”, por MarisaT. de Oliveira Fonterrada,diretora do Instituto de Artesda Universidade EstadualPaulista (UNESP ) ecoordenadora de projetos emescolas públicas.

Fala sobre o nascimento damúsica e sobre a sua funçãode unir e harmonizarcomunidades humanas, desdeo princípio dos tempos.Conduz o leitor a um passeiopelas nossas principaisrealizações no campo damúsica popular. Sugere comopromover uma grandecampanha de arrecadação dediscos, CDs e fitas cassetepara a escola; como identificaros músicos “escondidos” naescola, no bairro e na cidade; ecomo organizar situações ondeos participantes tenham aoportunidade de revelar omúsico que existe dentro decada um deles.

O conjunto de materiais “A Arte é de Todos” é constituído

do presente caderno e de mais 6 publicações,

complementadas por um anexo sobre filatelia e de 1 cartaz

sobre manifestações folclóricas brasileiras. Produzido por

educadores, comunicadores e especialistas dos diversos

domínios artísticos, esse kit visa contribuir para o

fortalecimento da presença da cultura e da arte brasileiras

nas unidades escolares, aproximando, através das

diferentes modalidades artísticas, a escola da comunidade.

A seguir, uma breve descrição do que contém cada material.

“A ARTE É DE TODOS”:UMA APRESENTAÇÃO

Caderno 3 – “Artes da Luz:desenho, pintura, escultura,fotografia, cinema, vídeo...”,por Maria Terezinha TellesGuerra, co-autora dosParâmetros Curriculares parao ensino da Arte , autora dolivro Ensino da Arte – ALíngua do Mundo: poetizar,fruir e conhecer Arte.

Começa destacando aimportância das artes, emespecial das artes visuais,como forma de se conhecer arealidade, e indica comopesquisar, com a turma, o queexiste de mais interessantena comunidade em termos deartes visuais. Descreve comoorganizar atividadesenvolvendo pintura, grafite,escultura e outras técnicas.

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Page 6: A Arte é para todos

Caderno 4 – “Artes daRepresentação: jogosdramáticos, teatro”, porAlexandre Luiz Mate,professor de Teatro doInstituto de Artes daUniversidade EstadualPaulista (UNESP) e daEscola de Teatro CéliaHelena.

Explica como surgiu o teatro,na Grécia Antiga, e o papelque ele desempenhava emsua origem. Mostra comoorganizar e realizar jogos deintegração, de percepção, deimaginação – teatrais oudramáticos –, indispensáveisà preparação de um grupopara montar um espetáculode teatro na escola. Oferecealgumas dicas de comoescolher ou criarcoletivamente um texto paraser apresentado ao público daescola e da comunidade.

2 Michele Iacocca também ilustrouos cadernos desta coleção eAlberto Tsuyoshi Ikeda foiconsultor do caderno “Artes doBrincar e do Festejar”.

Caderno 5 – “Artes do Povo:criação de bonecos, máscaras,objetos, brinquedos, pinturas,esculturas, bordados,rendas...”, por Tonia B.Frochtengarten, educadorada rede de ensino particular,formadora de professores darede pública de ensino e co-autora do Guia de AçõesComplementares (CENPEC).

Diferencia cultura popular ecultura erudita, oferecendoalguns exemplos demanifestações da criatividadepopular em nosso país.Sugere como identificar aspessoas que fazem arte/artesanato popular na escolae na comunidade e comoajudá-las a organizar oficinasmostrando/ ensinando o quefazem. Mostra o passo-a-passo da construção demáscaras, bonecos de pano,colchas de retalho, fantochese muito mais.

Caderno 6: “Artes do Brincare do Festejar : de festas, jogos,danças e outras artes dopovo”, por Iveta MariaBorges Ávila Fernandes,mestra em Artes pelaUniversidade de São Paulo(USP), integrante dasequipes que elaboraram osPCNs de Arte do MEC, comvárias publicações na área.

Conta o que é festa, folguedo,dança e brincadeira epossibilita ao leitor ampliarseu conhecimento sobrealgumas dessas manifestaçõesfolclóricas que dão brilho esignificado ao cotidiano debrasileiros e brasileiras.Sugere como organizarbrincadeiras e festas que

podem colocar mais alegria nocotidiano da escola.

Anexo do caderno – “ComVocês: As Artes” – SelosPostais – um mundofascinante onde a artesintetiza o conhecimento.

Os selos que usamos emnossa correspondência são aprova concreta de que a Arteé mesmo para todos. Esseanexo convida o leitor arealizar uma viagem ao mundodos selos, e a descobrir,neles, imagens que remetemàs artes da palavra, da luz, dosom, enfim, a todas as artesdo povo brasileiro.

Cartaz: “O Brasil Festeiro”,ilustrado por MicheleIacocca, cartunista, chargista,premiado no Brasil e naEuropa, com trabalhospublicados nos principaisjornais e revistas do País eco-autor, autor e ilustradorde 150 livros. Consultoria deAlberto Tsuyoshi Ikeda,especialista em culturapopular e etnomusicólogo,professor e pesquisador doInstituto de Artes daUniversidade Paulista(UNESP).2

Um mapa do Brasil, com suasregiões demarcadas, ofereceilustrações sobre algumasdanças e folguedos da nossacultura popular, e pode serum elemento motivador paraprovocar a curiosidade sobreas manifestações culturais donosso povo.

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Page 7: A Arte é para todos

ARTE E EDUCAÇÃO,UM CASAMENTO FELIZVocê já observou alunospreparando uma apresentaçãode teatro, um festival demúsica ou uma festa junina?É interessante constatar que,nessas atividades, elesevidenciam entusiasmo, seenvolvem, vão em busca derecursos para resolver osproblemas que surgem, abremmão da satisfação imediata dosdesejos, como ficar de prosacom amigos, para dedicar-se aensaios, preparar um trabalhoe garantir que fique bom.Conseguem ouvir críticas erever suas posturas.Contrariamente, essaanimação não se mantémquando se trata de aprenderconteúdos apresentados daforma tradicional. Por queserá que, quando se dedicamàs atividades artísticas,predomina a participação:crianças e jovens falam,ouvem, opinam, estudam,estão ávidos por aprender e,em muitas outras situaçõesescolares, ficam no papel deespectadores, observam,cumprem ordens, reclamam,querendo se livrarrapidamente das tarefas?

É que, ao se envolverem comatividades artísticas, os alunospodem sentir prazer, divertir-se, brincar, esforçar-se ealegrar-se pelas descobertas3

– sentimentos que deveriamestar presentes em qualquersituação de aprendizagem.Ao fazerem arte, eles estão

diante de um ato criador.É como se as produçõesrealizadas espelhassem seussaberes, suas competências.Isso os torna mais felizes econfiantes.

Qualquer professor, que játenha experimentado “casar”a Arte com os demaisconteúdos curriculares, podetestemunhar que suas aulasganham mais significado paraos alunos, que passam ainteressar-se e a participarativamente. É o caso doprofessor de História queconvida os alunos a montaruma peça tendo como pano defundo a relação senhor X

escravo na época colonial; doprofessor de Português queconvida os alunos a cantarmúsicas de compositores queeles admiram para, a partirdaí, analisarem as construçõesverbais e o uso de adjetivos eadvérbios; do professor deCiências que aborda a questãoambiental a partir de uma obraliterária, como o romance Não

Verás País Nenhum, deIgnácio de Loyola Brandão.

De fato, como diz o escritorJorge Miguel Marinho, “aarte, juntando a inventividadedo imaginário e o registroconcreto do real, é apelocoletivo, expressãocomunitária, espelho de todose de cada um. Desnecessáriodizer que a arte está sempre afavor da vida e, como tantos

poetas já insistiram, elaé o sonho que todos nóssonhamos em busca de umideal. Daí que a sua funçãomais humana, política erevolucionária seja revelarque a vida pode ser maiscompleta e comunitariamentemais feliz”.

Ademais, atividades artísticasfavorecem a aproximação daEscola com a Comunidade,abrindo espaço para um felizdiálogo entre lazer econhecimento e fazendo dasensibilidade artística, dodesejo de renovação darealidade, da necessidade departilhar com os outros aexperiência individual ecotidiana um exercícioconstante de união.

Enfim, A Arte é de Todos querrecriar uma prática escolarque seja, de fato, coletiva eque se abra para uma vida quepossa ser sempre melhor.

3 Estamos falando do verdadeiroespírito das atividades artísticas.Na escola, infelizmente, essasatividades muitas vezes sãorealizadas de forma mecânica,repetitiva e fragmentada. Apesarde a Lei de Diretrizes e Bases daEducação Nacional de 1996considerar a Arte uma disciplinaobrigatória na Educação Básica,com conteúdos próprios, ligados àcultura artística, ela ainda é,predominantemente, umconhecimento não integrado aocurrículo. De modo geral, ascrianças e jovens continuam seexpressando por meio daslinguagens musical e dramáticanas “festas escolares” oucomemorações – portanto, emsituações de exceção.

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Page 8: A Arte é para todos

ARTE NA ESCOLA:CIMENTO DOS QUATRO PILARES

DA EDUCAÇÃO BÁSICAmais lhes agrada, descobremonde e como conseguir asobras dos autores que lhesinteressam. Planejam ações,fazem contato com líderes dacomunidade solicitando oempréstimo de um auditório– para isso, precisamexpressar-se com clareza eusar argumentos queconvençam.

Aprender a Fazer é ser capazde colocar o conhecimento aserviço da realização de umprojeto, é aprender atransformar idéias em ações,em produtos. É o queacontece, por exemplo,quando, em artes visuais, osalunos aplicam o queaprenderam, desenhando,pintando, modelando; quandoapresentam um espetáculo deteatro ou dança, que exigemontar cenários, adaptarpeças de roupa para comporum figurino coerente com umpersonagem, decorar einterpretar diálogos oucoreografias, divulgar oevento.

Aprender a Ser é conhecer-se, ter autonomia, assumir-secomo igual e diferente dosdemais, identificando quaissão seus talentos e limitaçõese empenhando-se emdesenvolver os primeiros esuperar as últimas. Asatividades de Artes sãoexcelentes para isso. Ao

realizar qualquer atividadeartística, a criança ou jovemconsegue perceber melhor deque gosta e de que nãogosta, o que tem facilidadeem fazer e o que é difícil.Fazer arte é a melhor formade entrar em contato com ospróprios sentimentos eopiniões, assumindo-os eexpressando-os.

Aprender a Conviver éaprender a comunicar-secom o outro, saber ouvir ecolocar-se no lugar do outro,compreendendo seusmotivos. As atividadesartísticas, quando realizadasem conjunto, representamuma oportunidade única deaprender a conviver. Aoperceberem o quanto sãodiversas as produçõesartísticas dos colegas,crianças e jovens começam aaceitar que o outro temdireito a ser diferente. Cantare dançar em grupo talvez sejaa melhor forma que seconhece de harmonizar aspessoas, que aprendem abuscar o ritmo comum e acombinar sonoridades egestos diferentes, criandoalguma beleza. Ao mesmotempo, ao planejarem,realizarem ou apresentaremprodutos artísticos, osparticipantes precisamexercitar habilidadesessenciais à convivência,como fazer acordos pararesolver conflitos; ceder semse sentir perdedor; lidar coma agressividade como algo aser canalizado etransformado, e nãodespejado sobre o outro.

Qualquer atividade realizadana escola, seja durante asaulas de Matemática ouPortuguês, Ciências ouHistória, seja na hora dosintervalos ou do recreio, devecontribuir para que ascrianças e jovens aprendam aconhecer, a fazer, a conviver ea ser. Vamos nos deter umpouco sobre cada uma dessasaprendizagens, consideradaspela UNESCO como sendo ospilares que vão sustentartodas as outras, pela vidainteira. Como a Arte podefortalecer esses pilares?

Aprender a Conhecer –Crianças e jovens precisamaprender como ter acesso aosconhecimentos produzidospela humanidade – devemsaber como buscar novasinformações. Para isso, épreciso que eles vivamsituações de diálogo,organizem sua fala em funçãode um interlocutor, sejamcríticos diante dos meios decomunicação, reconheçam aimportância e o prazer doconhecimento, dominem aleitura, a escrita e o cálculo,busquem diferentesestratégias para resolverproblemas.

Ao prepararem um espetáculodramático, por exemplo, osalunos estão aprendendo aconhecer, pois lêem textos,apreciam e escolhem o que

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Page 9: A Arte é para todos

TIRANDO AS

IDÉIAS DO PAPELAcreditamos que, se você quiser realmente promover ocasamento entre Arte e Educação em sua escola, deveráfazer três movimentos:

• envolver a equipe docente e os funcionários, para que se

inteirem do Projeto “Amigos da Escola – A Arte é de

Todos” e possam decidir como desejam participar.

• mobilizar a comunidade, localizando os artistas e

artesãos e convidando-os a atuar na escola como

voluntários.

• desenvolver formas de apoiar e dar continuidade ao

trabalho dos voluntários.

Como enfrentar esses três desafios? A resposta depende

do estilo e das possibilidades do diretor e de sua equipe

mais próxima. No entanto, sem pretender dar nenhuma

receita, o que é impossível, vamos sugerir algumas

estratégias que podem ser úteis.

A primeira mostra como promover um Festival de Artes na

escola, no qual o Projeto “Amigos da Escola – A Arte é de

Todos” seja apresentado à comunidade, e os artistas/

artesãos possam inscrever-se para trabalhar com as

crianças e jovens.

A segunda relaciona algumas iniciativas que podem

contribuir para manter e sustentar por longo tempo o

entusiasmo dos voluntários.

Estratégia 1

Um Festival paralançar a idéiaObjetivos:

• Organizar e realizar umFestival com a participaçãode artistas e artesãos daescola e da comunidade,divulgando o ProjetoAmigos da Escola e ainiciativa “A Arte é deTodos”.

• Dar visibilidade aosartistas/artesãos locais.

• Identificar e cadastrarvoluntários que desejamdesenvolver atividadesartísticas com as crianças ejovens da escola.

Preparação:

Junte um grupo deprofessores, pais, alunos efuncionários e forme umaComissão de voluntários queirá responsabilizar-se pelotrabalho inicial de organizar oprimeiro Festival de artes dosom, da luz, da palavra, darepresentação, do povo, dofestejar e brincar,sensibilizando, informando emobilizando a comunidadepara o Projeto.

Execução:• “Batizar” o evento:

convide o grupo a escolherum nome para o Festival.

• Identificar os artistas/artesãos que serãoconvidados: peça aosparticipantes querelacionem os tipos demanifestações artísticas que

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Page 10: A Arte é para todos

artistas e artesãos do bairroe da cidade a seinscreverem no período quetiver sido determinado.

Motivar e envolver maiorquantidade de professores ealunos: Peça à Comissão paralocalizar professoresinteressados em utilizar aorganização do Festival comouma forma de motivar osalunos a aprender mais e aexercitar suas habilidades deleitura, escrita ecomunicação. Os alunos quedesejarem poderão participar,realizando atividades como:

• confeccionar os cartazes,escrever as notas para ojornal, as cartas para osdiretores das rádios e TVslocais, as faixas, osfolhetos explicativos;

• mapear as casascomerciais;

• conversar com líderes dacomunidade para pedirapoio;

• fotografar e entrevistarartistas que confirmaramparticipação;

• confeccionar as fichas paraa inscrição dos artistas(elas serão importantespara conhecermos nossosartistas e posteriormentenos comunicarmos comeles para futurosencontros).

Receber inscrições: A pessoada Comissão encarregada dereceber as inscrições auxiliano preenchimento da ficha everifica se o artista/artesão,além de se apresentar noFestival, quer ser um Amigo

estarão presentes noFestival. É interessante quehaja a maior diversidadepossível de criadores seapresentando: músicos,tocadores, poetas, artesãos,pintores, gente de teatro.Pode ser que, num primeiromomento, haja dificuldadeno levantamento de nomes.Nesse caso, o texto “Oartista está onde o povoestá”, na página seguinte,pode ajudar a desfazeridéias pré-concebidas sobreo que é ser um artista.

Fixar prazos para ainscrição; escolher datae local do evento

Convidar os artistas/artesãos: Divida entre osmembros da Comissão atarefa de fazer esse convite.Várias atividades podem serrealizadas:

• visitas pessoais aos artistasconhecidos explicando oProjeto e convencendo-osda importância de suaparticipação;

• confecção de cartazesanunciando o Festival nopátio e corredores daescola, convocando osartistas/artesãos da escolaa se inscrever;

• confecção de cartazes paraserem afixados fora daescola, emestabelecimentoscomerciais e culturais.

• avisos aos pais, via alunos;

• visitas a rádios, TVs ejornais locais divulgando oevento e convocando

da Escola, passando adesenvolver atividadescom os alunos de formacontinuada.

Preparar os espaçose providenciar todo onecessário para oevento

Divida, entre outras, asseguintes tarefas entre osmembros da Comissão:

• Conseguir espaços ouconstruir estandes paraexpor as obras dosdesenhistas, pintores,fotógrafos, artesãos.

• Enfeitar o palco ouconstruir um tablado paraas apresentações deteatro, música ou dança.

• Elaborar um programa dasapresentações no palco.

• Escolher alguém para sero mestre-de-cerimônias eapresentar os cantores, osgrupos musicais.

• Providenciar, instalar etestar aparelhagem de some microfones.

• Verificar se há pessoas quedesejam participar,brincando com o públicocomo mímicos ou“palhaços”.

• Montar uma barraquinhaidentificada por cartazes efaixas do Projeto “Amigosda Escola – A Arte é deTodos”, onde pessoas daComissão continuarãorecebendo inscrições devoluntários no decorrerda festa.

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Page 11: A Arte é para todos

O artista está onde o povo está

Em todas as localidades há pessoas que se destacampor suas habilidades artísticas: o cantador ou

repentista de cordel, o poeta que escreve poesias parao jornal ou que homenageia um ilustre morador comuma crônica, o tenor que canta no coro da igreja, ocasal de sambistas que se apresenta nas festas, a

pintora que fez o painel da entrada do clube, o diretordas apresentações teatrais, a senhora que borda panos

de prato e faz toalhas de renda, as moças que todoano organizam o Pastoril...

Muitos artistas ainda não têm confiança em mostrarsuas produções, pois, quando as comparam com as de

grandes mestres, pensam: o que faço é feio. Mas, abeleza está também nessas produções, que expressamos sentimentos e a verdade de cada um. Tomando deempréstimo as palavras de Solange Jobin: “Feio é o

que é falso, artificial, o que procura ser atraente ao invésde expressivo, o que sorri sem motivo, o que é

pretensioso sem razão, o que estufao peito e se empertiga sem motivo, tudo o que carece

de alma e verdade, tudo o que mente”. Tendo porreferência esses critérios de belo e feio, certamente

encontraremos muitos artistas dispostos a mostrar suaobra e a partilhar sua arte.

Aguce o olhar e descubra artesãos aos quais, à primeiravista, não atribuiríamos o lugar de artistas, como

doceiras que fazem esculturas em bolos, jardineirosque desenham com flores e que, com suas tesouras,

dão formas belíssimas aos arbustos, tecelões quecobrem paredes com suas tapeçarias e tantos outros.

Artistas e artesãos estão em toda a parte,entre os professores e funcionários da escola, entreos alunos e suas famílias, entre os trabalhadores do

bairro e da cidade. Basta ter olhos e coraçãopredispostos a vê-los.

Garantir o sucesso nodia do Festival e acontinuidade dotrabalho voluntário

Chegou o dia da festa, dia deprazer e alegria. Talvez seescutem frases como “Nossa,ela é minha vizinha e eu nemsabia que cantava tão bem”.Mas, em meio a essasemoções todas, você e osmembros da Comissão aindatêm muito trabalho pelafrente:

• A Comissão deve estaratenta durante asapresentações,solucionando problemas everificando em que podecontribuir.

• No intervalo dasapresentações no palco, nomomento em que houver amaior quantidade depessoas presentes, umintegrante da Comissãodeve tomar o microfone eexplicar, em poucosminutos, o que é o Projeto“Amigos da Escola” e quala importância da iniciativa“A Arte é de Todos”. É omomento para convidar aspessoas presentes quequiserem atuar comovoluntárias a se inscreverna barraquinha “Amigos daEscola”.

• Ao final, a Comissão deveconvidar todos os que seinscreveram comovoluntários a participar deuma reunião, com data elocal já definidos.

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Page 12: A Arte é para todos

Estratégia 2

Longa é ajornada: comonão perder ofôlegoCom o Projeto “Amigos daEscola – A Arte é de Todos”,queremos fortalecer averdadeira participação dacomunidade, convidando-a amostrar o que conhece, aensinar e aprender, opinandoe atuando. O envolvimentodos alunos, dos pais, dosprofessores e dos parceiros éa principal marca desseprojeto. Por isso, muitas dasatividades propostas serãocoordenadas por voluntáriosda comunidade ou da escola –artistas locais ou moradoresque admiram, praticam eestudam uma modalidadeartística. A seguir, algumasdicas para que essas pessoasmantenham, por muitotempo, o entusiasmo inicial.

Conquiste osprofessoresProcure transformar osprofessores em colaboradoresdo “A Arte é de Todos” – asartes podem estar afinadascom os conteúdos curricularesdas diferentes séries dentro doprojeto pedagógico da escola.Os voluntários vão sentir-seapoiados e valorizados sepuderem conversar com essesprofessores sobre as atividadesque pretendem realizar.

Pense em termos desubprojetos

É interessante que asatividades de Música, Dança,Artes Visuais, Artesanato,Teatro... sejam pensadascomo subprojetos do Projeto“Amigos da Escola – A Arte éde Todos”. Vai ficar mais fácilse cada subprojeto puder ser“tocado” por um pequenogrupo formado por pessoas dacomunidade, professores,representantes da APM,Grêmio, equipe técnica efuncionários. Quanto maiorfor a diversidade do grupo,melhores serão os resultadosdos trabalhos.

Garanta a presença deum representante daescola para cada grupode voluntários

Em cada grupo deve haverpelo menos um participanteda escola que atuará comoanfitrião. Seu papel seráreservar espaço para osencontros entre osvoluntários e as crianças eadolescentes, providenciarmateriais, transmitir recadosaos alunos, agilizando acomunicação entre os grupos.

“Segure tudo oque foi

conquistado...”

Não perca de vista queo objetivo do Festival énão apenas divulgar aprodução artística da

comunidade, mastambém organizar os

voluntários em torno dealguns subprojetos. Porexemplo, um músico dacomunidade, reunindo-

se a outras pessoasque gostem dessa

área, pode coordenarum trabalho ondecrianças e jovens

exercitem amusicalidade. Um ator

pode reunir-se apessoas que gostem

de representar. Muitosgrupos podem ser

formados e a propostaserá lançada.

É importante que oscompromissos se

tornem públicos e quealguém da Comissão

tome nota dos nomes,endereços, telefones

das pessoas quepoderão liderar essessubprojetos (literatura,artes visuais, música,folguedos, artesanato,teatro). Marque uma

reunião com essegrupo para planejar o

trabalho.

Page 13: A Arte é para todos

Valorize a comunicaçãoentre os gruposenvolvidos emdiferentes atividades

Para viabilizar essacomunicação, providencie ummural para que todos osgrupos coloquem informaçõessobre as atividades que vêmrealizando.

Estimule os voluntáriosa utilizar os materiaisdo conjunto“A Arte é de Todos”

O participante da escola ficaráresponsável por ler e discutircom o grupo as idéias dapublicação referente àmanifestação artística que serátrabalhada. Por exemplo, osvoluntários que forem formargrupos para cantar, ouvir oufazer música poderão ler ofascículo “As Artes do Som”,para conhecer um pouco maissobre esse campo da arte, astransformações que ocorreramna história, os significadosdessa linguagem para asociedade, as posturas que umcoordenador de trabalhos deveter para que as crianças ejovens se interessem eaprendam melhor. Lembre-se,porém, que as atividadessugeridas em cada fascículosão apenas isso, sugestões.Cada voluntário é que vaidecidir como trabalhar a suaforma de fazer arte comas crianças e jovens, semprelevando em conta que épreciso estar atento aoprocesso do fazer e ao produtoque dele resulta.

Como utilizar o cartaz“O Brasil Festeiro”

O cartaz com o mapa do Brasil e as festas popularesrepresentadas pode contribuir para provocar um

grande encontro da comunidade escolar.

É muito provável que na comunidade vivam famíliasque vieram de diferentes regiões do Brasil. A partir

das informações e das imagens mostradas no mapa,os alunos e suas famílias poderão partilhar

experiências de vida, relatando em que lugares jámoraram, relembrando com saudade e alegria das

festas em que participaram e apresentandobrincadeiras e danças que conhecem.

Você pode motivar os alunos a entrevistar os paissobre os folguedos e as festas que conhecem,

relatando depois aos colegas. Outra possibilidade éreunir moradores por região de origem para que

contem sobre as festas, expliquem seus significadose apresentem as danças e as brincadeiras para a

comunidade.

Esse mapa pode, também, estimular quem estáimplementando esta proposta a elaborar um outro

mapa do município ou bairro onde a escola se situa,para que possam ser afixados desenhos ou fotos

identificando as festas, folguedos e danças presentesna comunidade. Esse novo mapa daria visibilidadepara as manifestações culturais das famílias que

convivem na escola, fortalecendo e valorizando suaidentidade.

Essas atividades promovem a integração dacomunidade, colocam em evidência na escola umoutro tipo de saber, fruto de vivências e práticas

coletivas; a comunidade vai à escola para falar e serouvida e não apenas para ouvir como muitas vezes

acontece.

ALERTALeia indicadores sobre a distribuição espacial e

temporal dos folguedos e danças folclóricas peloterritório brasileiro na página 17.

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Page 14: A Arte é para todos

Crie ou fortaleça o Centro de Memória

Prezado(a) Educador(a), esperamos que o fim desta leitura

represente o início de ações inovadoras no sentido de

fortalecer a Arte, a Alegria e a Aprendizagem na escola.

Ações que, pouco a pouco, criam espaços de encontro e

troca, onde crianças, jovens e adultos podem moldar uma

nova realidade, um outro mundo possível...

... “Um mundo no qual o espírito criativo esteja vivo, no qual avida seja uma aventura cheia de alegria e esperança, baseadaantes no impulso de construir. Um mundo no qual a afeição temlivre campo, do qual a crueldade e a inveja sejam expulsas pelafelicidade e pelo livre desenvolvimento de todos os talentos queelevam a vida e a preenchem com alegrias mentais.”

(BERTRAND RUSSELL, MATEMÁTICO E FILÓSOFO INGLÊS,

CIDADÃO ENGAJADO NAS LUTAS POR JUSTIÇA, LIBERDADE E PAZ NO SÉCULO XX

por meio de sua dança, suamúsica, sua literatura, suasartes cênicas e plásticas, seufolclore, seu artesanato.Estas produções dos artistasque estão à nossa voltaconstituem a matéria-primadessa seção.

Com esse acervo, reunido nasvárias escolas, você estarácontribuindo para compor ummaterial atualizado sobre operfil cultural de nosso povo.Reunir e socializar asproduções artísticas dacomunidade é tornar real apalavra de ordem desteProjeto: “A ARTE É DETODOS”.

4 No caderno Conversando com aEquipe Escolar do material“Amigos da Escola nos Esportes”,há uma orientação para o registrodas experiências de umainstituição e reflexões sobre ovalor dessa ação. Vale a pena releresses textos e reativar o Centro.

O Projeto “Amigos nosEsportes” propôs, em seulivreto introdutório, a criaçãode um Centro de Memória4

com o objetivo de registrar asatividades significativasrealizadas pela escola. EsseCentro pode ser o local ondeos materiais que documentama história da escola sãopreservados. Dentre eles,pode estar parte dasproduções dos alunos.

Para consolidar essa idéia,sugerimos incorporar aoCentro uma seção de culturapopular para documentar asproduções culturaisidentificadas por meio desteprojeto e realizadas pelascrianças e jovens. Essa seçãoteria por objetivo resgatar,preservar e propagar otrabalho de nossos artistas deontem e de hoje. A alma dopovo brasileiro se manifesta

Processo e produtoEm arte, importa muito estar

atento ao processo e perceberpequenas transformações.

Muitas vezes, leva-se muitotempo para alcançar bons

resultados e, se as pessoas nãopuderem ver avanços sutis,

reconhecer seus limites e serajudadas a enfrentá-los, podemdesanimar. Nem sempre temos

consciência de como nossocorpo se comporta na dança, a

significação de um gesto na artede representar, qual o impactode uma imagem no observador,

como transmitir idéias numdesenho. Por esse motivo, é

necessário o olhar atento de umeducador durante um trabalho,para colaborar nas dificuldadese apontar as conquistas que aprópria pessoa não identifica.

Entretanto, não basta empenhar-se. Todos desejamos ver o

produto, que deve ser muitobem realizado. Precisamos

ensinar as crianças e jovens apreparar seus trabalhos para quesejam apreciados pelos outros.

O acabamento de um desenho, oenquadramento de uma pintura,a digitação de um texto e suailustração engrandecem os

trabalhos e, conseqüentemente,seu autor. O produto diz muitode seu autor, dá visibilidade aseus conhecimentos, mostra o

que sabe fazer. Ao olharem suasobras, muitos artistas se

surpreendem e se encantam como que conseguem fazer e isso osfortalece. Outro ponto importante

é o olhar de quem observa aobra. Todo artista deseja saber a

impressão que causa noespectador, pois é esse olhar que

dá significado ao trabalho.Portanto é imprescindível que asobras se tornem públicas e queos autores possam conhecer as

apreciações de quem as vê.Neste momento, é preciso

celebrar. As apresentações, asexposições, as discussões são

rituais que valorizam asproduções artísticas.

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Page 15: A Arte é para todos

SELOS POSTAISUM MUNDO FASCINANTE ONDE A ARTE

SINTETIZA O CONHECIMENTO

Convite para um Mergulho noMar da FilateliaA arte está por toda a parte. Nas danças de uma festa, namúsica que escutamos no rádio, nas fachadas de um prédioe nos vitrais de uma igreja. Mas, se nossos olhos e ouvidosnão estiverem atentos, a arte nos escapa. Quantas vezes,por exemplo, passamos por um monumento público semnotar a delicadeza de seus detalhes?

Se até a beleza de um grupo de estátuas no centro de umapraça muitas vezes nos passa despercebida, o que dizer deoutros bens mais discretos, como... os selos postais?

Alguns de nós temos com os selos uma relação pragmáticae limitada. Nós os colamos nos envelopes e pronto –esquecemos. No entanto, para muita gente, selosrepresentam uma fonte inesgotável de pesquisa, queexpressa por meio da arte a aventura do conhecimento,além de proporcionar entretenimento, cultura erepresentar fonte de investimento. Que tal realizar umaviagem ao mundo dos selos e conhecer a FilateliaBrasileira? Talvez você saia convencido(a) de que, seexiste um hobby com o poder de conquistar igualmentecrianças, jovens e adultos, esse hobby é colecionar.E, dentre todas as coleções possíveis, talvez a maisdemocrática, divertida e instrutiva seja a de selos.

Quem coleciona e troca selos nunca está sozinho, porquetambém troca experiências, idéias e sentimentos. Uma boarazão para disseminar essa agradável mania – a selomania –

em sua escola.

Afinal, o que éFilatelia?Abra o volume 6 daMacropédia Barsa que deveexistir na biblioteca da escola.Nas páginas 264 e 265 vocêencontrará uma boa einspiradora explicação arespeito desse passatempointernacional, que possuimilhares de adeptos em todoo mundo. Algumasinformações interessantes:

• Filatelia é o hábito e opassatempo de colecionarmetodicamente selospostais, que implicam oprazer de conhecer etrocar diversos tipos deselos, carimboscomemorativos e coleçõespostais. É uma brincadeiraque vem unindo pessoasde todas as idades eprofissões, das criançasaos idosos, no mundointeiro, desde o início doséculo XIX, quando afranquia postal foiinventada no Reino Unido.

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ANEXO

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Alguns selos são verdadeirasobras de arte, trazendoimagens da riqueza étnica,física e cultural de nosso país:sua história, paisagens,costumes, monumentos,fauna, flora.

Eis alguns temas que podemdespertar o entusiasmo dosfuturos colecionadores emsua escola:• Cidadania e Educação• Aviação• Esportes• Meio Ambiente• Nossa História

(Brasil 500 anos)• Turismo• Artes: pintores,

compositores, escritores...

• Existem numerosos tiposde coleções, onde crianças,jovens e adultos agrupamos selos de acordo comdiferentes critérios, como:1 - países ou continentesde onde provêm; 2 - temasque abordam com suasimagens (Esportes,Política, Artes, Folclore,Ciências e muitos outros).

• Colecionar selos, além dedivertido, é uma atividadeeducativa e cultural, pois osselos trazem informaçõesimportantes sobre todosos grandes temas da vidahumana e possibilitamcontato com a diversidadede culturas que existem nomundo, representadas pormeio de imagens.

• A Filatelia também teminteresse comercial eeconômico. As coleções deselos valorizam-serapidamente. Exemplaresde selos com defeitos evariedades de cores oucaracterísticas únicastornam-se raridades, podemser vendidos em feiras eleilões a preços altíssimos.Em 1993, a coleçãoIndhusofon, de selostailandeses, foi vendida emCingapura por mais de 3milhões de dólares.Colecionar selos éinvestimento.

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Há também os que enfocamtemas de campanhasrelacionadas à saúde e aomeio ambiente.

Ainda temos seloscomemorativos emitidos porocasião de eventosesportivos, festas religiosase outras efeméridesimportantes. Os selosretratam uma época e nospermitem conhecer muitosobre a história do País.Neles reconhecemos,também, o estilo dos artistasque os produziram. Eles sãosímbolos de um país e veículode divulgação de nossa cultura.

Temos séries que resultam deconcursos de desenhos decrianças sobre temasespecíficos, como o Natal.

Há selos sobre os maisdiferentes temas

Page 17: A Arte é para todos

Uma brevehistória dos selos

Os selos existem há muitotempo e o Brasil foi osegundo país a utilizá-lo. Elesforam criados na Inglaterraem 1840 porque osmensageiros, que levavam acorrespondência em longasviagens a cavalo ou carroça,deveriam ser pagos pelos querecebiam as mensagens eesses, muitas vezes, senegavam a pagá-los. Com acriação dos selos estavagarantido o pagamentoantecipado.

No Brasil, em 1843 entraramem circulação nossosprimeiros selos postaisadesivos, os “Olhos-de-boi”.

Os primeiros selos retratavampersonalidades famosas e, apartir de 1900, eles passaram aser usados para registraracontecimentos, homenagearpessoas, transmitirmensagens.

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O nascimento de um selo éalgo parecido com a produçãode uma obra de arte. Umtrabalho, antes de tudo, decriação e pesquisa, querequer o talento inventivo deum artista. Passa por umasérie de etapas de naturezagráfica e envolve dezenas depessoas.

Os Correios buscam temasque divulguem os nossoscostumes, nossa história,enfim, as diferentescaracterísticas que compõemo perfil do País. Nessa tarefa,contam com a colaboração detoda a comunidade nacional,que envia sugestões de temaspor meio de cartas e daInternet.

Também são incluídas naprogramação as emissõessolicitadas por entidadespúblicas ou privadas, alémdos lançamentoscomemorativos regulares,como os de Preservação daFauna e da Flora nacionaise os de Natal.

A decisão para o lançamentode um selo é tomada pelaComissão Filatélica, que éformada por representantesdos principais órgãosgovernamentais e deimportantes entidadesculturais e filatélicas do País.

Definida a programação, ostemas são encomendados aosartistas escolhidos para cadacaso, que usarão toda a suacriatividade para fazer,primeiro, o layout (esboço) dofuturo selo e, depois, a arte-final. O original, depois deaprovado pelo departamentode Filatelia dos Correios, vaipara a Casa da Moeda doBrasil, onde é efetuada aimpressão dos selos.

Depois de prontos, os selossão lançados e distribuídosàs agências dos Correios, deonde sairão para cumprir asua importante missão deportear correspondências,promovendo a integraçãoentre os povos de todas asnações.

Como nascem os selos

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16A A R T E É D E

Organizando umClube Filatélico

EscolarO Clube Filatélico

Escolar é a associaçãode alunos matriculadoscom freqüência regularem estabelecimento de

Ensino Fundamental,que se forma com o

objetivo de despertare/ou desenvolver o

interesse pela Filateliacomo uma atividadesociocultural. Suas

atividades devem serapoiadas pela direção

da escola.É importante formaruma Comissão para

elaborar o regulamentodo Clube e eleger uma

diretoria.

A presença de umprofessor coordenadorindicado pela direção émuito importante, poisele irá manter contatocom o órgão Filatélico

dos Correios, paraacompanhar a

programação deemissões de selos.

Além disso, incentivaráo intercâmbio com

outros clubes eprovidenciará a

assinatura de revistas eperiódicos sobre

Filatelia. Irá tambémmanter contato com a

Federação Brasileira deFilatelia (FEBRAF), eorganizar caravanas

para visitar exposições.

Incentivando o hábito decolecionar selosSe os selos guardam tesourose são “pequenas janelas parao Brasil e o Mundo”5,aproximar-se deles pode seruma forma agradável de abrirnovas portas para oconhecimento. Paraincentivar as crianças ejovens a observar coleções oua se tornar colecionadores,convide um colecionador deselos de sua cidade paraconversar com eles e mostrarsua coleção.

Peça que leve seus álbuns,fale do significado e valor dosselos, como foram conseguidose de que maneira são retiradosdas cartas e preservados. Seesse colecionador convidadosó se ocupar de selos dedeterminado tema, éimportante explicar queexistem vários tipos de

coleções e muitas formas deorganizá-las: por país, época,assunto...

Os colecionadores sãoapaixonados pelo assunto epodem ser convidados paracoordenar um grupo quequeira iniciar essa prazerosaaventura.

Nas 6 publicações quecompõem o conjunto “A Arteé de Todos”, há propostas deatividades interessantesenvolvendo os selos. Nelasforam reproduzidos selos,com imagens relacionadasàs artes da palavra, da luz,do som, da representação,do povo.

5 Selo – Pequena Janela para o

Brasil e o Mundo é um livroproduzido pela Empresa Brasileirade Correios e Telégrafos em 1975,no Rio de Janeiro, EditoraDocumentário.

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Elaboração

Centro de Estudos e Pesquisas em Educação,Cultura e Ação Comunitária

Direção-presidência Maria Alice Setubal

Coordenação Geral Maria do Carmo Brant deCarvalho

Coordenação Técnica Isa Maria F. R. Guará

Coordenação de Projeto Alice Lanalice

Comitê Editorial Jorge Miguel MarinhoSônia Madi

Consultoria em Cultura Alberto T. IkedaPopular

Consultoria Pedagógica Madza Ednire Edição (CECIP – Centro de Criação

de Imagem Popular,RJ)

Textos Originais

Com vocês: As Artes Sônia MadiArtes da palavra Jorge Miguel MarinhoArtes da luz Maria Terezinha T. GuerraArtes do som Marisa Trench O. FonterradaArtes da representação Alexandre Luiz MateArtes do festejar e brincar Iveta Maria B. Á. FernandesArtes do povo Tônia B. Frochtengarten

Revisão Sandra Aparecida Miguel

Edição de Arte Eva P. de Arruda CâmaraJosé Ramos NétoCamilo de Arruda C. Ramos

Ilustração Michele Iacocca

CENPECRua Dante Carraro, 68 Pinheiros05422-060 São Paulo SPFax: 11 3816 0666e-mail: [email protected]: //www.cenpec.org.br

A ARTE É DE TODOS

AMIGOS DA ESCOLA

Realização

Um projeto Rede GloboDiretoria de Projetos SociaisCentral Globo de Comunicação

BRASIL FESTEIRO

Distribuição espacial e temporal dos

folguedos e danças folclóricas

As manifestações do folclore brasileiro estãoclassificadas por regiões geográficas no mapa“Brasil Festeiro”, apenas por uma questãodidática, para facilitar a sua visualização. Trêslimitações dessa abordagem precisam serlevadas em conta e debatidas com os alunos:

1. Sob a ótica da cultura popular, na vertentereconhecida como folclórica, não existemunidades temáticas rigorosas quecorrespondam às regiões geográficasoficialmente delimitadas. Traços culturais quese caracterizam uniformemente, sob diversosângulos, podem se configurar tanto aquémquanto além dos limites dessas regiõesgeográficas oficiais.

2. Há também problemas em relação àdelimitação da época em que se realizam osfolguedos. Por exemplo, no Estado doMaranhão, as várias modalidades do folguedodenominado bumba-meu-boi ocorremprincipalmente no ciclo das festas juninas,portanto em sintonia com o que ocorre naregião Norte. No entanto, esse Estado selocaliza oficialmente no Nordeste, onde talmanifestação ocorre mais comumente no ciclodas festas natalinas. Por sua vez, não se podedizer (conforme normalmente se afirma) queesse folguedo seja “típico” das regiõesNordeste e Norte, pois manifestações queapresentam a figura do boi são realizadas empraticamente todo o território brasileiro, comnomes e estruturas diferentes, em épocastambém distintas.

3. Ainda, este tipo de mapeamento pode daraos estudantes a falsa idéia de quedeterminadas regiões são “mais ricas” ou“mais pobres de folclore”, em função do maiorou menor conhecimento que se tem de suasmanifestações. Isso pode ser simplesmenteresultado da falta de pesquisas, ou até domaior ou menor incentivo e promoção que sefaz “do folclore” de cada região, por parteprincipalmente dos órgãos ligados ao turismo,à cultura e às comunicações. No caso da faltade pesquisas, um bom exemplo são osEstados da região Norte, cujas investigaçõesainda são incipientes, quando comparadascom outras localidades.

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Material desenvolvido pelo

CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EMEDUCAÇÃO CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIA

Realização

Apoio

Filatelia e Apoio Técnico