a aprendizagem da lingua escrita

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  • 7/23/2019 A Aprendizagem Da Lingua Escrita

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    INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAO PR-SABER

    CAROLINA PATROCINIO FRES CRUZ

    A APRENDIZAGEM DA LNGUA ESCRITA

    Rio de Janeiro

    2010

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    INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAO PR-SABER

    CAROLINA PATROCINIO FRES CRUZ

    A APRENDIZAGEM DA LNGUA ESCRITA

    Trabalho de Concluso de Cursoapresentado ao Instituto Superior deEducao Pr-Saber como requisitoparcial para a obteno do grau delicenciado em Normal Superior, comhabilitao em magistrio da EducaoInfantil.

    ORIENTADORA: Professora Madalena

    Freire

    Rio de Janeiro

    2010

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    C8892a Cruz, Carolina Patrocinio Fres

    A aprendizagem da lngua escrita / Carolina PatrocinioFres Cruz. Rio de Janeiro: ISEPS, 2010.

    f: il.

    Orientador: Profa. Madalena Freire

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao. Instituto Superior de Educao Pr-Saber, 2010.

    . 1. Educao. 2. Normal Superior. 3. Educao Infantil.4. Aprendizagem da lngua escrita. 5. Desenvolvimento.I.Ttulo. II. Orientador. III. ISEPS

    CDD 372

    Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca do Pr-Saber

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    CAROLINA PATROCINIO FRES CRUZ

    A APRENDIZAGEM DA LNGUA ESCRITA

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Instituto Superior de Educao Pr-Saber como requisito parcial para a obteno do grau de Licenciatura em NormalSuperior, com habilitao em magistrio da Educao Infantil.

    Defendido em ___ de_____de 2010

    Resultado _________________

    BANCA EXAMINADORA

    Professora Madalena Freire (Orientadora)

    Titulao, Examinador (Entidade)

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    Autorizo a publicao deste trabalho na pgina da Biblioteca do Instituto Superior deEducao Pr-Saber, tornando lcita sua cpia total ou parcial somente para fins deestudo e/ou pesquisa, sendo vedado qualquer tipo de utilizao comercial sem a prviaautorizao do autor.

    Rio de Janeiro, 23 de junho de 2010

    Carolina Patrocinio Fres Cruz

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    Dedico este meu trabalho aos meus amados pais Sonia e Joaquim

    e minha av Maria por serem o meu exemplo de vida, amor e

    dedicao. a eles que devo tudo que tenho e sou hoje.

    As minhas amigas Marlia e Bruna pelos momentos inesquecveis,

    companheirismo, incentivo e fora.

    A minha querida Rogria (in memoriam) por sua luta, garra,

    perseverana, determinao, carisma, e principalmente por deixaruma saudade que nem o tempo ser capaz de apagar.

    Porm, a pessoa que recebe a minha maior dedicao meu av

    Itamar (in memoriam) por todo amor, carinho e ateno que me foi

    dada enquanto esteve ao meu lado. Sei que onde ele estiver

    estar muito orgulhoso de minha vitria. Eu o amarei para sempre

    e tenho certeza que um dia ainda iremos nos encontrar.

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo primeiramente a Deus por ter me dado foras na

    superao de todos os obstculos e por me permitir vivenciar

    momentos to importantes.

    Aos meus amados pais Sonia e Joaquim e minha av Maria pela

    confiana apostada e por estarem ao meu lado em toda essa

    caminhada.

    Aos meus irmos Karla e Marcus pelo nosso amor que ultrapassa

    toda e qualquer barreira.

    Aos meus sobrinhos Bruno, Raissa e Yago por me dedicarem umimenso amor, que me fortalece nos momentos mais difceis de

    minha vida.

    A minha querida orientadora e professora Madalena Freire pelo

    apoio, compreenso e pacincia, alm de seus valiosos

    ensinamentos que levarei para o resto de minha vida.

    A toda a equipe do ISEPS pela dedicao, carinho e ateno dada

    a todas ns.

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    RESUMO

    Este trabalho menciona o surgimento da escrita passando pelos mtodos

    tradicionais de alfabetizao, desde aqueles que conduzem a no valorizao em

    relao s capacidades criativas de cada criana, chegando ao foco principal, a

    revoluo da teoria de Emilia Ferreiro e suas hipteses de aprendizagem da escrita,

    alm da criana como um ser cognoscente e o importante papel do professor no

    processo. O resultado do estudo de campo e a amostra de atividades demonstram a

    relevncia do estmulo no processo de aquisio e desenvolvimento da lngua escrita.

    Palavras-Chave: Educao. Normal Superior. Educao Infantil. Mtodos.

    Professor. Aprendizagem da lngua escrita.

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    Nasceste no lar que precisavas.Vestiste o corpo fsico que merecias.

    Moras onde melhor Deus te proporcionou, de acordo com teuadiantamento.Possuis os recursos financeiros coerentes com as tuasnecessidades, nem mais, nem menos, mas o justo para as tuaslutas terrenas.

    Teu ambiente de trabalho o que elegeste espontaneamente paraa tua realizao.

    Teus parentes e amigos so as almas que atrastes, com tua

    prpria afinidade.Portanto, teu destino est constantemente sobre teu controle.

    Tu escolhes, recolhes, eleges, atrais, buscas, expulsas, modificas,tudo aquilo que te rodeia a existncia.Teus pensamentos e vontade so a chave de teus atos, atitudes,so as fontes de atrao e repulso na tua jornada vivencial.

    No reclames nem te faas de vtima.Antes de tudo, analise e observe.A mudana est em tuas mos.Reprograme tua meta.Busque o bem e vivers melhor.

    (Chico Xavier)

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    SUMRIO

    1 INTRODUO 102 DO SURGIMENTO AOS MTODOS 11

    2.1 Evoluo histrica da escrita 11

    2.2 Mtodos tradicionais de ensino da lngua escrita 13

    3 A REVOLUO DE EMILIA FERREIRO 17

    3.1 Quem essa revolucionria? 17

    3.2 A criana como um ser cognoscente 18

    3.3 O papel do professor 194 AS HIPTESES DA PSICOGNESE DA ESCRITA 21

    4.1 Hiptese pr silbica 21

    4.2 Hiptese silbica 27

    4.3 Hiptese silbica alfabtica 28

    4.4 Hiptese alfabtica 29

    4.5 Mostrando na prtica 30

    5 ANLISES DE ESTUDO DE CAMPO 34

    6 CONSIDERAES FINAIS 37

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 38

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    1 INTRODUO

    Meu encantamento pela aprendizagem da lngua escrita baseada na viso da

    revolucionria Emilia Ferreiro iniciou-se com a introduo da disciplina Alfabetizao e

    sua didtica I e II, ministrada pelas professoras Madalena Freire e Clara Arajo, no 3

    perodo do curso Normal Superior no ISEPS.

    Antes disso, a viso que eu tinha em relao a aprendizagem da leitura escrita

    limitava-se simplesmente forma em que fui ensinada. Meu processo de alfabetizao

    ocorreu de forma tradicionalista, com memorizaes e reprodues. Com isso, a maior

    lembrana que tenho fixado em minha curta memria minha sala do antigo CA, onde

    a professora colou pequenos cartazes com todas as letras do alfabeto, maiscula e

    minscula, em cima do quadro negro, juntamente com suas cartilhas ineficientes que

    partiam de um pressuposto de compreenso do sistema de escrita e sequncias de la,

    le, li, lo, lu, na, ne, ni, no, nu, ra, re, ri, ro, ru, etc.

    Minha viso sobre como e/ou quando as crianas aprendem a escrever mudou

    aps minhas aulas na faculdade, pois agora percebo que a criana um ser pensante,

    capaz de comear a escrever muito antes do que pensamos e precisa ser estimulada.

    Hoje em dia sou capaz de auxili-la em seu aprendizado, classificando sua passagem

    por todas as hipteses.

    Em minha experincia dentro de sala de aula, passei a introduzir a escrita de

    forma que permitisse que as crianas passassem a ter mais contato com a mesma

    atravs de leituras e colocando-as inicialmente em contato com seus nomes para que

    houvesse um reconhecimento natural das letras.

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    2 DO SURGIMENTO AOS MTODOS

    2.1 Evoluo histrica da escrita

    A necessidade de registrar e guardar dados deu origem a escrita, por volta de 3.500

    a.C, evoluindo ao longo da histria da humanidade.

    As primeiras noes de escrita apareceram na regio entre os rios Tigres eEufrates, na Mesopotmia (atual Iraque), locais onde surgiram as primeiras civilizaes

    urbanas. Essa escrita limitava-se em representaes desenhveis, signos, que

    combinados sequencialmente, representavam uma ideia, denominados pictogramas.

    Porm, seu uso era limitado por apenas representar coisas desenhveis.

    Ao passar do tempo, a escrita passa a adquirir valores fonticos e menos signos, e

    com o surgimento do alfabeto, inventado pelos gregos, as palavras comeam a surgir

    atravs de sons.

    Ocorre a evoluo da escrita, marcada pelo surgimento da escrita ideogrfica,

    composta por sinais que no representam letra ou som, mas diretamente uma idia,

    como os algarismos (por exemplo, a srie de nmeros romanos e rabes: I, II, III, IV, V,

    VI, etc., ou, 1, 2, 3, 4, 5, 6, etc.). Essa escrita foi utilizada pelos antigos egpcios e

    atualmente na escrita chinesa.

    Tornou-se possvel assim escrever atravs da ideografia, iniciou-se ento a

    logografia, que nada mais a arte de escrever por abreviaturas.

    Houve ento a progresso de algumas lnguas para a fonetizao valorizando as

    escritas silbicas, evoluindo para a escrita alfabtica. Estas recorrendo a sinais para

    representar determinados sons, com a reflexo e a tomada de conscincia da

    linguagem reduzindo o nmero de sinais a serem representados. Em seguida, estende-

    se com a criao do alfabeto fencio, constitudo por vinte e dois signos que permitiam

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    escrever qualquer palavra, onde ao ser adotado pelos gregos, foi melhorado passando

    a ser composto por vinte e quatro letras, divididas em vogais e consoantes.

    Figura 1 Alfabeto Fencio

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    Figura 2 Alfabeto GregoPode-se concluir que essa trajetria iniciada a milhares de anos construda a

    partir de muita reflexo, assemelha-se as quatro fases que a criana passa at ser

    alfabetizada.

    Inicialmente, a criana utiliza o desenho para se comunicar, assim como a escrita

    que surgiu atravs da necessidade de estabelecer uma comunicao criando regras.

    Na hiptese pr silbica a criana cria uma forma de semelhana, raciocinandoque formiga escreve-se com poucas letras por ser um bicho muito pequeno.

    O ideograma compe-se de uma analogia ao objeto, ou seja, alguns objetos

    passam a ter o mesmo significado por terem pontos em comum.

    Segundo Freire, com a minha concordncia, a logografia pode ser comparada a

    passagem do pr silbico ao silbico, pois a criana est descobrindo a relao grafia-

    som.

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    O som da linguagem evoluiu para uma escrita silbica equiparando-se a hiptese

    silbica da criana.

    Com o domnio da lngua escrita atravs da hiptese alfabtica, a criana

    progride junto da humanidade para um sistema alfabtico.

    No Brasil, a escrita apareceu inicialmente atravs da primeira correspondncia

    oficial ligada ao pas, escrita por Pero Vaz de Caminha e enviada ao Rei de Portugal,

    com a chegada de Pedro lvares Cabral em 1500, a qual relatava com entusiasmo o

    descobrimento e as caractersticas de uma nova terra. Essa carta ficou conhecida como

    Carta de Caminha, que considerada a Certido de Nascimento do Brasil, por ser o

    primeiro documento oficial sobre o Pas.

    2.2 Mtodos tradicionais de alfabetizao

    Durante dcadas pedagogos pensavam em mtodos de aprendizagem da

    escrita. At os dias atuais, este assunto ainda desencadeia discusses entre

    especialistas.

    A seguir se encontram alguns desses mtodos tradicionais de ensino da lngua

    escrita.

    Mtodo Sinttico

    Neste mtodo, h uma relao de conformidade entre o som e a grafia, oral e o

    escrito, atravs do aprendizado letra por letra, ou slaba por slaba e palavra por

    palavra, pode ser dividido em:

    Alfabtico:

    Aprende-se primeiro as letras, seguido pela unio das consoantes com as vogais

    formando as slabas e finalmente formando-se as palavras.

    Fnico ou fontico:

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    A pronncia da slaba formada atravs dos sons das letras, que nada mais a

    juno do som da consoante com o da vogal.

    Silbico ou silabao:

    Primeiramente aprende-se as slabas para depois formar as palavras.

    Ocorre neste mtodo, a utilizao de cartilhas no aprendizado, apresentando um

    fonema e seu grafema correspondente por vez. Contudo, o aprendizado mecnico,

    devido as repeties tornando-se cansativo e fora da realidade das crianas, pois agem

    sem autonomia.

    Mtodo Analtico

    A aprendizagem inicia-se a partir da frase para depois extrair as palavras e dividi-

    las em slabas.

    Este mtodo dividido em:

    Palavrao:

    Inicia-se com um contato com os vocbulos, seguido da aquisio de um certo

    nmero de palavras resultando na formao das frases.

    Setenciao:

    Aprende-se primeiro a frase, depois divide-se as palavras chegando s slabas.

    Global:

    um mtodo composto por vrias unidades de leitura com comeo, meio e fim,

    com frases que interessem as crianas.

    Neste mtodo, a criana apenas decora, no aprende a ler.

    Mtodo Alfabtico

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    Tambm conhecido como soletrao, parte da decorao oral das letras do

    alfabeto, forma as slabas e depois as palavras. A partir da, as crianas comeam a leras sentenas curtas at conhecer a histria.

    Este mtodo faz com que a criana passe a ser desinteressada, por conta da

    repetio de exerccios e a falta de respeito aos conhecimentos j adquiridos por ela.

    Mtodo Fnico

    A aprendizagem ocorre atravs da associao entre sons (fonemas) e letras

    (grafemas), formando slabas, palavras e frases. Neste mtodo, as crianas nopronunciam os nomes das letras, mas sim seus sons.

    Este mtodo dificulta o entendimento da criana para palavras que tem o mesmo

    som de slaba com o sentido, pois como explicaramos para as crianas que cela e sela

    possuem a mesma pronuncia e so escritas de forma diferente?

    Questes conclusivas para pensar...

    O fato que esse ensino, atravs de uma insistncia mecnica e repetitiva,conduz a no valorizao em relao s capacidades criativas de cada indivduo,

    impossibilitando o desenvolvimento de suas competncias.

    As crianas devem ser encorajadas, fortalecidas e motivadas em sua capacidade

    criativa melhorando sua aprendizagem.

    Certos professores e escolas seguem como base para seus mtodos de ensino,

    a aprendizagem de um aluno padro (como se todos fossem iguais), no respeitando o

    tempo de cada indivduo, utilizando uma pequena parte da capacidade de

    aprendizagem humana, empregando muitas das vezes atividades e exemplos que se

    encontram fora de suas realidades.

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    3 A REVOLUO DE EMILIA FERREIRO

    3.1 Quem essa revolucionria?

    A histria da alfabetizao pode ser dividida em antes e depois de Emilia

    Ferreiro diz a educadora Telma Weisz, que foi aluna da psicolinguista.

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    Emilia Ferreiro nasceu na Argentina em 1937 e foi radicada no Mxico onde

    atualmente trabalha no Departamento de Investigaes Educativas (DIE) do Centro deInvestigaes e Estudos Avanados do Instituto Politcnico Nacional do Mxico. No

    final dos anos 60, dotorou-se pela Universidade de Genebra sob a orientao de Jean

    Piaget dentro de uma linha de pesquisa chamada de psicolingstica gentica, de quem

    se tornou colaboradora.

    Em 1971, voltou Universidade de Buenos Aires e com Ana Taberosky, Alicia

    Lenzi, Suzana Fernandez, Ana Maria Kaufman e Llia Tolchinsk constituram um grupo

    de pesquisa sobre alfabetizao.

    Foi obrigada a se exilar aps o golpe de estado na Argentina em 1977, levando

    em sua bagagem dados das entrevistas cuja anlise est na origem da psicognese da

    escrita. Ainda exilada, passa a viver na Sua lecionando na Universidade de Genebra

    e com a ajuda de Margarida Gmez Palcio inicia uma pesquisa sobre as dificuldades

    de aprendizagem das crianas de Monterrey no Mxico.

    Retorna ao Mxico em 1979 com seu marido Rolando Garca (fsico e

    epistemlogo com quem teve dois filhos), publicando o livro Los sistemas de escritura

    em el desarrollo del nino em parceria com Ana Taberosky, que a ajudou na anlise dos

    dados obtidos em Buenos Aires.

    O exlio durou alguns anos e a maioria das pesquisadoras desse grupo

    espalhou-se obrigatoriamente pelo mundo.

    Com Margarida Gmez publica em 1982 o livro Nuevas perspectivas sobre los

    procesos de leitura y escritura, resultado de uma pesquisa com mais de mil crianasdestinguindo oito nveis de conceitualizao da escrita.

    Em 1985, 1986 e 1989, so publicadas obras com a juno de ideias e

    experincias inovadoras na rea de alfabetizao realizadas na Argentina, Brasil,

    Mxico e Venezuela: La alfabetizacin em proceso, Psicognese da lngua escrita,

    Los hijos del analfabetismo (Propuestas para la alfabetizacin escolar em Amrica

    Latina).

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    2.2 A criana como um ser cognoscente

    O pior dano que se pode fazer a uma criana lev-la a perder a confiana em

    sua prpria capacidade de pensar. (Emilia Ferreiro)

    Deixando de lado um modelo paradigmtico tradicional na formao do aprendiz,

    falarei agora da criana como um ser cognoscente.

    Constatou-se desde os meados dos anos 50 atravs da psicologia cognitiva que

    o conhecimento e a aprendizagem no acontecem somente pela razo, necessitando

    se estabelecer uma relao entre elas e o contexto onde a criana est inserida.

    A criana j chega a creche com uma vivncia que deve ser valorizada,

    interferindo no seu aprendizado. A partir da interao com adultos significativos e com o

    mundo, a criana passa a construir esquemas cognitivos, ou seja, recursos,

    ferramentas que compreendem sua realidade. Essa construo de esquemas ocorre

    atravs da assimilao, da acomodao e da organizao.

    Segundo Lacombe, pela assimilao, o sujeito incorpora os objetos e situaes

    do mundo aos seus esquemas j construdos. Pela acomodao, o sujeito pode

    adequar os seus esquemas aos objetos e situaes, construindo um novo esquema a

    partir de um esquema j construdo. Pela organizao, o sujeito incorpora o novo

    esquema construdo sua totalidade interna (conhecimentos, experincias afetivas e

    sociais anteriores), numa busca de coerncia e de significao. S se aprende a partir

    do que se sabe.

    A criana um ser pensante por ser dotada de argumentos e construtora de

    suas prprias estruturas cognitivas, mesmo sem ser ensinada, atravs de processos de

    interao com o meio em que vive.

    2.3 O papel do professor

    O professor tem um papel muito importante, sendo mediador neste processo de

    aquisio e desenvolvimento da lngua escrita.

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    A ateno deslocada da forma que se ensina para o ato de aprender por meio

    da construo de um conhecimento, vinculando os aspectos motores, cognitivos eafetivos ao contexto da realidade scio-cultural dos alunos.

    Segundo Ferreiro (2001, p. 22), "hoje a perspectiva construtivista considera a

    interao de todos eles, numa viso poltica, integral, para explicar a aprendizagem".

    Cada aluno tem um ritmo de aprendizagem diferente, e isso deve ser respeitado.

    A alfabetizao deve ser um processo interativo, tendo que se trabalhar o

    contexto da criana atravs de histrias e intervenes das prprias crianas, desdeque as mesmas faam algum sentido para elas.

    Os erros, que so hipteses inadequadas, cometidos pela criana tambm

    devem ser focados, por demonstrarem uma evoluo, que diminuem gradativamente,

    pois as crianas passam a ter outras preocupaes, como a ortografia, a qual no se

    preocupavam antes por estarem descobrindo a escrita.

    Cabe ao professor organizar atividades de acordo com a metodologia de ensino

    da lngua escrita com prticas sociais de leitura e de escrita, que faam com que a

    criana reflita sobre a mesma.

    "A minha contribuio foi encontrar uma explicao segundo a qual, por trs da

    mo que pega o lpis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, h uma criana

    que pensa." (Ferreiro, 1991)

    O distanciamento existente entre professor e aluno deve dar lugar a uma relao

    de carinho, respeito, ateno e proximidade, que contagie o aluno a querer aprendermais e mais, mostrando a grande importncia do educador na vida do educando,

    levando para sempre todos os ensinamentos apreendidos.

    Enfim, o professor no deve ser apenas um transmissor, e sim um aliado na

    construo do indivduo-aluno.

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    Estar vivo estar em conflito permanente, produzindo dvidas, certezasquestionveis.

    Estar vivo assumir a Educao do sonho do cotidiano.Para permanecer vivo, educando a paixo, desejos de vida e morte, precisoeducar o medo e a coragem.Medo e coragem em ousar.Medo e coragem em romper com o velho.Medo e coragem em assumir a solido de ser diferente.Medo e coragem em construir o novo.Medo e coragem em a educao deste drama, cujos personagens so nossosdesejos de vida e morte.Educar a paixo (de vida e morte) lidar com esses dois ingredientes,cotidianamente, atravs da nossa capacidade, fora vital (que todo ser humanopossui, uns mais, outros menos, em outros anestesiada) e desejar, sonhar,imaginar, criar.

    Somos sujeitos que desejamos, sonhamos, imaginamos e criamos, na buscapermanente da alegria, da esperana, do fortalecimento da liberdade, de umasociedade mais justa, da felicidade a que todos temos direito.Este o drama de permanecermos vivos... fazendo Educao.(FREIRE, 2008, p. 34)

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    4 AS HIPTESES DA PSICOGNESE DA ESCRITA

    No processo de construo do conhecimento da escrita at dominar o cdigo

    lingstico, a criana passa por etapas, hipteses com avanos e recuos, onde cada

    uma constri o seu tempo.

    Segundo a teoria construtivista de Emilia Ferreiro, toda a criana experincia,vive quatro hipteses at que esteja alfabetizada.

    4.1 Hiptese pr silbica

    A criana tem como desafio compreender a estabilidade da escrita, ou seja, uma

    palavra sempre escrita da mesma forma.

    No h correspondncia sonora entre grafia e som.

    Esta hiptese subdivide-se em seis sub-fases:

    A) Escrita primitiva:

    Grafismo primitivo movimento de imitao da escrita.

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    Figura 3 Escrita primitiva

    B) Pseudo-letra:

    Pr esquema da escrita.

    Busca a cpia da representao da letra.

    Controla um embrio de letra.

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    Figura 4 Pseudo-letra

    C) Escrita unigrfica:

    Ocorre a conquista da forma da letra.

    Cada letra pode representar uma palavra, frase ou histria.

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    Figura 5 Escrita unigrfica

    D) Escrita sem controle de quantidade, caracteriza-se por:

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    Repetio e mistura de letras e nmeros.

    J diferencia o que desenhar e escrever.

    natural espelhar a letra nessa fase.

    Sabe-se que escrever para comunicar algo.

    Figura 6 Escrita sem controle de quantidade

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    E) Escrita fixa:

    Conquista a estabilidade da palavra, mas atribui diferentes significados a ela.

    Figura 7 Escrita fixa

    F) Escritas diferenciadas:

    Segundo Freire (2010, p. 12-13), constitui-se de quatro momentos:

    a) Escrita com quantidade constante e repertrio variado, nesta hiptese a criana

    refora a ideia de no se poder escrever com menos de trs letras.

    b) Escrita com quantidade constante e repertrio parcialmente constante.

    c) Escrita com quantidade varivel e repertrio fixo.

    d) Escrita com quantidade varivel e repertrio varivel.

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    G) Escrita com valor sonoro inicial ou final:

    Inicia-se uma correspondncia entre grafia e som.

    Escreve-se a vogal ou a consoantes correspondente a slaba.

    Figura 8 Escrita com valor sonoro inicial ou final

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    4.2 Hiptese silbica

    Cada letra corresponde a uma slaba.

    Figura 9 Escrita silbica

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    4.3 Hiptese silbica alfabtica

    No sustenta o valor da slaba na palavra toda.

    Transio para a escrita alfabtica.

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    Figura 10 Escrita silbica alfabtica

    4.4 Hiptese alfabtica

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    Domina o valor das letras e slabas, compreendendo a diferena entre lngua

    falada e escrita.

    Figura 11 Escrita alfabtica

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    4.5 Mostrando na prtica

    Alm da vivncia que cada criana traz de sua realidade, podemos proporcion-

    la dentro de sala de aula diversas atividades que estimulem o processo de

    alfabetizao, tais como: msicas, pesquisas em jornais e revistas, histria com ou sem

    registro, rodinha, propagandas, rtulos, embalagens, relao das letras dos nomes,

    relao de mesma letra/ som inicial, etc.

    Para exemplificar, mostrarei o resultado de algumas atividades que trabalhei com

    as crianas na faixa etria entre 4 e 5 anos. Essas atividades foram propostas a partir

    de conhecimentos trazidos pelas crianas dentro de suas realidades, com assuntos,

    questes e dvidas surgidas repentinamente, de modo casual, mas cheia de

    significados.

    1) Criana A

    Atividade:Escreva a primeira letra do seu nome e depois desenhe alguma coisa

    que comece com a mesma letra.

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    Figura 12 Atividade 12) Criana B

    Atividade:Escreva o nome de sua histria preferida.

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    Figura 13 Atividade 2

    3) Criana C

    Atividade:Pesquise outra palavra que comece com a mesma letra do seu nome.

    Figura 14 Atividade 3

    4) Criana D

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    Atividade:Escreva o que aparece na figura ao lado.

    Figura 15 Atividade 4

    5) Criana E

    Atividade: Caa letra Marque a primeira letra do seu nome.

    Figura 16 Atividade 5

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    Esses exemplos so um conjunto de atividades, experincias que mostram que

    desde cedo as crianas so capazes de elaborar hipteses, independente da formaortogrfica correta, revelando um significativo conhecimento sobre a natureza da

    escrita.

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    5 ANLISES DE ESTUDO DE CAMPO

    Estudo de campo realizado atravs de um questionrio contendo cinco

    perguntas, que foi entregue em um total de dez educadoras, cinco que utilizam mtodos

    tradicionalistas de alfabetizao e cinco que utilizao um ensino democrtico tendo

    como base as hipteses de Emilia Ferreiro.

    Este questionrio continha as seguintes perguntas:

    1) Como voc alfabetiza seus alunos?

    2) Como voc v este seu aluno em seu processo de alfabetizao?

    3) Voc observa situaes nesse processo onde as crianas esto pensando?

    Formula perguntas? Exemplifique.

    4) Que atividades voc prope? De que forma trabalhada?

    5) Existe alguma atividade de avaliao sobre a aprendizagem das crianas? Qual?

    Ao analisar as respostas da primeira pergunta constatei que a metade das

    educadoras baseiam-se em uma mistura de mtodos com um foco tradicional, e um

    planejamento anual, o qual no pode ser mudado, onde divide-se a quantidade de

    letras e nmeros a serem apresentados para as crianas pelos meses (exemplo: trsletras e um nmero por ms). J a outra metade aproveita-se da bagagem de

    conhecimentos trazida pelos alunos, juntamente de projetos onde so retiradas

    palavras significativas, criados muitas vezes a partir de uma necessidade do grupo.

    A viso das educadoras em relao ao aluno na alfabetizao foi um tanto

    quanto parcial. A maioria percebe a criana como um ser em desenvolvimento,

    interessado no que est sendo dado. Porm, algumas no investem mais nisso por

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    terem que seguir o planejamento de suas instituies de ensino, como afirma B.:

    Muitas vezes estou na letra D e eles se interessam pela palavra macaco, mas noposso atropelar meu planejamento.

    Vejo o aluno como uma criana que est se desenvolvendo e construindo seus

    conceitos a respeito do mundo... o aluno protagonista no processo de alfabetizao,

    orientado pelo professor, a criana vai formulando seus conceitos sobre leitura e

    escrita, afirma educadora A.

    Na terceira pergunta todas as respostas foram positivas, e as questes

    aparecem quando as crianas apresentam dvidas e fazem comentrios expondo seus

    pensamentos, como exemplificou T.: Na rodinha quando levo uma histria, elas

    perguntam o ttulo da histria, depois dependendo do ttulo, se aquela palavra comea

    com J de Josefina, outro diz J de Joo outro diz tenho um tio chamado Joo, e assim

    vo se formando outras questes.

    As atividades propostas por essas educadoras foram:

    Trabalho com a rotina;

    Chamadinha;

    Bingo dos nomes;

    Atividades com livros;

    Manuseio de revistas;

    Colagem de papel picado na letra e no nmero;

    Cpia do nome;

    Jogos;

    Adedanha de vogais;

    Quebra cabea de nomes;

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    Relao das letras dos nomes com outras palavras;

    Brincadeira de roda;

    Histrias;

    Reescrita de histrias;

    Desenhos;

    Dramatizao;

    Registro de receitas.

    Apenas duas educadoras responderam que no existem atividades de avaliao

    sobre a aprendizagem das crianas, afirmando que as mesmas so avaliadas

    diariamente, recebendo estmulos com intervenes se necessrio. As outras

    educadoras avaliam em um processo no muito diferente destas, pois acorre atravs de

    observaes que auxiliem na percepo de dificuldades e algumas educadoras

    percebem em qual hiptese a criana se encontra e tambm, por exemplo, para aconstruo de um portflio como diz L.: Normalmente peo que escrevam coisas que

    gostam (ou) brincadeiras, e a partir dali vejo a hiptese em que se encontram. Algum

    tempo depois proponho uma nova atividade de escrita para analisar e avaliar os

    avanos no processo de cada um.

    Tudo registrado e arquivado em portflio, no final do ano tenho o registro de

    todo processo das crianas, suas conquistas, dvidas e dificuldades.

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    6 CONSIDERAES FINAIS

    Minha inteno com essa monografia mostrar ao leitor a mudana de viso a

    respeito da aprendizagem da lngua escrita atravs das hipteses estudadas por Emilia

    Ferreiro, pelas quais as crianas aprendem a ler e a escrever, onde no h um mtodo

    pedaggico de ensino.

    A criana deve ser respeitada como um ser pensante, elaboradora de hipteses

    sobre o funcionamento da escrita, que compreende como um todo a natureza do

    sistema alfabtico, ao mesmo tempo que aprende os usos e formas da linguagem que

    serve para escrever.

    O educador em seu processo de ensino aprendizagem, deve preocupar-se em

    como as crianas esto aprendendo, respeitando a evoluo de cada uma, observando

    os avanos e recuos respeitando o tempo de cada uma que ocorrem sem um tempo

    determinado, compreendendo os processos cognitivos subjacentes as hipteses, que

    dependem da assimilao e da reacomodao dos esquemas j adquiridos pelas

    crianas.

    Tenho agora a sensao de dever cumprido misturada ao alvio no peito.

    Todo o meu esforo, as noites mal dormidas, os finais de semana onde eu no

    fazia outra coisa a no ser estudar... tudo isso valeu a pena!

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    A aflio, o desespero, o medo de no conseguir e as lgrimas de nervosismo

    ficaram para trs. O que me resta agora lembrar das palavras de confiana deMadalena, Del e Cludia Casanova dizendo que eu era capaz.

    Hoje eu afirmo com toda clareza: Eu sou capaz sim, eu venci a to temida

    monografia!

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    CECCHINI, Izabel. Escrita no Brasil. Disponvel em . Acesso em: 17 abril 2010.

    CRUZ, Carolina Patrocinio Fres. Regitro reflexivo das aulas de Madalena Freire, de

    julho a dezembro de 2008. Rio de Janeiro: ISEPS, 2010.

    CURTO, Llus Maruny; MORILLO, Maribel Ministral; TEIXID, Manuel Miralles.

    Escrever e ler.Porto Alegre: Artmed, 2000. Vol. 1.

    Emilia Ferreiro, A estudiosa que revolucionou a alfabetizao. Nova Escola, So

    Paulo, ed. especial, p. 135-125.

    FERREIRO, Emilia. Com todas as letras. So Paulo: Cortez, 2001. vol. 8, ed. 10.

    FREIRE, Madalena. Apostila para o curso de formao de professores de

    educao infantil ISEPS (apostila). Rio de Janeiro: ISEPS, 2010.

    FREIRE, Madalena. Educador. So Paulo: Paz e Terra, 2008.

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    LACOMBE, Anna Maria. Conceitos bsicos da teoria piagetiana. Disponvel em . Acesso em: maio 2010.

    Ptio Educao Infantil. Porto Alegre: Artmed, ano VII, n. 20, jul./out. 2009.

    VISVANATHAN, Christianne. Como funcionam os mtodos de alfabetizao.

    Disponvel em < http://pessoas.hsw.uol.com.br/metodo-de-alfabetizacao.htm>. Acesso

    em: maio 2010.

    VIVER MENTE & CREBRO: Coleo memria da pedagogia, 5: EMILIA FERREIRO:

    A construo do conhecimento. Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.