a piscogÊnese da lingua escrita

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Page 1: A PISCOGÊNESE DA LINGUA ESCRITA
Page 2: A PISCOGÊNESE DA LINGUA ESCRITA

A PISCOGÊNESE DA LINGUA ESCRITA

Emilia Beatriz Maria Ferreiro Schiavi nasceu na Argentina em 1937. Formou-se em Psicologia na Universidade de Buenos Aires. Em 1970, por pressões políticas, ela e seu marido, físico e epistemólogo, Rolando Garcia, vão para Genebra/Suíça. Lá, Emília trabalha como pesquisadora assistente de Jean Piaget e sob sua orientação realiza seu doutorado.Em 1971 Emilia volta para Universidade de Buenos Aires e forma um grupo de pesquisa sobre alfabetização do qual fazem parte Ana Teberosky, Alícia Lenzi, Suzana Fernandez, Liliana Tolchinsky e Ana Maria Kaufman.

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Com a ditadura na Argentina com um golpe militar em 1976, e muitos desaparecendo a todo momento, vários elementos do grupo deixam o país.Emilia Ferreiro se exila na Suíça e leciona na Universidade de Genebra. Em 1979 muda-se para o México e publica com Ana Teberosky “Sistemas de Escrituras en el desarollo de niño” que é publicado no Brasil sete anos depois com o nome “A Piscogênese da Lingua Escrita”.

Emilia Ferreiro nunca achou que as pesquisas da piscogênese se aplicassem diretamente na sala de aula.Ela nunca teve ilusões a respeito disso.

Quando lhe perguntam se ainda esta estudando “essas coisas de escrita” responde que nunca terá tempo suficiente para estudar tudo o que gostaria sobre a escrita.

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Aspectos fundamentais:

•A competência linguística da criança;

•Suas capacidades cognoscitivas;

Características gerais das investigações realizadas:

Princípios básicos:

•Não identificar a leitura com o decifrado;

•Não identificar escrita com cópia de um modelo;

•Não identificar progressos na conceitualização com decifração e cópia;

" Ler não é decifrar, escrever não é copiar".

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Método de pesquisa:

Situação experimental estruturada porém flexível.

-Interrogatório individual gravado

-Método de indagação, inspirado no método clínico;

-Análise dos resultados

Grupo de “amostra”

-30 crianças de classe “baixa”, filhos de operários não qualificados, trabalhadores temporários.

-17 meninos e 13 meninas; 15 frequentaram o Jardim da Infância; 7 iam pela primeira vez a escola; 6 frequentaram de forma irregular o pré.

-Todas foram entrevistas ao início, no meio e ao final do curso.

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Algumas hipóteses construídas pelas crianças observadas na pesquisa:

-Não se pode escrever com poucas – ou apenas uma letra;

-O tamanho da palavra corresponde ao tamanho do objeto representado

-As letras de uma palavra não devem se repetir; é preciso que exista uma variação nas letras;

-A orientação espacial da escrita é uma construção social não obvia para as crianças;

-Para os alfabetizados existe apenas a “lógica” produzida pela escrita. Para as crianças em processo de alfabetização existem hipóteses que vão se confirmando ou não, que vão sendo desafiadas a permanecerem as mesmas.

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ESTÁGIOS DA EVOLUÇÃO DA ESCRITA

NÍVEL 1 .PRÉ - SILÁBICO

Características:

1. Indiferenciação entre gravura e escrita.

2. 2. Uso de sinais únicos para escrever palavras diferentes.

3. 3. A ordem das letras na palavra não é importante.

4. 4. Categorias linguísticas não definidas (letras, sílabas, palavras, etc.)

Proposta didática:Possibilitar à criança vivenciar atividades que envolvam as letras(palavras e textos de interesse da criança).

Conflitos que levam ao próximo nível:Percepção de que há estabilidade nas palavras.Ex.: Só há uma forma de escrever

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NÍVEL 2. SILÁBICO

Características

1.Vinculação entre escrita e pronúncia.

2. Correspondência quantitativa de sílabas orais com cada letrada palavra. Ex.: i F – PATO (Nível silábico – quantitativo ou restrito).

3. Correspondência qualitativa dos sons com as letras.Ex.: AO – PATO (Nível silábico – qualitativo ou evoluído).

Conflitos que levam à próxima hipótese:

*Impossibilidade de ler silabicamente (sobram letras)

*Impossibilidade de ler o que os outros escrevem.

*Confronto com grafias de certas palavras que sabem serem corretas

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NÍVEL 3. SILÁBICO – ALFABÉTICO (nível intermediário)

Características

1. Estágio de transição entre o silábico e o alfabético;

2. Escrita alterna entre o uso de letras e de sílabas para registro;

EX: A criança pode escrever

CAVALO = CA VA LO de memória mas na escrita autoral PETECA = PTCA

- As letras que sozinhas possuem o som da sílaba como B (be) P(pe) T(te) V(ve)

- As sílabas que exigem mais de duas letras como as formadas com LH, NH, CH, RR, SS, QU, GU, etc.

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NÍVEL 4. ALFABÉTICO

Características:

1.A criança descobre que precisa de uma letra para cadasílaba.

2.Desprende-se do realismo nominal.

3. Já possui formas fixas e grafa muitas sílabas completas (noinício). Na fase avançada, já desperta para questõesortográficas.

Ex.: PALHAÇO (PA L SO – 1ª fase)(PALIASO – 2ª fase) Faz correspondência fonema/grafema

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NÍVEIS PRÉ SILABICO SILÁBICO ALFABÉTICO

HIPÓTESES Indiferenciação entre gravura e escrita: não correlaciona fonema/grafema

Cada sinal gráfico representa uma sílaba.

Escreve-se como se fala

DESAFIOS Estabelecer uma relação entre a fala e a escrita;Diferenciar o desenho da escrita;Vencer o realismo nominal;Conservação gráfica na forma das palavras

Vencer a hipótese do número de letras;Silabas representadas por uma ou mais letras;

A escrita representa a fala, contudo, não se escreve como se fala.

INTERVENÇÕES Regularidade na formação das palavras: letras iniciais, finais;Distinção entre imagem e escrita;Vinculo entre o discurso e o registro;

Leitura do que se escreve;Confronto com outras escritas;Cruzadinhas;Forca; auto-ditado e auto-correção

Leitura, muita leitura;Produção de texto com auto-correção;Caça-palavras;

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A ALFABETIZAÇÃO EM UMA ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA

- Alfabetização considerada em função da relação entre quem ensina (professor), quem aprende (aluno) e o objetivo da aprendizagem (sistema de representação alfabética da linguagem).

- Escrita concebida como uma representação da linguagem,processo que envolve uma construção conceitual. Não é mero código de transcrição gráfica de unidades sonoras.

-Se a aprendizagem da língua escrita implica na compreensão do modo de construção de um sistema de representação, esta se converte na apropriação de um novo objeto de conhecimento (aprendizagem conceitual).

- Ênfase aos aspectos linguísticos, sociolinguísticos, psicogenéticos e psicolinguísticos

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CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO

-Mudança na abordagem escolar em geral.

- Necessidade de maior conhecimento científico por parte do professor (psicogênese da língua).

- Respeito à criança, considerando-a ser ativo e capaz, que segue um caminho próprio na sua evolução.

- Valorização das escritas espontâneas da criança, permitindo-lhe que escreva de acordo com suas hipóteses.

- Mudança na visão do “ERRO” – do pejorativo para o ERRO CONSTRUTIVO e necessário – instrumento de pistas para o professor a respeito das hipóteses do aluno e de seu estágio de evolução.

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- Delineação dos caminhos que a criança percorre para apropriar-se dos objetos do conhecimento: a leitura e a escrita.

-Mudança do enfoque do “COMO SE ENSINA” para “COMO SEAPRENDE”.

- O trabalho pedagógico deverá estar orientado para ajudar acriança a responder duas questões:

1.O que a escrita representa?

2.Qual é a estrutura da escrita?

-Substituição da questão da prontidão, numa visãotradicional ligada aos aspectos da coordenação viso-auditivo-motora, por aspectos linguísticos, que envolvem aconcepção da criança sobre a leitura e a escrita: função,formas de representação, estruturação, etc

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LIVROS DA AUTORA

Ferreiro & Teberosky. Psicogênese da Língua Escrita. Artes Médicas.1991.

Ferreiro & Palácio. Novas Perspectivas sobre os processos de Leitura e escrita. 1998.

Ferreiro. Reflexões sobre alfabetização.Cortez, 1981.

Ferreiro. Alfabetização em Processo. Cortez, 2011.

Ferreiro. Passado e Presente dos verbos ler e escrever.Cortez, 2011.

Ferreiro. Com todas as letras. Cortez, 2011

"... A minha contribuição foi encontrar uma explicação

segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis,

dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam,

há uma criança que pensa" (Emília Ferreiro)