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A “CASA DE JOSÉ FERNANDES” HOMENAGEIA O LÍDER DO MOVIMENTO DE SUA FUNDAÇÃO Editorial Órgão da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências (ALAC) – Ano V • Nº 14 • Arari/MA - Janeiro de 2018 A Academia Arariense, conhe- cida também pelo acrônimo ALAC, que lhe foi dado por por identifciação social, inicia seu quinto ano de atividades no janeiro corrente, após celebrar dignamente pela quinta vez sua instalação, nos idos de dezembro próximo passado. Devemos tal feito a homens e mulheres probos e desejosos em co- adunar capacidades, ideias e ações efetivas em prol da coletividade ara- riense, no âmbito do que se sentem competentes e com o que se compro- metem, a saber, Letras, Artes e Ci- ências. Esses, sentindo-se motivados a agremiar forças e talentos em uma confraria inspirada no modelo da prestigiada Académie française, por sua vez iluminada pela experiência grega do Sítio de Akademus, conheci- do como Akademia de Platão, deram à luz a nossa auspiciosa Academia. Dentre os ilustres nomes a figu- rar nos colóquios que fortaleceram e consolidaram a campanha cultu- ral que culminou com a concepção, fundação e instalação da entidade, o mais proeminente nas convocatórias, na liderança dos encontros entre os intelectuais locais, na articulação de ações e operacionalização dos en- caminhamentos que precederam a fundação do Sodalício, destaca-se o eminente confrade e, desde muito antes do nosso advento institucional, já grande poeta e pesquisador; jorna- lista e gráfico; advogado e juiz classis- ta; líder sindical, político e cultural; escritor e pessoa de elevada atuação nos movimentos estudantil e literário desta ribeira etc., o nosso ilustre José de Ribamar Fernandes. Aclamado como primeiro presi- dente da Casa, do ano de sua funda- ção, em 2012, ao final de 2014; pessoa de grande dedicação e entrega à cau- sa institucional, segue auxiliando as presidências que sucederam seu man- dato. Em virtude disso, aproximando- -se a efeméride dos 80 anos do seu nascimento, e considerando sua ta- manha importância para a Academia e para o município de Arari, dada sua grande obra estudantil, cultural, insti- tucional, política e literária, esta egré- gia Casa de Letras, Artes e Ciências deliberou pela realização de oportuna comemoração, para o que se associou a outras instituições que fizeram par- te da história desse arariense ilustre, a saber, a Fundação Cultural de Arari, a Câmara Municipal, o Colégio Ara- riense, e mais recentemente o Institu- to Perone, beneficiário de seu acervo, com o propósito de o compartilhar com a comunidade, no futuro Centro de Memória e Documentação de Arari. Entre uma e outra expressão do reconhecimento e reverência que o corpo de membros efetivos da Aca- demia a ele manifesta, a Assembleia Geral da entidade realizada em 23 de dezembro de 2017, por ocasião do 5º aniversário da instituição, a exem- plo da Academia Brasileira de Letras, a “Casa de Machado de Assis”, e da Academia Maranhense de Letras, “Casa de Antonio Lobo”, deliberou por proclamar, pública e oficialmen- te, a ALAC com a cognominação de a “Casa de José Fernandes”, o que lhe confere a condição vitalícia de pre- sidente de honra e futuro patronato geral do Sodalício. Tal ato constitui a maior honraria que a Academia poderia conceder a um de seus membros efetivos, ho- norários, beneméritos ou correspon- dentes, e é por todos abraçada como merecida e oportuna, sobremaneira, à própria instituição que lhe outorga o referido título, dado que em parte mais que significativa, esta é fruto também da sua trajetória inspiradora, do seu labor de idealista e líder inte- lectual, e da dedicação à causa do seu advento e no exercício institucional. Assim sendo, convidamos o leitor a conhecer com mais afinco a vida e a obra desse arariense que, conforme o confrade Leão Santos Neto, é “a pessoa de maior cultura, filho de Arari, viva e militando em nosso meio”, pen- samento comungado, se não por to- dos, pela maioria dos que conhecem a obra de José Fernandes. Celebremos todos tão importante efeméride! Galeria com algumas das principais produções literárias e de pesquisa histórica e geográfica de José Fernandes

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Page 1: A “CASA DE JOSÉ FERNANDES” HOMENAGEIA O LÍDER ...2 Aadeia O maior intelectual arariense em nosso meio T enho afirmado aos amigos ararienses e de outros muni-cípios que a pessoa

A “CASA DE JOSÉ FERNANDES” HOMENAGEIA O LÍDER DO MOVIMENTO DE SUA FUNDAÇÃO

EditorialÓrgão da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências (ALAC) – Ano V • Nº 14 • Arari/MA - Janeiro de 2018

A Academia Arariense, conhe-cida também pelo acrônimo ALAC, que lhe foi dado por

por identifciação social, inicia seu quinto ano de atividades no janeiro corrente, após celebrar dignamente pela quinta vez sua instalação, nos idos de dezembro próximo passado.

Devemos tal feito a homens e mulheres probos e desejosos em co-adunar capacidades, ideias e ações efetivas em prol da coletividade ara-riense, no âmbito do que se sentem competentes e com o que se compro-metem, a saber, Letras, Artes e Ci-ências. Esses, sentindo-se motivados a agremiar forças e talentos em uma confraria inspirada no modelo da prestigiada Académie française, por sua vez iluminada pela experiência grega do Sítio de Akademus, conheci-do como Akademia de Platão, deram à luz a nossa auspiciosa Academia.

Dentre os ilustres nomes a figu-rar nos colóquios que fortaleceram e consolidaram a campanha cultu-ral que culminou com a concepção,

fundação e instalação da entidade, o mais proeminente nas convocatórias, na liderança dos encontros entre os intelectuais locais, na articulação de ações e operacionalização dos en-caminhamentos que precederam a fundação do Sodalício, destaca-se o eminente confrade e, desde muito antes do nosso advento institucional, já grande poeta e pesquisador; jorna-lista e gráfico; advogado e juiz classis-ta; líder sindical, político e cultural; escritor e pessoa de elevada atuação nos movimentos estudantil e literário desta ribeira etc., o nosso ilustre José de Ribamar Fernandes.

Aclamado como primeiro presi-dente da Casa, do ano de sua funda-ção, em 2012, ao final de 2014; pessoa de grande dedicação e entrega à cau-sa institucional, segue auxiliando as presidências que sucederam seu man-dato. Em virtude disso, aproximando--se a efeméride dos 80 anos do seu nascimento, e considerando sua ta-manha importância para a Academia e para o município de Arari, dada sua

grande obra estudantil, cultural, insti-tucional, política e literária, esta egré-gia Casa de Letras, Artes e Ciências deliberou pela realização de oportuna comemoração, para o que se associou a outras instituições que fizeram par-te da história desse arariense ilustre, a saber, a Fundação Cultural de Arari, a Câmara Municipal, o Colégio Ara-riense, e mais recentemente o Institu-to Perone, beneficiário de seu acervo, com o propósito de o compartilhar com a comunidade, no futuro Centro de Memória e Documentação de Arari.

Entre uma e outra expressão do reconhecimento e reverência que o corpo de membros efetivos da Aca-demia a ele manifesta, a Assembleia Geral da entidade realizada em 23 de dezembro de 2017, por ocasião do 5º aniversário da instituição, a exem-plo da Academia Brasileira de Letras, a “Casa de Machado de Assis”, e da Academia Maranhense de Letras, “Casa de Antonio Lobo”, deliberou por proclamar, pública e oficialmen-te, a ALAC com a cognominação de

a “Casa de José Fernandes”, o que lhe confere a condição vitalícia de pre-sidente de honra e futuro patronato geral do Sodalício.

Tal ato constitui a maior honraria que a Academia poderia conceder a um de seus membros efetivos, ho-norários, beneméritos ou correspon-dentes, e é por todos abraçada como merecida e oportuna, sobremaneira, à própria instituição que lhe outorga o referido título, dado que em parte mais que significativa, esta é fruto também da sua trajetória inspiradora, do seu labor de idealista e líder inte-lectual, e da dedicação à causa do seu advento e no exercício institucional.

Assim sendo, convidamos o leitor a conhecer com mais afinco a vida e a obra desse arariense que, conforme o confrade Leão Santos Neto, é “a pessoa de maior cultura, filho de Arari, viva e militando em nosso meio”, pen-samento comungado, se não por to-dos, pela maioria dos que conhecem a obra de José Fernandes. Celebremos todos tão importante efeméride!

Galeria com algumas das principais produções literárias e de pesquisa histórica e geográfica de José Fernandes

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2 Academia

O maior intelectual arariense em nosso meio

Tenho afirmado aos amigos ararienses e de outros muni-cípios que a pessoa de maior

cultura, filho de Arari, viva e militan-do em nosso meio, é o poeta, escri-tor, gráfico e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, o nosso confrade, o nosso Dr. José de Ribamar Fernandes.

Deixa saudade por onde pas-sa, além de sua marca pessoal. Bom amigo, bom pai, bom marido, bom companheiro, tem José Fernandes qualidades e virtudes que todos nós gostaríamos de possuir, sobretudo

bom caráter.

Seu passado de lutas clamando por justiça, ele que foi um bom ma-gistrado, é exemplo de dignidade e não se conforma nunca com atroci-dades.

Otimista, acredita que tudo vai dar certo e que as pessoas de modo geral são como ele, boas: sua crença em Deus o faz um homem superior, autêntico, altaneiro, brilhante realista e disposto a servir seu semelhante a qualquer hora do dia ou da noite.

Conviver com José Fernandes, trocar ideias, ouvi-lo, a mim faz mui-

to bem. É um dos poucos amigos que trago dentro do peito como se fosse uma coisa sagrada.

Sua visão de mundo espiritual me encanta e fascina, e peço a Deus, no meu colóquio com ele, nosso criador, que me ilumine para poder alcançar seus conhecimentos, pelo menos no mundo espiritual.

Leão Santos Neto Cadeira 2

Patrono: Abdomacir Santos

Sempre que tenho a oportuni-dade de falar acerca da nossa literatura, seja através dos meus

textos, aulas ou palestras, cito o nome do eminente José Fernandes como o nosso maior escritor genuinamente arariense. Há algum tempo acompa-nho o seu trabalho, lendo os seus arti-gos publicados em vários jornais e os seus belos livros. Dos quatorze livros por ele publicados, já tive a satisfação de ler a maioria. E como geralmente

os textos que escrevo são sobre Arari, sempre uso os seus trabalhos, sobre-tudo “O Rio”, “Crônica Arariense”, “Gente e Coisas da Minha Terra” e “O Universo de Padre Brandt”, como fonte de consultas e referências.

Por isso, neste singelo artigo, de-cidi prestar homenagem ao José Fer-nandes pelos seus profícuos 80 anos de vida. Uma vida dedicada às Letras e à cultura. Decidi, então, fazer este panegírico ao nosso proativo escritor. Não o conheço muito bem como pes-soa, mas tenho muito contato com o escritor José Fernandes pelo fato de ser seu leitor, admirador e tê-lo como referência em minha vida acadêmica e literária.

Chegar aos 80 anos de vida com lucidez e com uma produção intelec-tual vívida é um grande feito. Poucos escritores conseguem a proeza de lan-çar, praticamente, dois livros em um ano. José Fernandes já conseguiu. Cada vez que ele lança um livro, eu indago a mim mesmo: “Nossa! Como ele consegue escrever tantos livros assim com celeridade”? Decerto, José Fernandes é também um exímio e as-síduo leitor, pois um grande escritor antes de tudo precisa ser um grande leitor.

José Fernandes é um escritor sem limites para escrever. Particular-mente, eu fico extremamente jubi-loso cada vez que leio as suas obras. Ler José Fernandes é contemplar a vida, é valorizar as nossas origens e o mais puro sentimento telúrico. Ele transmite vivacidade em seus textos. Leio-o para tornar-me sábio, pois sua escrita, além de virtuosa, imite sabe-doria. Ele é um homem sábio.

Bem, cada escritor, de qualquer vertente literária, cria o seu modus componendi, cria o seu estilo, que vai singulariza-lo entre uma célebre plê-iade de escritores em um determina-do tempo. Com José Fernandes pare-ce que acontece o contrário, porque ele tem uma capacidade grandiosa de escrever tanto em prosa quanto em verso. Para mim, ele é um polígrafo, além de ser um intelectual completo, um amante da cultura, da literatura, da leitura, uma vez que ele sabe que o escritor é um defensor da liberda-de. A obra de José Fernandes, tem o desígnio de potencializar a emancipa-ção do ser humano, de eleva-lo a uma condição de nobreza que nenhum bem material pode oferecer. Esse também é um desiderato de um gran-de escritor.

José Fernandes é um imortal. A imortalidade que reveste a natureza humana faz o homem sempre pre-sente. Presente pela cultura que ele transmite; presente pela amizade que ele conquista; presente pelos exem-plos que nos lega; presente pela no-tável obra que construiu. Arari tem o dever de render-lhe homenagens. Nossos estudantes precisam conhe-cer a sua maneira de pensar, através da sua vasta obra. Os livros, os textos de José Fernandes, enfim, sempre fa-zem referência a Arari, ao seu povo, à sua história. Todo esse legado pre-cisa ser conhecido, precisa se fazer presente em nossas escolas. E nesse particular, nós, professores, podemos contribuir e muito para isso.

Aqui finalizo esta homenagem simples ratificando a grandiosidade do nosso escritor, através da sua in-confundível verve literária, composta por poesias, ensaios, biografias, crôni-cas e contos. José Fernandes tem uma vida dedicada ao nosso Arari. Ele é detentor de sentimentos nobres. É um orgulho tê-lo como conterrâneo! Parabéns pelas oito décadas bem vivi-das, coroadas com um prestimoso po-tencial literário! Vida longa ao nosso Escritor-Maior, José de Ribamar Fer-nandes!

MINHA HOMENAGEM AO ESCRITOR JOSÉ FERNANDES

Adenildo Bezerra Cadeira 28. Patronesse: Justina Fernandes Ribeiro

A Natureza ou o Homem?

Breno Medeiros Cadeira 27. Patrono: João da Silva Lima

Nos idos de 64, quando estu-dante em Recife, essa cidade foi vítima de uma enchente,

variando nos bairros nobres de trinta a sessenta centímetros de profundi-dade, no que um repórter publicou: “A enchente provocou a miséria”.

A essa mesma época, o arcebispo de então de Olinda e Recife, Dom Helder Câmara, retrucou: “A enchen-te não provocou a miséria, apenas a descobriu”. Como as palavras dos gênios sempre suscitam questões de alto nível, assim as palavras desse ar-

cebispo apareceram como a verdade.O homem, invadindo e atacando

a natureza, tem ultimamente provo-cado destroços. Toda essa devastação, poluição, envenenamento dos nossos rios e fontes de água pura, como era muitos anos atrás, fez surgir esse des-calabro por que ora assistimos com essa grande tristeza que contempla-mos, a ponto de ser necessário para a sua recuperação grande soma de recursos do Poder Público, nas esfe-ras municipal, estadual e até mesmo federal, para que isso aconteça.

Então teremos de volta àqueles bons tempos passados...

O povo de Arari está também se tornando vítima do descaso do ho-mem, sendo tão necessário quanto oportuno se tratar efetivamente esse tema: Meio Ambiente.

Então teremos bons tempos.

Autor dos livros: A Resposta, Feliz Horizonte, Partícula de Deus, Teu Corpo, Flores na Estrada (poesia) e Lágrima de uma Rosa (a publicar)

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3Academia

José de Ribamar Fernandes nasceu em Arari-MA, a 30 de janeiro de 1938. Filho de Nestor José Fer-

nandes, ex-professor primário, agente secundário e escritor ad hoc da Com-panhia dos Portos (na época em dinâ-mica operosidade, e Teresa de Jesus Fernandes, de prendas domésticas - ambos falecidos. Uma única irmã, Cleide, que completava a família de quatro pessoas. Casado com Maria José Batista Fernandes, assistente so-cial, é pai de quatro filhos: Rosângela, do lar; Silvia, Cláudia e Nestor, advo-gados.

INÍCIO DA CAMINHADA

Criado num padrão de classe mé-dia para o contexto local, aprendeu, com dificuldade, as primeiras letras, em sua própria casa, estudando de-pois nas escolas particulares da Dona Quequé e de Luzia Bastos. Do segun-do ao quinto ano primário, foi aluno no Grupo Escolar Arimatéa Cisne. Como aprendiz, frequentou, aos 10 anos de idade, as sapatarias de Dodó Ericeira e Tutu Batalha.

PRIMEIRAS INCURSÕES NAS LETRAS E O INGRESSO

NO JORNALISMO

Terminado o curso primário, pas-sou um ano sem frequentar colégio, mas passado esse ano, foi matricula-

do no último ano do Instituto Nossa Senhora da Graça (hoje Colégio Ara-riense) e, depois, na Escola de Artes Gráficas Belarmino de Matos.

Nessa escola de artes gráficas, surgiu sua inclinação para o jornalis-mo e aprendeu a profissão de tipógra-fo. Alí publicou seus primeiros artigos no Boletim Paroquial, que viria a ser, posteriormente, o Jornal Notícias.

Aprovado no décimo exame de admissão, em 1954, ingressou no Li-ceu Maranhense, colégio público de referência no Estado, logo ingres-sando também no Grêmio Liceísta, iniciando um trabalho de liderança junto aos grêmios estududantis. De São Luís, remetia seus escritos para o Boletim Paroquial, em Arari.

No Liceu, com os colegas Othon Leite e José Farias, fundou o jornal O Estudante de Atenas, que publicava artigos, crônicas e reportagens suas e de outros, sendo um entre os três únicos jornais estudantis do Estado.

UNIÃO ARARIENSE DOS ESTUDANTES - UAE

Mesmo em São Luis, aos 16 anos, reunido com seus amigos ararienses, fundou a primeira entidade estudan-til de Arari, a União Arariense dos Es-tudantes (UAE), da qual surgiram a bi-blioteca Dr. Milton Ericeira, o Grupo de Teatro Raimunda Ramos e o jornal Gazeta Arariense.

REVISTA INTERLAND E APONTAMENTOS SOBRE

O ARARI

Em 1956, com 18 anos, traba-lhava como tipógrafo, em São Luís e colaborava com o jornal O Combate. Nesse período, editou uma revista de-nominada Hinterland, cuja primeira edição era dedidaca exclusivamente a Arari. Colaborava também com o jornal O Chicote, escrevendo versos no estilo cordel, sob o título Cartas à Macacada Arariense, contando satiri-camente as novidades e patacuadas de sua terra. Incorporando-se, pouco depois no Jornal do Dia, José Fernan-des tornou-se o primeiro arariense a exercer profissionalmente o jornalis-mo.

UCREV

Ainda em 1955, José Fernandes aceitou convite de um amigo do Li-ceu com quem fazia o jornal O Estu-dante de Arari e um programa radiofô-nico, na Rádio Ribamar, e, unindo-se a outros estudantes de Vitória do Mearim, fundaram a Unão Cultural e Recreativa de Vitória do Mearim

- UCREV, na qual fundou ele o pri-meiro jornal de Vitória do Mearim, o Correio do Mearim.

GRÊMIO ARARIENSE DOS ESTUDANTES - G.A.E.

Passados poucos anos da desa-tivação da UAE e da UCREC, José Fernandes juntou-se aos estudantes José Benedito Pestana, Cléonemes Carneiro, David Maciel Santos, Ab-dalaziz Aboud Santos, João Francisco Batalha, Rômulo Soares, José Abas Praseres, José Salomão, os irmãos Muniz Pinto, Manira Aboud Santos e tantos outros, e juntos fundaram o Grêmio Arariense dos Estudantes - G.A.E, em 1961, organismo que veio a intergrar-se à história do Arari, pela sua avançada atuação na vida socio-cultural e política do município a par-tir daquele ano.

O grupo, incluindo José Fernan-des, sofreu represália do juiz da Co-marca, altamente conservador, que os tentou coagir, ameaçando prendê-los, usando ainda a polícia para proibir a

circulação do jornal Vanguarda, obri-gando os dirigentes do órgão a jogá-lo de avião sobre a cidade de Arari.

Com o passar dos anos, não mais sendo estudantes os dirigentes, estes transformaram o G.A.E em fundação, sob a denominação de Fundação Cul-tural de Arari, incorporando o Colégio Comercial, com seu prédio e sede.

POLÍTICA PARTIDÁRIA Estudando e trabalhando em

São Luís, nosso personagem encon-trava sempre uma maneira de estar constamente em Arari. Ressentido com o Pe. Brandt, com quem tivera divergências, começou a fazer-lhe po-lítica contrária, aliando-se ao opositor deste, coronel Antonio Anísio Gar-cia, conquistando razoável prestígio no grupo político deste, pela palavra e pela ação. Articulou com Garcia a entrada na política local do médico arariense Milton Ericeira, seu profes-sor no Liceu, este candidatando-se a deputado estadual pelo PSD, que uma vez eleito, inclusive, chegou a conseguir verba para construção do prédio-sede do Grupo Escolar Arima-téa Cisne.

VEREADOR

No mesmo pleito em que Mil-ton Ericeira se elegeu deputado, José Fernandes foi eleito vereador, aos 20 anos, sendo o terceiro mais votado em 1958, sobressaindo-se como o mais atuante edil, com discursos explosivos e apresentação de indicações, moções e projetos. Dentre suas conquistas no Legislativo, está a implementação do Código de Postura do Município. Destacou-se também sua liderança na luta a favor dos lavradores que ti-nham suas roças invadidas pelo gado dos grandes criadores, causa de graves conflitos; conseguiu, com ajuda do Estado, a construção do prédio-sede da delegacia, o mesmo que ficou em funcionamento até 2006.

DONO DE GRÁFICA E EDITOR DE LIVROS

Em 1959, aos 21 anos, Fernandes adquiriu, em sociedade com seu com-panheiro de aula, Oton Leite Fernan-des, uma pequena gráfica em um pré-

O OCTOGENÁRIO JOSÉ FERNANDES

Câmara Municipal de Arari. Sede do Poder Legislativo. Arari, 2018. Foto: Ademir Moraes.

Sede da Fundação Cultural de Arari e do Colégio Comercial. Arari, 2018. Foto: Ademir Moraes.

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4 Academia

dio localizado no beco Catarina Mina, na Praia Grande, em São Luís. Após certo tempo, Zé Fernandes assumiria sozinho a direção da microempresa, que passou a denominar-se Fernandes Editora. Além de produções de outros autores, ali produziu e fez publicar seus livros próprios, Poemas do Início e Caminhos da Alma.

LUTA PELAS REFORMAS DE BASE - REVOLUÇÃO DE 1964

A revolução de 1964 encontrou José Fernandes desenvolvendo inten-da atividade política, no campo ide-lógico, pelas reformas de base, junto aos organismos de vanguarda. Nessa condição, presidiu o último Gongres-so Nacional da UBES, em Fortaleza. Não era comunista, era ativista de esquerda, independente, porém com-prometido com as mudanças estru-turais preconizadas para o país, mas tentaram enquadrá-lo como suversi-vo.

CANDIDATURA A PREFEITO

Corria o ano de 1967, ano de elei-ção. Antes, porém, os gremistas ha-viam fundado o diretório municipal do Movimento Democrático Brasileiro - MDB, em Arari, sob a presidência de José Fernandes, e lançaram-no candi-dato a prefeito contra Raimundo dos Mulunduns Praseres, candidato dos padristas (adeptos do Pe. Brandt) e de parte dos barriguistas, antigos segui-dores da política tradicional de Anto-nio Anísio Garcia.

A campanha foi desigual. Já na-quele tempo, ganhava as aleições quem gastasse mais dinheiro e fizesse mais promessas aos eleitores, embora promessas irrealizáveis. Nessas condi-ções careciam aqueles políticos neófi-tos: não possuiam dinheiro, tradição política, experiência eleitoral, nem sabiam iludir os eleitores. Assim, os adversários dominaram a eleição, em meio a comprovada fraude eleitoral.

LIDERANÇA SINDICAL E ATUAÇÃO EM CONSELHOS

Em razão de sua participação so-cietária em uma gráfica, José de Ri-bamar Fernandes assumiu diversos cargos à frente de sindicatos e conse-lhos. Exemplo disso, foi a presidência do Sindicato das Indústrias Gráficas do Estado do Maranhão, eleito suces-sivas vezes; a diretoria da Federação das Indústiras do Estado do Maranhão, por vários anos; diretoria fincanceira e presidência do Conselho Temático de Relações de trabalho e Desenvolvi-mento Social, desempenhando, com desenvoltura, missões junto ao SESI - Serviço Social da Indústria (DR-MA); conselheiro como membro do Tri-bunal de Recursos Fiscais do Estado - TARF, por alguns mandatos; membro do Conselho de Contribuintes do Mu-nicípio de São Luís; da Junta de Recur-sos da Previdência Social (JRPS) e do Conselho Estadual de Meio Ambiente.

O PROFESSOR

Estudando na antiga Academia de Comércio do Maranhão, José Fer-nandes presidiu, durante dois man-datos o Grêmio Cultural Viriato Gon-laves, daquela escola técnica. Após concluir, com desenvoltura, o curso técnico em contabilidade, foi convi-dado pelo diretor Valber Leão, para recionar aulas naquele colégio. José fernandes revelou-se exímio profes-sor de Educação Moral e Cívica.

TRAJETÓRIA MACÔNICA

José Fernandes ingressou na Ma-çonaria do Brasil em 1981, na Loja Maçônica 1º de Maio, jusrisdicionada ao Grande Oriente Autônomo do Ma-ranhão - GOAM, da qual foi orador oficial. Logo foi elevado à dignida-de Mestre Maçom, conceituando-se como estudioso da filosofia maçônica e fiel escudeiro dos postulados da Or-dem.

Ajudou a fundar a Loja Labor e Fraternidade e a Loja de Pesquisa Afon-so Augusto de Moraes. Foi sub-procu-rador geral de Justiça do GOAM, juiz do Tribunal de Justiça Maçônica e juíz presidente do Tribunal de Justiça Elei-toral Macônica da mesma instituição, seu grande secretário de planejamen-to e um dos elaboradores da Consti-tuição da Ordem.

É membro dundador da Acade-mia Macônica Maranhense de Letras e presidente da comissão que elaborou a reforma de seu Estatuto. Titular que é da Cadeira Nº 20, é redador do jornal e da revista da citada academia.

MILITÂNCIA PROFISSIONAL

Bacharel em Direito pela UFMA,

turma de 1978, José Fernandes, após se filiar à OAB/MA, foi advogado do Bando de Desenvolvimento do Estado do Maranhão - BDM. Com a incorpo-ração desse banco ao BEM - Banco do Estado do Maranhão, passou para o quadro deste, sendo posteriormente, cedido, a pedido, ao Tribunal Regio-nal do Trabalho da 16ª Região.

Na OAB, foi membro do Tribunal de Ética e Disciplina. Na Justiça do trabalho foi juiz classista, membro da 2ª Junta de Conciliação e Julgamen-to de São Luís. Ainda na Justiça do trabalho, recebeu o Diploma de Mé-rito do Juiz Classista, em Brasília-DF, concedido pela Associação dos Juízes Classistas da Justiça do Trabalho - ANAJUCLA.

Participou ativamente das ges-tões preliminares para implantação, no Maranhão, do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª. Região. Pela sua participação no trabalhismo local, re-cebeu a comenda do Mérito do Traba-lho, no grau de Oficial, conferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região.

O ESCRITOR

É autor dos livros Poemas do Iní-cio, Caminhos da Alma, Eclosões (co-autoria), Crônica Arariense, A Re-presentação Paritária na Justiça do Tra-balho, O Educador Silvestre Fernan-des, Portal do Infinito, O Rio, Gente e Coisas de Minha Terra, Ao Sabor da Memória, O universo do Padre Brandt, Canto Telúrico, A Maçonaria no Ma-ranhão, A Indústria Gráfica no Mara-nhão e Dor, Amor e Poesia: vida e obra do poeta rosariense Pery Gomes Feio, além dos opúsculos O Cordelista e O Arari em Dois Momentos, O Arari em Cordel e A Utopia do Padre Brandt.

ACADEMIAS, INSTITUTOS E CONDECORAÇÕES

Fundador e Diretor de institui-ções como a Academia Arariense--Vitoriense de Letras (AVL, 2000),

Academia Maranhense Maçônica de Letras e Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências (ALAC, 2012); mem-bro fundador da Academia Ludovi-cense de Letras (ALL), na qual ocupa a Cadeira 27, desde 2013.

Agraciado com a Medalha de Mé-rito do Juiz Classista concedida pela Associação Nacional dos Juízes Clas-sistas do Trabalho, em Brasília-DF; Medalha do Mérito Maçônico, pela Confederação Maçônica do Brasil, pe-los serviços prestados à humanidade; Medalha de Mérito Timbira, outorga-da pelo Governo do Estado do Ma-ranhão, pelos serviços prestados à cultura maranhense, e a Medalha do Mérito Arariense, pelo Poder Executi-vo do Município de Arari, em razão do conjunto de sua obra no âmbito sócio-cultural e, por último, o Troféu Perone Dignidade Social - Ano 2010, instituição da qual hoje é um grande benfeitor, doando gradativamente boa parte do seu acervo bibliográfico para o futuro Centro de Memória e Documentação de Arari, a ser oportu-namente aberto à comunidade local e regional.

Colabora como articulista nos jornais O Imparcial, O Estado do Ma-ranhão, Jornal Pequeno, e A Tarde, e na Revista do Instituto Histórico e Ge-ográfico do Maranhão, instituição da qual é membro e diretor, ocupante da Cadeira nº. 49, além deste jornal Aca-demia, da ALAC

Ao completar 80 anos de vida, é agraciado com uma justa homena-gem comemorativa, realizada conjun-tamente pela Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências - ALAC, Fun-dação Cultural de Arari - FCA, Câ-mara Municipal de Arari, com apoio do Colégio Arariense, Rádio Progresso FM, Programa Radiofônico Cidadania em Foco, Secretaria Municipal de Co-municação Social e WebRádio Voz de Arari.

Na passagem da importante efe-méride, José Fernandes, que é o li-der do movimento que deu origem à ALAC, foi seu primeiro presidente e é assíduo na contribuição às presidên-cias que o sucederam, por delibera-ção de Assembleia Geral da agremia-ção - que, em vida, presta-lhe a maior honraria que é possível a um membro efetivo, honorável, benemérito ou correspondente, no âmbito da insti-tuição - aclama-o como presidente de honra da Academia Arariense, em ca-ráter vitalício, e futuro patrono geral do Sodalício, que doravante passa a ser conhecida também como a Casa de José Fernandes.

Nos anos setenta, José Fernandes com o acadêmico Carneiro Sobrinho e os sindicalistas José Al-ves da Costa, André Fontoura Lobato e Raimundo Nonato Cavalcanti. Foto: Carneiro Sobrinho

Organização: Cleilson Fernandes

Cadeira 4. Patrono: José Antonio Fernandes.

Fonte: Carneiro Sobrinho, in Alguém como nós (São Luís, 2008);

Academia Ludovicense de Letras - ALL; livros do escritor homenageado.

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5Academia

Éramos crianças, ambos estu-dantes no prestigioso Instituto Nossa Senhora da Graça, fun-

dado pela saga de um educador por vocação: o Padre Brandt.

Muitas vezes estudamos juntos em sua casa, às margens do rio Mea-rim sob a proteção de seus adoráveis pais e irmã Nestor, Tereza e Cleide. Como era bom estudar nas tardes re-gadas a café com pão que quase sem-pre terminavam com o menino José Fernandes convencido do seu saber e ensaiando os primeiros passos da sua vida literária.

O menino cresceu. Poeta, cronis-ta ou historiador, fica-se na dúvida sobre qual o melhor: se o criador de idílios de rima perfeita, o historiador apaixonado e vibrante pró rio Mea-rim ou o cronista que sutilmente traz à luz, fatos de sua outra paixão: o Ara-ri. José Fernandes é assim no mistério de suas três inquietações literárias.

Sempre historiando, e historiando, faz viver figuras inesquecíveis de sua vida e da história arariense.

E assim que pergunta em seus es-critos reunidos de 1988: “Aonde estará essa criatura de alma linda que Passou por nós como um raio de luz a ilumi-nar as mentes infantis?” Narra em sua boa conversa: “Na ponte surge um Pescador. Ouve-se-lhe o ronco do remo impulsionando a canoa em direção ao Nema. Boa Pescaria, irmão! Passa um homem a cavalo com destino a Itaqui-petuba, ao Pedro da Silva... leva uma roupa da filha doente. A roupa será de-fumada e Pedrinho lhe falará sobre a enfermidade”.

Se estava triste buscava o refúgio do Peri-Mirim e com o amigo discuti-ria religião, política e literatura. Esse seu amigo “leria com aquela sua voz microfônica, longos textos de Vargas Vila ou Ingenieros; cartas e respostas trocadas com André Lobato Martins,

de Vitória do Mearim e outros amigos (jamais conheci alguém que escreves-se cartas tão bonitas quanto as dele)”. E com intensa paixão transcrita em Crônica Arariense, enleva-se: “... é a saga de um povo obstinado que teima em fazer crescer uma cidade submetida à calamidade de ciclos de enchentes, quando o rio Mearim transborda”.

José Fernandes, poeta, cronista e historiador, só queria que as pessoas se lembrassem da professora educa-dora Raimunda Ramos, do “seu Pedri-nho”, mistura de curador e “médico” e do lembrado prefeito Dico Caiçara. E que todos se lembrassem do Nema e do rio dos seus sonhos.

José Fernandes é um pensador político. Que o diga o Grêmio Ara-riense de Estudantes, depois transfor-mado na Fundação Cultural de Arari. Hoje, continua a derramar suas men-sagens e suas esperanças na nossa Academia Arariense de Letras, Artes e

Ciências - ALAC.O José Fernandes é assim. E que

continue um esperançoso. E de sos-laio não se esqueça que em outros tempos, com amigos, colheu criviri na Moita e caju na Trizidela. E de quebra chupou cana e comeu mel e puxa-puxa no engenho do Leó.

Companheiro e amigo, receba o meu abraço!

PENSADOR POLÍTICO

Antonio Rafael da SilvaCadeira Nº 03. Patrono: José Gonçalves Martins

O Hino ao Arari já tem mais de meio século. Surgiu, por acaso, no ano de 1955 e sua

história foi contada no livro Crônica Arariense.

Em resumo, encontrava-se José Fernandes certa noite num bar com dois amigos, João do Vale, de Pedrei-ras, e Waldir Balata, de São José de Ribamar, quando estes começaram a cantar toadas que falavam da terra em que nasceram.

Fernandes se sentiu desaponta-do. Não sabia cantar e nada tinha a dizer musicalmente sobre o Arari. Para não ficar totalmente humilha-do, improvisou uns versos, bem ruins. Chegando em casa, altas horas, não dormiu. Passou a madrugada em cla-ro tentando produzir algo que refle-tisse as coisas do Arari e, afinal, saí-ram uns versos.

Certo dia, mostrou esses versos à Dona Nair Ericeira, que os apreciou e pediu ao insigne maestro Pedro Gro-wer que os musicasse em ritmo de hino. Isso feito, esse hino foi cantado na festa de reinauguração do Gru-po Escolar Arimatéa Cisne, de Arari, naquele ano de 1955.

Duas décadas se passaram e aquelas estrofes e a respectiva músi-ca, por lei municipal, foram elevadas ao “status”, de Hino Oficial de Ara-ri, orquestrado pelos maestros João Carlos Nazaré, José Martins e Carlos Martins.

Transcrevo, a seguir, esse hino, elaborado nos verdes anos do autor, oficializado pelo Decreto Municipal no 11/78.

IDeus de salve, Deus proteja,

Nobre terra do Arari A que o Mearim bordeja,Chão feliz onde nasci.Salve os campos que te enfeitam,Que são teu grande jardim, Abrindo, aos que te visitam, As portas do Mearim.

IIGlorificado o torrãoAltivo desta baixada,Orgulho do Maranhão,Minha gleba muito amada.Salve os campos que te enfeitam,Que são teu grande jardim, Abrindo, aos que te visitam, As portas do Mearim.

IIIJubiloso desta terraAos ventos grito, potente:Salve na paz ou na guerra,Este bom povo, esta gente.

Salve os campos que te enfeitam,Que são teu grande jardim, Abrindo, aos que te visitam, As portas do Mearim.

Letra: José Fernandes Música: Pedro Growell

O AUTOR DO NOSSO HINO AO ARARI

Carneiro Sobrinho Cadeira Nº 7. Patrono:

Pe. Clodomir Brandt e Silva

A Letra do Hino Oficial Ara-riense surgiu em 1955, no mo-mento em que José Fernandes

escutou dois de seus amigos cantaro-lando músicas que falavam de suas terras e percebeu que não havia em Arari uma música que pudesse repre-sentá-la, sentindo-se humilhado. Isso o motivou a produzir versos que falas-se sobre sua terra natal, que mais tar-de se tornaria o Hino Oficial de Arari.

Após elaboração dos versos, José Fernandes pediu ao professor de mú-sica Pedro Grower, por intermédio da dona Nair Ericeira, que musicasse em

ritmo de Hino seus versos. Após duas décadas o Hino tornou-se oficial por meio do Decreto Municipal N. 11/78.

Passado alguns anos, percebeu-se grande dificuldade do povo arariense em cantar o Hino de sua cidade em razão da mudança de tonalidade en-contradas no mesmo. Diante dessa necessidade, diversas professoras so-licitaram que eu fizesse uma modifi-cação na musicalidade do Hino para facilitar seu canto.

No ano 2000, desenvolvi um pro-jeto no qual foi modificada a música e a instrumentação do Hino, aprovei-

tando apenas a letra do poeta, escri-tor e meu companheiro da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências, para retratar de forma belíssima a nossa querida Arari.

Em 20 de junho de 2001, o pro-jeto foi aprovado pela Câmara Mu-nicipal de Arari/MA e o Prefeito da cidade, na pessoa de Rui Fernandes Ribeiro Filho, no uso de suas atri-buições legais sancionou a Lei N. 488/01, que autorizou o Poder Exe-cutivo transformar a música do Hino Oficial arariense.

Atualmente o Hino pode ser can-tado com maior facilidade por todo povo de Arari, devido a nova adapta-ção da música e instrumentação.

Diante dos fatos citados, o atual Hino Oficial Arariense tem letra com-posta por José Fernandes e música e instrumentação de minha autoria

TRANSFORMAÇÃO DA MÚSICA E DA INTRUMENTAÇÃO DO HINO DE ARARI

Carlos Gonçalves Martins Cadeira 10. Patrono: José Joaquim

Sequins de Oliveira (Barão de Itapary)

Page 6: A “CASA DE JOSÉ FERNANDES” HOMENAGEIA O LÍDER ...2 Aadeia O maior intelectual arariense em nosso meio T enho afirmado aos amigos ararienses e de outros muni-cípios que a pessoa

6 Academia

Ora alegres, ora tristes – são imponderáveis as manifes-tações dos nossos sentimen-

tos. Em alguns momentos, exultamos com a vida, sentindo-a exuberante, rica de motivações e encantos, eclo-dindo em nós eflúvios de energias benfazejas - vibrações repentinas que nos causam euforia e enlevo. É quando somos levados a um estado nirvânico, às vezes ao ouvirmos uma música que nos atinge o coração, ao lermos algo agradável e envolvente, ao proferirmos uma prece inspirada, ao sentirmos uma brisa que perpassa levemente numa exuberante manhã que desponta, ou na contemplação de uma estrelada noite campesina, e até numa conversa agradável - sensações que nos conduzem a um intraduzível bem-estar. São instantes mágicos, que desejaríamos que se perpetuassem.

Em outros ensejos, porém, nós nos quedamos apáticos, taciturnos, abatidos, com ou sem razão plausível, subjugados pelo desânimo, invulnerá-veis à beleza do mundo exterior, sem percebermos o trabalho maravilhoso

de outros caminhantes que lutam pela melhoria das condições huma-nas, aqui e alhures.

Quando nos ocorre essa fraqueza, esse estado de estiolamento físico-psí-quico temos que reagir, exercitando a nossa consciência íntima, os nossos adormecidos anseios de fraternidade e altruísmo, seguindo a marcha da evolução a que todos somos destina-dos. Posto que, para crescermos am-plamente, não importa a nossa apa-rência, posição social ou financeira, se somos jovens ou idosos - essas cir-cunstâncias ocasionais, efêmeras, não podem nos eximir de sonhar além do arco-íris e de realizar sonhos, porque sabemos das nossas possibilidades como criaturas nascidas ou renasci-das para executar um grandioso proje-to – o projeto do Supremo Arquiteto do Universo, ao qual somos obrigados por destinação divina.

Livremo-nos, pois, de quaisquer sintomas de desolação e vamos cele-brar com entusiasmo a nossa passa-gem por este orbe. O tempo é este, a hora presente.

Somos seres que lutam, sofrem e amargam frustrações; mas somos, também, tendentes a vencer obstácu-los, a driblar consternações, a inver-ter dissabores – capazes de praticar grandezas em forma de solidariedade e partilha, e realizar sublimes aspira-ções.

A sabedoria milenar diz que todo mal é passageiro, que não há motivo para submeter-nos a tensões, comise-rações e medos. Transpor barreiras é sempre um desafio que nos instiga à luta, nos dá coragem para conquistar vitórias. E se em dado momento nos-sa mente estiver vazia, vamos enchê--la de bonitas paisagens e de pensa-mentos altiplânicos, pois o nosso pensar é livre e segue sempre a nossa vontade, tendente a conquistar dias cada vez melhores.

Identifiquemos as nossas boas qualidades, por menores que elas sejam, e vamos ampliar esses dons, sentindo-nos receptáculos das ema-nações fluídicas do prana que respira-mos e nos revigora.

Já foi dito que são imponderáveis os caminhos de nossa alma. Todavia, o bom senso nos manda percorrê-los com naturalidade, altivez e confian-ça, sabendo que cada dia pode ser um passo na construção do nosso ama-nhã, rumo a uma merecida redenção. A vida, por si só, já é uma bênção. Ca-minhemos com fé e esperanças sem-pre renovadas.

Esta é a mensagem dos meus 80 anos.

NOS CAMINHOS DE DEUS

José Fernandes Cadeira 1. Patrono:

Antonio Anísio Garcia

Homenagem institucional. Realização:

AcademiaArariense

Fundação Cultural de Arari

Câmara Municipal de Arari

Dignidade Social

Apoio:

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