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1 A ação do Programa Bolsa Família em comunidades rurais: O caso do Timbó, Bahia RESUMO: O Timbó é uma área rural localizada no território do Vale do Jiquiriçá, na Bahia, onde vivem 328 famílias que recebem benefícios do Programa Bolsa Família (PBF). Este estudo buscou verificou que 55% das famílias do Timbó são beneficiadas, estes recursos participam com 11% da renda. No Timbó, 181 famílias estão aptas a receber benefícios do Programa, no entanto, 160 famílias são beneficiadas, das quais 17 delas não deveriam receber por obterem renda per capita superior a R$120,00. No entanto, estas famílias apesar de possuírem renda superior ao limite estabelecido, ainda são bastante pobres. Nestas comunidades o recebimento dos benefícios do Programa não tem afastado os trabalhadores do mercado de trabalho. O estudo demonstra a importância deste Programa para as comunidades rurais, mas a análise da pobreza em todas as suas dimensões revela que ainda existem muitos e grandes desafios a serem enfrentados para se transformar a realidade local. Palavras-chave: Programa Bolsa Família, comunidades rurais, Bahia

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A ação do Programa Bolsa Família em comunidades rurais: O caso do Timbó,

Bahia

RESUMO:

O Timbó é uma área rural localizada no território do Vale do Jiquiriçá, na Bahia, onde vivem

328 famílias que recebem benefícios do Programa Bolsa Família (PBF). Este estudo buscou

verificou que 55% das famílias do Timbó são beneficiadas, estes recursos participam com

11% da renda. No Timbó, 181 famílias estão aptas a receber benefícios do Programa, no

entanto, 160 famílias são beneficiadas, das quais 17 delas não deveriam receber por

obterem renda per capita superior a R$120,00. No entanto, estas famílias apesar de

possuírem renda superior ao limite estabelecido, ainda são bastante pobres. Nestas

comunidades o recebimento dos benefícios do Programa não tem afastado os trabalhadores

do mercado de trabalho. O estudo demonstra a importância deste Programa para as

comunidades rurais, mas a análise da pobreza em todas as suas dimensões revela que

ainda existem muitos e grandes desafios a serem enfrentados para se transformar a

realidade local.

Palavras-chave: Programa Bolsa Família, comunidades rurais, Bahia

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A ação do Programa Bolsa Família em comunidades rurais: O caso do Timbó, Bahia

1. Introdução

Os programas de transferência de renda de natureza não contributiva têm garantido a

retirada de um número relevante de famílias das condições de pobreza; extrema pobreza e

indigência, proporcionando a redução da desigualdade de renda e certa melhoria das

condições de vida. Os três principais programas dessa natureza no Brasil são: o Programa

Bolsa Família (PBF), o Benefício de Prestação Continuada (BPC), e o Programa de

Erradicação do Trabalho Infantil (PETI).

Em linhas gerais, o PBF e o PETI se diferenciam do BPC pela indexação dos valores

transferidos e pelo público alvo a que se destinam. O PBF focaliza as crianças, os

adolescentes, e os adultos até a faixa de 44 anos; o PETI, que visa erradicar todas as

formas de trabalho infantil, beneficia crianças e adolescentes menores de 16 anos e o BCP

destina-se àqueles com mais de 65 anos, além de pessoas com deficiência severa, de

qualquer idade, com renda per capita inferior a um quarto de salário mínimo. Alguns

pesquisadores como Jaccoud (2006) e Medeiros (2007) afirmam que boa parte da clientela

atendida pelo BPC é urbana, diferentemente do PETI e do PBF que atende um número

maior de pessoas na área rural.

Com relação aos benefícios, o PETI e o PBF não estão associados a qualquer indexação,

enquanto que o BPC está indexado ao salário mínimo.

De todos esses programas o PBF é aquele que mais se destaca enquanto ação inovadora

de redução da pobreza. Indicado por órgãos internacionais, como o Programa das Nações

Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), como um importante instrumento de combate à

pobreza, este Programa tem ampliado o número de famílias beneficiadas e proporcionado

alterações na atual configuração de renda e, conseqüentemente, de consumo das famílias

mais carentes.

A fim de avaliar a ação do PBF, este estudo busca analisar a importância do mesmo em

comunidades rurais, investigando questões como: acessibilidade ao Programa, contribuição

na renda familiar, influência nas relações com o mercado de trabalho e outras

considerações. Para tanto, o PBF foi avaliado em comunidades rurais do Timbó, uma área

onde está sendo criada uma Unidade de Conservação (UC) no estado da Bahia, onde vivem

famílias em sérias condições de vulnerabilidade sócio-econômica.

2. Evolução, Normativas e Reflexões sobre o Programa Bolsa Família (PBF)

O PBF foi instituído em 2003, oficializado pela Lei 10.836, de 09 de janeiro de 2004, e

regulamentado pelo Decreto nº 5.749, de 11 de abril de 2006. Integrante do Programa Fome

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Zero, teve sua forma estruturada após a unificação de outros programas sociais como o

Bolsa Escola vinculado ao Ministério da Educação; o Auxilio Gás do Ministério de Minas e

Energia; e o Cartão Alimentação do Ministério da Saúde.

Segundo o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS), que abriga o

PBF, ele é um programa de transferência direta de renda condicional, que beneficia famílias

em situação de pobreza (com renda mensal per capita de R$60,01 até R$120,00) e extrema

pobreza (com renda mensal per capita de até R$60,00), (MDS, 2007).

O objetivo deste Programa, além de reduzir a desigualdade, é garantir a inserção e a

continuidade do aprendizado de crianças carentes no sistema educacional promovendo

maior nível de escolaridade entre os jovens, fomentando a quebra do ciclo vicioso da

miséria. Além disso, ele contribui para a erradicação de algumas doenças, uma vez que a

periodicidade da vacinação também é uma das regras impostas para se alcançar o

benefício. Busca-se, inclusive, a articulação com programas complementares na busca pela

superação da vulnerabilidade e da pobreza.

Além de cumprir com os critérios de pobreza, a família beneficiada deve cumprir com os

condicionantes relacionados à saúde e educação, conforme quadro 1.

Quadro 1 – Condicionalidades do Programa Bolsa Família, 2007

� Educação: freqüência escolar mínima de 85% para crianças e adolescentes entre

6 e 15 anos e mínima de 75% para adolescentes entre 16 e 17 anos.

� Saúde: acompanhamento do calendário vacinal e do crescimento e

desenvolvimento para crianças menores de 7 anos;e pré-natal das gestantes e

acompanhamento das nutrizes na faixa etária de 14 a 44 anos.

� Assistência Social: freqüência mínima de 85% da carga horária relativa aos

serviços socioeducativos para crianças e adolescentes de até 15 anos em risco

ou retiradas do trabalho infantil

Segundo o IBGE (2008), estima-se que, em 2006, em 18,3% dos domicílios brasileiros pelo

menos um morador recebia algum tipo de renda proveniente de um programa social do

governo. A maior parte desses domicílios, aproximadamente, 14,9% dos 18,3%, era

beneficiada pelo PBF; aproximadamente 2,2% recebiam o BCP e, cerca de 0,5%, estavam

inseridos no PETI. Os demais programas agrupados eram responsáveis por 2,2% dos

benefícios. Isso denota a relevância do PBF, em temos de alncance, dentre todos os

programas de transferência de renda do governo.

Fonte: MDS, 2007.

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O número de famílias atendidas pelo Programa tem crescido consideravelmente. Segundo

Senna (2007), em 2003, o número de famílias atendidas era de 3,6 milhões passando para

6,5 milhões, em 2004, e 8,7 milhões, em 2005. De acordo com as estatísticas divulgadas

pelo MDS (2008) o número de famílias beneficiadas até agosto de 2008 foi de

aproximadamente 11 milhões. Neste sentido, a cobertura do Programa, entre 2003 e 2008,

praticamente triplicou.

Estudos que analisam a diminuição da desigualdade, como o Hoffmann (2005), por

exemplo, constatou, através da avaliação da PNAD, que o índice de Gini da distribuição de

renda domiciliar per capita diminuiu de 0,587, em 2002, para 0,581, em 2003, e 0,569, em

2004 e, concluiu que, 10% a 20% da redução da desigualdade no país pode ser atribuído a

programas de transferência de renda. Observa-se que de 2002 para 2003 a redução da

desigualdade foi irrisória, sendo que, de 2003 a 2004 houve uma redução relevante,

podendo ser relacionado a certo efeito do PBF.

Desde outubro de 2003 já foram investidos R$ 41 bilhões pelo PBF, sendo metade na região

Nordeste, (MDS, 2008). Neste sentido, Amélia Cohn, da Universidade Federal do Rio de

Janeiro, complementa que, o impacto do PBF é maior na economia nordestina, uma vez

que, em algumas prefeituras, o PBF chega a representar 9,8% do orçamento municipal

(GARSHAGEN, 2007).

Deve-se considerar também que, a desigualdade de renda não é facilmente sanada e

requer um horizonte temporal longo, fato que corrobora a necessidade da existência de

programas sociais que possibilitem uma mobilidade social de seus beneficiados, para que

estes, possam ao menos mover da condição de pobreza extrema de forma a oferecer

condições mínimas para que o cidadão possa trilhar seu próprio caminho.

De uma forma geral, pesquisas realizadas sobre o tema como a do Instituto Brasileiro de

Análises Sociais e Econômicas (IBASE), que entrevistaram 5 mil titulares do cartão Bolsa

Família, em 229 municípios de todas as regiões do país, mostram efeitos positivos do

Programa sobre a alimentação e inclusão social. Uma das conclusões refere-se a gastos

com a alimentação. A ampla maioria dos titulares, 94%, são mulheres, sendo que, 64% dos

titulares são pretos e pardos, 50% vivem no Nordeste. Mais de 55% das famílias

beneficiadas estão sob a condição de insegurança alimentar grave e moderada, o que faz

com que a maior parte da renda proveniente do Programa seja destinada a gastos com a

alimentação. As relações de trabalho investigadas revelam a ausência de oportunidades de

trabalho para este grupo e que o recebimento do benefício não fez com que 99,5% das

famílias deixassem de exercer alguma atividade (IBASE, 2008).

Este resultado é bastante relevante uma vez que a influência dos benefícios do PBF no

comportamento do trabalhador tem instigado muitos pesquisadores, sendo que, alguns

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deles acreditam que o Programa seja responsável pelo desestímulo à busca por trabalho.

Neste sentido, Medeiros (2007) ressalta:

(...) o fato é que tomar as transferências como um desestímulo ao trabalho é uma idéia que pode ser fundamentada em preconceitos, mas não se apóia em evidências empíricas. Dados recentes do IBGE mostram que pessoas que vivem em domicílios onde há beneficiários do Bolsa Família trabalham tanto ou mais que as outras pessoas com renda familiar per capita similar. Enquanto a taxa de participação no mercado de trabalho das pessoas em domicílios com beneficiários é de 73% para o primeiro decil da distribuição, 74% para o segundo e 76% para o terceiro, a mesma taxa é de 67%, 68% e 71%, respectivamente, para as pessoas que vivem em domicílios sem beneficiários. MEDEIROS (2007, p.19)

A despeito das avaliações positivas ou negativas do PBF, é inegável seu papel na exclusão

de famílias da condição de pobreza e extrema pobreza. Este Programa de cunho,

principalmente, educacional e de cuidados com a saúde, tem tido um papel importante na

retirada de famílias pobres e extremamente pobres de uma condições explícitas de

vulnerabilidade sócio-econômica.

3. O Timbó e as Comunidades do seu Entorno

3.1. O Timbó

O Timbó está localizado em uma área que recebe influência dos municípios de Amargosa,

Brejões e Ubaíra, que fazem parte do território do Vale do Jiquiriçá, no estado da Bahia.

A organização territorial no estado da Bahia principiou com onze municípios que se

originaram para sediar as respectivas capitanias hereditárias, sendo que, os municípios que

compõem o território do Vale do Jiquiriçá se originaram da Capitania de São Jorge dos

Ilhéus, de Francisco Pereira Coutinho, e da Capitania da Bahia de Todos os Santos, de

Jorge Figueiredo Correia, ambas constituídas no século XVI (SEI, 2001).

A conformação deste território teve como pano de fundo o plantio de cana-de-açúcar, café e

fumo baseado no trabalho escravo. Neste sentido Santana afirma que

Durante a segunda metade do século XIX, sob a administração imperial ou republicana, a população do atual Recôncavo Sul vivenciou múltiplos condicionamentos que promoveram uma dinamização do cotidiano, em povoados e vilas de toda a Região. As pressões internacionais que combatiam a escravidão no Brasil, a abolição do trabalho escravo, uma dada retração do plantio de cana-de-açúcar e o desenvolvimento da economia cafeeira, na Bahia, proporcionaram conjunturas propícias para a criação de onze novas vilas, entre os anos de 1872 e 1897 (...). (SANTANA, 1999, p. 25)

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Atualmente, o Vale do Jiquiriçá, ainda tem a produção de base agrícola como padrão de

desenvolvimento com destaque para os cultivos de cacau, banana e café e para a criação

de bovinos de corte.

Neste estudo, para se compreender o Timbó e as relações sociais ali presentes,

primeiramente, fez-se a leitura da paisagem, sendo a paisagem aqui considerada como o

lugar onde vivem as famílias, e seu entorno. Toma-se, para tanto, a perspectiva de Coimbra

(2002, p. 120) apud Emídio (2006, p.19) que define que:

A paisagem, por conseguinte, constitui o grande quadro ou palco da vida, no qual o décor é montado pela natureza e arranjado pelo homem, o argumento é a vida, o roteiro é o fato biológico em cooperação com o fato existencial; os atores, naturalmente, são os seres vivos, estrelando o homem. Esse todo forma um drama de intensidade tal que, se bem desempenhado, acaba produzindo uma verdadeira homeostase, estado de equilíbrio psicossomático em relação ao ambiente.

No caminho para o Timbó, partindo do município de Amargosa, no estado da Bahia, toma-se

uma estrada vicinal, em direção à Fazenda Timbó, margeada por propriedades. O relevo

local é principalmente forte ondulado2, que é aquele terreno que apresenta de 20 a 45% de

declividade, e com fartura de água, e, para além das pastagens para a alimentação do gado,

é possível divisar diversos hectares de remanescentes de Mata Atlântica.

Esta fazenda, de propriedade da firma Timbó Agropecuária Industrial Ltda, possui

aproximadamente 2.600 hectares ocupados, principalmente, com 1.000 hectares de

pastagem; 300 hectares de cacau e uma menor área de café. Possui uma antiga sede, com

aproximadamente 200 anos de construção e inscrita nos arquivos do patrimônio da União;

um grande curral e uma bela barragem que marcam a paisagem. Parte desta fazenda, uma

área descontínua de 684,47 hectares de Mata Atlântica, foi doada a uma Organização Não

Governamental (ONG) local, o Centro Sapucaia que, com vistas à preservação ambiental,

está criando nesta área a UC do Timbó.

Nesta região vivem 328 famílias, tendo sido entrevistada 296 delas. Nas moradias vivem,

em média, 4,3 pessoas, ou seja, 1.288 pessoas. Soma-se a este número, 142 pessoas que,

estima-se, vivem nas casas onde as famílias estavam ausentes, totalizando 1.430 que

vivem no Timbó, conforme tabela 1. Praticamente todos vivem da agricultura familiar e de

transferências governamentais, as quais se destacam o PBF e a aposentadoria rural; de

trabalho como diarista e de trabalhos não-agrícolas.

Todas estas pessoas estão espalhadas numa grande área, de 13.000 ha, ou 130 km2. Na

UC Timbó são 11 pessoas/km2, bastante elevado para uma área rural. Na Bahia são

13.950.146 habitantes em 564.692,7 km², ou seja, 27,7 pessoas/km2. Enquanto que no

Brasil são 21,90 pessoas/km2, IBGE (2008).

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Tabela 1 – Comunidades do Timbó, Bahia, Brasil, 2007/2008

Comunidades Casas (no.)

Pessoas/morada (média)

Pessoas (no.)

Norte Bambu 16 3,9 63 Barra da Inveja/Divisa 14 4,3 60 Engenho Velho 1 3,0 3 Total 31 3,7 126 Central Baixa Alegre 3 6,3 19 Barata Azul 1 8,0 8 Barragem 2 4,0 8 Caco de Cuia 13 5,4 66 Farinha Molhada 10 4,4 44 Fazenda Timbo 16 4,5 73 Funil 4 4,7 19 Jacubinha 19 4,3 81 Lagoa 15 4,6 69 Sítio Novo 8 4,6 37 Timbozinho 25 3,3 83 Timbó Grande/Santa Rita 32 5,6 179 Vai-quem-quer 9 4,9 44 Total 157 5,0 730 Serra do Timbó Boqueirão da Colônia 24 4,4 105 Boqueirão dos Nunes 8 4,1 33 Duas Barras/Pitiá 34 4,6 155 Palmeirinha 31 3,5 109 Riacho de Cerqueira 15 3,5 53 Riacho do Meio 5 3,7 18 São Bento 22 4,2 98 Sanharó 1 3,0 3 Total 140 3,9 574

TIMBÓ 328 3,9 1.430 Nota – O número de casas consta de casas visitadas e casas cujas famílias estavam ausentes. O cálculo do número de pessoas considerou o número obtido pelos formulários e uma estimativa para as famílias ausentes de acordo com a média de pessoas por família encontrada para a comunidade. A comunidade de Sanharó não fez parte da pesquisa e é bem maior do que somente um morador. Este morador foi entrevistado por estar vinculado às atividades de um núcleo familiar de Duas Barras e estar presente no momento da entrevista com a referida família.

Por serem tantas pessoas que vivem na UC Timbó e pelas diferenças nas condições físicas

ali presente, relacionadas aos tipos de solo, altitude e clima, que irão influenciar nas práticas

produtivas, optou-se por estabelecer três grupos, definidos como:

Norte – Bambu, Barra da Inveja e Engenho Velho.

Central – Baixa Alegre, Barata Azul, Barragem, Caco de Cuia, Farinha Molhada, Fazenda

Timbó, Funil, Jacubinha, Lagoa, Sítio Novo, Timbó Grande/Santa Rita, Timbozinho e Vai-

quem-quer.

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Serra do Timbó – Boqueirão da Colônia, Boqueirão dos Nunes, Duas Barras/Pitiá,

Palmeirinha, Riacho de Cerqueira, São Bento e Riacho do Meio.

O mapa 1 mostra a localização das comunidades e a localização da área destinada a

criação da UC Timbó.

A busca da compreensão do modo de vida das comunidades do Timbó passou pela

realização de Diagnósticos Participativos com as pessoas da comunidade e pelo

levantamento censitário com o uso de um formulário para abordar as seguintes questões:

localização, dados pessoais, características gerais, situação econômica, produção

agropecuária, crédito, organizações sociais, poder público, infra-estrutura, cultura e lazer,

escolaridade, maiores necessidades da comunidade, e observações do coletista.

Os dados econômicos permitiram verificar a relevância do PBF na composição da renda das

famílias e o alcance do mesmo ao atingir as famílias, aptas a receber o benefício, com maior

vulnerabilidade social.

3.2. O modo de vida das comunidades do Timbó

As 24 comunidades do Timbó possuem particularidades, no que tange aos cultivos e às

práticas produtivas. Mas, em geral, as condições sócio-econômicas e de infra-estrutura são

bem semelhantes.

De todas as famílias entrevistadas, 296 famílias, 37,2%, cerca de 110 famílias, são

posseiros. A área onde vivem varia de 3 a 60 tarefas3, tendo como média 12,6 tarefas.

Poucos exercitam a parceria em mutirão, esse movimento ocorre mais na área da Serra do

Timbó, onde a fertilidade da terra é muito menor e onde a atuação das associações e

sindicatos tem sido mais presente.

O relevo forte ondulado e os solos pobres refletem na baixa produtividade com destaque

para cultivos da banana, cacau, mandioca, café, maracujá, feijão e hortaliças.

Existe água com fartura na região, que é cortada pelos rios: Rio Ribeirão, Rio Timbó, Rio

Duas Barras, Riacho do Tauá e Rio São Bento/Rio Boqueirão. O acesso à água é feito por

meio de canalização precária e não há tratamento, sendo que, em cerca de 70% das casas,

a água de beber é filtrada, fervida ou clorificada.

Existem banheiros em somente 53% das moradias. O esgotamento sanitário é feito, em

49% dos casos, por meio de fossa comum; 13% de fossa séptica; 36% diretamente nos

quintais e os demais despejam os dejetos nos rios e lagos.

Quando doentes, a busca por remédios caseiros é a solução para 98% da população da

área. No caso de se necessitar de maiores cuidados, 61,15% moradores do Timbó buscam

apoio nos hospitais municipais.

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Mapa 1 – Comunidade do Entorno do Timbó, Bahia, Brasil, 2008

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Os problemas estruturais trazem dificuldades diárias aos moradores das regiões. Energia

elétrica é fato raro a não ser para as comunidades da Serra do Timbó que foram agraciados

pelo Programa Luz para Todos, Programa este que, possivelmente, suprirá esta deficiência

nas demais comunidades, pois visitas técnicas para a avaliação das instalações têm sido

freqüentes em todas as regiões.

A precariedade das estradas é agravada nos períodos de inverno, onde a intensa chuva

estraga bastante as estradas de terra. A locomoção é feita por fretes, animais, paus-de-

arara e em ônibus do transporte escolar.

Programas que viabilizem o acesso das crianças à escola, em locais como o Timbó, são

fundamentais, uma vez que, 29,7% dos pais de família do Timbó são analfabetos, 23,0%

são somente alfabetizados; 44,9% cursaram o ensino fundamental completo ou incompleto;

2,0% cursaram o ensino médio completo ou incompleto e somente 0,3%, 1 pessoa, concluiu

o ensino superior.

As características destas comunidades rurais refletem o fenômeno multidimensional da

pobreza ali descrito, conforme defende Jaccoud (2006) o conceito de pobreza sve incluir

avaliações de acesso aos serviços básicos – saneamento, água encanada, energia elétrica,

transporte, saúde, entre outros. Em situações como as descritas acima, a presença

governamental tem a responsabilidade fundamental de gerar condições que transformem a

realidade local gerando qualidade de vida e inclusão destes moradores.

4. O Programa Bolsa Família e sua Ação no Timbó

4.1 A participação do PBF na composição da renda familiar no Timbó

As famílias da área do entorno do Timbó, têm como ocupação principal a agricultura de

base familiar que quase sempre vem associada a outras atividades na composição da renda

familiar. Assim o trabalho na terra vem combinado, geralmente, a atividades como o

assalariamento ou pagamento de dias de trabalho em outras propriedades agrícolas;

assalariamento em atividades não-agrícolas e atividades autônomas.

Kageyama (2001) afirma que essa diversificação é uma maneira que o homem rural tem de

assegurar renda em períodos de riscos climáticos, de escassez agrícola e preços baixos

impedindo, de certa forma, que as famílias caiam abaixo da linha de pobreza. Bem como,

para as famílias com rendas mais altas essa diversificação pode incluir uma nova atividade,

onde se possa incrementar a renda. No caso das famílias do Timbó, a diversificação da

renda é mais do que um seguro ao risco sempre possível nas atividades agrícolas, a

diversificação é um complemento fundamental para a sobrevivência, haja vista, a baixa

renda agrícola auferida pelas famílias, onde devido às condições de solo, relevo e de

recursos produtivos, muitas famílias se encontram abaixo da linha da pobreza.

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Além das rendas oriundas das ocupações, as transferências governamentais são muito

expressivas na composição de renda das famílias do Timbó. A renda agregada total no

Timbó é de R$125.050,00, e 60% da sua composição, R$75.056,00, provém das

transferências governamentais4: aposentadorias rurais e Programa Bolsa Família.

Para analisar a composição da renda das famílias das comunidades do entorno do Timbó,

foi realizado um agrupamento das rendas observadas em faixas de acordo com a tabela 2.

Tabela 2 – Classificação em faixas de renda de acordo com salário mínimo, Timbó, 2008 Faixa Salário mínimo5

I Até 01 Salário Mínimo

II De 01 a 02 Salários Mínimos

III De 02 a 03 Salários Mínimos

IV Acima de 03 Salários Mínimos Fonte: Elaboração própria, 2008.

Foi possível constatar que o rendimento médio domiciliar das famílias foi R$420,76 mensais,

10,73% acima do salário mínimo vigente no período da pesquisa, R$380,00. O desvio

padrão da renda média, R$281,95, revela a dispersão entre as rendas obtidas, de R$ 30,00

até R$ 1.760,00.

De acordo com as faixas de renda descritas na tabela 2, foi possível construir o gráfico 1, no

qual verifica-se que, 55% das famílias apresentou renda de até 1 salário mínimo e 30% de 1

a 2 salários mínimos. A porcentagem de famílias presentes nas faixas decresce à medida

que aumenta a renda, tem-se que na faixa IV, acima de 3 salários mínimos, estão somente

2% de toda as famílias do Timbó.

Gráfico 1 – Composição geral da renda por faixas de salários, em 2008

55%30%

13% 2%

Até 01 Salário Mínimo De 01 a 02 Salários Mínimos

De 02 a 03 Salários Mínimos Acima de 03 Salários Mínimos

Fonte: Elaboração própria, 2008

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No gráfico 2, verifica-se que, apesar de 77% das famílias retirar sua renda da terra, esta

atividade tem contribuído com 18% montante geral da renda.

Gráfico 2 – Percentual de fonte de renda e sua participação na composição da renda, Timbó, Bahia, 2008

77

42

15

39

53

18 16 7

49

110

10

20

30

40

50

60

70

80

90

A gríc ola Diaris ta Não - agric ola A pos entadoria B ols a F amilia

F onte

Percentual

F onte de renda P artic ipação na c ompos iç ão

O Programa Bolsa Família tem sido recebido por 53% das famílias e contribui com 11% do

total da renda obtida pelas famílias.

A atividade de diarista tem sido desenvolvida por 42% das famílias, cujo valor da diária no

Timbó, era de R$10,00, neste sentido, participa com 16% na composição da renda. As

aposentadorias recebidas em 39% das famílias entrevistadas têm sido um componente

relevante da renda, gerando, em média, 49% do montante da renda auferida.

Por fim as atividades não-agrícolas, desenvolvidas por uma pequena parcela das famílias,

15%, e, representando somente 7% da renda. As principais atividades não-agrícolas

encontradas no Timbó foram: artesanato, principalmente na fabricação de panacuns, 12%;

frete, 10%; dono de mercearia; merendeiras; pedreiro, todos com 8%.

Percebe-se, então, a importância da aposentadoria rural nestes domicílios. No entanto,

analisando-se as famílias nas quais não existem aposentados ou pensionistas nas suas

casas, o PBF amplia sua importância, como pode ser visto no gráfico 3:

As 181 famílias, 61% das famílias do Timbó, que não possuem aposentados ou pensionistas

em suas residências recebem renda de aproximadamente R$272,74 por mês. A renda

dessas famílias com o trabalho agrícola é cerca de R$74,50, como diaristas recebem em

média R$88,90, com trabalhos não agrícolas R$36,00 e com o PBF, aproximadamente,

R$63,00.

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Gráfico 3 - Percentual de fonte de renda e sua participação na composição da renda

excluindo a renda das aposentadorias, Timbó, Bahia, 2008

75

56

19

66

2834

14

24

0

10

20

30

40

50

60

70

80

A grícola Diaris ta Não - agric ola B ols a F amilia

F onte

Percentual

F onte de renda P artic ipaç ão na c ompos iç ão

O trabalho de diarista tem sido raro na região, uma vez que a maioria das fazendas

próximas trabalha com criação de bovinos. As atividades não-agrícolas têm ocorrido em

número ainda menor, haja vista, a baixa qualificação e a ausência de alternativas de

trabalho.

O PBF tem se mostrado crucial na formação da renda daquelas famílias que têm poucas

alternativas de renda e nos casos onde o trabalho agrícola familiar, remunera pouco, devido

às dificuldades de produção que incluem desde fertilidade no solo, a questões como o

relevo, falta acompanhamento técnico, falta de crédito para investimentos e reduzidas áreas

de cultivo.

4.2 Alcance dos benefícios

A renda per capita média no Timbó foi de R$134,00, acima da linha de pobreza adotando o

conceito dado pelo MDS, no qual o limite seria R$120,00. No entanto, 86 famílias, 29%,

possuem renda per capita entre R$60,01 e R$120,00 o que as caracteriza como famílias

pobres. Havia ainda 104 famílias, aproximadamente 35%, em situação de extrema pobreza

ou de indigência.

Desconsiderando a presença do PBF nas comunidades a renda per capita média cai para

R$124,00 e o número de famílias em situação de pobreza vai para 75, e em situação de

extrema pobreza aumenta para 125.

Desconsiderando-se todas as transferências governamentais, ou seja, PBF, aposentadorias

e pensões, a renda per capita média das famílias decresce para R$52,00. O número de

famílias pobres diminui para 54, fruto da migração para a condição de extrema pobreza que

se torna visivelmente alarmante com valores absolutos de 218 famílias, ou seja, 74% do

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total de famílias. A tabela 3 permite observar melhor os deslocamentos das famílias nas

diversas situações.

Tabela 3 – Renda total média e número de famílias de acordo com programas de

transferência de renda, Timbó, Bahia, 2008

Incluindo todas

as transferências Excluindo o

PBF Excluindo todas as transferência

Renda per capita (em R$) 134,00 124,00 52,00

Famílias em situação de extrema pobreza 104 125 218

Familias na pobreza 86 75 54

Familias acima da linha de pobreza 106 96 24

Fonte: Elaboração própria, 2008.

Neste sentido, o alcance dos benefícios tem se mostrado bastante satisfatório. Na avaliação

geral, 181 famílias das 296 famílias entrevistadas, 61,15%, estão aptas para receberem o

beneficio do PBF. No entanto, 160 famílias recebem o benefício.

Dentre as 160 famílias que recebem o beneficio, 17 delas, possuem renda per capita

superior a R$120,00 e, de acordo com os critérios de seleção não poderiam fazer parte do

Programa. Portanto, 38 famílias com perfil de beneficiárias do PBF ainda não foram

atendidas, o que seria aproximadamente 21% do total de famílias aptas.

Este resultado demonstra relevante alcance do Programa, uma vez que, somente 21% das

famílias aptas a serem beneficiadas não estão sendo contempladas com o apoio. E, em

termos de desvio de público, as 17 famílias beneficiadas que recebem mais de R$120,00,

ainda assim vivem em situação precária, sendo a renda per capita média destas famílias de

R$212,00.

4.3 Famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família e suas relações com o

mercado de trabalho

Neste estudo houve a incidência de seis casos de beneficiários do PBF que não estão

trabalhando.

O primeiro refere-se à família de um agricultor rural, ex-trabalhador da Fazenda Timbó, que

está com um grave problema de saúde, o que impossibilita suas atividades no campo. O

referido trabalhador está com um processo no INSS para dar entrada na sua possível

aposentadoria por invalidez.

No segundo caso, trata-se de uma moradora que havia deixado as terras do Timbó para

tentar uma vida melhor na capital, Salvador, onde exercia a atividade de empregada

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doméstica. Não encontrando boas oportunidades, resolveu, então, voltar ao campo para

manter suas duas filhas. Ela vive sozinha, sendo mãe solteira, e divide a área produtiva com

seu irmão, não conseguindo plantar o suficiente para lhe gerar excedentes para a venda,

todo seu cultivo tem sido destinado ao consumo próprio.

No terceiro caso trata-se de uma jovem viúva que perdeu seu marido em 2007 de uma

súbita febre. Mãe de seis crianças pequenas, ela não tem conseguido plantar o suficiente

para lhe gerar renda e toda a sua plantação tem sido para a subsistência.

Os próximos três casos justificaram a falta de renda proveniente de outras atividades devido

à dificuldade de plantio nas terras. Segundo os mesmos, o solo pobre aliado à falta de

crédito para investir impossibilitam a geração de excedentes para a venda. Além disso, a

falta de oportunidades de trabalho tem prejudicado a diversifdica’`ao da renda.

Considerações finais

A contribuição do PBF para a composição da renda no Timbó tem promovido um diferencial

que permite, além de cumprir as condicionalidades exigidas de educação e saúde, retirar

uma parcela relevante da população da condição de pobreza e extrema pobreza.

O PBF tem atingido de maneira bastante satisfatória seu público alvo, nas imediações do

Timbó, sendo poucos os casos de incidência indevida.

No que tange ao mercado de trabalho, pode-se inferir que não há casos relevantes que

relacionem a presença do Programa ao desestímulo ou abandono ao trabalho, como

observado em outros estudos realizados.

A importante ação do Programa deve ser conduzida em paralelo com a geração de

condições estruturantes que permitam a verdadeira inclusão destas famílias na sociedade

enquanto cidadãos que tem seus direitos garantidos. Na área rural existe um desafio ainda

maior que seria a possibilidade de se estabelecer uma educação no campo para o campo

com a valorização do espaço rural e maior acesso a cursos que os prepare para a dinâmica

do mercado de trabalho melhorando as condições de vida e minimizando o êxodo rural.

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Notas:

1.O conceito de território, utilizado neste estudo, está em acordo com a política de desenvolvimento

territorial promovida, desde 2003, pela Secretaria de Desenvolvimento Territorial do Ministério de

Desenvolvimento Agrário (SDT/MDA), onde “o território pode ser entendido como um espaço físico,

não necessariamente contínuo, caracterizado por critérios multidimensionais, como o ambiente, a

economia, a sociedade, a cultura, a política e as instituições, e uma população, com grupos

relativamente distintos, que se relacionam interna e externamente por meio de processos específicos,

de onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e

territorial” (SDT/MDA, 2004).

2.As classes de relevo são aquelas referências utilizadas pela Pedologia: Plano (0 a 3% de

declividade), Suave Ondulado (3 a 8%), Ondulado (8 a 20%), Forte Ondulado (20 a 45%),

Montanhoso (45 a 75%) e Escarpado (75 a mais).

3.A tarefa é uma unidade de medida muito comum no estado da Bahia. Uma tarefa representa 0,44

hectares.

4.Nenhuma família do local estava sendo beneficiada pelo PETI.

5.Considerou-se o salário mínimo de R$380,00 que era aquele vigente na época do estudo