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Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Medianeira
Engenharia de Produção
Bioquímica
Prof. Graciela
Relatório de Bioquímica
Aula Prática Um: Extração e Caracterização do Amido
Gisela Tiosso Capasão
Matheus Castilho
Rafael Maioli
Thaisa Knob
Vinicius Mautini
Medianeira, Abril de 2012.
INTRODUÇÃO
Os carboidratos pertencem a mais abundante classe de biomoléculas da face
da Terra. Sua oxidação é o principal meio de abastecimento energético da maioria
das células não fotossintéticas. Além de ser um suprimento energético, os
carboidratos atuam como elementos estruturais da parede celular e como
sinalizadores no organismo.
Carboidratos são poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas ou substâncias que
liberam tais compostos por hidrólise. O termo sacarídeo é derivado do grego
sakcharon que significa açúcar. Por isso, são assim denominados, embora nem
todos apresentem sabor adocicado. O termo carboidratos denota hidratos de
carbono, designação oriunda da fórmula geral (CH2O)n apresentada pela maioria
dessas moléculas. Podem ser divididos em três classes principais de acordo com o
número de ligações glicosídicas: monossacarídeos, oligossacarídeos e
polissacarídeos.
Os polissacarídeos são glicídios hidrolisáveis formados por mais de dez
moléculas de monossacarídeos ligados entre si através de ligações glicosídicas,
constituindo longas cadeias lineares ou ramificadas. A hidrólise destes compostos
origina elevadas quantidades de monossacarídeos, e ao contrário dos mono e
dissacarídeos, estas moléculas são insolúveis em água, não interferindo no
equilíbrio osmótico celular. Os polissacarídeos podem ser classificados em
homopolissacarídeos e heteropolissacarídeos. A hidrólise dos primeiros origina
várias unidades do mesmo monossacarídeo, tal como os polissacarídeos: amido,
glicogénio e celulose. Já a hidrólise do segundo, os heteropolissacarídeos, produz
diferentes tipos de monossacarídeos, tal como se verifica nos polissacarídeos: ácido
hialurónico, condroitinsulfato e a heparina.
As principais funções desempenhadas pelos polissacarídeos são reserva
energéticas e estrutural. Os polissacarídeos mais relevantes a nível energético são o
amido e o glicogénio, que representam as principais reservas nutritivas nas plantas e
animais, respectivamente. O amido é um sólido branco, insolúvel e que se encontra
presente essencialmente nos vegetais. É constituído por cerca de 1400 unidades de
glicose ligadas através de ligações glicosídicas. É uma matéria-prima importante nos
processos de fermentação, na nutrição (através do uso alimentar de batatas, arroz,
pão, massas e cerveja) e em processos industriais (endurecimento de tecidos,
papéis, tinturaria e fabrico de explosivos). É estruturalmente uma mistura dos dois
polissacarídeos mais importantes nas plantas: a α-amilose (polímero linear
composto por uma cadeia sequencial de monómeros de D-glicose unidos por
ligações α(1-4)) e a amilopectina (polímero formado por unidades de D-glicose
unidas por ligações α(1-4) e ramificações α(1-6) em intervalos de cerca de 24 a 30
unidades).
Figura: Representação da cadeia de amilose(A) e amilopectina(B).
OBJETIVOS
Extrair o amido da batata;
Caracterizar o amido;
Evidenciar o amido.
MATERIAIS
Batata;
Solução de Amido;
Ácido sulfúrico concentrado;
Reativo de Molisch;
Solução de Lugol;
Etanol;
Solução saturada de sulfato de
amônio(76g/100mL);
Tudo de Ensaio;
Béquer;
Proveta;
Bastão de vidro;
Banho-maria;
Pipeta;
Gaze.
PROCEDIMENTOS
I) Extração e preparação de uma solução de amido:
a) Extração do amido – raspar um pedaço de batata com uma espátula e
transmitir a raspa para um béquer de 250mL; adicionar 100mL de água
destilada e agitar vigorosamente com um bastão de vidro; filtrar o material
através de uma gaze, recolhendo o filtrado em um béquer de 250mL e
espremer delicadamente a gaze; deixar em repouso por 10 minutos e, a
seguir, remover cuidadosamente o líquido sobrenadante.
b) Preparo da solução de amido – Adicionar 100mL de água fria sobre o
amido. Manter aproximadamente 120mL de água fervendo em um béquer
de 250mL; acrescentar esta água fervente ao depósito obtido
anteriormente (item a); continuar o aquecimento até que se forme uma
solução opalescente.
II) Reações de caracterização do amido:
a) Reação do lugol – em um tudo de ensaio, pipetar 2mL de solução de
amido e adicionar 1 a 2 gotas de lugol; notar o aparecimento da cor azul;
aquecer e observar; resfriar o tudo com água corrente e observar.
b) Reação de Molisch – em um tubo de ensaio pipetar 2mL de solução de
amido, juntar 3 gotas do reativo de Molisch e misturar; inclinar o tubo e
deixar escorrer pela parede 2mL de H2SO4 consentrado, de modo que os
líquidos não se misturem; observar a interface.
III) Precipitado de amido:
a) A 5mL de solução de amido, adicionar 5ml de solução saturada de sulfato
de amônio; agitar fortemente e deixar em repouso por 10 minutos; filtrar;
pesquisar, separadamente, no filtrado e no precipitado, a presença do
amido pelo teste de lugol.
b) A 1mL de solução de amido adicionar 5mL de etanol; agitar; filtrar e
pesquisar o amido como item anterior.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Extração e preparação de uma solução de amido.
Primeiramente, para a extração do amido, cortou-se uma batata ao meio e
raspou-se esta com uma espátula, em seguida depositou-se suas raspas em um
béquer de 250mL, assim ocorre o rompimento das células que a compõe e dentro
dessas células há presença de amiloplastos, onde estão contidos os grânulos de
amido (amilopectina e amilose). Com o rompimento dessas células os amiloplastos
são liberados para o meio, enfim adicionou-se 100mL de água e o experimento
solubilizou-se. Mas, para uma maior liberação dos amiloplastos das células de
batata, agitou-se a mistura com um bastão de vidro que em seguida foi filtrada em
uma gaze dobrada recolhendo a suspensão do amido em uma proveta. A solução
resultante foi mantida parada por 10 minutos ocorrendo a precipitação, depois
retirou-se o sobrenadante para obter uma maior concentração de amido na solução.
Para a preparação da solução de amido utilizou-se a solução de amido
concentrada com a adição de 100mL de água fria e em seguida 120mL de água
quente, e sempre mexendo com o bastão de vidro, fazendo com que os amiloplastos
se rompessem, liberando a amilose e a amino-pectina para o meio.
Como resultado destes procedimentos obteve-se uma solução de amido
esbranquiçada.
Reação de caracterização de amido de lugol.
Após a adição de 4 gotas de lugol em uma pipeta contendo a solução de
amido foi bem visível a coloração azul-escuro que se forma no tubo, devido aquela
formar um complexo colorido com o iodo presente neste. Sendo que a amilose dá
origem a uma coloração negro-azulada, enquanto a amilopectina dá origem a uma
coloração vermelho-violácea, o que não nos deixa concluir que a amilose
encontrava-se em maior quantidade na solução do que a amilopectina devido ao
predomínio da coloração azul-escuro. Já que aquela, devido as suas cadeias
lineares apresenta uma conformação helicoidal capaz de ocluir o iodo, o que não
ocorre com a amilopectina onde a formação de hélice fica em parte dificultada pelos
pontos de ramificação da molécula.
Ao aquecer a solução de amido e lugol, essa solução passa a ter uma
coloração amarelada translucida devido a presença de iodo dissociado que
proporciona essa cor característica.
Reação de caracterização de amido de Molisch
Após a adição do reativo de Molisch e do H2SO4 concentrado em um tubo de
ensaio contendo a solução de amido observou-se a formação de um anel roxo no
centro da solução o que indica a presença de açúcares na amostra. O anel roxo é
resultante da ação desidratante do H2SO4 concentrado sobre os carboidratos. As
pentoses dão origem ao furfural, enquanto as hexoses dão origem aos
seus derivados, como o hidroximetilfurfural. Essas substâncias condensam-se com
o -naftol (reagente de Molish) produzindo um composto de coloração
violeta, de composição incerta.
Os ácidos concentrados (H2SO4) causam
a desidratação de monossacarídeos. Se um oligossacarídeo ou polissacarídeo
estiver presente, ele é primeiro hidrolisado em seus monossacarídeos constituintes,
que são então desidratados.
Precipitação do amido com o uso de uma solução de sulfato de amônio
Após agitar e deixar a solução 10 minutos em repouso, observa-se a formação
de um precipitado no fundo do tubo, sendo este de coloração branca e aspecto
viscoso. Ele ocorre devido a adição de sulfato de amônio na solução de amido. Pois
assim como as proteínas, o amido se solubiliza na água devido a presença de
pontes de hidrogênio, o sulfato de amônio, sendo um sal muito solúvel, aumenta a
força iônica desidratando o amido sendo que este precipita.
Porém, após filtrar o precipitado e adicionar o lugol neste e na solução filtrada
observa-se que a cor do tubo que a possui é amarelada, evidenciando apenas a
presença do lugol. O precipitado, como esperado, apresenta uma coloração azul-
preta, por ser composto essencialmente de amido.
Precipitação do amido com o uso do álcool etílico
Neste experimento também forma-se um precipitado com as mesmas
características do precipitado acima descrito. Porém neste caso, a precipitação
ocorre devido a adição de álcool etílico na solução de amido. O etanol é um solvente
orgânico, possui grande solubilidade na água, assim, quando adicionado à solução
de amido ele se solubiliza rompendo as interações amido-água fazendo com que
este se precipite. Após filtrar-se a amostra, adiciona-se lugol tanto ao precipitado
quanto a solução filtrada. Observa-se nesse ponto, uma diferença entre a solução
filtrada desse experimento com a do anterior, a coloração do tubo fica amarelo-
laranja devido ao iodo do lugol, pressupondo-se assim, que não há presença de
amido nela e o precipitado adquiri cor azul-preta, por ser formado essencialmente
de amido.
CONCLUSÃO
A partir de embasamento teórico abordado nas aulas sobre carboidratos, foi
possível realizar na prática, a extração do amido com sucesso, um polissacarídeo
de glucose formado por amilose e amilopectina. Com a observação das mudanças
na coloração da solução pudemos comprovar a presença geral de carboidratos e,
posteriormente, obtivemos a confirmação específica do amido. Além disso,
observamos também em que condições é desfeita e formada novamente, assim, as
práticas foram realizadas com sucesso e o que tornou o assunto mais atrativo e
interessante.
REFERÊNCIAS
http://www.biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=3044
http://wikiciencias.casadasciencias.org/index.php/Polissacar%C3%ADdeos
http://quimicameumundo.blogspot.com.br/
http://www.colegioweb.com.br/quimica/amido.html
http://pt.wikibooks.org/wiki/Bioqu%C3%ADmica/Polissacar%C3%ADdeos