9. trt - noÇÕes de orÇamento pÚblico gaudenzi

26
SUMÁRIO NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO 3 1 CONCEITO 3 FUNÇÕES DO ESTADO NA ECONOMIA 5 BENS PÚBLICOS 5 2 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 5 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS. 6 3 ORÇAMENTO-PROGRAMA: CONCEITOS E OBJETIVOS. 7 ORÇAMENTO PROGRAMA 7 A MENSURAÇÃO E OS CUSTOS NA TÉCNICA DO ORÇAMENTO-PROGRAMA. 8 4 ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 9 PLANO PLURIANUAL - PPA 10 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - LOA 10 5 PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA: ELABORAÇÃO, DISCUSSÃO, VOTAÇÃO E APROVAÇÃO. 10 PROCESSO ORÇAMENTÁRIO. 10 PROCESSO DE EXECUÇÃO DA LEI ORÇAMENTÁRIA 11 6 PLANO PLURIANUAL PPA, LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS LDO E LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL LOA. 12 PROCESSO ORÇAMENTÁRIO. 14 PROCESSO DE EXECUÇÃO DA LEI ORÇAMENTÁRIA 15 7 LEI Nº 4.320/64: 16 RECEITA PÚBLICA: CATEGORIAS, FONTES, ESTÁGIOS; DÍVIDA ATIVA. 16 DESPESA PUBLICA CLASSIFICAÇÃO, FASES 20 CRÉDITOS ADICIONAIS, ESPECIAIS, EXTRAORDINÁRIOS, ILIMITADOS E SUPLEMENTARES. 22 8 LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000 (LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL): DO PLANEJAMENTO; DA DESPESA PÚBLICA; DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO 22 CONTEXTO HISTÓRICO: 22 PRINCÍPIOS, OBJETIVOS, EFEITOS NO PLANEJAMENTO E NO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO; 23 LIMITES PARA DESPESAS DE PESSOAL; LIMITES PARA A DÍVIDA; E MECANISMOS DE TRANSPARÊNCIA FISCAL. 23 MECANISMOS DE CONTROLE DO GASTO PÚBLICO 25 CONCEITO DE CONTROLE INTERNO 25

Upload: jacsonbsi

Post on 30-Nov-2015

273 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

SUMÁRIO

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO 3

1 CONCEITO 3 FUNÇÕES DO ESTADO NA ECONOMIA 5 BENS PÚBLICOS 5

2 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 5

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS. 6

3 ORÇAMENTO-PROGRAMA: CONCEITOS E OBJETIVOS. 7

ORÇAMENTO PROGRAMA 7 A MENSURAÇÃO E OS CUSTOS NA TÉCNICA DO

ORÇAMENTO-PROGRAMA. 8

4 ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 9

PLANO PLURIANUAL - PPA 10 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - LOA 10

5 PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA: ELABORAÇÃO, DISCUSSÃO, VOTAÇÃO E APROVAÇÃO. 10

PROCESSO ORÇAMENTÁRIO. 10 PROCESSO DE EXECUÇÃO DA LEI ORÇAMENTÁRIA 11

6 PLANO PLURIANUAL – PPA, LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO E LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA. 12

PROCESSO ORÇAMENTÁRIO. 14 PROCESSO DE EXECUÇÃO DA LEI ORÇAMENTÁRIA 15

7 LEI Nº 4.320/64: 16

RECEITA PÚBLICA: CATEGORIAS, FONTES, ESTÁGIOS; DÍVIDA

ATIVA. 16 DESPESA PUBLICA – CLASSIFICAÇÃO, FASES 20 CRÉDITOS ADICIONAIS, ESPECIAIS, EXTRAORDINÁRIOS, ILIMITADOS E SUPLEMENTARES. 22

8 LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000 (LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL): DO PLANEJAMENTO; DA DESPESA PÚBLICA; DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO 22

CONTEXTO HISTÓRICO: 22 PRINCÍPIOS, OBJETIVOS, EFEITOS NO PLANEJAMENTO E NO

PROCESSO ORÇAMENTÁRIO; 23 LIMITES PARA DESPESAS DE PESSOAL; LIMITES PARA A DÍVIDA; E

MECANISMOS DE TRANSPARÊNCIA FISCAL. 23 MECANISMOS DE CONTROLE DO GASTO PÚBLICO 25 CONCEITO DE CONTROLE INTERNO 25

Page 2: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi
Page 3: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166 3

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO

1 CONCEITO

FINANÇAS PÚBLICAS NO BRASIL - EXPERIÊNCIAS RECENTES ENTRE 1970/2007 As Finanças públicas nos Anos 1970 A década de 1980 é conhecida no Brasil como a “década perdida”, em função da drástica redução das taxas de crescimento do PIB, no contexto de uma inflação que, na segunda metade da década, estava claramente assumindo ares de um processo hiperinflacionário, apenas truncando pela adoção de sucessivos planos de estabilização. O elevado déficit das contas públicas esteve, na época, no centro do debate acerca das causas da alta inflação. Entretanto, algumas raízes da crise dos 1980 foram plantadas nos anos anteriores, ainda que os problemas fossem menos evidentes. Isso porque, apesar da relativa tranqüilidade dos anos de 1970, em termos de situação fiscal, se devia ao fato de que inexistiam os mecanismos de aferição do desequilíbrio das contas públicas que estão disponíveis atualmente. Naquela época, não existia nada parecido com o conceito da necessidade de financiamento do setor público (NFSP) e mesmo as contas do governo central era um emaranhado muito difícil de acompanhar, a começar pelo fato de que muitas rubricas de gastos ficavam de fora do orçamento aprovado pelo Congresso Nacional. O forte aumento da participação do Estado no esforço de desenvolvimento nos anos 60 e 70 refletiu-se em um aumento dos dispêndios governamentais, o que dificultou, em certa medida, a administração das finanças públicas. As finanças públicas eram regidas por uma multiplicidade de orçamentos: a OGU (lei de meios), o orçamento das empresas estatais, o orçamento monetário e a conta da dívida. Assim, a ausência de mecanismos fiscais que garantissem uma contabilidade conjunta de todas as despesas tornava as contas públicas bastante confusas. Essa desorganização orçamentária impedia que se visualizassem de forma precisa as contas do governo federal. Dessa forma, essa situação na verdade refletiu a falta de acompanhamento rigoroso das contas públicas, decorrente da falta de transparência orçamentária, que resultava da livre operação de canais de financiamento das autoridades monetárias e da superposição das áreas de competência entre as instituições envolvidas no sistema de dispêndio e financiamento do governo federal.

AS FINANÇAS PÚBLICAS NO REGIME DE ALTA INFLAÇÃO:

1980/1994

Os resultados fiscais da época de elevada inflação da economia brasileira – de três dígitos anuais ou mais, de 1980 a 1994 – podem ser reagrupados em dois grandes períodos. O primeiro, caracterizado pela existência de significativos déficits operacionais, refere-se a toda década de 1980, enquanto o segundo vai de 1990, inclusive, a 1994, com um desequilíbrio fiscal muito inferior ao do período precedente, a ponto de, na média, as NFSP operacionais terem sido virtualmente nulas. Nos anos 1980, por sua vez, em que pese o fato de que durante a segunda metade da década o déficit médio foi praticamente idêntico ao da primeira, podem ser identificados dois subperíodos marcadamente diferentes entre si, em termos de tendência verificada ao longo da década: 1981/1984, nos quais houve uma tendência a certo ajustamento; 1985/1989, nos quais a tendência foi exatamente oposta, na direção de piorar o resultado no final do período em relação ao seu início. Cabe ressaltar, também, as mudanças institucionais ocorridas no período de 1985/1989. Nesse período, o marco institucional em que operava a política fiscal esteve sujeito a duas mudanças contraditórias. De um lado, houve avanços consideráveis do ponto de vista gerencial e no que diz respeito à transparência das contas públicas, avanços esses caracterizados pela eliminação de uma série de problemas e distorções herdadas dos anos 1970 e que ainda prevaleciam nos primeiros anos da década de 1980. De outro lado, porém, a nova Constituição aprovada pela Assembléia Constituinte em 1988, limitou consideravelmente a margem de manobra das autoridades econômicas. AS FINANÇAS PÚBLICAS NA FASE DE ESTABILIZAÇÃO: 1995/1998

Após 1994 a inflação cedeu drasticamente e, em 1998, praticamente chegou a desaparecer. Até o plano Real, a diferença entre as demandas sociais e a disposição da sociedade para ser taxada era escondida por uma inflação elevada, que permitia “atender” (pois gerava imposto inflacionário e corria as despesas do governo) às demandas nominais e, ao mesmo tempo, gerar um resultado fiscal operacional próximo do equilíbrio. Com a estabilização e a falta de um ajuste fiscal que levasse a contenção da situação transcrita anteriormente gerou, como resultado, uma tendência ascendente da relação dívida/PIB, embora atenuada pelas receitas da desestatização, que permitiram, durante um curto período de tempo, sustentar déficits elevados, sem que essa relação crescesse na intensidade que caberia esperar se não houvesse privatização.

Page 4: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

4 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166

Esse expediente, porém, por definição, tenderia a ter uma duração limitada no tempo e se esgotaria quando os ativos a serem privatizados já tivessem sido vendidos. Importante destacar que a Constituição 1988 acabou contribuindo para a elevação da dívida pública no período relatado acima. Isso porque acabou gerando dois tipos de problemas, especificamente, para as autoridades que se viram às voltas, em 1995, com o ressurgimento de um déficit público expressivo. Em primeiro lugar, ela restringiu a margem de manobras das autoridades, algo que não se revelou tão importante quando a inflação se encarregava de corroer o valor real das despesas, mas que se mostrou de forma nua e crua quando a inflação passou a ser baixa, depois de 1994. E, em segundo lugar, aumentou consideravelmente as despesas previdenciárias, especialmente pelo boom das aposentadorias concedidas no meio rural a partir de 1991, mas que teve seu auge durante 1994. A crise fiscal de 1995/1998 foi caracterizada por um déficit primário do setor público consolidado, um déficit público nominal de nada menos que 7% do PIB na média do período e por uma dívida pública crescente. AS FINANÇAS PÚBLICAS PÓS 1999

O ano de 1999 foi marcado como um ano de ajuste fiscal, com forte austeridade fiscal. De fato, o país viveu então, pela primeira vez em praticamente três décadas, um quadro de rigor fiscal como não se via desde a experiência do PAEG de 1964/1967. No início desse processo de ajustamento, muitos entenderam de que a política econômica era um fracasso. A rigor, porém, isso era sinal mais claro de que a política fiscal estava operando, ou seja, de que o desejo dos diferentes segmentos da sociedade de se beneficiar dos recursos públicos estava se defrontando com os limites impostos pela própria sociedade para o financiamento dessas despesas por meio de tributos. Durante um longo tempo, a existência desse hiato entre a demanda por gasto público e a disponibilidade da sociedade em aceitar ser tributada foi ofuscada ou “driblada” através de expediente como a inflação, o endividamento público ou por a venda de ativos (privatização). Entretanto, com os preços próximos da estabilidade – isto é, sem poder contar com a inflação como até 1994 -, diante da necessidade de conter a expansão da dívida pública e praticamente esgotada a privatização, não restava outra saída que encarar a hora da verdade e implementar um forte ajustamento, o que por sua vez – juntamente com a mudança de regime cambial – permitiria uma queda das taxas de juros, trazendo um duplo benefício para as contas públicas, tanto pela melhoria do resultado primário, como pela queda das despesas financeiras. De certo modo, pode-

se dizer que 1999 representou o ano em que a realidade fiscal foi encarada de frente, de forma nua e crua. Apesar do gasto público em relação ao PIB ter crescido de 1998 para 2002, o governo Fernando Henrique Cardoso seguiu com a austeridade fiscal implantada em 1999. Aliada a essa austeridade fiscal esteve a implementação da Lei de Responsabilidade Fiscal, que apresenta uma série de diretrizes gerais que balizam as autoridades na administração das finanças públicas dos níveis central, estadual e municipal. Entre os principais aspectos incluídos nessa lei, estão os artigos que estabelecem tetos para as despesas com pessoal e a limitação do endividamento público. No governo Lula, no que diz respeito, especificamente a política fiscal, pode-se dizer que praticamente não houve mudança alguma. Por outro lado a intensificação de algumas políticas vigentes em estado embrionário no governo anterior, somada aos efeitos acumulados de sucessivos superávits primários, agora em um contexto internacional mais favorável; e ao aumento notável de superávits comerciais, permitiram uma combinação curiosa de políticas que simultaneamente agradavam à grande maioria da população bem como àqueles setores tradicionalmente associados à pregação de teses genericamente vistas como “ortodoxas”, ligadas em particular à estabilização de preços. Já as contas públicas se beneficiaram nos anos do Governo Lula do processo de redução das taxas de juros. O aumento da dívida pública em relação ao PIB que foi um o denominador comum aos 8 anos do Governo do FHC começou a apresentar queda a partir de 2004. Assim, a dívida líquida do setor público que tinha sido de mais de 52% do PIB em 2003, cedeu gradualmente até 45% do PIB em 2007. Durante a Crise Econômica Mundial de 2008 e 209 houve um crescimento do endividamento, necessário para manter a economia aquecida. A partir de 2011, o governo Dilma retomou a política de austeridade fiscal, a fim de manter o endividamento em níveis aceitáveis. EVOLUÇÃO DAS FUNÇÕES DO GOVERNO

De uma posição inicial bem modesta, na qual lhe cabia apenas a prestação de alguns serviços essenciais à coletividade – tais como a justiça e segurança, em que as características especiais da oferta e demanda não induziam o setor privado a produzir -, o papel do governo na economia modificou-se substancialmente. A grande crise de depressão econômica de 1930 deu origem a estudos que vieram justificar a necessidade de o governo intervir na economia para combater a inflação ou desemprego. As duas grandes guerras mundiais provocaram alterações definitivas nas preferenciais da coletividade quanto à necessidade de interferência do governo, visando à promoção do bem-estar. No pós-guerra a preocupação com problemas de desenvolvimento econômico constitui-se em outro fator

Page 5: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166 5

importante para aumentar as atribuições do governo – especialmente nos países subdesenvolvidos. Essas atribuições enquadram-se em três grandes categorias que são as chamadas funções do Estado na economia: função alocativa (alocação de recursos); função distributiva (distribuição de recursos na economia) e função estabilizadora (manter a estabilidade na economia).

FUNÇÕES DO ESTADO NA ECONOMIA

FUNÇÃO ALOCATIVA

Na função alocativa o governo está preocupado primordialmente com a alocação eficiente dos recursos na economia. Muitas vezes o mecanismo de mercado (através da interação ente oferta e da demanda de um determinado bem) leva a alocações de mercado que não são as mais eficientes ou mesmo, no limite, não há alocações de recursos por parte da iniciativa privada. Em geral os casos que os mecanismos de mercado não promovem a alocação de recursos são: i) quando existem economias externas; e ii) problemas de satisfação de necessidades coletivas (bens públicos). O primeiro caso, economias externas, em geral está associado à intervenção do governo em atividade relacionada à expansão da infra-estrutura (rodovias, por exemplo). O segundo caso, problemas de satisfação de necessidades coletivas, refere-se à produção de bens cujas características especiais de demanda tornem o mecanismo de determinação de preços no mercado incapaz de orientar a aplicação de recursos com a finalidade mencionada. Esses seriam os chamados bens públicos (exemplos clássicos de bens públicos são a segurança nacional e a justiça). FUNÇÃO DISTRIBUTIVA

Na função distributiva o governo busca a melhoria da distribuição de renda. Os mecanismos de mercado privilegiam a eficiência, o que não garante que a sociedade está disposta a aceitar essa distribuição de renda. Nesse caso a correção da desigualdade na repartição da renda deve ser efetuada mediante intervenção do governo. Um dos processos mais utilizados consiste em utilizar os tributos e os gastos do governo para tal finalidade. De um lado aumentando a progressividade dos tributos (quem ganha mais, paga mais) e de outro aumentando os gastos governamentais com transferências que beneficiem direta ou indiretamente (mediante manutenção de serviços gratuitos: saúde, educação, ou transferência de renda direta tais como o programa bolsa família).

FUNÇÃO ESTABILIZADORA

Na função de estabilização a preocupação fundamental consiste em controlar o nível agregado de demanda, com o propósito de atenuar o impacto social e econômico das

crises de inflação ou depressão. O controle da demanda agregada implica intervir sobre o crescimento das despesas privadas e governamentais de consumo ou de investimentos por meio, por exemplo, do controle dos gastos públicos, do credito e dos níveis de tributação. Para o controle da demanda agregada o governo utiliza os instrumentos que tem a disposição: política fiscal, alterações no nível dos tributos e nos gastos do governo, e política monetária, através de alteração nos juros e no cambio.

BENS PÚBLICOS

Bens públicos são caracterizados como bens cujo consumo por parte de um indivíduo não prejudica o consumo dos demais indivíduos (consumo indivisível ou não-rival), pois todos se beneficiam de sua produção. Uma vez produzidos, os bens públicos irão beneficiar a todos os indivíduos, independentemente da participação de cada um no rateio dos custos. Outra característica importante dos bens públicos resulta do fato de que é praticamente impossível impedir que um indivíduo desfrute de um bem público, também conhecida como princípio da não-exclusão. Por exemplo, se o governo melhora a iluminação da determinada via pública, todos os indivíduos que utilizarem esta via serão beneficiados, e não há possibilidade de distinção entre estes indivíduos. Essa característica dificulta o rateio dos custos de produção dos bens públicos entre a população, pois não há como mensurar o quantum de benefício de cada indivíduo. Os exemplos mais comuns de bens públicos são: justiça, segurança pública e defesa nacional (bens intangíveis) e praças, ruas e iluminação pública (bens tangíveis). Há uma espécie de bens denominados bens meritórios ou semi-públicos, que podem ser considerados como uma classificação intermediária entre os bens públicos e os de mercado, e possuem a seguinte característica: podem ser produzidos pela iniciativa privada, pois são submetidos ao princípio da exclusão, mas também podem ser produzidos, total ou parcialmente, pelo setor público, devido aos benefícios sociais gerados e às externalidades positivas. Um exemplo de bens meritórios são os serviços de saúde e educação, visto que, se produzidos pelo setor privado, podem se tornar inalcançáveis por grande parte da população baixa renda, o que faz com que seja necessária a intervenção do governo, tornando esses serviços gratuitos para a população ou a preços subsidiados, sendo seus custos de financiamento obtidos a partir da tributação compulsória de toda a sociedade.

2 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

A ação planejada do Estado, quer na manutenção de suas atividades quer na execução de seus projetos materializa-se

Page 6: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

6 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166

através do Orçamento Público, que é o instrumento para expressar, em determinado período, seu programa de atuação, discriminando a origem e o montante dos recursos a serem obtidos (___________) bem como a natureza e o montante dos dispêndios a serem efetuados. No Brasil, utiliza-se o conceito de Orçamento-programa, que é o detalhamento das etapas dos dispêndios de recursos públicos, de acordo com um planejamento de gestão de longo prazo(plurianual)

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS.

UNIDADE

Determina que deva existir apenas um orçamento para respectivo ente, ou seja, cada unidade governamental deve possuir um único orçamento. O princípio da unidade orçamentária possibilita o controle sobre os gastos públicos, evitando o excesso de despesas e, consequentemente, o déficit público. Conforme Lei 4.320/64: “Art. 2º A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os principais de unidade, universalidade e anualidade”. Entretanto, a CF de 67, em seu artigo 62, limitava sua aplicabilidade, por excluir do orçamento as entidades que não recebessem subvenções e/ou transferências à conta do orçamento. UNIVERSALIDADE

O princípio da universalidade estabelece que devem estar incluídas no orçamento todas as receitas e despesas do ente público. Este é outro princípio está previsto na Constituição, artigo 165, §9º, determina que a lei orçamentária anual deverá conter o Orçamento Fiscal, da Seguridade Social e o Orçamento de Investimento. A lei 4.320/64 estabelece em vários de seus artigos que deve constar na Lei Orçamentária a totalidade das receitas e das despesas. “Art 2º A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os principais de unidade, universalidade e anualidade”. Art. 3º A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas próprias dos órgãos do Governo e da

administração centralizada, ou que, por intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no artigo 2º.” Este princípio tem por objetivo facilitar o controle e o acompanhamento das despesas pelo poder legislativo ANUALIDADE

Também conhecido como princípio da Periodicidade, significa que o orçamento deve ter vigência em um período limitado no tempo. No Brasil, o princípio da anualidade versa que o orçamento deve ter a vigência de um ano, coincidindo com o calendário civil, ou seja, um exercício financeiro. A Lei 4.320/64 define: “Art. 2º A Lei de Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica e financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de universalidade e anualidade.” Tal conceito está aposto na CF, em seu artigo 167,I. NÃO-AFETAÇÃO(________________________)

Determina que nenhuma parcela da receita geral de ________________poderá ser reservada para atender a gastos determinados. Está disposto no artigo 167 da Constituição Federal. “Art. 167 São vedados: IV – a vinculação de receitas de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto de arrecadação dos impostos a que se referem os art. 158 e 159, a destinação de recursos para ações e serviços públicos de saúde, para a manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente pelos art. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receitas, previstas no art. 165 § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo.” “§4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os art.155 e 156, e dos recursos de que tratam os art.157, 158 e 159, I, a e b, e II, para prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. Como se pode observar no texto da Lei, este princípio contém várias exceções:

Participação de Estados, Distrito Federal e Municípios na arrecadação tributária;

Recursos para a saúde;

Recursos para o ensino;

Realização de atividades da administração tributária;

Page 7: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166 7

Garantia, contragarantia e pagamento de débitos para com a União;

Garantia de operações de crédito por antecipação de receita. EXCLUSIVIDADE:

Determina que a lei orçamentária não conterá matéria estranha à previsão da receita e a fixação da despesa. Este é um dos princípios orçamentários constitucionais, está previsto na CF, em seu artigo 165, §8º. Estabelece que a lei orçamentária deverá tratar de matéria exclusivamente orçamentária, excluindo qualquer dispositivo estranho à estimativa de receitas ou à fixação das despesas. “Art 165 §8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e a fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.” ESPECIALIZAÇÃO OU DISCRIMINAÇÃO

Determina que as despesas e receitas devem aparecer de forma detalhada no orçamento, para que se possa conhecer ao máximo, as origens e aplicações dos recursos levantados junto à sociedade, tem por objetivo vedar as autorizações globais. A Lei 4.320/64, no artigo 15 estabelece que a despesa deve ser discriminada, no mínimo, por elementos (pessoal, material, obras etc.). E no artigo 5º diz que a lei orçamentária não consignará dotações globais. Este princípio reforça a ação fiscalizadora e a avaliação da gestão governamental, no uso de seus recursos. “Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras, ressalvando o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.” “Art. 15 Na Lei de Orçamento a discriminação de despesas far-se-á no mínimo por elementos. §1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros e outros meios de que se serve a administração pública para consecução dos seus fins.” ORÇAMENTO BRUTO

Todos as receitas e despesas devem aparecer no orçamento pelos seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução, conforme determina a Lei 4.320/64.

“Art 6º Todas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções” As eliminações de duplicidades somente devem ser efetuadas no processo de consolidação de demonstrativos. CLAREZA

O orçamento deve ser claro, de fácil compreensão e completo. É de caráter formal, porém tem grande importância para tornar-se um instrumento de utilização ampla, apesar de ser de difícil execução, pois, devido aos seus aspectos técnicos apenas os especialistas da área tem a sua compreensão ampla. PUBLICIDADE

O princípio da publicidade tem por objetivo garantir que as informações do orçamento sejam levadas ao conhecimento do público e está estabelecido no artigo 37 da Constituição Federal. EQUILÍBRIO

O orçamento deve manter o equilíbrio financeiro entre as receitas e despesas, ou seja, os valores autorizados para a realização das despesas devem ser compatíveis com os valores estimados para a arrecadação das receitas. Tal princípio está explicitado no artigo 167 da CF. O equilíbrio entre despesas e receitas tem por finalidade impedir que o setor público exerça suas atividades sem a preocupação com os resultados orçamentários (déficit ou superávits), evitando a déficits consecutivos que causam influência sobre as finanças públicas, como o aumento do endividamento. A obediência deste princípio ,sobremaneira a partir de 2000, passou a ser regulado, com a aplicação da LC 101/2000 (__________________________).

3 ORÇAMENTO-PROGRAMA: CONCEITOS E OBJETIVOS.

ORÇAMENTO PROGRAMA

É um plano de trabalho no qual são detalhados os programas e despesas que se pretende realizar durante o exercício financeiro, evidenciando a política econômica do governo, isto e, e um instrumento de atuação governamental voltado para aspectos administrativos e de planejamento; Foi instituído pela Lei No 4.320/64, mas somente implantado apos a CF/88 com a criação do PPA , LDO

Page 8: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

8 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166

Conceitualmente, Orçamento-Programa é aquele que enfatiza o que o governo faz, realiza, e não aquilo que o governo adquire. É o que se chamou de orçamento de realizações ou desempenho onde apresenta os propósitos e objetivos para os quais os créditos se fazem necessários, os custos dos programas propostos para atingir àqueles objetivos e dados quantitativos que meçam as realizações e o trabalho levado a efeito em cada programa. Diante desta definição, viu-se que os elementos essenciais do Orçamento-Programa são: os objetivos e propósitos, perseguidos pela instituição e cuja consecução são utilizados os recursos orçamentários; os programas, como instrumentos de integração dos esforços governamentais no sentido da concretização dos objetivos; os custos dos programas medidos através de identificação dos meios e insumos (pessoal, material, equipamentos, serviços etc.) necessários para obtenção dos resultados; e medidas de desempenho com a finalidade de medir realizações (produto final) e os esforços despendidos na execução dos programas.

A MENSURAÇÃO E OS CUSTOS NA TÉCNICA DO ORÇAMENTO-PROGRAMA.

O Orçamento-Programa se destaca por ter como conseqüência de sua aplicação, a mensuração das ações de governo, consistindo na medição dos trabalhos governamentais. Através de um sistema que meça o rendimento do trabalho através dos quais se buscam objetivos. Segundo a Organização das Nações Unidas, os objetivos básicos da mensuração são os seguintes: "...medir fisicamente o trabalho e seus resultados e estabelecer relações pertinentes com o emprego de recursos a fim de obter dados que sejam úteis para formular e apresentar as propostas orçamentárias, dotar pessoal e distribuir fundos aos órgãos encarregados de executar planos aprovados, e verificar o progresso alcançado na consecução dos objetivos da política e metas dos programas e trabalhos. Tais medidas contribuem para modificar os planos e programas de modo que a administração possa adaptá-los às exigências conjunturais

fazendo face, também, a acontecimentos imprevistos. Além disso, servem para comparar as realizações de operações semelhantes e avaliar a eficiência relativa de unidades administrativas de práticas e métodos." Dentro da estrutura organizacional que é composta de vários níveis, existem várias exigências no que concerne à mensuração. níveis superiores de governo - estão as decisões das grandes estratégias de governo envolvendo os campos de desenvolvimento administrativo, econômico e social, e sofrem diretamente a ação da política do momento. Neste nível poderão ser vistas medidas como renda per capita, por exemplo. Níveis intermediário de governo - onde estão as direções de unidades administrativas e ou entidades descentralizadas a mensuração é feita com base nos programas. Durante a elaboração da proposta orçamentária, são imputados aos programas metas ou produtos que, durante a execução e especialmente na avaliação final do orçamento, indicarão se estes objetivos foram alcançados, medindo-se, assim a eficácia da instituição nos níveis executivos - ou nível operacional, estão os projetos e/ou as atividades e é o lugar onde a mensuração ocorre. Esta mensuração indica a eficiência com que os setores executivos se comportam, através do seu esforço para obtenção do resultado final e neste nível é possível se verificar e acompanhar os custos de cada etapa de trabalho. Estes níveis de decisão podem melhor ser entendidos quando da análise do Quadro 1, seguinte: Quadro Características principais dos níveis de mensuração.

Page 9: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166 9

Fonte: MACHADO JR., José Teixeira. A técnica do orçamento-programa no Brasil. Rio de Janeiro : IBAM, 1979. p. 1

4 ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

A Constituição Federal estabelece a competência para legislar sobre matéria orçamentária como sendo “concorrente” entre União, Estados e Distrito Federal. “CF Art. 24. Compete a União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: II – Orçamento §1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. §2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos estados. §3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os estados exercerão a competência legislativa plena, para atender suas peculiaridades. “§4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.” Deste modo, a competência para estabelecer normas gerais em matéria de orçamento é da União, podendo, os Estados e o Distrito Federal, suplementar a legislação federal nas suas peculiaridades. Aos Municípios também é permitido suplementar a legislação federal e estadual, no que lhe couber, conforme texto Constitucional.

“Art. 30. Compete aos Municípios: II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber.” Está previsto, na Constituição Federal de 1988, artigo 165, §9º que cabe a Lei Complementar Federal dispor sobre normas gerais de finanças públicas, abrangendo o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização dos instrumentos acima. A iniciativa de propor as Leis do Plano Plurianual, Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Anual é do Chefe do Poder executivo, conforme estabelece a Constituição Federal. “Art. 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III – os orçamentos anuais.” Conforme destacado acima, a Constituição Federal prevê a aprovação de Lei Complementar para tratar de assuntos relativos a vigência, prazos, elaboração e organização do PPA, LDO e LOA. Entretanto, enquanto não entra em vigor Lei Complementar, a Constituição, no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, dispõe sobre a vigência e prazos para encaminhamento. “ADCT. Art. 35 *...+

NÍVEIS DE MENSURAÇÃO

1. FUNÇÃO

Custo/Benefício. Determinar as vantagens sociais e Econômicas. Nível decisório: alto nível político.

2 - PROGRAMA

Produtividade. Determinar o produto a ser fornecido ao público. Nível decisório: alto nível administrativo. Unidade de medida: expressão do produto ou meta; unidade de resultado.

3 - PROJETO OU ATIVIDADE

Eficiência. Determinar o esforço desenvolvido para obtenção do resultado final. Nível decisório: nível médio administrativo ou de execução. Unidade de medida: expressão do esforço realizado; unidade de volume de trabalho

Page 10: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

10 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166

§2º Até a entrada em vigor da Lei Complementar a que se refere o art. 165, §9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: I – O projeto do Plano Plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa. II – o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do dia do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa. III – O projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.” Prazos para a tramitação dos Projetos:

PLANO PLURIANUAL - PPA

O projeto deverá ser encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro do mandato e terá vigência para os quatro anos seguintes, portanto é elaborado apenas de 4 em 4 anos. Encaminhado até 31 de agosto do primeiro ano de mandato do chefe do poder executivo. Devolvido para sanção até 15 de dezembro do mesmo ano. Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO A LDO impede a interrupção da sessão legislativa enquanto o Congresso Nacional não aprová-la e tem vigência para um ano. Encaminhado até 15 de abril de cada ano. Devolvido para sanção até 30 de junho do mesmo ano.

LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - LOA

Tem vigência para um exercício financeiro e deve seguir as diretrizes orçamentárias definidas na LDO. Encaminhada até 31 de agosto de cada ano. Devolvido para sanção até 15 de dezembro do mesmo ano. No que tange a Estados e Municípios, estes poderão estabelecer outros prazos, respeitando a seqüência lógica dos atos.

5 PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA: ELABORAÇÃO, DISCUSSÃO, VOTAÇÃO E

APROVAÇÃO.

PROCESSO ORÇAMENTÁRIO.

O orçamento deverá ser consolidado e após encaminhado, o projeto de lei orçamentária anual com a Mensagem do Chefe do Poder Executivo, ao Congresso Nacional. Os trabalhos de exame e apreciação da proposta orçamentária serão efetuados, em sessão conjunta, pelas duas casas do Congresso Nacional, cabendo à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. “Art. 166 Os projetos de lei relativos ao Plano Plurianual, às Diretrizes Orçamentárias, ao Orçamento Anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.” As emendas ao projeto da LOA devem ser apresentadas na Comissão Mista de planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, devendo estar adequadas às exigências e limitações estabelecidas na Constituição Federal. “Art. 166 §1º Caberá a uma Comissão Mista de Senadores e Deputados: I – Examinar e emitir parecer sobre projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária sem prejuízo de atuação nas demais Comissões do Congresso Nacional e de suas casas, criadas de acordo com o art. 58. §2º As emendas serão apresentadas na Comissão Mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional. §3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ao aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: I – sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias; §4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.” As emendas devem ser compatíveis com a LDO e com o PPA. Além disso, poderão ser encaminhadas emendas que façam correção de erros ou omissões e estejam

Page 11: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166 11

relacionadas com o texto do projeto de lei. (artigo 166, § 3º, III da CF) Ao Congresso Nacional, conforme estabelece a Constituição, não é permitido aumentar despesas dos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República. “Art. 63 Não será admitido aumento da despesa prevista: I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º.”

Entretanto, caso for constatado a ocorrência de erro ou omissão por parte do poder Executivo quanto à previsão das receitas, poderá o Congresso Nacional corrigir o erro e, neste caso, aumentar o volume de recursos disponíveis para emendas. Os recursos para emendas serão provenientes apenas da anulação de despesas, executadas algumas dotações que não podem der alteradas. No entanto, a correção de erros ou omissões permitirá, excepcionalmente, que o Poder Legislativo aumente o volume das receitas previstas pelo Poder Executivo. “§3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual, ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: II – indiquem os recursos necessários admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que indicam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviços da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal;” O encaminhamento de emendas também pode ser feito pelo Presidente da República, que poderá enviar mensagens ao Congresso Nacional enquanto não iniciada a votação, na Comissão Mista de Orçamento, da parte a que se refere a emenda. “§5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificações nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.” Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei do Orçamento vigente.

PROCESSO DE EXECUÇÃO DA LEI ORÇAMENTÁRIA

A execução do orçamento na administração pública constitui a concretização das metas e objetivos definidos no processo de planejamento integrado e implica no dispêndio de recursos no decorrer do exercício financeiro. O

orçamento público não só orienta as ações, como também determina quais as despesas que poderão ser efetuadas. Após a promulgação da Lei Orçamentária Anual e com base nos limites nela fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a utilizar. (Art. 47, Lei 4.320/64) A fixação de cotas de despesas tem a finalidade de limitar a realização de despesas, condicionando as unidades orçamentárias a utilizar os recursos no decorrer do exercício financeiro, visa atender os seguintes objetivos, de acordo com a Lei 4.320/64: “a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil a soma de recursos necessários e suficientes a melhor execução de seu programa anual de trabalho; b) manter, durante o exercício, na medida do possível o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de tesouraria.” Imediatamente após a publicação da Lei Orçamentária Anual é procedido o registro dos créditos orçamentários e das respectivas dotações, permitindo assim identificar as receitas e despesas previstas e autorizadas, bem como a contabilização, o controle e a fiscalização da execução orçamentária. A as dotações consignadas nos créditos orçamentários e nos créditos adicionais representam autorizações de gastos que somente poderão ser efetuadas se estiverem compatíveis com o ingresso das receitas previstas. Desta forma, cabe ao administrador público controlar os gastos de maneira a obter esta compatibilidade e de forma a cumprir as metas de resultado fiscal determinadas pela LDO. Para garantir a cobertura financeira dos gastos públicos, a Lei de Responsabilidade Fiscal determina que o Poder Executivo em até 30 dias após a publicação da LOA deve efetuar a programação financeira e o cronograma de execução mensal dos desembolsos. “Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea “c” do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.”

Page 12: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

12 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166

A avaliação da execução orçamentária é feita através de relatórios periódicos que a administração pública deve publicar, exigidos pela Constituição Federal, Lei 4.320/64 e Lei de Responsabilidade Fiscal. “O Poder executivo publicará, em até 30 dias do encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.” (Art. 165, § 3º, da CF) Ao final de cada bimestre, se verificado que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas do resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio, e nos montantes necessários, a limitação de empenho e de movimentação financeira nos 30 dias subseqüentes, segundo critérios fixados na LDO, com exceção para as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, as destinadas ao pagamento da dívida e as ressalvadas pela LDO. No caso dos Poderes e do Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido, fica autorizado o Poder Executivo a limitar os valores financeiros de acordo com os critérios fixados na LDO. (Art. 9º, caput e §§ 2º e 3º, LRF) O controle e a avaliação da execução orçamentária não está apenas em verificar a conformidade das ações estabelecidas, abrange a análise de aspectos como a eficácia, a efetividade, a economicidade e a eficiência da administração pública. A Constituição Federal estabelece dois sistemas de controle da administração pública, o controle interno e o controle externo, conforme artigo 70: “Art. 70 A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.”

6 PLANO PLURIANUAL – PPA, LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO E LEI

ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA.

O Plano Plurianual - PPA é um instrumento de planejamento estratégico de médio prazo, no qual se estabelecem ações governamentais para a realização de metas e objetivos no período de quatro anos, abrangendo despesas de capital ou delas decorrentes e também as relativas aos programas de duração continuada, estabelecido no artigo 165, §1º da Constituição Federal.

No artigo 167, §1º, a Constituição Federal veda a realização de investimento que ultrapasse um exercício financeiro sem a prévia inclusão no Plano Plurianual, dessa forma também afirma a possibilidade de alteração do PPA, podendo ser reavaliado e retificado caso se faça necessário, por tratar-se de um plano estratégico para quatro anos, não poderia ser estático. Neste dispositivo fica clara a preocupação de consolidar toda a alocação de recursos relativos a investimentos/despesas da administração pública em um único instrumento, o PPA. Portanto, todos os investimentos com execução superior a um exercício financeiro deve ser incluído no PPA, incidindo em crime de responsabilidade, o administrador público que der início a despesas com investimentos dessa natureza que não estiverem previstos no PPA. “Art. 165 *...+ §1º A Lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.”

“Art. 167 *...+ §1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem Lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.” Como já visto anteriormente, a iniciativa de propor a Lei do Plano Plurianual é outorgada pela Constituição Federal ao poder executivo, sendo que o projeto deverá ser encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e terá vigência para os quatro anos seguintes, conforme §2º, inciso I, artigo 35 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias: “I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.” Com a finalidade de priorizar as ações do plano plurianual, existe uma Lei que ordenará a priorização das despesas públicas, que é a Lei de Diretrizes Orçamentárais O objetivo da LDO é estabelecer as prioridades das metas presentes no PPA, ou seja, o planejamento anual da administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientação para a elaboração da LOA, além de dispor sobre as alterações na

Page 13: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166 13

legislação tributária e estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Tem a finalidade de orientar a elaboração dos orçamentos anuais, compreendidos o orçamento fiscal, de investimentos das empresas e da seguridade social, de forma a adequá-los às metas e objetivos estabelecidos no PPA, tem a função de informar as prioridades da administração pública para o exercício financeiro, funcionando como elo entre o planejamento estratégico e as necessidades imediatas da sociedade. De acordo com a Constituição Federal, a LDO conterá o seguinte: “Art. 165 *...+ §2º A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.” Poderá autorizar a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou a contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos ou entidades da administração pública direta ou indireta (ressalvadas as empresas públicas e sociedades de economia mista), inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. (Art. 169 da CF) Além das disposições constitucionais, a Lei Complementar 101/2000, artigo 4º, inciso I, determina que a LDO deverá dispor sobre: “a) equilíbrio entre receitas e despesas; b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses previstas no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31; e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; f) demais condições e exigências para trasnferências de recursos a entidades públicas e privadas.” Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias o Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e o montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes. (Art. 4º, § 1º da LC 101/2000) Resultado primário: diferença entre as receitas não-financeiras e despesas não financeiras.

Receitas não-financeiras: total da receita orçamentária, deduzidas as operações de crédito, recebimento de recursos oriundos de empréstimos concedidos, receitas provenientes de rendimento de aplicações financeiras e retorno de operações de crédito, as receitas de privatizações e as relativas a superávits financeiros. Despesas não-financeiras: total da despesa orçamentária, deduzidas as despesas com juros e amortizações da dívida, aquisição de títulos de capital integralizado e as despesas com a concessão de empréstimos com retorno garantido. Resultado nominal: é a diferença entre todas as receitas arrecadadas e as despesas totais da entidade, ou seja, o resultado primário acrescido dos valores pagos e recebidos de juros nominais decorrentes de operações financeiras. Conforme § 2º do art. 4º da LC 101/2000, o Anexo de Metas Fiscais conterá ainda: “I – avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; II – demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da política econômica nacional; III – evolução do patrimônio líquido, também nos três últimos exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos com a alienação de ativos; IV – avaliação da situação financeira e atuarial: dos regimes geral de previdência social e próprio dos servidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador; dos demais fundos públicos e programas estatais de natureza atuarial; V – demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter continuado.” A LDO conterá o Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos fiscais capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem. (Art. 4º, § 3º da LC 101/2000) A mensagem que encaminhar o projeto da União apresentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o exercício subseqüente. (Art. 4º, § 4º da LC 101/2000) A Lei também garante o atendimento dos projetos em andamento, de forma que a administração pública somente poderá incluir novos projetos após o atendimento adequado dos que estão em execução, conforme artigo 45 da LC 101/2000. O Executivo deverá encaminhar ao

Page 14: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

14 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166

Legislativo relatório com as informações necessárias ao adequado atendimento dos projetos em andamento, contempladas as despesas de conservação do patrimônio público, nos termos da LDO. Para executar as situações previstas no PPA elabora-se a Lei Orçamentária Anual, na qual são detalhados objetivamente todos os programas e metas estabelecidas, observando o disposto na LDO, de forma a definir as ações a serem executadas pela administração pública. De acordo com a Constituição Federal, a lei orçamentária compreenderá o seguinte: “Art. 165 §5º A lei orçamentária anual compreenderá: I – O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II – O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital com direito a voto; III – O orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como, os fundos e fundações instituídas e mantidos pelo Poder Público.” Destaca-se que a Lei Orçamentária deverá conter a previsão de receitas e despesas para cada um dos grupos citados acima, ou seja, em um mesmo texto legal, unifica-se toda a alocação de recursos do orçamento anual da União. A separação em grupos tem o objetivo de contribuir para a organização e clareza dos recursos públicos alocados em cada uma dessas áreas, é fundamental lembrar que trata-se somente de uma Lei, composta por três grupos. A Lei Orçamentária Anual deve ser compatível com o PPA e seguir as diretrizes estabelecidas na LOA, considerado ainda o fato de que somente poderá incluir novos projetos após atendidos adequadamente os projetos em andamento a as ações de manutenção do patrimônio público. O orçamento é o instrumento utilizado para a concretização das metas e objetivos planejados para atender às necessidades da coletividade e reduzir as desigualdades inter-regionais. A Lei de Responsabilidade Fiscal, no artigo 5º, traz algumas determinações que devem ser atendidas quando da elaboração da LOA: “Art. 5º I – conterá, em anexo, demonstrativo de compatibilidades da programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes do documento de que trata o § 1º do art. 4º; II – será acompanhado do documento a que se refere o § 6º do art. 165 da constituição, bem como das medidas de

compensação a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de caráter continuado; III – conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao: b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imperativos. §1º Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da lei orçamentária anual. §2º O refinanciamento da dívida pública constará separadamente na lei orçamentária e nas de crédito adicional. §3º A atualização monetária do principal da dívida mobiliária refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços previsto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica. §4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada. §5º A lei orçamentária não consignará dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclusão, conforme disposto no § 1º do art. 167 da constituição.”

PROCESSO ORÇAMENTÁRIO.

O orçamento deverá ser consolidado e após encaminhado, o projeto de lei orçamentária anual com a Mensagem do Chefe do Poder Executivo, ao Congresso Nacional. Os trabalhos de exame e apreciação da proposta orçamentária serão efetuados, em sessão conjunta, pelas duas casas do Congresso Nacional, cabendo à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização. “Art. 166 Os projetos de lei relativos ao Plano Plurianual, às Diretrizes Orçamentárias, ao Orçamento Anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.” As emendas ao projeto da LOA devem ser apresentadas na Comissão Mista de planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, devendo estar adequadas às exigências e limitações estabelecidas na Constituição Federal. “Art. 166 §1º Caberá a uma Comissão Mista de Senadores e Deputados: I – Examinar e emitir parecer sobre projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária sem prejuízo de atuação nas demais Comissões do

Page 15: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166 15

Congresso Nacional e de suas casas, criadas de acordo com o art. 58. §2º As emendas serão apresentadas na Comissão Mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional. §3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ao aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: I – sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias; §4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.” As emendas devem ser compatíveis com a LDO e com o PPA. Além disso, poderão ser encaminhadas emendas que façam correção de erros ou omissões e estejam relacionadas com o texto do projeto de lei. (artigo 166, § 3º, III da CF) Ao Congresso Nacional, conforme estabelece a Constituição, não é permitido aumentar despesas dos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República. “Art. 63 Não será admitido aumento da despesa prevista: I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º.” Entretanto, caso for constatado a ocorrência de erro ou omissão por parte do poder Executivo quanto à previsão das receitas, poderá o Congresso Nacional corrigir o erro e, neste caso, aumentar o volume de recursos disponíveis para emendas. Os recursos para emendas serão provenientes apenas da anulação de despesas, executadas algumas dotações que não podem der alteradas. No entanto, a correção de erros ou omissões permitirá, excepcionalmente, que o Poder Legislativo aumente o volume das receitas previstas pelo Poder Executivo. “§3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual, ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: II – indiquem os recursos necessários admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que indicam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviços da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal;” O encaminhamento de emendas também pode ser feito pelo Presidente da República, que poderá enviar mensagens ao Congresso Nacional enquanto não iniciada a votação, na Comissão Mista de Orçamento, da parte a que se refere a emenda.

“§5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificações nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.” Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei do Orçamento vigente.

PROCESSO DE EXECUÇÃO DA LEI ORÇAMENTÁRIA

A execução do orçamento na administração pública constitui a concretização das metas e objetivos definidos no processo de planejamento integrado e implica no dispêndio de recursos no decorrer do exercício financeiro. O orçamento público não só orienta as ações, como também determina quais as despesas que poderão ser efetuadas. Após a promulgação da Lei Orçamentária Anual e com base nos limites nela fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a utilizar. (Art. 47, Lei 4.320/64) A fixação de cotas de despesas tem a finalidade de limitar a realização de despesas, condicionando as unidades orçamentárias a utilizar os recursos no decorrer do exercício financeiro, visa atender os seguintes objetivos, de acordo com a Lei 4.320/64: “a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil a soma de recursos necessários e suficientes a melhor execução de seu programa anual de trabalho; b) manter, durante o exercício, na medida do possível o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de tesouraria.” Imediatamente após a publicação da Lei Orçamentária Anual é procedido o registro dos créditos orçamentários e das respectivas dotações, permitindo assim identificar as receitas e despesas previstas e autorizadas, bem como a contabilização, o controle e a fiscalização da execução orçamentária. A as dotações consignadas nos créditos orçamentários e nos créditos adicionais representam autorizações de gastos que somente poderão ser efetuadas se estiverem compatíveis com o ingresso das receitas previstas. Desta forma, cabe ao administrador público controlar os gastos de maneira a obter esta compatibilidade e de forma a cumprir as metas de resultado fiscal determinadas pela LDO. Para garantir a cobertura financeira dos gastos públicos, a Lei de Responsabilidade Fiscal determina que o Poder

Page 16: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

16 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166

Executivo em até 30 dias após a publicação da LOA deve efetuar a programação financeira e o cronograma de execução mensal dos desembolsos. “Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea “c” do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.” A avaliação da execução orçamentária é feita através de relatórios periódicos que a administração pública deve publicar, exigidos pela Constituição Federal, Lei 4.320/64 e Lei de Responsabilidade Fiscal. “O Poder executivo publicará, em até 30 dias do encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.” (Art. 165, § 3º, da CF) Ao final de cada bimestre, se verificado que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas do resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio, e nos montantes necessários, a limitação de empenho e de movimentação financeira nos 30 dias subseqüentes, segundo critérios fixados na LDO, com exceção para as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, as destinadas ao pagamento da dívida e as ressalvadas pela LDO. No caso dos Poderes e do Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido, fica autorizado o Poder Executivo a limitar os valores financeiros de acordo com os critérios fixados na LDO. (Art. 9º, caput e §§ 2º e 3º, LRF) O controle e a avaliação da execução orçamentária não está apenas em verificar a conformidade das ações estabelecidas, abrange a análise de aspectos como a eficácia, a efetividade, a economicidade e a eficiência da administração pública. A Constituição Federal estabelece dois sistemas de controle da administração pública, o controle interno e o controle externo, conforme artigo 70: “Art. 70 A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncias de receitas, será exercida pelo Congresso

Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.”

7 LEI Nº 4.320/64:

RECEITA PÚBLICA: CATEGORIAS, FONTES, ESTÁGIOS; DÍVIDA ATIVA.

Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas. A Lei nº 4.320/64 regulamenta os ingressos de disponibilidades de todos os entes da federação, classificando-os em dois grupos: orçamentários e extra-orçamentários. Os ingressos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público, arrecadados exclusivamente para aplicação em programas e ações governamentais. Esses ingressos são denominados Receita Pública. Os ingressos extra-orçamentários são aqueles pertencentes a terceiros, arrecadados pelo ente público exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução. Esses ingressos são denominados recursos de terceiros. No tocante à forma de contabilização, de acordo com os conceitos contábeis e orçamentários estabelecidos, a Receita Pública pode ou não provocar variação na situação patrimonial líquida. Assim, conforme os efeitos produzidos ou não no Patrimônio Líquido, a Receita Pública pode ser efetiva ou não-efetiva. Qualquer que seja a receita, deverá ser registrada contabilmente para fins de evidenciação e controle. A Receita Pública Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes e, por isso, alteram a situação líquida patrimonial. Já a Receita Pública Não-Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro do reconhecimento do direito e, por isso, não alteram a situação líquida patrimonial. A classificação econômica da receita orçamentária é estabelecida pela Lei nº 4.320/64 para sustentar o conceito com base no ingresso de recursos financeiros e não pelo

Page 17: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166 17

reconhecimento do direito, conforme o princípio contábil da competência de registro. Portanto, deve-se proceder ao registro da receita orçamentária, mas antes deve-se proceder ao registro do direito no momento em que for reconhecido, para refletir o real estado patrimonial da entidade. A classificação econômica da receita orçamentária é sustentada por conceitos próprios, sem nenhuma ligação com os princípios fundamentais de contabilidade e qualquer utilização de mesmas terminologias é mera coincidência. O fato de serem diferentes os conceitos e os princípios orçamentários dos conceitos e princípios contábeis não elimina a condição de que eles sejam refletidos harmonicamente pela contabilidade. A Lei nº 4.320/64, em seu artigo 11, classifica a receita pública orçamentária em duas categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. Com a Portaria Interministerial STN/SOF n° 338 de 26 de abril de 2006, essas categorias econômicas foram detalhadas em Receitas Correntes Intra-Orçamentárias e Receitas de Capital Intra- Orçamentárias. Essa especificação deveu-se à necessidade de se evidenciar as receitas decorrentes de operações intra-orçamentárias, ou seja, operações que resultem, de um lado, de despesa de órgãos, fundos ou entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social, e, de outro lado, receita de outros órgãos, fundos ou entidades também constantes desses orçamentos no âmbito da mesma esfera de governo. As Receitas Correntes são os ingressos de recursos financeiros oriundos das atividades operacionais, para aplicação em despesas correspondentes, também em atividades operacionais, correntes ou de capital, visando ao alcance dos objetivos constantes dos programas e ações de governo. São denominadas de receitas correntes porque não têm suas origens em operações de crédito, amortização de empréstimos e financiamentos nem alienação de componentes do ativo permanente. Elas são derivadas do poder de tributar ou resultantes da venda de produtos ou serviços colocados à disposição dos usuários. Têm características intrínsecas de atividades que contribuem para a finalidade fundamental dos órgãos ou entidades públicas, quer sejam operacionais ou nãooperacionais. As receitas correntes intra-orçamentárias são as Receitas correntes de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes do fornecimento de materiais, bens e serviços, recebimentos de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o fatoque originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante

desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo. As receitas correntes intra-orçamentárias serão classificadas nos mesmos níveis de subcategorias econômicas em que são classificadas as receitas correntes. No entanto, atendem à especificidade de se referirem a operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental. De acordo com a Lei nº 4.320/64, as receitas correntes serão classificadas nos seguintes níveis de subcategorias econômicas: Receita Tributária: São os ingressos provenientes da arrecadação de impostos, taxas e contribuições de melhoria. Dessa forma, é uma receita privativa das entidades investidas do poder de tributar: União, Estados, Distrito Federal e os Municípios. Algumas peculiaridades do poder de tributar devem ser consideradas nessa classificação. Destacam-se as seguintes: a) O poder de tributar pertence a um ente, mas a arrecadação e aplicação pertencem a outro ente – a classificação como receita tributária deve ocorrer no ente arrecadador e aplicador e não deverá haver registro no ente tributante; b) O poder de tributar, arrecadar e distribuir pertence a um ente, mas a aplicação dos recursos correspondentes pertence a outro ente – a classificação como receita tributária deverá ocorrer no ente tributante, porém, observando os seguintes aspectos: b.1) No ente tributante, a transferência de recursos arrecadados deverá ser registrada como dedução de receita ou como despesa orçamentária, de acordo com a legislação em vigor; b.2) No ente beneficiário ou aplicador deverá ser registrado o recebimento dos recursos como receita tributária ou de transferência, de acordo com a legislação em vigor; b.3) No caso de recursos compartilhados entre entes da federação, quando um é beneficiado pelo tributo de outro, é necessário a compatibilidade entre os registros dos respectivos entes; b.4) Qualquer que seja a forma de recebimento da receita, quando for anteriormente reconhecido um direito, mesmo com valor estimado, deverá haver registro do crédito a receber precedido do recebimento. No momento do recebimento deverá haver registros simultâneos de baixa dos créditos a receber e do respectivo recebimento. O Código Tributário Nacional, no art. 3º, define tributo como “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”, e define suas espécies da seguinte forma:

Page 18: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

18 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166

Imposto – conforme art. 16, “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica,relativa ao contribuinte”; Taxa – de acordo com o art. 77, “as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição”; Contribuição de Melhoria – segundo o art. 81, “a contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado”. Receita de Contribuições: É o ingresso proveniente de contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de intervenção nas respectivas áreas. Apesar da controvérsia doutrinária sobre o tema, suas espécies podem ser definidas da seguinte forma: Contribuições Sociais – destinadas ao custeio da seguridade social, que compreende a previdência social, a saúde e a assistência social; Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – derivam da contraprestação à atuação estatal exercida em favor de determinado grupo ou coletividade. Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas – destinadas ao fornecimento de recursos aos órgãos representativos de categorias profissionais legalmente regulamentadas ou a órgãos de defesa de interesse dos empregadores ou empregados. Receita Patrimonial: É o ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes. Receita Agropecuária: É o ingresso proveniente da atividade ou da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal. Incluem-se nessa classificação as receitas advindas da exploração da agricultura (cultivo do solo), da pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos próprios estabelecimentos. Receita Industrial: É o ingresso proveniente da atividade industrial de extração mineral, de transformação, de construção e outras, provenientes das atividades industriais

definidas como tal pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Receita de Serviços: É o ingresso proveniente da prestação de serviços de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem, de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros serviços. Transferência Corrente: É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas correntes. Outras Receitas Correntes: São os ingressos provenientes de outras origens não classificáveis nas subcategorias econômicas anteriores. As receitas de Capital são os ingressos de recursos financeiros oriundos de atividades operacionais ou não operacionais para aplicação em despesas operacionais, correntes ou de capital, visando ao alcance dos objetivos traçados nos programas e ações de governo. São denominados receita de capital porque são derivados da obtenção de recursos mediante a constituição de dívidas, amortização de empréstimos e financiamentos ou alienação de componentes do ativo permanente, constituindo-se em meios para atingir a finalidade fundamental do órgão ou entidade, ou mesmo, atividades não operacionais visando ao estímulo às atividades operacionais do ente. Receitas de Capital Intra-Orçamentárias são as receitas de capital de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes do fornecimento de materiais, bens e serviços, recebimentos de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o fato que originar a receita decorrer de despesa de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo. As receitas de capital intra-orçamentárias serão classificadas nos mesmos níveis de subcategorias econômicas em que são classificadas as receitas de capital. No entanto, atendem à especificidade de se referirem a operações entre órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social da mesma esfera governamental. De acordo com a Lei nº 4.320/64, as receitas de capital serão classificadas nos seguintes níveis de subcategorias econômicas:

Page 19: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166 19

Operações de Crédito: São os ingressos provenientes da colocação de títulos públicos ou da contratação de empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou privadas. Alienação de Bens: É o ingresso proveniente da alienação de componentes do ativo permanente. Amortização de Empréstimos: É o ingresso proveniente da amortização, ou seja, parcela referente ao recebimento de parcelas de empréstimos ou financiamentos concedidos em títulos ou contratos. Transferências de Capital: É o ingresso proveniente de outros entes ou entidades referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que o objetivo seja a aplicação em despesas de capital. Outras Receitas de Capital: São os ingressos provenientes de outras origens não classificáveis nas subcategorias econômicas anteriores. Estágio da receita orçamentária é cada passo identificado que evidencia o comportamento da receita e facilita o conhecimento e a gestão dos ingressos de recursos. Os estágios da receita orçamentária são os seguintes: Previsão – estimativa de arrecadação da receita, constante da Lei Orçamentária Anual – LOA, compreendida em fases distintas: 1) A primeira fase consiste na organização e no estabelecimento da metodologia de elaboração da estimativa; 2) A segunda fase consiste no lançamento, que é tratado pela Lei nº 4.320/64, nos seus artigos 51 e 53. É o assentamento dos débitos futuros dos contribuintes de impostos diretos, cotas ou contribuições prefixadas ou decorrentes de outras fontes de recursos, efetuados pelos órgãos competentes que verificam a procedência do crédito, a natureza da pessoa do contribuinte, quer seja física ou jurídica, e o valor correspondente à respectiva estimativa. O lançamento é a legalização da receita pela sua instituição e a respectiva inclusão no orçamento. Arrecadação – entrega, realizada pelos contribuintes ou devedores aos agentes arrecadadores ou bancos autorizados pelo ente, dos recursos devidos ao Tesouro. A arrecadação ocorre somente uma vez, vindo em seguida o recolhimento. Quando um ente arrecada para outro ente, cumpre-lhe apenas entregar-lhe os recursos pela transferência dos recursos, não sendo considerada arrecadação quando do recebimento pelo ente beneficiário. Recolhimento – transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro, responsável pela administração e controle da arrecadação e programação

financeira, observando o Princípio da Unidade de Caixa, representado pelo controle centralizado dos recursos arrecadados em cada ente. Conceitos extraídos do Manual da STN: RECEITA PÚBLICA ORIGINÁRIA É a Receita Pública Efetiva oriunda das rendas produzidas pelos ativos do Poder Público, pela cessão remunerada de bens e valores (aluguéis e ganhos em aplicações financeiras), ou aplicação em atividades econômicas (produção, comércio ou serviços). É uma classificação da Receita Corrente. As Receitas Originárias também são denominadas como Receitas de Economia Privada ou de Direito Privado. Ex: Receitas Patrimoniais, Receitas Agropecuárias, Receitas Comerciais, Receitas de Serviço, etc. RECEITA PÚBLICA DERIVADA É a Receita Pública Efetiva obtida pelo Estado em função de sua soberania, por meio de Tributos, Penalidades, Indenizações e Restituições. É uma classificação da Receita Corrente. As Receitas Derivadas são formadas por Receitas Correntes, segundo a classificação da Receita Pública por Categoria Econômica. Ex: Receita Tributária, Receita de Contribuições, etc. RECEITA FINANCEIRA São as receitas decorrentes de aplicações financeiras, operações de crédito, alienação de ativos e outras. RECEITA NÃO-FINANCEIRA São as receitas oriundas de tributos, contribuições, patrimoniais, agropecuárias, industriais, serviços e outras. RECEITAS PÚBLICAS ORDINÁRIAS São as receitas que ocorrem regularmente em cada período financeiro. Ex: impostos, taxas, contribuições, etc. RECEITAS PÚBLICAS EXTRAORDINÁRIAS São aquelas que decorrem de situações emergenciais ou em função de outras de caráter eventual. Ex: empréstimos compulsórios, doações, etc. RECEITA CORRENTE LÍQUIDA Terminologia dada ao parâmetro destinado a estabelecer limites legais definidos pela LRF. A Receita Corrente Líquida é o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes, consideradas as deduções conforme o ente União, Estado, Distrito Federal e Municípios. A metodologia para o cálculo da Receita Corrente Líquida é definida no Manual de Elaboração do Relatório Resumido da Execução Orçamentária, quando trata do Demonstrativo da Receita Corrente Líquida. RECEITA LÍQUIDA REAL Definição dada pela Resolução do Senado Federal nº 96, de 15 de dezembro de 1989, que entende ser a receita realizada nos doze meses anteriores ao mês em que se estiver apurando, excluídas as receitas provenientes de operações de crédito e de alienação de bens. A referida

Page 20: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

20 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166

Resolução dispõe sobre as operações de crédito internas e externas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias, inclusive concessão de garantias, seus limites e condições de autorização. RECEITA COMPARTILHADA Receita orçamentária pertencente a mais de um beneficiário independente da forma de arrecadação e distribuição. RECEITA PREVISTA, ESTIMADA OU ORÇADA Volume de recursos, previamente estabelecido no orçamento do Ente, a ser arrecadado em um determinado exercício financeiro, de forma a melhor fixar a execução da despesa. É essencial o acompanhamento da legislação específica de cada receita, em que são determinados os elementos indispensáveis à formulação de modelos de projeção, como a base de cálculo, as alíquotas e os prazos de arrecadação. RECEITA VINCULADA É a receita arrecadada com destinação específica estabelecida em dispositivos legais. A vinculação da receita torna a programação financeira menos flexível, deixando parte dos recursos disponíveis apenas a uma destinação certa. RECEITAS COMPULSÓRIAS São receitas cujas origens encontram-se nas legislações que impõem aos particulares uma obrigação. São casos de receita compulsória: os tributos, as contribuições etc. RECEITAS FACULTATIVAS As receitas facultativas possuem sua origem nos atos jurídicos bilaterais, ou seja, aquelas decorrentes da vontade das pessoas,.Como exemplos, surgem os aluguéis (Receita Patrimonial), preços públicos, etc. RECEITAS PRÓPRIAS São as receitas enquadradas como Tributárias, Patrimoniais, de Serviços, Industriais e outros, que não sejam decorrentes de transações que guardem características de transferências, mesmo que de outras esferas governamentais, como convênios, e operações de créditos. RECEITAS DE FONTES DIVERSAS São aquelas que guardam características de transferências, mesmo que de outras esferas governamentais, como convênios, e operações de créditos, ou seja, são originárias de terceiros que em determinados casos terão de ser devolvidos. ANTECIPAÇÃO DE RECEITAS São os valores recebidos em virtude de um fato que caracteriza uma “antecipação da receita prevista”. Ex: adiantamento de fornecimentos. RECEITA LÍQUIDA É a receita resultante da diferença entre a Receita Bruta e as deduções. RECEITA VINCULADA É a receita arrecadada que, em função da legislação, apresenta a sua destinação estabelecida. RENÚNCIA DE RECEITA

É a não arrecadação de receita em função da concessão de isenções, anistias ou subsídios. Deve-se atentar, na renúncia de receita, ao disposto pela Lei nº 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal, art. 14, que determina critérios a serem observados quanto a esse fato. RECEITA DE RESSARCIMENTO Recebimento que representa reembolso de valores anteriormente gastos em nome de terceiros e que agora estão sendo devolvidos, geralmente, resultante de procedimentos pactuado entre as partes. Reposição de custos por uma das partes envolvidas quando foram utilizados de meios da outra para atingir determinado fim. RECEITA DE RESTITUIÇÃO Recebimento resultado da devolução de recurso que estava em posse de outrem, indevidamente ou por disposição legal. A restituição pode ser motivada por fato superveniente que alterou a situação anteriormente estabelecida, criando direito a uma reintegração de valor. RECEITA DE INDENIZAÇÃO Recebimento que resulta da compensação de prejuízo causado por terceiros, visando a reparar dano sofrido ou perda de um direito.

DESPESA PUBLICA – CLASSIFICAÇÃO, FASES

Constitui despesa pública o conjunto de gastos da administração pública que visam manter o funcionamento dos serviços públicos, aumentar o patrimônio, garantir o pagamento da dívida pública, fixados na lei orçamentária ou em leis especiais e, ainda as saídas de passivos financeiros, compensatórias de entradas no ativo financeiro. A despesa pública classifica-se em orçamentária e extra-orçamentária. Despesa Orçamentária é aquela cuja realização depende de autorização legislativa, ou seja, deve estar discriminada e fixada na Lei Orçamentária Anual. Já as Despesas Extra-Orçamentárias são aquelas que independem de autorização legislativa para se realizar, abrangem dispêndios oriundos de receitas extra-orçamentárias, ou seja, saídas no passivo financeiro, compensatórias de entradas no ativo financeiro, relativas a restituições de valores recebidos a título de cauções, fianças, depósitos. e ainda os resgates relativos às operações de crédito por antecipação de receitas(ARO). A Classificação das Despesas as separa em despesas correntes e de capital. São classificadas como correntes as despesas que não contribuem diretamente para a aquisição ou formação de um bem de capital, ou seja, são aquelas destinadas à manutenção e funcionamento dos serviços públicos gerais já criados na administração pública. Dividem-se em duas subcategorias:

Page 21: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166 21

- Despesas de custeio - Transferências correntes Despesas de Custeio: dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a obras de conservação e adaptação de bens imóveis. “Transferências Correntes são as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta de bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manutenção de outras entidades de direito público ou privado.” Incluem-se entre as transferências os juros e os encargos da dívida contratada. No que tange às despesas de capital, são assim considerados os gastos efetuados pela administração pública com o objetivo de ___________ ou ______________ novos bens de capital que serão incorporados ao patrimônio público ou produzirão novos bens e serviços. Dividem-se em três subcategorias: - Investimentos - Inversões financeiras - Transferências de capital Investimentos são despesas para o planejamento e a execução de obras públicas, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis necessários a realização destas últimas, para a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e a constituição ou aumento do capital social de empresas de caráter industrial ou agrícola. Inversões Financeiras são dotações destinadas a aquisição de imóveis ou de bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital social; e constituição ou aumento do capital de empresas ou entidades que visem objetos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias e de seguros. Transferências de Capital são dotações para despesas com investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devem realizar, independentemente da contraprestação direta de bens ou serviços. Constituem-se em auxílio ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei Orçamento, no primeiro caso, ou de lei especial anterior, para o segundo. Fases da Despesa pública Fixação: A fixação da despesa ocorre na elaboração do orçamento, constitui na determinação, por meio de estudos e cálculos fundamentados, do montante total a ser registrado como limitador da execução orçamentária. Empenho: Empenho é o ato que estabelece a intenção de compra ou contratação estabelecida entre o setor público e

terceiros, que cria uma obrigação futura. Segundo o artigo 58 da lei 4.320/64 “... é o ato emanado de autoridade competente que cria para o estado obrigação de pendente ou não de implemento de condição”. Modalidades de empenho: Empenho Ordinário: é utilizado para as despesas normais, emitido para determinado credor na totalidade do gasto, relativo a uma única parcela de valor indivisível. Empenho por Estimativa: nos casos em que não é possível determinar o montante da despesa, emite-se um empenho estimativo, porém o credor e o objeto de despesa são conhecidos. A estimativa refere-se somente ao valor, conforme art. 60, § 2º da Lei 4.320/64. Empenho Global – é aplicado para despesas parceladas ou relativas a contratos. (art. 60, § 3º da Lei 4.320/64) Liquidação Na liquidação são verificados os documentos e os controles e confirmada a efetiva entrada dos materiais ou a prestação dos serviços. De acordo com a Lei 4.320/64: Pagamento De acordo com a Lei 4.320/64, o pagamento é assim definido: Art. 64 A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinado que a despesa seja paga. Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos processados pelos serviços de contabilidade. Restos a Pagar Consideram-se restos a pagar, de acordo com o art. 36 da lei 4.320/64, as despesas empenhadas, mas não pagas dentro do exercício financeiro, distinguindo-se as processadas das não processadas. O regime de competência exige que as despesas sejam contabilizadas no exercício a que pertençam, conforme artigo 35, II da Lei 4.320/64, pertencem ao exercício financeiro “as despesas nele legalmente empenhadas”. Portanto, se uma despesa foi empenhada em um exercício e somente paga no exercício seguinte, deverá ser contabilizada como pertencente ao exercício do empenho e o seu pagamento deve ser considerado extra-orçamentário. De acordo com a Lei 4.320/64: “Art. 37 As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar

Page 22: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

22 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166

com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.” A Lei Complementar 101/2000 também trata dos Restos a Pagar, estabelecendo limites para despesas no último ano de mandato: “Art. 42 É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrais obrigação de despesas que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.” As despesas de exercício anteriores são as dívidas resultantes de compromissos gerados em exercícios financeiros anteriores àqueles em que devem ocorrer os pagamentos. Poderão ser pagas à conta de Despesas de Exercícios Anteriores, desde que autorizadas pelo ordenador de despesas, respeitada a categoria econômica própria e a discriminação por elementos.

CRÉDITOS ADICIONAIS, ESPECIAIS, EXTRAORDINÁRIOS, ILIMITADOS E SUPLEMENTARES.

O orçamento anual é produto de um processo de planejamento que resulta em uma previsão para o exercício financeiro. Entretanto, tratando-se de uma previsão, é possível que durante a sua execução ocorram situações, fatos novos ou mesmo problemas não previstos na fase de elaboração que necessitem de adequação do orçamento. Diante disso, o artigo 40 da Lei 4.320/64, permite que sejam abertas novas dotações para ajustar o orçamento. São denominados créditos adicionais e permitem autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária Anual. De acordo com o artigo 41 da Lei 4.320/64, os créditos adicionais classificam-se em: “I – Suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; II – Especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; III – Extraordinário, os destinados a atender despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública.” Importante salientar a definição de crédito extraordinário estabelecida pela Constituição Federal:

“Art. 167 §3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62”. Os créditos suplementares e especiais deverão ser autorizados e abertos por decreto do Executivo. O artigo 167 da Constituição Federal e a Lei 4.320/64 no artigo 7, I, autorizam a inclusão na LOA de autorização que permita ao Executivo abrir créditos suplementares até determinado limite. O que ultrapassar este limite será autorizado por lei especifica aprovada pelo Legislativo. Os créditos especiais, por se referirem a novas despesas não previstas no orçamento, devem ser autorizados previamente por lei especifica e abertos por decreto do Executivo. Para a aprovação da lei, exige-se quorum qualificado, da mesma forma que para autorização de créditos suplementares que ultrapassem o limite fixado na Lei Orçamentária.

8 LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000 (LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL): DO

PLANEJAMENTO; DA DESPESA PÚBLICA; DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E

FISCALIZAÇÃO

CONTEXTO HISTÓRICO:

A Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu num contexto de reforma Estado que vem ocorrendo em vários países nas últimas décadas. A diretriz substituir a administração pública burocrática pela gerencial e desta forma aumentar a eficiência na prestação dos serviços pelo Estado. A Grã-Bretanha tem adotado o modelo gerencial desde a década 70. Neste país o modelo passou por três fases. A primeira é o modelo gerencial puro, com características financeiras muito fortes, como por exemplo, controle dos gastos públicos e redução do quadro de pessoal. Fases seguintes são chamadas de consumerism e Public Service Orientation, nas quais, ao rigor financeiro, foram incorporados conceitos direcionados para a satisfação do cidadão. Percebe-se na primeira fase o total controle e contenção dos gastos públicos, para em seguida, depois de alcançados os objetivos do modelo gerencial puro, partir para as etapas de desenvolvimento social do país, seja na prestação serviços à sociedade, seja incentivando o crescimento econômico nacional. Os países que elegerem este caminho têm apoio da comunidade internacional, em especial do Fundo Monetário Internacional – FMI, que no caso brasileiro é o responsável pela ajuda financeira.

Page 23: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166 23

É neste contexto que surge no Brasil a Lei de Responsabilidade Fiscal, que com algumas alterações, guarda similaridade com leis de outros países, tais como, Nova Zelândia, Argentina, Estados Unidos, Peru, México Grã-Bretanha. A disciplina constitucional para a Lei Fiscal está assegurada pelo artigo que trata da competência concorrente para legislar sobre direito financeiro, bem como pelos artigos 163 e 165, § 9º, que determinam à lei complementar a regulamentação da matéria financeira. Assim, surge a questão da aplicabilidade da Lei Complementar 101/2000 aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, pois a União limitar-se-á a estabelecer normas gerais no âmbito da legislação concorrente, conforme dispõe o artigo 24, § 1º da Constituição Federal. Resta distinguir os dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal

PRINCÍPIOS, OBJETIVOS, EFEITOS NO PLANEJAMENTO E NO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO;

A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal. É um código de conduta para os administradores públicos que passarão a obedecer a normas e limites para administrar as finanças, prestando contas de quanto e como gastam os recursos da sociedade. Para alcançar este objetivo a Lei dispõe de meios, dentre os quais destacas e a ação planejada e transparente na busca do equilíbrio das contas públicas, cujas metas de resultado entre receitas e despesas devem ser cumpridas, assim como os limites e condições para a renúncia de receita, despesas com pessoal, seguridade social, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, concessão de garantia e inscrição em restos a pagar. Em síntese, a Lei Fiscal objetiva disciplinar a gestão dos recursos públicos atrelando maior responsabilidade aos seus gestores. Os dispositivos da LRF aplicam-se a todos os entes estatais União, Estados e Municípios), abrangendo os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e as entidades da Administração indireta, destas excluídas as empresas que não dependam dos recursos do Tesouro para sobreviverem. O instrumento primordial da Lei de Responsabilidade Fiscal é o planejamento das ações do governo, que se dá através dos orçamentos compostos pelo Plano Plurianual, pela Lei de Diretrizes Orçamentária e pela Lei Orçamentária Anual:

LIMITES PARA DESPESAS DE PESSOAL; LIMITES PARA A DÍVIDA; E MECANISMOS DE TRANSPARÊNCIA FISCAL.

Os limites para gastos com pessoal, trazidos originalmente na LC 96, foram tratados desta forma pela LRF: Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. § 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal". § 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência. Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados: I - União: 50% (cinqüenta por cento); II - Estados: 60% (sessenta por cento); III - Municípios: 60% (sessenta por cento). § 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste artigo, não serão computadas as despesas: I - de indenização por demissão de servidores ou empregados; II - relativas a incentivos à demissão voluntária; III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição; IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de período anterior ao da apuração a que se refere o § 2o do art. 18; V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emenda Constitucional no 19; VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específico, custeadas por recursos provenientes: a) da arrecadação de contribuições dos segurados; b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201 da Constituição; c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro.

Page 24: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

24 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166

§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão incluídas no limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20. Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais: I - na esfera federal: a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União; b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar; d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União; II - na esfera estadual: a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado; b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo; d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados; III - na esfera municipal: a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando. houver; b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo. § 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os limites serão repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à média das despesas com pessoal, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar. § 2o Para efeito deste artigo entende-se como órgão: I - o Ministério Público; II- no Poder Legislativo: a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União; b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de Contas; c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Contas do Distrito Federal; d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas do Município, quando houver; III - no Poder Judiciário: a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição; b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver. § 3o Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciário, a cargo da União por força do inciso XIII do art. 21

da Constituição, serão estabelecidos mediante aplicação da regra do § 1o. § 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municípios, os percentuais definidos nas alíneas a e c do inciso II do caput serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatro décimos por cento). § 5o Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega dos recursos financeiros correspondentes à despesa total com pessoal por Poder e órgão será a resultante da aplicação dos percentuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de diretrizes orçamentárias. § 6o (VETADO) Subseção II Do Controle da Despesa Total com Pessoal Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não atenda: I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1o do art. 169 da Constituição; II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo. Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20. Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre. Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou órgão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso: I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença judicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão prevista no inciso X do art. 37 da Constituição; II - criação de cargo, emprego ou função; III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança; V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no inciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias. Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3o e 4o do art. 169 da Constituição. § 1o No caso do inciso I do § 3o do art. 169 da Constituição, o objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção de

Page 25: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166 25

cargos e funções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos. § 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária. § 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá: I - receber transferências voluntárias; II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal. § 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.

MECANISMOS DE CONTROLE DO GASTO PÚBLICO

A partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, ganhou ênfase à discussão sobre o controle interno governamental, especialmente pela sua previsão constitucional contida nos artigos 70 e 74, que transcrevemos: "Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Art. 74 Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. § 1° Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária."

CONCEITO DE CONTROLE INTERNO

Segundo o AICPA - American Institute of Certified Public Accoutant (apud Mota, 1988), o controle interno pode ser conceituado da seguinte forma: "O Controle Interno compreende o plano de organização e todos os métodos e medidas, adotadas numa empresa para proteger seu ativo, verificar a exatidão e a fidelidade de seus dados contábeis, incrementar a eficiência operacional e promover a obediência às diretrizes administrativas estabelecidas." O comitê do AICPA publicou o SAS (Statement on Auditing Produceres) nº 29, em outubro de 1958, subdividindo o controle interno em contábil e administrativo, conforme segue:

CONTROLE INTERNO CONTÁBIL – compreende o plano de organização e todos os procedimentos referentes diretamente relacionados com a salvaguarda do ativo e a fidedignidade dos registros financeiros. Geralmente compreendem controles, tais como os sistemas de autorização e aprovação, segregação entre as tarefas relativas à manutenção e elaboração de relatórios e aquelas que dizem respeito à operação ou custo-dia do ativo, controles físicos sobre o ativo e auditoria interna.

CONTROLE INTERNO ADMINISTRATIVO – compreende o plano de organização e todos os métodos e procedimentos referentes principalmente à eficiência operacional, e à obediência às diretrizes administrativas que normalmente se relacionam apenas indiretamente com os registros contábeis e financeiros. Incluem-se aqui controles como análises estatísticas, estudos de tempo e movimento, relatórios de desempenho, controle de qualidade. Segundo a definição do AICPA (apud Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo, 1988), os objetivos do controle interno são quatro:

proteção dos ativos;

obtenção de informação adequada;

promoção da eficiência operacional; e

estimulação da obediência e do respeito às políticas da administração. Assim, podemos concluir que o controle interno faz parte das atividades normais da Administração Pública, se subordina ao titular do órgão ou da entidade, tendo como função acompanhar a execução dos atos indicando, em caráter opinativo, preventivo ou corretivo, as ações a serem desempenhadas com vistas a atender o controle da execução orçamentária, financeira, contábil e patrimonial, bem como os controles administrativos de um modo geral. Já a supervisão ministerial é uma terminologia adotada a partir da edição do Decreto-Lei 200/67, que aponta, entre outros objetivos, na área de competência do Ministro de Estado: a) Promover a execução dos programas de governo; b) Avaliar o comportamento administrativo dos órgão supervisionados e diligenciar no sentido de que estejam confiados a dirigentes capacitados;

Page 26: 9. TRT - NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO Gaudenzi

26 NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO| EVOLUÇÃO CONCURSOS www.evolucaoconcursos.com | (48) 3025-1166

c) Fiscalizar a aplicação e utilização de dinheiros, valores e bens públicos; d) Acompanhar os custos globais dos programas setoriais do Governo, a fim de alcançar uma prestação econômica de serviços; e) Transmitir ao Tribunal de Contas, sem prejuízo da fiscalização deste, informes relativos à administração financeira e patrimonial dos órgãos dos ministérios. Desta forma, observa-se que a natureza da supervisão ministerial trata do controle deliberativo, enquanto o controle interno é mais amplo, sendo aplicado a qualquer caso de utilização de recursos públicos.