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CODJERJ Marcos Saulo Pereira da Silva Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Servidor Instrutor da Escola de Administração Judiciária do Tribunal de Justiça – ESAJ Professor do CPM Concursos (Cachoeiras de Macacu) na área de Legislação Pós-graduado em Direito Constitucional pela rede LFG-ANHANGUERA-UNIDERP [Código de Organização e Divisão Judiciária do Estado do Rio de Janeiro – Anotado e Comentado Para Concurso]

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CODJERJ

Marcos Saulo Pereira da Silva

Analista Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Servidor Instrutor da Escola de Administração Judiciária do Tribunal de Justiça – ESAJ Professor do CPM Concursos (Cachoeiras de Macacu) na área de Legislação Pós-graduado em Direito Constitucional pela rede LFG-ANHANGUERA-UNIDERP

[Código de Organização e Divisão Judiciária do Estado do

Rio de Janeiro – Anotado e Comentado Para Concurso]

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CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO E DIVISÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – CODJERJ

ANOTADO E COMENTADO PARA CONCURSO

Marcos Saulo Pereira da Silva 2

Disposições Preliminares

Art. 1º - Este Código regula a Organização e Divisão Judiciárias do Estado do Rio de Janeiro, bem como a administração e o funcionamento da Justiça e seus Serviços Auxiliares.

O CODJERJ foi originariamente editado como a Resolução nº 01/1975 e posteriormente recebeu o acréscimo da parte sobre os escreventes, por meio da Resolução nº 05/1977. Por força do art. 125, §1º da Constituição tal dispositivo foi recepcionado como Lei Ordinária, responsável pela organização judiciária.

É da competência do CODJERJ organizar a Justiça no território do Estado, ditar sua estrutura, órgãos de direção e formas de funcionamento.

Como chave mnemônica podemos guardar que o CODJERJ organiza o FADO (Funcionamento, Administração, Divisão e Organização) da Justiça. É só lembrar da popular música portuguesa.

Constituição da República

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. §1º. A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

Art. 2º - São órgãos do Poder Judiciário do Estado:

Órgãos do Poder é sua estrutura, a forma como ele se apresenta. Pense nos órgãos como a estrutura de um corpo humano. Cada membro ou órgão ajuda a formar um todo: o corpo. Assim também o é no Judiciário. Cada órgão é responsável pelo funcionamento de uma parte da Justiça e, no todo, formam o Poder Judiciário.

I - o Tribunal de Justiça;

II - os Juízes de Direito;

III - o Tribunal do Júri;

IV - os Conselhos da Justiça Militar;

V - os Juizados Especiais e suas Turmas Recursais.

Juizados especiais formam atualmente um verdadeiro sistema, no qual são inseridos: os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, os Juizados Adjuntos Cíveis e Criminais, os Juizados Especiais da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher e, mais recentemente por meio da Lei Estadual 5781/10, os Juizados Especiais da Fazenda Pública, além das Turmas Recursais específicas.

Devemos ter cuidado com os Juízes de Paz. Eles não estão listados como órgãos do Poder Judiciário (foram retirados em 1997, pela Lei Estadual 1856/97), mas constam do rol dos órgãos da 1ª Instância do Judiciário, no art. 68.

Art. 3º - O Tribunal de Justiça, com sede na Capital, tem jurisdição em todo o território do Estado.

Sede diz a localização do órgão. Jurisdição a sua capacidade para dizer o direito. O Tribunal de Justiça, o Conselho da Justiça Militar, a Vara de Execuções Penais e as Turmas Recursais, têm sede na capital (Rio de Janeiro) e jurisdição em todo o Estado. Lembrem-se de que o Judiciário Estadual só tem capacidade para dizer o direito nos limites de seu território, ou seja, no Estado do Rio de Janeiro.

Ampliando o Conhecimento

Jurisdição vem do latim juris dicere e significa dizer o direito. Na repartição dos Poderes coube ao Judiciário, como forma de atuação precípua, esta função estatal de dizer o direito aplicável ao caso concreto, com força de definitividade. A jurisdição pode ser contenciosa (quando há lide, disputa) ou voluntária (quando para determinadas questões a lei impõe a necessária manifestação judicial sobre o assunto).

Art. 4º - Os juízes e tribunais de primeira instância têm jurisdição nas áreas territoriais definidas por este Código.

A instância demarca o “degrau de julgamento” de uma causa. Falamos, assim, em duas instâncias na Justiça Estadual. A primeira instância é formada pelos Juízes de Direito, Tribunais do Júri, Conselho da Justiça Militar e Sistema dos Juizados Especiais e Turmas Recursais. Na segunda instância temos, apenas, o Tribunal de Justiça.

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Marcos Saulo Pereira da Silva 3

Juízes de Direito e Tribunais do Júri tem sede e jurisdição definida por este Código. Normalmente a de uma Comarca ou Vara Regional.

Livro I - Da divisão judiciária e dos órgãos judiciários

Título I - Da divisão judiciária

Capítulo I - Da divisão territorial

Art. 5º - O Território do Estado, para efeito da administração da Justiça, divide-se em regiões judiciárias, comarcas, distritos, subdistritos, circunscrições e zonas judiciárias.

§ 1º - Cada comarca compreenderá um município, ou mais de um, desde que contíguos, e terá a denominação da respectiva sede, podendo compreender uma ou mais varas.

Eventualmente uma Comarca pode ser formada por mais de um município. Lembrem-se, estes municípios devem ser contíguos (possuir fácil conexão entre eles). A sede da Comarca será sempre o primeiro município na conjugação de mais de um. Hoje existem no Judiciário fluminense apenas três comarcas formadas por mais de um município: Porto Real/Quatis, Carapebus/Quissamã e Italva/Cardoso Moreira.

A “denominação da respectiva sede” é excepcionada por Carapebus/Quissamã, que tem o Fórum na cidade de Quissamã e não em Carapebus.

§ 2º - As regiões judiciárias serão integradas por grupos de comarcas ou varas, conforme quadro anexo 2. Suas sedes serão as comarcas indicadas em primeiro lugar no quadro referido.

Regiões Judiciárias são divisões para atuação dos juízes de direito regionais. Juízes regionais são juízes de direito de entrância comum (vide art. 161 deste Código).

Existem 14 Regiões Judiciárias. Uma chamada de região judiciária especial, onde tem atuação 126 juízes de direito e as demais, numeradas ordinalmente de 1ª a 13ª. Nestas regiões tem atuação 43 juízes de direito. A primeira região judiciária também é chamada de Região Judiciária Geral.

Juízes das regiões judiciárias auxiliam os juízes titulares em suas regiões ou os substituem eventualmente nos casos de Férias, Licenças, Aposentadorias ou Vacância (FLAV).

Art. 6º - A instalação da comarca será feita, com solenidade, sob a presidência do Presidente do Tribunal de Justiça ou representante seu, em dia por este designado.

O Presidente do Tribunal de Justiça é o chefe do Poder Judiciário. Será sempre dele a presidência de qualquer ato, judicial ou administrativo, praticado pelo TJRJ.

Art. 7º - A instalação do distrito ter-se-á por feita com a posse do juiz de paz, perante o juiz de Direito da comarca.

Distritos, Subdistritos e Circunscrições correspondem à divisão territorial da Comarca para efeito de atuação dos Ofícios de Registro Civil das Pessoas Naturais (RCPN), onde se lavram os nascimentos, os óbitos, as interdições e a celebração dos casamentos, a cargo dos Juízes de Paz. Em cada Comarca, o Juiz de Paz toma posse de seu cargo perante o Juiz de Direito que tenha competência sobre a matéria de Registro Civil.

A divisão em Zonas Judiciárias diz respeito à atuação dos demais Cartórios Extrajudiciais: Registro de Imóveis, Notas, Protesto de Títulos etc.

Art. 8º - As situações decorrentes da modificação da divisão administrativa serão reguladas na alteração da organização e divisão judiciárias que se seguir, prevalecendo até lá as existentes.

Art. 9º - Mediante aprovação do Tribunal de Justiça, e por ato de seu Presidente, poderá ser transferida, provisoriamente, a sede da comarca, em caso de necessidade ou relevante interesse público.

A aprovação do TJRJ se faz por meio do Órgão Especial, órgão criado para facilitar a atuação administrativa de alta relevância do Judiciário. Atentar para os requisitos: aprovação do TJRJ + ato do Presidente + transitoriedade + necessidade pública ou interesse público.

Capítulo II - Da Criação e Classificação das Comarcas

Art. 10 - Para a criação e a classificação das comarcas, serão considerados os números de habitantes e de eleitores, a receita tributária, o movimento forense e a extensão territorial dos municípios do Estado.

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As Comarcas podem ser classificadas em Comarcas de 1ª Entrância (quando tem atuação um único juiz); Comarcas de 2ª Entrância (quando temos mais de um juiz e varas especializadas ou não); Comarcas de Entrância Especial (quando temos mais de um juiz e varas SEMPRE especializadas).

Para que uma comarca seja criada, ou que receba a classificação, serão observados três critérios de constituição e um de redução (se necessário): 1) população (que se desmembrará em habitantes ou eleitores); 2) receita tributária; 3) movimento forense e; 4) extensão territorial (como critério redutor).

Atenção para não confundir as terminologias: Instância é o degrau de julgamento, demonstra hierarquia do Tribunal sobre os demais órgãos; Entrância é classificação da Comarca e existem três: 1ª, 2ª e Entrância Especial.

§ 1º - Compreende-se como receita tributária, para o efeito deste artigo, a totalidade dos tributos recebidos pelo município ou municípios componentes da comarca, acrescida das cotas de participação.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Cotas de participação é a receita recebida por meio do repasse vindo do Fundo de Participação dos Municípios, fundo criado e mantido pela União, por meio de arrecadação tributária do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), e que serve como implemento à arrecadação municipal.

Constituição da República

Art. 159. A União entregará: I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados quarenta e oito por cento na seguinte forma: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007) a) ... b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Municípios; c) ... d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de 2007)

§ 2º - Serão computados, no movimento forense, apenas os processos de qualquer natureza que exijam sentença de que resulte coisa julgada.

Coisa julgada é a característica da decisão judicial que não aceita mais alteração (recurso). Torna-se imutável.

§ 3º - No que concerne à extensão territorial, será levada em conta a distância entre a sede do município e a da Comarca.

O critério territorial é um critério de redução. Somente será levado em consideração quando os demais critérios não alcançarem o patamar mínimo. A redução será de ¼ sobre todos os requisitos anteriores, sempre que entre a sede da Comarca e a do Município distar mais de 100Km. São considerados a distância entre o prédio do fórum da Comarca que serve àquela cidade e o prédio do fórum.

Art. 11 - São requisitos essenciais para a criação de comarca:

I - população mínima de quinze mil habitantes ou mínimo de oito mil eleitores;

Atenção!! Mínimo de 15.000 habitantes ou mínimo de 8.000 eleitores.

II - movimento forense anual de, pelo menos, duzentos feitos judiciais;

Atenção!! Pelo menos, 200 feitos judiciais (dos quais resultem coisa julgada).

III - receita tributária municipal superior a três mil vezes o salário-mínimo vigente na capital do Estado.

Atenção!! Superior a 3.000 vezes o salário-mínimo vigente na CAPITAL do Estado.

Esta referência ao salário-mínimo pago na capital do Estado não tem mais vigência sendo computado o salário-mínio federal. Mas, lembrem-se, numa prova objetiva o que vale é o texto da lei.

§ 1º - Serão esses índices reduzidos de uma quarta parte sempre que a sede de qualquer dos municípios integrantes da comarca distar mais de cem quilômetros da sede desta.

§ 2º - Ficam mantidas as atuais comarcas do Estado, ainda que não alcancem os índices estabelecidos neste artigo.

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Art. 12. - São requisitos essenciais para elevação de comarca à segunda entrância:

O CODJERJ somente trata da elevação da Comarca à 2ª Entrância. Não há previsão de requisitos para elevação à Entrância Especial. Para esta elevação são considerados critérios políticos que fogem à esfera legislativa.

I - população mínima de setenta mil habitantes ou vinte mil eleitores;

Atenção!! Mínimo de 70.000 habitantes ou mínimo de 20.000 eleitores.

II - movimento forense anual de, pelo menos, mil feitos judiciais;

Atenção!! Pelo menos, 1000 feitos judiciais (dos quais resultem coisa julgada).

III - receita tributária municipal superior a quinze mil vezes o salário mínimo vigente na comarca da capital do Estado.

Atenção!! Superior a 15.000 vezes o salário-mínimo vigente na CAPITAL do Estado.

Parágrafo único - Se um dos requisitos não alcançar o quantitativo mínimo, mas dele se aproximar, poderá, a critério do Tribunal de Justiça, por seu Órgão Especial, ser proposta a elevação da entrância da comarca.

Para a elevação da Comarca não existe critério redutor. Há, porém, previsão de elevação por decisão política do Órgão Especial do TJRJ, desde que apenas UM dos requisitos não alcance o patamar mínimo.

Vale, mais uma vez, o alerta. Tratando-se de prova objetiva atentar ao texto da lei. Assim, se dois requisitos não alcançarem o patamar mínimo, não haverá elevação da Comarca.

Art. 13. - Observado o critério estabelecido nos artigos anteriores, as comarcas são classificadas em três entrâncias, sendo duas numeradas ordinalmente, constituindo-se as de entrância especial em: Capital, Campos de Goytacazes, Duque de Caxias, Niterói, Nova Iguaçu, Petrópolis, São João de Meriti, São Gonçalo e Volta Redonda, Belford Roxo, Teresópolis e Nova Friburgo.

Observe no fim deste Código o mapa com as Comarcas e suas classificações. As Comarcas de Entrância Especial são 12 no total.

Art. 14 - São comarcas de primeira entrância: Arraial do Cabo, Bom Jardim, Cambuci, Cantagalo, Carapebus/Quissamã; Carmo, Casimiro de Abreu , Conceição de Macabu, Cordeiro, Duas Barras, Engenheiro Paulo de Frontin, Guapimirim, Iguaba Grande, Italva(Cardoso Moreira), Itaocara, Itatiaia; Laje de Muriaé, Mangaratiba, Mendes, Miguel Pereira, Natividade, Paracambi, Parati, Paty do Alferes, Pinheiral, Piraí, Porciúncula, Porto Real-Quatis, Rio Claro, Rio das Flores, Santa Maria Madalena, São Francisco do Itabapoana, São José do Vale do Rio Preto, São Sebastião do Alto, Sapucaia, Silva Jardim, Sumidouro, Tanguá e Trajano de Moraes.

Observe no fim deste Código o mapa com as Comarcas e suas classificações. As Comarcas de 1ª Entrância são 39 no total, que abrangem 42 municípios. Lembrar que Carapebus/Quissamã, Italva/Cardoso Moreira e Porto Real/Quatis configuram uma Comarca, mas possuem dois municípios, cada uma.

Art. 15 - São comarcas de segunda entrância: Angra dos Reis, Araruama, Armação dos Búzios, Barra Mansa, Barra do Piraí, Bom Jesus do Itabapoana, Cabo Frio, Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, Itaguaí, Itaperuna, Japeri, Macaé, Magé, Maricá, Mesquita, Miracema, Nilópolis, Paraíba do Sul, Queimados, Resende, Rio Bonito, Rio das Ostras, Santo Antônio de Pádua, São Fidélis, São João da Barra, São Pedro da Aldeia, Saquarema, Seropédica, Três Rios, Valença e Vassouras.

Observe no fim deste Código o mapa com as Comarcas e suas classificações. As Comarcas de 2ª Entrância são 32 no total. Apesar de o Código falar nos critérios para elevação da Comarca à 2ª Entrância, fique atento: uma Comarca pode ser criada já na 2ª Entrância, foi o que aconteceu com Mesquita, por exemplo.

Atenção: O Estado do Rio de Janeiro é formado por 92 municípios. A soma das Comarcas abrange 86 municípios. Então, estejam atentos: Aperibé, Areal, Comendador Levy Gasparian, Macuco, São José de Ubá e Varre-Sai NÃO SÃO Comarcas.

Uma chave mnemônica para ajudar a lembrar: O Comendador de Aperibé ficou maluco e mandou varrer o Areal de São José de Ubá. (Só prestem atenção para não confundir Varre-Sai com Vassouras – esta é uma Comarca de 2ª Entrância).

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A classificação das Comarcas em Entrâncias é um critério importante para nosso estudo. É preciso descobrir métodos para aprender quais são as comarcas e em que entrância se encontram.

No fim do Código dou algumas dicas para ajudar na memorização!

Parágrafo único - A região Judiciária especial, que corresponde às Comarcas da Capital, Belford Roxo, Campos de Goytacazes, Duque de Caxias, Niterói, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Petrópolis, São João de Meriti, São Gonçalo, Teresópolis e Volta Redonda é considerada de entrância comum para o efeito do exercício de Juízes de igual categoria. (Redação dada pela Lei 6019/2011 de 24 de agosto de 2011).

Região Judiciária é a divisão para efeito de atuação dos juízes. A Região Judiciária Especial corresponde às Comarcas de Entrância Especial.

A carreira da magistratura também recebe divisão por entrâncias: comum e especial. Vide artigo 162 para vislumbrar a organização da carreira.

Art. 16 - A criação de novas varas e fóruns regionais, nas comarcas de entrância especial e de segunda entrância, será feita:

Criação de novas varas e fóruns regionais é um melhoramento na prestação da atividade judicial. Não se trata de nova comarca ou forma de elevação. Apenas Comarcas de 2ª Entrância e de Entrância Especial (todas elas com mais de um juiz de direito em atuação) podem receber novas varas ou fóruns regionais).

a) por desdobramento, em outras de igual competência, quando o número de feitos distribuídos anualmente passar de mil por juízo;

Criação de nova vara por desdobramento é o “efeito espelho”. Cria-se uma nova vara com a mesma competência de outra já existente. Requer que o número de feitos distribuídos àquela vara PASSE de 1.000 feitos anuais.

b) por especialização, quando a justificarem o número de feitos da mesma natureza ou especialidade, a necessidade de maior celeridade de determinados procedimentos, ou o interesse social;

A especialização trará melhoramento na prestação do serviço judiciário em relação a uma determinada competência (civil, família, penal, empresarial etc.). Não há um número específico que justifique sua criação, mas sim a necessidade de celeridade ou o interesse social.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Competência é a medida da jurisdição. Sendo todos os juízes de direito dotados de jurisdição (do poder de dizer o direito) é a competência que tem que limita esta sua atuação. Podemos dizer, por exemplo, que um juiz de direito de uma vara de família é incompetente para decidir um processo criminal, e vice-versa. Na especialização, temos a designação de um juiz com uma (ou mais de uma) competência específica de atuação, melhorando a prestação jurisdicional.

c) por descentralização, quando o exigir expressiva concentração populacional em núcleo urbano situado em região ou distrito afastado do centro da sede da comarca, cuja distância em relação ao foro local torne onerosa ou dificulte a locomoção dos jurisdicionados.

A descentralização é a forma de criação de Fóruns Regionais. Estes são novos fóruns construídos fora da sede da Comarca, visando facilitar o acesso ao Judiciário. Seus critérios são todos subjetivos: expressiva concentração populacional; distância que torne onerosa ou dificulte a locomoção dos jurisdicionados.

Todos os fóruns regionais existentes possuem varas especializadas. Temos Fóruns Regionais:

1 – Na Capital: Foro Regional de Bangu, Barra da Tijuca, Campo Grande, Ilha do Governador, Jacarepaguá, Leopoldina, Madureira, Méier, Pavuna e Santa Cruz;

2 – Em Niterói: Foro Regional da Região Oceânica;

3 – Em São Gonçalo: Foro Regional de Alcântara;

4 – Petrópolis: Foro Regional de Itaipava; e

5 – Em Magé: Foro Regional de Vila Inhomirim (com a curiosidade de ser a única Comarca de 2ª Entrância que possui um Foro Regional, todos os demais estão em Comarcas de Entrância Especial).

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Título II - Dos órgãos judiciários de segunda instância

Capítulo I - Do Tribunal de Justiça

Seção I - Da composição, funcionamento e competência

Art. 17- O Tribunal de Justiça compõe-se de 180 (cento e oitenta) desembargadores e tem como Órgãos Julgadores as Câmaras Isoladas, a Seção Criminal, o Conselho da Magistratura, o Órgão Especial, a que alude o item XI do artigo 93, da Constituição da República e, como integrante de sua estrutura administrativa, a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro.

Enquanto órgão do Poder Judiciário, o Tribunal de Justiça é o único integrante da 2ª instância. Assim, este Título trata, em verdade, da divisão interna do TJRJ.

A divisão interna se dá entre órgãos administrativos e órgãos julgadores do TJRJ e assim se estabelece:

Órgãos julgadores: Câmaras Isoladas (cíveis e criminais); Seção Criminal; Conselho da Magistratura e Órgão Especial.

Órgãos administrativos: Tribunal Pleno; Órgão Especial; Conselho da Magistratura; Corregedoria Geral da Justiça e Escola da Magistratura.

Ao Órgão Especial e ao Conselho da Magistratura correspondem funções julgadoras e administrativas, sendo deixado ao primeiro as administrativas mais relevantes à vida funcional do TJRJ.

§ 1º- Depende de proposta do Órgão Especial a alteração do número dos membros do Tribunal de Justiça, só cabendo, entretanto, a sua majoração se o total de processos distribuídos e julgados, durante o ano anterior, superar o índice de trezentos feitos por juiz, computados, para esse cálculo, apenas os Juízes que integrarem as Câmaras, os Grupos de Câmaras e a Seção Criminal, neles servindo como relator ou revisor.

Os membros do Tribunal de Justiça são os Desembargadores (final da carreira da magistratura). Depende de proposta do Órgão Especial e, para majoração que, o número de processos distribuídos passe de 300 ao ano. Contam-se apenas os feitos distribuídos para as Câmaras e a Seção Criminal. Não existem mais Grupos de Câmaras no TJRJ.

Atenção!! O texto do parágrafo não traz qualquer requisito para diminuição do número de membro do Tribunal, assim, basta a simples proposta do Órgão Especial neste sentido.

§ 2º- O Órgão Especial e o Conselho da Magistratura exercerão funções censórias e administrativas de relevância, reservadas ao primeiro as privativas do mais alto colegiado do Tribunal, nos termos da lei e do seu Regimento Interno.

O Órgão Especial assumiu as funções administrativas reservadas ao Tribunal Pleno (mais alto colegiado).

Constituição da República

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º- Como órgão de disciplina e correição dos serviços judiciais e extrajudiciais de primeira instância atuará a Corregedoria-Geral da Justiça.

A CGJ atua sobre a 1ª Instância, nunca sobre a 2ª. Assim, o Corregedor jamais poderá instaurar processo administrativo contra um Desembargador (essa competência será do Conselho da Magistratura). O Corregedor também não tem competência administrativa sobre os juízes (esta competência é do Presidente do TJ). Apenas os servidores da 1ª instância (judiciais e extrajudiciais) estão sujeitos à disciplina e correição do Corregedor.

§ 4º- A Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro atuará como órgão de formação e aperfeiçoamento de Magistrados.

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Art. 18 - O Tribunal de Justiça é presidido por um dos seus membros e terá três Vice-Presidentes, além do Corregedor-Geral da Justiça.

§ 1º - O Presidente, os três Vice-Presidentes e o Corregedor-Geral da Justiça são eleitos, em votação, secreta pela maioria dos membros do Tribunal de Justiça, pela forma prevista no Regimento Interno do Tribunal, para servir pelo prazo de dois anos, a contar do primeiro dia útil após o primeiro período anual das férias coletivas da segunda instância, permitida a reeleição por um período. (Vide Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1422-6, de 09/09/1999).

Não é possível a reeleição, conforme declarou o STF na votação da ADI acima citada. A posse da diretoria do TJRJ acontece no mês de fevereiro do ano seguinte ao da eleição (fim das férias coletivas da segunda instância). Apesar de a Emenda Constitucional nº 45/04 ter posto fim às férias coletivas, na prática ainda se observa a posse da diretoria do TJRJ no mês de fevereiro (só para exemplificar, o atual Presidente do TJRJ tomou posse no dia 04/02/2011).

Constituição da República

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Observe a forma de eleição: votação secreta + maioria dos membros do TJRJ.

§ 2º - Concorrerão à eleição para os cargos referidos no parágrafo anterior, os membros efetivos do Órgão Especial, sendo obrigatória a aceitação do cargo salvo recusa manifestada e aceita antes da eleição.

Apenas os membros que compõem o Órgão Especial pelo critério de antiguidade podem concorrer aos cargos da diretoria do TJRJ. O Órgão Especial é formado por 25 desembargadores. Destes 13 estão pelo critério de antiguidade e 12 por eleição. Assim, os 5 cargos de direção somente podem ser disputados pelos 13 desembargadores mais antigos.

A eleição implica obrigação na assunção do cargo, salvo se o desembargador recusar-se a concorrer anteriormente ao pleito e sua recusa for aceita pelos demais desembargadores.

A eleição dos membros da diretoria do TJRJ é realizada pelo Tribunal Pleno (reunião de todos os Desembargadores do Tribunal).

§ 3º - Vagando, no curso do biênio, qualquer dos cargos referidos neste artigo, assim como os de membros eleitos do Conselho da Magistratura, proceder-se-á, dentro de dez dias, à eleição do sucessor, para o tempo restante, salvo se este for inferior a três meses, caso em que será convocado o desembargador mais antigo.

Se no curso do mandado de 2 anos ocorrer a vacância de um dos cargos da direção (presidência, vice-presidência ou corregedoria), bem como para os cargos do Conselho da Magistratura (cuidado, não se fala em cargos eleitos do Órgão Especial), deverá ser convocada eleição (pelo Presidente do TJRJ) para que haja a sucessão no cargo vago. Apenas se faltarem MENOS de 3 meses é que não será preciso nova eleição. Neste caso, convoca-se o desembargador mais antigo para completar a direção ou o Conselho da Magistratura.

§ 4º - O disposto no § 2º deste artigo não se aplica ao desembargador eleito para completar período de mandato inferior a um ano.

No caso de “mandato tampão” (inferior a um ano) não há obrigatoriedade de o Desembargador aceitar o cargo.

Art. 19 - O Órgão Especial do Tribunal de Justiça é constituído de vinte e cinco membros, dele fazendo parte o Presidente, os Vice-Presidentes, o Corregedor-Geral da Justiça provendo-se metade das vagas por antiguidade, em ordem decrescente, e a outra metade por eleição pelo Tribunal Pleno, respeitada a representação de advogados e membros do Ministério Público, inadmitida a recusa do encargo.

Órgão especial = 25 membros: 5 da diretoria + 8 antigos + 12 eleitos.

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Os desembargadores eleitos NÃO PODEM recusar o encargo. Na composição do Órgão Especial deve-se respeitar a representação do quinto constitucional (advogados e membros do MP que se tornam desembargadores por escolha do Governador do Estado). Assim, dentre os 25 membros do Órgão Especial, 5 devem ser oriundos destas classes.

§ 1º- Os Desembargadores não integrantes do Órgão Especial, observada a ordem decrescente de antigüidade, poderão ser convocados pelo Presidente para substituir os que o componham pelo mesmo critério, nos casos de afastamento, falta ou impedimento.

Desembargador antigo é substituído por Desembargador antigo, na ordem decrescente de antiguidade.

§ 2º - O desembargador em exercício simultâneo no Órgão Especial e em Câmara Isolada, terá nesta a distribuição reduzida da metade, a título de compensação pela atividade administrativa e jurisdicional realizada naquele órgão.

Quem compõe o Órgão Especial tem 50% de redução de processos nas Câmaras Isoladas. Atenção!!! O Presidente, os Vice-Presidentes e o Corregedor não participam das Câmaras Isoladas.

Art. 20 - Os Desembargadores serão distribuídos em 28 (vinte e oito) Câmaras, sendo 20 (vinte) Cíveis e 08 (oito) Criminais, distinguindo-se as de igual competência, dentro de cada Seção, por números ordinais.

As Câmaras são formadas por 5 Desembargadores, cada uma. No TJRJ temos 28 Câmaras, sendo 20 Cíveis x 5 desembargadores = 100 desembargadores; e 8 Criminais x 5 desembargadores = 40 desembargadores, o que totaliza 140 Desembargadores. A composição do TJRJ é de 180 desembargadores.

§ 1º - Mediante designação do Presidente do Tribunal de Justiça, os Desembargadores não integrantes, em caráter efetivo, dos Órgãos Julgadores, exercerão funções de substituição ou auxílio nas Câmaras Isoladas, nas Câmaras de plantão, bem como atividades jurisdicionais após o encerramento do expediente forense, diariamente, inclusive aos sábados, domingos, feriados e nos casos de impedimento temporário e excepcional das atividades do Tribunal.

Aqui estão os outros 35 desembargadores, atuando nas substituições, auxílios e nos plantões do Judiciário. Lembrem-se que os 5 da direção do Tribunal não integram as Câmaras Isoladas.

§ 2º- Não integram as Câmaras o Presidente, os Vice-Presidentes e o Corregedor-Geral da Justiça.

Art. 21 - A Seção Criminal será constituída pelos dois Desembargadores mais antigos lotados em cada uma das Câmaras Criminais.

Seção criminal = 2 desembargadores mais antigos em cada Câmara Criminal: 16 desembargadores + 2º Vice-Presidente = 17 membros. A presidência da Seção Criminal cabe ao 2º Vice-Presidente.

A Seção Criminal é um órgão de análise de recurso contra decisões proferidas nas Câmaras Criminais e possui, em alguns casos, competência originária para processo e julgamento. Suas competências são definidas no Regimento Interno do TJRJ.

Art. 22 – Revogado

Art. 23 - O Regimento Interno do Tribunal, aprovado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça, disporá sobre a competência e o funcionamento dos Órgãos Julgadores, observados os preceitos legais.

Art. 24 ao Art. 29 - Revogado

Seção II - Do presidente

Art. 30 - Ao Presidente do Tribunal de Justiça, que é o chefe do Poder Judiciário, compete:

A competência é um assunto muito importante e é preciso ter atenção nesta leitura, principalmente para diferenciar as competências parecidas entre os membros da direção do TJRJ.

I - dirigir os trabalhos do Tribunal, presidir as eleições para os cargos de direção e as sessões do Órgão Especial do Tribunal de Justiça e do Conselho da Magistratura, observando e fazendo cumprir as normas regimentais;

1ª regra básica para o Presidente do TJRJ: sempre que ele estiver presente, será dele a competência para presidir os trabalhos (eleições, seções de julgamento, seções administrativas etc.).

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II - superintender, ressalvadas as atribuições do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, do Conselho da Magistratura e da Corregedoria-Geral da Justiça, todas as atividades jurisdicionais e administrativas do Poder Judiciário, podendo, para isso, agir diretamente junto a qualquer autoridade e expedir os atos necessários;

III - convocar, inclusive extraordinariamente, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça e o Conselho da Magistratura;

IV - organizar as pautas para julgamento do Órgão Especial do Tribunal de Justiça e do Conselho da Magistratura, assinando, com os relatores, os respectivos acórdãos;

V - designar Juízes para substituição ou auxílio na primeira instância, defesa a designação dos juízes a que se refere o artigo 75, para função cumulativa quando estiverem no exercício da função nas varas privativas do Júri; da Família; Execuções Criminais; da Família, da Infância, da Juventude e do Idoso; da Infância, da Juventude e do Idoso, e no Serviço de Distribuição da Corregedoria- Geral da Justiça (artigo 79, caput), salvo quanto ao registro civil das pessoas naturais;

2ª regra básica para o Presidente: qualquer designação de magistrado é feita por ele. O Corregedor e o 3º Vice-Presidente terão juízes auxiliares, que podem ser indicados por eles, mas a DESIGNAÇÃO é sempre do Presidente.

VI - para as funções de auxílio e de Juiz Distribuidor do Serviço de Distribuição da Corregedoria-Geral da Justiça, serão designados, preferencialmente, os juízes de direito segundo as respectivas classificações decrescentes na ordem de antigüidade na entrância;

VII - designar :

a) por indicação do Corregedor-Geral, até o número de 05 (cinco) juízes de direito de entrância especial, que deverão ficar à disposição da Corregedoria Geral da Justiça (art. 42);

b) até o número de 05 (cinco) juízes de direito de entrância especial para assessoramento e auxílio à Presidência do Tribunal de Justiça;

c) por indicação do 3º Vice-Presidente, até o número de 05(cinco) juízes de direito de entrância especial para permanecerem à disposição da 3ª Vice-Presidência no exercício de funções administrativas e auxiliares;

Todos estes juízes (15 no total) são juízes de direito de entrância especial. Sobre a carreira da magistratura, veja art. 161 deste Código.

d) os juízes dirigentes dos diversos núcleos regionais, com prévia anuência do Corregedor-Geral da Justiça.

Os juízes dirigentes dos Núcleos Regionais podem ou não ser juízes de entrância especial. Dependerá de onde se localiza o NUR. Por exemplo, o 1º NUR corresponde à Comarca da Capital (Rio de Janeiro) então o juiz será necessariamente um juiz de entrância especial. Já o juiz do 9º NUR (engloba Nova Friburgo, Cachoeiras e adjacências), poderá sê-lo ou não, visto que Nova Friburgo é uma Comarca de Entrância Especial, mas as demais não o são.

Os juízes dirigentes de Núcleos Regionais funcionam, também, como “auxiliares” da Corregedoria, na fiscalização do trabalho judicial e extrajudicial da 1ª Instância, daí a importância de ter anuência do Corregedor.

VIII – designar juiz de direito para a função de Diretor do foro;

IX - ordenar, em mandado de segurança, nas hipóteses previstas no artigo 4º da Lei nº 4.348, de 26 de junho de 1964, a suspensão da execução de medida liminar ou de sentença que o houver concedido, salvo os casos da competência originária do Tribunal;

X - contratar, com autorização do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, pessoal auxiliar que se fizer necessário ao serviço judiciário;

Por meio de concurso público. Não existe mais contratação direta. Lembrem-se de que o CODJERJ é de 1975 e a Constituição, de 1988, exige concurso para provimento de cargos públicos efetivos.

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XI - tomar a iniciativa da decretação de disponibilidade e da declaração de incapacidade ou aposentadoria, por invalidez ou moléstia incurável, de funcionários dos quadros das Secretarias do Tribunal e da Corregedoria;

3ª regra básica do Presidente: qualquer ato que importe em provimento (nomeação, reintegração etc.) ou vacância (aposentadoria, demissão, exoneração etc.), é da competência do Presidente.

XII - aplicar medidas disciplinares aos funcionários da Secretaria do Tribunal;

Funcionários da Secretaria do Tribunal são os servidores vinculados diretamente ao Tribunal de Justiça, servidores da 2ª Instância. Estes não estão submetidos ao poder disciplinar do Corregedor, mas do próprio Presidente do TJRJ.

Decreto 2479/79 – Regulamento do Estatuto dos Servidores Civis do Estado do Rio de Janeiro

Art. 304. Poder disciplinar é a faculdade conferida ao Administrador Público com o objetivo de possibilitar a prevenção e repressão de infrações funcionais de seus subordinados, no âmbito interno da Administração.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Infração funcional quer dizer infração administrativa. As infrações que escapem desta área de abrangência (infrações cíveis ou infrações criminais) não podem ser resolvidas no âmbito da Administração, mas por meio de processo judicial.

XIII - ordenar restauração de autos extraviados ou destruídos no Tribunal de Justiça, de competência do Órgão Especial;

XIV - prover, em nome do Tribunal e na forma da lei, os cargos efetivos integrantes dos quadros de pessoal dos serviços auxiliares compreendidos pelas secretarias do Tribunal e da Corregedoria, os desta por indicação do Corregedor, baixando os atos respectivos de nomeação, promoção, acesso, transferência, readmissão, reintegração, aproveitamento e reversão;

Em relação aos atos de provimento, a nova ordem constitucional não admite mais os casos de acesso (ascensão a cargo superior sem a realização de concurso público) ou de transferência (troca de cargo público – entre Administração Direta, Indireta ou uma e outra – sem concurso público). Também não há mais casos de readmissão (quando o servidor exonerado, a pedido, requeria seu retorno aos quadros públicos e a Administração, numa análise de oportunidade e conveniência (discricionariedade) podia admitir seu retorno. Hoje, fora do serviço público só se admite retorno por meio de novo concurso).

XV - declarar, em nome do Tribunal e na forma da lei, a vacância dos cargos referidos no item antecedente, baixando os atos respectivos de exoneração, demissão, promoção, acesso e aposentadoria;

3ª regra básica do Presidente.

XVI - prover e declarar vagos, em nome do Tribunal, os cargos em comissão e as funções gratificadas dos serviços auxiliares do Tribunal e do Conselho da Magistratura, excetuados os cargos em comissão e as funções gratificadas da Secretaria da Corregedoria (artigo 44, número XVII);

XVII - fixar, com a aprovação do Conselho da Magistratura, as contribuições a serem arrecadadas das serventias não oficializadas, localizadas em próprios estaduais sujeitos à administração do Poder Judiciário, dando a tais contribuições a destinação prevista no orçamento;

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

A expressão “próprio estadual” designa prédio público (refere-se ao pagamento de aluguel dos cartórios extrajudiciais que funcionam dentro de fóruns judiciais).

XVIII - baixar o Regimento Geral dos Órgãos Auxiliares (Secretarias do Tribunal, do Conselho da Magistratura e da Corregedoria, Gabinetes do Presidente, dos Vice-Presidentes e do Corregedor-Geral e órgãos interligados), com aprovação do Órgão Especial do Tribunal;

XIX - comunicar ao Governador do Estado, com trinta dias pelo menos de antecedência, a data em que o magistrado atingirá a idade legal para aposentadoria compulsória;

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Após a Constituição de 1988, este inciso perdeu utilidade, uma vez que o TJRJ goza de autonomia administrativa e financeira, não dependente de aprovação do Governador para seus atos administrativos de provimento e vacância.

Constituição da República

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

XX - avocar processos nos casos previstos em lei;

XXI - conceder licença para casamentos, nos casos do artigo 183, número XVI, do Código Civil;

XXII - praticar, na forma do Regimento, os atos referentes à substituição dos quadros das Secretarias do Tribunal de Justiça e da Corregedoria;

XXIII - conceder licença aos funcionários do quadro do Tribunal de Justiça, quando por prazo superior a sessenta dias;

Os servidores vinculados diretamente a 2ª Instância quando precisam de licença inferior a 60 dias são liberados pelos Diretores a que estão vinculados. Lembrando que todo servidor na 2ª Instância ou está nos quadros administrativos do TJ ou no assessoramento direto aos Desembargadores. Acima deste prazo, apenas pelo Presidente pode conceder a licença.

XXIV - encaminhar ao Conselho da Magistratura anteprojetos de regulamentação de concursos para provimento de cargos dos quadros de pessoal da justiça;

É do Corregedor-Geral a iniciativa para proposta de concurso público, que é repassada ao Presidente. Este deve encaminhar ao Conselho da Magistratura que, por fim, detém a competência para deliberar sobre o assunto.

XXV - determinar desconto em vencimento de juiz e funcionário dos quadros da justiça;

XXVI - administrar o Palácio da Justiça e demais prédios e instalações do Poder Judiciário, podendo delegar atribuições, em se tratando de sede de juízo, ao respectivo titular ou a juiz que tiver a seu cargo a direção do foro, mediante ato normativo;

XXVII - representar o Tribunal nas solenidades e atos oficiais, podendo delegar atribuições a um ou mais desembargadores ou juízes;

XXVIII - apresentar, anualmente, por ocasião da reabertura dos trabalhos do Tribunal, relatório circunstanciado das atividades do Poder Judiciário, expondo o estado da administração, suas necessidades, as dúvidas e dificuldades verificadas na aplicação das leis e demais questões que interessarem à boa distribuição da justiça;

XXIX - ordenar o pagamento em virtude de sentenças proferidas contra a Fazenda Estadual, segundo as possibilidades das dotações orçamentárias de crédito consignadas ao Poder Judiciário (Código de Processo Civil, artigo 730);

Condenações contra a Fazenda Pública são os conhecidos Precatórios, que são organizados para pagamento por ato do Presidente do TJRJ. A matéria está disciplinada no art. 100 da Constituição.

Constituição da República

Art. 100 Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação do caput e dos parágrafos dada pela Emenda Constitucional nº 62 de 11 de novembro de 2009).

XXX - autorizar, a requerimento do credor preterido no seu direito de precedência, e depois de ouvido o Procurador-Geral da Justiça, o seqüestro a que se refere o artigo 117, § 2º, da Constituição da República;

Vide art. 100 da Constituição da República.

XXXI - deferir ou indeferir, em despacho motivado, o seguimento de recursos extraordinários manifestados contra decisões proferidas em última instância pelos órgãos julgadores do Tribunal de Justiça, resolvendo os incidentes que se suscitarem (Código de Processo Civil, art. 543, § 1º), podendo delegar a atribuição ao 3º Vice-Presidente;

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Atenção com esta competência. Ela é do Presidente, mas pode (e na prática é) ser delegada ao 3º Vice-Presidente.

XXXII - manter ou reconsiderar o despacho de indeferimento do recurso extraordinário, quando dele manifestado agravo de instrumento (Código de Processo Civil, artigo 544), podendo delegar a atribuição ao 2º Vice- Presidente;

Atenção com esta competência. Ela é do Presidente, mas pode (e na prática é) ser delegada ao 2º Vice-Presidente.

XXXIII - elaborar proposta orçamentária do Poder Judiciário, encaminhando-a ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça;

Constituição da República

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. § 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. § 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete: II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

XXXIV - designar, por escala mensal, juízes de direito para conhecerem, nos dias em que não houver expediente no foro, dos pedidos de medidas de caráter urgente;

Plantões do Judiciário, nos sábados, domingos e feriados.

XXXV - fazer publicar no órgão oficial, para conhecimento dos magistrados e servidores do Poder Judiciário, providências de caráter geral, bem como os nomes dos advogados eliminados ou suspensos pela Ordem dos Advogados do Brasil;

XXXVI - encaminhar, para apreciação e aprovação pelo Conselho da Magistratura, projetos de provimentos normativos para aplicação da legislação vigente sobre administração de pessoal e administração financeira;

XXXVII - praticar os atos suplementares normativos e executivos de administração de pessoal e de administração financeira que lhe forem atribuídos nas normas regulamentares gerais aprovadas pelo Conselho da Magistratura.

XXXVIII - fazer publicar mensalmente, no órgão oficial, os dados estatísticos e a relação dos feitos conclusos aos desembargadores e juízes de 1º grau, com as datas das respectivas conclusões, uma vez ultrapassados os prazos legais.

Atenção a esta competência. Publicação mensal de dados estatísticos com processos que foram conclusos para Desembargadores e Juízes de 1º grau (1ª Instância), somente em relação àqueles que estiverem com seu prazo de conclusão vencido.

XXXIX – designar, quando necessário, o juiz responsável em matéria de registro civil das pessoas naturais nos distritos das comarcas;

XL – designar o juízo ao qual ficará vinculado o Cartório responsável pela Dívida Ativa, quando este processar os feitos desta competência para mais de uma vara;

XLI – designar, quando necessário, o juiz que ficará responsável pela lista geral anual dos jurados nas comarcas onde houver mais de um juiz com competência para a matéria do júri.

Em regra, cada Comarca possui apenas um Tribunal do Júri. Mas esta regra é excepcionada na Capital, onde existem 4 Tribunais do Júri.

Seção III - Dos vice-presidentes

Art. 31 - Ao 1º Vice-Presidente compete:

I - substituir o Presidente, cumulativamente com suas próprias funções;

A substituição é sempre sem prejuízo de suas funções.

II - revogado;

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III - distribuir, em audiência pública, na forma da lei processual, os feitos de natureza cível:

a) aos relatores, os feitos da competência das Câmaras Isoladas;

b) aos relatores, os feitos da competência do Órgão Especial e do Conselho da Magistratura.

Atenção a esta competência. Feitos de natureza cível = 1º Vice-Presidente.

IV - supervisionar os serviços de registros de acórdãos;

V - autenticar os livros da secretaria do Tribunal;

VI - prover sobre a regular tramitação dos processos na secretaria do Tribunal, propondo ao Presidente a punição dos funcionários em falta;

VII - providenciar a organização dos mapas anuais de estatística das distribuições e dos julgamentos;

Atenção!!! Estatística anual das distribuições e julgamentos.

VIII - fazer publicar, mensalmente, no órgão oficial, os dados estatísticos e a relação dos feitos conclusos aos desembargadores para voto, despacho e lavratura de acórdão, ainda não devolvidos, embora decorridos os prazos legais, com as datas das respectivas conclusões (artigo 37 da Lei Orgânica da Magistratura Nacional);

Cuidado Extremo!!! Aparentemente é a mesma competência delegado ao Presidente no item XXXVIII do art. 30. Não é. O 1º Vice-Presidente não realiza estatística sobre os juízes de 1º grau.

IX - integrar o Conselho da Magistratura;

X - tomar parte nos julgamentos do Órgão Especial do Tribunal de Justiça;

XI - exercer as funções administrativas que lhe forem delegadas pelo Presidente ou atribuídas pelo Regimento Interno do Tribunal;

XII - baixar portarias, ordens de serviço, resoluções e circulares sobre a matéria de sua competência;

XIII - declarar deserção por falta de preparo com recurso para o Órgão competente para o julgamento do feito.

Art. 32 - Ao 2º Vice-Presidente compete:

I - substituir o 1º Vice-Presidente, sem prejuízo de suas atribuições específicas;

II - presidir as sessões da Seção Criminal;

III - distribuir, em audiência pública, os feitos de natureza criminal, na forma da lei:

a) aos relatores, os feitos da competência das Câmaras Isoladas;

b) aos relatores, os feitos da competência do Órgão Especial e da Seção Criminal.

Atenção a esta competência. Feitos de natureza criminal = 2º Vice-Presidente.

IV - integrar o Órgão Especial e o Conselho da Magistratura;

V - exercer as funções administrativas e judicantes que lhe forem delegadas pelo Presidente ou atribuídas pelo Regimento Interno.

Art. 33 - Ao 3º Vice-Presidente compete:

I - substituir o Corregedor-Geral da Justiça, sem prejuízo de suas atribuições próprias;

Cuidado na regra de substituição, pois ela não possui simetria. 1º e 2º Vice-Presidentes substituem o Presidente. O 3º Vice substitui o Corregedor.

II - deferir ou indeferir, por delegação do Presidente do Tribunal e em despacho motivado o seguimento de recursos extraordinários manifestados contra decisões proferidas em última instância pelos órgãos julgadores do Tribunal de Justiça, resolvendo os incidentes que se suscitarem (Código de Processo Civil, artigo 543, § 1º);

III - integrar o Órgão Especial e o Conselho da Magistratura;

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IV - exercer as funções administrativas e judicantes que lhe forem delegadas pelo Presidente ou atribuídas pelo Regimento Interno;

V - tomar parte nos julgamentos do Órgão Especial, sem as funções de relator ou revisor, salvo quando vinculado por visto ou distribuição anterior;

O 3º Vice-Presidente pode estar vinculado, antes de assumir o cargo de direção, a processo cujo julgamento será realizado no Órgão Especial. Nesta exceção, ele continuará vinculado ao processo como relator ou revisor do feito.

Relator é o primeiro Desembargador que tem contato com o processo, analisando a discussão e realizando um relatório para encaminhar a votação dos demais colegas. Revisor é o segundo a ter contato, analisa o relatório e o voto já proferido, manifestando-se. Após, o processo segue ao voto dos demais.

VI - baixar portarias, ordens de serviço, resoluções e circulares sobre a matéria de sua competência.

§ 1º - Os Vice-Presidentes procederão à distribuição, observadas as seguintes regras, além das que contiver o Regimento Interno:

I - se houver mais de um recurso contra a mesma decisão, serão todos distribuídos à câmara a que houver cabido a distribuição do primeiro;

Vários recursos contra a mesma decisão = mesma Câmara para onde foi o primeiro.

II - ao grupo de câmaras ou câmaras isoladas a que houver sido distribuído, no curso de uma causa, recurso, conflito de competência ou de jurisdição, reclamação ou mandado de segurança ou 'habeas-corpus', serão distribuídos todos os outros, contra decisões nela proferidas;

Outros recursos referentes ao mesmo processo = mesma Câmara que já tiver conhecido do primeiro. Atenção!!! Não existem mais Grupos de Câmaras.

III - também serão distribuídos ao mesmo grupo de câmaras ou câmara isolada os feitos a que se refere o inciso II, em ações que se relacionarem por conexão ou continência, ou sejam acessórias ou oriundas de outras, julgadas ou em curso.

Recursos em causas que possuam idêntica causa de pedir ou objeto (conexão ou continência) serão distribuídos a mesma Câmara que já tiver conhecido de recurso anterior. Tal fato se dá para evitar decisões contraditórias.

Código de Processo Civil

Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir. Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.

§2º - Sempre que ocorrerem as hipóteses previstas no parágrafo anterior, o juiz ao ordenar a subida dos autos, oficiará ao Vice-Presidente do Tribunal, comunicando-lhe a circunstância.

Capítulo II - Do conselho da magistratura

Art. 34 - O Conselho da Magistratura é integrado pelo Presidente, Vice-Presidentes, Corregedor-Geral e cinco desembargadores que não façam parte do Órgão Especial, eleitos por este, em sessão pública e escrutínio secreto, para um mandato de dois anos.

Conselho da Magistratura = 10 membros: 5 da direção + 5 eleitos pelo Órgão Especial, dentre desembargadores que não o componham.

Atenção a forma de eleição: sessão pública + escrutínio secreto. O mandato é de 2 anos e não admite reeleição.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Sufrágio = direito público e subjetivo fundamental de participação.

Voto = exercício efetivo do sufrágio.

Escrutínio = forma, o meio existente para que exerça o direito do voto.

§ 1º - O Presidente de Tribunal da Justiça é o Presidente nato do Conselho da Magistratura, sendo substituído sucessivamente, pelos Vice-Presidentes, na sua ordem, pelo Corregedor-Geral e pelos

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membros efetivos do Conselho, na ordem de sua antigüidade no Tribunal. Os demais membros serão substituídos pelos desembargadores que se seguirem ao substituído, na mesma ordem de antigüidade.

Relembrando a 1ª regra básica quanto ao Presidente: sempre que ele estiver presente, será o presidente nato da reunião.

Atenção!!! Dentro do Conselho da Magistratura a ordem de substituição segue a lógica numérica (1º, 2º e 3º Vices, depois Corregedor, depois desembargadores mais antigos).

§ 2º - O Conselho da Magistratura terá como órgão revisor de suas decisões e procedimentos originários, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça, e seus atos de economia interna serão regulados por regimento próprio.

§ 3º - Junto ao Conselho da Magistratura funcionará quando for o caso, e sem direito a voto, o Procurador-Geral da Justiça.

O Procurador-Geral da Justiça (PGJ) é o chefe do Ministério Público Estadual. Ele participa das sessões, pode manifestar-se oralmente, mas não vota.

Art. 35 - O Conselho só poderá deliberar com a presença da maioria de seus membros.

Maioria simples. 6 membros.

Parágrafo único - Nos julgamentos ou deliberações do Conselho, se houver empate, o Presidente terá o voto de qualidade.

Voto de qualidade é o voto que desempata. Havendo empate, prevalece a vontade do Presidente, manifestada em seu voto. Observe que não é o Presidente do TJRJ, mas o presidente do Conselho, uma vez que o Presidente do TJRJ pode não estar presente e ter sido substituído por um de seus Vices, pelo Corregedor ou mesmo por outro Desembargador mais antigo do TJ.

Art. 36 - Os desembargadores integrantes do Conselho da Magistratura continuarão obrigados ao desempenho de suas funções judiciárias comuns; mas, ainda que afastados do exercício de suas funções no Tribunal, poderão exercer as do Conselho.

Os desembargadores que compõem o Conselho da Magistratura não tem redução de tarefa nas Câmaras Isoladas. Ainda que afastados de suas tarefas nas Câmaras podem participar das reuniões do Conselho.

Parágrafo único - Estendem-se aos membros do Conselho da Magistratura as incompatibilidades e suspeições estabelecidas em lei para os juízes em geral.

Sobre incompatibilidades e suspeições, vide artigos 179 a 183 deste Código.

Código de Processo Civil

Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário: I - de que for parte; II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão; IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau; V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa. Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz. Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando: I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo.

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Art. 136. Quando dois ou mais juízes forem parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta e no segundo grau na linha colateral, o primeiro, que conhecer da causa no tribunal, impede que o outro participe do julgamento; caso em que o segundo se escusará, remetendo o processo ao seu substituto legal. Art. 137. Aplicam-se os motivos de impedimento e suspeição aos juízes de todos os tribunais. O juiz que violar o dever de abstenção, ou não se declarar suspeito, poderá ser recusado por qualquer das partes (art. 304).

Código de Processo Penal

Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça e os peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser argüido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a exceção de suspeição.

Art. 37 - As sessões do Conselho, conforme a natureza da matéria, serão públicas, secretas ou sigilosas.

Sessões públicas: abertas, qualquer um pode participar.

Sessões secretas: limitadas as partes, seus advogados e determinadas pessoas.

Sessões sigilosas: normalmente sessões em que se julgam processos contra magistrados. Limitados apenas a estes e seus advogados.

§ 1º - As sessões serão realizadas em conselho, independentemente de convocação por edital, salvo quando públicas, ou, se necessária, a prévia cientificação dos interessados.

Sessões públicas necessitam de convocação editalícia (para dar publicidade aos interessados de sua realização). As demais sessões não precisam de convocação, mas apenas de prévia cientificação.

§ 2º - Os julgamentos, reduzidos a acórdãos, e as deliberações, serão publicados em enunciado resumido, resguardados, quanto possível, as pessoas e os cargos a que se refiram.

§ 3º - Quando a decisão não for unânime, caberá, no prazo de cinco dias, a contar de sua publicação, no órgão oficial, pedido de reconsideração, a ser distribuído a outro relator.

O pedido de reconsideração é um recurso administrativo. Depende de decisão não unânime e observância ao prazo de 5 dias, contados da publicação da decisão (publicar significa dar ciência, não necessariamente por publicação no Diário da Justiça).

§ 4º - Caberão embargos de declaração das decisões, nos casos e prazos previstos no Código de Processo Civil, arts. 535 e 536.

Embargos de declaração é um recurso previsto na legislação processual, com finalidade própria de afastar contradição, omissão ou obscuridade no julgado. Também deve ser promovido no prazo de 5 dias. Não há necessidade de que a decisão tenha sido não unânime.

Código de Processo Civil

Art. 535. Cabem embargos de declaração quando: I - houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradição; II - for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal. Art. 536. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação do ponto obscuro, contraditório ou omisso, não estando sujeitos a preparo.

Art. 38 - Os órgãos de segunda instância comunicarão ao Conselho da Magistratura os erros e irregularidades passíveis de sanções disciplinares, praticados por magistrados.

Este artigo direciona-se as Câmaras Isoladas e Seção Criminal que, quando do julgamento de um recurso tiver contato com processo em que se evidencie irregularidade passível de sanção, praticada pelo magistrado, deve cientificar o Conselho da Magistratura, para instauração do competente procedimento administrativo. Trata-se de uma ferramenta de controle interno do Poder Judiciário.

Art. 39 - Qualquer pessoa poderá representar, por petição, ao Conselho da Magistratura, por abusos, erros ou omissões de magistrados, ou quaisquer auxiliares da Justiça.

Consagração do direito de petição, constitucionalmente previsto.

Constituição da República

Art. 5º. ...

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XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

Capítulo III - Da Corregedoria Geral da Justiça

Seção I - Da organização

Art. 40 - A Corregedoria Geral da Justiça, com funções administrativas de fiscalização e disciplina, será exercida pelo Corregedor-Geral da Justiça.

A CGJ é o órgão de fiscalização e disciplina dos serviços judiciais e extrajudiciais da 1ª instância. Mas não sobre a atividade do magistrado, este está vinculado ao Presidente do TJRJ.

Art. 41 - O Corregedor-Geral da Justiça será substituído pelo 3º Vice-Presidente.

Art. 42 - À disposição do Corregedor-Geral da Justiça poderão permanecer até 05 (cinco) juízes de direito de entrância especial para desempenho de funções de presidir inquéritos administrativos, sindicâncias e correições extraordinárias, bem como exercer, por delegação, outras atividades administrativas, inclusive as relacionadas com a disciplina e a regularidade dos serviços dos cartórios dos foros judicial e extrajudicial.

Art. 43 - A Corregedoria-Geral da Justiça terá a estrutura orgânica determinada pelo Regimento Geral da Administração dos Serviços Auxiliares do Tribunal de Justiça.

A estrutura da CGJ está disciplinada na Consolidação Normativa da Corregedoria Geral da Justiça (CNCGJ).

Seção II - Do corregedor-geral da justiça

Art. 44 - Ao Corregedor compete:

I - supervisionar as atividades administrativas da Corregedoria;

II- tomar parte nos julgamentos do Órgão Especial do Tribunal de Justiça, sem as funções de relator ou revisor, salvo quando vinculado por "visto" anterior (Código de Processo Civil, artigo 552, § 3º);

Em regra o Corregedor não se vincula aos processos nos julgamentos do Órgão Especial, por fazer parte da direção do TJRJ, mas, excepcionalmente, se estiver vinculado a processo por visto anterior a este cargo, deverá exercer o voto como relatou ou revisor no julgamento do feito.

III - integrar o Conselho da Magistratura;

IV - substituir o Presidente do Tribunal de Justiça, quando impossibilitados de fazê-lo os 1º e 2º Vice-Presidentes, sem prejuízo de suas próprias atribuições;

Completando a regra de substituição da Presidência: 1º Vice, 2º Vice, Corregedor e 3º Vice.

V - processar representação contra juízes, submetendo-a ao Conselho da Magistratura;

Corregedor não tem poder disciplinar sobre os juízes. Ele simplesmente processa os feitos em que os juízes são investigados. A competência para o julgamento é do Conselho da Magistratura.

VI - conhecer de representação contra serventuários e funcionários da Justiça de primeira instância ou de sua própria Secretaria;

VII - coligir elementos para a efetivação da responsabilidade criminal de magistrados;

Atuação na instrução dos feitos criminais contra magistrados.

VIII - verificar, determinando a providência cabível:

a) a regularidade dos títulos com que os serventuários e funcionários servem os seus ofícios e empregos;

b) se os sobreditos serventuários e funcionários cumprem seus deveres;

c) se os juízes são assíduos e diligentes na administração da Justiça, bem como se residem nas respectivas comarcas;

Esta verificação é administrativa, em relação a produtividade de cada magistrado. Não é poder de ingerência sobre o trabalho do juiz.

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IX - praticar todos os atos relativos à posse, matrícula, concessão de férias e licença, e conseqüente substituição dos funcionários da Secretaria da Corregedoria e dos serventuários e funcionários da primeira instância, ressalvadas as férias e licenças por motivo de saúde até sessenta dias, que serão concedidas pelos juízes de direito das comarcas do interior;

Atenção nesta competência. O ato de provimento do cargo público se divide em nomeação, posse e exercício. O ato de nomeação é da competência do Presidente do TJRJ. O ato de posse é da competência do Corregedor e o exercício é dado pelo Escrivão ou Diretor ao qual for lotado o serventuário.

Licenças superiores a 60 dias, dos servidores da 1ª instância, somente podem ser autorizadas pelo Corregedor. Cuidado com o jogo de palavras: primeira instância e NÃO primeira entrância.

X - propor ao Presidente do Tribunal a realização de concursos para provimento de cargos de serventuários e funcionários de primeira instância, bem como organizar listas de merecimento e antigüidade para promoção desses mesmos servidores;

É o Corregedor quem propõe ao Presidente a realização de concurso. O Presidente, por sua vez, apresenta a proposta ao Órgão Especial que tem competência para deferir ou não a realização do concurso.

XI - informar os pedidos de permuta e transferência dos serventuários da Justiça;

XII - designar serventuários auxiliares, oficiais de justiça e funcionários para as serventias em que devam ter exercício e removê-los, a pedido ou "ex-officio", inclusive por imperiosa necessidade ou conveniência de serviço, de uma serventia não oficializada para outra, havendo aceitação do titular desta;

XIII - organizar, "ex-officio" ou por proposta dos serventuários e obedecido o número de cargos fixados em lei, o quadro de escreventes dos respectivos cartórios, e designar o que deva exercer funções de substituto, o responsável pelo expediente, até o provimento do cargo, e os que possam praticar atos fora do cartório;

XIV - superintender e, a seu critério, presidir a distribuição dos feitos nas Comarcas da Capital e do interior;

A distribuição no Tribunal de feitos cíveis compete ao 1º Vice-Presidente, de feitos criminais ao 2º Vice-Presidente. Aos juízes de direito na Comarca da Capital e nas Comarcas do interior compete ao Corregedor.

XV - remeter, mensalmente, à repartição competente, os elementos para elaboração das folhas de pagamento dos funcionários de sua Secretaria;

XVI - indicar a contratação de pessoal auxiliar, nos termos da alínea XI do artigo 31;

XVII - designar e dispensar os ocupantes de cargos em comissão e das funções gratificadas da Secretaria da Corregedoria;

XVIII - informar ao Tribunal, em sessão secreta, nas promoções por merecimento e por antigüidade, e nas remoções, permutas e transferências, quanto à exação com que o juiz desempenha seus deveres, notadamente:

a) se de sua folha constam elogios ou penalidades;

b) se reside na sede da comarca e desde quando;

c) se tem na conclusão, por tempo superior ao prazo legal, autos pendentes de decisão;

Por isso o Corregedor acompanha as estatísticas dos juízes (inciso VIII, ‘c’).

XIX - aplicar penalidades disciplinares aos serventuários, funcionários de primeira instância e da Secretaria da Corregedoria, e contratados, e julgar os recursos das decisões dos serventuários titulares e dos juízes de direito que as aplicarem, sendo que em última instância, quando se tratar de advertência, repreensão ou multa;

O poder disciplinar do Corregedor atinge os serventuários da 1ª Instância e servidores da Secretaria da Corregedoria, além de outros contratados ou cedidos ao Poder Judiciário para atuação na 1ª Instância.

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Das decisões proferidas com base no poder disciplinar é possível a impetração de 2 recursos: o pedido de reconsideração e o recurso hierárquico.

Quando a penalidade administrativa é aplicada pelo Escrivão ou pelo Juiz de Direito, cabe recurso hierárquico ao Corregedor. Se a penalidade for de advertência, repreensão ou multa, a decisão do Corregedor no recurso tranca a instância.

Se a penalidade for aplicada pelo próprio Corregedor, é possível recurso hierárquico para o Conselho da Magistratura. Recursos administrativos de servidores não chegam o Órgão Especial.

XX - baixar provimentos, resoluções, portarias, ordens de serviço e circulares sobre matéria de sua competência;

XXI - baixar normas e determinar medidas capazes de uniformizar e padronizar os serviços administrativos das Varas da Infância, da Juventude e do Idoso, nas comarcas do Estado;

XXII - Revogado pela Lei nº 829/85.

XXIII - expedir, mediante provimento, as instruções necessárias ao relacionamento das Varas da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital e das comarcas com órgãos e entidades ligadas aos problemas da infância, da juventude e do idoso;

XXIV - fixar o número de colaboradores voluntários da infância, da juventude e do idoso e autorizar sua designação pelo juiz;

Competência do Corregedor.

XXV - indicar ao Presidente os juízes de direito para o exercício das funções previstas no artigo 42;

Relembrando: os juízes auxiliares da Corregedoria (5 juízes de entrância especial) são indicados pelo Corregedor, mas são DESIGNADOS pelo Presidente.

XXVI - apresentar ao Órgão Especial, anualmente, por ocasião da reabertura dos trabalhos do Tribunal de Justiça, relatório das atividades da Corregedoria-Geral da Justiça, no ano anterior.

§ 1º - Os processos instaurados contra juízes, mediante determinação do Conselho da Magistratura, correrão em segredo de Justiça e serão presididos pelo Corregedor, funcionando, como Escrivão, o Diretor-Geral da Secretaria da Corregedoria.

E terão julgamento em sessão sigilosa do Conselho da Magistratura.

§ 2º - O Corregedor-Geral da Justiça dará conhecimento às autoridades competentes de abusos ou irregularidades praticadas por órgão ou funcionários não submetidos ao seu poder disciplinar. Nos casos em que lhe couber a imposição de pena disciplinar, sem prejuízo desta, encaminhará ao Procurador-Geral da Justiça os elementos necessários à efetivação da responsabilidade criminal, sempre que verificar a existência de infração penal.

Regra básica na atuação judiciária. Sempre que se tiver conhecimento de práticas que, em tese, configurem crime, devem ser remetidas cópias dos autos ao Ministério Público para, se for o caso, oferecer denúncia.

Constituição da República

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

Seção III - Das correições

Art. 45 - A correição consiste na inspeção dos serviços judiciários, para que sejam executados com regularidade, e no conhecimento de denúncias ou pedidos de providências.

Correição é uma verificação da regularidade da prestação dos serviços judiciais. Podem também ser realizadas para apurar denúncias ou pedidos de providências, nestes casos, também é chamada de inspeção.

Parágrafo Único - As correições serão realizadas nos termos de instruções baixadas pelo Corregedor-Geral da Justiça.

Atenção!!! Correição é matéria afetada à Corregedoria, visto que visa verificar a regularidade do serviço judicial (prestado pela 1ª Instância). Logo, qualquer instrução neste sentido é de competência do Corregedor.

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Art. 46 - O Corregedor-Geral da Justiça visitará anualmente, em correição ordinária, pelo menos três comarcas, sem prejuízo de outras correições extraordinárias que entender de realizar, pessoalmente ou por autoridade judiciária que designar.

Correição Ordinária = pelo menos 3 comarcas, anualmente. Corregedor ou autoridade que designar.

Correição Extraordinária = sempre que entender necessário. Corregedor ou autoridade que designar.

Art. 47 - A correição permanente das serventias, por inspeção constante e através da verificação de autos, livros ou atos submetidos a exame judicial, caberá aos juízes de direito a que estiverem direta e exclusivamente subordinadas, ou, quanto às comuns a diversas varas ou do foro extrajudicial, aos juízes a que a atribuição for cometida por este Código.

Correição Permanente = Juiz de Direito. Todos os dias em todos os atos, para os juízes titulares das serventias. As serventias comuns são inspecionadas pelo Juiz Diretor do Foro.

Art. 48 - A correição geral, observado calendário organizado pela Corregedoria-Geral da Justiça, será realizada anualmente pelos titulares de juízos, nas serventias a eles diretamente subordinadas, pelos juízes com a atribuição de diretor de foro, nos serviços comuns a diversas varas e nos do foro extrajudicial.

Correição Geral = Todo o Judiciário da 1ª Instância, pelos Juízes de Direito, por meio de calendário organizado pela Corregedoria.

As competências para realização da fiscalização é baixada por ato do Corregedor para as serventias comuns e as extrajudiciais. Cada juiz titular faz a correição geral em sua serventia.

Parágrafo Único - Para esse fim poderão ser nomeadas pelo Corregedor tantas comissões quantas necessárias, sob a presidência de juiz.

No assunto correição, podemos destacar, ainda, a existência da Correição Especial. Esta está disciplinada na Consolidação Normativa e é realizada pelos Titulares de Cartório (Escrivão) quando assumem uma nova titularidade. Serve para verificação da regularidade do serviço prestado pela Serventia no momento em que se assuma sua titularidade.

Título III - Dos Tribunais e Juízes de primeira instância

Capítulo I - Da composição da justiça de primeira instância

Art. 68 - A Justiça de primeira instância compõe-se dos seguintes órgãos:

I - Tribunais do júri;

II - juízes de direito;

III - conselho de justiça militar;

IV - juízes de paz

Atenção aos Juízes de Paz. Eles não constam como órgão do Poder Judiciário no art. 2º do CODJERJ, mas constam como órgãos da 1ª Instância. Em 1997 houve uma alteração legislativa e o juiz de paz foi retirado do art. 2º, mas um “esquecimento” do legislador o manteve listado no art. 68.

Há disciplinamento dos Juízes de Paz nos artigos 158 a 160 deste Código.

V – os Juizados Especiais e suas Turmas Recursais, a seguir discriminados:

a) Integram o Sistema de Juizados Especiais:

Atenção a esta palavra. Os juizados integram um SISTEMA, que não se restringe aos juizados cíveis e criminais.

1 – Turmas Recursais Cíveis;

2 – Turmas Recursais Criminais; (1)

(1) O art. 2º da Lei Estadual nº 5.781, de 01 de julho de 2010, criou as Turmas Recursais da Fazenda Pública

Lei 5781/10 – Juizados Estaduais da Fazenda Pública

Art. 2º. Integram o Sistema de Juizados Especiais:

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I - os Juizados Especiais Cíveis; II - os Juizados Especiais Criminais; III – os Juizados Especiais da Fazenda Pública; IV - os Juizados Especiais Adjuntos Cíveis; V - os Juizados Especiais Adjuntos criminais; VI - as Turmas Recursais Cíveis; VII - as Turmas Recursais Criminais; VIII– as Turmas Recursais da Fazenda Pública.

3 – Juizados Especiais Cíveis;

4 - Juizados Especiais Adjuntos Cíveis;

5 – Juizados Especiais Criminais; (2)

6 - Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Especiais Criminais;

7 – Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Especiais Adjuntos Criminais.

b) Haverá na Comarca da Capital, sete (1)Turmas Recursais, sendo cinco Cíveis e duas Criminais, com competência para julgamento de mandados de segurança, habeas corpus, e recursos das decisões proferidas pelos Juizados Especiais de todas as Comarcas do Estado do Rio de Janeiro, bem como de outras ações e recursos a que a lei lhes atribuir a competência.

A resposta também será correta se a afirmativa for que na Capital existem 10 Turmas Recursais: 5 cíveis, 2 criminais e 3 da fazenda pública (Lei 5.781/2010).

Lei 5781/10 – Juizados Estaduais da Fazenda Pública

Art. 35. Ficam criadas 10 (dez) Turmas Recursais, sendo 5 (cinco) Cíveis, 3 (três) da Fazenda Pública e 2 (duas) Criminais, com competência para julgamento de Mandados de Segurança, Habeas-Corpus e recursos das decisões proferidas pelos Juizados Especiais de todas as Comarcas do Estado do Rio de Janeiro, bem como de outras ações e recursos a que a lei lhes atribuir competência.

c) Nas comarcas onde não houver previsão legal ou a instalação de Juizado Especial Cível e/ou Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Especial Criminal, será instalado um Juizado Especial Adjunto Cível e/ou Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Especial Adjunto Criminal.

Parágrafo único – O Órgão Especial do Tribunal de Justiça, mediante Resolução, fixará a distribuição de competência aos órgãos previstos neste artigo, a alteração da denominação dos mesmos, bem como poderá determinar a redistribuição dos feitos em curso nas Comarcas, Juízos e Juizados, sem aumento de despesa, sempre que necessário para a adequada prestação jurisdicional.

Com fundamento neste parágrafo, o Órgão Especial edita Resoluções que possuem o condão de alterar o CODJERJ. Exemplo disso pode ser visto no art. 74, onde, por meio da Resolução nº 38/11 o TJRJ alterou a regra de tabelamento dos Juízes da Capital nos casos de suspeição, impedimentos e faltas ocasionais.

Capítulo II - Dos tribunais do júri

Art. 69 - Os tribunais do júri terão a organização estabelecida no Código de Processo Penal, competindo-lhes o julgamento dos crimes no mesmo diploma indicados.

Tribunais do Júri são regulados pelo Código de Processo Penal e tem competência para o processo e julgamento dos crimes dolosos contra a vida (crimes em que há vontade de matar a vítima): homicídio (art. 121), infanticídio (art. 123), aborto (art. 124, 125 e 126) e auxílio, induzimento ou instigação ao suicídio (art. 122), na forma consumada (a vítima morre, art. 14, I) ou tentada (não há morte da vítima, art. 14, II – todos do Código Penal).

Art. 70 - Na Comarca da Capital haverá quatro tribunais do júri, designados por números ordinais.

A Comarca da Capital é a exceção das exceções, com 4 tribunais do júri, numerados ordinalmente: 1º, 2º, 3º e 4º Tribunais do Júri. Todas as demais comarcas possuem apenas 1 tribunal do júri.

Cuidado com esta nomenclatura. Apesar de ser chamado de tribunal, o tribunal do júri é órgão da justiça de 1ª entrância, titularizado por juiz de direito.

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Art. 71 – Revogado.

Capítulo III - Dos juízes de direito

Seção I - Disposições gerais

Art. 72 - Aos juízes de direito vinculados aos respectivos juízos, compete em geral:

I - processar e julgar os feitos da competência de seu juízo;

Os juízes podem estar lotados em varas de competência mista, onde conhecem de qualquer matéria ou em várias especializadas (família, cível, criminal, fazenda pública, órfãos e sucessões etc). Um juiz exerce sua competência de acordo com a determinação do CODJERJ, por matéria e por área territorial. Qualquer atuação fora desta previsão demonstra a incompetência do juiz para julgamento, tornando o processo nulo.

II - cumprir determinações dos tribunais e autoridades judiciárias superiores;

III - inspecionar, permanentemente, os serviços a cargo dos respectivos cartórios, dando-lhes melhor coordenação, prevenindo e emendando erros ou abusos, provendo sobre a regularidade dos autos e papéis, sobre a observância dos provimentos e determinações das autoridades judiciárias, e verificando se os serventuários mantêm os referidos cartórios em ordem e com higiene;

Exercício da correição permanente.

IV - apurar as faltas e aplicar as penas disciplinares da sua competência aos servidores que lhes sejam subordinados, provocando, quando for o caso, a intervenção da Corregedoria-Geral da Justiça;

Exercício do poder disciplinar.

V - solicitar a transferência, ou remoção, de serventuário ou funcionário e pronunciar-se sobre a lotação de qualquer deles em seu juízo;

VI - abrir e encerrar os livros dos respectivos cartórios;

VII - informar, mensalmente, à Presidência do Tribunal e à Corregedoria-Geral da Justiça, até o 5º dia útil do mês subseqüente, em boletim próprio, o movimento estatístico do juízo, indicando a produção individual de cada magistrado, com os respectivos períodos de exercício, bem como a relação dos autos conclusos a cada um, com as respectivas datas.

VIII - proceder as correições gerais, nos termos das instruções baixadas pelo Corregedor-Geral da Justiça, bem como extraordinárias ou especiais, por este determinadas;

IX - decidir as reclamações contra atos praticados por serventuários ou empregados de seu juízo;

X – (Revogado);

XI - nomear "ad-hoc" serventuário e outros auxiliares da justiça, nos casos de impedimento ou falta dos titulares e seus substitutos legais;

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Servidor ad-hoc é o servidor “para o ato”. Por exemplo, na ausência de oficial de justiça há necessidade urgente de se cumprir um determinado mandado. Nomeia-se, então, um outro servidor qualquer para, naquele momento e para aquele ato, desempenhar a função de oficial. É uma exceção!!!

XII - designar escrevente ou outro serventuário para responder, de imediato, por serventia que se vagar e não contar com substituto designado, quando subordinada ao juízo, até a expedição de ato próprio pela autoridade competente (artigo 44, XIII);

Designação de Responsável pelo Expediente. Servidor que responde pela serventia na ausência de um Escrivão.

Decreto-Lei 220/75 – Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado do Rio de Janeiro

Art. 15 - Dar-se-á a vacância do cargo ou função na data do fato ou da publicação do ato que implique desinvestidura. Parágrafo único - Na vacância do cargo ou função, e até o seu provimento, poderá ser designado, pela autoridade imediatamente superior, responsável pelo expediente, aplicando-se à hipótese o disposto no art. 14.

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XIII - conceder, exceto na Comarca da Capital, licença por motivo de saúde até sessenta dias, e férias a serventuários e funcionários subordinados ao juízo;

Os juízes concedem licenças até 60 dias. Acima disto, apenas o Corregedor.

Na Capital, as licenças são concedidas diretamente pela Corregedoria, em qualquer prazo, para os servidores dos Cartórios. Servidores do Tribunal (Câmaras, Diretorias etc.) tem sua licença concedida por seu Diretor ou pelo Presidente do TJRJ, a depender do prazo.

XIV - apresentar ao Presidente do Tribunal de Justiça, quando se fizer necessário, relatório circunstanciado do estado da administração da justiça na vara ou comarca, apontando deficiências e sugerindo providências para saná-las;

XV - exercer as funções previstas no artigo 42, quando indicados pelo Corregedor-Geral da Justiça, na forma do artigo 44, XXV.

Juiz Auxiliar da Corregedoria.

§ 1º - Aos juízes de direito das comarcas de um só juízo compete, ainda em geral:

I - exercer as atribuições de diretor do foro;

Juiz Diretor do Foro é o responsável pela administração do prédio da justiça. Funcionamento de elevadores, limpeza das instalações, vagas em estacionamento etc.

Não existe nenhum critério objetivo para sua escolha, sendo de livre designação pelo Presidente do TJRJ. Também não há prazo para o exercício desta função.

II - designar serventuário que deva servir como secretário do juízo, nas suas atividades administrativas;

Secretário do Juízo. Realiza concretamente as funções da direção do Foro, levando ao magistrado os casos necessários de relatório.

III - informar sobre os candidatos à nomeação de juiz de paz e seus suplentes, e dar posse aos nomeados;

A posse do Juiz de Paz é dada pelo juiz com competência em matéria de Registro Civil das Pessoas Naturais. Sendo um único Juiz, por óbvio esta competência é dele.

Sobre juízes de paz, vide artigos 158 a 160 deste Código.

IV - nomear juiz de paz "ad-hoc", nos casos de falta, ausência ou impedimento do titular e de seus suplentes.

§ 2º - Os juízes de direito não poderão, em nenhuma hipótese, exercer as funções de auxílio ou assessoramento ao Presidente do Tribunal de Justiça, ao 3º Vice-Presidente e ao Corregedor-Geral da Justiça por período, contínuo ou intercalado, superior a 04 (quatro) anos.

Limitação temporal ao exercício da função de juiz auxiliar. Máximo de 4 anos, de forma direta ou somados os períodos. Apenas juízes de direito de entrância especial podem exercer estas funções de auxílio e assessoramento.

Art. 73 - Ao juiz de direito no exercício da direção do foro compete:

I - supervisionar os serviços de administração e o policiamento interno do edifício ou dependências da sede do foro local, sem prejuízo da competência dos demais juízes quanto à polícia das audiências e sessões do júri;

II - requisitar material e solicitar providências para manutenção e conservação das instalações e bens das partes comuns do foro;

III - exercer permanentemente fiscalização de todos os serviços comuns a diversas varas e os do foro extrajudicial da comarca, cabendo-lhe decidir reclamações e aplicar penas disciplinares de sua competência contra os respectivos servidores, com o recurso, no prazo de cinco dias, para o Corregedor-Geral da Justiça;

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IV - realizar, anualmente, correições gerais nas serventias da Comarca, salvo as escrivanias de cada juízo e serviços administrativos das Varas da Infância, da Juventude e do Idoso, a cargo dos respectivos juízes, de acordo com o calendário e instruções expedidas pela Corregedoria-Geral da Justiça;

V - proceder, trimestralmente, à inspeção sumária nas serventias sob sua fiscalização, sem prejuízo das que devam realizar, de modo específico, os juízes com competência para os registros públicos (artigos 89, VI, e 90, IV);

A inspeção assemelha-se a uma correição. É, também, uma verificação sobre o correto exercício da função judicial.

VI - presidir comissões de inquérito administrativo, correições especiais ou extraordinárias, sindicâncias e concursos públicos para provimento de cargos, no âmbito da comarca, mediante designação do Corregedor- Geral da Justiça;

VII - autorizar, mediante pedido justificado, a distribuição com atraso de atos notariais, bem como sua baixa e retificação, impondo as sanções administrativas cabíveis;

VIII - exercer as demais atividades administrativas atribuídas em geral a um só juiz, no que couber, bem como as conferidas em atos normativos do Presidente do Tribunal de Justiça e do Corregedor-Geral da Justiça.

§ 1º - Nas comarcas de mais de uma vara, a função de diretor do foro será exercida por juiz da comarca designado, juntamente com um substituto para o encargo, pelo Presidente do Tribunal de Justiça.

Regra geral da Presidência: DESIGNAÇÃO de juiz é sempre da competência do Presidente.

§ 2º - Nas sedes das varas centrais e nas regionais também funcionarão juízes, juntamente com seus substitutos, para o encargo, com as funções de diretor do foro com as atribuições dos incisos I, II e VIII, mediante idêntica designação.

Art. 74 - Os Juízes de Direito titulares de varas e de comarcas de um só juízo serão substituídos, nos casos de férias, licenças, afastamentos e vacância:

Regras de substituição em caso de FLAV (Férias, Licenças, Afastamentos e Vacância).

I - pelos juízes de direito das regiões judiciárias;

A primeira regra é sempre designar juiz regional.

II - em caso de necessidade, por outro juiz titular da mesma comarca ou de comarca vizinha.

Juiz em acumulação. Exerce a titularidade em sua Comarca ou Vara e auxilia na Comarca ou Vara em que o juiz está fora por FLAV.

Parágrafo único - A substituição, nos casos de impedimento, suspeição e faltas ocasionais, far-se-á da em conformidade com tabela expedida pelo Presidente do Tribunal de Justiça:

Regras de substituição em caso de SIFO (Suspeição, Impedimento e Faltas Ocasionais). O parágrafo único sofreu alteração recente, modificando o Tabelamento nas Comarcas de Entrância Especial, pela Resolução nº 38/11, regulamentada pelo Ato Executivo nº 5313/11, em anexo ao fim deste Código.

I – na Comarca da Capital:

O tabelamento ocorrerá dentro dos Grupos definidos pelo Ato Executivo 5313/2011 (são, ao todo, 29 grupos, englobando todas as Varas e Comarcas de Entrância Especial). Vide o Anexo deste Código.

No caso de não ser possível o tabelamento dentro do mesmo grupo, cabe ao Presidente, em cada caso, DESIGNAR o Juiz Tabelar.

II - nas comarcas de segunda e primeira entrância, observar-se-á, tabela expedida pelo Presidente do Tribunal de Justiça;

Na prática houve uma igualação entre a regra das Comarcas de Entrância Especial com as de 1ª e 2º Entrância, que sempre obedeceram a uma Tabela expedida pelo Presidente do TJRJ.

III - revogado.

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Seção II - Dos juízes da região judiciária especial

Art. 75 - Na Região Judiciária Especial, correspondente às comarcas de entrância especial, terão exercício 126 juízes de direito regionais de entrância comum, numerados ordinalmente, cabendo-lhes substituir e auxiliar os respectivos juízes de direito titulares, conforme designação da Presidência do Tribunal de Justiça.

Os juízes regionais da Região Judiciária Especial são distribuídos em Grupos, conforme o anexo deste Código, atuando nos casos de FLAV e auxílio aos Juízes Titulares dentro de seus respectivos grupos.

§ 1º - Nas varas em que houver juiz auxiliar, a este caberá a substituição de juiz de direito, designando-se outro juiz para as funções de auxiliar, sempre que necessário.

Quando já houver juiz auxiliar na Vara, a substituição sempre ocorrerá com este. Se for necessário será designado outro auxiliar.

§ 2º - Nas varas em que houver mais de um auxiliar, a substituição do juiz de direito caberá ao mais antigo dos juízes em funções de auxiliar, observado o disposto no parágrafo anterior.

§ 3º - A designação do juiz para o Serviço de Distribuição da Corregedoria será feita para o período de dois meses, não podendo o mesmo juiz ser designado mais de uma vez em cada ano.

A presidência da Distribuição de feitos na 1ª Instância é da competência do Corregedor, que pode contar com juiz para fiscalização do serviço. Esta designação é de, no máximo, 2 meses e não pode se repetir no mesmo ano.

Art. 76 - Aos juízes que servirem como auxiliares nas varas cíveis e criminais caberá exercer as funções dos juízes de direito nos processos que lhes forem pelos mesmos designados.

Compete ao juiz titular designar os processos para os juízes auxiliares.

§ 1º - A delegação poderá ser feita em cada processo, no momento do despacho da inicial, denúncia ou flagrante, ou poderá obedecer aos critérios de valor e natureza das causas, ou, em matéria penal, da natureza da infração, conforme for estipulado em portaria pelo Juiz de Direito.

§ 2º - Em nenhuma hipótese poderá o Juiz de Direito delegar ao auxiliar mais da metade dos feitos distribuídos à sua vara.

§ 3º - Para estrita observância do disposto no parágrafo anterior, determinará o Juiz de Direito a elaboração de uma tabela diária das delegações, fazendo-se semanalmente as compensações necessárias.

§ 4º - Na falta de prévia estipulação de critérios de delegação, os feitos de numeração ímpar, em cada cartório, caberão ao juiz de direito, e os de numeração par, ao auxiliar.

Regra geral no caso de ausência de delegação. Juiz titular (1º) fica com ímpar e juiz auxiliar (2º) fica com par.

Para ajudar a compreender: Juiz titular é um, o primeiro da vara. Um é ímpar. Estes são seus processos. O juiz auxiliar é dois, o segundo juiz da vara. Dois é par. Estes são seus processos.

§ 5º - Será consignado na autuação de cada feito o juiz a que cabe o seu processo e julgamento.

Art. 77 - Aos juízes que forem designados auxiliares junto às varas da fazenda pública compete, se outra não lhes for cometida pelo respectivo Juiz de Direito, a atribuição de processar e julgar as execuções fiscais e seus incidentes.

Regra geral no caso de ausência de delegação nas Varas de Fazenda Pública. Juiz auxiliar fica com as execuções fiscais e incidentes (embargos à execução, ações anulatórias de débito fiscal etc.).

Parágrafo único - As delegações obedecerão aos critérios fixados no § 1º do artigo anterior.

Art. 78 - Ao juiz do Serviço de Distribuição da Corregedoria-Geral da Justiça, compete, precipuamente, presidir audiência de distribuição dos feitos, observadas as determinações do Corregedor-Geral da Justiça e a legislação vigente, podendo, ainda para a distribuição, adotar meios mecânicos ou não, desde

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que, no último dia do mês, resulte a igualdade de feitos a cada Juízo, no âmbito da respectiva competência.

Juiz que acompanha a distribuição. Atua por no máximo 2 meses e não pode ser designado duas vezes no mesmo ano. Atenção: a lei não exige que seja um juiz de entrância especial.

§ 1º - Designados a vara e o cartório e feito na petição o devido lançamento, com menção do oficial do registro a que competir, a ele serão remetidas as petições e documentos que as instruam, incumbindo ao oficial registrá-las e remetê-las, sob protocolo, a seguir aos respectivos cartórios.

§ 2º - A distribuição das ações para cobrança da dívida ativa promovida pela Fazenda Estadual, ou Municipal, entre os escrivães das Varas da Fazenda Pública, será feita alternadamente na ordem de apresentação de certidão da dívida.

§ 3º - Os habeas-corpus, os feitos que comportarem a concessão de liminar e as medidas cautelares poderão, em caso de urgência, ser distribuídos fora das audiências.

§ 4º - Sem prejuízo das atribuições do Corregedor-Geral da Justiça, as audiências de distribuição nas Comarcas do interior e nos núcleos das varas regionais da Comarca da Capital serão presididas por Juiz de Direito, observadas as normas específicas estabelecidas por aquela autoridade e neste artigo.

§ 5º - Para a distribuição dos feitos a que se refere a Lei nº 5.478, de 25 de julho de 1968, serão observadas, obrigatoriamente, as normas do artigo 251, do Código de Processo Civil, salvo nos casos de continência ou conexão, assim declarados pelo Juiz de Direito da ação precedente.

Lei de Alimentos. Prevê a possibilidade de a inicial ser despachada diretamente com um Juiz, sem prévia distribuição.

Lei 5478/68 – Lei de Alimentos

Art. 1º. A ação de alimentos é de rito especial, independente de prévia distribuição e de anterior concessão do benefício de gratuidade. § 1º A distribuição será determinada posteriormente por ofício do juízo, inclusive para o fim de registro do feito.

Código de Processo Civil

Art. 251. Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver mais de um juiz ou mais de um escrivão.

Art. 79 - Poderá o Presidente do Tribunal de Justiça designar os juízes de direito a que se refere esta seção para o exercício cumulativo, observado o disposto nos incisos V e VI do artigo 30 salvo em caso de força-maior.

Parágrafo único - Enquanto não instaladas as varas de família da Comarca da Capital criadas por esta lei, servirão, obrigatoriamente, nas 1ª à 6ª Varas de Família, juízes de direito com funções de auxílio.

Seção III - Dos juízes das demais regiões judiciárias

Art. 80 - Nas demais regiões judiciárias terão exercício 43 Juízes de Direito, distribuídos conforme quadro em anexo. (Redação dada pela Lei 6019/2011, de 24 de agosto de 2011).

Art. 81 - Os juízes com exercício na primeira região judiciária funcionarão em substituição ou auxílio de juízes de direito de qualquer outra região, como forem designados pelo Presidente do Tribunal de Justiça.

Região Judiciária Geral – 1ª Região. Servem no auxílio ou substituição em qualquer Vara ou Comarca do Estado. Não estão presos a uma região geográfica.

Art. 82 - Aos juízes com exercício nas outras regiões judiciárias, compete substituir, nos casos de férias, licenças, afastamentos e vacância, os juízes de direito titulares das comarcas ou varas das respectivas regiões, e auxiliá-los, quando designados pelo Presidente do Tribunal de Justiça.

Não se trata, como pode parecer, de Juízes substitutos. São juízes em exercício. Juiz Substituto é carreira da magistratura e não integram as regiões judiciárias.

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Parágrafo Único - Nas regiões de mais de um juiz, seus titulares serão numerados ordinalmente e exercerão suas funções de acordo com tabela organizada anualmente pelo Presidente do Tribunal de Justiça, que determinará o grupo de varas ou comarcas a cargo de cada um.

Art. 83 - Quando designados para auxiliares de juízes de direito, os juízes regionais terão as suas atribuições fixadas pelo Presidente do Tribunal de Justiça no ato da designação.

Atenção!!! Quando o juiz auxiliar for da Região Judiciária Especial tem regra própria de atribuição (ver arts. 76 e 77). Quando forem os juízes regionais das demais regiões, as atribuições serão fixadas pelo Presidente do TJRJ, no ato da designação.

Capítulo IV - Dos juízes de direito do cível

Art. 84 - Os Juízes de Direito das Varas Cíveis têm competência genérica e plena na matéria de sua denominação, inclusive no que se refere às causas de reduzido valor econômico ou de menor complexidade, ressalvada a privativa de outros juízes, competindo-lhes, ainda, cumprir precatórias pertinentes à jurisdição cível. Parágrafo único - Os Juízes de Direito dos Juizados Especiais Cíveis e dos Juizados Especiais Adjuntos Cíveis têm a competência prevista no Capítulo II, Seção I, da Lei Federal nº 9.099/1995, incluindo-se a conciliação dos litígios regulados pela Lei Federal nº 8.078/1990, que versem sobre matéria cível.

A designação “juízes do cível” é uma designação genérica que abarca todas as competências que não for criminal. Assim, neste capítulo veremos juízes com competência cível, de família, de órfãos e sucessões, de fazenda pública etc. Em capítulo separado os juízes com competência criminal.

Esta mesma divisão (cível / criminal) é realizada no Tribunal, nas Câmaras Isoladas em que todas as matérias não criminais são de competência das Câmaras Cíveis e a criminal da Câmara Criminal.

Art. 85 - Compete aos juízes de direito, especialmente em matéria de família:

I - processar e julgar:

a) as causas de nulidade e anulação de casamento, desquite e as demais relativas ao estado civil, bem como outras ações fundadas em direitos e deveres dos cônjuges, um para com o outro, e dos pais para com os filhos ou destes para com aqueles;

b) as ações de investigação de paternidade, cumuladas, ou não, com as de petição de herança;

c) as causas de interdições e as de tutela ou emancipação de menores, cabendo-lhes nomear curadores ou administradores provisórios, e tutores, exigir-lhes garantias legais, conceder-lhes autorizações, suprir-lhes o consentimento, tomar-lhes contas, removê-los e substituí-los;

d) as ações concernentes ao regime de bens do casamento, ao dote, aos bens parafernais e às doações antenupciais;

e) as ações de alimentos fundadas em relação de direito de família, inclusive quando o requerente for idoso, e as de posse e guarda de filhos menores, quer entre pais, quer entre estes e terceiros, assim como as de suspensão e perda do pátrio poder, nos casos dos arts. 393 a 395 e 406, nº II, do Código Civil/16 (arts. 1635 a 1638 e 1728, II CC/02), nomeando, removendo e destituindo tutores, exigindo-lhes garantias legais, concedendo-lhes autorizações e tomando as suas contas, ressalvadas as causas da infância, da juventude e do idoso;

Cuidado nesta competência. Podemos ter obrigação alimentar fundada em ação de reparação de danos, quando alguém fica responsável pela manutenção dos alimentos (verba alimentar) de outra pessoa em virtude de condenação à reparação do dano causado. Nestes casos, a competência é de juiz de Vara Cível.

f) as ações de extinção do pátrio poder nos casos dos números II e IV do art. 392 do Código Civil;

g) as ações decorrentes de união estável e sociedade de fato entre homem e mulher, como entidade familiar (art. 226, parágrafos 3º e 4º da Constituição da República Federativa do Brasil), regulamentadas em leis ordinárias.

h) os pedidos de adoção de maior de dezoito anos;

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Adoção de menor de 18 anos é da competência dos Juízes da Infância e da Juventude (também cíveis nesta visão genérica do termo).

i) os requerimentos de registro tardio de nascimento, na forma do artigo 46, §4º, da Lei 6.015/73.

II - suprir, nos termos da lei civil, o consentimento do cônjuge e, em qualquer caso, o dos pais, ou tutores, para o casamento dos filhos ou tutelados sob sua jurisdição;

III - praticar todos os atos de jurisdição voluntária necessários à proteção da pessoa dos incapazes e à administração de seus bens, ressalvada a competência dos juízes da infância, da juventude e do idoso e de órfãos e sucessões;

IV - conceder aos pais ou representantes de incapazes autorização para a prática de atos dela dependentes;

V - cumprir as precatórias pertinentes à matéria da sua competência.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Precatórias ou Cartas Precatórias são diligências expedidas por juízes de direito com pedido para que outro juiz cumpra determinado ato em área territorial de sua competência. Difere das Cartas de Ordem, que são determinações emanadas do Tribunal para juiz de direito, a fim de que este cumpra determinada diligência. A diferença está na hierarquia administrativa (não funcional). De juiz para juiz = carta precatória. De Desembargador para juiz = carta de ordem.

§ 1º - A acumulação com pedido de caráter patrimonial não altera a competência estabelecida neste artigo.

§ 2º - Cessa a competência do juízo de família desde que se verifiquem as hipóteses do artigo 92, XI.

Casos em que a criança (ou idoso) passa a estar em situação de risco. Competência das Varas da Infância, da Juventude e do Idoso.

§ 3º - Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior, a nomeação do tutor, na forma deste artigo, previne a jurisdição do juiz de família sobre a pessoa e bens do menor, não obstante a competência atribuída às varas de órfãos e sucessões.

Art. 86 - Compete aos juízes de direito, especialmente em matéria de interesse da Fazenda Pública:

I - Processar e julgar:

Lei 5781/10 – Juizados Estados da Fazenda Pública

Art. 16. Os Juizados Especiais da Fazenda Pública são unidades Jurisdicionais autônomas, presididas por Juiz de Direito e servidas por cartórios judiciais oficializados com servidores próprios, com a competência de processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse do Estado e dos Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.

a) as causas de interesse do município ou de autarquia, empresa pública e fundações municipais;

Por força da Resolução nº 29, de 03/10/2011 foi retirada desta alínea a “sociedade de economia mista”, tendo em vista que esta tem natureza jurídica de direito privado e são portanto, de competência dos juízes de natureza cível ou de juizado especial cível. Aplicação da regra do art. 68, parágrafo único.

b) os mandados de segurança e as ações populares contra ato de autoridade municipal, representante de entidade autárquica municipal e de pessoa natural ou jurídica com funções delegadas do Poder Público Municipal;

c) a execução fiscal de qualquer origem e natureza;

d) as causas em que for parte instituição de previdência social e cujo objeto for benefício de natureza pecuniária, quando o segurado ou beneficiário tiver domicílio na comarca e esta não for sede de vara do Juízo Federal (Constituição da República, art. 109, § 3º);

Constituição da República

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: § 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja

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sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.

e) processar as justificações requeridas para instruir pedido de benefício junto às instituições de previdência e assistência dos servidores estaduais, quando o requerente for domiciliado ou residente na comarca;

f) as medidas cautelares nos feitos de sua competência;

II - dar cumprimento às precatórias em que haja interesse de qualquer Estado ou Município, respectivas autarquias, empresas públicas ou fundações por eles criadas.

Por força da Resolução nº 29, de 03/10/2011 foi retirada deste inciso a “sociedade de economia mista”, tendo em vista que esta tem natureza jurídica de direito privado e são portanto, de competência dos juízes de natureza cível ou de juizado especial cível.

III - zelar pela pronta execução das causas fiscais, das diligências ordenadas pelo Juízo, notadamente dos mandados e recolhimento de valores recebidos pelos escrivães e oficiais de justiça, determinando, incontinenti, a baixa na distribuição, quando for o caso.

Art. 87 - Compete aos juízes de direito, especialmente em matéria de órfãos, sucessões e provedoria:

I - processar e julgar:

a) os inventários, arrolamentos e outros feitos a eles pertinentes ou deles decorrentes;

b) as causas de nulidade e anulação de testamentos e legados e, bem assim, as pertinentes à execução de testamento;

c) as causas relativas à sucessão 'mortis causa', salvo as de petição de herança, quando cumuladas com investigação de paternidade;

d) as causas que envolvem bens vagos ou de ausentes e a herança jacente, salvo as ações diretas contra a Fazenda Pública;

e) as ações de prestações de contas de tutores, testamenteiros, inventariantes e demais administradores sujeitos à sua jurisdição;

f) as ações declaratórias de ausência, ainda quando intentadas para fins exclusivamente previdenciários.

II - julgar as impugnações às contas dos tesoureiros e de quaisquer responsáveis por hospitais, asilos e fundações que recebem auxílio dos cofres públicos ou em virtude de lei, removendo os administradores, e nomeando quem os substitua, se de outro modo não dispuserem os estatutos ou regulamentos;

III - abrir os testamentos cerrados e codicilos e decidir sobre a aprovação dos testamentos particulares, ordenando, ou não, o registro, inscrição e cumprimento deles e dos testamentos públicos;

IV - conceder prorrogação de prazos para abertura e encerramento de inventários;

V - proceder à liquidação de firmas individuais em caso de falecimento do comerciante, e à apuração de haveres de inventariado, em sociedade de que tenha participado;

VI - processar e cumprir as precatórias pertinentes à matéria de sua competência.

Art. 88 - Compete aos juízes de direito, especialmente em matéria de acidentes do trabalho:

a) exercer as atribuições constantes da legislação especial sobre acidentes do trabalho, cabendo-lhes o processo e julgamento de todos os feitos administrativos e contenciosos relativos à espécie, ainda que interessada a fazenda pública, ou quaisquer autarquias;

b) dar cumprimento às precatórias pertinentes à matéria de sua competência.

Parágrafo único - Os juízes de acidentes darão o destino adequado ao dinheiro dos menores e interditos, tendo em vista o interesse dos mesmos.

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Art. 89 - Compete aos juízes de direito, especialmente em matéria de registro público, salvo o de registro civil das pessoas naturais:

I - processar e julgar os feitos contenciosos e administrativos, principais, acessórios e seus incidentes relativos aos registros públicos;

II – processar e decidir as dúvidas levantadas por notários e oficiais de registro público com fundamento nos artigos 198 da Lei n.º 6.015/73; 103, parágrafo único, da Lei n.º 6.404/76 e 38, §1º e 44, §2º da Lei Estadual n.º 3.350/99, ressalvado, em qualquer hipótese, o cumprimento de ordem proferida por outro juiz;

III – processar e decidir as consultas formuladas para casos concretos por notários e oficiais do registro público, vedada a formulação de consulta com caráter genérico ou normativo;

IV - processar e decidir as dúvidas e consultas de matéria administrativa que versem sobre o valor dos emolumentos e adicionais incidentes sobre os mesmos, ouvido previamente o departamento técnico da Corregedoria-Geral da Justiça, ficando os efeitos da decisão sujeitos ao referendo do Corregedor-Geral da Justiça;

V - processar e decidir os mandados de segurança impetrados contra ato de registradores e tabeliães;

VI - processar e decidir os pedidos de cancelamento de procuração;

VII – ordenar registro de periódicos, oficina impressora, empresa de radiodifusão e de agenciamento de notícias e aplicar multa por falta desse registro ou averbação de suas alterações, na forma da lei;

VIII – prover quanto à autenticação, inclusive por meios mecânicos, os livros dos tabeliães e oficiais de registro público que ficarão sob sua imediata inspeção;

IX – determinar averbações, cancelamentos, retificações, anotações e demais atos de jurisdição voluntária, relativos a registros públicos;

X - cumprir precatórias pertinentes à matéria de sua competência.

§ 1º. Excluem-se da competência definida neste artigo as causas em que houver interesse da Fazenda Pública, bem como os processos administrativos que tenham origem no artigo 17, §3º

§ 2º. As decisões proferidas no âmbito dos incisos II e III deste artigo, salvo as oriundas do artigo 38, §1º, da Lei Estadual n.º 3.350/99, estão sujeitas a duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmadas pelo Conselho da Magistratura, que apreciará, também, os recursos interpostos pelos interessados.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Duplo grau obrigatório ou duplo grau de jurisdição diz respeito a questões (podem ser processuais ou administrativas, como no caso) em que a decisão proferida pelo juiz de 1º grau (1ª instância) somente terá eficácia (valerá) se for confirmada pelo órgão superior, no caso o Conselho da Magistratura. Enquanto não houver esta segunda manifestação a decisão não surtirá efeitos.

Art. 90 - Compete aos juízes de direito, especialmente em matéria de registro civil de pessoas naturais:

I - exercer todas as atribuições relativas ao registro civil, inclusive a celebração dos casamentos;

Em regra, a celebração de casamentos é matéria do Juiz de Paz, mas nada impede que o próprio Juiz de Direito realize sua celebração, desde que haja pedido neste sentido e autorização do TJRJ.

II - conhecer da oposição de impedimentos matrimoniais e demais controvérsias relativas à habilitação para casamento;

III - processar e julgar as justificações, retificações, anotações, averbações, cancelamentos e restabelecimentos dos respectivos assentos, excetuando-se os requerimentos de registro tardio de nascimento, na forma do artigo 46, §4º da Lei 6.015/73;

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IV – fiscalizar, no exercício de suas atividades, o cumprimento das normas legais e regulamentares por parte dos registros civis das pessoas naturais, comunicando à Corregedoria Geral da Justiça qualquer irregularidade constatada;

V - processar e cumprir as precatórias pertinentes à matéria de sua competência;

VI - processar e decidir as dúvidas levantadas pelos Oficiais de Registro Civil de Pessoas Naturais, com fundamento no artigo 198 da Lei nº 6015/73 e no artigo 38, §1º da Lei Estadual nº 3350/99;

VII - processar e decidir as consultas formuladas para casos concretos por Oficiais de Registro Civil de Pessoas Naturais, vedada a formulação de consulta com caráter genérico ou normativo;

VIII - processar e decidir os mandados de segurança impetrados contra atos dos Oficiais de Registro Civil;

IX - processar e decidir as dúvidas e consultas de matéria administrativa que versem sobre o valor dos emolumentos e adicionais incidentes sobre os mesmos, ouvindo previamente o Departamento Técnico da Corregedoria Geral da Justiça, ficando os efeitos da decisão sujeitos ao referendo do Corregedor-Geral da Justiça.

Parágrafo único - As decisões proferidas no âmbito dos incisos VI e VII, salvo as oriundas do art. 38, §1º da Lei Estadual nº 3350/99, estão sujeitas a duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmadas pelo Conselho da Magistratura, que apreciará, também, os recursos interpostos pelos interessados.

Art. 91 - Compete aos Juízes de Direito, especialmente em matéria de falências e concordatas:

I - processar e julgar:

Por força da Resolução nº 20 de 01/07/2010 foi incluída na competência dos juízes de falência e concordatas o processo e julgamento das ações diretamente relacionadas às sentenças arbitrais que envolvam as matérias elencadas no inciso I do art. 91 do CODJERJ.

a) as falências e concordatas e os feitos que, por força de lei, devam ter curso no juízo da Vara Empresarial;

b) os feitos que, por força da lei, devam ter curso no juízo da falência ou da concordata;

c) as execuções por quantia certa contra devedor insolvente, inclusive o julgamento do pedido de declaração de insolvência;

d) as causas relativas a Direito Societário, especificamente:

1 - nas em que houver atividade fiscalizadora obrigatória da Comissão de Valores Mobiliários;

2 - nas que envolverem dissolução de sociedades comerciais, conflitos entre sócios cotistas ou demais acionistas de sociedades comerciais, ou conflitos entre sócios e as sociedades de que participem;

3 - as relativas a liquidação de firma individual;

4- nas que digam respeito a conflitos entre titulares de valores mobiliários e a companhia que os emitiu, ou conflitos sobre responsabilidade pessoal de acionista controlador ou dos administradores de sociedade comercial, ou ainda conflitos entre diretores, membros de conselhos ou de órgãos da administração e a sociedade.

e) as causas relativas à propriedade industrial e nome comercial;

f) as causas em que a Bolsa de Valores for parte ou interessada;

g) as causas relativas a Direito Marítimo, especialmente nas ações:

a. que envolverem indenização por falta, extravio, ou avarias, inclusive às relativas a sub-rogações;

b. relativas à apreensão de embarcações;

c. ratificações de protesto formado a bordo;

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d. relativas à vistoria de cargas;

e. relativas à cobrança de frete e sobrestadia.

II - cumprir as precatórias pertinentes à matéria de sua competência.

Art. 92 - Compete aos juízes de direito, especialmente em matéria da infância, da juventude e do idoso:

I - processar, julgar e praticar todos os atos concernentes a crianças e adolescentes em situação irregular e de risco e ao idoso abrigado ou abandonado ou em situação de risco, situações definidas nas respectivas legislações (arts. 98, da Lei 8069/90 e 43, da lei 10741/03), determinando as medidas relativas à sua guarda ou abrigo, tratamento, vigilância, assistência e educação;

Por força da Resolução nº 21 de 22/06/2010 foi decidido que a competência dos juízes da infância, da juventude e do idoso será fixada pelo lugar onde se encontre o menor envolvido (residência dos pais ou responsáveis, se for guarda compartilhada no juízo onde correu o processo de guarda) e, no casos de abrigamento do local onde se encontre a entidade de acolhimento institucional.

II - conceder suprimento de idade para o casamento da menor de dezesseis anos, ou do menor de dezoito anos subordinados à sua jurisdição, nos termos do Código Civil;

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Segundo dispõe o Código Civil, o homem e a mulher atingem a idade núbil (em que podem contrair casamento) aos 16 anos (art. 1.517). A partir desta idade, desde que haja consentimento dos pais os menores podem se casar. Abaixo desta idade, mesmo com o consentimento, é necessária a autorização judicial.

Código Civil

Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.

III - designar, mediante autorização do Corregedor-Geral da Justiça, colaboradores voluntários da infância da juventude e do idoso, que auxiliarão os comissários de justiça da infância, da juventude e do idoso, ocupantes de cargo efetivo, até o número pelo mesmo fixado, escolhidos entre os candidatos que preencham os seguintes requisitos:

a) a idade máxima de setenta anos;

b) Vetado.

c) profissão compatível com o exercício do cargo, podendo ser aposentado;

d) situação familiar definida;

e) bons antecedentes;

f) apresentação de declaração médica que ateste sanidade física e mental;

IV - determinar, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou de qualquer interessado, a apreensão e distribuição de impressos que ofendam a moral e aos bons costumes e, no caso de reincidência, determinar suspensão da impressão, circulação ou distribuição do jornal ou periódico, pelo prazo que assinar;

V - determinar, em portaria, a forma de distribuição do serviço entre os juízes auxiliares e sua substituição recíproca, em virtude de faltas eventuais, impedimentos, férias ou licenças, enquanto não substituídos pelo Presidente do Tribunal de Justiça;

VI - avocar, quando julgar necessário, processos distribuídos a juiz auxiliar da infância, da juventude e do idoso;

AUMENTANDO O CONHECIMENTO

Avocar significa chamar para si algo que é de sua competência. O juiz auxiliar trabalha por delegação da competência do juiz titular. Assim, o juiz titular, quando julgar necessário, pode “retomar” sua competência, avocando o processo.

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VII - exercer a censura de exibições ou transmissões no cinema, teatro, rádio, televisão ou de outro meio de exibição pública, determinando, em provimento, os critérios gerais a serem adotados (Decreto nº 20.493, de 24 de janeiro de 1946, artigo 273);

Cuidado com o termo. Censura não é a proibição, mas classificação etária da programação. A censura (proibição) prévia não existe mais em nosso sistema.

VIII – fiscalizar e orientar estabelecimentos públicos e particulares de internação e abrigos de crianças, adolescentes e idosos, a fim de assegurar o bem-estar dos mesmos e coibir eventuais irregularidades, apresentando relatório trimestral à Corregedoria-Geral da Justiça.

IX - conhecer de pedidos de adoção de criança e adolescente e seus incidentes;

X – fiscalizar e orientar instituições, programas, organizações governamentais e não governamentais e quaisquer outras entidades de atendimento à criança, ao adolescente e ao idoso, em conjunto com o Ministério Público, a fim de assegurar o funcionamento eficiente em prol dos interessados e coibir irregularidades, apresentando relatório trimestral à Corregedoria Geral de Justiça;

XI – quando se verificarem as hipóteses do art. 98 da Lei Federal nº 8069/90 ou do art. 43 da Lei Federal nº 10.741/03, dentre elas, especialmente, as situações que coloquem a criança, o adolescente ou o idoso em situação de risco por abuso sexual, e / ou maus tratos físicos e /ou psicológicos, comissivos ou omissivos, por parte daqueles que exercem a guarda, a tutela ou a curatela:

Lei 8069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; III - em razão de sua conduta.

Lei 10741/03 – Estatuto do Idoso

Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados: I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento; III – em razão de sua condição pessoal.

a) conhecer de pedidos de guarda, tutela, ou curatela;

b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da guarda, tutela ou curatela;

c) suprir a capacidade ou consentimento para o casamento;

d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao exercício do poder familiar;

e) conceder a emancipação;

f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação ou de outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de crianças, adolescente ou idoso;

XII – conhecer de pedidos de registro civil de nascimento tardio de criança, adolescente ou idoso, e regularizar seus registros de nascimento e óbito no curso de outro procedimento de sua competência e nos casos do “caput” do inciso XI deste artigo;

XIII – cumprimento de precatórias pertinentes à matéria de sua competência.

§ 1º - Os colaboradores voluntários da Infância, da Juventude e do Idoso, a que se refere o inciso III, desde artigo, serão designados sem ônus para os cofres públicos, podendo ser dispensados, ad nutum, pelo juiz.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Colaborador voluntário não recebe remuneração dos cofres públicos. A função é gratuita.

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A expressão ad nutum corresponde a uma decisão que determinada autoridade pode tomar sem maiores formalidades administrativas, ao seu livre arbítrio, por isso dispensa – inclusive – qualquer fundamentação.

§ 2º - Terão preferência para a designação os candidatos que, além de preencherem os requisitos enumerados no inciso III, forem bacharéis em assistência social ou em psicologia, bem como os que possuam prática de no mínimo dois anos, decorrentes de trabalho, de qualquer natureza, junto a crianças, adolescentes ou idosos, em instituições, públicas ou privadas, que a esses se dediquem.

§ 3º - Para efeito de aferição da idoneidade dos candidatos, poderá o juiz da Infância, da Juventude e do Idoso instituir comissão de seleção, integrada por três membros e por ele presidida, ou por quaisquer Juízes de Direito, seus auxiliares.

§ 4º - É incompatível com o exercício da função de colaborador voluntário da Infância, da Juventude e do Idoso, ou de Comissário de Justiça da Infância, da Juventude e do Idoso, o trabalho o interesse econômico seu, do cônjuge, do descendente ou ascendente e, ainda, de parentes afins até o terceiro grau, em estabelecimento, empresa ou qualquer atividade sujeita à fiscalização da vara da Infância, da Juventude e do Idoso.

§ 5º - O Juiz da Infância, da Juventude e do Idoso poderá superar o limite de idade estabelecido na letra “a” do inciso III deste artigo, mediante requerimento fundamentado ao Corregedor Geral da Justiça.

Capítulo V - Dos juízes de direito do crime

Art. 93 - Os Juízes de Direito das Varas Criminais têm competência genérica e plena na matéria de sua denominação, ressalvada a privativa de outros juízes ou os feitos de menor potencial ofensivo definidos na forma da lei. Competindo ainda, especialmente, em matéria criminal:

I - Processar e julgar:

a) as ações penais, inclusive as de natureza falimentar, bem como a execução, e respectivos incidentes, das decisões e sentenças nelas proferidas, ressalvadas a competência da Vara de Execuções Penais;

AUMENTANDO O CONHECIMENTO

Ações penais de natureza falimentar, são ações que julgam crimes cometidos na falência (crimes falimentares).

b) as medidas cautelares e de contracautela que recaiam sobre pessoas ou bens ou visem à produção de prova, podendo também decretá-las ou revogá-las de ofício, nas hipóteses previstas nas leis processuais penais;

c) os pedidos de reabilitação;

d) os "habeas-corpus" e mandados de segurança contra atos das autoridades policiais e administrativas;

II - Decretar a perda, em favor da União ou do Estado, dos instrumentos e produtos do crime, após o trânsito em julgado da sentença condenatória;

Código Penal

Art. 91 - São efeitos da condenação: II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.

III - Passar o condenado ou o réu sujeito à medida de segurança, após o trânsito em julgado da respectiva sentença, à disposição da Vara de Execução Penais, quando a esta couber a execução, mediante carta de sentença, desdobrada em instrumentos executórios individuais quando houver multiplicidade de réus, com os requisitos, conforme o caso, dos artigos 106 ou 173 da Lei de Execução

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Penal, expedida se o réu estiver preso ou internado ou após o seu recolhimento, ficando os autos arquivados no próprio juízo;

A Vara de Execuções Penais, ou VEP, tem sede na Capital e jurisdição em todo o Estado do Rio de Janeiro. Sua competência abrange a execução das penas privativas de liberdade e medidas de segurança impostas pelos juízes de direito com competência criminal de todo o Estado.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Medida de segurança é a medida de internação ou o tratamento ambulatorial imposto na sentença quando o réu não tiver discernimento sobre o fato criminoso cometido ou tiver discernimento reduzido. Não é uma pena restritiva de liberdade, mas uma medida de cautela aplicada quando há periculosidade do acusado ou necessidade de tratamento. O termo sentença absolutória imprópria deriva daqui, porque um juiz pode absolver o réu de um crime e, ainda assim, impor uma medida de segurança em seu desfavor.

IV - Adotar o mesmo procedimento do inciso anterior quando no curso da execução venha a ser revogada a suspensão condicional ou ocorrer a conversão em privativa de liberdade, da pena de outra natureza inicialmente imposta ao condenado;

V - Proceder mensalmente à inspeção das cadeias públicas adotando, quando for o caso, as providências indicadas nos itens VII e VIII do art. 66 da Lei de Execução Penal. Nas Comarcas de mais de um juízo criminal a atribuição será exercida em rodízio, mediante escala organizada pelo Corregedor-Geral da Justiça, a vigorar indefinidamente, salvo as necessárias alterações;

Atenção: a inspeção de cadeias públicas está relacionada à correta prestação dos serviços judiciais da 1ª Entrância e, por isso, a organização da escala é da competência do Corregedor.

VI - Compor e instalar o Conselho da Comunidade, salvo se na comarca houver mais de um juiz Criminal, caso em que a atribuição competirá, na Capital, ao Juiz da Vara de Execução e, nas demais comarcas, ao Juiz da 1ª Vara;

VII - Cumprir as precatórias atinentes à matéria de sua competência;

VIII - Comunicar ao Instituto Félix Pacheco, ao Departamento do Sistema Penal e ao Instituto Nacional de Identificação, no prazo de dez dias, a conclusão das sentenças proferidas nas ações penais de qualquer natureza, transitadas em julgado, bem como os arquivamentos dos inquéritos policiais, atendendo ao disposto no § 3º, in fine, do art. 809, do Código de Processo Penal, certificada nos autos respectivos, em todas as hipóteses, a data de expedição dos ofícios;

IX - Comunicar mensalmente à Corregedoria-Geral da Justiça a prolação das sentenças extintas de punibilidade, pela ocorrência de prescrição de pretensão punitiva ou da pretensão executória, para conhecimento e providências decorrentes;

X - Comunicar ao Juízo da Vara de Execuções Penais, em formulário padronizado pela Corregedoria-Geral da Justiça, a condenação ou imposição de medida de segurança, logo após o trânsito em julgado de respectiva sentença, dispensada a providência quando àquele Juízo competir a execução;

XI - Homologar as multas impostas pela autoridade policial nos casos previstos no art. 36, § 2º, da Lei Federal nº 5.700, de 1º de setembro de 1971;

XII - Praticar, em geral, os atos de jurisdição criminal regulados em lei e não atribuídos expressamente a jurisdição diversa.

§1º - Os Juízes de Direito dos Juizados Especiais Criminais têm a competência prevista no Capítulo III, Seção I, da Lei Federal nº 9.099/1995, incluindo-se a homologação de acordos sobre matéria de família, celebrados entre vítimas e autores.

§2º - Caberá ao Juizado Especial Criminal de Bangu e às duas Varas Criminais Regionais de Bangu, em igualdade de distribuição, o cumprimento dos atos de ciência e das cartas precatórias em matéria criminal relativa aos presos que se encontram custodiados nos presídios que compõem o Complexo Penitenciário de Gericinó.

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Parágrafo com redação dada pela Resolução nº 12 de 07/06/2010, que atribuiu competência às duas varas criminais da regional de Bangu para o cumprimento das cartas precatórias relativa aos presos do Complexo Penitenciário Gericinó. Até então estas Cartas Precatórias eram cumpridas exclusivamente pelo Juizado Especial Criminal de Bangu, sobrecarregando a Central de Mandados dos Oficiais de Justiça.

§3º - Os Juízes de Direito dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Especiais Criminais e dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e Especiais Adjuntos Criminais têm a competência prevista no Capítulo III, Seção I, da Lei Federal nº 9.099/1995, incluindo-se a homologação de acordos sobre a matéria de família, celebrados entre vítimas e autores bem como o processo e julgamento dos fatos a que se refere a Lei Federal nº 11.340/2006, com a adoção do procedimento nela previsto.

§4º - Compete ao Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher o julgamento dos fatos a que se refere a Lei Federal nº 11.340/2006, com a adoção do procedimento nela previsto.

Capítulo XVI - Dos conselhos de justiça militar

Art. 152 - A Justiça Militar Estadual é constituída pela Auditoria Militar da Justiça Militar e pelos Conselhos de Justiça Militar em primeiro grau, com sede na Capital e jurisdição em todo o Estado do Rio de Janeiro previstos no Código de Processo Penal Militar e terá sua organização e funcionamento regulados por lei especial.

Art. 153 - Como órgão de Segunda Instância da Justiça Militar Estadual funcionará o Tribunal de Justiça ao qual caberá também decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.

Não consta da Constituição Estadual do Estado do Rio de Janeiro previsão para criação do Tribunal de Justiça Militar. Então, a competência na 2ª Instância é do próprio TJRJ, inclusive para perda das patentes.

Hoje, só existe Tribunal de Justiça Militar em SP, MG e RS.

Constituição da República

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 154 – Compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar os policiais militares e bombeiros militares nos crimes militares definidos em lei. (Código Penal Militar, art. 9º, número III).

Crimes militares são os crimes definidos no Código Penal Militar, Decreto-Lei 1001/69. Os crimes militares dividem-se em crimes militares em tempo de paz e em tempo de guerra. A justiça militar estadual julga apenas militares. Se um civil se envolver com um militar para a prática de um crime militar, será cada um julgado em sua justiça própria. No âmbito da justiça militar federal os civis podem ser julgados junto com os militares (Marinha, Exército e Aeronáutica).

Art. 155 – O cargo de Juiz Auditor será exercido por Juiz de Direito de Entrância Especial o qual será auxiliado e substituído de acordo com os artigos 74 e 75 deste Código.

Juiz auditor é o juiz da justiça militar. Não é uma carreira separada, mas uma denominação para a função exercida. Tem que ser um juiz de entrância especial (juiz no penúltimo grau da carreira).

Art. 156 – Ao Juiz Auditor além da competência prevista na legislação particularmente aplicável e das atribuições do artigo 72 deste Código compete:

I – presidir os Conselhos de Justiça e redigir todas as sentenças e decisões dos Conselhos;

II – expedir todos os atos necessários ao cumprimento das decisões dos Conselhos ou no exercício de suas próprias funções;

III - decidir os ‘habeas–corpus’ quando for coatora autoridade sujeita à sua jurisdição;

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Art. 157 - Os atos de nomeação, promoção, remoção e aposentadoria de Juiz Auditor são de competência do Presidente do Tribunal de Justiça e obedecerão à legislação aplicável.

Capítulo XVII - Dos juízes de paz

Art. 158 - Em cada distrito e subdistrito das comarcas do interior e em cada circunscrição do Registro Civil, na Comarca da Capital, haverá um Juiz de Paz e dois suplentes.

Distrito, Subdistrito e Circunscrição correspondem à divisão territorial de uma Comarca para fins de atuação do Juiz de Paz que, apesar deste nome não compõe a carreira da magistratura.

Em cada Distrito, Subdistrito e Circunscrição haverá: 1 Juiz de Paz e 2 Suplentes.

§ 1º - O Juiz de Paz será competente, nos limites territoriais das respectivas jurisdições para habilitar e celebrar casamentos.

§ 2º - A impugnação à regularidade processual, a argüição de impedimentos, ou decisão sobre quaisquer incidentes ou controvérsias relativos à habilitação para o casamento serão decididos pelo juiz de direito competente para a matéria de Registro Civil.

§ 3º - Nos casos de falta, ausência ou impedimento do Juiz de Paz e de seus suplentes, caberá ao juiz de direito com competência para o Registro Civil, na comarca ou na circunscrição, a nomeação do Juiz de Paz ad hoc.

Art. 159 - O Juiz de Paz será nomeado pelo Governador do Estado, para servir pelo prazo de quatro anos mediante escolha em lista tríplice organizada pelo presidente do Tribunal de Justiça.

A regra constitucional determina que o Juiz de Paz seja eleito, devendo, para tanto, ter 21 anos ou mais. Ocorre que este dispositivo constitucional não foi regulamentado. Assim, na prática suas escolhas continuam acontecendo na forma disciplinada pelo CODJERJ.

Constituição da República

Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: § 3º - São condições de elegibilidade, na forma da lei: VI - a idade mínima de: c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;

§ 1º - Para a organização da lista tríplice, será ouvido o respectivo juiz de direito ou quando existir mais de um, o juiz competente para matéria de Registro Civil na comarca ou circunscrição.

§ 2º- A lista será composta por eleitores maiores de 25 anos, residentes no distrito ou na circunscrição, dotados de representação e conceito na comunidade, gozando de idoneidade notória, conduta ilibada, não pertencentes a órgãos de direção ou de ação de partido político.

A Constituição traz como idade mínima a de 21 anos.

§ 3º- Escolhido o juiz de Paz os demais componentes da lista tríplice serão nomeados primeiro e segundos suplentes, em ordem de preferência do Governador do Estado.

A designação é ato do Presidente do TJRJ. Autonomia do Poder Judiciário.

§ 4º- O exercício do cargo de Juiz de Paz constitui serviço público relevante, assegurará o direito a prisão especial em caso de crime comum, até definitivo julgamento e não causa impedimento para o exercício simultâneo de cargo público, não sendo, no entanto, computado para qualquer efeito, o tempo de serviço prestado nessa função.

Art. 160 - O Juiz de Paz está subordinado ao Conselho da Magistratura que poderá baixar regulamentação sobre o funcionamento da Justiça de Paz no Estado, decidindo sobre os casos omissos.

§ 1º - Os direitos, deveres e penalidades do Juiz de Paz serão regulamentados pelo Conselho da Magistratura.

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§ 2º - A critério do Conselho da Magistratura, o Juiz de Paz poderá ser afastado de suas funções temporariamente, encaminhando-se ao Governador, quando for o caso, expediente para exoneração ou demissão.

Livro II - Da magistratura

Título I - Dos magistrados

Art. 161 - São magistrados os desembargadores, os juízes de direito e os juízes substitutos.

Carreira da magistratura.

Inicia no juiz substituto. Na primeira promoção (por antiguidade ou merecimento) torna-se Juiz de Direito de Entrância Comum (pode ser titular de Comarcas de 1ª ou de 2ª Entrância ou, ainda, Juiz Regional).

Na segunda promoção, torna-se Juiz de Direito de Entrância Especial (pode ser titular em Comarca de Entrância Especial, Juiz Auditor da Justiça Militar, exercer as atividades de Juiz Auxiliar da Corregedoria, da Presidência ou da 3ª Vice-Presidência. Em caso de necessidade, pode ser convocado pelo Tribunal para compor quórum de votação nas Câmaras Isoladas (cíveis ou criminais)).

Na última promoção da carreira, torna-se Desembargador e passa a ter exercício no Tribunal de Justiça (2ª Instância).

Art. 162 - O provimento dos cargos de desembargador, juiz de direito e juiz substituto far-se-á por ato do Presidente do Tribunal de Justiça ou pelo Governador do Estado, na forma e nos casos estabelecidos pelas Constituições da República e do Estado.

O provimento no cargo de Juiz Substituto se dá por meio de concurso público de provas e títulos, com nomeação pelo Presidente do TJRJ.

O provimento no cargo de Juiz de Direito (de Entrância Comum e depois de Entrância Especial) ocorre por meio de ato do Presidente do TJRJ, na promoção do magistrado.

No cargo de Desembargador, a nomeação pode ocorrer de duas formas: a primeira, por promoção do magistrado e se opera por ato do Presidente do TJRJ; a segunda, ocorre por ato do Governador do Estado, que nomeia integrantes da carreira da advocacia ou do Ministério Público para integrar o Tribunal pelo quinto constitucional.

Título II - Dos fatos funcionais

Capítulo I - Das nomeações e promoções

Art. 163 - A carreira da magistratura, em primeira Instância, é composta das seguintes categorias: Juízes substitutos, Juízes de Entrância Comum e Juízes de Entrância Especial.

A Lei Estadual 6019/11 (24/08/2011) alterou a denominação “Juiz de Entrância do Interior” para Juiz de Entrância Comum.

A carreira divide-se, ainda, nas duas Instâncias. Na primeira o magistrado é Juiz (substituto, de entrância comum ou de entrância especial). Na segunda instância o magistrado é Desembargador.

§ 1º - Os Juízes Substitutos terão exercício pleno nas regiões Judiciárias, ressalvada a Região Judiciária Especial (Capital), na qual poderão exercer funções de auxílio.

Juízes Substitutos, em início de carreira, poderão atuar em todas as Regiões Judiciárias substituindo ou auxiliando. Exceto na Região Judiciária Especial, onde somente poderão atuar como juízes auxiliares.

Até o ano de 1998 a Comarca da Capital era a única de Entrância Especial. Hoje, a referência deve abranger as 12 Comarcas de Entrância Especial (vide art. 13 deste Código).

§ 2º - Os Juízes de Entrância Comum serão Titulares dos Juízes de Comarcas de primeira e segunda entrâncias.

Lembrar que além de titulares também podem ser Juízes Regionais.

§ 3º - Os Juízes de Entrância Especial serão titulares dos Juízos da Comarca da Capital.

Na verdade, de Juízos de Entrância Especial. Hoje a Entrância Especial é composta por 12 Comarcas diferentes (ver art. 13 deste Código).

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Art. 164 - O ingresso na magistratura de carreira dar-se-á no cargo de Juiz Substituto, cujo vencimento básico é igual aos dos juízes de direito da primeira entrância. As promoções subseqüentes far-se-ão, alternadamente, por antigüidade e por merecimento, dentre os que tiverem cumprido, pelo menos, dois anos de exercício na respectiva entrância.

Constituição da República

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago; c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º - Só se dispensará o interstício quando não houver com tal requisito quem aceite o lugar vago.

§ 2º - As indicações para promoção por merecimento serão feitas em lista tríplice, quando praticável.

§ 3º - Na promoção por antigüidade, a indicação do juiz mais antigo só poderá deixar de ser feita pelo voto da maioria absoluta dos membros do Órgão Especial do Tribunal de Justiça.

Voto fundamentado de 2/3 de seus membros.

Art. 165 – São condições para o ingresso na magistratura de carreira:

I - ser brasileiro e estar no exercício dos direitos civis e políticos, bem como quite com o serviço militar;

II - possuir o título de bacharel em Direito registrado no País;

III - contar com um mínimo de cinco anos de prática forense, como Advogado, Juiz, membro do Ministério Público, da Defensoria Pública, Delegado de Polícia, serventuário ou funcionário da Justiça, do Ministério Público ou da Defensoria Pública;

A regra constitucional exige apenas três anos. Vale a Constituição (art. 93, I).

IV – gozar de idoneidade moral e social comprovadas;

V – provar possuir sanidade física e mental;

VI - ser habilitado em concurso público de provas e títulos, organizado pelo Tribunal de Justiça, com a participação do Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil na banca examinadora, e válido pelo prazo improrrogável de dois anos, a contar da data de sua homologação.

Constituição da República

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

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III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

§ 1º - Computar-se-á, para a prática forense referida no inciso III, até o limite de dois anos, o tempo de estágio realizado em escritório/modelo da faculdade de direito ou outro estágio reconhecido pela Ordem dos Advogados do Brasil – OAB.

§ 2º - Computar-se-á no tempo de prática forense do bacharel em direito o período, até 03 (três) anos, de estágio vinculado aos cursos de formação ministrados pela Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro – EMERJ, pela Fundação Escola do Ministério Público – FEMPERJ e pela Fundação Escola da Defensoria Pública – FEDPERJ, desde que o candidato tenha sido regularmente avaliado e aprovado, assim como o período, de até 02 (dois) anos, de exercício da função de conciliador, restrita aos advogados, nos Juizados Especiais.

§ 3º - As idoneidades referidas no inciso IV deste artigo serão objeto de verificação, durante a fase de habilitação, mediante documentação ou verificação que for exigida no edital do concurso e, após a posse no cargo, durante o estágio de vitaliciamento.

§ 4º - O estágio de vitaliciamento desenvolver-se-á :

a) durante os primeiros quatro meses, sob a orientação da Escola da Magistratura – EMERJ, que oferecerá cursos teóricos sobre os aspectos institucionais e administrativos da função judicante e acompanhará, através de Juízes supervisores, a atuação de cada vitaliciando, de acordo com critérios de avaliação que serão objeto de Resolução do Conselho da Magistratura;

b) durante os vinte meses subsequentes, sob a orientação de Conselho de Vitaliciamento, que acompanhará cada vitaliciando em suas atividades funcionais, devendo emitir relatório final individual de avaliação de desempenho durante o estágio, considerando os seguintes fatores, dentre outros, que venham a ser fixados em Resolução do Conselho da Magistratura;

1 – cumprimento, com independência, serenidade e exatidão, das disposições legais e dos atos de ofício;

2 – cumprimento dos prazos legais para proferir decisões e adequação das providências adotadas para sua efetivação;

3 – trato respeitoso dispensado às partes, aos membros do Ministério Público, aos Advogados, às testemunhas, aos funcionários e auxiliares da Justiça, inclusive determinando, a qualquer momento, providência que reclame e possibilite solução de emergência;

4 – residência na sede da Comarca ou da região;

5 - comparecimento diário à sede de seu exercício e pontualidade na abertura do expediente forense e na prática dos atos processuais;

6 – fiscalização sobre serviços e servidores que lhe sejam subordinados, independentemente da provocação de terceiros;

7 – conduta ilibada na vida pública e particular.

§ 5º - Os magistrados integrantes do Conselho de Vitaliciamento escolhidos na forma estabelecida por Resolução do Conselho da Magistratura, estão sujeitos aos seguintes impedimentos:

I – os previstos nas legislações processuais;

II – ao exercício da prática da advocacia.

§ 6º- O Conselho de Vitaliciamento poderá:

a) requisitar, durante o estágio probatório, a qualquer tempo, informações ou documentos, bem como tomar por termo declarações que o habilite a formar o juízo de avaliação do desempenho do Juiz em estágio, garantindo-se a este o acompanhamento pessoal do procedimento;

b) instituir instrumentos e registros para aferição objetiva dos fatores enunciados no § 4º deste artigo;

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c) remeter ao órgão disciplinar competente notícia de desrespeito, pelo Juiz em estágio, a dever funcional.

Art. 166 - O acesso ao Tribunal de Justiça, mediante promoção de juízes de carreira, dar-se-á por antigüidade e por merecimento, alternadamente. A antigüidade apurar-se-á na mais elevada entrância, e nesse caso somente poderá ser recusado o juiz mais antigo pelo voto da maioria dos desembargadores, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação. No caso de merecimento, a lista tríplice compor-se-á de nomes escolhidos dentre os juízes de qualquer entrância.

Constituição da República

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º - Um quinto dos lugares do Tribunal será composto por Advogados em efetivo exercício da profissão e membros do Ministério Público, conforme se abra a vaga no primeiro ou segundo quadro, todos de notório merecimento e idoneidade moral, com dez anos pelo menos de prática forense, indicados em lista tríplice (Constituição da República, artigo 144, número IV).

A referência era em relação a Constituição de 1967.

Constituição da República

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.

§ 2º - Revogado.

§ 3º - Para apuração do quinto a que alude o § 1º, o número de desembargadores do Tribunal será dividido por cinco, considerando-se apenas o número de unidades alcançado, desprezadas quaisquer frações de unidades.

No TJRJ temos 180 Desembargadores. Um quinto corresponde a 36 Desembargadores. Destes 50% (18) vieram da classe dos advogados (advogados e defensores públicos) e 50% do Ministério Público (promotores e procuradores de justiça).

§ 4º - Tornando-se ímpar o número de vagas destinadas ao quinto constitucional, uma delas será, alternada e sucessivamente, preenchida por advogado e por membro do ministério público, de tal forma que, também sucessiva e alternadamente, os representantes de uma dessas classes superem os de outras em uma unidade.

Art. 167 - Os cargos de juiz dos tribunais de alçada serão providos por acesso, observado o sistema alternativo de antigüidade e merecimento, ou por nomeação de advogado ou membro do Ministério Público, de acordo com o disposto no artigo anterior.

Não existem mais Tribunais de Alçada. No Rio de Janeiro os Tribunais de Alçada Cível e Criminal foram extintos em 1997. Hoje, por força do art. 4º da Emenda Constitucional nº 45/04 não existe mais Tribunal de Alçada em nenhum outro tribunal.

Emenda Constitucional nº 45/04

Art. 4º Ficam extintos os tribunais de Alçada, onde houver, passando os seus membros a integrar os Tribunais de Justiça dos respectivos Estados, respeitadas a antigüidade e classe de origem.

Art. 168 - Para cada vaga a ser provida por nomeação ou por acesso, ou promoção por merecimento, corresponderá uma lista tríplice.

§ 1º - Na organização da lista votarão os integrantes do Órgão Especial não atingidos por impedimento ou suspeição e não licenciados, convocando-se seus substitutos, quando necessário.

Na indicação para preenchimento da vaga de Desembargador pela classe dos advogados, a OAB elabora lista sêxtupla de pretendentes e encaminha ao TJRJ que, por meio do Órgão Especial realiza votação para

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escolha de três nomes. Esta nova lista, tríplice, segue ao Governador que indicará um dentre os três para tomar posse como Desembargador.

No caso de membros oriundos do MP a lista sêxtupla é elaborada pelo Conselho Superior do Ministério Público e, depois, segue a mesma regra anterior.

§ 2º - Considerar-se-ão classificados para a composição da lista os concorrentes que obtiverem a maioria dos votos dos desembargadores presentes. Não completada a lista no primeiro, proceder-se-á a novo escrutínio, ao qual concorrerão os mais votados, em número igual ao dobro dos lugares a preencher. Se ainda no segundo escrutínio não for completada a lista, far-se-á o terceiro, do mesmo modo adotado para o segundo, e assim sucessivamente.

§ 3º - Em caso de empate, quer para o efeito de classificação, quer para o efeito de concorrência a novo escrutínio, considerar-se-á indicado o mais antigo na classe, em se tratando de juízes ou de membros do Ministério Público, e o de inscrição mais antiga na seção local da Ordem dos Advogados do Brasil, quando se tratar de advogados.

§ 4º - Ocorrendo simultaneamente duas ou mais vagas, poderá o Órgão Especial do Tribunal de Justiça organizar uma lista contendo tantos nomes quantos os lugares a preencher e mais dois, obedecida a ordem de classificação ou a de votação. Sendo caso de acesso ou promoção, serão organizadas duas listas, a dos indicados por antigüidade e a dos selecionados pelo princípio de merecimento, mencionando esta última os juízes que já figuram na lista de antigüidade.

No caso de promoção de magistrados ao cargo de Desembargador, a promoção segue os critérios de antiguidade e merecimento. Para advogados e membros do MP não há esta divisão.

§ 5º - No caso do parágrafo anterior, serão considerados como integrantes da lista para nomeação ou acesso, por merecimento, para a primeira vaga correspondente os três primeiros nomes e, para cada uma das vagas subseqüentes, os três primeiros remanescentes.

§ 6º- Na composição da lista múltipla serão feitas tantas votações quantas forem necessárias, classificando-se os candidatos a partir da primeira lista tríplice pela ordem da votação de que resultou a indicação de seu nome.

§ 7º - Para promoção, o merecimento na entrância será apurado de acordo com critérios objetivos, tendo-se em conta a conduta do juiz, sua operosidade e o número de vezes que figurou em listas anteriores, na forma estabelecida em resolução baixada pelo Tribunal de Justiça.

§ 8º - Será obrigatória a promoção do juiz que figurar pela quinta vez consecutiva na lista de merecimento.

A norma constitucional excepcionou esta regra. Agora a promoção é obrigatória se constar 3 vezes consecutivas em lista de merecimento ou 5 vezes alternadas.

Constituição da República

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as seguintes normas: a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;

§ 9º - Instituído pelo Tribunal de Justiça curso de aperfeiçoamento de magistrados, será requisito para concorrer ao acesso e à promoção, pelo critério de merecimento, o certificado de sua conclusão com aproveitamento.

A Emenda Constitucional nº 45/04 tornou obrigatório o aperfeiçoamento do magistrado para fins de vitaliciamento e promoção.

Constituição da República

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

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IV - previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 169 - Para composição de lista tríplice de advogados, abrir-se-á a inscrição, pelo prazo de trinta dias, mediante requerimento escrito ao Presidente do Tribunal, instruído com a prova documental dos requisitos exigidos e mais:

I - prova de ser brasileiro;

II - prova de estar no exercício dos direitos civis e políticos e quitação ou isenção do serviço militar;

III - folha-corrida;

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

A expressão “folha corrida” significa antecedentes criminais. Ou seja, a FAC (folha de antecedentes criminais) da pessoa.

IV - prova de sanidade física e mental;

V - sanidade e capacidade física comprovadas em inspeção de saúde realizada pelo órgão estadual competente;

VI - 'curriculum vitae'.

Art. 170 - Ocorrendo vaga a ser preenchida por promoção, será imediatamente expedido edital, com indicação do critério a ser observado, para efeito de inscrição, no prazo de cinco dias, contados da publicação no órgão oficial.

Capítulo II - Das remoções e permutas

Art. 171 - Os Desembargadores poderão permutar de Câmara ou, voluntariamente, remover-se para aquela em que existir vaga, mediante solicitação aprovada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça.

Parágrafo Único – Em caso de pedidos múltiplos de remoção, terá preferência o Desembargador mais antigo.

Art. 172 – A remoção voluntária de Juízes de 1º grau precederá ao provimento inicial e à promoção por merecimento.

Remoção é alteração da lotação do magistrado, deixando de atuar perante uma Vara e indo para outra, de sua escolha. A remoção sempre antecede o provimento inicial e as promoções. A remoção só pode ocorrer dentro da entrância do juiz, ou seja, um juiz de entrância comum (comarcas de 1ª ou 2ª entrância) não podem remover-se para comarca de entrância especial. Da mesma forma um juiz de entrância especial (comarcas de entrância especial) não pode remover-se para uma comarca de 1ª ou 2ª entrância.

§ 1º - A remoção voluntária será feita, alternadamente, pelos critérios de antigüidade e de merecimento.

§2º- Concorrerão à remoção voluntária, preferencialmente, os Juízes que contarem mais de dois anos de titularidade na Vara ou Juízo.

§ 3º - Poderá ser dispensado o interstício quando não houver com tal requisito quem aceite o lugar vago.

§ 4º- A falta de candidato à remoção disponibilizada, na forma dos §§ 2º e 3º, oferecer-se-á a vaga à promoção.

§ 5º - Os pedidos de permuta entre os Juízes de Direito da mesma entrância e os de remoção, estes formulados no prazo de cinco dias, contados da publicação do edital que noticiar a vacância serão, necessariamente, submetidos à prévia apreciação do Conselho da Magistratura antes da votação pelo Órgão Especial.

§ 6º - É vedada a permuta entre Juízes de 1º grau se um dos permutantes estiver em via de aposentação ou de integrar o quinto promovível.

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Estando o juiz próximo a sua aposentadoria compulsória (70 anos) ou haver pedido aposentadoria voluntária ou, ainda, fizer parte da primeira quinta parte mais antiga da entrância respectiva (quinto promovível) não se pode realizar permuta. Não há vedação quanto à remoção. A Lei Estadual 5535/09, que trata dos Fatos Funcionais da Magistratura elenca mais um impedimento: o não cumprimento do interstício mínimo de 2 anos na Comarca ou Vara da qual se quer permutar.

Lei 5535/09 – Fatos Funcionais da Magistratura

Art. 16. Os pedidos de permuta serão submetidos à apreciação do Conselho da Magistratura antes da deliberação do Órgão Especial. Parágrafo único. É vedada a permuta se um dos Juízes não tiver cumprido o interstício de dois anos, estiver em via de aposentação ou integrando a primeira quinta parte dos mais antigos na respectiva entrância.

§ 7º - Ordinariamente, ter-se-á por indeferido o pedido de remoção voluntária, ou o de permuta, que não obtiver a maioria absoluta dos votos do Órgão Especial. Manifestando-se contrariamente o Conselho da Magistratura, a remoção ou a permuta não será deferida se não obtiver a aprovação de dois terços do Órgão Especial.

A remoção ou permuta pode se dar contra a vontade do Conselho da Magistratura, mas, para isso, exige-se o quórum qualificado de 2/3 do Órgão Especial.

Capítulo III - Da posse, exercício, matrícula e antigüidade

Art. 173 - Os magistrados tomarão posse dentro em trinta dias da publicação do ato no órgão oficial, salvo prorrogação por igual prazo, concedida pelo Presidente do Tribunal, à vista de impedimento legítimo do nomeado, devidamente comprovado.

§ 1º - A posse será precedida de compromisso de bem servir o cargo, cumprindo e fazendo cumprir a Constituição e as leis, devendo o empossado assumir imediatamente o exercício.

§ 2º - Se o nomeado, promovido, ou removido, não tomar posse, ou não entrar em exercício, no prazo estabelecido, declarar-se-á a vacância do cargo, ficando sem efeito o ato respectivo.

Art. 174 - A posse do Presidente, dos Vice-Presidentes, do Corregedor-Geral e dos desembargadores será tomada perante o Órgão Especial do Tribunal de Justiça; a dos juízes de direito e juízes substitutos, perante o Presidente do Tribunal de Justiça; e a do Juiz de paz, perante o juiz de direito territorialmente competente para o registro civil de pessoas naturais.

A posse da diretoria do Tribunal (Presidente, Vices e Corregedor) ocorre perante o Tribunal Pleno;

A posse dos novos Desembargadores ocorre perante o Órgão Especial;

A posse dos Juízes de Direito (removidos e promovidos) e dos Juízes Substitutos (aprovados no concurso) ocorre perante o Presidente do Tribunal de Justiça.

Lei 5535/09 – Fatos Funcionais da Magistratura

Art. 19. A posse do Presidente, do Corregedor-Geral da Justiça e dos Vice-Presidentes será tomada perante o Tribunal Pleno; a dos Desembargadores perante o Órgão Especial e a dos Juízes de Direito e Juízes Substitutos perante o Presidente do Tribunal de Justiça.

Art. 175 - Os desembargadores nomeados dentre os advogados ou membros do Ministério Público, bem como os juízes de direito e juízes substitutos, são obrigados à matrícula junto ao Conselho da Magistratura, a qual será feita mediante requerimento instruído com a prova de idade, foto, além de certidão da posse e do exercício do cargo, e deverá conter o nome, estado civil, data da primeira nomeação, posse e exercício, interrupção e motivos.

Art. 176 - A lista de antigüidade será revista, anualmente, pelo Conselho da Magistratura, incluídos os novos juízes e desembargadores e excluídos os aposentados, falecidos e os que hajam perdido o cargo.

Parágrafo único - Os que se julgarem prejudicados poderão formular reclamação ao Conselho da Magistratura, no prazo de quinze dias, contados da publicação da lista no órgão oficial.

Art. 177 - Por antigüidade entende-se o tempo de efetivo exercício em cargo da mesma classe, deduzidas as interrupções, salvo:

1 - as previstas nos nºs. 2, 3 e 4 do art. 210;

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Não se computam os afastamentos por motivo de: licença-nojo (afastamento por 8 dias nos casos de falecimento de ascendente, descendente ou irmão) ou nos casos de força-maior ou calamidade pública.

2 - por disponibilidade remunerada;

Dentre as sanções que podem ser aplicadas ao magistrado (Juízes e Desembargadores) está a sanção de disponibilidade. Significa que o magistrado deverá afastar-se, compulsoriamente, de suas atividades e aguardar enquanto há o julgamento na esfera administrativa de sua falta funcional.

Lei Complementar nº 35/79 – Lei Orgânica da Magistratura

Art. 57 - O Conselho Nacional da Magistratura poderá determinar a disponibilidade de magistrado, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço, no caso em que a gravidade das faltas a que se reporta o artigo anterior não justifique a decretação da aposentadoria. § 1º - O magistrado, posto em disponibilidade por determinação do Conselho, somente poderá pleitear o seu aproveitamento, decorridos dois anos do afastamento.

O Conselho Nacional da Magistratura não existe mais. Hoje, fazendo suas vezes, existe o Conselho Nacional de Justiça, criado pela EC nº 45/04, com competência para aplicação de medidas disciplinares aos magistrados.

Constituição da República

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 11 de novembro de 2009). § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;

3 - por férias ou licença remunerada;

4 - por motivo de trânsito;

5 - por afastamento em virtude de pronúncia por crime do qual tenha sido absolvido.

Só há pronúncia nos crimes dolosos contra a vida. Assim, se um magistrado estiver sujeito ao julgamento pelo Tribunal do Júri, a partir da decisão de pronúncia deverá afastar-se de suas atribuições, aguardando julgamento. Se for absolvido, este tempo em que se afastou não será computado para “diminuir” sua antiguidade em relação aos demais membros da carreira.

Art. 178 - A antigüidade conta-se da data do efetivo exercício, prevalecendo, em igualdade de condições:

I - a data de posse;

II - a data da nomeação;

III - a colocação anterior no quadro de onde se deu a promoção, ou a ordem de classificação em concurso, quando se tratar de primeira nomeação;

IV - a idade.

Capítulo IV - Dos impedimentos e das incompatibilidades

Art. 179 - Não podem, simultaneamente, ter assento na mesma Câmara, Grupo ou Seção, juízes parentes ou afins em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

O parentesco descende de duas linhagens: consanguinidade e afinidade.

O parentesco consanguíneo decorre do nascimento e pode ser na linha reta ou na colateral. Parentes na linha reta são os que descendem do mesmo tronco e pode ser ascendente (filho, pai, avô, bisavô etc.), ou descendente (avô, pai, filho, neto, bisneto etc.). Já na linha colateral,

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é preciso chegar a um descendente comum para bifurcar na lateralidade. Assim, são parentes colaterais os irmãos, tios, os sobrinhos e os primos e os tios-avô. Irmãos são consanguíneos colaterais de 2º grau; tios e sobrinhos são consanguíneos colaterais de 3º grau; primos e tios-avós são consanguíneos colaterais de 4º grau.

O parentesco por afinidade é o advindo pelo casamento (ou união estável). É o que se estabelece com a família do cônjuge (companheiro(a)). Também pode ser na linha reta, ascendente (sogro e sogra) e descendente (enteado) ou na colateral (cunhadio). Sogro(a) é parente afim de 1º grau e cunhado é parente afim colateral de 2º grau. Não existem outros graus na afinidade.

Parágrafo único - No julgamento de competência do Órgão Especial e das Seções, a intervenção de um dos juízes ligados pelos laços de parentesco ou afinidade a que se refere este artigo determinará o impedimento do outro, procedendo-se à sua substituição, nos casos e pela forma que a lei determinar.

Art. 180 - A incompatibilidade se resolve contra o de menos antigüidade.

Art. 181 - O desembargador será impedido de tomar parte em comissão de concurso ou de qualquer modo intervir no seu julgamento, e de votar sobre organização de lista para nomeação, promoção, remoção ou qualquer aproveitamento, quando concorrer parente seu, consangüíneo ou afim, até o terceiro grau.

Art. 182 - No mesmo juízo não podem servir, conjuntamente, como juiz de direito e auxiliar, parentes no grau indicado no art. 179.

Linha reta ou afim até o 3º grau: pais, avôs e bisavôs (filho, neto e bisneto), sogro e sogra, enteados, irmãos, cunhados, tios e sobrinhos.

Art. 183 - Não poderão servir, conjuntamente, como juiz de direito e membro do Ministério Público os parentes ou afins a que se refere o artigo 181, resolvendo-se a incompatibilidade como decidir o Órgão Especial do Tribunal de Justiça.

Mesma regra do artigo anterior.

Título III - Dos direitos e deveres

Capítulo I - Das garantias e prerrogativas

Art. 184 - Os magistrados gozam das garantias e prerrogativas especificadas na Constituição da República, na do Estado e nas leis.

Constituição da República

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado; II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Vitaliciedade diz com a permanência no cargo e, uma vez adquirida não pode mais ser quebrada, salvo por condenação judicial transitada em julgado.

Inamovibilidade é uma garantia da prestação jurisdicional. Permite liberdade de atuação ao magistrado pois sabe que não pode ser removido ex officio de sua Vara ou Comarca.

Irredutibilidade de subsídio é uma garantia pessoal ao magistrado, que lhe dá segurança financeira, sabendo que sua atuação nunca poderá receber reprimenda econômica de qualquer órgão de poder.

Art. 185 - Os magistrados serão aposentados, compulsoriamente, aos setenta anos de idade ou por invalidez comprovada e, facultativamente, após trinta anos de serviço público (Constituição da República, art. 113, § 1º).

A referência é a Constituição de 1967. Hoje, devemos fazer a leitura do art. 93, VI c/c art. 40 da Constituição de 1988.

Constituição da República

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Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art. 40; Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição; III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

§ 1º - A aposentadoria, em qualquer dos casos, será decretada com vencimentos integrais (Constituição da República, art. 113, § 1º).

Vide artigo 40 da Constituição atual.

Lei 5535/09 – Lei dos Fatos Funcionais da Magistratura

Art. 48. O regime de previdência social dos Magistrados obedecerá as regras previstas na Constituição Federal.

§ 2º - Completados os setenta anos, ficará o magistrado automaticamente afastado do cargo.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

A aposentadoria compulsória, que ocorre aos 70 anos, tanto para o homem como para a mulher, marca o fim da carreira no serviço público. Atingida esta idade limite o aposentado não poderá exercer qualquer outro cargo público efetivo ou comissionado, ressalvados os cargos eletivos no âmbito municipal (vereador, vice-prefeito e prefeito), estadual (governador, vice-governador e deputado) ou federal (presidente, vice-presidente, senador ou deputado).

§ 3º - A aposentadoria do magistrado não interromperá o processo, ou inquérito contra ele instaurado, para apurar infração administrativa, ou penal.

Art. 186 - A aposentadoria por invalidez será concedida ou decretada compulsoriamente, mediante procedimento estabelecido no Regimento Interno do Tribunal de Justiça, com observância dos seguintes requisitos:

I - a verificação de invalidez terá início a requerimento do magistrado, por despacho do Presidente do Tribunal de Justiça, de ofício, por deliberação do Órgão Especial do Tribunal de Justiça ou do Conselho da Magistratura, e ainda por provocação da Corregedoria-Geral da Justiça;

II- tratando-se de incapacidade mental, o Presidente do Tribunal nomeará curador ao paciente, sem prejuízo da defesa que este queira oferecer pessoalmente, ou por procurador que constituir;

III - o paciente deverá ser afastado, desde logo, do exercício do cargo, até final decisão, devendo ficar concluído o processo no prazo de sessenta dias;

IV - a recusa do paciente em submeter-se a perícia médica permitirá o julgamento baseado em quaisquer outras provas;

V - o magistrado que, por dois anos consecutivos, afastar-se, ao todo por seis meses ou mais, para tratamento de saúde, deverá submeter-se, ao requerer nova licença para igual fim dentro de dois anos, a exame para verificação de invalidez;

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VI - se o Órgão Especial do Tribunal de Justiça concluir pela incapacidade do magistrado, comunicará imediatamente a decisão ao Poder Executivo, para os devidos fins.

Não há mais esta ingerência do Poder Executivo. O Poder Judiciário goza de autonomia administrativa, sendo ato do Presidente do TJRJ o de aposentadoria de Juízes, Desembargadores ou Servidores (por qualquer motivo).

Art. 187 - Será computado integralmente, como de serviço público, para os efeitos de aposentadoria, disponibilidade e percepção de acréscimos, o tempo de serviço federal, estadual, municipal ou autárquico, prestado pelo magistrado e, para os mesmos fins, até o máximo de vinte anos, o tempo de seu exercício comprovado da advocacia, quando não desempenhado cumulativamente com qualquer outra função pública.

Esta limitação na contagem de tempo não persiste no atual panorama constitucional, desde que tenha havido contribuição para o sistema previdenciário. O que a Constituição vedou (EC nº 20/98) foi a contagem de tempo fictício, ou seja, trabalho sem contribuição.

Constituição da República

Art. 40. ... § 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

Art. 188 - Em caso de extinção da comarca ou mudança da respectiva sede, é facultado ao juiz remover-se para a nova sede ou pleitear o seu aproveitamento em comarca de igual entrância, ficando até então em disponibilidade com vencimentos integrais (Constituição da República, art. 144, § 2º).

Referência à Constituição de 1967. Sem aplicabilidade no atual sistema normativo.

Lei 5535/09 – Lei dos Fatos Funcionais da Magistratura

Art. 25. Em caso de extinção da comarca ou mudança da respectiva sede, é facultado ao Juiz, no prazo de trinta dias, remover-se para a nova sede ou pleitear o seu aproveitamento em comarca de igual entrância.

Art. 189 - Todos os atos referentes aos magistrados, inclusive os em inatividade, que devam ser apostilados, terão as respectivas apostilas lavradas nos títulos e assinadas pelo Presidente do Tribunal de Justiça.

Art. 190 - Sempre que houver desdobramento ou criação de varas, o juiz ocupante da vara desdobrada ou da vara de que saíram as atribuições da nova, terá direito a optar pela que for da sua preferência, nos cinco dias seguintes à publicação do ato respectivo, e, se não o fizer nesse prazo, entender-se-á que preferiu a vara de numeração ordinária mais baixa resultante da alteração havida, ou a de família, quando se tratar de Vara de Família, da Infância, da Juventude e do Idoso.

Relembrando. A criação de novas varas ou o desdobramento das já existentes somente ocorre em Comarcas de 2ª Entrância ou na Entrância Especial. Nestes casos, o juiz que já ocupa uma das Varas na Comarca poderá optar por remover-se para a Vara criada ou, não se manifestando, permanecer na que está (numeração mais baixa) ou na de família (quando houver especialização das demais competências).

Parágrafo único - O juiz que, por força da inamovibilidade constitucional, permanecer ocupando vara de comarca elevada à entrância especial terá o direito de automaticamente retomar, nos cinco dias seguintes à publicação do ato de sua promoção, a titularidade da vara que possuía no momento da elevação, através de simples manifestação de vontade.

Lei 5535/09 – Lei dos Fatos Funcionais da Magistratura

Art. 25. ... Parágrafo único. O Juiz titular de vara ou juízo de comarca elevada de entrância poderá optar, no momento de sua promoção, por permanecer na sua titularidade. Art. 26. O direito de opção cabe ao Juiz titular sempre que houver desdobramento ou transformação de varas.

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Sendo inamovível, o magistrado não perde sua titularidade quando há elevação da Comarca (da 2ª Entrância para Especial). Assim, ainda que Juiz de Entrância Comum ele terá exercício na Entrância Especial. Quando vier a sua promoção (antiguidade ou merecimento) ele pode optar por permanecer na titularidade em que se encontra, agora já como Juiz de Entrância Especial.

Art. 191 - O magistrado que se aposentar conservará o título e as honras correspondentes ao cargo.

Capítulo II - Dos vencimentos e vantagens

Art. 192 - Os vencimentos dos desembargadores serão fixados, por lei, em quantia não inferior aos dos Secretários de Estado, nem superior aos dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

Lei 5535/09 – Lei dos Fatos Funcionais da Magistratura

Art. 27. Os subsídios dos Desembargadores são equivalentes e limitados a 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento) do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal.

§ 1º - Para o efeito de equivalência e limite não serão computadas as vantagens de caráter pessoal ou de natureza transitória.

§ 2º - A verba de representação integra os vencimentos para todos os efeitos, salvo a concedida pelo exercício de função temporária. (Redação dada pela Lei n.º 272/79)

Art. 193 - Os vencimentos dos juízes da mais elevada entrância serão fixados com diferença não excedente a dez por cento dos vencimentos dos desembargadores e os dos demais juízes de direito com diferença não excedente a dez por cento dos vencimentos, de entrância para entrância.

Lei 5535/09 – Lei dos Fatos Funcionais da Magistratura

Art. 29. Os subsídios dos Juízes da mais elevada entrância serão fixados com diferença de cinco por cento dos subsídios dos Desembargadores e dentre os dos demais Juízes, impondo-se igual diferença de entrância para entrância.

Prevalece o estabelecido na Lei 5535/09, que é mais nova em relação ao CODJERJ.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

No conflito aparente de normas (quando temos uma ou mais leis regulando o mesmo assunto, mas dizendo coisas aparentemente contraditórias), uma das formas que podem ser adotadas para solução do conflito é o critério cronológico, que nos diz que lei nova prevalece sobre lei antiga, naquilo que com ela for contraditória.

Decreto-Lei 4707/42 – Lei de Introdução ao Direito Brasileiro

Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

§ 1º - Os juízes de direito das regiões judiciárias, quando em função de substituição em comarca de entrância superior, perceberão vencimentos correspondentes à categoria do juízo onde estiverem em exercício pleno.

§ 2º - Perceberá diária no valor da terça parte de um trinta avos de seu padrão de vencimentos, por dia útil de serviço, o juiz de direito que se deslocar da sede de seu juízo ou região e do local de sua residência, para ter exercício, mesmo cumulativo, em outra comarca, salvo se esta for contígua e sua sede de fácil acesso, assim definida em ato do Presidente do Tribunal de Justiça que regulamentar o pagamento da vantagem.

§ 3º - O juiz de direito promovido ou removido compulsoriamente perceberá ajuda de custo para transporte e mudança, arbitrada entre 50% a 100% de seus vencimentos, conforme a distância e as condições de acesso para o novo local de residência, previamente indicado.

Lei 5535/09 – Lei dos Fatos Funcionais da Magistratura

Art. 35. Aos Magistrados são devidos, observados os limites e condições estabelecidos na Lei Complementar n° 101, de 04 de maio de 2000: § 1º O Magistrado, cuja remoção ou promoção, salvo permuta, importar em necessária mudança de residência, perceberá ajuda de custo de até cem por cento de seus subsídios, como parcela indenizatória.

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§ 4º - Aos magistrados, quando no exercício cumulativo de suas funções com as de outro cargo da carreira, será paga uma gratificação equivalente a 1/3 (um terço) de seus vencimentos, proporcional aos dias trabalhados;

§ 5º - A gratificação a que se refere o parágrafo anterior será devida pela metade quando o magistrado, no exercício pleno de um dos cargos da carreira, acumular outro, em função de auxílio, também em proporção aos dias trabalhados.

Art. 194 - O Presidente do Tribunal de Justiça perceberá, mensalmente, a título de representação, a gratificação de quinze por cento do vencimento-base do cargo de desembargador; o Vice- Presidente e o Corregedor, a de dez por cento sobre o mesmo vencimento-base; os presidentes e os vice-presidentes dos Tribunais de Alçada, as de quinze por cento e dez por cento, respectivamente, sobre o vencimento-base do juiz desses tribunais.

Também é paga gratificação para: Diretor da Escola da Magistratura (10%); Diretor da Escola de Administração Judiciária (10%); membros do Conselho da Magistratura, não integrantes da direção do TJRJ (5%); Juiz Diretor de Foro (3%) e Juiz Coordenador de Turma Recursal (5%) (gratificações previstas na Lei 5535/09 – Lei dos Fatos Funcionais da Magistratura.

Art. 195 - Os vencimentos e as vantagens pecuniárias, inclusive salário-família e adicional por tempo de serviço concedidos nos termos da legislação própria, serão pagos mediante folha organizada pelos serviços administrativos do Tribunal de Justiça.

Art. 196 - Aposentado o magistrado, o Presidente do Tribunal de Justiça providenciará de imediato para que sejam calculados os proventos em conformidade com o decreto de aposentadoria.

Art. 197 - Os proventos dos magistrados inativos, ressalvado o direito assegurado pelo art. 177, § 1º, da Constituição de 1967, compreendem vencimentos, vantagens e acréscimos legais que percebam ou venham a perceber os em atividade da classe correspondente.

Parágrafo único - Aplica-se o disposto neste artigo à disponibilidade com vencimentos não integrais, observada a proporção estabelecida.

Capítulo III - Das licenças e férias

Art. 198 - As licenças são concedidas: pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça a desembargadores, e pelo Conselho da Magistratura, a juízes de direito e juízes substitutos.

§ 1º - A licença para tratamento de saúde por prazo superior a trinta dias, bem como as prorrogações que importem em licença por período ininterrupto, também superior a trinta dias, dependem de inspeção por junta médica.

§ 2º - Salvo contra-indicação médica, o magistrado licenciado poderá proferir decisões em processos que, antes da licença, lhe hajam sido conclusos para julgamento ou tenham recebido o seu visto como relator ou revisor.

§ 3º - Encontrando-se o juiz impossibilitado de comparecer ao juízo por motivo de doença própria ou em pessoa de família, ser-lhe-á dado substituto, computando-se o período de ausência na licença, se concedida.

Art. 199 - O magistrado do sexo feminino terá direito à licença especial a gestante deferida às servidoras estaduais.

Lei 5535/09 – Lei dos Fatos Funcionais da Magistratura

Art. 40. Dar-se-á licença de cento e oitenta dias à gestante, prorrogável no caso de aleitamento materno, por um período de 30 (trinta) dias, e no máximo, até 90 (noventa) dias. Art. 41. Ao Magistrado será concedida licença-paternidade de oito dias, contados do nascimento ou da adoção.

Art. 200 - O magistrado tem direito a uma licença especial de 3 (três) meses, com vencimentos integrais, por qüinqüênio de serviço prestado como servidor do Estado do Rio de Janeiro ou dos que o formaram.

Licença-prêmio.

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Parágrafo único - A licença especial poderá ser gozada em parcelas não inferiores a um mês do ano civil.

Art. 201 – (Revogado).

Art. 202 - Os juízes de direito gozarão férias individuais de sessenta dias, de acordo com a tabela anual organizada pelo presidente do Tribunal de Justiça, antes do início de cada ano.

§ 1º - A requerimento, formulado até o dia 30 de novembro, as férias poderão ser parceladas em dois períodos de trinta dias consecutivos, para que um deles coincida com qualquer dos meses de férias escolares (janeiro, fevereiro ou julho), se o permitir a disponibilidade de juízes com função de substituição, ficando assegurado o rodízio, nas tabelas subseqüentes, quando impossível o atendimento de todos os pedidos.

§ 2º - O juiz da região judiciária que se mantiver em exercício pleno, em substituição de juiz titular, por seis meses ou mais, receberá, no período de férias, a diferença entre seus vencimentos e os do substituído.

Art. 203 - O início e a terminação de férias serão comunicados por ofício.

§ 1º - Antes de entrar em férias, o juiz deverá comunicar ao Presidente do Tribunal de Justiça que não depende de julgamento causa cuja instrução tenha dirigido, e que não tem na conclusão, por tempo maior que do prazo legal, autos pendentes de decisão.

§ 2º - Nos casos de interrupção ou renúncia das férias, o juiz só poderá reassumir o exercício no dia imediato ao da respectiva comunicação.

§ 3º - O juiz que for removido ou promovido em gozo de férias, não as interromperá, sem prejuízo da posse imediata.

§ 4º - A comunicação a que alude o § 1º será acompanhada de certidão que a comprove, extraída do livro de registro dos termos de conclusão ao juiz, devidamente visada pelo Corregedor.

Art. 204 - O magistrado que, devido a remoção, promoção ou exigência de serviço e determinação superior ficar privado das férias no período estabelecido, terá direito de gozá-las em outra época, que o Presidente do Tribunal de Justiça fixar, a seu pedido.

Art. 205 – (Revogado).

Capítulo IV - Da ética funcional

Art. 206 - Os magistrados devem manter irrepreensível procedimento na vida pública e particular, pugnando pelo prestígio da justiça, zelando pela dignidade das suas funções e respeitando as do Ministério Público e dos advogados.

Art. 207 - Além das vedações constitucionais e legais, é proibido ao magistrado exercer a função de árbitro ou juiz fora dos casos previstos nesta resolução e nas leis processuais, bem como qualquer outra atividade incompatível com o regular exercício de seu cargo.

AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Árbitro é quem soluciona conflitos de interesse com base na Lei de Arbitragem. Não tem nada a ver com futebol.

Art. 208 - O juiz de direito deverá ter residência na comarca, ou sede da região, podendo, excepcionalmente, mediante prévia autorização do

(1)

Conselho da Magistratura, residir em localidade próxima, desde que não haja prejuízo para os serviços forenses.

Emenda Constitucional nº 45/04

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: VII - o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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Por força da redação constitucional, trazida pela EC nº 45/04, o Tribunal de Justiça editou a Resolução nº 13/07 que autorizou os magistrados a residirem fora da Comarca onde são titulares, desde que autorizados pelo Órgão Especial.

§ 1º - O Órgão Especial do Tribunal de Justiça, em resolução, disporá sobre a concessão da autorização prevista neste artigo.

§ 2º - Verificada a infração do dever a que este artigo se refere, o Presidente do Tribunal determinará a instauração do competente processo disciplinar para aplicação das sanções cabíveis na forma dos artigos 212 e seguintes.

Resolução nº 13/2007 – Órgão Especial

Art. 5º. A residência fora da Comarca, sem autorização, caracterizará infração funcional, sujeita a procedimento administrativo disciplinar.

Art. 209 - Os juízes devem comparecer diariamente à sede de seus juízos e aí permanecer das treze às dezessete horas, ou enquanto for necessário ao serviço, atendendo pessoalmente aos advogados, salvo quando ocupados em diligências judiciais fora do juízo.

§ 1º - As audiências devem ser realizadas no local e hora designados.

§ 2º - Os juízes do Registro Civil devem comparecer diariamente à sede de seus juízos, e aí permanecer das onze às dezessete horas, celebrando os casamentos nas horas designadas, em juízo, ou fora deste, em quaisquer dias e horas, em casos de urgência ou requerimento das partes.

Art. 210 - O juiz de direito não poderá afastar-se do exercício do seu cargo, a não ser:

1 - em gozo de licença ou férias;

2 - revogado;

3 - em caso de falecimento de seu descendente ou ascendente consangüíneo ou afim, cônjuge ou irmão, pelo prazo de oito dias;

4 - em caso de força-maior ou calamidade pública;

5 - a serviço eleitoral, por determinação do tribunal respectivo.

§ 1º - Revogado pela Lei 1563/89

§ 2º - O afastamento deverá ser comunicado ao Presidente do Tribunal de Justiça

Art. 211 - Os juízes de direito usarão vestes talares durante as sessões do Tribunal do Júri e na celebração de casamentos e, facultativamente, nas demais audiências.

O juiz deve usar toga, obrigatoriamente, nas sessões do júri e na celebração de casamentos. Nas demais audiências o uso da toga é facultativo.

Capítulo V - Da ação disciplinar

Art. 212 - Pelas faltas cometidas, ficam os magistrados sujeitos às seguintes sanções disciplinares:

I - advertência;

II - censura;

III - demissão.

§ 1º - A pena de advertência será aplicada, sempre em caráter reservado, nos casos de faltas que, não sendo graves, todavia revelem descumprimento dos deveres do cargo.

§ 2º - A pena de censura será aplicada no caso de falta de cumprimento dos deveres do cargo, de negligência reiterada ou de procedimento incorreto ou indecoroso, desde que a infração não seja punida com pena mais grave, e sem prejuízo do disposto no artigo 218.

§ 3º - O Regimento Interno do Tribunal de Justiça estabelecerá o procedimento para apuração das faltas puníveis com advertência ou censura.

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§ 4º - O juiz censurado ficará inabilitado para concorrer a promoção por merecimento pelo período de um ano.

§ 5º - Das penas impostas caberá recurso voluntário, com efeito suspensivo, no prazo de cinco dias, para o Órgão Especial do Tribunal de Justiça, que decidirá pelo voto da maioria de seus membros.

§ 6º - A pena de demissão só será aplicada em virtude de sentença judiciária.

Lei Complementar nº 35/79 – Lei Orgânica da Magistratura

Art. 42 - São penas disciplinares: I - advertência; II - censura; III - remoção compulsória; IV - disponibilidade com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço; V - aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço; VI - demissão.

Art. 213 - O magistrado, quando pronunciado ou condenado, antes de passar em julgado a condenação, será afastado do cargo.

Art. 214 - A remoção por motivo de interesse público será imposta quando a permanência do magistrado em tribunal, câmara, comarca ou vara for declarada prejudicial ao interesse da Justiça.

A remoção compulsória, porque afeta a garantia da inamovibilidade do juiz, deve sempre ser decretada pela maioria absoluta do Órgão Especial ou pelo Conselho Nacional de Justiça, sempre garantido o direito de ampla defesa e contraditório ao magistrado.

Art. 215 - O procedimento para decretação de remoção ou disponibilidade compulsória correrá, em segredo de justiça, perante o Órgão Especial do Tribunal de Justiça, observando-se o que dispuser a lei federal.

Art. 216 - A disponibilidade compulsória, com vencimentos proporcionais, será aplicada ao magistrado que revelar desídia habitual no exercício de suas funções, praticar atos de notória incontinência pública ou incompatíveis com o decoro do cargo, ou quando ocorrer qualquer outro motivo de interesse público.

Art. 217 - Por conveniência da Justiça, poderá o magistrado, no curso do processo disciplinar, ser afastado do exercício das funções, sem prejuízo de seus vencimentos.

Art. 218 - A aplicação da pena disciplinar não obsta à instauração de ação penal, se o fato constituir crime ou contravenção.

Capítulo VI - Da reclamação

Art. 219 - São suscetíveis de correição, mediante reclamação da parte ou de órgão do Ministério Público, as omissões do juiz e os despachos irrecorríveis por ele proferidos, que importem em inversão da ordem legal do processo ou resultem de erro de ofício ou abuso de poder.

A reclamação é uma medida administrativa de revisão dos atos do magistrado. Não se trata de um recurso.

Para as decisões e sentenças deve a parte interessada manejar o recurso cabível. Contra despachos (que por lei são irrecorríveis) pode ser manejada a reclamação.

Art. 220 - A reclamação será manifestada perante os respectivos Vice-Presidentes do Tribunal de Justiça, no prazo de cinco (05) dias, contados da data da publicação do despacho que indeferir o pedido de reconsideração da decisão, ou do ato omissivo objeto da reclamação.

Tratando-se de ação cível a reclamação será distribuída ao 1º Vice-Presidente. Tratando de ação penal ao 2º Vice-Presidente.

Art. 221 - A petição de reclamação será instruída com certidões de inteiro teor da decisão reclamada,quando não se tratar de ato omissivo, e da que houver indeferido o pedido de reconsideração; de datas das respectivas publicações; de instrumento do mandato conferido ao advogado; e das demais peças, indicadas pelo reclamante, nas quais se apoiar a decisão reclamada.

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Art. 222 - O 1º Vice-Presidente distribuirá a reclamação ao órgão competente para o seu julgamento.

§ 1º - As reclamações da competência do Órgão Especial do Tribunal de Justiça e do Conselho da Magistratura serão manifestadas perante o Presidente do Tribunal de Justiça.

§ 2º - Quando o ato reclamado pertencer a processo em que o juiz esteja executando decisão sua ou de segunda instância, a reclamação será processada e julgada, no primeiro caso, por câmara isolada, feita a distribuição nos termos da lei, e, no segundo caso, pelo tribunal que houver proferido o acórdão exeqüendo, cujo relator ou seu substituto será a reclamação distribuída.

Art. 223 - O relator da reclamação, quando indispensável para a salvaguarda dos direitos do reclamante, poderá ordenar que seja suspensa, por trinta dias improrrogáveis, a execução do despacho reclamado.

Art. 224 - Solicitadas as informações, que o juiz reclamado prestará em cinco dias, e ouvido em igual prazo o Ministério Público, o relator aporá o seu 'visto' e colocará o processo em mesa para julgamento na primeira sessão.

Art. 225 - Se o órgão que julgar procedente a reclamação apurar falta funcional do juiz, poderá mandar anotar o fato na matrícula do mesmo, sem prejuízo das sanções cabíveis.

Parágrafo único - Em se tratando de reclamação julgada por Tribunal de Alçada, a anotação será solicitada pelo Presidente do órgão julgador ao Tribunal de Justiça.

Relembrando, os Tribunais de Alçada foram extintos no Rio de Janeiro em 1997.

Título IV - Das disposições gerais

Art. 226 - A parte que, em processo judicial ou administrativo, se considerar agravada por decisão, do Presidente ou dos Vice-Presidentes do Tribunal, dos Presidentes das seções, grupos de Câmaras ou Câmaras isoladas, ou ainda do relator, de que não caiba outro recurso, poderá requerer, no prazo de cinco dias, contados da intimação da mesma por publicação no órgão oficial, a apresentação do feito em mesa, afim de que o órgão julgador conheça da decisão, confirmando-a ou reformando-a.

Parágrafo único - Em relação às decisões proferidas pela Terceira Vice-Presidência nos processos judiciais, o presente recurso somente será cabível nos casos de competência extraordinária, conferida por delegação, nos termos do artigo 33, inciso IV.

Art. 227 - Os órgãos judiciais, ao conhecerem de petições ou arrazoados que contiverem expressões impróprias, injuriosas ou caluniosas, bem como conceitos desprimorosos à Justiça, a magistrado, ou a membro do Ministério Público, mandarão, por despacho escrito e fundamentado, que sejam cancelados, comunicando o fato à Ordem dos Advogados, para os devidos fins.

Parágrafo único - Toda vez que, em despacho ou decisão, o juiz se exceder na linguagem, faltando à serenidade peculiar à Justiça ou visando à pessoa de advogado, o Tribunal que conhecer do feito, 'ex-officio' ou mediante reclamação do advogado ou do Ministério Público, fará a censura por escrito, cancelando as expressões e referências condenáveis.

Lei Complementar nº 35/79 – Lei Orgânica da Magistratura

Art. 41 - Salvo os casos de impropriedade ou excesso de linguagem o magistrado não pode ser punido ou prejudicado pelas opiniões que manifestar ou pelo teor das decisões que proferir.

Art. 228 - Nos mandados de segurança impetrados contra autoridades administrativas estaduais, o juiz ou, nos casos de competência originária do Tribunal, o relator, abrirá vista dos autos, por cinco dias, à Procuradoria-Geral do Estado, logo após a juntada das informações prestadas pela autoridade coatora. Em seguida, ou autos serão encaminhados à Procuradoria-Geral da Justiça para, em igual prazo, emitir o respectivo parecer.

Art. 229 - As vendas dos bens entregues à guarda de depósito público não podem ser efetuadas sem prévia autorização judicial.

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Parágrafo único - Quando se tratar de bem imprestável ou sem valor apreciável, o Diretor do Depósito Público da Comarca da Capital dar-lhe-á o destino adequado, mediante autorização do Corregedor da Justiça, em conformidade com normas que forem por este baixadas em provimento.

Art. 230 - O expediente forense será iniciado às 11:00 horas e encerrado às 18:00 horas.

A Consolidação Normativa traz outras disposições:

Varas da Infância e da Juventude terão horário de funcionamento de 09h às 18h e Juizados Especiais Cíveis das 10h às 18h.

§ 1º - Não haverá expediente nos respectivos foros e nos ofícios de justiça aos sábados, salvo nos Cartórios de Registro Civil; no dia 8 de dezembro (Dia da Justiça); nos dias declarados como ponto facultativo nas repartições públicas estaduais; segunda, terça e quarta-feira da semana do carnaval; quinta e sexta-feira da Semana Santa e nos feriados nacionais, estaduais e municipais, nos municípios sede das respectivas comarcas.

Também não há expediente no dia 28 de outubro, dia do Servidor Público Estadual.

§ 2º - Os prazos processuais ficarão suspensos no período compreendido entre 20 de dezembro e 6 de

janeiro, inclusive.

Período do recesso forense.

§ 3º - Os cartórios do Registro Civil das Pessoas Naturais funcionarão diariamente, podendo fazê-lo em regime de meio expediente, das 9 às 12 horas, nos dias referidos neste artigo.

Atenção! O meio expediente é para os sábados, feriados e dias de ponto facultativo. Nos demais dias deve funcionar normalmente, em regra, de 09h às 17h.

§ 4º - Revogado.

Art. 231 - Por motivo de ordem pública, poderá o Presidente do Tribunal de Justiça decretar o fechamento do foro ou de qualquer dependência do serviço judiciário, bem como encerrar o expediente respectivo antes da hora legal.

Art. 232 - A Secretaria do Tribunal organizará, dentro de 60 dias, a contar de sua instalação, o 'curriculum vitae' de cada magistrado, o qual será atualizado anualmente, devendo dele constar, obrigatoriamente, a data e a classificação no concurso, os elogios e penalidades e os órgãos judiciários em que serviu.

Parágrafo único - Cópias dos curricula serão anualmente remetidas aos desembargadores, sempre que solicitadas, sendo que, no caso de promoção ou remoção, a lista tríplice a ser enviada ao Governador será também instruída com o curriculum vitae dos candidatos.

Art. 233 - Os atos administrativos relativos ao Poder Judiciário serão publicados no órgão oficial do Estado por meio de extratos.

Art. 234 - Os recursos nos processos de execução irão para o tribunal competente para a matéria e para o valor, mesmo que o processo de conhecimento tenha sido julgado em corte diversa.

Título V – Das disposições transitórias

Art. 235 - No Tribunal de Justiça, a antigüidade dos desembargadores contar-se-á a partir da data da posse nos tribunais de que provieram.

A referência é no plural por conta dos antigos Tribunais de Alçada (Cível e Criminal). Já extintos. Hoje, a antiguidade do Desembargador é aferida, exclusivamente, na data de sua posse no TJRJ.

Art. 236 e 237 - Revogado.

Art. 238 - Os desembargadores e substitutos de desembargador ficam vinculados aos processos a eles direta e anteriormente distribuídos, como relator ou revisor, nos tribunais de onde provieram.

Art. 239 e 240 – Revogados.

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Art. 241 - As vagas nos Tribunais de Justiça (salvo se aproveitado desembargador em disponibilidade) e de Alçada serão providas alternadamente por antigüidade e merecimento.

Art. 242 a 261 - Revogados.

Art. 262 - Criado o cargo do respectivo titular, designará o Presidente do Tribunal de Justiça a data de instalação do novo juízo, solicitando à Corregedoria-Geral da Justiça a expedição de atos de lotação do respectivo pessoal cartorário.

§ 1º - As atribuições conferidas às varas que forem criadas, enquanto não instaladas estas, continuarão a ser dos juízes que as exerciam.

§ 2º - Os feitos já ajuizados poderão ser redistribuídos se assim entender o Tribunal de Justiça.

Na criação de uma nova Vara o Tribunal deverá decidir se realiza a redistribuição ou não dos feitos já ajuizados. Os novos feitos podem ser distribuídos por compensação (apenas a Vara nova recebe processos até equiparar o acervo) ou sem compensação (um processo novo para cada Vara).

Art. 263 - A classificação da comarca feita por esta Resolução não altera a entrância do respectivo juiz de direito, nem prejudicará os servidores nela lotados, que ali continuarão exercendo as suas funções.

Parágrafo único - Nas Comarcas cuja entrância for alterada, ficam reclassificadas, para provimento futuro, as respectivas serventias e os cargos dos seus titulares, ao nível da nova entrância, quando se vagarem.

Art. 264 a 268 - Revogados.

Art. 269 - Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

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Quadro Anexo das Regiões Judiciárias - (Arts. 75 e 80 do CODJERJ) – Com a redação da Lei 6019/2011

Região Judiciária Especial

1° Grupo – Capital - 98 juízes

2º Grupo – Niterói e São Gonçalo – 07 juízes

3° Grupo - Duque de Caxias e Petrópolis - 05 juizes

4º Grupo – Belford Roxo, Nova Iguaçu e São João do Meriti – 06 juízes

5° Grupo - Volta Redonda - 04 juízes

6° Grupo - Campos dos Goytacazes - 03 juízes

7° Grupo - Nova Friburgo e Teresópolis - 03 juízes

Total: 126 Juízes

1ª Região - Geral (à disposição da Presidência TJRJ) – 19 juízes

2ª Região (Maricá, Saquarema, Araruama, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo, Armação dos Búzios, Iguaba Grande) - 03 juízes

3ª Região (Nilópolis, Magé, Guapimirim, Mesquita, Queimados, Japeri) – 03 juízes

4ª Região (Barra Mansa, Rio Claro, Resende, Itatiaia, Porto Real Quatis) – 02 juízes

5ª Região (Barra do Pirai, Pirai, Valença, Pinheiral) – 01 juiz

6ª Região (Itaguai, Mangaratiba, Angra dos Reis, Parati, Seropédica) – 02 juízes

7ª Região (Três Rios, Paraiba do Sul, Sapucaia, Rio das Flores) - 01 juiz

8ª Região (Bom Jardim, Sumidouro, Duas Barras, Carmo, Cordeiro, Cantagalo, Trajano de Morais, Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto, São José do Vale do Rio Preto) - 02 juízes

9ª Região (Itaborai, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu, Tanguá) - 01 juiz

10ª Região (Macaé, Conceição de Macabu, Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Silva Jardim, Carapebus/Quissamã) – 02 juízes

11ª Região (São João da Barra, São Fidélis, Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana, Natividade, Porciúncula, Italva, São Francisco do Itabapoana) – 03 juízes

12ª Região (Santo Antônio de Pádua, Itaocara, Cambuci, Miracema, Laje do Muriaé) – 02 juízes

13ª Região (Vassouras, Mendes, Engenheiro Paulo de Frontin, Paracambi, Miguel Pereira, Paty do Alferes) – 02 juízes

Total: 24 juízes

Total: 43 juízes

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COMARCAS DE ENTRÂNCIA ESPECIAL

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COMARCAS DE 1ª ENTRÂNCIA

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COMARCAS DE 2ª ENTRÂNCIA

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NÃO SÃO COMARCAS

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DICAS PARA MEMORIZAÇÃO DAS COMARCAS

Como foi dito, a questão da classificação das Comarcas é assunto que pode fazer a diferença na hora da prova, visto ser fácil a confusão entre que Comarca é de 1ª ou de 2ª Entrância. As de Entrância Especial, por serem em menor número há mais facilidade em se lembrar delas.

Assim, vou ajudar com algumas dicas para sua memorização. É um critério do qual me utilizo e pode servir ou não para você. O importante é que você desenvolva um critério seu, que te ajude a memorizar o máximo possível de Comarcas, visando à hora da prova. Vamos lá.

1ª Dica: Placas de carro! Passe a observá-las e faça o exercício mental de classificar as Comarcas que for observando: Cabo Frio (2ª); Nova Friburgo (Especial); Miguel Pereira (1ª) etc. Assim, meio que por brincadeira é possível decorar bastantes Comarcas.

2ª Dica: Técnica militar. Repetição até a exaustão para chegar à perfeição. Com um melhoramento: aprenda as Comarcas de Entrância Especial (12), as que não são Comarcas (6) e as de 2ª Entrância (32). O que sobra (42) são de 1ª Entrância.

3ª Dica: Conheça a sua região (com base nos NUR) e as cidades que lhes são vizinhas. Por exemplo: 9º NUR. Friburgo (Especial), Cachoeiras de Macacu (2ª). Bom Jardim, Cordeiro, Cantagalo, Duas Barras, Sumidouro, Trajano de Moraes, São Sebastião do Alto, Santa Maria Madalena e Carmo, são Comarcas de 1ª Entrância. Macuco não é Comarca. Como vizinhos, Teresópolis e Petrópolis são de Entrância Especial; Guapimirim é de 1ª; Rio Bonito e Itaboraí são de 2ª, Tanguá é de 1ª.

4ª Dica: Crie relacionamentos com informações que nos são comuns. Por exemplo: Região dos Lagos. Por região dos lagos entendamos o trecho que vai de Maricá até Macaé (veja no mapa a extensão da área – fls. 64). Nesta área: Arraial do Cabo e Iguaba Grande são Comarcas de 1ª Entrância. Todas as demais (Maricá, Saquarema, Rio das Ostras, Araruama, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Armação dos Búzios e Macaé) são de 2ª Entrância.

5ª Dica: Utilize o mapa como referência e crie relacionamentos. Por exemplo: cruzando uma linha diagonal imaginária do alto a baixo no mapa, nós temos, no extremo sul a cidade de Paraty (1ª) e no extremo norte as cidades de Porciúncula e Natividade (1ª) e Varre-Sai, que não é Comarca.

6ª Dica: Relacione nomes comuns com ideias de superioridade ou inferioridade (exacerbando para chamar a atenção do cérebro). Por exemplo: Todas as Barras são grandes (Barra Mansa, Barra do Piraí e São João da Barra), são portanto de 2ª, exceto Duas Barras, que é de 1ª; Paraíba é o nome de um Estado. Estado é maior que um Município, então, Paraíba do Sul, é de 2ª; Miguel Pereira. Pereira é um sobrenome comum e Comarca comum é de 1ª; Bom Jesus do Itabapoana e São Francisco do Itabapoana. Jesus é maior que São Francisco, que é humilde. Então, Bom Jesus é de 2ª e São Francisco é de 1ª etc. etc.

7ª Dica: Não se esqueça das Comarcas que são formadas por dois Municípios: Carapebus/Quissamã, Porto Real/Quatis e Italva/Cardoso Moreira. Todas são de 1ª Entrância.

8ª Dica: Não se esqueça das Comarcas de Entrância Especial: Capital, Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis, Belford Roxo, Volta Redonda, Nova Iguaçu e Campos dos Goytacazes.

Estas dicas não são exaustivas, há várias formas de criar estes relacionamentos e guardar as Comarcas.

Por fim, a última dica, um método não exclui o outro, ao contrário, se complementam. Se você utilizar a combinação de dois ou três destes métodos conseguirá reter informação sobre mais de 80% das Comarcas.

Bons estudos e boa sorte.

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Marcos Saulo Pereira da Silva 67

1 – São órgãos do Poder Judiciário do Estado, exceto: (a) Tribunal de Justiça e Juízes de Direito

(b) Tribunal do Júri

(c) Juizados Especiais e Turmas Recursais

(d) Conselho de Justiça Militar

(e) Tribunal de Justiça Militar

2 – O território estadual, para efeito de administração da Justiça, divide-se em, exceto: (a) regiões judiciárias e distritos

(b) subdistritos e circunscrições

(c) zonas judiciárias

(d) comarcas

(e) subcomarcas

3 – A instalação do distrito ter-se-á por feita com a posse do juiz de paz perante o juiz de direito com competência para... (a) Registro Civil de Pessoas Naturais

(b) Vara de Família

(c) Infância e Juventude

(d) Registro Público

(e) Ações Cíveis

4 – Para a criação e classificação de Comarcas, considera-se, exceto:

(a) distância da Capital

(b) número de habitantes e de eleitores

(c) receita tributária

(d) movimento forense

(e) extensão territorial do município

5 – São comarcas de 2ª entrância: (a) Cabo Frio – Araruama – Duas Barras

(b) Macaé – Itaguaí – Barra do Piraí

(c) Teresópolis – Nilópolis – Petrópolis

(d) Barra do Piraí – Belford Roxo - Japeri

(e) São Gonçalo – São Fidélis – Sapucaia

6 – São comarcas de 1ª entrância: (a) Barra Mansa – Cabo Frio – Rio Claro

(b) Maricá – Guapimirim – Tanguá

(c) Sumidouro – Cordeiro – Resende

(d) Duas Barras – Cambuci – Araruama

(e) Pinheiral – Cantagalo – Bom Jardim

7 – A criação de novas varas e fóruns regionais, nas Comarcas da Capital e de 2ª Entrância, será feita por: (a) desdobramento, descentralização e indicação

(b) desdobramento e especialização

(c) somente por desdobramento

(d) somente por descentralização

(e) desdobramento, descentralização e

especialização

8 – O desdobramento ocorre quando o número de feitos distribuídos... passar de... por... (a) mensalmente – mil – juízo

(b) anualmente – mil – comarca

(c) anualmente – 3 mil – vara

(d) mensalmente – 2 mil – comarca

(e) anualmente – mil – juízo

9 – É um dos requisitos para elevação de comarcas a 2ª entrância: (a) receita tributária municipal superior a 15 mil

vezes o salário mínimo vigente na comarca da

Capital do Estado

(b) receita tributária estadual superior a 15 mil

vezes o salário mínimo vigente

(c) receita tributária municipal inferior a 15 mil

vezes o salário mínimo vigente

(d) receita tributária estadual inferior a 5 mil vezes

o salário mínimo vigente

(e) receita tributária municipal superior a 5 mil

vezes o salário mínimo vigente na Capital do Estado

10 – Não é órgão de primeira instância: (a) Juizados Especiais

(b) Tribunal do Júri

(c) Conselho de Justiça Militar

(d) Turmas Recursais

(e) Tribunal de Justiça

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES – CODJERJ – 100 QUESTÕES

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Marcos Saulo Pereira da Silva 68

11– São essenciais para elevação de Comarca à 2ª Entrância, exceto: (a) População mínima de 70 mil habitantes ou 20

mil eleitores

(b) Movimento forense anual de pelo menos mil

feitos judiciais

(c) Receita tributária municipal inferior a 15 mil

vezes o salário mínimo vigente na Comarca da

Capital do Estado

(d) Receita tributária municipal superior a 15 mil

vezes o salário mínimo vigente na Comarca da

Capital do Estado

(e) Nenhuma das anteriores

12 – Na correição ordinária o Corregedor visitará: (a) Anualmente 3 comarcas

(b) Anualmente mais de 3 comarcas

(c) Mensalmente 3 comarcas

(d) Anualmente pelo menos 3 comarcas

(e) Mensalmente pelo menos 3 comarcas

13 – Como Órgão de disciplina e correição dos serviços judiciais e extrajudiciais de 1ª Instância, atuará: (a) Escola de Magistratura

(b) Turmas Recursais

(c) Órgão Especial do Tribunal de Justiça

(d) Corregedoria-Geral da Justiça

(e) Juízes de Direito

14 – Cada Comarca terá um Tribunal do Júri, exceto: (a) Capital (2)

(b) São Gonçalo (2) e Capital (4)

(c) Capital (4)

(d) Niterói (2) e Capital (4)

(e) Capital (4) e Nova Iguaçu (2)

15 – São Órgãos julgadores do Tribunal de Justiça, exceto: (a) Câmaras Cíveis

(b) Seção Criminal

(c) Conselho da Magistratura

(d) Órgão Especial

(e) Escola da Magistratura

16 – Não integram as Câmaras: (a) Presidente, os vice-presidentes e Corregedor

Geral,

(b) Juízes, Desembargadores e Presidente

(c) Corregedor Geral e desembargadores

(d) Presidente e os vice-presidentes

(e) Corregedor Gera e presidente

17 – Vagando no curso do biênio o cargo, faz-se nova eleição em 10 dias para o tempo restante, salvo se inferior a três meses. Esta regra se aplica: (I) À diretoria do Tribunal

(II) Ao Conselho da Magistratura

(III) Membros do Órgão Especial

(a) I e II estão corretas

(b) I e III estão corretas

(c) II e III estão corretas

(d) Todas estão corretas

(e) Todas estão erradas

18 – Aplicará medidas disciplinares aos funcionários da Secretaria do Tribunal: (a) 1° Vice-presidente

(b) 3° Vice-presidente

(c) Presidente

(d) Corregedor-geral

(e) Juiz de Direito

19 – Na Capital, em caso de falta, impedimento ou suspeição, o Juiz da Vara de Registros Públicos será substituído: (a) Pelo Juiz auxiliar

(b) Pelo Juiz da Comarca vizinha

(c) Pelo Juiz da Regional mais próxima

(d) Pelo Juiz da 1ª Vara Cível

(e) Pelo Juiz da 1ª Vara Criminal

20 – Em regra, os juízes são substituídos em caso de férias, licença afastamentos e vacâncias: (a) Pelos Juízes auxiliares

(b) Por Juiz da Comarca mais próxima

(c) Por Juiz da mesma especialidade

(d) Por Juiz da Região Judiciária

(e) Por Juiz indicado pelo Corregedor

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Marcos Saulo Pereira da Silva 69

21 – Cada Comarca compreenderá um ou mais municípios, desde que contíguos, podendo compreender: (a) Uma ou mais comarcas

(b) Um ou mais distritos

(c) Uma ou mais regiões administrativas

(d) Uma ou mais varas

(e) Uma ou mais circunscrições

22 – Foi criada uma comarca em um município com as seguintes características: 12 mil habitantes, 8 mil eleitores, movimento forense anual de 250 feitos e receita tributária anual de 3 mil vezes o salário mínimo vigente na Capital do Estado. Assinale a opção correta: (a) Houve um erro, pois a população mínima é de

15 mil habitantes;

(b) Houve um erro, pois o movimento forense é

mensal e não anual;

(c) Houve um erro, pois a receita tributária deve ser

superior a 3 mil vezes o salário mínimo;

(d) Está correto, já que a quantidade de eleitores

supre a falta de habitantes;

(e) Está correto, já que a lei diz que a receita

tributária deve ser igual ou superior a 3 mil vezes o

salário mínimo.

23 – Assinale o item em que conste, respectivamente, uma comarca de 1ª entrância, uma de 2ª e uma de 1ª: (a) Bom Jardim – Mendes – Cordeiro

(b) Carmo – Itaguaí– Rio Claro

(c) Cantagalo – Campos – Piraí

(d) Três Rios – Resende – Volta Redonda

(e) Campos – Sapucaia – Tanguá

24 – A Seção Criminal é composta pelos... desembargadores mais antigos em cada Câmara Criminal e é presidida pelo... (a) 3 – 1ª vice-presidente

(b) 2 – 2ª vice-presidente

(c) 3 – 3ª vice-presidente

(d) 2 – 1ª vice-presidente

(e) 3 – presidente

25 – Concorrerão à eleição para os cargos do Tribunal os:

(a) Membros efetivos do Tribunal de Justiça

(b) Membros efetivos do Conselho da Magistratura

(c) Membros efetivos do Órgão Especial

(d) Membros efetivos do MP ou OAB

(e) Membros efetivos da Seção Criminal

26 – O Juiz Diretor do Fórum: (a) é designado pelo presidente

(b) é designado pelo corregedor-geral

(c) é designado pelo 1ª vice-presidente

(d) é designado pelo 2° vice-presidente

(e) é designado pelo 3° vice-presidente

27– Conceder licença para casamentos, nos casos do artigo 183, XVI, do Código Civil, é função do: (a) Corregedor-Geral

(b) Juiz de Família

(c) Juiz da vara de Menores

(d) Juiz com competência para o RCPN

(e) Presidente

28 – O número de membros do TJ só pode ser majorado se o n° de processos distribuídos e julgados no ano anterior: (a) For superior a 300 feitos por juiz integrante da

Câmara ou seção Criminal, neles servindo como

relator ou revisor

(b) For igual ou superior a 300 feitos por juiz

integrante da Câmara, neles servindo como relator

ou revisor

(c) For igual a 300 feitos por juiz integrante da

Câmara ou seção Criminal, neles servindo como

relator ou revisor

(d) For igual ou superior a 300 feitos por juiz

integrante da Câmara ou seção criminal, em

qualquer caso;

(e) For superior a 300 feitos por juiz integrante da

Câmara ou da seção Criminal, em qualquer caso

29 – Assinale a única opção onde só há comarcas de 2ª entrância: (a) Paty do Alferes – Carmo – Duas Barras

(b) Cabo Frio – Duas Barras – Resende

(c) Miracema - Saquarema – Rio Claro

(d) Mendes – Rio Bonito - Maricá

(e) Nilópolis – Três Rios – Cabo Frio

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Marcos Saulo Pereira da Silva 70

30 – Têm jurisdição em todo o Estado: (a) Tribunal de Justiça e VEP

(b) Tribunal de Justiça e Juízes de Direito

(c) VEP e Juízes de paz

(d) Conselho de Justiça Militar e Juízes

(e) Tribunal de Justiça e Tribunal do Júri.

31 – O ... e o ... exercerão funções censórias e administrativas de relevância, reservadas ao primeiro as privativas do mais alto colegiado do Tribunal. (a) Órgão Especial - Escola de Magistratura

(b) Conselho de Magistratura – Escola de

Magistratura

(c) Órgão Especial – Conselho da Magistratura

(d) Tribunal de Justiça – Órgão Especial

(e) Tribunal de Justiça – Conselho da Magistratura

32 – Manter ou reconsiderar o despacho de indeferimento do recurso extraordinário é função do..... que pode ser delegada ao..... (a) Presidente -3° Vice-presidente

(b) Corregedor Geral -1° Vice

(c) Presidente – Corregedor Geral

(d) Presidente – 1° Vice-presidente

(e) Presidente – 2° Vice-presidente

33 – Distribuir os feitos de natureza criminal é função do: (a) 1ª vice-presidente

(b) 2ª vice-presidente

(c) 3ª vice-presidente

(d) Presidente

(e) Corregedor-Geral

34 – É atribuição do Corregedor: (a) Avocar processos

(b) Distribuir os feitos de natureza cível

(c) Presidir as sessões da Seção Criminal

(d) Fixar o número de comissários de menores e

autorizar sua designação

(e) Prover sobre a regular tramitação dos processos

na secretaria do Tribunal, propondo ao presidente a

punição dos funcionários em falta

35 – Nas serventias onde há juiz auxiliar, caso não haja prévia estipulação de critérios, a delegação:

(a) Será feita a cada processo

(b) Será feita de acordo com a natureza do processo

(c) Será feita de acordo com o valor da causa

(d) Será feita de acordo com o valor do pedido

(e) As de número ímpar caberão ao juiz titular e as

de número par, ao auxiliar

36 – Como órgão de 2ª instância da Justiça Militar Estadual funcionará: (a) Tribunal de Justiça Militar

(b) Conselho Militar

(c) Auditoria Militar

(d) Tribunal de Justiça

(e) Turma Recursal

37 – O Juiz da Justiça Militar Estadual é o: (a) Juiz Substituto

(b) Juiz Pretor

(c) Juiz Auxiliar

(d) Juiz Auditor

(e) Juiz Militar

38 – São Magistrados: (a) Os Desembargadores, os Juízes de Direito e os

Juízes Substitutos

(b) Os Juízes de entrância Especial e os de entrância

do Interior

(c) Os juízes de primeira instância

(d) Os Desembargadores e Juízes de Paz

(e) Os Desembargadores, os Juízes de Paz e os

Juízes de entrância especial

39 – A permuta entre juízes de mesma entrância e a remoção serão necessariamente submetidos à prévia apreciação do..., antes da votação do... (a) Conselho da Magistratura – Tribunal Pleno

(b) Órgão Especial – Conselho da Magistratura

(c) Órgão Especial – Tribunal Pleno

(d) Conselho da Magistratura – Órgão Especial

(e) Órgão Especial – Presidente do Tribunal

40 – As licenças aos desembargadores são concedidas pelo...e aos juízes de Direito e juízes substitutos pelo... (a) Tribunal Pleno-Órgão Especial

(b) Órgão Especial – Tribunal Pleno

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Marcos Saulo Pereira da Silva 71

(c) Conselho da Magistratura – Tribunal Pleno

(d) Conselho da Magistratura – Órgão Especial

(e) Órgão Especial – Conselho da Magistratura

41 – Compete aos juízes de fazenda pública julgar as ações: (a) Que envolvam a Caixa Econômica Federal

(b) Que envolvam autarquia municipal

(c) Que envolva autarquia estadual

(d) Que envolva a União

(e) Que envolva o Banco do Brasil

42 – A remoção por motivo de interesse público será imposta quando a permanência do magistrado no órgão julgador for declarada: (a) Salutar para o julgamento

(b) Apropriada como medida punitiva

(c) Conforme o interesse público

(d) Prejudicial ao interesse público

(e) Suficiente como punição ao magistrado

43 – Podem compor a mesma Câmara os desembargadores que sejam entre si: (a) Tio e sobrinho

(b) Primos

(c) Pai e filho

(d) Irmãos

(e) Sogro e genro

44 – A indicação de desembargador para ocupar vaga da OAB, em lista tríplice encaminhada pelo TJRJ, após redução da lista sêxtupla é realizada pelo: (a) Presidente do Tribunal de Justiça

(b) Governador do Estado

(c) Procurador Geral de Justiça

(d) Defensor Público Geral do Estado

(e) Presidente da República

45 – O acesso ao Tribunal de Justiça, mediante promoção de juízes de carreira se dá por: (a) Antiguidade e indicação

(b) Indicação e merecimento

(c) Votação secreta e indicação

(d) Escolha e antiguidade

(e) Antiguidade e merecimento

46 – As licenças dos desembargadores e juízes são concedidas, respectivamente por: (a) Conselho da Magistratura e Órgão Especial

(b) Órgão Especial e Conselho da Magistratura

(c) Órgão Especial e Corregedor Geral da Justiça

(d) Presidente do Tribunal e Órgão Especial

(e) Presidente do Tribunal e Corregedor Geral

47 – Existem, atualmente ...Turmas Recursais, sendo .... cíveis e .... criminais (a) 8 – 3 – 5

(b) 7 – 2 – 5

(c) 7 – 5 – 2

(d) 10 – 8 – 2

(e) 8 – 5 – 3

48 – Assinale a alternativa errada: (a) O TJ tem sede na Capital

(b) O TJ tem jurisdição em todo o território nacional

(c) Os juízes têm jurisdição nas áreas territoriais

definidas pelo Codjerj

(d) Os tribunais de 1ª instância têm jurisdição nas

áreas territoriais definidas pelo Codjerj

(e) O território do Estado, para efeito de

administração da justiça, divide-se em regiões

judiciárias, comarcas, distritos, subdistritos,

circunscrições e zonas judiciárias

49 – Assinale a opção errada: (a) Cada Comarca compreenderá um município, ou

mais de um, desde que contíguos, e terá a

denominação de qualquer deles, podendo

compreender uma ou mais varas

(b) As regiões judiciárias serão integradas por

grupos de comarcas ou varas e suas sedes serão as

comarcas indicadas em primeiro lugar em cada

região

(c) A instalação da Comarca será feita com

solenidade, sob a presidência do Presidente do

Tribunal de Justiça ou representante seu

(d) A instalação do distrito ter-se-á por feita com a

posse do juiz de paz, perante o Juiz de Direito da

Comarca com competência para o RCPN

(e) A data de instalação da Comarca é designada

pelo Presidente do Tribunal

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Marcos Saulo Pereira da Silva 72

50 – Marque a opção correta: (a) Mediante aprovação do Tribunal de Justiça, e

por ato do Corregedor, poderá ser transferida,

provisoriamente, a sede da Comarca, em caso de

necessidade ou relevante interesse público

(b) Por ato de seu presidente, poderá ser

transferida, provisoriamente, a sede da Comarca,

em caso de necessidade ou relevante interesse

público

(c) Mediante aprovação do TJ, e por ato de seu

presidente, poderá ser transferida definitivamente

a sede da Comarca, em caso de necessidade ou

relevante interesse público

(d) Mediante aprovação do TJ, e por ato de seu

presidente, poderá ser transferida,

provisoriamente, a sede da Comarca, desde que

distante mais de 100 km da sede antiga

(e) Mediante aprovação do TJ, e por ato de seu

presidente, poderá ser transferida,

provisoriamente, a sede da Comarca, em caso de

necessidade ou relevante interesse público

51 – Assinale a opção correta: (a) Para a criação das comarcas serão considerados

o número de habitantes, a receita tributária e o

movimento forense dos municípios do Estado

(b) Para a classificação das comarcas serão

considerados os números de habitantes e de

eleitores, a receita tributária e a extensão territorial

(c) Compreende-se como receita tributária, para os

efeitos de criação e classificação das comarcas, a

totalidade dos tributos recebidos pelo município ou

municípios da Comarca, diminuída das cotas de

participação

(d) Serão computados, no movimento forense,

apenas os processos de qualquer natureza que não

exijam sentença de que resulte coisa julgada

(e) Quanto à extensão territorial, será levada em

conta a distância entre a sede do município e a da

Comarca

52 – São requisitos essenciais para a criação de comarca: I -População mínima de 15 mil habitantes ou o

mínimo de 8 mil eleitores

II -Movimento forense anual de, pelo menos, 200

feitos judiciais

III -Receita tributária municipal superior a 3 mil

vezes o salário vigente no país

(a) I, II e III estão corretos

(b) I e III estão corretos

(c) I e II estão corretos

(d) Apenas II está correto

(e) Apenas I está correto

53 – “Haverá a redução de uma quarta parte sempre que a sede de qualquer dos municípios integrantes da comarca distar mais de 100 Km da sede desta”. A assertiva está: (a) Correta

(b) Incorreta. A redução é de uma quinta parte

(c) Incorreta. Não há previsão de redução

(d) Incorreta, pois não se refere a “qualquer dos

municípios”

(e) Incorreta, pois a redução é de uma terça parte

54 – São requisitos essenciais para elevação de comarca à 2ª entrância: I – População mínima de 70 mil habitantes ou 20 mil

eleitores

II – Movimento forense anual de, pelo menos, mil

feitos judiciais

III – Receita tributária municipal superior a 15 mil

vezes o salário mínimo vigente na Comarca da

Capital do Estado

(a) I, II e III estão incorretos

(b) I, II e III estão corretos

(c) Apenas I e III estão corretos

(d) Apenas I e II estão corretos

(e) Apenas II e III estão corretos

55 – “Se um dos requisitos não alcançar o quantitativo mínimo, mas dele se aproximar, poderá, a critério do Tribunal de Justiça, por seu Órgão Especial, ser proposta a elevação de entrância da Comarca”. (a) Errado. Não é a critério do Tribunal de Justiça e

sim do seu presidente.

(b) Errado. Só é possível a elevação cumprindo-se os

requisitos.

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Marcos Saulo Pereira da Silva 73

(c) Errado, pois só poderá ocorrer a autorização se

mais de um requisito se aproximar do mínimo

exigido.

(d) Errado, pois não é necessário se aproximar.

Basta que um dos requisitos não alcance o mínimo.

(e) Correto.

56 – Assinale o item que só possui comarcas de 2ª entrância: (a) Cambuci – Barra Mansa – Macaé

(b) Magé – Itaguaí – Resende

(c) Nilópolis – São Fidélis – Piraí

(d) Teresópolis – Três Rios – Mendes

(e) Barra Mansa – Mendes – Rio Bonito

57 – Assinale a opção em que há, na ordem, uma comarca de 1° entrância, 1 de 2ª entrância e 1 Especial: (a) Piraí – Carmo – Duque de Caxias

(b) Itaocara – Guapimirim – São Gonçalo

(c) Porciúncula – Itaboraí – Areal

(d) Italva – Cabo Frio – Volta Redonda

(e) Sapucaia – Bom Jardim – Niterói

58 – A criação de novas varas e fóruns regionais, nas comarcas de entrância especial e de 2ª entrância, será feita: I - Por desdobramento, em outras de igual

competência, quando o número de feitos

distribuídos anualmente passar de mil por juízo

II - Por especialização, quando a justificarem o n° de

feitos da mesma natureza ou especialidade, a

necessidade de maior celeridade ou o interesse

social.

III - Por descentralização, quando houver expressiva

concentração populacional em núcleo urbano

situado em região ou distrito afastado do centro da

sede da comarca, em que a distância torne oneroso

ou dificulte o acesso a justiça.

(a) I, II e III estão erradas

(b) Apenas I e II estão erradas

(c) Apenas I e III estão erradas

(d) I, II e III estão corretas

(e) Apenas II está errada

59 – A alteração do número de membros do Tribunal de Justiça depende de proposta: (a) Do Órgão Especial

(b) Do Presidente

(c) Do Corregedor-Geral

(d) Do Governador do Estado

(e) Do Tribunal pleno

60 – Assinale a opção incorreta: (a) O órgão de disciplina e correição dos serviços

judiciais e extrajudiciais de 1ª instância é a

Corregedoria-Geral

(b) A Escola de Magistratura é órgão de formação e

aperfeiçoamento de magistrados

(c) O Órgão Especial e o Conselho da Magistratura

exercerão funções censórias e administrativas de

alta relevância, reservadas ao segundo as privativas

do mais alto colegiado do Tribunal

(d) O Tribunal de Justiça é presidido por um de seus

membros e tem três vice-presidentes, além do

Corregedor-Geral

(e) O cálculo do n° de processos para majoração do

n° de membros do TJ só considera os juízes que

integram as Câmaras e a seção Criminal, neles

servindo como relator ou revisor

61 – “O presidente, os três vices e o Corregedor são eleitos, em votação aberta, pela maioria dos membros do TJ para servir pelo prazo de dois anos”. A assertiva está: (a) Correta

(b) Incorreta, pois a votação é secreta

(c) Incorreta. A maioria é de 2/3

(d) Incorreta. O mandato é de três anos

(e) Incorreta, pois o Corregedor é designado pelo

presidente do TJ

62 –“Vagando, no curso do biênio, qualquer dos cargos, proceder-se-á, dentro de dez dias, a eleição do sucessor para o tempo restante, salvo se este for inferior a 3 meses, caso em que será convocado o Desembargador mais antigo”. Esta regra é aplicável: I – Aos cargos eletivos do TJ

II – Aos cargos eletivos do Conselho da Magistratura

III – À Escola da Magistratura

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Marcos Saulo Pereira da Silva 74

(a) Todas estão corretas

(b) Todas estão erradas

(c) Apenas I e II estão corretas

(d) Apenas I e III estão corretas

(e) Apenas II e III estão corretas

63 – Os desembargadores são distribuídos em: (a) 18 Câmaras (12 Cíveis e 6 criminais)

(b) 20 Câmaras (12 cíveis e 8 criminais)

(c) 22 Câmaras (14 cíveis e 8 criminais)

(d) 24 Câmaras (16 cíveis e 8 criminais)

(e) 28 Câmaras (20 cíveis e 8 criminais)

64 – Compete ao Presidente do Tribunal, exceto: (a) Convocar o Órgão Especial e o Conselho da

Magistratura

(b) Organizar as pautas para julgamento do Órgão

Especial

(c) Organizar as pautas para julgamento do

Conselho da Magistratura

(d) Designar Juiz de Direito para a função de diretor

do Foro

(e) Supervisionar os serviços de registros de

Acórdãos

65 – Compete ao 1° vice, exceto: (a) Substituir o Presidente

(b) Distribuir os feitos de natureza cível

(c) Autenticar os livros da secretaria do Tribunal

(d) Declarar deserção por falta de preparo

(e) Presidir as seções da Seção Criminal

66 – “O Conselho da Magistratura é integrado pelo presidente, vice-presidentes, Corregedor-Geral e cinco desembargadores que não façam parte do Órgão Especial, mas eleitos por este, em sessão secreta e escrutínio secreto, para um mandato de dois anos”. A frase está: (a) Correta

(b) Está incorreta, pois a frase se refere a

composição da Escola da Magistratura e não do

Conselho da Magistratura

(c) Está incorreta, já que todos têm que fazer parte

do Órgão Especial

(d) Está incorreta, já que a sessão é pública

(e) Está incorreta, já que o mandato é de 3 anos

67 – Assinale a opção incorreta: (a) As sessões do Conselho serão públicas, secretas

ou sigilosas

(b) As sessões serão realizadas em conselho,

independentemente de convocação por edital,

salvo quando públicas, ou, se necessária, a prévia

cientificação dos interessados

(c) Os órgãos de 2ª instância comunicarão ao

Conselho da Magistratura os erros e

irregularidades, passíveis de sanções disciplinares,

praticadas por magistrados

(d) Qualquer pessoa poderá representar, por

petição, ao Conselho da Magistratura, por abusos,

erros ou omissões de magistrados, ou quaisquer

auxiliares da justiça

(e) O Corregedor-Geral será substituído pelo 1ª

Vice-presidente, salvo se este tiver assumido a

presidência, quando, então, caberá ao 2° vice a

substituição

68 – “Na Região Judiciária Especial, correspondente às comarcas de Entrância Especial, terão exercício 126 juízes de Direito regionais de entrância comum, numerados ordinalmente, cabendo-lhes substituir e auxiliar os juízes titulares, por designação do Presidente do TJ”. A frase está: (a) Correta

(b) Incorreta. A Região Judiciária Especial refere-se

apenas à Comarca da Capital.

(c) Incorreta. São 180 juízes e não 126.

(d) Incorreta. A designação é feita pelo Órgão

Especial e não pelo presidente.

(e) Incorreta. Os juízes da Região Judiciária Especial

serão sempre Juízes de Entrância Especial e não

Comum.

69 – Qual opção apresenta um item que não é uma Vara Regional? (a) Méier – Madureira

(b) Jacarepaguá - Bangu

(c) Campo Grande – Santa Cruz

(d) Ilha do Governador – Barra da Tijuca

(e) Leopoldina – Benfica

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Marcos Saulo Pereira da Silva 75

70 – O Juiz de Paz é subordinado: (a) À Escola da Magistratura

(b) Ao Órgão Especial

(c) Ao Presidente do Tribunal

(d) Ao Juiz com competência para o RCPN

(e) Ao Conselho da Magistratura

71 – Julgar execuções fiscais é da competência do: (a) Juiz cível

(b) Juiz criminal

(c) Juiz de família

(d) Juiz de falências e concordatas

(e) Juiz de fazenda pública

72 – Dentre as competências do juiz de falências e concordatas não está a de julgar: (a) Execução por quantia certa contra devedor

insolvente

(b) Causas relativas ao direito societário

(c) Julgar impugnação de contas de tesoureiros

(d) Liquidação de firma individual

(e) Causas que envolvam a Bolsa de Valores

73 – Processar e julgar as causas de interesse do município é de competência do juiz: (a) criminal

(b) de Família

(c) de Fazenda Pública

(d) do Trabalho

(e) Cível

74 – O ingresso na magistratura de carreira se dá no cargo de: (a) Juiz Auxiliar

(b) Juiz Iniciante

(c) Desembargador

(d) Juiz Substituto

(e) Juiz de Entrância Comum

75 – Compete aos tribunais do júri: (a) Julgar os crimes dolosos contra a vida, na forma

consumada ou tentada

(b) Julgar os crimes culposos contra a vida, na forma

consumada ou tentada

(c) Julgar todos os crimes, a critério do juiz criminal

(d) Julgar os crimes dolosos contra a vida, mas só na

forma tentada

(e) Julgar os crimes dolosos contra a vida, mas só na

forma consumada

76 – Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia: (a) Financeira

(b) Funcional

(c) Funcional e Financeira

(d) Administrativa e Funcional

(e) Administrativa e Financeira

77 – O juiz auditor será: (a) um desembargador

(b) o procurador geral de justiça

(c) um juiz de entrância comum

(d) um juiz de entrância especial

(e) um juiz de entrância do interior

78 - Cada comarca compreenderá um .... ou .... desde que.... (a) município – território – próximos

(b) município – cidade – distantes

(c) município – mais de um – contíguos

(d) território – município – contíguos

(e) município – cidade – contíguos

79 – Mediante aprovação do..... por ato de seu.... poderá ser transferida, provisoriamente, a sede ...... (a) Órgão Especial – presidente – do Tribunal de

Justiça

(b) Tribunal de Justiça – presidente – da comarca

(c) Presidente do tribunal – corregedor-geral – do

município

(d) Tribunal de Justiça – corregedor-geral – da

comarca

(e) Governador – secretário de Justiça – do Tribunal

de Justiça

80 – Em qual item há, respectivamente, uma comarca de 2ª entrância, uma especial e uma de 1ª entrância? (a) Nova Friburgo – Cordeiro – Pinheiral

(b) Petrópolis – Niterói – Italva

(c) Barra Mansa – São Gonçalo – Parati

(d) Araruama – Duque de Caxias – Volta Redonda

(e) Macaé – Capital – Niterói

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Marcos Saulo Pereira da Silva 76

81 – O Tribunal de Justiça compõe-se de..... desembargadores e tem como órgão integrante de sua estrutura administrativa: (a) 160 – Conselho de Magistratura

(b) 145 – Conselho de Magistratura

(c) 180 – Escola de Magistratura

(d) 145 – Escola de Magistratura

(e) 160 – Órgão Especial

82 – O presidente, os três vice-presidentes e o corregedor-geral são eleitos, em votação ... pela ... dos membros do ... (a) aberta – maioria – Órgão Especial

(b) secreta – maioria de 2/3 – Tribunal de Justiça

(c) aberta – maioria – Tribunal de Justiça

(d) secreta – maioria – Tribunal de Justiça

(e) aberta – maioria de 2/3 – Órgão Especial

83 – Vagando, no curso do biênio, qualquer dos cargos do Conselho de Magistratura, proceder-se-á, dentro de... dias, à eleição do sucessor para o tempo restante, salvo se este for......a ......meses, caso em que será convocado o desembargador...... (a) 10 – superior – 2 – mais antigo

(b) 5 – inferior – 3 – mais idoso

(c) 10 – inferior – 3 – mais antigo

(d) 5 – superior – 3 mais idoso

(e) 10 – inferior – 2 – mais antigo

84 – Designar, até o número de 05, juízes de direito que deverão ficar à disposição da Corregedoria-Geral de Justiça, é função do: (a) presidente

(b) 1° vice-presidente

(c) 2° vice-presidente

(d) 3° vice-presidente

(e) corregedor-geral

85 – Para que o Órgão Especial possa ser constituído, é necessário que os tribunais contem com um número superior a: (a) 10 julgadores

(b) 160 julgadores

(c) 145 julgadores

(d) 25 julgadores

(e) 80 julgadores

86 – Que órgão atuará como revisor das decisões proferidas pelo Conselho da Magistratura? (a) Corregedoria Geral

(b) Tribunal Pleno

(c) Câmaras

(d) Órgão Especial

(e) Escola de Magistratura

87 – Assinale a alternativa incorreta: (a) compete ao presidente convocar, inclusive

extraordinariamente, o Órgão Especial

(b) Ao 1° vice compete tomar parte nos julgamentos

do Órgão Especial

(c) Ao 3° vice compete substituir o presidente

(d) O presidente do Tribunal é o presidente nato do

Conselho de Magistratura

(e) Os juízes de Paz integram a Justiça de 1ª

instância

88 – Não é da competência do presidente do Tribunal: (a) aplicar medidas disciplinares aos funcionários da

Secretaria do Tribunal

(b) avocar processos nos casos previstos em lei

(c) conceder férias parceladas, quando a

necessidade do serviço assim o exigir

(d) elaborar proposta orçamentária do poder

Judiciário, encaminhando-a ao Órgão Especial

(e) Conceder licença aos funcionários do quadro do

Tribunal quando por prazo superior a 60 dias

89 – Não integra o Conselho da Magistratura: (a) procurador-geral do Estado

(b) presidente do Tribunal de Justiça

(c) corregedor-geral

(d) 1° vice-presidente

(e) 3° vice-presidente

90 – A designação de juiz de direito para a função de diretor do foro é de competência: (a) do corregedor-geral

(b) do Órgão Especial

(c) do presidente

(d) do Conselho de Magistratura

(e) do 1° vice-presidente

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Marcos Saulo Pereira da Silva 77

91 – O Conselho de Magistratura: (a) Somente é composto por membros do Órgão

Especial

(b) É composto por 5 desembargadores que não

façam parte do Órgão Especial

(c) É composto por 10 membros

(d) É composto por 15 membros

(e) É composto por 25 membros

92 – Autenticar os livros da secretaria do Tribunal é atribuição do: (a) presidente

(b) 1° vice

(c) 2° vice

(d) 3° vice

(e) corregedor-geral

93 – Quando a decisão do Conselho de Magistratura não for unânime, caberá pedido de reconsideração, no prazo de: (a) 3 dias

(b) 5 dias

(c) 10 dias

(d) 15 dias

(e) 30 dias

94 – Os juízes e tribunais de 1ª instância têm jurisdição.... definidas... (a) Em todo o Estado – no CODJERJ

(b) Em todo o país – na Constituição Federal

(c) Em municípios – no CODJERJ

(d) Nas áreas territoriais – no CODJERJ

(e) Nas Comarcas – na Constituição Estadual

95 – O ingresso na carreira da magistratura será no cargo de... por concurso público de... promovido... (a) Juiz substituto – provas – pelo Tribunal de

Justiça

(b) Juiz auxiliar – provas e títulos – pelo Tribunal de

Justiça

(c) Juiz titular – provas e títulos – pelo Governador

do Estado

(d) Juiz substituto – provas e títulos – pelo Tribunal

de Justiça

(e) Juiz substituto – provas e títulos – pelo

Governador do Estado

96 – Instituição que acompanha todo o processo seletivo nos concursos para magistratura: (a) Ministério Público

(b) OAB

(c) Defensoria Pública

(d) Conselho da Magistratura

(e) Órgão Especial

97 – Compete substituir o Corregedor-geral: (a) Presidente do Tribunal

(b) 1° Vice-presidente

(c) 2° Vice-presidente

(d) 3° Vice-presidente

(e) Juiz diretor do Foro

98 – A correição ordinária será realizada pelo: (a) Corregedor-geral

(b) Juiz de Direito do Foro

(c) Juiz titular da Serventia

(d) Presidente do Tribunal

(e) Juiz auxiliar

99 – A correição permanente será realizada pelo: (a) Escrivão

(b) Corregedor

(c) Juiz Titular

(d) Juiz Auxiliar

(e) Juiz Diretor do Foro

100 – Segundo as regras de substituição dos magistrados, ela ocorrerá: (a) Pelo juiz auxiliar, onde houver

(b) Pelo juiz mais antigo na Comarca

(c) Pelo juiz que for designado pelo Corregedor-

Geral

(d) Pelo juiz dirigente do NUR

(e) Pelo juiz de paz

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Marcos Saulo Pereira da Silva 78

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO – GABARITO

1 E 29 E 57 D 85 D

2 E 30 A 58 D 86 D

3 A 31 C 59 A 87 C

4 A 32 E 60 C 88 C

5 B 33 B 61 B 89 A

6 E 34 D 62 C 90 C

7 E 35 E 63 E 91 C

8 E 36 D 64 E 92 B

9 A 37 D 65 E 93 B

10 E 38 A 66 D 94 D

11 C 39 D 67 E 95 D

12 D 40 E 68 A 96 B

13 D 41 B 69 E 97 D

14 C 42 D 70 E 98 A

15 E 43 B 71 E 99 C

16 A 44 B 72 C 100 A

17 A 45 E 73 C

18 C 46 B 74 D

19 D 47 C 75 A

20 D 48 B 76 E

21 D 49 A 77 D

22 C 50 E 78 C

23 B 51 E 79 B

24 B 52 C 80 C

25 C 53 A 81 C

26 A 54 B 82 D

27 E 55 E 83 C

28 A 56 B 84 A

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Marcos Saulo Pereira da Silva 79

“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos”.

Fernando Pessoa.