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QUARTA-FEIRA, 20 DE MAIO :: 2020 7 cidades Gabriel Damásio Gabriel Damásio Gabriel Damásio Gabriel Damásio Gabriel Damásio A abertura de uma bar- bearia na cidade de Ita baiana (Agreste) se transformou em uma acirrada batalha jurídica que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF). Ontem, o presidente da Corte, minis- tro José Antônio Dias Tóffoli, derrubou um mandado de se- gurança concedido na sema- na passada pelo desembarga- dor Ricardo Múcio de Abreu Lima,do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE), que autorizava a abertura da barbearia, com base em um decreto federal que autorizava o funciona- mento de barbearias, salões de beleza e academias de ginás- tica.Tóffolli acolheu um recur- so cautelar impetrado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) e suspendeu os efeitos do mandado de segurança, até que ela seja transitada em jul- gado no TJSE. Abertura de barbearia em Itabaiana é suspensa pelo STF Os detalhes da decisão do STF não foram divulgados, mas segundo o governo do estado, ao ministro reconhe- ceu como legítimo o decreto de emergência 40.567/2020, baixado pelo governador Be- livaldo Chagas, o qual suspen- de todas as atividades comer- ciais consideradas não-essen- ciais, como forma de evitar uma maior contaminação do coronavírus através da aglo- meração de pessoas. O recur- so alegou ainda que a abertu- ra da barbearia colocava em risco o planejamento epide- miológico das autoridades de saúde e se contrapunha a evi- dências e fatos técnicos que embasam o fechamento das lojas, como o aumento dos casos da Covid-19.A PGE tam- bém considerou os argumen- tos de Ricardo Múcio como "premissas incabíveis". Na liminar,o proprietário da barbearia José Antônio Silva, argumentou que o estabeleci- mento é a sua única fonte de renda e que, com o seu fecha- mento, "vem passando diver- sas privações e, inclusive, com o seu sustento e de sua família comprometido". O desembar- gador destacou trechos do de- creto federal 10.344/2020, bai- xado em 8 de maio pelo presi- dente Jair Bolsonaro. Um dos artigos cita expressamente "barbearias e salões de beleza" como serviços essenciais, e faz uma diferenciação entre esses tipos de estabelecimentos. "Gramaticalmente falando, não podemos considerar que uma barbearia seja um salão de be- leza, tanto assim é, que o De- creto presidencial refere-se aos dois estabelecimentos. Neste caso, o óbice de funcionamen- to poderia ser enquadrado na expressão 'comércio em geral' constante do Decreto estadu- al. (...) Ora, a partir do momen- to que um Decreto presiden- cial libera o uso de 'barbearia', os decretos estaduais e muni- cipais só podem efetivar uma proibição que seja razoável", justificou Múcio. O magistrado justificou que os movimentos das barbeari- as são muito menores que os de outros locais e manteve a obrigatoriedade de que o pro- prietário siga os protocolos de higiene e prevenção reco- mendados pelo Ministério da Saúde. E fez críticas ao que considerou como excessos do decreto estadual de emer- gência. "Sergipe vem enfren- tando a pandemia com índi- ces normais que não justifi- cam medidas que podem se apresentar mais nocivas que a própria pandemia, conside- rado o interesse social.A aber- tura de uma barbearia aten- dendo a normas ditadas pelos organismos de saúde, em nada difere dos bancos e su- permercados. Ou melhor, apresentam um movimento bem inferior e menor risco de contaminação", afirmou o de- sembargador. O mérito da questão ainda será julgado pelo pleno do TJSE. Com a publicação do De- creto nº 40.598 do Governo do Estado, as agências ban- cárias precisam cumprir no- vas determinações para di- minuir o risco de contágio pela Covid-19. Assim, as ins- tituições que formam a se- gurança pública de Sergipe e o Procon/SE realizaram on- tem uma série de fiscaliza- ções em seis agências da Caixa Econômica Federal, lo- calizadas na capital sergipa- na. Ao todo, foram dois au- tos de infração e um de cons- tatação por descumprimen- to às normas de distancia- mento. De acordo com Tiago Fa- ria, da assessoria jurídica do Procon/SE, nesta fiscalização foram verificadas as determi- nações de distanciamento entre os clientes e da não geração de aglomeração no interior dos estabelecimen- tos. Desse modo, foram visi- tadas as agências Serigy,Faus- to Cardoso, Siqueira Campos, Hermes Fontes, Francisco Porto, Melício Machado, que são unidades bancárias de grande movimentação na capital. "Concentramos as fiscali- zações nas agências bancá- rias da Caixa. Lavramos cin- co autos de constatação e um de infração. Uma agên- cia teve auto de infração por deficiências graves em rela- ção à sinalização e por ter uma aglomeração, na qual as pessoas estavam muito jun- tas, porque não tinha sinali- zação.Todas as outras foram autos de constatação", expli- cou. A operação também con- tou com o emprego da Polí- cia Militar, que, por meio do Procon, PM e Defesa Civil fiscalizam agências bancárias na capital Pelotão de Polícia Ambien- tal (PPAmb), se fez presente, assegurando o cumprimen- to do que está previsto le- galmente. "Por determina- ção do Comando do Policia- mento Militar da Capital, es- tamos apoiando o Procon e a Defesa Civil, para verificar se está sendo cumprido o novo decreto", reforçou o sargento Daniel. Ainda sobre o trabalho da PM na prevenção à Covid-19 na região do Centro de Ara- caju, a Corporação, especifi- camente a 6ª Companhia In- dependente da Polícia Mili- tar (6ª CIPM), tem emprega- do uma viatura exclusiva- mente no policiamento do entorno das agências bancá- rias que estão realizando o pagamento do auxílio emer- gencial. No decorrer das fiscaliza- ções, também foi observado o entorno das agências ban- cárias para verificar se os es- tabelecimentos comerciais ao redor estão cumprindo o decreto governamental. Um auto de constatação foi lavra- do. "Uma assistência técnica de celulares, autorizada a funcionar, estava comerci- alizando acessórios, produtos que não são autorizados a venda dessa forma. Assim, pedimos que retirasse de ex- posição os produtos que não são permitidos", concluiu. ÓR ÓR ÓR ÓR ÓRGÃOS EST GÃOS EST GÃOS EST GÃOS EST GÃOS ESTADU ADU ADU ADU ADUAIS DUR AIS DUR AIS DUR AIS DUR AIS DURANTE FISC ANTE FISC ANTE FISC ANTE FISC ANTE FISCALIZAÇÃO DE ALIZAÇÃO DE ALIZAÇÃO DE ALIZAÇÃO DE ALIZAÇÃO DE AGÊNCIAS B GÊNCIAS B GÊNCIAS B GÊNCIAS B GÊNCIAS BANCÁRIAS NA C ANCÁRIAS NA C ANCÁRIAS NA C ANCÁRIAS NA C ANCÁRIAS NA CAPIT APIT APIT APIT APITAL AL AL AL AL DIVUL DIVUL DIVUL DIVUL DIVULGAÇÃO GAÇÃO GAÇÃO GAÇÃO GAÇÃO

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Page 1: 7 QUARTA-FEIRA, 20 DE MAIO :: 2020 Abertura de barbearia em … · 2020-05-25 · Abertura de barbearia em Itabaiana é suspensa pelo STF Os detalhes da decisão do STF não foram

QUARTA-FEIRA, 20 DE MAIO :: 20207cidades

Gabriel DamásioGabriel DamásioGabriel DamásioGabriel DamásioGabriel Damásio

A abertura de uma bar-bearia na cidade de Itabaiana (Agreste) se

transformou em uma acirradabatalha jurídica que chegou aoSupremo Tribunal Federal(STF), em Brasília (DF). Ontem,o presidente da Corte, minis-tro José Antônio Dias Tóffoli,derrubou um mandado de se-gurança concedido na sema-na passada pelo desembarga-dor Ricardo Múcio de AbreuLima, do Tribunal de Justiça deSergipe (TJSE), que autorizavaa abertura da barbearia, combase em um decreto federalque autorizava o funciona-mento de barbearias, salões debeleza e academias de ginás-tica. Tóffolli acolheu um recur-so cautelar impetrado pelaProcuradoria Geral do Estado(PGE) e suspendeu os efeitosdo mandado de segurança, atéque ela seja transitada em jul-gado no TJSE.

Abertura de barbearia em Itabaiana é suspensa pelo STFOs detalhes da decisão do

STF não foram divulgados,mas segundo o governo doestado, ao ministro reconhe-ceu como legítimo o decretode emergência 40.567/2020,baixado pelo governador Be-livaldo Chagas, o qual suspen-de todas as atividades comer-ciais consideradas não-essen-ciais, como forma de evitaruma maior contaminação docoronavírus através da aglo-meração de pessoas. O recur-so alegou ainda que a abertu-ra da barbearia colocava emrisco o planejamento epide-miológico das autoridades desaúde e se contrapunha a evi-dências e fatos técnicos queembasam o fechamento daslojas, como o aumento doscasos da Covid-19.A PGE tam-bém considerou os argumen-tos de Ricardo Múcio como"premissas incabíveis".

Na liminar, o proprietário dabarbearia José Antônio Silva,argumentou que o estabeleci-

mento é a sua única fonte derenda e que, com o seu fecha-mento, "vem passando diver-sas privações e, inclusive, como seu sustento e de sua famíliacomprometido". O desembar-gador destacou trechos do de-creto federal 10.344/2020, bai-xado em 8 de maio pelo presi-dente Jair Bolsonaro. Um dosartigos cita expressamente"barbearias e salões de beleza"como serviços essenciais, e fazuma diferenciação entre essestipos de estabelecimentos."Gramaticalmente falando, nãopodemos considerar que umabarbearia seja um salão de be-leza, tanto assim é, que o De-creto presidencial refere-se aosdois estabelecimentos. Nestecaso, o óbice de funcionamen-to poderia ser enquadrado naexpressão 'comércio em geral'constante do Decreto estadu-al. (...) Ora, a partir do momen-to que um Decreto presiden-cial libera o uso de 'barbearia',os decretos estaduais e muni-

cipais só podem efetivar umaproibição que seja razoável",justificou Múcio.

O magistrado justificou queos movimentos das barbeari-as são muito menores que osde outros locais e manteve aobrigatoriedade de que o pro-prietário siga os protocolos dehigiene e prevenção reco-mendados pelo Ministério daSaúde. E fez críticas ao queconsiderou como excessos dodecreto estadual de emer-gência. "Sergipe vem enfren-tando a pandemia com índi-ces normais que não justifi-cam medidas que podem seapresentar mais nocivas quea própria pandemia, conside-rado o interesse social.A aber-tura de uma barbearia aten-dendo a normas ditadas pelosorganismos de saúde, emnada difere dos bancos e su-permercados. Ou melhor,apresentam um movimentobem inferior e menor risco decontaminação", afirmou o de-

sembargador.O mérito da questão ainda

será julgado pelo pleno doTJSE.

Com a publicação do De-creto nº 40.598 do Governodo Estado, as agências ban-cárias precisam cumprir no-vas determinações para di-minuir o risco de contágiopela Covid-19. Assim, as ins-tituições que formam a se-gurança pública de Sergipee o Procon/SE realizaram on-tem uma série de fiscaliza-ções em seis agências daCaixa Econômica Federal, lo-calizadas na capital sergipa-na. Ao todo, foram dois au-tos de infração e um de cons-tatação por descumprimen-to às normas de distancia-mento.

De acordo com Tiago Fa-ria, da assessoria jurídica doProcon/SE, nesta fiscalizaçãoforam verificadas as determi-nações de distanciamentoentre os clientes e da nãogeração de aglomeração nointerior dos estabelecimen-tos. Desse modo, foram visi-tadas as agências Serigy, Faus-to Cardoso, Siqueira Campos,Hermes Fontes, FranciscoPorto, Melício Machado, quesão unidades bancárias degrande movimentação nacapital.

"Concentramos as fiscali-zações nas agências bancá-rias da Caixa. Lavramos cin-co autos de constatação eum de infração. Uma agên-cia teve auto de infração pordeficiências graves em rela-ção à sinalização e por teruma aglomeração, na qual aspessoas estavam muito jun-tas, porque não tinha sinali-zação. Todas as outras foramautos de constatação", expli-cou.

A operação também con-tou com o emprego da Polí-cia Militar, que, por meio do

Procon, PM e Defesa Civil fiscalizam agências bancárias na capital

Pelotão de Polícia Ambien-tal (PPAmb), se fez presente,assegurando o cumprimen-to do que está previsto le-galmente. "Por determina-ção do Comando do Policia-mento Militar da Capital, es-tamos apoiando o Procon ea Defesa Civil, para verificar

se está sendo cumprido onovo decreto", reforçou osargento Daniel.

Ainda sobre o trabalho daPM na prevenção à Covid-19na região do Centro de Ara-caju, a Corporação, especifi-camente a 6ª Companhia In-dependente da Polícia Mili-

tar (6ª CIPM), tem emprega-do uma viatura exclusiva-mente no policiamento doentorno das agências bancá-rias que estão realizando opagamento do auxílio emer-gencial.

No decorrer das fiscaliza-ções, também foi observadoo entorno das agências ban-cárias para verificar se os es-tabelecimentos comerciaisao redor estão cumprindo odecreto governamental. Umauto de constatação foi lavra-do. "Uma assistência técnicade celulares, autorizada afuncionar, estava comerci-alizando acessórios, produtosque não são autorizados avenda dessa forma. Assim,pedimos que retirasse de ex-posição os produtos que nãosão permitidos", concluiu.

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