[6909 - 18260]oper e fiscal de transito

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Universidade do Sul de Santa Catarina Palhoça UnisulVirtual 2011 Operação e Fiscalização de Trânsito Disciplina na modalidade a distância

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Operao e Fiscalizao de TrnsitoDisciplina na modalidade a distncia

Palhoa UnisulVirtual 2011

CrditosUniversidade do Sul de Santa Catarina | Campus UnisulVirtual | Educao Superior a DistnciaReitor Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor Sebastio Salsio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Willian Corra Mximo Pr-Reitor de Ensino e Pr-Reitor de Pesquisa, Ps-Graduao e Inovao Mauri Luiz Heerdt Pr-Reitora de Administrao Acadmica Miriam de Ftima Bora Rosa Pr-Reitor de Desenvolvimento e Inovao Institucional Valter Alves Schmitz Neto Diretora do Campus Universitrio de Tubaro Milene Pacheco Kindermann Diretor do Campus Universitrio da Grande Florianpolis Hrcules Nunes de Arajo Secretria-Geral de Ensino Solange Antunes de Souza Diretora do Campus Universitrio UnisulVirtual Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Diretor AdjuntoMoacir Heerdt Avenida dos Lagos, 41 Cidade Universitria Pedra Branca | Palhoa SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: [email protected] | Site: www.unisul.br/unisulvirtual

Coordenadores Graduao

Alosio Jos Rodrigues Ana Lusa Mlbert Ana Paula R.Pacheco Artur Beck Neto Bernardino Jos da Silva Charles Odair Cesconetto da Silva Dilsa Mondardo Diva Marlia Flemming Horcio Dutra Mello Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Afonso Henkes Janana Baeta Neves Jorge Alexandre Nogared Cardoso Jos Carlos da Silva Junior Jos Gabriel da Silva Jos Humberto Dias de Toledo Joseane Borges de Miranda Luiz G. Buchmann Figueiredo Marciel Evangelista Catneo Maria Cristina Schweitzer Veit Maria da Graa Poyer Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaa Nlio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrcia Fontanella Roberto Iunskovski Rose Clr Estivalete Beche

Marilene de Ftima Capeleto Patricia A. Pereira de Carvalho Paulo Lisboa Cordeiro Paulo Mauricio Silveira Bubalo Rosngela Mara Siegel Simone Torres de Oliveira Vanessa Pereira Santos Metzker Vanilda Liordina Heerdt

Patrcia de Souza Amorim Poliana Simao Schenon Souza Preto

Gerncia de Desenho e Desenvolvimento de Materiais DidticosMrcia Loch (Gerente)

Karine Augusta Zanoni Marcia Luz de Oliveira Mayara Pereira Rosa Luciana Tomado Borguetti

Assuntos Jurdicos

Bruno Lucion Roso Sheila Cristina Martins

Gesto Documental

Lamuni Souza (Coord.) Clair Maria Cardoso Daniel Lucas de Medeiros Jaliza Thizon de Bona Guilherme Henrique Koerich Josiane Leal Marlia Locks Fernandes

Desenho Educacional

Marketing Estratgico Portal e Comunicao

Gerncia Administrativa e FinanceiraRenato Andr Luz (Gerente) Ana Luise Wehrle Anderson Zandr Prudncio Daniel Contessa Lisboa Naiara Jeremias da Rocha Rafael Bourdot Back Thais Helena Bonetti Valmir Vencio Incio

Vice-Coordenadores GraduaoAdriana Santos Ramm Bernardino Jos da Silva Catia Melissa Silveira Rodrigues Horcio Dutra Mello Jardel Mendes Vieira Joel Irineu Lohn Jos Carlos Noronha de Oliveira Jos Gabriel da Silva Jos Humberto Dias de Toledo Luciana Manfroi Rogrio Santos da Costa Rosa Beatriz Madruga Pinheiro Sergio Sell Tatiana Lee Marques Valnei Carlos Denardin Smia Mnica Fortunato (Adjunta)

Gerncia de Ensino, Pesquisa e ExtensoJanana Baeta Neves (Gerente) Aracelli Araldi

Elaborao de Projeto

Carolina Hoeller da Silva Boing Vanderlei Brasil Francielle Arruda Rampelotte

Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD) Roseli A. Rocha Moterle (Coord. Ps/Ext.) Aline Cassol Daga Aline Pimentel Carmelita Schulze Daniela Siqueira de Menezes Delma Cristiane Morari Eliete de Oliveira Costa Elosa Machado Seemann Flavia Lumi Matuzawa Geovania Japiassu Martins Isabel Zoldan da Veiga Rambo Joo Marcos de Souza Alves Leandro Roman Bamberg Lygia Pereira Lis Air Fogolari Luiz Henrique Milani Queriquelli Marcelo Tavares de Souza Campos Mariana Aparecida dos Santos Marina Melhado Gomes da Silva Marina Cabeda Egger Moellwald Mirian Elizabet Hahmeyer Collares Elpo Pmella Rocha Flores da Silva Rafael da Cunha Lara Roberta de Ftima Martins Roseli Aparecida Rocha Moterle Sabrina Bleicher Vernica Ribas Crcio Vanessa de Andrade Manoel (Coord.) Letcia Regiane Da Silva Tobal Mariella Gloria Rodrigues Vanesa Montagna

Rafael Bavaresco Bongiolo Catia Melissa Silveira Rodrigues Andreia Drewes Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Rafael Pessi

Gerncia de Produo Design Visual

Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) Francini Ferreira Dias Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.) Alberto Regis Elias Alex Sandro Xavier Anne Cristyne Pereira Cristiano Neri Gonalves Ribeiro Daiana Ferreira Cassanego Davi Pieper Diogo Rafael da Silva Edison Rodrigo Valim Fernanda Fernandes Frederico Trilha Jordana Paula Schulka Marcelo Neri da Silva Nelson Rosa Noemia Souza Mesquita Oberdan Porto Leal Piantino

Reconhecimento de CursoMaria de Ftima Martins

Acessibilidade

Multimdia

Secretaria Executiva e CerimonialJackson Schuelter Wiggers (Coord.) Marcelo Fraiberg Machado Tenille Catarina

Extenso Pesquisa

Maria Cristina Veit (Coord.) Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Mauro Faccioni Filho (Coord. Nuvem)

Avaliao da aprendizagem

Srgio Giron (Coord.) Dandara Lemos Reynaldo Cleber Magri Fernando Gustav Soares Lima Josu Lange

Assessoria de Assuntos InternacionaisMurilo Matos Mendona

Coordenadores Ps-Graduao

Ps-Graduao Biblioteca

Assessoria de Relao com Poder Pblico e Foras ArmadasAdenir Siqueira Viana Walter Flix Cardoso Junior

Assessoria DAD - Disciplinas a Distncia

Patrcia da Silva Meneghel (Coord.) Carlos Alberto Areias Cludia Berh V. da Silva Conceio Aparecida Kindermann Luiz Fernando Meneghel Renata Souza de A. Subtil

Alosio Jos Rodrigues Anelise Leal Vieira Cubas Bernardino Jos da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini Daniela Ernani Monteiro Will Giovani de Paula Karla Leonora Dayse Nunes Letcia Cristina Bizarro Barbosa Luiz Otvio Botelho Lento Roberto Iunskovski Rodrigo Nunes Lunardelli Rogrio Santos da Costa Thiago Coelho Soares Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher Acadmica Angelita Maral Flores (Gerente) Fernanda Farias

Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.) Salete Ceclia e Souza (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Marlia Ignacio de Espndola Renan Felipe Cascaes

Claudia Gabriela Dreher Jaqueline Cardozo Polla Ngila Cristina Hinckel Sabrina Paula Soares Scaranto Thayanny Aparecida B. da Conceio

Conferncia (e-OLA)

Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.) Bruno Augusto Zunino Gabriel Barbosa

Gerncia de Logstica Logsitca de Materiais

Produo Industrial

Marcelo Bittencourt (Coord.)

Jeferson Cassiano A. da Costa (Gerente) Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Abraao do Nascimento Germano Bruna Maciel Fernando Sardo da Silva Fylippy Margino dos Santos Guilherme Lentz Marlon Eliseu Pereira Pablo Varela da Silveira Rubens Amorim Yslann David Melo Cordeiro

Gerncia Servio de Ateno Integral ao AcadmicoMaria Isabel Aragon (Gerente) Ana Paula Batista Detni Andr Luiz Portes Carolina Dias Damasceno Cleide Incio Goulart Seeman Denise Fernandes Francielle Fernandes Holdrin Milet Brando Jenniffer Camargo Jessica da Silva Bruchado Jonatas Collao de Souza Juliana Cardoso da Silva Juliana Elen Tizian Kamilla Rosa Mariana Souza Marilene Ftima Capeleto Maurcio dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Monique Napoli Ribeiro Priscilla Geovana Pagani Sabrina Mari Kawano Gonalves Scheila Cristina Martins Taize Muller Tatiane Crestani Trentin

Gesto Docente e Discente

Enzo de Oliveira Moreira (Coord.)

Capacitao e Assessoria ao Docente

Assessoria de Inovao e Qualidade de EAD

Gerncia Administrao

Denia Falco de Bittencourt (Coord.) Andrea Ouriques Balbinot Carmen Maria Cipriani Pandini

Assessoria de Tecnologia

Secretaria de Ensino a DistnciaSamara Josten Flores (Secretria de Ensino) Giane dos Passos (Secretria Acadmica) Adenir Soares Jnior Alessandro Alves da Silva Andra Luci Mandira Cristina Mara Schauffert Djeime Sammer Bortolotti Douglas Silveira Evilym Melo Livramento Fabiano Silva Michels Fabricio Botelho Espndola Felipe Wronski Henrique Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Indyanara Ramos Janaina Conceio Jorge Luiz Vilhar Malaquias Juliana Broering Martins Luana Borges da Silva Luana Tarsila Hellmann Luza Koing Zumblick Maria Jos Rossetti

Osmar de Oliveira Braz Jnior (Coord.) Felipe Fernandes Felipe Jacson de Freitas Jefferson Amorin Oliveira Phelipe Luiz Winter da Silva Priscila da Silva Rodrigo Battistotti Pimpo Tamara Bruna Ferreira da Silva

Alessandra de Oliveira (Assessoria) Adriana Silveira Alexandre Wagner da Rocha Elaine Cristiane Surian (Capacitao) Elizete De Marco Fabiana Pereira Iris de Souza Barros Juliana Cardoso Esmeraldino Maria Lina Moratelli Prado Simone Zigunovas Anderson da Silveira (Ncleo Comunicao) Claudia N. Nascimento (Ncleo NorteMaria Eugnia F. Celeghin (Ncleo Plos) Andreza Talles Cascais Daniela Cassol Peres Dbora Cristina Silveira Ednia Araujo Alberto (Ncleo Sudeste) Francine Cardoso da Silva Janaina Conceio (Ncleo Sul) Joice de Castro Peres Karla F. Wisniewski Desengrini Kelin Buss Liana Ferreira Luiz Antnio Pires Maria Aparecida Teixeira Mayara de Oliveira Bastos Michael Mattar

Avaliaes Presenciais

Tutoria e Suporte

Nordeste)

Coordenao Cursos Coordenadores de UNADiva Marlia Flemming Marciel Evangelista Catneo Roberto Iunskovski

Graciele M. Lindenmayr (Coord.) Ana Paula de Andrade Angelica Cristina Gollo Cristilaine Medeiros Daiana Cristina Bortolotti Delano Pinheiro Gomes Edson Martins Rosa Junior Fernando Steimbach Fernando Oliveira Santos Lisdeise Nunes Felipe Marcelo Ramos Marcio Ventura Osni Jose Seidler Junior Thais Bortolotti

Gerncia de Marketing

Eliza B. Dallanhol Locks (Gerente)

Auxiliares de Coordenao

Ana Denise Goularte de Souza Camile Martinelli Silveira Fabiana Lange Patricio Tnia Regina Goularte Waltemann

Relacionamento com o Mercado Alvaro Jos Souto Relacionamento com Polos PresenciaisAlex Fabiano Wehrle (Coord.) Jeferson Pandolfo

Marcelo Pontes

Operao e Fiscalizao de TrnsitoLivro didtico Design instrucional Mirian Elpo

Palhoa UnisulVirtual 2011

Copyright UnisulVirtual 2011 Nenhuma parte desta publicao pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prvia autorizao desta instituio.

Edio Livro DidticoProfessor Conteudista Marcelo Ponte Design Instrucional Mirian Elpo ISBN 978-85-7817-394-4 Projeto Grfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagramao Frederico Trilha e Alex Xavier Reviso Foco

341.376 P85 Pontes, Marcelo Operao e fiscalizao de trnsito : livro didtico / Marcelo Pontes ; design instrucional Mirian Elpo. Palhoa : UnisulVirtual, 2011. 241 p. : il. ; 28 cm.

Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7817-394-4

1. Trnsito - Legislao. 2. Trnsito Medidas de segurana. 3. Segurana de trnsito. I. Elpo, Mirian. II. Ttulo.

Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Universitria da Unisul

SumrioApresentao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 Palavras do professor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 - A gesto do trnsito e o CTB. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 UNIDADE 2 - Aes de operaes de trnsito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 UNIDADE 3 - A fiscalizao do trnsito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 UNIDADE 4 - A fiscalizao do condutor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161 Para concluir o estudo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221 Referncias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225 Sobre o professor conteudista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233 Respostas e comentrios das atividades de autoavaliao. . . . . . . . . . . . . . 235 Biblioteca Virtual. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241

ApresentaoEste livro didtico corresponde disciplina Operao e Fiscalizao de Trnsito. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autnoma e aborda contedos especialmente selecionados e relacionados sua rea de formao. Ao adotar uma linguagem didtica e dialgica, objetivamos facilitar seu estudo a distncia, proporcionando condies favorveis s mltiplas interaes e a um aprendizado contextualizado e eficaz. Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, ser acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual, por isso a distncia fica caracterizada somente na modalidade de ensino que voc optou para sua formao, pois na relao de aprendizagem professores e instituio estaro sempre conectados com voc. Ento, sempre que sentir necessidade entre em contato; voc tem disposio diversas ferramentas e canais de acesso tais como: telefone, e-mail e o Espao Unisul Virtual de Aprendizagem, que o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado e recebido fica registrado para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe tcnica e pedaggica ter o maior prazer em lhe atender, pois sua aprendizagem o nosso principal objetivo.

Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual.

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Palavras do professorCaro(a) estudante, Inicialmente quero parabeniz-lo(a) por iniciar esta disciplina! Digo isto convicto de que, ao final desse estudo, a sociedade ter mais um agente multiplicador capacitado a atuar na rea de Operao e Fiscalizao de Trnsito, contribuindo para a melhoria da segurana viria e para uma mobilidade urbana nos padres esperados. Durante este perodo de aprendizagem, o objetivo ser o de ajud-lo(a) a compreender o papel do agente nas aes realizadas pelos rgos de trnsito, principalmente no exerccio do controle e da fiscalizao nas nossas cidades, tendo em conta os pressupostos legais e as tcnicas operacionais que devem e podero ser aplicados. Durante as atividades, voc ir conhecer a forma de emprego dos agentes e os equipamentos utilizados nas operaes e na fiscalizao do trnsito. Nesta etapa, voc apreender a importncia destes instrumentos para o trabalho preventivo, destacando que seu uso correto baseado em estudos e, fundamentalmente, nos dados estatsticos, capacitam voc para o exerccio de sua atividade relacionada segurana e fluidez do trnsito. Caro (a) aluno (a), convido-o (a) a se empenhar em seus estudos, para que possa, ao final dessa jornada, adquirir os conhecimentos necessrios e coloc-los em prtica na qualidade de um(a) profissional do trnsito, capacitado(a) e pronto(a) para atuar e, desta forma, contribuir, atravs das suas aes, para um trnsito mais organizado, mais humano e mais seguro. Desejo uma tima aprendizagem! Professor Marcelo Pontes.

Plano de estudoO plano de estudos visa a orient-lo no desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que o ajudaro a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam. A construo de competncias se d sobre a articulao de metodologias e por meio das diversas formas de ao/ mediao. So elementos desse processo:

o livro didtico; o Espao UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA); as atividades de avaliao (a distncia, presenciais e de autoavaliao); o Sistema Tutorial.

EmentaAes de operaes de trnsito. Procedimentos para o atendimento de acidentes de trnsito. Controle de trfego. Operaes de escolta. Princpios para a fiscalizao do trnsito: definio de locais, procedimentos, materiais utilizados. Comportamento do agente nas operaes de fiscalizao. Fiscalizao do condutor, do veculo e da carga. Equipamentos utilizados na fiscalizao. Documentao utilizada na fiscalizao do trnsito.

Universidade do Sul de Santa Catarina

ObjetivosGeralCapacitar o aluno para atuar na rea da fiscalizao e operaes de trnsito.

Especficos

Apresentar os procedimentos operacionais relacionados s operaes de trnsito, sua aplicao prtica e objetiva, para assegurar o cumprimento da legislao de trnsito vigente e garantir a segurana do agente de trnsito no exerccio da sua atividade e dos usurios das vias pblicas quando em circulao. Instruir o aluno visando a capacit-lo ao exerccio da fiscalizao do trnsito, cumprindo a legalidade e buscando a preveno da ocorrncia de acidentes.

Carga HorriaA carga horria total da disciplina 60 horas-aula.

Contedo programtico/objetivosVeja, a seguir, as unidades que compem o livro didtico desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que voc dever alcanar ao final de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto de conhecimentos que voc dever possuir para o desenvolvimento de habilidades e competncias necessrias sua formao. Unidades de estudo: 4

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Operao e Fiscalizao de Trnsito

Unidade 1 A gesto do trnsito e o CTBNesta unidade voc ir conhecer a gesto do trnsito no Brasil conforme as normas estabelecidas pelo Cdigo de Trnsito Brasileiro e as formas do emprego dos recursos humanos e materiais existentes e disponveis nas operaes de fiscalizao e de controle do trnsito.

Unidade 2 Aes de operaes de trnsitoNo estudo das aes de operaes de trnsito, voc conhecer os tipos de operaes, os equipamentos utilizados, os requisitos e os procedimentos a serem adotados pelos agentes durante o exerccio da sua atividade, o seu papel na segurana e fluidez do trnsito e as aes a serem observadas e adotadas no caso da ocorrncia de acidentes envolvendo veculos e pedestres.

Unidade 3 A fiscalizao do trnsitoNa fiscalizao de trnsito, necessria a observncia de princpios que permitam que ele se torne eficaz, assunto que ser abordado nesta unidade. Voc aprender os componentes necessrios para a preparao do agente para a fiscalizao, o seu comportamento e os objetivos do trabalho fiscalizador.

Unidade 4 A fiscalizao do condutorNesta unidade voc conhecer a abordagem dos procedimentos a serem adotados na fiscalizao do condutor, do veculo e da carga, a partir do conhecimento dos equipamentos disponveis e da documentao a ser utilizada nestas operaes.

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Agenda de atividades/Cronograma

Verifique com ateno o EVA, organize-se para acessar periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorizao do tempo para a leitura, da realizao de anlises e snteses do contedo e da interao com os seus colegas e professor. No perca os prazos das atividades. Registre no espao a seguir as datas com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da disciplina.

Atividades obrigatrias

Demais atividades (registro pessoal)

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unidade 1

A gesto do trnsito e o CTBObjetivos de aprendizagem

Apresentar os principais conceitos utilizados na legislao de trnsito no Brasil. Conhecer os conceitos de planejamento e mobilidade urbana. Analisar a gesto do trnsito conforme as competncias estabelecidas pelo CTB. Conhecer as normas gerais de circulao e conduta.

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Sees de estudoSeo 1 Seo 2 Seo 3 O trnsito e o ambiente Planejamento e mobilidade urbana As normas operacionais

Universidade do Sul de Santa Catarina

Para incio de estudoNesta unidade, voc ter a oportunidade de conhecer a gesto do trnsito no Brasil conforme as normas estabelecidas pelo Cdigo de Trnsito Brasileiro (CTB) e as formas do emprego dos recursos humanos e materiais existentes e disponveis nas operaes de fiscalizao e de controle do trnsito. Como base da sua formao acadmica, necessrio o estudo das normas gerais de circulao e conduta, conhecendo a realidade do trnsito em nosso pas, as dificuldades enfrentadas pelos seus gestores, os problemas de mobilidade urbana que afetam os grandes centros, bem como o comportamento dos nossos pedestres e condutores de veculos. Abordaremos, tambm, a mobilidade e o planejamento urbano, principalmente quanto s funes dos operadores na difcil tarefa de disciplinar o trnsito, visando, principalmente, a segurana e a sua fluidez. Em se tratando de trnsito, fundamental o reconhecimento do contexto, para isso, o planejamento deve ser realizado com conhecimento e de forma coerente com a realidade enfrentada na sociedade em que o agente atuar. Inicie agora a leitura da Seo 1 e perceba a importncia de aprofundarmos os nossos conhecimentos para uma formao profissional qualificada dos gestores do trnsito e de seus agentes, para que possamos desenvolver aes planejadas, eficazes, que atendam as necessidades das pessoas e os requisitos legais e que, sobretudo, busquem a segurana e a fluidez do trnsito das vias pblicas do nosso pas.

Seo 1 O trnsito e o ambienteA economia nacional vem crescendo em alta escala, crescimento proporcionado pela estabilidade econmica por que o nosso pas vem passando nos ltimos anos. Isto tem contribudo para a elevao dos padres de vida e resultando, por outro lado, na16

Operao e Fiscalizao de Trnsito

ampliao da concentrao demogrfica, principalmente nos grandes centros urbanos. Este notvel fenmeno de urbanizao tem afetado fortemente o transporte e os meios de locomoo das pessoas. O nmero de pessoas e de veculos em circulao tem aumentado de forma assustadora, afetando o bem-estar social e, por consequncia, a ordem pblica. Percebemos, a cada dia, o rpido crescimento da utilizao dos automveis particulares, solidificando cada vez mais o transporte individual em detrimento do transporte coletivo, que carece, verdade, de novos investimentos e de novas propostas de engenharia de trfego.Dados divulgados pelo Departamento Nacional de Trnsito (Denatran) revelam que a frota brasileira teve aumento de 8,4 % em 2010, totalizando 64.817.974 veculos em todo o pas. O estado de So Paulo lidera na quantidade de veculos (20.537.980), seguido por Minas Gerais (7.005.640), Paran (5.160.354), Rio Grande do Sul (4.808.503) e Rio de Janeiro (4.489.680). Os automveis alcanaram 37.188.341, correspondendo a 57,37% da frota total. J as motocicletas somam 13.950.448 e so 21,52% da frota nacional. Na regio Norte, a frota de motocicletas ultrapassa a de automveis em cinco estados: Acre, Par, Rondnia, Roraima e Tocantins. No nordeste, Cear, Maranho e Piau tambm possuem mais motocicletas que automveis (DENATRAN, 2011).

Como consequncia, acidentes e congestionamentos vm se transformando em srios problemas sociais, exigindo das autoridades medidas de conteno, tais como a realizao de operaes de fiscalizao mais intensivas, a realizao de investimentos na rea da infraestrutura viria, o aperfeioamento da legislao de trnsito para atender as necessidades que surgem a cada dia, entre outras. Torna-se necessrio, portanto, que os rgos de trnsito responsveis adotem medidas visando disciplinar o uso das vias pblicas para facilitar a circulao das pessoas e de seus veculos. Nesse contexto, a segurana do trnsito e o controle da circulao de pessoas e veculos assumem fundamental importncia, na medida em que seu gerenciamento afeta diretamente o sentimento da tranquilidade, da ordem e da normalidade das coisas.Unidade 1

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Ainda quanto ao contexto, cabe ressaltar a competncia do Estado em estabelecer a adequada condio de mobilidade urbana nas cidades. Destaque para a importncia de trs reas onde deve atuar: o planejamento urbano, a engenharia de trfego e a fiscalizao do trnsito. Estas reas, gerenciadas de forma integrada, tendem a colaborar para a segurana e fluidez, pois atuam diretamente no gerenciamento do uso do solo, nos sistemas de transportes de pessoas no espao urbano e no ordenamento da circulao no espao pblico por meio dos recursos humanos e materiais disponveis.Na sua opinio, quais aes prticas o Estado pode realizar para amenizar os problemas de insegurana e de mobilidade urbana em nosso pas?

O envolvimento do Poder Pblico para garantir a mobilidade urbana parte de uma abordagem sobre os direitos e garantias fundamentais, que so assegurados aos cidados pela Constituio Federal e que devem ser observados e respeitados. Destaca-se aqui o direito de ir e vir. Assim, a garantia dos direitos individuais quando referentes s questes do trnsito, exige, sobretudo, a estabilidade das instituies e o funcionamento dos servios pblicos, possibilitando o desenvolvimento da sociedade e o bem-estar social.

O trnsitoA palavra trnsito corresponde a qualquer movimentao ou deslocamento de pessoas, animais ou veculos, de um local para outro. Expressa ao ou efeito de passar, de caminhar, equivalendo, pois, ao caminho ou a marcha. Segundo o artigo 1, 1, do Cdigo de Trnsito Brasileiro (CTB) (1997, p. 19), considera-se trnsito [...] a utilizao das vias por pessoas, veculos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou no, para fins de circulao, parada, estacionamento e operao de carga ou descarga.

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Operao e Fiscalizao de Trnsito

Em 23 de setembro de 1997 promulgada pelo Congresso Nacional a Lei n 9.503 que instituiu o Cdigo de Trnsito Brasileiro, sancionada pela Presidncia da Repblica, entrando em vigor em 22 de janeiro de 1998, estabelecendo, logo em seu artigo primeiro, aquela que seria a maior de suas diretrizes, qual seja, a de que o trnsito seguro um direito de todos e um dever dos rgos e entidades do Sistema Nacional de Trnsito. Antes de sua vigncia, vigorava o Cdigo Nacional de Trnsito, institudo pela Lei n 5.108, de 21 de setembro de 1966, e alteraes posteriores, revogadas pela nova lei. O CTB composto por 20 captulos e originalmente tinha 341 artigos, dos quais 17 foram vetados pelo Presidente da Repblica e um foi revogado (WIKIPEDIA, [2011]).

Para Ferreira (1986 apud DELLA MEA & ILHA, 2003, p. 265), trnsito [...] movimento, circulao, afluncia de pessoas ou de veculos. Na concepo de Vasconcelos (1999, p. 89), [...] o trnsito reflete apenas as consequncias do atendimento da necessidade, ou seja, reflete o ato de circular no espao escasso, que deve ser dividido entre todos e tudo o que circula. Para esse autor, o trnsito significa o deslocamento feito pelas pessoas, para atender as suas necessidades de alimentao, sade, lazer ou trabalho, utilizando-se, para isso, das diversas modalidades de transporte, de forma natural, deslocamentos a p ou de forma artificial, como o uso de veculos automotores, por exemplo. No anexo I do CTB (1997, p. 57), o termo trnsito ganha maior amplitude, pois recebe a seguinte definio: [...] movimentao e imobilizao de veculos, pessoas e animais nas vias terrestres. A incluso do termo imobilizao serve para normatizar igualmente os casos dos veculos estacionados, prevendo punies para aqueles que so colocados em lugares proibidos. Neste aspecto, Rizzardo (2004, p. 33) nos ensina que [...] encontrando-se estacionados os veculos, incluem-se no mbito da norma, dada a existncia de disposies sobre o estacionamento e os locais para tanto designados. Ainda para Rizzardo (2004), dentro da amplitude dada pelo CTB, esto compreendidas no termo trnsito, para efeitos de regulamentao, as movimentaes de veculos, animais e pessoas

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Universidade do Sul de Santa Catarina

INFRAO - inobservncia a qualquer preceito da legislao de trnsito, s normas emanadas do Cdigo de Trnsito, do Conselho Nacional de Trnsito e regulamentao estabelecida pelo rgo ou entidade executiva do trnsito.

isolados ou em grupos. Quem trafega sozinho em uma pista onde no existe movimentao, ainda assim est vinculado s obrigaes legais de respeitar a sinalizao e seguir na mo de direo e no sentido da pista. Nesse caso, a eventual infrao de natureza formal e consuma-se, independentemente do resultado material que disso poderia advir. Normalmente utilizamos as palavras trnsito, trfego e circulao para designar a locomoo de um veculo de um ponto para outro dentro de um espao terrestre. At pouco tempo atrs, trfego correspondia ao deslocamento de transportes de objetos; enquanto trnsito referia-se ao deslocamento de veculos mais leves, de um ponto para outro, sem o objetivo de explorar o transporte; e o termo circulao representava o mero deslocamento nas vias de veculos, pessoas e animais. Outra distino associava trfego ao movimento de veculos e trnsito ao movimento de veculos e pessoas (pedestres). De certa forma, os conceitos assim formulados encontram razes etimolgicas: trnsito significa originalmente passagem, enquanto trfego tem a mesma origem da palavra trfico, ou seja, comrcio, troca de mercadorias, transporte/circulao de mercadorias. Contudo, importante salientar a distino entre trnsito e trfego, feita por Meirelles (1993 apud RIZZARDO, 2004, p. 318, grifos nossos):Trnsito o deslocamento de pessoas ou coisas (veculos ou animais) pelas vias de circulao; trfego o deslocamento de pessoas ou coisas pelas vias de circulao, em misso de transporte. Assim, um caminho vazio, quando se desloca por uma rodovia, est em trnsito; quando se desloca transportando mercadoria, est em trfego. Da a distino entre normas de trnsito e normas de trfego: aquelas dizem respeito s condies de circulao; estas cuidam das condies de transporte nas vias de circulao. Como a circulao e o transporte so atividades conexas, as regras de trnsito e trfego geralmente so editadas conjuntamente, embora distintas quanto ao seu objeto e finalidades.

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Operao e Fiscalizao de Trnsito

A movimentao constitui o trnsito, independentemente da qualificao do local a ela destinado. Todos que se locomovem isolados ou em grupo, seja simplesmente caminhando, ou por meio de veculos, ou atravs de animais e at mesmo servindose das vias para conduzir animais de um lado para outro, esto sujeitos a legislao de trnsito brasileira.

O trnsito e o ambiente onde est inseridoAs atividades relacionadas ao trnsito precisam levar em considerao uma abordagem que contemple o ambiente onde este est inserido, abrangendo o fator humano, as vias de circulao e os veculos utilizados. O homem sem o ambiente um ser imaginrio. Nossa existncia impensvel sem ambiente, pois somos vivos graas ao ambiente onde estamos inseridos. Mais do que um ser social, o ser humano um ser ambiental. Nesta abordagem ambiental, Rozestraten (2001, p. 34) nos ensina que:A sociedade humana tornou-se evolutivamente mais complexa em termos da relao entre os diversos ambientes, particularmente em defesa das necessidades humanas, seja em busca de uma paz ecolgica, seja de manuteno de instintos egostas que prejudicam a convivncia no ambiente.

Com o aumento da complexidade ocasionada pelo trnsito, o surgimento de conflitos entre grupos sociais que esto em interao nesse ambiente frequente. Por isso, criam-se leis, normas e regras visando ao mtuo respeito e convivncia harmoniosa. No h sociedade humana que no possua formas de controle para o comportamento social. Da mesma forma, possvel afirmar que no h nenhuma atividade humana, com algum grau de importncia, que no possua regras para exerc-la.

Unidade 1

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Figura 1.1 Exemplo de conflito no trnsito Fonte: Blog Bioradicaislivres (2001).

Nas anlises do trnsito ou do transporte inseridos em um ambiente de interao social, encontramos trs elementos essenciais: o homem que dirige e busca alcanar um objetivo; algo que se move ou carrega, seja o veculo ou o animal; e uma via que permite ir de um lugar para outro. Neste contexto, percebemos que homem, veculo e via so os elementos essenciais no trnsito, todo o restante que advm desta conjuntura resulta do desenvolvimento cultural e econmico onde esto inseridos (ROZESTRATEN, 2003). Ainda de acordo com Rozestraten (2003, p. 37), o condutor [...] se movimenta em um outro ambiente, a via; e deve obedecer s suas caractersticas. Suas diferentes condies dimensionam o comportamento de dirigir. Assim, a via um ambiente de trnsito, indicando ao condutor o que ele pode e o que ele no pode fazer, o que ele deve e o que ele no deve fazer. Um rpido comentrio sobre cada um dos trs elementos essenciais do sistema trnsito: os usurios do sistema, o veculo e as vias. Os usurios dos sistemas de trnsito so os ocupantes dos veculos, guiando-os ou no, e os pedestres, principalmente. Uma abordagem mais ampla incluiria tambm as demais pessoas que, de alguma forma, so afetadas pela operao do trnsito. Assim, por exemplo, seriam considerados usurios de um sistema trnsito, os moradores de uma rea residencial cortada por uma22

Operao e Fiscalizao de Trnsito

via, que, de uma forma ou de outra, so afetados pela produo de rudo e pela poluio do ar. Deve-se dar ateno especial aos condutores de veculos, que so os usurios mais ativos e mais suscetveis prtica de infraes que colocam em risco a segurana do sistema. Os sistemas de trnsito incluem todos os tipos de veculos automotores e de propulso humana ou animal: automveis, nibus, caminhes, motocicletas, triciclos, bicicletas, carroas, entre outros. A via o espao destinado circulao. O conjunto estruturado de vias que servem a uma determinada regio conhecido como sistema virio e tem como funes bsicas assegurar mobilidade e acessibilidade ao usurio. A mobilidade est associada ideia de facilidade de deslocamentos, seja em nmero de veculos em movimento, seja em termos das velocidades por eles praticadas. Acessibilidade, por sua vez, traduz a proximidade entre os componentes do sistema virio e as origens e destinos dos deslocamentos. Desta forma, o condutor, com o seu veculo, em um ambiente que exige ateno, concentrao e direo segura, entra constantemente em conflito com as caractersticas desse ambiente ao no cumprir com as regras estabelecidas quanto ao bem-estar social e para a convivncia pacfica. Sem ambiente no h trnsito. Ao encontro dessa assertiva, Rozestraten (2003, p.37) afirma:O trnsito desenrola-se no ambiente do veculo e da via, sendo que ambos influenciam e determinam o comportamento do condutor, dado que qualquer mudana na via provoca alteraes no seu comportamento. O ambiente da via e, tambm, o ambiente especializado do trnsito constrangem o comportamento do condutor a produzir aes seguras.

Podemos afirmar que um ambiente adequado a primeira condio para um trnsito humano e seguro. Um ambiente bem cuidado, bem sinalizado, com veculos seguros, condutores e pedestres educados conduzem harmonia social e to desejada ordem pblica.

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Seo 2 O planejamento e a mobilidade urbanaNesta Seo voc conhecer os conceitos relacionados ao planejamento e mobilidade urbana, importantes na formao do gestor e do agente de trnsito. Estes conceitos esto diretamente relacionados fluidez do trnsito, portanto, seu estudo servir de base para as aes a serem desencadeadas nas atividades de operaes e fiscalizao.

O planejamento urbanoAs atividades de operao e fiscalizao de trnsito devem estar diretamente relacionadas com o planejamento urbano, com base nas informaes estatsticas obtidas da Autoridade de Trnsito e com base nos objetivos traados para a melhoria das condies de mobilidade urbana. A atuao e a experincia adquirida na atividade diria condicionam os agentes de trnsito a colaborar com a engenharia de trfego, sugerindo e opinando para a construo de um planejamento que corresponda aos reais anseios da sociedade. Os congestionamentos de trnsito a cada dia aumentam em nmero, extenso e gravidade, passando a fazer parte do dia a dia das cidades. Percebemos que, na sociedade em geral, a temtica do trnsito ganha espao crescente, no somente quanto as suas condies, mas tambm quanto aos aspectos urbansticos relacionados. Surgem, neste contexto, cada vez mais estudos sobre o planejamento urbano das cidades, com o propsito de minimizar os impactos negativos que o trnsito proporciona para a vida em sociedade. Nesta linha, Vasconcellos (1999, p. 17) nos diz que o planejamento urbano tem a [...] funo de definir as formas como o solo ser ocupado e usado, bem como o tipo e as caractersticas gerais da infraestrutura. Este planejamento deve levar em conta a infraestrutura disponvel em cada comunidade, fazendo valer a lgica que afasta das reas centrais a populao mais volumosa e de baixa renda, fazendo com que o cidado de menor poder aquisitivo - o que mora no extremo da periferia e necessita de maior deslocamento para atender as suas necessidades, como ir ao trabalho, escola,24

Operao e Fiscalizao de Trnsito

ao mdico, ao dentista, ao lazer - fique sem a condio necessria do deslocamento e sem o amparo do Estado atravs dos seus servios e da sua infraestrutura. O planejador urbano deve visar principalmente a melhorias na qualidade de vida dentro de uma comunidade. Uma comunidade deve ser vista por um planejador urbano como um sistema em que todas as suas partes dependem umas das outras.

Figura 1.2 As favelas so um exemplo da falta de planejamento urbano Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia (2007).

O planejamento urbano, ainda na concepo de Vasconcellos (1999), caracteriza-se como a atividade coordenada pelo Estado que interfere no processo de crescimento da cidade, provocando profundas implicaes polticas devido interferncia na propriedade privada do solo. Os produtos do planejamento urbano so consolidados na forma de propostas de regulamentao do uso do solo, da ordenao do espao pblico e da criao de infraestrutura geral relacionada, principalmente, s reas de saneamento, sistema virio e transportes. O trnsito, portanto, deve ser visto sob o enfoque do desenvolvimento urbano, inseridas no seu contexto questes referentes a cidadania, a harmonia e a boa convivncia social. Nesta viso, Esprito Santo (2001, p. 108) nos ensina que:

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O planejamento urbano fundamental para um trnsito com fluidez, conforto e segurana. [...] Coisas aparentemente simples como a construo de edifcios, complexos comerciais, feiras, centros de lazer, devem necessariamente passar por um relatrio que analise o impacto do trnsito. [...] uma questo tcnica que assim deve ser vista, sob pena de responsabilidade.

Nos chamados estudos urbanos, temos, ainda, em outro nvel de abrangncia, a engenharia de trfego, que se destina a ordenar a circulao de veculos e de pessoas no espao pblico, englobando o uso do solo e seus equipamentos bsicos. As atividades exercidas pela engenharia de trfego procuram otimizar o fluxo de pessoas e de mercadorias dentro de critrios tecnicamente definidos para a melhoria da mobilidade urbana. Assim, [...] analisar, projetar, orientar e policiar o trnsito , portanto, tratar predominantemente de assegurar a fluidez do trfego dentro das melhores condies possveis de segurana (GADRET, 1969, p. 31). Para melhor definir esta rea de atuao, Soares (1965 apud VASCONCELLOS, 1999, p. 41) nos ensina que:A Engenharia de Trfego a fase da Engenharia de Transportes relacionada com o planejamento, com o desenho geomtrico e com as operaes de trfego, suas redes terminais e terrenos adjacentes, inclusive a integrao de todos os modos e tipos de transporte, visando proporcionar a movimentao segura, eficiente e conveniente das pessoas e das mercadorias.

Alm da definio basicamente tcnica da funo da engenharia de trfego, como atividade de otimizao da circulao, torna-se necessrio realizar tambm uma anlise dos aspectos sociais e polticos da circulao urbana, sob a tica da ordem pblica e do bem-estar social. Nesta abordagem voltada humanizao do trnsito buscando o bom convvio social, a engenharia de trfego busca interagir com outras reas do conhecimento, desenvolvendo [...] estas e outras disciplinas bsicas numa nova disciplina, a fim de poder melhor explicar os fenmenos complexos do transporte e da interao na utilizao dos terrenos (Pinheiro & Ribeiro, 2001, p. 95).

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Assim, os estudos nesta rea devem priorizar a consecuo de dois objetivos: a reduo de acidentes e dos congestionamentos, tendo por base um programa urbanstico que busque primordialmente a melhoria da circulao e que respeite o cidado como usurio do sistema, firmado no princpio da legalidade.

A mobilidade urbana e o trnsitoA questo da mobilidade urbana tem sido alvo de discusses nos diversos setores da vida pblica, tendo em vista que as dificuldades de locomoo das pessoas, especialmente em reas urbanas, tem sido prejudicada, principalmente, pela falta da infraestrutura viria adequada, que seja capaz de levar em conta o crescimento desordenado do nmero de veculos em circulao, e pela falta de organizao quanto da realizao de eventos e obras em dias, locais e horrios apropriados, provocando congestionamentos, resultando na quebra da ordem pblica. Baseia-se em propostas de melhoria no transporte coletivo urbano, visando reduo do uso de veculos particulares, o que passa, necessariamente pela ampliao do sistema coletivo, especialmente quanto ao conforto e renovao permanente das frotas. A mobilidade urbana e a segurana do trnsito esto diretamente relacionadas, interagindo e estabelecendo uma interdependncia que deve ser observada pelos operadores do trnsito. Entende-se que a mobilidade busca assegurar os deslocamentos das pessoas, levando em conta as dimenses do espao urbano e a complexidade das atividades e servios nele desenvolvidos. Assim, a mobilidade est sujeita interferncia dos vrios fatores sociais que interferem diretamente na vida dos cidados, limitando a acessibilidade e a capacidade de deslocamento dos indivduos. As condies de acessibilidade tambm so afetadas pelo meio urbano, decorrentes das caractersticas dos terrenos, da continuada manuteno das vias pblicas, da existncia de um transporte urbano de qualidade e da existncia de sinalizao de trnsito conforme a legislao vigente.Mobilidade Urbana Sustentvel o resultado de um conjunto de polticas de transporte e circulao que visa a proporcionar o acesso amplo e democrtico ao espao urbano, atravs da priorizao dos modos de transporte coletivo e no motorizados, de forma efetiva, socialmente inclusiva e ecologicamente sustentvel.

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Para Schmidt (2007, p. 10), o tratamento da mobilidade pode ser entendido como:Funo pblica destinada a garantir a acessibilidade para todos. Neste sentido, torna-se necessria a obedincia s normas estabelecidas e as prioridades, as quais respondam s diferentes necessidades de deslocamento, contribuindo assim, para a reduo dos efeitos negativos provocados pelo uso predominante do automvel.

O conceito de mobilidade urbana sustenta que as polticas pblicas de transporte, de trnsito e de uso e ocupao do solo devem ser elaboradas de maneira conjunta e harmoniosa, associando urbanistas, tcnicos em transportes, em trnsito e legisladores, na administrao pblica e no planejamento urbano, de modo a diminuir o nmero de deslocamentos, proporcionando a todos o acesso amplo e democrtico ao espao urbano. Os estudos realizados na rea da mobilidade urbana no Brasil obedecem a uma poltica no explcita, centrada na existncia de um nico modo de transporte, o automotivo, com enormes prejuzos aos usurios do sistema no que tange segurana, circulao humana e qualidade de vida.

Figura 1.3 Congestionamentos no municpio de Florianpolis Fonte: CBN/DIRIO (2011).

Neste sentido, Rizzardo (2004, p. 32) apresenta uma abordagem referente mobilidade no trnsito:28

Operao e Fiscalizao de Trnsito

Em primeiro lugar, a generalidade dos que utilizam as vias inclui-se no termo trnsito. Todos que se locomovem, seja simplesmente caminhando, seja por meio de veculos, ou atravs de animais, e mesmo servindo-se das vias para conduzir animais de um local para outro, esto abrangidos no contedo da lei. No interessam o tipo de via e a forma de utilizao. A movimentao constitui o trnsito, independentemente da qualificao do local destinado ao deslocamento, e at por mais remotos, ngremes e afastados que sejam os pontos onde se d a utilizao.

O trnsito est inserido em nossas vidas. Por isso, importante que ele seja tratado com seriedade, aes descabidas e irresponsveis refletem diretamente na ordem pblica e, por conseguinte, na qualidade de vida de todos. Neste sentido, Esprito Santo (2001, p. 25) ressalta que as[...] questes atinentes soluo de conflitos envolvendo a comunidade vo exigir a anlise do contexto, especialmente em funo do interesse local, a amplitude, intensidade e a forma como tratado.

A viso estratgica do trnsito em nosso pas est fundamentada na Poltica Nacional do Trnsito (2004, p. 16), que trata a mobilidade do cidado como sendo:[...] o espao social, centrada nas pessoas que transitam e no na maneira como transitam, ponto principal a ser considerado, quando se abordam as questes do trnsito, de forma a considerar a liberdade de ir e vir, de atingir-se o destino que se deseja, de satisfazer as necessidades de trabalho, de lazer, de sade, de educao e outras.

A gesto inadequada do trnsito acarreta ao cidado prejuzos de ordem social e econmica. Segundo Gadret (1969), os problemas do trnsito urbano afligem a todos e de forma geral inspiram teorias e opinies. As tentativas, as improvisaes e as contramarchas das autoridades responsveis, as verdades incontestveis que servem de suporte s polticas oficiais do trnsito revelam-se, muitas vezes, inadequadas ou se tornam obsoletas em curto prazo.De que forma os agentes de trnsito podem colaborar com a mobilidade urbana? Quais aes podem ser desencadeadas e qual a fundamentao legal para estas aes?Unidade 1

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Consta como pressuposto da Poltica Nacional do Trnsito (2004, p. 5):A promoo e a expanso da cidadania, a incluso social, o fortalecimento da democracia e a valorizao da vida sero alcanados com a implementao de polticas pblicas em todos os setores que afetam a sociedade brasileira, dentre os quais o trnsito, ainda um dos mais violentos do mundo.

A Poltica Nacional de Trnsito, editada pelo Governo Federal em 2004, tem o cidado brasileiro como seu maior beneficirio. Traa rumos e cria condies para a abordagem do trnsito de forma integrada ao uso do solo, ao desenvolvimento urbano e regional, ao transporte em suas diferentes modalidades, educao, sade e ao meio ambiente. Os pressupostos dos rgos que atuam no trnsito esto fundamentados principalmente em dois aspectos: a segurana e a fluidez do trnsito. Para isso, as atividades so desenvolvidas de acordo com as suas respectivas competncias previstas no CTB (1997, p. 19), que estabelece em seu artigo 1, 2:O trnsito, em condies seguras, um direito de todos e dever dos rgos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trnsito, a estes cabendo, no mbito das respectivas competncias, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito.

De acordo com Abreu (1979), a segurana e a boa fluidez do trnsito no ocorrem por acaso. Dependem de vultosos investimentos em engenharia rodoviria e de trfego, uma profunda e geral educao no trnsito, s pode ser alcanada em longo prazo e associada a uma disciplina satisfatria. Segundo o autor, o policiamento e a engenharia de trfego ou trnsito devem agir em estreita colaborao, pois ambos atuam para atender ao mesmo objetivo: alcanar a melhor segurana e fluidez do trnsito. Os policiais so os olhos mais presentes na via pblica, em sua atividade preventiva rotineira e tomando conhecimento de todas as espcies de acidentes. A questo da mobilidade urbana tambm tratada no Estatuto das Cidades, Lei n 10.527, de 10 de julho de 2001, que estabelece as30

Operao e Fiscalizao de Trnsito

diretrizes gerais da poltica urbana e as normas de ordem pblica e de interesse social, regularizando o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, do bem-estar social e de uma condio viria adequada. Em seu artigo 1, inciso I, est prevista[...] a garantia do direito a cidades sustentveis, entendido como o direito terra urbana, moradia, ao saneamento ambiental, infra-estrutura urbana, ao transporte e aos servios pblicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras geraes.

E, neste sentido, Esprito Santo (2001, p. 27) nos diz que [...] no h interesse social mais claro e definido que o do trnsito, envolvendo o ir e vir dos cidados com segurana e conforto.

Seo 3 As normas operacionaisNesta Seo voc estudar os aspectos do Sistema Nacional de Trnsito relacionados com as operaes e a fiscalizao, destacando as competncias dos rgos que atuam diretamente nestas reas. Aprender, ainda, as regras gerais de circulao e conduta, estabelecidas no Captulo III do Cdigo de Trnsito Brasileiro. Com essa seo de estudos, voc ir conhecer os fundamentos que normatizam a atuao do agente no ordenamento de veculos e de pessoas em vias pblicas e como se aplicam as autuaes de trnsito que resultaram nas penalidades e nas medidas administrativas previstas em nossa legislao.

O Sistema Nacional de TrnsitoO Sistema Nacional de Trnsito constitui-se no conjunto de rgos institudos no mbito da administrao pblica da Unio, dos Estados e Municpios, regidos pelos princpios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia.Unidade 1

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SINATRAN Sistema Nacional de Trnsito Arts. 5, 6 e 7 Ministrio das cidades Art. 9 e Lei no. 10.683/2003 DENATRAN Departamento Nacional de Trnsito Art. 19 rgo mximo executivo de Trnsito da Unio

Decreto 4.711/03 Coordenao do SINATRAN

CONATRAN Conselho Nacional de Trnsito Arts. 10 e 12 Coordenador Normativo Consultivo rgo Recursal 2 Instncia (DNIT e PRF) CETRAN e CONTRANDIFE Arts. 14 e 15 Conselho Estadual de Trnsito e Conselho de Trnsito do Distrito Federal Coordenador Normativo Consultivo rgo Recursal 2 Instncia (Estadual E Municipal) rgos Executivos Rodovirios Art. 21DNIT Mximo Rodovirio Unio DNIT Criao Lei no. 10.233/01 DER Rodovirio rgo Estadual Municpio Rodovirio rgo Municipal

rgos Executivos Urbanos Arts. 22 e 24DETRAN Art. 22 Executivo Urbano rgo Estadual MUNICPIO Art. 24 Executivo Municipal rgo Municipal Art. 8

Polcia Rodoviria Federal Art. 20 Fiscalizador Rodovias e Estradas Federais

Policias Militares dos Estados e Distrito Federal Fiscalizador Art. 23 DETRAN Convnio BPTRAN Batalho Polcia de Trnsito Vias Urbanas DER Convnio BPRV Batalho de Trnsito Rodovirio Rodovias e Estradas Estaduais JARI rgo Recursal 1 Instncia Municipal Estadual Federal Arts. 16 e 17 Junta Administrativa de Recursos de Infraes

Figura 1.4 Sistema Nacional de Trnsito Fonte: CEATNET (2004).

O carter jurdico do trnsito brasileiro est organizado no Sistema Nacional de Trnsito:[...] a atividade jurdica do Estado abrange, portanto, a declarao do direito, a aplicao da Lei e a defesa da ordem. Ela se organizar por sistemas. No caso do trnsito temos, no Cdigo, a definio do Sistema Nacional de Trnsito e de sua finalidade [...] (ESPRITO SANTO, 2001, p. 80).

Segundo a Poltica Nacional do Trnsito (2004, p. 120),[...] o Sistema Nacional de Trnsito compem-se de rgos e entidades da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios estendendo-se at estes as competncias executivas da gesto do trnsito.

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Operao e Fiscalizao de Trnsito

So componentes do Sistema Nacional de Trnsito, conforme artigo 7 do CTB (1997, p. 19), os seguintes rgos e entidades:I - o Conselho Nacional de Trnsito - CONTRAN, coordenador do Sistema e rgo mximo normativo e consultivo; II - os Conselhos Estaduais de Trnsito - CETRAN e o Conselho de Trnsito do Distrito Federal CONTRANDIFE, rgos normativos, consultivos e coordenadores; III - os rgos e entidades executivos de trnsito da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios; IV - os rgos e entidades executivos rodovirios da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios; V - a Polcia Rodoviria Federal; VI - as Polcias Militares dos Estados e do Distrito Federal; e VII - as Juntas Administrativas de Recursos de Infraes - JARI.

Para Esprito Santo, sobre o SNT, [...] como estamos diante de um Sistema, claro que deve haver uma sinergia entre todas as partes para que haja uma efetividade e uniformidade no cumprimento da lei (2001, p. 84).O Sistema pode ser visualizado em sua extenso, como o conjunto de rgos e entidades da Unio, dos estados, do DF e dos Municpios, que tem por finalidade o exerccio das atividades de planejamento, administrao, normalizao, pesquisa, registro e licenciamento de veculos, formao, habilitao e reciclagem de condutores, educao, engenharia, operao do sistema virio, policiamento, fiscalizao, julgamento de infraes, de recursos e aplicao de penalidades (ESPRITO SANTO, 2001, p. 82).

Os objetivos bsicos do Sistema Nacional de Trnsito esto previstos no artigo 6 do CTB (1997, p. 19):Art. 6 So objetivos bsicos do Sistema Nacional de Trnsito: I - estabelecer diretrizes da Poltica Nacional de Trnsito, com vistas segurana, fluidez, ao conforto, defesa ambiental e

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educao para o trnsito, e fiscalizar seu cumprimento; II - fixar, mediante normas e procedimentos, a padronizao de critrios tcnicos, financeiros e administrativos para a execuo das atividades de trnsito; [...]

Para Esprito Santo (2001), os objetivos do Sistema Nacional de Trnsito esto concentrados na grande razo da sua existncia, a segurana e a fluidez, que se traduzem em objetivos finais. Os demais objetivos, como educao, fiscalizao, normatizao e informao, so objetivos-meio, atravs dos quais se atingir os demais. O conforto e a defesa do meio ambiente, ainda que no apaream como objetivos especficos do sistema, respondem aos princpios de desenvolvimento e de cidadania. No estudo do Sistema Nacional de Trnsito, iremos abordar somente aqueles rgos que atuam diretamente nas operaes e fiscalizao de trnsito, razo desta disciplina. A Polcia Rodoviria Federal tem como responsabilidade definida a fiscalizao para o cumprimento das normas de trnsito, atravs do patrulhamento ostensivo nas rodovias federais. O Policial Rodovirio Federal o agente de trnsito nessas rodovias. Sua competncia especfica est descrita no artigo 20 do CTB (1997, p. 22):Art. 20. Compete Polcia Rodoviria Federal, no mbito das rodovias e estradas federais: I - cumprir e fazer cumprir a legislao e as normas de trnsito, no mbito de suas atribuies; II - realizar o patrulhamento ostensivo, executando operaes relacionadas com a segurana pblica, com o objetivo de preservar a ordem, incolumidade das pessoas, o patrimnio da Unio e o de terceiros; [...] IV - efetuar levantamento dos locais de acidentes de trnsito e dos servios de atendimento, socorro e salvamento de vtimas;

A Polcia Rodoviria Federal foi criada pelo presidente Washington Luiz no dia 24 de julho de 1928 (dia da Polcia Rodoviria Federal), com a denominao inicial de Polcia de Estradas.

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V - credenciar os servios de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurana relativas aos servios de remoo de veculos, escolta e transporte de carga indivisvel; VI - assegurar a livre circulao nas rodovias federais, podendo solicitar ao rgo rodovirio a adoo de medidas emergenciais, e zelar pelo cumprimento das normas legais relativas ao direito de vizinhana, promovendo a interdio de construes e instalaes no autorizadas; VII - coletar dados estatsticos e elaborar estudos sobre acidentes de trnsito e suas causas, adotando ou indicando medidas operacionais preventivas e encaminhando-os ao rgo rodovirio federal; VIII - implementar as medidas da Poltica Nacional de Segurana e Educao de Trnsito; IX - promover e participar de projetos e programas de educao e segurana, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN; [...]

A Polcia Rodoviria Federal, segundo previso do 2 do artigo 144 da CF (1988, p. 84), [...] rgo permanente, organizado e mantido pela Unio e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. Os Departamentos de Estrada e Rodagem (DERs) so os rgos e entidades executivos rodovirios nos Estados, tendo como responsabilidade a construo, manuteno e sinalizao das rodovias estaduais. As Polcias Rodovirias Estaduais so agentes dos Departamentos de Estrada e Rodagem, por fora de convnio que so celebrados junto a estas Autoridades Executivas Rodovirias dos Estados, em consonncia com o artigo 25 do CTB. O artigo 8 do CTB prev que Os Estados organizaro os respectivos rgos entidades executivos rodovirios, estabelecendo os limites de circunscrio de suas atuaes (1997, p. 19). No mesmo diploma legal, o artigo 21 (1997, p. 21) estabelece a competncia dos rgos Executivos Rodovirios para atuao no trnsito da seguinte forma:

No Estado de Santa Catarina, este rgo recebeu a denominao de Departamento Estadual de Infraestrutura (DEINFRA).

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I - cumprir e fazer cumprir a legislao e as normas de trnsito, no mbito de suas atribuies; II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trnsito de veculos, de pedestres e de animais, e promover o desenvolvimento da circulao e da segurana de ciclistas; [...] V - estabelecer, em conjunto com os rgos de policiamento ostensivo de trnsito, as respectivas diretrizes para o policiamento ostensivo de trnsito; VI - executar a fiscalizao de trnsito, autuar, aplicar as penalidades de advertncia, por escrito, e ainda as multas e medidas administrativas cabveis, notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar; [...] XIV - vistoriar veculos que necessitem de autorizao especial para transitar e estabelecer os requisitos tcnicos a serem observados para a circulao desses veculos.

Na esfera federal, temos ainda, o rgo executivo rodovirio da Unio com a responsabilidade de construir, manter e sinalizar as rodovias federais e fiscalizar aquelas concedidas iniciativa privada. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, principal rgo executor do Ministrio dos Transportes, tem a sua competncia tambm definida no artigo 21 do CTB, conforme j mencionamos. O DETRAN - Departamento Estadual de Trnsito o responsvel pela administrao da frota de veculos nos Estados, tais como os registros, emplacamentos e verificao dos itens de segurana obrigatrios. Cabem tambm ao DETRAN a formao, a habilitao e o controle dos motoristas. Segundo Rizzardo (2004, p. 126), as competncias do DETRAN [...] mais em salincia, e sobre as quais atuaro os rgos, referem-se s aes envolvendo veculos, a direo, a circulao e as autuaes. No artigo 22 do CTB (1997, p. 23), destacamos algumas das competncias do DETRAN:

Em Santa Catarina, o DETRAN Departamento Estadual de Trnsito e Segurana Viria - est vinculado Secretaria de Estado da Segurana Pblica e Defesa do Cidado, estando descentralizado atravs das Circunscries Regionais de Trnsito (CIRETRANs).

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I - cumprir e fazer cumprir a legislao e as normas de trnsito, no mbito das respectivas atribuies; [...] III - vistoriar, inspecionar quanto s condies de segurana veicular, registrar, emplacar, selar a placa, e licenciar veculos, expedindo o Certificado de Registro e o Licenciamento Anual, mediante delegao do rgo federal competente; IV - estabelecer, em conjunto com as Polcias Militares, as diretrizes para o policiamento ostensivo de trnsito; V - executar a fiscalizao de trnsito, autuar e aplicar as medidas administrativas cabveis pelas infraes previstas neste Cdigo, excetuadas aquelas relacionadas nos incisos VI e VIII do art. 24, no exerccio regular do Poder de Polcia de Trnsito; VI - aplicar as penalidades por infraes previstas neste Cdigo, com exceo daquelas relacionadas nos incisos VII e VIII do art. 24, notificando os infratores e arrecadando as multas que aplicar; [...] X - credenciar rgos ou entidades para a execuo de atividades previstas na legislao de trnsito, na forma estabelecida em norma do CONTRAN; [...]

O rgo executivo de trnsito dos Municpios tem a sua competncia estabelecida no artigo 24 do CTB (1997, p. 23-24). Cabem a este rgo[...] executar a fiscalizao de trnsito, autuar e aplicar as medidas administrativas cabveis, por infraes de circulao, estacionamento e parada previstas neste Cdigo, no exerccio regular do Poder de Polcia de Trnsito.

Ressaltamos que o Municpio somente ter as competncias elencadas no artigo 24 do CTB depois de ser parte integrante do Sistema Nacional de Trnsito. Caso esta integrao no ocorra, as competncias passam a ser de responsabilidade das Unidades da Federao, atravs das Polcias Militares.

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Para os municpios se integrarem ao Sistema Nacional de Trnsito, exercendo plenamente suas competncias, precisam criar um rgo municipal executivo de trnsito com estrutura para desenvolver atividades de engenharia de trfego, fiscalizao de trnsito, educao de trnsito e controle e anlise de estatstica. Conforme o porte do municpio, poder ser reestruturada uma secretaria j existente, criando uma diviso ou coordenao de trnsito, um departamento, uma autarquia, de acordo com as necessidades e interesse do prefeito.Estado Acre Alagoas Amap Amazonas Bahia Cear Esprito Santo Gois Maranho Mato Grosso Mato Grosso do Sul Minas Gerais Par Paraba Paran Pernambuco Piau Rio De Janeiro Rio Grande do Norte Rio Grande do Sul Rondnia Roraima Santa Catarina So Paulo Sergipe Tocantins Brasil N Municpios Integrados 1 11 3 8 29 49 6 33 50 23 36 41 40 22 33 24 8 58 15 220 6 1 68 259 10 5 Total: 1059

Tabela 1.1 Municpios integrados ao Sistema Nacional de Trnsito Fonte: DENATRAN [2011].

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Operao e Fiscalizao de Trnsito

Ainda que o Municpio esteja integrado ao Sistema Nacional de Trnsito, poder exercer a fiscalizao das infraes de trnsito, somente em matria de sua competncia, conforme definio contida na Resoluo n 66 do Conselho Nacional de Trnsito (BRASIL, 1998), que estabelece as [...] competncias entre Estados e Municpios, quanto aplicao de dispositivos do Cdigo de Trnsito Brasileiro referentes a infraes cometidas em reas urbanas. As infraes de competncia do Municpio so aquelas em que no ocorre a abordagem do condutor, pois se concentram nas infraes de parada, circulao e estacionamento. A fiscalizao de trnsito nas vias urbanas e rodovias estaduais poder ser realizada pela Polcia Militar mediante convnio celebrado, tendo suas competncias previstas no artigo 23, inciso III do CTB (1997, p. 23): [...] executar a fiscalizao de trnsito, quando e conforme convnio firmado [...].

Os Convnios de TrnsitoO termo convnio se refere a todo ajuste celebrado entre entidades da Administrao Pblica, ou entre essas e organizaes particulares, tendo por objeto a realizao de atividades ou interesses comuns e estabelecem a delegao de competncias elencadas. Em relao aos convnios de trnsito, estes so celebrados objetivando uma comunho de esforos entre os entes pblicos para atender as demandas existentes, e encontram amparo geral nos termos do artigo 25 do Cdigo de Trnsito Brasileiro (CTB, 1997):Art. 25. Os rgos e entidades executivos do Sistema Nacional de Trnsito podero celebrar convnio delegando as atividades previstas neste Cdigo, com vistas maior eficincia e segurana para os usurios da via.

Portanto, o CTB prev que os entes componentes do Sistema Nacional de Trnsito podero celebrar convnio, delegando as atividades previstas relacionadas engenharia, educao e fiscalizao, visando melhoria dos servios prestados, maior eficcia nas aes realizadas e segurana para os usurios da via.

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Competncias das Polcias Militares de competncia das Policiais Militares, conforme previso do CTB (1997), a realizao do policiamento ostensivo de trnsito, atividade exclusiva das polcias militares, conforme est estampado no prprio anexo I do CTB (1997, p. 56, grifo nosso):POLICIAMENTO OSTENSIVO DE TRNSITO funo exercida pelas Polcias Militares com o objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados com a segurana pblica e de garantir obedincia s normas relativas segurana de trnsito, assegurando a livre circulao e evitando acidentes.

O policiamento ostensivo de trnsito a[...] funo exercida pelas Polcias Militares com o objetivo de prevenir e reprimir atos relacionados com a segurana pblica e de garantir obedincia s normas relativas segurana de trnsito [...] (anexo I do CTB, 1997, p. 56).

A fiscalizao de trnsito nas vias urbanas e rodovias estaduais poder ser realizada pela Polcia Militar, desde que haja convnio celebrado, conforme prev o artigo 23, inciso III do CTB (1997, p. 23): [...] executar a fiscalizao de trnsito, quando e conforme convnio firmado [...]. Sobre a competncia estabelecida s Polcias Militares no artigo 23 do CTB, Rizzardo (2004, p. 127) nos ensina que:As policiais militares, no entanto e em geral, desempenhavam funes ligadas ao trnsito, e continuaro a desempenhar at que se organizem e implementem os novos organismos ou mecanismos de controle. Sempre foi e inerente atividade policial o controle do trnsito, verificando o cumprimento dos ditames legais, orientando motoristas, dirigindo o trnsito em pontos nevrlgicos, [...]

A fiscalizao de trnsito exercida pelas Polcias Militares visa principalmente garantia da fluidez viria, norteada pelos princpios da mobilidade urbana, e segurana viria, especialmente quando se refere preveno de acidentes de trnsito.40

Operao e Fiscalizao de Trnsito

O policiamento ostensivo de trnsito se constitui na fiscalizao s infraes de trnsito praticadas em vias pblicas, no controle do trnsito e no gerenciamento do risco, visando sempre preservao da ordem pblica, sua misso primordial. Nessas atividades, a busca pessoal e em veculos uma atividade de polcia ostensiva, o que, segundo a Constituio Nacional, de competncia exclusiva das policiais militares. Ainda como parte das atribuies destinadas s Polcias Militares, encontra-se a ocorrncia dos acidentes de trnsito. Isso porque, em uma situao de acidente de trnsito, h por consequncia a quebra da ordem pblica, cabendo, portanto, Polcia Militar restabelec-la atravs do exerccio da atividade de policiamento ostensivo, voltado para o socorro de vtimas, a lavratura do Boletim de Ocorrncia de Acidentes de Trnsito, a retirada dos veculos da via, a lavratura de Termos Circunstanciados, a priso de pessoas, a realizao de teste de alcoolemia, entre outras providncias policiais que se fizerem necessrias.

As normas gerais de circulao e condutaAs normas gerais de circulao e conduta esto no Captulo III do Cdigo de Trnsito Brasileiro em mais de 40 artigos. So normas gerais de carter orientador, pedaggico e educativo, que definem o comportamento correto dos usurios das vias terrestres, principalmente dos condutores de veculos. Muitas normas de conduta esto relacionadas s regras de direo defensiva, visto que ambas possuem como objetivo a segurana no trnsito. Contudo, quando uma norma geral de circulao e conduta desrespeitada, o usurio estar cometendo uma infrao ou crime, sujeito a penalidades e medidas administrativas previstas no CTB. Entre as normas estabelecidas no Captulo III, a mais genrica de circulao e conduta est estabelecida no artigo 26 do CTB (1997), que prev que os usurios das vias terrestres devem absterse de todo ato que possa constituir perigo ou obstculo para o trnsito de veculos, de pessoas ou de animais, ou ainda causar danos a propriedades pblicas ou privadas, bem como de obstruirUnidade 1

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o trnsito, atirando, depositando ou abandonando na via objetos ou substncias, ou nela criando qualquer outro obstculo. As normas gerais de circulao e conduta visam a normatizar e disciplinar a circulao de veculos e de pessoas em nossas vias pblicas, e, por isso, merece ateno especial em nosso estudo, isso porque as operaes de trnsito e a fiscalizao esto norteadas pelas regras estabelecidas nestas normas. Algumas normas podem ser aplicadas com o simples uso do bom senso ou da boa educao. Como aquelas que advertem os usurios quanto a atos que possam constituir riscos ou obstculos para o trnsito de veculos, pessoas e animais, alm de danos propriedade pblica ou privada. Entretanto, bom senso apenas no suficiente para o restante das normas. A maior parte delas exige do usurio e do operador de trnsito o conhecimento da legislao especfica e a aplicao das sanes previstas. As normas contidas no Captulo III do CTB (1997) contm princpios relacionados ao comportamento do condutor de veculo e ao pedestre, aos procedimentos de ultrapassagem e de estacionamento, ao uso correto de veculo, entre outros, os quais abordaremos a seguir.

Comportamento do condutor de veculosAo preventiva antes do deslocamentoO condutor, antes de colocar o veculo em circulao nas vias pblicas, dever verificar a existncia e as boas condies de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatrio, bem como assegurar-se da existncia de combustvel suficiente para chegar ao local de destino. Destaque para a conferncia da documentao do veculo e do condutor, observando-se prazo de validade, licenciamento do veculo e categoria da habilitao.

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Ao em deslocamentoO condutor dever, a todo o momento, ter domnio de seu veculo, dirigindo-o com ateno e cuidados indispensveis segurana do trnsito. Importante a observncia da aplicao da direo defensiva. Antes de uma ultrapassagem, o condutor dever: certificarse de que nenhum condutor que venha atrs tenha comeado uma manobra para ultrapass-lo; verificar ainda o veculo que o procede na mesma faixa, se este no tenha indicado o propsito de ultrapassar um terceiro; e certificar-se de que a faixa de trnsito que vai tomar esteja livre numa extenso suficiente para que sua manobra no ponha em perigo ou obstrua o trnsito que venha em sentido contrrio. Todo condutor, ao efetuar a ultrapassagem, dever, ainda:

Indicar com antecedncia a manobra pretendida, acionando a luz indicadora de direo do veculo ou por meio de gesto convencional de brao. Afastar-se do usurio ou usurios aos quais ultrapassa, de tal forma que deixe livre uma distncia lateral de segurana. Retomar, aps a efetivao da manobra, a faixa de trnsito de origem, acionando a luz indicadora de direo do veculo ou fazendo gesto convencional de brao, adotando os cuidados necessrios para no pr em perigo ou obstruir o trnsito dos veculos que ultrapassou.Os veculos mais lentos, quando em fila, devero manter distncia suficiente entre si para permitir que veculos que os ultrapassem possam se intercalar na fila com segurana.

Nos casos de ultrapassagens, o condutor, ao perceber que outro que o segue tem o propsito de ultrapass-lo, dever, se estiver circulando pela faixa da esquerda, deslocar-se para a faixa da direita; se estiver circulando pelas demais faixas, manter-se naquela na qual est circulando, sendo que em ambos os casos no dever acelerar a marcha. Situao especial dever ser observada pelos veculos lentos. No caso da ultrapassagem de veculo de transporte coletivo que esteja parado, efetuando embarque ou desembarque de passageiros, o condutor, para ultrapass-lo, dever reduzir a velocidade, dirigindo com ateno redobrada ou parar o veculo com vistas segurana dos pedestres.Unidade 1

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O condutor no poder ultrapassar veculos em vias com duplo sentido de direo e pista nica, nos trechos em curvas e em aclives sem visibilidade suficiente, nas passagens de nvel, nas pontes e viadutos e nas travessias de pedestres, exceto quando houver sinalizao permitindo a ultrapassagem. A proibio de ultrapassagens tambm vale para as intersees e suas proximidades.ULTRAPASSAGEM - movimento de passar frente de outro veculo que se desloca no mesmo sentido, em menor velocidade e na mesma faixa de trfego, necessitando sair e retornar faixa de origem.

Aes preventivas no deslocamentoO condutor em deslocamento dever observar algumas regras estabelecidas pelo CTB (1997):

Caso queira executar uma manobra, dever certificar-se de que pode execut-la sem perigo para os demais usurios da via que o seguem, precedem ou vo cruzar com ele, considerando sua posio, sua direo e sua velocidade. Antes de iniciar qualquer manobra que implique um deslocamento lateral, o condutor dever indicar seu propsito de forma clara e com a devida antecedncia, por meio da luz indicadora de direo de seu veculo, ou fazendo gesto convencional de brao. Quando for ingressar numa via, procedente de um lote lindeiro a essa via, dever dar preferncia aos veculos e pedestres que por ela estejam transitando. Nas vias providas de acostamento, a converso esquerda e a operao de retorno devero ser feitas nos locais apropriados e, onde estes no existirem, o condutor dever aguardar no acostamento, direita, para cruzar a pista com segurana.

Entende-se por deslocamento lateral a transposio de faixas, movimentos de converso direita, esquerda e retornos.

Aquele situado ao longo das vias urbanas ou rurais e que com elas se limita.

Antes de entrar direita ou esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor dever:44

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Ao sair da via pelo lado direito, aproximar-se o mximo possvel do bordo direito da pista e executar sua manobra no menor espao possvel. Ao sair da via pelo lado esquerdo, aproximar-se o mximo possvel de seu eixo ou da linha divisria da pista, quando houver, caso se trate de uma pista com circulao nos dois sentidos, ou do bordo esquerdo, tratando-se de uma pista de um s sentido. Durante a manobra de mudana de direo, o condutor dever ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veculos que transitem em sentido contrrio pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas de preferncia de passagem. Nas vias urbanas, a operao de retorno dever ser feita nos locais para isto determinados, quer por meio de sinalizao, quer pela existncia de locais apropriados, ou, ainda, em outros locais que ofeream condies de segurana e fluidez, observadas as caractersticas da via, do veculo, das condies meteorolgicas e da movimentao de pedestres e ciclistas.

A circulao de veculos em via pblicaO artigo 29 do CTB (1997) estabelece vrias regras e procedimentos que visam a proporcionar segurana e fluidez do trnsito de veculos nas vias terrestres abertas circulao. Estas regras e procedimentos estabelecem que:

A circulao de veculos far-se- pelo lado direito da via, admitindo-se as excees devidamente sinalizadas pela autoridade de trnsito ou pelos seus agentes quando na execuo das operaes de trnsito. O condutor dever guardar distncia de segurana lateral e frontal entre o seu e os demais veculos, bem como em relao ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condies do local, da circulao, do veculo e as condies climticas.

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Quando veculos, transitando por fluxos que se cruzem, se aproximarem de local no sinalizado, ter preferncia de passagem, no caso de apenas um fluxo ser proveniente de rodovia, aquele que estiver circulando por ela; no caso de rotatria, aquele que estiver circulando por ela; nos demais casos, o que vier pela direita do condutor. Quando uma pista de rolamento comportar vrias faixas de circulao no mesmo sentido, so as da direita destinadas ao deslocamento dos veculos mais lentos e de maior porte, quando no houver faixa especial a eles destinada, e as da esquerda, destinadas ultrapassagem e ao deslocamento dos veculos de maior velocidade. O trnsito de veculos sobre passeios, caladas e nos acostamentos, s poder ocorrer para que se adentre ou se saia dos imveis ou reas especiais de estacionamento. Os veculos precedidos de batedores tero prioridade de passagem, respeitadas as demais normas de circulao.

Os veculos destinados a socorro de incndio e salvamento, os de polcia, os de fiscalizao e operao de trnsito e as ambulncias, alm de prioridade de trnsito, gozam de livre circulao, estacionamento e parada, quando em servio de urgncia e devidamente identificados por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminao vermelha intermitente.

Figura 1.5 Veculo de emergncia Fonte: Portal da Metrpole (2009).

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O uso de dispositivos de alarme sonoro e de iluminao vermelha intermitente s poder ocorrer quando da efetiva prestao de servio de urgncia e a prioridade de passagem na via e no cruzamento dever se dar com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de segurana.

Os veculos prestadores de servios de utilidade pblica, quando em atendimento na via, gozam de livre parada e estacionamento no local da prestao de servio, desde que devidamente sinalizados, devendo estar identificados na forma estabelecida pelo CONTRAN. A ultrapassagem de outro veculo em movimento dever ser feita pela esquerda, obedecida a sinalizao regulamentar e as demais normas estabelecidas no CTB, exceto quando o veculo a ser ultrapassado estiver sinalizando o propsito de entrar esquerda. Os veculos que se deslocam sobre trilhos tero preferncia de passagem sobre os demais, respeitadas as normas de circulao.Respeitadas as normas de circulao e conduta previstas no CTB, em ordem decrescente, os veculos de maior porte sero sempre responsveis pela segurana dos menores, os motorizados pelos no motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.

O uso de luzes em veculoDe acordo com o artigo 40 do CTB (1997), o uso de luzes em veculo obedecer s seguintes determinaes:

O condutor manter acesos os faris do veculo, utilizando luz baixa, durante a noite e durante o dia nos tneis providos de iluminao pblica. Nas vias no iluminadas, o condutor deve usar luz alta, exceto ao cruzar com outro veculo ou ao segui-lo.

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A troca de luz baixa e alta, de forma intermitente e por curto perodo de tempo, com o objetivo de advertir outros motoristas, s poder ser utilizada para indicar a inteno de ultrapassar o veculo que segue frente ou para indicar a existncia de risco segurana para os veculos que circulam no sentido contrrio. O condutor manter acesas pelo menos as luzes de posio do veculo quando sob chuva forte, neblina ou cerrao. O condutor utilizar o pisca-alerta em imobilizaes ou situaes de emergncia e quando a regulamentao da via assim o determinar. Durante a noite, em circulao, o condutor manter acesa a luz de placa. O condutor manter acesas, noite, as luzes de posio quando o veculo estiver parado para fins de embarque ou desembarque de passageiros e carga ou descarga de mercadorias.Os veculos de transporte coletivo regular de passageiros, quando circularem em faixas prprias a eles destinadas, e os ciclos motorizados devero utilizar-se de farol de luz baixa durante o dia e a noite.

A classificao das vias pblicasO Cdigo de Trnsito Brasileiro (1997) classificou no seu artigo 60, as vias abertas circulao, de acordo com sua utilizao, e no seu anexo I, estabeleceu as seguintes definies: I - vias urbanas - ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos circulao pblica, situados na rea urbana, caracterizados principalmente por possurem imveis edificados ao longo de sua extenso:

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a) via de trnsito rpido - aquela caracterizada por acessos especiais com trnsito livre, sem intersees em nvel, sem acessibilidade direta aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nvel; b)via arterial - aquela caracterizada por intersees em nvel, geralmente controlada por semforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e s vias secundrias e locais, possibilitando o trnsito entre as regies da cidade; c) via coletora - aquela destinada a coletar e distribuir o trnsito que tenha necessidade de entrar ou sair das vias de trnsito rpido ou arteriais, possibilitando o trnsito dentro das regies da cidade; d)via local - aquela caracterizada por intersees em nvel no semaforizado, destinada apenas ao acesso local ou a reas restritas; II - vias rurais - estradas e rodovias: a) rodovias - via rural pavimentada; b)b) estradas - via rural no pavimentada.

VelocidadeDe acordo com o artigo 43 do Cdigo de Trnsito Brasileiro (1997), o condutor, ao regular a velocidade, dever observar constantemente as condies fsicas da via, do veculo e da carga, as condies meteorolgicas e a intensidade do trnsito, obedecendo aos limites mximos de velocidade estabelecidos para a via. Dever, ainda:

No obstruir a marcha normal dos demais veculos em circulao sem causa justificada, transitando em uma velocidade anormalmente reduzida. Sempre que quiser diminuir a velocidade de seu veculo, dever antes certificar-se de que pode faz-lo sem risco nem inconvenientes para os outros condutores, a no ser que haja perigo iminente.Unidade 1

As estatsticas indicam que o excesso de velocidade uma das principais causas da mortalidade de trnsito. Quando maior a velocidade praticada, maior ser a gravidade do acidente.

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Indicar, de forma clara, com a antecedncia necessria e a sinalizao devida, a manobra de reduo de velocidade.Ao aproximar-se de qualquer tipo de cruzamento, o condutor do veculo deve demonstrar prudncia especial, transitando em velocidade moderada, de forma que possa deter seu veculo com segurana para dar passagem a pedestre e a veculos que tenham o direito de preferncia.

De acordo com o artigo 61 do CTB (1997), a velocidade mxima permitida para a via ser indicada por meio de sinalizao, obedecendo s suas caractersticas tcnicas e as condies de trnsito. Em relao velocidade mnima, esta no poder ser inferior metade da velocidade mxima estabelecida, respeitadas as condies operacionais de trnsito e da via. Onde no existir sinalizao regulamentadora, a velocidade mxima ser de: I - nas vias urbanas: a) oitenta quilmetros por hora, nas vias de trnsito rpido; b)sessenta quilmetros por hora, nas vias arteriais; c) quarenta quilmetros por hora, nas vias coletoras; d)trinta quilmetros por hora, nas vias locais; II - nas vias rurais: a) nas rodovias: 1. cento e dez quilmetros por hora para automveis, camionetas e motocicletas; 2.noventa quilmetros por hora, para nibus e micronibus; 3.oitenta quilmetros por hora, para os demais veculos; b)nas estradas, sessenta quilmetros por hora.50

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O rgo ou entidade de trnsito ou rodovirio com circunscrio sobre a via poder regulamentar, por meio de sinalizao, velocidades superiores ou inferiores quelas estabelecidas anteriormente.

Parada e estacionamento de veculosO artigo 47 do CTB (1997) nos diz que, quando proibido o estacionamento na via, a parada do veculo dever restringirse ao tempo indispensvel para embarque ou desembarque de passageiros, desde que no interrompa ou perturbe o fluxo de veculos ou a locomoo de pedestres. A operao de carga ou descarga regulamentada pelo rgo ou entidade com circunscrio sobre a via e considerada estacionamento.

Figura 1.6 Placa regulamentadora para carga e descarga Fonte: Mil Artes Propaganda (2011).

Nas paradas, operaes de carga ou descarga e nos estacionamentos, o veculo dever ser posicionado no sentido do fluxo, paralelo ao bordo da pista de rolamento e junto guia da calada (meio-fio), admitidas as excees devidamente sinalizadas. Nas vias providas de acostamento, os veculos parados, estacionados ou em operao de carga ou descarga devero estar situados fora da pista de rolamento. O estacionamento dos veculos sem abandono do condutor poder ser feito somente nos locais previstos no CTB (1997) ou naqueles regulamentados por sinalizao especfica.

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Uma das causas de acidentes nas paradas e estacionamentos de veculos diz respeito ao desembarque dos passageiros. Neste sentido, o artigo 49 do CTB (1997) dispe que o condutor e os passageiros no devero abrir a porta do veculo, deix-la aberta ou descer do veculo sem antes se certificarem de que isso no constitui perigo para eles e para outros usurios da via. O embarque e o desembarque devem ocorrer sempre do lado da calada, exceto para o condutor.

A circulao de motocicletas, ciclomotores e bicicletasSegundo o artigo 54 do CTB (1997), os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores s podero circular nas vias: I - utilizando capacete de segurana, com viseira ou culos protetores; II - segurando o guidom com as duas mos; III - usando vesturio de proteo, de acordo com as especificaes do CONTRAN.

Figura 1.7 Equipamentos de segurana do motociclista Fonte: Bestriders [2011].

O artigo 55 do Cdigo de Trnsito Brasileiro (1997) prev que os passageiros de motocicletas, motonetas e ciclomotores s podero ser transportados utilizando capacete de segurana, em carro52

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lateral acoplado aos veculos ou em assento suplementar atrs do condutor e usando vesturio de proteo, de acordo com as especificaes do CONTRAN. O estacionamento dos veculos motorizados de duas rodas ser feito em posio perpendicular guia da calada (meio-fio) e junto a ela, salvo quando houver sinalizao que determine outra condio. Sobre os ciclomotores, estes devem ser conduzidos pela direita da pista de rolamento, preferencialmente no centro da faixa mais direita ou no bordo direito da pista sempre que no houver acostamento ou faixa prpria a eles destinada, proibida a sua circulao nas vias de trnsito rpido e sobre as caladas das vias urbanas. Quando uma via comportar duas ou mais faixas de trnsito e a da direita for destinada ao uso exclusivo de outro tipo de veculo, os ciclomotores devero circular pela faixa adjacente da direita. A circulao de bicicletas, nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, dever ocorrer quando no houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando no for possvel a utilizao destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulao regulamentado para a via, com preferncia sobre os veculos automotores.

CICLOMOTOR - veculo de duas ou trs rodas, provido de um motor de combusto interna, cuja cilindrada no exceda a cinquenta centmetros cbicos (3,05 polegadas cbicas) e cuja velocidade mxima de fabricao no exceda a cinquenta quilmetros por hora.

A autoridade de trnsito com circunscrio sobre a via poder autorizar a circulao de bicicletas no sentido contrrio ao fluxo dos veculos automotores, desde que dotado o trecho com ciclofaixa.

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Figura 1.8 Ciclofaixa em Garopaba-SC Fonte: Mudargaropaba.blogspot [2011].

Importante que, desde que autorizado e devidamente sinalizado pelo rgo ou entidade com circunscrio sobre a via, ser permitida a circulao de bicicletas nos passeios.

Outros aspectos abordadosDentre as normas contidas no Captulo III do CTB (1997), ainda destacamos os seguintes procedimentos que devem ser adotados pelos condutores de veculos:

Figura 1.9 Uso da buzina

Fonte: Salo de Ideias, Blogspot [2011].

O uso de buzina somente poder ser realizado desde que em toque breve para fazer as advertncias necessrias a fim de evitar acidentes e fora das reas urbanas, quando for conveniente advertir um condutor que se tem o propsito de ultrapass-lo. O veculo no dever ser freado bruscamente, salvo por razes de segurana. Mesmo que a indicao luminosa do semforo lhe seja favorvel, nenhum condutor pode entrar em uma interseo se houver possibilidade de ser obrigado a imobilizar o veculo na rea do cruzamento, obstruindo ou impedindo a passagem do trnsito transversal.

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Sempre que for necessria a imobilizao temporria de um veculo no leito virio, em situao de emergncia, dever ser providenciada a imediata sinalizao de advertncia, na forma estabelecida pelo CONTRAN. O uso de faixas laterais de domnio e das reas adjacentes s estradas e rodovias obedecer s condies de segurana do trnsito estabelecidas pelo rgo ou entidade com circunscrio sobre a via. Nas vias internas pertencentes a condomnios constitudos por unidades autnomas, a sinalizao de regulamentao da via ser implantada e mantida s expensas do condomnio, aps aprovao dos projetos pelo rgo ou entidade com circunscrio sobre a via. Os veculos de trao animal sero conduzidos pela direita da pista, junto guia da calada (meio-fio) ou acostamento, sempre que no houver faixa especial a eles destinada, devendo seus condutores obedecer, no que couber, s normas de circulao previstas no CTB (1997) e s que vierem a ser fixadas pelo rgo ou entidade com circunscrio sobre a via. Os animais isolados ou em grupos s podem circular nas vias quando conduzidos por um guia, observando que, para facilitar os deslocamentos, os rebanhos devero ser divididos em grupos de tamanho moderado e separados uns dos outros por espaos suficientes para no obstruir o trnsito, e que os animais que circularem pela pista de rolamento devero ser mantidos junto ao bordo da pista. As crianas com idade inferior a dez anos devem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo excees regulamentadas pelo CONTRAN. obrigatrio o uso do cinto de segurana para condutor e passageiros em to