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Controle Aversivo Catania (1999)

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Page 1: Controle aversivo   interação resp-oper

Controle AversivoCatania (1999)

Page 2: Controle aversivo   interação resp-oper

O que significa controle?

Aqui o termo traz a noção de variáveis que controlam outras variáveis.

Como o objeto da área é o comportamento, a noção de controle é interpretada

da seguinte forma:

Quais são as variáveis que controlam o comportamento?

Em outras palavras, o está determinando o comportamento?

Os diferentes processos comportamentais são termos que buscam descrever o

que essas perguntas querem saber:

Reforçamento

Punição

Extinção

Page 3: Controle aversivo   interação resp-oper

Controle Operante

As respostas podem:

Produzir consequências e por isso aumentar (reforçamento positivo)

Evitar consequências e por isso aumentar (reforçamento negativo)

Eliminar consequências e por isso aumentar (reforçamento negativo)

Produzir consequências e por isso diminuir (punição positiva)

Eliminar reforçadores e por isso diminuir (punição negativa)

Existe uma subclassificação de controle que agrupa apenas a relação entre as

respostas e os processos que envolvem um estímulo aversivo, assim:

Todos os processos de Punição e de Reforçamento Negativo

Page 4: Controle aversivo   interação resp-oper

Recapitulando...

R -> SR

Reforço:

As respostas devem ter consequências;

Sua probabilidade deve aumentar (i.e., as respostas devem se tornar mais

prováveis do que quando não produziam essa(s) consequência(s).

A probabilidade aumenta porque a resposta tem/produz essa(s) consequência(s)

Page 5: Controle aversivo   interação resp-oper

Há duas classificações do processo:

Quanto a apresentação da consequência:

Reforçamento positivo : adicionar a consequência que antes não estava lá

Respostas que produzem - adicionando - algo no ambiente tendem a aumentar de

frequência em decorrência desse efeito;

Reforçamento negativo: evitar ou eliminar a consequência

Respostas que produzem - retiram ou evitam – mudanças no ambiente tendem a aumentar

de frequência em decorrência desse efeito;

Retirar: Quando algo já está posto no ambiente, a consequência reforçadora é eliminá-lo

Evitar: Quando algo ainda não está posto, a consequência da resposta é evitá-la.

Page 6: Controle aversivo   interação resp-oper

Há duas classificações do processo:

Quando o processo de reforçamento negativo é de retirada: FUGA

Quando o processo de reforçamento negativo é para evitar: ESQUIVA

Importante lembrar que as palavras POSITIVO e NEGATIVO não se referem a

aspectos “bons” ou “ruins” do processo sem si.

Embora os reforçadores negativos “retirem” estímulos do ambiente, estímulos

que são classificados de “aversivos”, isso não faz do processo algo

necessariamente “bom ou ruim”.

Page 7: Controle aversivo   interação resp-oper

O controle aversivo

Refere-se as formas de controle entre resposta e suas consequências em que

há presente no processo um estímulo aversivo.

Esse estímulo será retirado, evitado, ou aplicado diretamente/indiretamente

uma vez que a resposta ocorra:

Então,

Quando retira ou evita estímulo aversivo ... > Reforçamento Negativo

Quando a consequência é o próprio estímulo aversivo ...> Punição

CONTROLE AVERSIVO

Page 8: Controle aversivo   interação resp-oper

Punição

Processo oposto ao reforçamento, em que a frequência da resposta é

suprimida (diminuída), afetando a probabilidade de ocorrência futura.

R (diminui de frequência) -> SR (estímulo aversivo)

Implica compreender que:

As respostas devem ter consequências;

Sua probabilidade deve diminuir (i.e., as respostas devem se tornar menos

prováveis do que quando não produziam essa(s) consequência(s)).

A probabilidade diminui porque a resposta tem/produz essa(s) consequência(s) e

não por outra razão.

Page 9: Controle aversivo   interação resp-oper

Há dois tipos de processos de punição...

Assim como no reforçamento, há duas classificações de punição.

Vale lembrar que em AMBAS o comportamento é afetado da mesma forma:

Frequência da resposta é suprimida uma vez que produz/produziu estímulos

aversivos.

Separação entre Positiva e Negativa

Punição Positiva: R produz um S que reduz a probabilidade futura dessa R

Punição Negativa: R produz a retirada de um S; a retirada desse S reduz a

probabilidade futura de R

Page 10: Controle aversivo   interação resp-oper

Há dois tipos de processos de punição...

Assim como no reforçamento, há duas classificações de punição.

Vale lembrar que em AMBAS o comportamento é afetado da mesma forma:

Frequência da resposta é suprimida uma vez que produz/produziu estímulos

aversivos.

Separação entre Positiva e Negativa

Punição Positiva: R produz um S que reduz a probabilidade futura dessa R

Punição Negativa: R produz a retirada de um S; a retirada desse S reduz a

probabilidade futura de R

Page 11: Controle aversivo   interação resp-oper

Exemplos

Reforçamento Positivo e Negativo:

Ir ao cinema ver nova estreia;

Mudar o curso do caminho para não encontrar uma pessoa indesejável que

está sentada à poucos metros;

Mentir para a(o) namorada(o) e assim não ocasionar em brigas;

Jogar uma nova partida de seu jogo predileto;

Punição Positiva e Negativa:

Dirigir palavrões ao colega após ter seu celular quebrado por ele;

Agredir fisicamente alguém na rua que esteja arranhando seu carro;

Ameaçar a namorada(o) com greve de beijo após ter negligenciado algum

pedido;

Estabelecer que nota baixa implicará em não poder mais tirar selfies;

Page 12: Controle aversivo   interação resp-oper

Subprodutos do Controle Aversivo

Eliciação de respostas emocionais (medo, raiva, frustração...)

Essas respostas, por sua vez, podem eliciar outras respostas em quem usa

punição, e.g., pena e culpa;

Quem usou a punição pode, então, liberar reforçadores para eliminar as

respostas emocionais de quem foi punido (“bater, depois soprar”)

A punição pode, então, passar a sinalizar o reforço, criando-se condições

que se assemelham àquelas que produzem “masoquismo” (ou “drama”);

Por condicionamento respondente, quem pune se torna um estímulo

aversivo condicionado;

A punição pode ser inefetiva porque elicia a resposta que quer punir (e.g.,

“engolir o choro” com palmadas);

Page 13: Controle aversivo   interação resp-oper

Subprodutos do Controle Aversivo

Supressão de outros comportamentos não punidos (aqueles queocorrem “perto” do comportamento que se deseja punir – e.g.,professor aversivo pode suprimir todos os comentários em sala, nãosomente os inadequados; supressão condicionada – porcondicionamento respondente)

Necessidade de “vigiar” o comportamento punido (devido ao“contracontrole”, e.g., criança que esconde o quarto sujo, dá oslegumes para o cachorro, finge que tomou banho; adulto que sódiminui a velocidade antes do radar; “ratinho esperto”)

Recuperação da resposta quando a punição é interrompida

Punição não constrói comportamento – apenas elimina (como oindivíduo pode receber o mesmo reforço?)

Punição, portanto, não ensina nada...

Page 14: Controle aversivo   interação resp-oper

O que a torna essa forma de controle

tão efetiva?

Primeiramente, funciona.

Efeito imediato de supressão

É menos custoso programar consequências aversivas

Há, nesse sentido, uma explicação filogenética, ontogenética e cultural para

o uso de controle aversivo.

Page 15: Controle aversivo   interação resp-oper

É possível fazer diferente...?

Alternativas ao controle aversivo:

Reforçamento diferencial

Estabelecer condições em que respostas compatíveis com os que

seriam punidos não serão consequenciadas, enquanto que respostas

incompatíveis serão reforçadas diferencialmente.

Extinção

Ao invés de dedica-se a punir o comportamento alvo, podemos

simplesmente estabelecer que nenhuma resposta será apresentada,

que configura extinção.

Também não ensina o que se deve fazer... Mas cria condições tanto para a

não ocorrência da resposta, como para a indução de variabilidade.

Page 16: Controle aversivo   interação resp-oper

Qual a diferença de Extinção e Punição?

Elas se assemelham quanto ao efeito no responder:

Diminuição da frequência da resposta.

Também se assemelham quanto a eliminação da consequência:

A consequência positiva (no caso da punição negativa) é retirada.

DIFERENÇA EM TERMOS DE PROCEDIMENTO:

Punição Negativa

Retira-se SR que não é da resposta alvo. O SR é retirado de uma resposta

alternativa;

Não há quebra da contingência;

Apenas ocorre é estabelecer outra contingência

Extinção

Retira-se o SR da resposta alvo;

Quebra-se a contingência

Page 17: Controle aversivo   interação resp-oper

Qual a diferença de Extinção e Punição?

DIFERENÇA EM TERMOS DE PROCESSO:

Punição Negativa

Suprime imediatamente o responder

Extinção

Efeito na diminuição da frequência é gradual

Page 18: Controle aversivo   interação resp-oper

Com Relação à Distinção Respondente-

Operante, Vale Notar…

Essa distinção é considerada, por muitos,

apenas didática

Operantes sempre envolvem respondentes (relação

S-S está sempre presente):

Reforçadores, geralmente, também possuem funções

eliciadoras (i.e., o SR também é um US)

Estímulos antecedentes tornam-se eliciadores da mesma

resposta eliciada pelo reforço (e.g., fobias, atrações,

alterações fisiológicas); ou seja, o antecedente do

comportamento operante se torna um CS.

Page 19: Controle aversivo   interação resp-oper

Com Relação à Distinção Respondente-

Operante, Vale Notar… Essa distinção é considerada, por muitos, apenas

didática

Pensamentos, por exemplo, podem ser respondentes (e.g.,

visão condicionada, ou imaginação visual) e/ou operantes

(e.g., fala subvocal envolvida na resolução de problemas

encoberta); autoverbalizações operantes (“pensamentos”)

podem funcionar como CSs (e.g., “será que ele vai estar lá?”

taquicardia)

Existem componentes aprendidos de respostas emocionais

respondentes e operantes (e.g., dependendo da cultura)

Aprendemos a nomear (comportamento operante) emoções

(e.g., respostas fisiológicas condicionadas e incondicionadas);

ou seja, respondentes podem funcionar como antecedentes

para comportamento operante.

Page 20: Controle aversivo   interação resp-oper

Com Relação à Distinção Respondente-

Operante, Vale Notar… Essa distinção é considerada, por muitos, apenas

didática

Emoções específicas estão geralmente relacionadas

a cada processo do comportamento operante:

Reforçamento positivo é geralmente acompanhado de

“satisfação”

Reforçamento negativo é geralmente acompanhado de

“alívio”

Punição positiva ou negativa geralmente são

acompanhadas de “raiva” ou “ansiedade”

Extinção operante é geralmente acompanhada de

“frustração”

Page 21: Controle aversivo   interação resp-oper

Com Relação à Distinção Respondente-

Operante, Vale Notar… Essa distinção é considerada, por muitos, apenas

didática

Estudo de emoções requer compreensão de interações entre

comportamento respondente e operante

Exemplos de respondentes: alterações no sistema circulatório,

respiratório e digestivo

Exemplos de operantes: respostas de fuga e esquiva.

Aprendemos a ter medo e nos esquivamos; é difícil compreender

o comportamento sem considerar os dois (e.g., cliente com fobia

de pontes, piloto com fobia de voar de avião)

A esquiva (operante) retarda a extinção (respondente)

O tratamento requer consideração dos dois processos (e.g.,

dessensibilização sistemática)

Page 22: Controle aversivo   interação resp-oper

Com Relação à Distinção Respondente-

Operante, Vale Notar… Essa distinção é considerada, por muitos, apenas

didática

Existem casos limítrofes difíceis de de definir (por exemplo,

comportamento adjuntivo)

Respondentes podem ficar sob controle operante (técnicas de

biofeedback)

Operantes podem afetar respondentes (e.g., automodelagem)

Respondentes podem afetar operantes (e.g., resposta

emocional condicionada)

Interação respondente-operante torna a distinção difícil; Por

exemplo, SD funciona como reforço condicionado:

condicionamento respondente ou puro efeito discriminativo?

(e.g., Shahan, 2010)