62 - microssistema orelha e sua utilizayyo como diagnostico

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    1 Fisioterapeuta Ps-graduando em acupuntura

    2 Fisioterapeuta, especialista em metodologia do ensino superior, mestranda em aspectosbioticos e jurdicos em sade

    Microssistema orelha e sua utilizao como diagnostico

    Aida Lima Amaral1

    [email protected] Priscila Maia Mejia2.

    Ps-graduao em acupuntura Faculdade vila

    Resumo

    Na Medicina Tradicional Chinesa existem tcnicas de tratamento diagnsticos variados,

    entre elas est a auriculoterapia, um dos microssistemas, existentes na medicina tradicional

    chinesa no qual consiste que uma pequena parte do corpo pode refletir o corpo todo. A

    auriculoterapia tem como representao do corpo todo, um feto de cabea para baixo no

    pavilho auricular.

    O diagnostico na Medicina Tradicional Chinesa, visa combater principalmente o agente

    causador, e revitalizar e fortalecer a resistncia natural do corpo, tendo a viso do

    microssistema e do macrossistema.Sabendo a localizao dos pontos e a anatomia da aurcula se pode ter um diagnstico

    atravs de uma inspeo minuciosa. O objetivo desta pesquisa relatar a importncia e

    fornecer informaes sobre a auriculoterapia e como atravs da mesma se obter um

    diagnstico. O presente artigo elaborado atravs de uma metodologia de reviso de diversas

    bibliografias. Justifica-se pela importncia de ampliar o conhecimento do microssistema

    orelha e sua valia para realizao de um diagnostico. Resultando positivamente quanto

    eficcia da aurculo para se obter um diagnostico.

    Palavras-chave:Medicina Tradicional Chinesa; Auriculoterapia; Diagnose.

    1. Introduo

    A Medicina Chinesa baseia-se nas teorias Yin-Yang e Cinco elementos. Essas teorias so base de todo conhecimento oriental (SENNA; SILVA; BERTAN, 2012).Yin e Yang representam qualidades opostas, mas complementares. Cada coisa ou fenmeno

    poderia existir por si mesma ou pelo seu oposto. Alm disso, Yin contm a semente do Yang,de tal maneira que ele pode se transformar em Yang e vice-versa (MACIOCA, 2007).

    Fonte: Senna; Silva; Bertan, (2012).Figura 1 - Smbolo Yin e Yang

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    A teoria dos Cinco Elementos aborda a ideia de que o mundo material formado porelementos que so em nmero de cinco, ao saber: gua, madeira, fogo, terra e metal. Esteselementos participam de um continuo ciclo de gerao, que se refere forma como seoriginam, e de um ciclo de dominao, que apresenta o poder natural de um elemento sobreoutro (SENNA; SILVA; BERTAN, 2012).

    Fonte: Fonte: Senna et al. (2012)Figura 2 - Os Cinco Elementos

    A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) um vasto campo de conhecimento, de origem e deconcepo filosficas, abrangendo vrios setores ligados sade e doena. Suas concepesso voltadas muito mais ao estudo dos fatores causadores da doena, a sua maneira de tratarconforme os estgios da evoluo do processo de adoecer e, principalmente, aos estudos dasformas de preveno, ponto sobre o qual reside toda essncia da filosofia e da MedicinaChinesa. Para tanto, a Medicina Chinesa enfatiza os fenmenos precursores das alteraesfuncionais e orgnicas, que provocam o aparecimento de sintomas e sinais. O fator causaldesses processos nada mais que o desequilbrio da energia, ocasionada ou pelo meioambiente, com origem externa, ou pela as emoes retidas, de origem interna (YAMAMURA,2001).A Medicina Tradicional Chinesa utiliza-se de vastos materiais e tcnicas milenares detratamento e diagnostico. Dentre elas est a auriculoterapia, uma tcnica que se utiliza o

    pavilho auricular para realizar tratamento, diagnostico e preveno. A auriculoterapia umatcnica da acupuntura, que usa o pavilho auricular para efetuar tratamento de sade,

    aproveitando o reflexo que a aurcula exerce sobre o sistema nervoso central (SOUZA, 2001).Um diagnstico realizado precocemente tem grande importncia, pois atravs do mesmopode-se realizar o tratamento certo, impedindo o agravamento da patologia. Na MedicinaTradicional Chinesa o diagnostico realizada com uma viso do exterior para o interior, comuma viso primeiramente para as manifestaes reflexas nos microssistemas.H tempos pacientes no podiam expor o corpo para realizao de tratamentos e diagnsticos,e foi observado que manipulando algumas reas do corpo a mesma se refletia em outrasregies do corpo, podendo afirmar a existncia de reas reflexas conhecida comomicrossistema, que contm em uma regio a representao do corpo completo. Como omicrossistema orelha, o qual pode observar a imagem de um feto de cabea para baixo,refletindo no pavilho auricular o corpo todo. Podendo atravs de uma observao minuciosa,

    do pavilho auricular, pois o prprio corpo d sinal de desarmonia energtica nessas regies,atravs de dor, aumento da sensibilidade em regio especfica, colorao diferenciada, aspecto

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    anatmico, entre outras... Com isso saber quais rgos estariam em desequilbrio, tendo comorealizar uma diagnose bem mais precisa.

    2. Microssistema Orelha

    Um dos princpios no qual o diagnostico pela observao na medicina chinesa baseado deque cada pequena parte individual do corpo reflete o todo. Exemplos importantes da aplicaodesse principio para a diagnose so os diagnsticos da face, da lngua, do pulso e da orelha(MACIOCIA, 2007).A acupuntura auricular citada no tratado de acupuntura e moxa busto mais antigo jencontrado na China, segundo o Nei Jing, explica a estreita relao entre o pavilho auricularcomo um micro sistema a ser explorado e a auxiliar no tratamento de vrios desequilbrios(FONSECA, 2011).Microssistemas so regies do corpo, que correspondem entre uma parte individual e o todo,como a face, a lngua, o pulso, a orelha, que so reas pequenas do corpo humano, porm que

    refletem e representam, o corpo na sua totalidade.A acupuntura auricular uma aplicao bem conhecida, partindo do principio que uma nicaparte do corpo reflete um todo. De acordo com essa teoria, a orelha se assemelha a um feto deponta-cabea e h um ponto no pavilho auricular que reflete cada parte ou rgo do corpo(MACIOCA, 2007).Os antigos mdicos chineses (acupunturistas) utilizavam o pavilho auricular como forma dediagnostico, principalmente em relao aos rins, mas de longa data que os chineses estudamos pontos auriculares (FONSECA, 2011).A auriculoterapia um ramo da acupuntura destinado a tratamento das enfermidades fsicas ementais atravs de estmulos de pontos situados no pavilho auricular. Cada orelha tem

    pontos de reflexo que correspondem a todos os rgos e funes do corpo (SOUZA, 2001).Quando um rgo ou vscera ou parte do corpo humano apresenta alguma doena, aparecereao reflexa na regio correspondente ao rgo lesado na orelha, caracterizando os pontosauriculares (YAMAMURA, 2001).

    Na conceituao do Nei Ching, o mais antigo livro de acupuntura, o pavilho auricular umrgo isolado, que mantm relao com todos os rgos e regies do corpo. Dos dozemeridianos de acupuntura sistmica, seis tm relao direta com a orelha: Triplo Aquecedor,Intestino Delgado, Estomago, Vescula Biliar, Bexiga e Circulao-Sexo. Os demais:Intestino Grosso, Pulmo, Corao, Rim, Fgado e Bao- Pncreas esto relacionados

    indiretamente com a aurcula atravs dos meridianos de ligao de Vasos Maravilhosos(SOUZA, 2001).Os meridianos Yang do pavilho auricular so intestino grosso, intestino delgado, vescula

    biliar, triplo aquecedor, estmago e bexiga passam ao redor da orelha ligando-se a orelha deforma direta, e os meridianos Yin, que so: pulmo, corao, pericrdio, fgado,

    bao/pncreas e rins esto ligados a orelha por meio de ramificaes (FONSECA, 2011).Compreende-se que tudo esta em tudo, a energia flui nos meridianos, mas com ajuda dosangue e tambm do sistema nervoso (FONSECA, 2011).

    3. Anatomia orelha

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    A orelha consiste em uma cartilagem elstica nica, coberta por fina camada de pele,penugem, glndulas sebceas e sudorparas, e inervada e vascularizada. constituda porum tecido fibrocartilaginoso, formado tambm por ligamentos, tecido adiposo e msculos,que sustentam suas estruturas anatmicas. O lbulo da orelha a nica regio do pavilho queno apresenta cartilagem. A orelha est dividida em trs partes: orelha externa, a orelha mdiae a orelha interna. Orelha interna: Tambm chamada de labirinto, apresenta em sua parteanterior a cclea, estrutura responsvel pela audio, e o vestbulo em sua parte posterior,responsvel pelo equilbrio. Orelha mdia: Se encontra em um espao do osso temporal, ondese localizam os ossculos martelo, estribo e bigorna, suspenso por ligamentos e responsvel

    pela transmisso das ondas sonoras. O ouvido mdio tambm responsvel pelo equilbrio dapresso entre a regio externa da orelha e a rinofaringe, que se localiza do outro lado dotmpano. Orelha externa: formado pelo meato auditivo e pelo pavilho, que tambm denominado pavilho auditivo ou pavilho da orelha e possui uma estrutura em forma deconcha. O pavilho da orelha est ligado cabea por meio da pele, msculos, ligamentos e

    pelo meato auditivo externo (SENNA; SILVA; BERTAN, 2012).

    Fonte: Hecker et al (2001)Figura 3 - Orelha externa

    Segundo, HECKER et al. (2007) O formato externo do pavilho auricular formado por umaborda helicoidal (hlice). A hlice origina-se no assoalho da concha e ascende como a raiz

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    (ramo da hlice). A seguir est o corpo da hlice, que descende como a cauda da hlice emdireo do lbulo da orelha. A seguir, a hlice se transforma no lbulo da orelha (lbuloauricular). Na parte superior da hlice, em geral, encontramos uma protruso ou alargamentoda borda helicoidal, o tubrculo de Darwin (proeminncia auricular). Paralelo hlice estlocalizado a antlice. A antlice origina-se na parte cranial do pavilho auricular com dois

    ramos, inferior e superior. Entre os dois ramos da antlice est a fossa triangular. A antlicetransforma-se no anttrago na parte inferior da orelha. A borda entre elas formada pela fossaps-anttrago. Entre a hlice e a antlice mais o ramo superior da antlice est situada aescafa. O trago limitado pela incisura intertrgica e a incisura supratrgica. Na base do

    pavilho auricular est localizada a cavidade da concha. A concha dividia pelo ramoascendente da hlice em duas partes, a concha superior (cimba) e a concha inferior. O canalauditivo externo (meato acstico externo) est situado na concha inferior e coberto pelotrago. O pavilho auricular inervado por trs nervos: o ramo auricular do nervo vago, onervo auriculotemporal do nervo trigmeo, o nervo grande auricular do plexo cervical.Algumas reas anatmicas da face anterior do pavilho auricular apresenta correlao com o

    corpo humano, destacando-se as seguintes: O lbulo corresponde face, olhos, maxilar,

    mandbula, palato mole e duro, cavidade oral, amgdalas, lngua, ouvido interno. O anttragocorresponde cabea, fronte, partida e tronco cerebral. A incisura intertrgica, corresponde glndulas endcrinas, ovrio, testculos, nervos oculares. O anti-hlix corresponde coluna,vertebras, tronco, pescoo, peito, abdmen, tireoide, mamas e trax. A raiz inferior do anti-hlix corresponde regio gltea, citico, simptico, cccix, cavidade pelviana. A raizsuperior do ante-hlix corresponde ao p, perna, joelho, cccix e quadril. A fossa triangularcorresponde plvis, sistema reprodutor, tero, ovrios, prstata. A escafa corresponde aosmembros superiores, clavcula, ombro e suas articulaes. O trago abrange o nariz, supra-renal e vcios. A concha cava corresponde o trax e abdmen. A concha cimba corresponde atodos os rgos abdominais. A raiz do hlix corresponde ao sistema digestivo, diafragma,cardias, apndice. O dorso auricular corresponde mesma disposio da face da orelha e ,contm pontos auxiliares. (SOUZA, 2001).

    Fonte: Senna; Silva; Bertan, (2012)Figura 4 - Regio posterior da orelha.

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    A regio posterior da orelha formada por trs faces, quatro eminencias e trs sulcos. As trsfaces so: face dorsal da hlix, face dorsal do lbulo e a face que se localiza entre o dorso e olbulo e a parte dorsal da fossa escafoide. Os quatro sulcos so: sulco posterior do anti-hlix,sulco da cruz inferior do anti-hlix, sulco da raiz do hlix e sulco do anttrago. As quatroeminencias so: eminencia posterior da fossa escafoide, eminencia posterior da fossa

    triangular, eminencia posterior da concha cava e eminencia posterior da concha cimba.(SENNA; SILVA; BERTAN, 2012).

    4. Vascularizao da Orelha

    O sistema sanguneo da orelha abundante. Com relao s artrias, o suprimento parteprincipalmente da artria temporal superficial, da cartida externa e da auricular posterior.Com relao s veias, acompanham as artrias e tm a mesma denominao, exceo da

    jugular posterior (que drena a rea irrigada pela cartida). Os vasos linfticos da face anteriordesembocam nos gnglios linfticos da partida, enquanto que muitos dos linfticos da

    posterior desembocam em linfonodos retroauriculares. (NOGIER ; BOUCINHAS, 2012).

    5. Aspectos Neurolgicos da Orelha

    O pavilho auricular pode ser descrito como rgo isolado que mantm relaes com osdemais rgos e regies do corpo atravs de reflexos cerebrais, ou seja, cada ponto da

    aurcula tem relao direta com um ponto cerebral, o qual, por sua vez, est ligado pela rededo sistema nervoso a determinado rgo ou regio do soma, comandando suas funes. Arelao tripla, ponto auricular, crebro e rgo que torna a auriculoterapia utilizvel comotratamento para mais variadas enfermidades (NOGIER ;BOUCINHAS, 2012).

    A orelha apresenta reas e pontos de inervao provenientes das razes de C2 e C3, do nervotrigmeo, do nervo facial e do nervo simptico que regem a sensibilidade e motricidade dorosto, cabea, garganta, brnquios, esfago e rgos internos do trax e abdmen. Suas aesso unificadas e regularizadas pelo crtex cerebral, o que pode explicar a ao reflexa daorelha sobre o corpo, e seus resultados teraputicos. Os ramos nervosos da orelha refletem oestado fisiolgico do organismo (SOUZA, 2001). Sob ponto de vista de Pavlov, todo rgotem relao diretas com o sistema nervoso central e, em particular, com o crtex cerebral. Naenfermidade o rgo produz perturbao da energia nutriz de carter Yin. A evoluo daenfermidade faz aumentar a m estimulao do crtex, resultando, da, a m circulao daenergia a nvel de crtex. (SOUZA, 2001).O pavilho auricular, em suas faces anterior (sensitiva) e posterior (motora), sulcado porinmeros filetes nervosos e por uma circulao constituda por extensa malha de vasoscapilares. Estes so mais numerosos na superfcie, enquanto os filetes nervosos so mais

    profundos (SOUZA, 2001).Do ponto de vista filogentico, os pontos auriculares partem do centro para a periferia. Nocentro localiza-se o sistema nervoso autnomo (vegetativo) e na periferia encontra-se osistema nervoso central. (NOGUIER; BOUCINHAS, 2012).O pavilho auricular recebe quatro pares de nervos, distribudos entre a face e o dorsoauricular. Cada par se subdivide em quatro outros pares de nervos sensitivos e um par denervos motores, perfazendo ento, 20 ramos nervosos terminais (SOUZA, 2001).

    6. Diagnose

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    Quando h desarmonia em um Zhang e/ou Fu, aparece uma reao reflexa na regiocorrespondente do pavilho auricular, denunciando a alterao. Ento, como primeira regra

    para um diagnostico auricular bem-sucedido, no se deve tocar no pavilho auricular antes deobserv-lo: nunca tocar no espelho, isso embaa sua imagem (SENNA; SILVA;BERTAN,2012).

    H trs tipos de diagnose na auriculoterapia: Quanto avaliao visual Consiste emobservar o pavilho auricular e tentar encontrar pequenas diferenas sobre uma regio ousobre um ponto. Quanta avaliao pela dorConsiste em localizar pontos ou alguma rea no

    pavilho em que haja algum comprometimento. O procedimento feito com a utilizao deum aparelho chamado apalpador de presso, que exerce presso constante, constitudo poruma pequena pea de metal com ponta arredondada e uma mola interna. Quanto avaliaoeltrica ou eletrnica Quando se coloca a caneta eltrica, no ponto auricular, ela ascende,

    pois a resistncia eltrica do ponto de acupuntura menor (NOGUIER; BOUCINHAS, 1997).O diagnostico realizado com base nas alteraes dermatolgicas e anatmicas da aurcula

    do paciente e tambm nas desarmonias detectadas conforme a teoria dos Cinco Elementos(SENNA ;SILVA; BERTAN, 2012).

    Diagnostico por observao: Orelha A cor branca das orelhas indicada um padro de frio,ao passo que a cor azulada ou preta indica dor. Se os lbulos da orelha estiverem ressecados,murchos e pretos, essa condio denta esgotamento extremo de Qi do Rim. Os lbulos daorelha so um indicador na avaliao do prognstico: se eles estiverem brilhantes eligeiramente midos, o prognstico bom; se eles estiverem secos e murchos, o prognstico ruim. Intumescimento e dor na orelha (ou parte mdia da orelha) so, em geral, decorrentes doCalor nos canais Yang menor. A forma da orelha tambm ajuda a distinguir o padro porExcesso do padro por Deficincia: a orelha intumescida indica a presena de um fator

    patognico e, por consequncia, de um padro por Excesso. A orelha fina indica deficinciado Qi ou do Sangue. Apesar de todos os sinais anteriormente descritos, a forma e o tamanhodo lbulo da orelha esto relacionados constituio da pessoa e energia do Rim(MACIOCIA, 2007). Sinais da orelha: Orelhas brancas: Padro de frio. Orelhas azuladas ouescuras: dor. Lbulos das orelhas secos, murchos e escuros: esgotamento de Qi do rim(normalmente Yin do Rim). Lbulos das orelhas brilhantes e midos: bom prognstico.Lbulos das orelhas secos e murchos: mau prognstico. Intumescimento e dor da orelhamdia: calor nos canais Yang Menor. Orelha intumescida: fator patognico. Orelha fina:deficincia de Qi ou sangue. Lbulo longo e cheio: constituio forte. Lbulo pequeno:constituio frgil (MACIOCIA, 2007).Alteraes pavilho auricular: Aspecto anatmico: Orelhas grandes e com lbulos fartosrefletem uma constituio energtica boa. Quando a orelha pequena, evidencia-se umaconstituio energtica fraca, de pouca essncia. Aspecto tissular: descamao (comum em

    doenas degenerativas), ppula, edema, eczema, alterao de brilho, erupes e protuberncia.Cor: hiper ou hipopigmentao, colorao azulada, esverdeada, avermelhada, escurecida,amarelada, plida e violcea. Alterao morfolgica: vasos sanguneos dilatados, flacidez dohlix, flacidez e queda do lbulo auricular. Sensibilidade: alteraes de estimulo sensorialsobre os acupontos auriculares. Condutibilidade eltrica: a alterao da resistncia eltricatambm pode denunciar uma desarmonia sobre o ponto (SENNA; SILVA; BERTAN, 2012).Segundo Fonseca (2011) As formas mais frequentes de marcas nas orelhas so: Orelha muitodura, pode significar pessoa rgida gosta das coisas de seu jeito, pode ser rgida consigomesma. Orelha ruda na hlice, se diz: roeude raiva, algum que passou muita raiva durantea vida a orelha apresenta-se dessa forma. Orelha vermelha, ascenso do Yang do fgado,

    pessoa que irrita-se com facilidade. Orelha vermelha ou no, mas com corte em diagonal no

    lbulo, pode significar desequilbrio no meridiano do corao. Orelha torta, pontuda comqualquer tipo de deformao, pessoa tambm muito irritvel. Orelha Muito grande,

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    deficincia de rim, comum pessoas de idade avanada crescer a orelha e consequentementequando isso acontece um sinal de deficincia do meridiano dos rins.

    Fonte: Fonseca (2011)Figura 5 - Orelha com a hlice ruda

    Fonte: Fonseca (2011)Figura 6 - Orelha com corte em diagonal no lbulo.

    Orelha pequena desproporcional ao rosto e com lbulo curto, pessoa de constituio fsicadebilitada, fica doente facilmente, exemplo: gripe, alergias. Escamao na orelha, podesignificar inflamao ou pequenas infeces, lembrando se o paciente tiver dermatiteseborreica pode apresentar escamao na orelha descartando o diagnostico. Pontos negros naorelha podem significar tumores, mas se o paciente apresentar pintas no corpo e no rosto oufor de nascena o diagnstico deve ser descartado, lembrando tambm que tumor no cncer. Orelha de cor opaca sem brilho, deficincia do meridiano do rim. Orelha de cor cinza

    problemas de pulmo, se for craquelada como isopor problemas de pulmo causado por

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    cigarro. Orelha com cordo (vasos sanguneos edemaciados) pode significar energiaestagnada

    Fonte: Fonseca (2011)Figura 7 - Orelha com cordo.

    Orelha com cravos tambm podem significar energia estagnada, retire-os. Orelha de coramarelada desequilbrio de bao, pncreas e estmago. Orelha de cor verde azulada pode serdesequilbrio de fgado e vescula biliar. Todo e qualquer tipo de deformao pode significaralgum tipo de desequilbrio referente a regio afetada. Orelha inchada no anttrago podesignificar excesso de pensamentos ou dificuldade de concentrao.

    Fonte: Fonseca (2011)Figura 8 - Orelha inchada

    Orelhas com manchas acastanhadas, pode significar doena degenerativa, osteoporose ouosteopenia. Em alguns casos manchas acastanhadas podem ser causadas pelo sol. Orelha coma ante-hlice colada na hlice, pode significar doena auto-imune.A orelha de uma pessoa saudvel proporcional ao tamanho da cabea. Ela tem seu volumecheio e relaticamente mida flexvel; sua cor formosa e a produo de cera normal.

    No evidencia vasos sanguneos nem alterao de cor ou sensibilidade local (SENNA;SILVA; BERTAN, 2012).

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    A cartilagem da orelha praticamente idntica cartilagem brnquica; sendo assim, umindivduo com muito flexibilidade na orelha pode ter ou vir a ter problemas brnquicos, como

    por exemplo, bronquite, asma secretora etc. (NOGUIER; BOUCINHAS,2012). A coresbranquiada da orelha inteira caracteriza uma diminuio da circulao de energia e sangue,sndrome de frio ou deficincia do Yang. A cor azulada e escura evidencia estagnao de

    energia e sangue. Comum no quadro lgico de sndrome Bi. A presena de vasos sanguneosdilatados e/ou visveis na orelha pode ser causada por reteno de fleuma e estase de sangue etambm pode indicar um comprometimento do Zang Fu relacionado quela regio do

    pavilho. No nascimento a cor do hlix rosada; quando a morte se aproxima, sua cor setorna escurecida, evidenciando deficincia da essncia e do Yin dos rins. A cor esverdeada dohlix indica estagnao por calor, enquanto a cor azulada do hlix indica estagnao por frio.Hlix plido evidencia deficincia de Yang; a palidez sem brilho caracteriza deficincia desangue. O aparecimento de pelos na regio do hlix evidencia doena degenerativa. Acolorao avermelhada do tubrculo causada pela presena local de energia e sangue, emresposta ascendncia do Yang do fgado. Esse processo ocorre tambm na deficincia doYin, onde se ascende o fogo do fgado livremente em direo cabea, sem ser combatido. A

    colorao vermelha (hiperemia) que surge sobre os acupontos auriculares indica calor no localde referncia, podendo ser realizado sangria para resolver o quadro de calor ou estagnao(SENNA; SILVA; BERTAN, 2012).

    7. Metodologia

    Os procedimentos metodolgicos utilizados foram todos baseados em revises de obraseditoradas e artigos, encontradas em acervos eletrnicos e arquivos pessoais.

    Nessas obras, procurou-se identificar os pontos relevantes sobre a temtica, microssistemaorelha e sua utilizao como diagnostico.

    8. Resultados

    O resultado desta pesquisa, que se refere sobre a utilizao do microssistema orelha pararealizao de um diagnstico. Resultou em uma resposta positiva, aps pesquisas

    bibliogrficas, utilizando 9 obras editoradas, onde todas apresentavam citaes e informaespertinentes ao assunto. Tendo citaes e descries em todas as obras consultadas relatandosobre o microssistema orelha, como realizar um diagnstico, e sua importncia na MedicinaTradicional Chinesa.

    9. Discusso

    Ao se pensar em diagnostico, automaticamente imaginamos radiografias, tomografias,endoscopia, exames de sangue, ressonncias, eletrocardiograma entre vrios outros exames,que possam nos dar um diagnostico. Porem na Medicina Tradicional Chinesa, se tem umaenorme importncia o diagnostico, sendo realizado atravs da observao ao paciente de fora

    para dentro, vendo o que o corpo, os seus microssistemas esto nos mostrando, procurando acausa dos sintomas para obteno do diagnostico.A obra clssica da acupuntura, o livro HUNG TI NEI CHING, escrita h mais de 5.000

    anos, refere que o pavilho auricular um rgo isolado que mantm relaes com os demais

    rgos e regies do corpo atravs do reflexo cerebral. (SOUZA, 2001).

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    O desenvolvimento da Auriculoterapia se acentuou mais a partir do 3 sculo da nossa era.Em 1572 foi publicada, na China, uma obra sobre acupuntura, onde se mencionava asrelaes entre meridianos da acupuntura e a orelha, esta considerada como centro de reuniodos meridianos e onde era mais intensa a relao meridiano-orgo. A partir de ento, osestudos sobre associao de pontos auriculares com acupuntura sistmica foram sendo

    intensificados pelos sbios orientais, surgindo o sistema diagnstico por observao dopavilho auricular (SOUZA, 2001).O diagnostico Chins est baseado na excepcional correspondncia e na ressonncia entreuma parte do corpo e o corpo inteiro, assim como na ressonncia entre o microcosmo e omacrocosmo (MACIOCIA, 2007).A auriculoterapia tem relao com a reflexologia, seguindo, entretanto, o mesmo sistema dediagnostico das terapias convencionais, ou seja, anamnese, exames clnicos, exameslaboratoriais, etc. (SOUZA, 2001)Atravs da avaliao da orelha, podem-se definir diagnsticos referentes aos padres dedesarmonia apresentados. Isso acontece porque o pavilho auricular est diretamenteconectado ao organismo; a superfcie do corpo espelha seu interior. (SENNA; SILVA;

    BERTAN, 2012).A auriculoterapia usa tanto os diagnsticos clnicos como os alternativos, para seus programasde tratamento, faz uso, tambm, de uma tcnica denominada auriculo-diagnostico. Auriculo

    diagnostico: quando um rgo ou suas funes apresentam algum distrbio, a rea auricularcorrespondente sofre uma alterao pigmentria, apresentando manchas, tubrculos,vascularizaes, secura ou maior secreo sebcea. So sinais caractersticos da existncia dedesequilbrio. Os pontos auriculares correspondentes se tornam extremamente sensveis aotoque ou aplicao de agulhas. O aurculodiagnostico, baseia-se nos sinais patognmicos,indicativos da existncia de processo patolgico, em atividade ou no, atual, crnico outendencial. Esses sinais podem ser encontrados em reas mais ou menos extensas no pavilhoauricular. Apresentam-se sob diversas formas, das quais as mais comuns so: modificao de

    pigmentao, modificaes morfolgicas e modificaes da sensibilidade (SOUZA, 2011).Segundo Garcia (2006) a alterao orgnica, desde a fase do desequilbrio energtico, at alesional orgnica, passando pela funcional, se observa na orelha pelas seguintes manifestaeszonais: Baixa resistncia corrente eltrica; Dor palpao; Maior afluncia de sangue;Mudana na colorao; Presena de erupesO diagnstico pode ser feito atravs dos seguintes mtodos:- deteco eltrica: pontos reativosapresentam diminuio da resistncia eltrica; - deteco sensitiva: todo ponto reativo um

    ponto de plenitude (dor); - deteco visual: a plenitude de energia produz aumento davascularizao local.Podemos observar na orelha o que chamamos de marcas fundamentais, lembrando tambm

    que a auriculopuntura conhecida como ponto dor, ou seja, quanto maior a dor maior odesequilbrio. possvel analisar, observando reaes dos pacientes, se ao apalpar o ponto opaciente franze os olhos significa um nvel de desequilbrio, se o paciente se queixa da dor ougrita, significa um nvel maior de desequilbrio e se o paciente tentar segurar a mo doterapeuta significa um nvel alto de desequilbrio (FONSECA, 2011).O aparecimento de uma doena faz com que haja, no crtex, um reflexo que o obriga aencontrar os suprimentos energticos (resolues para o problema patolgico) decaractersticas semelhantes ao produzido pela enfermidade o que leva a um aumento sensveldo problema patolgico. Ao estimular o pavilho auricular, ocorre um reflexo que substitui orecebido, anteriormente, pelo rgo enfermo. A seguir, o influxo nervoso, tanto aferente como

    eferente em nvel de crtex, se torna normal, melhorando os sintomas gerados pela patologia(SOUZA, 1991).

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    Cada ponto da aurcula tem relao direta com um ponto cerebral o qual, por sua vez, estligado pela rede do sistema nervoso, a determinado rgo ou regio do corpo comandandosuas funes. A relao ponto auricular-crebro-orgo que torna a aurculoterapiacompatvel como tratamento das mais variadas enfermidades (SOUZA, 2001).Segundo Neves (2009) O diagnostico em Auriculoterapia consiste na identificao elocalizao de pontos ou regies alteradas no pavilho auricular. Essas alteraes sochamadas de pontos ou reas reagentes e so localizadas por meio de inspeo, palpao eeletro diagnostico.

    Neves (2009) relata que o principal objetivo da palpao localizar regies ou pontos quesejam reagentes a dor e tambm observar possveis marcas deixadas pelo mtodo. O eletrodiagnstico baseia-se na deteco dos pontos de menor resistncia eltrica, ou tecnicamentefalando, menor impedncia. Sabe-se que qualquer alterao de um rgo, tecido ou parte decorpo tem a resistncia eltrica diminuda no ponto correspondente no pavilho auricular.Yamamura (2001) fala que quando o organismo esta em bom estado de sade a pele da orelhano acusa diferena de potencial eltrico, no reagindo ao topocospio. Na vigncia de algumaafeco orgnica funcional ou energtica ocorrem alteraes na impedncia da pele da orelha,que so variveis de acordo com a idade, sexo, condies de trabalho, tipo e grau de doena,clima, meio ambiente, temperatura e grau de umidade.

    10. Concluso

    A medicina tradicional chinesa vem se expandindo cada vez mais, e influenciando com suaforma de olhar o paciente, e como avaliar o mesmo, procurando o foco dos sintomas e o queocasionou tal patologia, com foco do seu tratamento na causa, e na preveno e

    restabelecimento da harmonia no organismo. A medicina tradicional chinesa est sendo vistacom outros olhos, sendo reconhecida mundialmente, atravs de vrias pesquisas que resultam

    positivamente na utilizao da medicina tradicional chinesa para diversos tratamentos,sintomatologias, distrbios e patologias na rea da sade.A medicina tradicional chinesa tem muito a nos oferecer com suas tcnicas de tratamento ediagnsticos, a mesma se diferencia por ver o ser humano como um todo v o microssistema eo macrossistema, o fsico, emocional e nutricional, pois esses fatores tambm contribuem paraum desequilbrio no organismo, que pode gerar o inicio de uma patologia, com seus sintomasrefletindo nos microssistemas. Utilizando os microssistemas podemos de forma rpidarealizar avaliaes obtendo diagnsticos e realizando tratamento.O diagnostico precoce auxilia ao no desenvolvimento da patologia instalada, mantendo

    apenas num nvel, estagnada, no a deixando a evoluir para estgios mais avanados, podendotambm auxiliar na preveno e manuteno da sade.A aurcula pode ser vista como receptora de sinais refletidos pelo corpo, que nos mostraatravs de alteraes diversas desde o nvel de dor, coloraes diferentes, pontos, formato daorelha, escamaes, enfim qualquer alterao anatmica, que h algum tipo de desequilbriono corpo, atravs do reflexo cerebral que a mesma possui.A acupuntura auricular deve ser considera uma forma de avaliao, analisando corretamenteas modificaes quanto cor, a sensibilidade pode-se obter uma diagnose precisa. Podendoassim ser utilizada como forma preventiva e de tratamento.Diversos autores confirmam sua importncia, principalmente o conhecimento da anatomia e

    aspectos neurolgicos da orelha, enfatizando sobre suas reas reflexas, atravs de seusvariados feixes e terminaes nervosas e sua relao com o sistema nervoso central.

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    Referncia

    FONSECA, Wagner Pereira. Acupuntura Auricular Chinesa.So Paulo: Andreoli, 2011.

    GARCIA, E.G. Auriculoterapia. So Paulo, Roca, 2006.

    HECKER, H, U; STEVELING, A; PEUKER, E; KASTNER, J; LIEBCHEN, K. Atlas Colorido deAcupuntura: Pontos Sistmicos, Pontos Auriculares e Pontos Gatilho. Rio de Janeiro: GUANABARAKOOGAN, 2007.

    MACIOCIA, Giovanni. Os Fundamentos da Medicina Chinesa: Um Texto Abrangente paraAcupunturistas e Fitoterapeutas.2 ed. So Paulo : Roca, 2007.

    NEVES, Marcos Lisboa. Diagnstico em Acupuntura. So Paulo: cone, 2009.

    NOGUIER, R; BOUCINHAS, J, C. Prtica Fcil Auriculoterapia e Auriculomedicina. 4. Ed. So Paulo:cone, 2012.

    SENNA, V, S; SILVA, P, R; BERTAN, H. Acupuntura Auricular. So Paulo: Phorte, 2012.

    SOUZA, Marcelo Pereira. Tratado de Auriculoterapia. Braslia: Copyright, 2001.

    YAMAMURA, Ysao. Acupuntura Tradicional: a arte de inserir. 2. ed. So Paulo: Roca, 2001.