6/ n. 20 | 12 a 18 mar evangelho: mt...

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I Lt: Gen 12,1-4; Sl: 32 (33); II Lt: 2 Tim 1,8b-10 Evangelho: Mt 17,1-9 Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pe- dro, Tiago e João seu irmão e levou-os, em particular, a um alto monte e transfigurou- -Se diante deles: o seu rosto ficou resplan- decente como o sol e as suas vestes torna- ram-se brancas como a luz. E apareceram Moisés e Elias a falar com Ele. Pedro disse a Jesus: «Senhor, como é bom estarmos aqui! Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para Ti, outra para Moisés a outra para Elias». Ainda ele falava, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua som- bra e da nuvem uma voz dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O». Ao ou- virem estas palavras, os discípulos caíram de rosto por terra a assustaram-se muito. Então Jesus aproximou-se e, tocando-os, disse: «Levantai-vos e não temais». Erguendo os olhos, eles não viram mais ninguém, senão Jesus. Ao descerem do monte, Jesus deu-lhes esta ordem: «Não conteis a ninguém esta visão, até o Filho do homem ressuscitar dos mortos». Dias úteis | 09h30 - 12h00 | 15h30 - 18h30 Sáb | 10h00 - 12h00 Cartório Adoração ao Santíssimo Sacramento Site da Paróquia: www.paroquiaspedroesjoao.pt Celebrações Eucarísticas (missas) Igreja Paroquial 2ªf a Sáb |10h00; 18h30 Dom | 9h; 11h30; 18h30 verão: 19h00 Capela do Livramento Dom | 10h00 Informações Praceta Pe. João Cabeçadas, nº 60, 2765-486 Estoril | 21 466 18 19 | [email protected] 5ªfeira | 14h30 às 16h30 2ª a 6ª | 10h30 às 11h30 e 17h30 às 18h30 1ª e 3ª - 5ªfeira | 10h45 às 18h15 Sacramento da Confissão II Domingo da Quaresma – Ano A | 6/ n. 20 | 12 a 18 Mar Total - 33.013,44| NIB Satander Totta | 0018 0003 2237679 2020 89 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 814.85803.99944.01...........................Ofertório para Obras | Podemos Contar Consigo? Capela S. Pedro 4ªf | 11h00 Capela Saint Mary's Dom | 10h15 Capela Nª Srª da Paz Sáb | 15h30 2017 - Sob o lema “Família Construtora de Paz”, decorre, entre 12 e 19 de Março, a Sema- na Nacional da Cáritas. Assim, os ofertó- rios de todas as Eucaristias do próximo Domingo, 19 de Março, revertem para apoiar este organismo da Igreja, que se dedica a auxiliar quem mais precisa. Adoração Ss.mo Sacramento Quinta-feira, dia 16, Adoração do Ss.mo Sacramento entre as 10h45 e 18h15. Recordamos que, semanalmente, entre as 14h30 e 16h30, se encontra disponível um sacerdote para acolher todos aqueles que se queiram Reconciliar (Confessar). No âmbito das comemorações Centená- rio das Aparições de Fátima, neste mesmo dia 16 de Março, pelas 21:30h, no Auditó- rio Senhora da Boa Nova, haverá uma con- versa com a Aura Miguel e a Conceição Barreira de Sousa a propósito da apresen- tação dos Livros do Frei Jean-François de Louvencourt sobre os pastorinhos de Fáti- ma: “Dia a dia com o Francisco e a Jacinta” e “A arte de se maravilhar com o Francisco e a Jacinta”. Estamos todos convidados. Domingo 19, Dia de São José e dia do pai. “Família e Educação da Fé” é o slogan da Assembleia Diocesana de Catequistas, que se realiza no próximo dia 26 de Março, Vida Paroquial A Quaresma surpreende- -nos: consideramo-la um tempo penitencial, de sacri- fícios, de renúncia, e no seu segundo domingo espanta- -nos com um Evangelho re- pleto de sol e de luz, que infunde energia, dá asas à nossa esperança (Mateus 17, 1-9). Jesus toma consigo três discípulos e sobe a um alto monte. Os montes são co- mo indicadores apontados para o mistério e para a pro- fundidade do cosmo, dizem que a vida é uma ascensão para mais luz, mais céu. E ali se transfigurou à frente deles, o seu rosto brilhou como o sol e as vestes co- mo a luz. A exclamação pasmada de Pedro - que belo é estarmos aqui, não nos vamos embo- ra... - é própria de quem pô- de espreitar por um instante dentro do Reino. Não só Je- sus, não só o seu rosto e as suas vestes, mas naquele monte cada coisa é ilumina- da. S. Paulo escreve a Ti- móteo uma frase belíssima: Cristo veio e fez resplande- cer a vida. Não só a face e as vestes, não só os discí- pulos ou os nossos sonhos, mas a vida, aqui, agora, a vida de todos. Reacendeu a chama das coisas. Instilou nas veias do mundo fragmentos de es- trelas. Deu esplendor e be- leza à existência. Deu so- nhos e canções belíssimas ao nosso peregrinar de ho- mens e mulheres. Bastaria repetir sem cessar: fez res- plandecer a vida, para re- encontrar a verdade e a alegria de acreditar neste Deus, fonte inesgotável de canto e de luz. Força man- sa e poderosa que aperta a nossa vida para nela abrir janelas de céu. Nós, que somos uma gota de luz guardada numa con- cha de argila, que podemos fazer para dar estrada à luz? A resposta é oferecida pela voz: Este é o meu Fi- lho, escutai-o. O primeiro passo para se ser contagia- do pela beleza de Deus é a escuta, dar tempo e cora- ção ao seu Evangelho. O entusiasmo de Pedro faz- -nos, além disso, compre- ender que a fé, para ser for- te e viva, deve resultar de um espanto, de um enamo- ramento, de um «ah, que belo!» gritado de coração cheio. Porque acredito? Porque Deus é o mais belo que encontrei, porque acre- ditar é adquirir beleza de vi- ver. Acreditar que é belo amar, ter amigos, explorar, criar, semear, porque a vida tem sentido, encaminha-se para um bom desfecho, que começa aqui e flui na eternidade. Aquela visão no cimo do monte deverá permanecer viva e pronta no coração dos apóstolos. Jesus, com o rosto de sol, é uma ima- gem a conservar e a guar- dar na viagem para Jerusa- lém, viagem duríssima e ... a vida é uma ascensão para mais luz... no Externato da Luz em Carnide, Lisboa. No passado dia 5 de Março, no pavilhão do Grupo Dramático de Cascais com a presença de sua excelência Reverendíssi- ma o Senhor Dom José Traquina, bispo Auxiliar de Lisboa e do Drº Carlos Carrei- ra, Presidente da Câmara de Cascais, o Agrupamento foi agraciado com o nível de excelência no troféu Top Barra que pre- meia as boas práticas dos 22 agrupamen- tos escutistas dos concelhos de Oeiras e Cascais. Assim, pelo quarto ano consecu- tivo, o agrupamento de escuteiros da nos- sa paróquia recebeu uma vez mais o nível de excelência. Jornada Dioc. da Juventude A Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) vai decorrer no dia 2 de abril, em Odivelas. O convite para esta iniciativa parte do Car- deal-Patriarca de Lisboa e dirige-se a to- dos os jovens da diocese. A JDJ tem início às 10h00 e final previsto para as 18h30. Em breve, estará disponível todo o progra- ma no site do Serviço da Juventude e na página do Facebook Fundo Paroquial É a forma habitual de prover às necessi- dades da Igreja. Precisamos que nos aju- de, com a sua oferta, a dispor do necessá- rio para o culto divino, para o apostolado, para o exercício da caridade e para a sus- tentação do clero.

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Page 1: 6/ n. 20 | 12 a 18 Mar Evangelho: Mt 17,1-9paroquiaspedroesjoao.pt/wp-content/uploads/2017/03/BP_Mar12.pdf · Adoração Ss.mo Sacramento Quinta-feira, dia 16, Adoração do Ss.mo

I Lt: Gen 12,1-4; Sl: 32 (33); II Lt: 2 Tim 1,8b-10Evangelho: Mt 17,1-9Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pe-dro, Tiago e João seu irmão e levou-os, em particular, a um alto monte e transfigurou--Se diante deles: o seu rosto ficou resplan-decente como o sol e as suas vestes torna-ram-se brancas como a luz. E apareceram Moisés e Elias a falar com Ele. Pedro disse a Jesus: «Senhor, como é bom estarmos aqui! Se quiseres, farei aqui três tendas: uma para Ti, outra para Moisés a outra para Elias». Ainda ele falava, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua som-

bra e da nuvem uma voz dizia: «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência. Escutai-O». Ao ou-virem estas palavras, os discípulos caíram de rosto por terra a assustaram-se muito. Então Jesus aproximou-se e, tocando-os, disse: «Levantai-vos e não temais». Erguendo os olhos, eles não viram mais ninguém, senão Jesus. Ao descerem do monte, Jesus deu-lhes esta ordem: «Não conteis a ninguém esta visão, até o Filho do homem ressuscitar dos mortos».

Dias úteis | 09h30 - 12h00 | 15h30 - 18h30Sáb | 10h00 - 12h00

Cartório

Adoração ao Santíssimo Sacramento

Site da Paróquia: www.paroquiaspedroesjoao.pt

Celebrações Eucarísticas (missas)Igreja Paroquial

2ªf a Sáb |10h00; 18h30 Dom | 9h; 11h30; 18h30

verão: 19h00

Capela do LivramentoDom | 10h00

Informações

Praceta Pe. João Cabeçadas, nº 60, 2765-486 Estoril | 21 466 18 19 | [email protected]

5ªfeira | 14h30 às 16h302ª a 6ª | 10h30 às 11h30 e 17h30 às 18h30

1ª e 3ª - 5ªfeira | 10h45 às 18h15

Sacramento da Confissão

II Domingo da Quaresma – Ano A | 6/ n. 20 | 12 a 18 Mar

Total - 33.013,44€ | NIB Satander Totta | 0018 0003 2237679 2020 89

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez814.85€ 803.99€ 944.01€ ...€ ...€ ...€ ...€ ...€ ...€ ...€ ...€ ...€

Ofertório para Obras | Podemos Contar Consigo?

Capela S. Pedro4ªf | 11h00

Capela Saint Mary'sDom | 10h15

Capela Nª Srª da PazSáb | 15h30

2017-

Sob o lema “Família Construtora de Paz”, decorre, entre 12 e 19 de Março, a Sema-na Nacional da Cáritas. Assim, os ofertó-rios de todas as Eucaristias do próximo Domingo, 19 de Março, revertem para apoiar este organismo da Igreja, que se dedica a auxiliar quem mais precisa.

Adoração Ss.mo SacramentoQuinta-feira, dia 16, Adoração do Ss.mo Sacramento entre as 10h45 e 18h15. Recordamos que, semanalmente, entre as 14h30 e 16h30, se encontra disponível um sacerdote para acolher todos aqueles que se queiram Reconciliar (Confessar).

No âmbito das comemorações Centená-rio das Aparições de Fátima, neste mesmo dia 16 de Março, pelas 21:30h, no Auditó-rio Senhora da Boa Nova, haverá uma con-versa com a Aura Miguel e a Conceição Barreira de Sousa a propósito da apresen-tação dos Livros do Frei Jean-François de Louvencourt sobre os pastorinhos de Fáti-ma: “Dia a dia com o Francisco e a Jacinta” e “A arte de se maravilhar com o Francisco e a Jacinta”. Estamos todos convidados.

Domingo 19, Dia de São José e dia do pai.

“Família e Educação da Fé” é o slogan da Assembleia Diocesana de Catequistas, que se realiza no próximo dia 26 de Março,

Vida Paroquial

A Quaresma surpreende--nos: consideramo-la um tempo penitencial, de sacri-fícios, de renúncia, e no seu segundo domingo espanta--nos com um Evangelho re-pleto de sol e de luz, que infunde energia, dá asas à nossa esperança (Mateus 17, 1-9).Jesus toma consigo três discípulos e sobe a um alto monte. Os montes são co-mo indicadores apontados para o mistério e para a pro-fundidade do cosmo, dizem que a vida é uma ascensão para mais luz, mais céu. E ali se transfigurou à frente deles, o seu rosto brilhou como o sol e as vestes co-mo a luz.A exclamação pasmada de Pedro - que belo é estarmos aqui, não nos vamos embo-ra... - é própria de quem pô-de espreitar por um instante dentro do Reino. Não só Je-sus, não só o seu rosto e as suas vestes, mas naquele monte cada coisa é ilumina-

da. S. Paulo escreve a Ti-móteo uma frase belíssima: Cristo veio e fez resplande-cer a vida. Não só a face e as vestes, não só os discí-pulos ou os nossos sonhos, mas a vida, aqui, agora, a vida de todos.Reacendeu a chama das coisas. Instilou nas veias do mundo fragmentos de es-trelas. Deu esplendor e be-leza à existência. Deu so-nhos e canções belíssimas ao nosso peregrinar de ho-mens e mulheres. Bastaria repetir sem cessar: fez res-plandecer a vida, para re-encontrar a verdade e a alegria de acreditar neste Deus, fonte inesgotável de canto e de luz. Força man-sa e poderosa que aperta a nossa vida para nela abrir janelas de céu.Nós, que somos uma gota de luz guardada numa con-cha de argila, que podemos fazer para dar estrada à luz? A resposta é oferecida pela voz: Este é o meu Fi-

lho, escutai-o. O primeiro passo para se ser contagia-do pela beleza de Deus é a escuta, dar tempo e cora-ção ao seu Evangelho.O entusiasmo de Pedro faz--nos, além disso, compre-ender que a fé, para ser for-te e viva, deve resultar de um espanto, de um enamo-ramento, de um «ah, que belo!» gritado de coração cheio. Porque acredito? Porque Deus é o mais belo que encontrei, porque acre-ditar é adquirir beleza de vi-ver. Acreditar que é belo amar, ter amigos, explorar, criar, semear, porque a vida tem sentido, encaminha-se para um bom desfecho, que começa aqui e flui na eternidade.Aquela visão no cimo do monte deverá permanecer viva e pronta no coração dos apóstolos. Jesus, com o rosto de sol, é uma ima-gem a conservar e a guar-dar na viagem para Jerusa-lém, viagem duríssima e

... a vida é uma ascensão para mais luz...

no Externato da Luz em Carnide, Lisboa.

No passado dia 5 de Março, no pavilhão do Grupo Dramático de Cascais com a presença de sua excelência Reverendíssi-ma o Senhor Dom José Traquina, bispo Auxiliar de Lisboa e do Drº Carlos Carrei-ra, Presidente da Câmara de Cascais, o Agrupamento foi agraciado com o nível de excelência no troféu Top Barra que pre-meia as boas práticas dos 22 agrupamen-tos escutistas dos concelhos de Oeiras e Cascais. Assim, pelo quarto ano consecu-tivo, o agrupamento de escuteiros da nos-sa paróquia recebeu uma vez mais o nível de excelência.

Jornada Dioc. da JuventudeA Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) vai decorrer no dia 2 de abril, em Odivelas. O convite para esta iniciativa parte do Car-deal-Patriarca de Lisboa e dirige-se a to-dos os jovens da diocese. A JDJ tem início às 10h00 e final previsto para as 18h30. Em breve, estará disponível todo o progra-ma no site do Serviço da Juventude e na página do Facebook

Fundo ParoquialÉ a forma habitual de prover às necessi-dades da Igreja. Precisamos que nos aju-de, com a sua oferta, a dispor do necessá-rio para o culto divino, para o apostolado, para o exercício da caridade e para a sus-tentação do clero.

Page 2: 6/ n. 20 | 12 a 18 Mar Evangelho: Mt 17,1-9paroquiaspedroesjoao.pt/wp-content/uploads/2017/03/BP_Mar12.pdf · Adoração Ss.mo Sacramento Quinta-feira, dia 16, Adoração do Ss.mo

Estamos mais próximos dos desconheci-dos e mais desconhecidos dos que nos são próximosTalvez estejamos apenas numa encruzilha-da e a agulha da bússola ainda não se te-nha estabilizado na indicação de um norte, e tudo isto seja normal. Talvez seja só uma questão de tempo e daqui a nada vejamos mais claro. Contudo, seria iludir-se não re-conhecer até que ponto vivemos um da-queles momentos em que não consegui-mos dizer ao certo para onde caminhamos - nem como sociedades nem como indiví-duos. E no aglomerado intrincado dos pro-blemas que fazem parte da equação so-bressai, de forma cada vez mais nítida, o uso das tecnologias e o custo humano que lhe está associado, em que ainda refleti-mos pouco. O diagnóstico é bem patente: a par dos elementos indiscutivelmente po-sitivos que a comunicação digital permite (incremento da comunicação humana, agi-lização dos processos de trabalho, possibi-lidade de conectar-se em qualquer lado e em qualquer momento...), descobrimo-nos a viver entre uma dependência forçada e uma hipnose, exaustos, mas incapazes de desconectar, capturados pela rede, devora-dos pela obsidiante solicitação da única verdadeira cidade que nunca dorme. O e-mail, o Whatsapp, o Facebook, o Twitter, o Instagram alteraram de tal maneira os nossos quotidianos, tornaram-se de tal modo preponderantes e invasivos, que a pergunta que se coloca é se não estarão também a alterar-nos a nós mesmos. O filósofo Bernard Stiegler, por exemplo, tem alertado que o uso generalizado da web produz um efeito de sincronização em massa, como se passássemos a viver num continuum que dispensa faculdades singu-lares como a memória e a consciência, conduzindo-nos a modos de existência cada vez mais estandardizados e cada vez menos livres. O sucesso das novas ferramentas tecnoló-gicas deve muito ao facto de encaixarem bem com a natureza humana. Para nós hu-

manos a comunicação é vital, somos seres sociais, precisamos de companhia, valori-zamos a relação e a troca. Além disso, so-mos curiosos, girovagamos, reagimos com agrado a estímulos, realizamo-nos como antenas de sinais de vida, dos quais so-mos emissores e recetores ininterruptos. Mas o formato dos próprios dispositivos vem também ao nosso encontro: foi estu-dado e testado em milhões de usuários até alcançar o design intuitivo que tem hoje, capaz de provocar uma adição mais ime-diata e persistente no tempo. Por alguma razão, surge esta síndrome da “hiperco-nectividade” que nos condiciona a todos, indiferentemente de idades e contextos: mensagem chama mensagem, e com uma urgência que se sobrepõe a tudo; os pais atendem mais vezes o telemóvel do que os filhos pequenos que vivem com eles; os amigos não conseguem dizer uns aos outros, “gosto muito de ti, mas não vou responder a todos os teus whatsapps”; os namorados não sabem amar-se sem a me-diação das redes sociais; gasta-se um tempo precioso a responder, replicar, retor-quir tontices por monossílabos, alimentan-do a ilusão de que diante de um ecrã, por pequeno que seja, nunca se está só. Mas ali estamos sós mais vezes do que supo-mos. À força de estarmos conectados, nu-ma disponibilidade indistinta e sem horá-rio, acabamos por desconectar com as pessoas a quem mais queremos e por per-der inclusive a conexão connosco pró-prios. Estamos mais próximos dos desco-nhecidos e mais desconhecidos dos que nos são próximos. São muitas as atitudes que podemos tomar para diminuir sauda-velmente o nosso grau de hiperconexão à net, reconquistando espaços de qualida-de, de pensamento, reflexão, de governo de si, de partilha com os outros ou de necessário repouso. A primeira atitude, porém, é afirmar o direito a desconectar--se.

José Tolentino Mendonçain iMissio

O Direito a Desconectar-se

inquietante, como sinal de esperança e de confiança. Deve guardar-se para o dia mais escuro, quando o seu rosto for atingido, desfigura-do, ultrajado.

No auge da prova, um fio terá ligado os dois rostos de Jesus. O rosto que no mon-te jorra luz e que na última noite, no monte das Olivei-ras, destilará sangue. Mas

também agora, recorde-mos: por fim ver-se-á a luz. «Na cruz já respira, nua, a ressurreição.»

Ermes Ronchi In "Avvenire"

Tenho um amigo católico que detesta a confissão. Não vou fazer inconfidênci-as mas o meu amigo des-preza-a tanto que não se confessa há uma década. Ele apresentou várias ra-zões para passar ao lado daquele que é formalmente denominado o sacramento da Reconciliação. Tem me-do de confessar de uma só vez os seus pecados, que são agora muitos; está as-sustado por aquilo que o padre possa dizer (ele já teve algumas más experi-ências); e está muito ocu-pado.O meu amigo não é a única pessoa que encontrei a sentir-se assim. Há vários anos, enquanto orientava um retiro, conheci uma mu-lher que não se confessava há 20 anos. O seu motivo também tinha sido uma experiência desagradável com um padre durante o sacramento. Se bem me re-cordo, ele censurava-a por não se confessar com mais frequência.Ao responder, perguntei--lhe: «Se tivesse uma má experiência com um médi-co, nunca mais voltaria a ver um médico?». Todavia, mesmo depois de termos falado sobre as suas expe-riências, ela estava hesitan-te em voltar. A nossa ses-são espiritual foi breve, e passados 20 minutos era tempo de outro participante no retiro. Por isso não faço ideia se ela alguma vez vol-tou ao confessionário.Às vezes sinto quase como a língua atada nestes ca-sos. Não porque eu julgue que as pessoas nessas si-tuações são más católicas ou porque desconheça res-

postas que podem ajudar estes bloqueios comuns. É antes porque eu me confes-so frequentemente. Muito frequentemente. E gosto.Admito que é mais fácil pa-ra mim fazê-lo ao viver nu-ma casa repleta de padres, e especialmente quando o meu diretor espiritual é membro da minha comuni-dade. Se alguma vez me sentir oprimido pelo peca-do, ou até um pecado, tudo o que preciso de fazer é ba-ter à porta de alguém e pe-dir. Por outro lado é mais difícil, dado que se trata de homens com quem eu vivo e, muitas vezes, trabalho. Depois de confessar os pe-cados a alguém, poderei vê-lo ao pequeno-almoço na manhã seguinte. Ou nu-ma reunião. Mas isso nun-ca me incomodou porque imagino que alguém que viva ou trabalhe comigo já sabe que não sou perfeito.Muitas vezes penso no que é que me torna mais incli-nado a confessar-me do que as pessoas que men-cionei. Não sou com certe-za mais santo do que quem quer que seja - nem de lon-ge. Não é por ter menos pe-cados.Talvez seja a frequência. E confesso-me uma vez por mês, se não mais. Estou habituado. Consequente-mente cessou qualquer me-do concebível. Como al-guém que tem medo de vo-ar e viaja 50 vezes de avião por ano, e de repente aper-cebe-se de que está confor-tável na aeronave. Ele sabe que haverá inevitavelmente turbulência e pode dizer: «Estou habituado. E não é tão mau como eu pensava que poderia ser».

Por vezes digo a católicos inquietos o quão maravilho-sa uma pessoa se sente ao ser honesta com Deus no sacramento. O velho argu-mento contra a confissão segundo o qual se pode sempre dizer a Deus os pe-cados é bom. Claro que po-de. Mas muitas vezes não se faz. Além do mais, ajuda a verbalizar os pecados com outra pessoa. E ouvir as palavras da absolvição, de viva voz, é muito mais poderoso do que as intuir na oração. Pelo menos para mim.O meu nível de conforto também deriva de experiên-cias com confissão do outro lado. Ao ouvir confissões e dar a absolvição, consigo ver como as pessoas se sentem aliviadas. Elas exa-lam. Relaxam. Sorriem. E posso sentir o quão agrade-cidas ficam ao serem per-doadas de algo que pensa-vam que era imperdoável. Tudo isto torna a confissão preciosa para mim.Mas sobretudo gosto de como me sinto mais tarde, como se Deus me tivesse dado outra oportunidade - o que, claro, Deus dá. E quer eu esteja a ouvir confissões ou vá à confissão, penso sempre no que o meu pro-fessor de Teologia disse à nossa turma: «A confis-são não é sobre o quão mau você é, mas o quão bom Deus é».Quem me dera que eu pu-desse convidar a regressar todos aqueles que se afas-taram. E para aqueles que regressam, espero que ou-çam, de alguma forma, o que eu digo às pessoas que não se confessam há anos: «Bem-vindo de volta».

James Martin

Detesta a confissão? Eis algumas razões para reconsiderar

Page 3: 6/ n. 20 | 12 a 18 Mar Evangelho: Mt 17,1-9paroquiaspedroesjoao.pt/wp-content/uploads/2017/03/BP_Mar12.pdf · Adoração Ss.mo Sacramento Quinta-feira, dia 16, Adoração do Ss.mo

Na segunda semana da Quaresma, o apelo «escutai-O», no episódio da transfiguração (cf. Mt 17,1-9), convida-nos a voltar ao essencial, a escuta da PALAVRA. Na verdade, “a Sagrada Escritura é fonte de alegria” (EG 5)! “O anúncio da Palavra cria comunhão e gera alegria. Anunciando a Palavra de Deus, queremos comunicar também a fonte da verdadeira alegria, que brota da certeza de que só Jesus tem palavras de vida eterna” (cf. Bento XVI, Verbum Domini, 123).

A mensagem de Fátima pode aparecer-nos como uma espécie de «Evangelho breve» (Dom Alberto Cosme do Amaral), onde o essencial do kerigma cristão nos é reproposto. Ela traz de novo a realidade e a vida de Deus à consciência dos homens, num mundo que d’Ele se alienou. As revelações privadas, como a das aparições, não acrescentam «novidade» em relação à revelação pública que a Palavra de Deus nos faz.

O seu papel não é "completar" a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente numa determinada época da história.

Esta semana procuremos escutar mais assiduamente a Palavra de Deus. Aqui vão as citações do Evangelho de cada dia da semana, de modo a aprofundar a prática familiar da escuta da Palavra de Deus. Cumprida a tarefa, recorte esta folha, coloque-a, como um papiro, na sua ânfora.

Domingo, 12: Mateus, cap. 17, ver. 1-9.2ª feira, 13: Lucas, cap. 6, ver. 36-38.3ª feira, 14: Mateus, cap. 23, ver. 1-12.4ª feira, 15: Mateus, cap. 20, ver. 17-28.5ª feira, 16: Lucas, cap. 16, ver. 19-31.6ª feira, 17: Mateus, cap. 21, ver. 33-43 e 45-46.Sábado, 18: Lucas, cap. 15, ver. 1-3 e 11-32.

Reze em família um mistério do Rosário.

A Caminho, com Maria, pelas Fontes da Alegria!

“E se tratássemos a Bíblia como tratamos o telemóvel? Se a levássemos sempre connosco (ou pelo menos um Evangelho de bolso), o que aconteceria? Se voltássemos quando a esquecemos, se a abríssemos várias vezes por dia; se lêssemos as mensagens de Deus contidas na Bíblia como lemos as mensagens no telemóvel, o que aconteceria? É uma comparação paradoxal, mas faz pensar” (Papa Francisco).

Na segunda semana da Quaresma, o apelo «escutai-O», no episódio da transfiguração (cf. Mt 17,1-9), convida-nos a voltar ao essencial, a escuta da PALAVRA. Na verdade, “a Sagrada Escritura é fonte de alegria” (EG 5)! “O anúncio da Palavra cria comunhão e gera alegria. Anunciando a Palavra de Deus, queremos comunicar também a fonte da verdadeira alegria, que brota da certeza de que só Jesus tem palavras de vida eterna” (cf. Bento XVI, Verbum Domini, 123).

A mensagem de Fátima pode aparecer-nos como uma espécie de «Evangelho breve» (Dom Alberto Cosme do Amaral), onde o essencial do kerigma cristão nos é reproposto. Ela traz de novo a realidade e a vida de Deus à consciência dos homens, num mundo que d’Ele se alienou. As revelações privadas, como a das aparições, não acrescentam «novidade» em relação à revelação pública que a Palavra de Deus nos faz.

O seu papel não é "completar" a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente numa determinada época da história.

Esta semana procuremos escutar mais assiduamente a Palavra de Deus. Aqui vão as citações do Evangelho de cada dia da semana, de modo a aprofundar a prática familiar da escuta da Palavra de Deus. Cumprida a tarefa, recorte esta folha, coloque-a, como um papiro, na sua ânfora.

Domingo, 12: Mateus, cap. 17, ver. 1-9.2ª feira, 13: Lucas, cap. 6, ver. 36-38.3ª feira, 14: Mateus, cap. 23, ver. 1-12.4ª feira, 15: Mateus, cap. 20, ver. 17-28.5ª feira, 16: Lucas, cap. 16, ver. 19-31.6ª feira, 17: Mateus, cap. 21, ver. 33-43 e 45-46.Sábado, 18: Lucas, cap. 15, ver. 1-3 e 11-32.

Reze em família um mistério do Rosário.

A Caminho, com Maria, pelas Fontes da Alegria!

“E se tratássemos a Bíblia como tratamos o telemóvel? Se a levássemos sempre connosco (ou pelo menos um Evangelho de bolso), o que aconteceria? Se voltássemos quando a esquecemos, se a abríssemos várias vezes por dia; se lêssemos as mensagens de Deus contidas na Bíblia como lemos as mensagens no telemóvel, o que aconteceria? É uma comparação paradoxal, mas faz pensar” (Papa Francisco).