6 kant e à paz perpétua

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À PAZ PERPÉTUA (1795)

Immauel Kant

- 22/04/1724 (Prússia);- Konigsberg

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- Antecedentes

“A Paix Perpétuelle”, Abade de Saint Pierre (1712)

→ propõe a confederação dos príncipes europeus baseada na interdependência dos seus membros;→ deslumbra-se Saint Pierre com a imagem de uma fortaleza européia contra toda e qualquer cobiça bárbara;→ a “arte da guerra” seria substituída pela “arte do comércio”.

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Argumentos de Kant:

- Argumenta que a paz perpétua será garantida a partir da abrangente aceitação de normas que direcionariam para a paz, pois, somente quando todas as nações tiverem aceitado os artigos preliminares e os definitivos em um tratado metafórico de paz perpétua, a paz terá sido alcançada.

- “À Paz Perpétua”: Apresenta artigos preliminares e definitivos para uma paz duradoura entre Estados.

→ Artigos Preliminares (seis artigos)

- Tratam das condições prévias visando à paz.

- Evidenciam condições negativas para, que, como medidas a serem adotadas evitem o conflito futuro, e não, que promovam diretamente a paz.

- Estabelecem as condições necessárias para que sejam eliminadas as principais razões de guerra entre os Estados.

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- Sendo assim, os Estados devem pressupor a eliminação de quaisquer fatores que possam futuramente ensejar hostilidades nas suas relações recíprocas.

- Os artigos nº 1, 5 e 6 são leis proibitivas que têm aplicação imediata, sem se considerar as circunstâncias, uma vez que se trata apenas de usos e costumes; já os artigos nº 2, 3 e 4 consistem em leis permissivas, que devem valer paulatinamente, já que consistem na transformação de instituições.

Artigo nº 1 : Não deve considerar-se como válido nenhum tratado de paz que se tenha feito com a reserva secreta de elementos com vistas a uma guerra futura.- dívidas de guerra

Artigo nº 2 : Nenhum Estado independente, seja ele grande ou pequeno, pode ser adquirido por outro Estado mediante herança, troca, compra ou doação.

Artigo nº 3 : Os exércitos permanentes devem, com o tempo, desaparecer totalmente.

Artigo nº 4 :

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Não se devem emitir dívidas públicas em relação com os assuntos da política exterior.- Espiral crescente da dívida pública dos EUA?

Artigo nº 5 : Nenhum Estado interferirá na constituição e no governo de outro Estado.- Kant admite uma situação sobre o direito de intervenção: o caso em que um Estado foi dilacerado por uma guerra civil.

Artigo nº 6 : Nenhum Estado em guerra com outro deve permitir tais hostilidades que tornem impossível a confiança mútua na paz futura, como, por exemplo, o emprego no outro Estado de assassinatos, envenenadores, espiões, franco-atiradores, a instigação da traição no Estado inimigo, etc.- A guerra é, na concepção de Kant, a ausência de direito, um estado de natureza. Por isso, deve ser conduzida de forma a possibilitar a saída deste estado de natureza. - para que haja um efetivo estado de paz, deve se estabelecer uma relação de confiança entre os Estados, que deve ser observada até mesmo em tempos de guerra.

→ Artigos Definitivos (três artigos)

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“O estado de paz entre os homens que vivem lado a lado não é um estado de natureza, que é um estado de guerra (...). Ele tem de ser, portanto, instituído (...). O estado de paz deve ser fundado (...) por meio do Direito Público: deve-se sair do estado de natureza e entrar num estado civil (...), um estado no qual é legalmente definido o que é de cada um”.

Artigo nº 1 : A constituição civil em cada Estado deve ser republicana.

- Na forma republicana o Poder Executivo é separado do Legislativo.

- Por meio da república, o povo tem a possibilidade de prescrever suas próprias leis.

- Kant acredita que, ao ser requerido o consentimento de todos os cidadãos, nada mais natural que eles reflitam sobre todas as calamidades da guerra e, então, existem grandes chances de optarem por uma resolução pacífica desses conflitos.

Artigo nº 2 : O direito das gentes deve fundar-se numa federação de Estados livres.

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- “A república é uma condição necessária, mas não suficiente para a paz perpétua”.

- Faz-se necessária a constituição de uma liga entre as nações, como uma associação, a fim de manter um estado jurídico entre as nações, bem como evitar um envolvimento de guerra real entre elas.

Artigo nº 3 : O direito cosmopolita deve limitar-se às condições da hospitalidade universal.

- Direito Cosmopolita: é o direito dos cidadãos do mundo, que considera cada indivíduo não membro de seu Estado, mas membro, ao lado de cada Estado, de uma sociedade cosmopolita, vindo a regular, por conseguinte, as relações entre um Estado e os cidadãos de outros Estados (os estrangeiros).

- Sobre as condições de uma hospitalidade universal: “(...) quer dizer que aquele que é hóspede de um Estado estrangeiro não pode aproveitar-se dessa posição para desagregar o Estado ou para ameaçar a sua existência”.