6º ano do mestrado integrado em medicina nova … rui...ii "a educação dum médico é...

20
6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA MEDICAL SCHOOL | FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA ANO LETIVO 2018/2019 REGENTE: PROFESSOR DOUTOR RUI MAIO ORIENTADOR: PROFESSOR DOUTOR ALBINO MAIA ANA RUI GRILO DE SOUSA PINTO ALUNA Nº 2013096 LISBOA, JUNHO 2019

Upload: others

Post on 04-Sep-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

1

6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

NOVA MEDICAL SCHOOL | FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNIVERSIDADE NOVA

DE LISBOA

ANO LETIVO 2018/2019

REGENTE: PROFESSOR DOUTOR RUI MAIO

ORIENTADOR: PROFESSOR DOUTOR ALBINO MAIA

ANA RUI GRILO DE SOUSA PINTO

ALUNA Nº 2013096

LISBOA, JUNHO 2019

Page 2: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

II

"A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe

permitam prática profissional. Requer cultura, sem o que a sua compreensão do indivíduo doente será sempre

limitada; formação científica sólida, sem o que não dominará as razões da sua actuação e não poderá

progredir e inovar; impõe sentido ético e moral e interesse pelo próximo, sem o que não poderá apreender e

viver o espírito de serviço que deve ser o paradigma da sua profissão.”

In O Licenciado Médico em Portugal

Professor Doutor José Fernandes e Fernandes, 2005

“A Medicina Científica” (1906) – Veloso Salgado (Sala dos Actos, FCM – UNL)

Page 3: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

III

INDICE

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................... 4

2. OBJETIVOS GLOBAIS E ESPECÍFICOS DOS ESTÁGIOS PARCELARES .................................................................... 4

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................................................ 5

3.1 Estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar ......................................................................................... 5

3.2 Estágio parcelar de Pediatria .................................................................................................................... 5

3.3 Estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia .......................................................................................... 6

3.4 Estágio parcelar de Saúde Mental ............................................................................................................ 6

3.5 Estágio parcelar de Medicina Interna ....................................................................................................... 7

3.6 Estágio parcelar de Cirurgia Geral ............................................................................................................. 8

3.7 Estágio clínico opcional em Anestesiologia .............................................................................................. 8

3.8 Atividades extracurriculares ..................................................................................................................... 9

4. Análise Crítica .................................................................................................................................................... 9

5. Anexos ............................................................................................................................................................. 12

Page 4: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

4

1. INTRODUÇÃO

O estágio profissionalizante é uma unidade curricular (UC) estruturada em vários estágios parcelares, em

sistema de rotação nas diferentes áreas clínicas e que inclui uma prova pública de discussão do relatório final

de estágio, permitindo que o estudante obtenha o grau de mestre. Os seis estágios parcelares que constituem

o estágio profissionalizante são: Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde

Mental, Medicina Interna e Cirurgia Geral.

Assim, a elaboração do presente relatório decorreu no âmbito da UC “Estágio profissionalizante”, do 6º ano

do Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, ano

curricular 2018/2019.

Este relatório tem como finalidade a análise e síntese das atividades desenvolvidas ao longo do 6º ano do

curso, bem como a elaboração de uma análise crítica acerca do mesmo.

Encontra-se organizado em cinco partes: Introdução, Objetivos Globais e Específicos dos estágios parcelares,

Descrição das Atividades Desenvolvidas, Análise Crítica e Anexos.

2. OBJETIVOS GLOBAIS E ESPECÍFICOS DOS ESTÁGIOS PARCELARES

Embora cada estágio parcelar tenha os seus objetivos específicos bem definidos, associados à área de

conhecimento referente ao estágio, existem alguns objetivos globais que são transversais a todos eles, e que

considero mais importantes, nomeadamente:

- Adquirir competências teóricas e saber aplicá-las na prática clínica diária, num processo de constante

progresso e desenvolvimento de capacidades teóricas e práticas;

- Desenvolver capacidades de comunicação e interpessoais e aprender a trabalhar em equipa;

- Aprender a lidar com os utentes, respeitando os seus direitos e a sua vontade, bem como lidar com os seus

familiares;

- Ser proativo no que respeita ao desenvolvimento das competências pessoais inerentes à profissão médica,

nomeadamente no que se refere à integridade, responsabilidade e interesse pela valorização pessoal e

reconhecendo a importância da formação médica ao longo da vida.

Relativamente aos objetivos pessoais, defini quatro principais objetivos para o 6º ano.

O primeiro foi aproveitar ao máximo todos as experiências para aprender, esclarecer dúvidas com os meus

tutores, validando assim o meu raciocínio clínico no sentido de adquirir alguma autonomia e autoconfiança,

enquanto futura médica.

O segundo incidiu no desenvolvimento de um espírito crítico em todas as atividades clínicas que observei.

O terceiro pretendeu trabalhar na capacidade de conciliar os estágios com o estudo de preparação para a

Prova Nacional de Seriação (PNS), mas também com a minha vida pessoal, nomeadamente com a realização

de atividade física, entre outras atividades que contribuem para o meu bem-estar.

Page 5: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

5

Sendo eu militar, o quarto e último objetivo pessoal que defini foi a participação em congressos que

complementassem a minha formação na área da Emergência Médica, pela qual tenho grande interesse e que

poderá vir a ser bastante útil num futuro próximo.

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Nesta secção, farei uma descrição sumária acerca das principais atividades clínicas desenvolvidas, por ordem

cronológica, em cada estágio parcelar realizado, bem como acerca das atividades extracurriculares.

Considero que o estágio clínico opcional foi um elemento fundamental na minha formação, razão pela qual

optei por inclui-lo nesta seção.

3.1 Estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar

Este estágio decorreu no período de 10 de Setembro a 5 de Outubro de 2018, na USF Dafundo, sob a

orientação da Dra. Ana Margarida Levy.

Assisti a consultas médicas e de enfermagem nas áreas da Saúde do Adulto, Saúde Materna, Planeamento

familiar e Saúde Infantil e Juvenil, tendo participado nestas consultas através da realização do exame objetivo

(medição de parâmetros vitais, auscultação cardiopulmonar, medição da altura uterina e auscultação do foco

cardíaco fetal, exame ao recém-nascido, exame ginecológico, entre outros). Também participei nas consultas

domiciliárias. Assisti a um total de 145 consultas.

Na última semana de estágio, tive a oportunidade de realizar algumas consultas abertas com a supervisão da

minha tutora (colheita de anamnese, realização de exame objetivo, proposta do diagnóstico que considerei

mais provável e respetiva terapêutica). Assim, considero que cumpri um dos objetivos, na medida em que

melhorei as minhas capacidades de comunicação com o utente e familiares e adquiri alguma autonomia e

autoconfiança.

Para além disso, desenvolvi novas capacidades como elaborar o registo da consulta (SOAP) e familiarizar-me

com o sistema informático aquando da prescrição dos exames complementares diagnóstico, terapêutica e

declarações médicas.

3.2 Estágio parcelar de Pediatria

Realizei este estágio no Hospital D. Estefânia (HDE), no período de 8 a 31 de Outubro de 2018, sob a

orientação da Dra. Ana Casimiro.

Assisti a um total de 38 consultas nas áreas de Pneumologia, Imunoalergologia, Nefrologia, Hematologia e

Medicina do viajante. A maioria foram consultas de Pneumologia, onde contactei essencialmente com

doentes com patologia pulmonar crónica, nomeadamente com síndromes genéticos e malformações raras,

a maioria com necessidade de ventilação não invasiva.

Page 6: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

6

A minha passagem pelo Serviço de Urgência do HDE constituiu um dos aspetos mais importantes na minha

formação já que permitiu o contacto com as patologias mais frequentemente observadas em Pediatria Geral.

Participei num Workshop de simulação em emergência pediátrica, o qual foi bastante interessante e

produtivo, já que tive a oportunidade de colocar em prática alguns dos conhecimentos teóricos previamente

adquiridos e, assim, sedimentá-los.

Para além disso, elaborei e apresentei uma história clínica e no último dia de estágio e realizei uma

apresentação clínica referente ao tema “Viajar com crianças”.

3.3 Estágio parcelar de Ginecologia e Obstetrícia

No Hospital de Vila Franca de Xira, de 5 a 30 de Novembro de 2018, realizei o estágio de Ginecologia e

Obstetrícia, sob a orientação da Dra. Rita Passarinho e da Dra. Raquel Robalo.

Na área da Obstetrícia, assisti a consultas de diagnóstico pré-natal e a consultas destinadas a grávidas com

diabetes gestacional e patologia tiroideia, bem como grávidas adolescentes e gravidezes gemelares.

Na área da Ginecologia, para além das consultas de Ginecologia no geral, assisti também a consultas de

patologia do colo e de patologia do pavimento pélvico. Ainda neste contexto, realizei exame ginecológico e

colpocitologias. Na totalidade participei em 50 consultas.

Para além disso, observei a realização de ecografias ginecológicas e obstétricas, histeroscopias, colposcopias,

tratamentos de lesões do colo do útero e procedimentos cirúrgicos no bloco operatório, tais como

histerectomia por via laparoscópica.

Também acompanhei as minhas tutoras, uma vez por semana, no Serviço de Urgência, sendo que as

patologias mais frequentemente observadas foram o aborto espontâneo, a gravidez ectópica e as

vulvovaginites.

Tive a oportunidade de observar seis partos, incluindo partos eutócicos e distócicos e também assisti a um

parto complicado de prolapso de cordão umbilical, que se trata de uma emergência obstétrica.

Assisti a 9 cesarianas, tendo participado como ajudante em 3 delas.

No último dia de estágio, apresentei uma sessão clínica intitulada “Gravidez na adolescência”.

3.4 Estágio parcelar de Saúde Mental

O estágio de Saúde Mental realizou-se no Hospital Júlio de Matos – Clínica da Juventude (Pedopsiquiatria),

no período de 3 de Dezembro de 2018 a 11 de Janeiro de 2019.

Acompanhei o meu tutor, o Dr. Henrique Pereira, nas consultas de Pedopsiquiatria, assistindo a um total de

23 consultas. Estas consistiam, essencialmente, em consultas de seguimento de patologias psiquiátricas mais

frequentes no adolescente, tais como a Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA),

Perturbação de oposição, Perturbações do humor, Ansiedade generalizada, Fobias e Depressão.

Page 7: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

7

Constatei que estas patologias estão frequentemente associadas ao insucesso e abandono escolar e,

consequentemente, a um défice significativo no funcionamento pessoal, escolar, familiar e social e que a

abordagem terapêutica destas perturbações tem um impacto positivo muito significativo na vida dos

adolescentes.

Também acompanhei o meu tutor no Serviço de Urgência do HDE, onde aprendi as particularidades da

entrevista clínica psiquiátrica em contexto de urgência, nomeadamente em adolescentes com

comportamentos auto-lesivos ou ideação suicida. Ainda no contexto de urgência, tive a oportunidade de

realizar uma história clínica.

3.5 Estágio parcelar de Medicina Interna

De 21 de Janeiro a 15 de Março de 2019, no Hospital das Forças Armadas (HFAR), realizei o estágio de

Medicina Interna (MI), sob a orientação da Dra. Ana Suarez.

Na enfermaria, fazia a observação clínica de alguns doentes diariamente, o que contribuiu bastante para o

desenvolvimento da minha capacidade de autonomia. A discussão diária com a minha tutora sobre os casos

clínicos dos doentes foi uma mais-valia para o meu raciocínio clínico, para além de que, recorrendo à consulta

de artigos científicos e discutindo alguns assuntos teóricos, foi possível implementar uma prática baseada na

evidência. Também elaborei duas histórias clínicas e uma nota de entrada.

Ainda na sequência da minha passagem pela enfermaria, dois dos doentes que acompanhei faleceram, e esse

facto contribuiu para a aprendizagem em lidar com o declínio progressivo do estado clínico destes doentes

até à sua morte, bem como formas de comunicar más notícias aos familiares.

Para além disso, acompanhei a minha tutora na consulta externa durante uma manhã, tendo assistido a um

total de 4 consultas.

Assisti aos “Jornal Clubs” que eram apresentados semanalmente e apresentei alguns casos clínicos na reunião

semanal onde se discutiam os casos de doentes internados.

Durante o estágio, foram ministradas oito sessões teóricas sobre temas de maior relevância na área da MI,

como: novos anticoagulantes, pneumonias, diarreia, prescrição de antibióticos e interações

medicamentosas, coma, síndrome febril indeterminado e eletrocardiografia. Estas sessões permitiram

relembrar alguns conceitos teóricos mais importantes e integrá-los com a prática clínica diária na enfermaria.

Também pude visitar o Centro de Medicina Aeronáutica, o Centro de Epidemiologia e Intervenção Preventiva

e o Centro de Medicina subaquática e hiperbárica.

A minha participação no Serviço de Urgência, no Hospital de S. José, permitiu-me cimentar alguns

conhecimentos relativamente às patologias mais frequentemente observadas na MI, em contexto de

urgência.

No último dia de estágio, apresentei um caso clínico intitulado “Síndrome Febril indeterminado”.

Page 8: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

8

3.6 Estágio parcelar de Cirurgia Geral

Este estágio decorreu no período de 18 de Março a 17 de Maio de 2019.

Durante a primeira semana, no Hospital Beatriz Ângelo (HBA), foram ministradas aulas teóricas e o curso

TEAM- Trauma Evaluation and Management (Anexo A), no qual tive a oportunidade de participar em

simulações relacionadas com os temas: abordagem da via aérea e ventilação, choque e acessos vasculares,

imobilizações e trauma vertebro medular e radiografia torácica no trauma grave.

No restante período de estágio, acompanhei os meus tutores (Dra. Catarina Pinho e restante equipa) no

Hospital das Forças Armadas em diversas atividades clínicas.

Na totalidade assisti/participei num total de 19 Cirurgias (tendo colaborado como 2º ajudante em 5 cirurgias),

sendo que a intervenção cirúrgica mais observada foi a hernioplastia inguinal por via aberta. Na área da

Anestesiologia, observei entubações orotraqueais/colocação de máscara laríngea e pude também realizar a

introdução de cateteres urinários e colocação de sondas nasogástricas.

Na enfermaria realizei notas de admissão, exame objetivo aos doentes no período pós-operatório e notas de

alta.

Também participei na consulta externa (assisti um total de 25 consultas) e na pequena cirurgia tive a

oportunidade de praticar técnicas de sutura.

Assisti a uma reunião de decisão terapêutica, onde adquiri uma melhor compreensão da complexidade de

alguns casos de doentes oncológicos e da importância da multidisciplinariedade entre as diversas

especialidades cirúrgicas e a Oncologia médica.

No último dia de estágio, no Minicongresso de Cirurgia Geral no HBA, realizei a apresentação de um caso

clínico referente a um doente que esteve nos Cuidados intensivos, intitulado “Um caso SPLEENdido”.

3.7 Estágio clínico opcional em Anestesiologia

No período de 20 a 31 de Maio de 2019, realizei o estágio clínico opcional em Anestesiologia no Hospital de

São João (Porto). Esta escolha prendeu-se com o facto de apenas ter tido contacto com esta especialidade

durante um curto período de tempo no 4º ano do curso de Medicina e pelo facto de se tratar de uma

especialidade pela qual tenho grande interesse.

Acompanhei o meu tutor (Dr. Nuno Landeiro) no Bloco Operatório, tendo tido a oportunidade de realizar

alguns procedimentos como monitorizar e ventilar o doente, colocar máscara laríngea e realizar gasometrias

arteriais. Ainda no bloco operatório, tive contacto com a anestesiologia pediátrica na área da Ortopedia

infantil, tendo também observado a técnica de raquianestesia e de bloqueio de nervos periféricos.

Também integrei a equipa de Anestesiologia no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, tendo observado a

realização da técnica de epidural.

Page 9: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

9

Durante dois dias, integrei a Unidade de Dor Aguda (tendo assistido a um total de 15 visitas aos utentes) e a

Unidade da Dor Crónica (tendo assistido a um total de 10 consultas).

Para além disso, acompanhei os anestesiologistas durante um dia no Serviço de Urgência, onde participei na

anestesia de doentes com indicação cirúrgica urgente.

A minha participação neste estágio foi fundamental, na medida em que veio fortalecer o meu interesse pela

especialidade.

3.8 Atividades extracurriculares

Relativamente às atividades extracurriculares realizadas ao longo do 6º ano, optei por participar em dois

congressos cujos temas são particularmente importantes para mim, como militar.

O primeiro congresso versou sobre o tema “Medicina de Catástrofe” (Anexo B) e contou com a presença de

muitos militares, a grande maioria da área da Saúde, e com vários elementos da Proteção Civil.

O segundo congresso no qual participei, o “International Congress on Emergency” (Anexo C), constituiu uma

mais valia na minha formação, na medida em que me permitiu sedimentar alguns conhecimentos teóricos

na área da Emergência, incluindo situações de Emergência pediátrica e na mulher grávida. Também abordou

alguns conceitos relativos ao Suporte Avançado de Vida, que é um tema pelo qual tenho interesse e cujo

curso gostaria de realizar num futuro próximo.

Para além disso, assisti a uma palestra na Faculdade de Ciências Médicas, denominada “NeuroDay” (Anexo

D), que abordou as principais patologias neurológicas no SU, nomeadamente o AVC.

Acrescento ainda nos anexos, os certificados de participação em algumas atividades e estágios clínicos,

realizados ao longo do curso, e que considerei mais relevantes na minha formação (Anexos E e F).

4. ANÁLISE CRÍTICA

Analisando globalmente o meu percurso durante o 6º ano, considero que fui capaz de concretizar os

objetivos gerais previstos para os estágios, bem como os meus objetivos pessoais.

De acordo com a publicação “O Licenciado Médico em Portugal”1, existem algumas competências definidas

na formação médica pré-graduada. Após a realização da minha autoavaliação (no Anexo G), concluo que fui

capaz de desenvolver a maioria dessas competências ao longo dos estágios. Uma dessas competências

previstas refere-se à capacidade de interagir com outros profissionais envolvidos no tratamento do doente

mediante um trabalho de equipa eficaz e demonstrar capacidade para trabalhar como líder, ou como

1 Victorino R, Jollie C, McKimm J (2005). O Licenciado Médico em Portugal. Core Graduates Learning Outcomes

Project. Lisboa: Faculdade de Medicina de Lisboa.

Page 10: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

10

membro de uma equipa multidisciplinar de cuidados de saúde. Assim, considero que a minha formação na

Academia Militar complementou a do Curso de Medicina na Faculdade de Ciências Médicas, nomeadamente

na aquisição de competências de liderança, através da UC de “Ética e Liderança”.

Creio que o objetivo pessoal mais difícil de atingir foi a conciliação dos estágios com a preparação para a PNS

e com a minha vida pessoal.

Relativamente aos estágios clínicos, gostaria de realçar o facto de, em quase todos, haver um rácio de apenas

1 a 2 alunos por tutor, o que foi bastante benéfico para a minha aprendizagem.

O facto da Faculdade de Ciências Médicas permitir aos alunos o contacto precoce, em anos anteriores, com

estágios clínicos, também foi fundamental para que, no 6º ano, já me sentisse mais confiante nas minhas

capacidades aquando da realização de alguns procedimentos nos estágios.

Sendo eu militar, num futuro próximo, prestarei apoio como médica nas unidades militares, onde contactarei

com as principais patologias que um Médico de Medicina Geral e familiar (MGF) habitualmente contacta.

Assim, destaco como um grande benefício para mim o estágio de MGF. Provavelmente também terei de

prestar algum apoio no Serviço de Urgência do HFAR, independentemente da especialidade que venha a

adquirir, pelo que tentei tirar o máximo proveito da minha passagem pelo SU do HSJ durante o estágio de

Medicina Interna.

Ainda relativamente aos estágios de MI e de MGF, aproveito para realçar o facto de que foram os estágios

onde participei de forma mais proactiva e autónoma, através da realização de consultas em MGF e da

observação diária dos doentes na enfermaria em MI, com a supervisão das minhas tutoras. A meu ver,

aprendemos muito mais quando somos nós a tomar as decisões, e o exercício de dar autonomia aos alunos,

acompanhando o seu raciocínio, corrigindo-os e validando-os é, indubitavelmente, uma técnica de ensino

muito importante.

Destaco também, como fundamentais para a minha formação como médica militar e já que poderei realizar

missões internacionais no futuro, a visita ao Centro de Epidemiologia e Intervenção Preventiva no HFAR, em

que aprendi, de forma sumária, como é feito o aprontamento da força que vai em missão (na sua vertente

clínica). Na visita ao Centro de Medicina Aeronáutica/ Secção de treino fisiológico aprendi alguns conceitos

básicos na área da fisiologia do voo e da Medicina Aeronáutica. No Centro de Medicina Subaquática e

Hiperbárica, pude conhecer a camara hiperbárica e as suas principais indicações e contraindicações médicas.

Em Cirurgia Geral, saliento como aspeto mais positivo a possibilidade de participar em algumas cirurgias

como 2º ajudante e a prática de suturas na pequena cirurgia.

Ainda no contexto da eventual possibilidade de realizar uma missão num futuro próximo, saliento a

importância que o curso TEAM teve para mim, dado que em 2015 realizei um curso de TCCC- Tactical Combat

Casuality Care (Anexo H), que é um curso com conteúdos teóricos muito semelhantes aos do curso TEAM, e

por isso tive a oportunidade de relembrar esses mesmos conceitos teóricos.

Page 11: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

11

Como aspeto menos positivo, refiro o facto dos alunos que ficam colocados no HFAR não passarem pelo SU

de Cirurgia Geral, pelo que tive pouco contacto com as principais patologias cirúrgicas urgentes.

No estágio de Pediatria, gostei particularmente da possibilidade de os alunos praticarem simulações em

modelos no Workshop de Simulação em Emergência pediátrica, tal como se sucedeu no curso TEAM. Neste

sentido, aproveito para deixar uma sugestão de algo que seria muito benéfico para os estudantes de

Medicina, que é a existência de um Centro de Simulação de acesso permanente aos alunos, para que estes

pudessem praticar em modelos algumas técnicas médico-cirúrgicas.

No estágio de Ginecologia e Obstetrícia, tive duas tutoras, o que, a meu ver, constituiu uma mais-valia pois

permitiu-me contactar com diversas áreas de conhecimento dentro de uma especialidade que é muito

abrangente. Também tive a oportunidade de participar em algumas consultas, realizando o exame

ginecológico. Independentemente da especialidade que venha a obter, constituíram elementos

fundamentais na minha formação como futura médica, os conhecimentos que adquiri acerca da assistência

à grávida no Serviço de Urgência e a assistência ao parto normal.

Relativamente ao estágio de Psiquiatria, dado que me foi atribuído um tutor de Pedopsiquiatria, apenas tive

contacto com a área da Saúde Mental do adulto no estágio de MGF, contacto esse que considero escasso.

Assim, julgo que os alunos teriam mais aproveitamento se houvesse um sistema de rotação entre dois

tutores, por exemplo, realizando uma parte do estágio na área da Pedopsiquiatria e outra parte na área da

Psiquiatria dos adultos.

A possibilidade de realizar um estágio clínico opcional foi fundamental para orientar a minhas preferências

relativas à escolha da especialidade, na medida em que este estágio veio reforçar o meu gosto pela

especialidade de Anestesiologia.

Concluindo, fazendo o balanço geral do 6º ano, considero que este me permitiu crescer nas vertentes

profissional e pessoal. Mais do que os gestos e atitudes necessários à prática profissional, adquiri cultura e

valores éticos e morais.

Finalmente, gostaria de agradecer a todos os professores e tutores pelo seu esforço em partilhar os seus

conhecimentos, estimulando em nós um espirito crítico-reflexivo.

Em fase final do curso, estou mais sensibilizada para a importância do investimento na formação académica

dos estudantes, que serão os médicos do futuro.

Demonstro ainda o meu agrado e contentamento pela forma como abracei este árduo projeto, o curso de

Medicina, e manifesto a vontade e a perseverança que pretendo imprimir no percurso de ser médica e de

encarar novos desafios.

Page 12: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

12

5. ANEXOS

Anexo A- Certificado de Participação no Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management)

Page 13: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

13

Anexo B- Certificado de Participação no Congresso “Medicina de Catástrofe”

Page 14: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

14

Anexo C – Certificado de Participação no “International Congress on Emergency 2019”

Page 15: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

15

Anexo D – Certificado de Participação no “NeuroDay”

Page 16: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

16

Page 17: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

17

Anexo E – Certificado de participação na Ação de formação de Eletrocardiografia básica

Page 18: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

18

Anexo F – Certificado de participação num CEMEF (Curto estágio médico em férias) de Cirurgia Geral

Page 19: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

19

Anexo G – Autoavaliação de objetivos que o aluno deve concluir com sucesso na formação médica pré-

graduada

(Adaptação dos objetivos definidos de acordo com a publicação “Licenciado Médico em Portugal” –

Secção 3: Filosofia subjacente ao projeto, finalidades e objetivos da educação médica pré-graduada”)

MGF PED GO SM MI CG

1) Demonstra conhecimentos das ciências básicas e clínicas bem como as aptidões

necessárias ao exercício da Medicina sob supervisão. 1 1 1 1 1 1

2) Avalia os doentes e gere adequadamente os seus problemas médicos. 1 1 1 2 1 1

3) Utiliza uma abordagem biopsicossocial abrangente na avaliação e tratamento dos

doentes, que leve em consideração as suas crenças culturais, atitudes e

comportamentos.

1 1 1 1 1 1

4) Demonstra conhecer os conceitos fundamentais da prevenção da doença e

promoção da saúde a nível do doente individual e das populações, incorporando-

os, quando apropriado, nos planos de tratamento.

1 1 1 1 1 1

5) Comunica e interage eficazmente com os doentes, famílias, pessoal médico e

outros profissionais envolvidos na prestação de cuidados de saúde. 1 1 1 1 1 1

6) Aplica princípios éticos e standards a todos os aspetos da prática médica incluindo

o exercício dentro dos limites da sua própria competência de forma a garantir que

os doentes não sejam expostos a riscos desnecessários.

1 1 1 1 1 1

7) Demonstra comportamento profissional a nível pessoal e interpessoal. 1 1 1 1 1 1

8) Demonstra ter consciência da sua própria saúde e comportamentos bem como do

potencial impacto que estes podem ter nos doentes ou outras pessoas. 1 1 1 1 1 1

9) Utiliza eficazmente a tecnologia de informação, avalia e interpreta criticamente os

dados biomédicos na avaliação e seleção do melhor tratamento para o doente. 1 1 1 1 1 1

10) Demonstra aptidões de autoaprendizagem e investe nesta área mantendo-se

atualizado no campo da Medicina escolhido 1 1 1 1 1 1

11) Identifica e explora diferentes oportunidades para adquirir experiência e formação

em investigação. 1 1 1 1 1 1

12) Demonstra aptidões, atitudes e práticas próprias do docente competente no caso

de ter responsabilidades a nível do ensino ou da formação prática. 2 2 2 2 2 2

Legenda: 1- Cumpro o objetivo na totalidade; 2- Cumpro o objetivo parcialmente; 3- Não cumpro o objetivo

MGF: Medicina Geral e familiar; GO: Ginecologia e Obstetrícia; PED: Pediatria; SM: Saúde Mental; MI: Medicina Interna; CG:

Cirurgia Geral

Page 20: 6º ANO DO MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA NOVA … RUI...II "A educação dum Médico é complexa; não pode ser apenas a aprendizagem de gestos e atitudes que lhe permitam prática

20

Anexo H – Certificado de participação do “Curso TCCC (Tactical Combat Casuality Care)”