3º teste de historia do direito

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1 3º Teste de Historia do Direito Direito Grego A filosofia do Direito é quase tão antiga quanto a própria filosofia, e foi na civilização helénica que se laçaram as bases da filosofia do Direito, sob a égide de filósofos-pais tais como Platão, Sócrates e Aristóteles. Estrutura política da sociedade grega: 1- Politicamente a Grécia estava organizada em cidades-estado Polis -, estás totalmente auto suficientes, não havia a chamada “unidade política”, havia várias polis onde cada uma tinha as suas próprias leis. 2- Estava divida em cidades-estados, autónomos e independentes. 3- Importância a nomos, enquanto redução a escrito de preceitos consuetudinários. Internamente as cidades- Estados (polis) regiam-se por um conjunto de normas tradicionais, de origem consuetudinária, de fundo religioso, que a um dado momento vem a ser compiladas, codificadas. A isso dá-se o nome de nomos (Lei Positiva). 4- Ausência de uma unidade jurídica, porque cada polis tinha o seu próprio ordenamento jurídico. 5- A fonte de direito não era a lei escrita. A Verdadeira fonte juricidade era a ideia de justiça mais ou menos universal a ideia de justiça partilhada no coletivo, pelas várias polis. 6- Isto percebermos a falta de juristas profissionais na Grécia antiga não há advogados, juízes etc..) Isso só surge com os Romanos, embora seja Aristóteles a chamar a atenção para a necessidade de um corpo de homens que se ocupasse do mundo jurídico. Os Gregos pretendiam institucionalizar o direito porque a justiça saia das mãos dos privados (Lei de Talião- Olho por olho, dente por dente), para as mãos públicas. 1

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3 Teste de Historia do Direito

Direito GregoA filosofia do Direito quase to antiga quanto a prpria filosofia, e foi na civilizao helnica que se laaram as bases da filosofia do Direito, sob a gide de filsofos-pais tais como Plato, Scrates e Aristteles. Estrutura poltica da sociedade grega: 1- Politicamente a Grcia estava organizada em cidades-estado Polis -, ests totalmente auto suficientes, no havia a chamada unidade poltica, havia vrias polis onde cada uma tinha as suas prprias leis.

2- Estava divida em cidades-estados, autnomos e independentes.

3- Importncia a nomos, enquanto reduo a escrito de preceitos consuetudinrios. Internamente as cidades-Estados (polis) regiam-se por um conjunto de normas tradicionais, de origem consuetudinria, de fundo religioso, que a um dado momento vem a ser compiladas, codificadas. A isso d-se o nome de nomos (Lei Positiva).

4- Ausncia de uma unidade jurdica, porque cada polis tinha o seu prprio ordenamento jurdico.

5- A fonte de direito no era a lei escrita. A Verdadeira fonte juricidade era a ideia de justia mais ou menos universal a ideia de justia partilhada no coletivo, pelas vrias polis.

6- Isto percebermos a falta de juristas profissionais na Grcia antiga no h advogados, juzes etc..) Isso s surge com os Romanos, embora seja Aristteles a chamar a ateno para a necessidade de um corpo de homens que se ocupasse do mundo jurdico. Os Gregos pretendiam institucionalizar o direito porque a justia saia das mos dos privados (Lei de Talio- Olho por olho, dente por dente), para as mos pblicas.

7- No havia juristas na Grcia, essa figura apenas surge em Roma, a estrutura de representao da Justia Grega era a Assembleia, que funcionava como uma espcie de tribunal, onde estavam presentes juzes, que decidiam em funo daquilo que ouviam. O julgamento na Grcia algo de muito peculiar, um acusado ia Assembleia auto defender-se do que estava a ser acusado, este tinha que usar a sua oratria para se defender perante uma multido de pessoas que o culpavam, era necessrio um grande poder de retrica e algum sangue frio para convencer o juiz da sua inocncia, mais importante que a verdade era a retrica.Retorica E Oratria A retorica e a oratria, na Grcia antiga, caracteriza-se pela procura de argumentos pela inventio = Criao de argumentos- tal tem a ver com a substancia, com o material, com o contedo. Eram precisos argumentos para convencer as assembleias que vo decidir. A dada altura d-se mais importncia a forma do discurso do que a verdade dos facos. Isso leva a uma representao teatral da justia. Surgem assim os Loggrafos. Loggrafos- Vendiam palavras bonitas. Eles esto presente nestas assembleias, com capacidade para elaborar discursos bonitos, com muitos recursos, e vendiam-nos, eram mercenrios da palavra, de argumentos. 8- Os Gregos acreditavam que os deuses tinham vivncias humanas e estavam limitados pela moira destino -, estavam estes submetidos a uma ordem supra-positiva. Presena do junsnaturalismo na Grcia: Os pr- socrticos, no sc. XII a.C. (Parmnides e Herclito) Jusnaturalismo cosmolgico: Direito divino/Leis do Cosmos leis das quais o homem no tinha autonomia nenhuma. O universo continha-o a ele e ele contido no universo, contemplava-o e refletia-o como um espelho reflete uma imagem, sem perguntar por si nem pela natureza do fenmeno que reside nessa reflexo, todo o direito do Estado era considerado natural, to natural como a natureza, regido pelo logos Herclito-, que nada mais que uma fora vivente do universo, uma razo humana que buscava legitimidade na natureza e assim designa as leis do Cosmos.Os Sofistas e a transio para o Jusnaturalismo Antropolgico:Definio de Sofista- no incio, a palavra Sofista foi utilizada para realar uma capacidade ou arte especial num determinado assunto. no incio do sc. V a.C. o termo "Sofista" passa a ser utilizado com o sentido de "Homem sbio", atribudo a poetas, msicos, deuses, mestres, aos Sete Sbios, aos filsofos pr-socrticos e a figuras com poderes superiores, como Prometeu,, isto pelo final do sculo, o termo "Sofista" era aplicado a quem escrevia ou ensinava, e que era visto como tendo uma especial capacidade ou conhecimento a transmitir levou a renuncias aos Sofistas chamando-os de meros vendedores de palavras, passam ento a ser utilizada no sentido de ladro, charlato ou mentiroso, nesta altura, os jovens atenienses estavam vidos de novidades, rapidamente os Sofistas se viram rodeados de rapazes desejosos de encontrar o segredo do domnio das multides e das palavras atravs da retrica.

O seu contributo deste no Direito: Os Sofistas separaram-se definitivamente da Lei do Cosmos, criando a Lei Humana, ou seja, os Sofistas escreveram a transio do Jusnaturalismo Cosmolgico para o Jusnaturalismo Antropolgico, este tipo de jusnaturalismo defendido pelos sofistas faz com que o homem sem o centro de tudo. O Jusnaturalismo Antropolgico a filosofia dos homens, a lei do homem, a lei criada, regida e citada pelo homem, este surgiu com a sofstica Grega, e o principal problema foi descobrir como relacionar/interagir as leis dos Homens com as leis da natureza ou com o princpio intelectualstico do Logos.Em traos gerais os Sofistas separaram o nomos as normas dos homens, criadas pelos homens da Physis As leis naturais, criadas pelo divino distinguindo-as e afirmando que so totalmente independentes e autnomas, vemos portanto uma conceo no-monista do Direito.Porm, tal como toda a inovao, h crticas, este surgimento da Lei Humana, no foi consensual, no seu modo de aplicao, sendo consensual na sua teoria.Plato, por sua via, afirma que as normas eram feitas pelos mais fortes, mais poderosos, e faziam-nas de acordo com as necessidades dos prprios.J Protgoras afirma que o homem foi dado como a medida de todas as coisas.Com isto vemos a variedade de opinies divergente em relao ao Jusnaturalismo Antropolgico, onde de facto a base terica foi aceite, porm a sua aplicao no teve uma base consensual.Os Sofistas afirmam que a verdade era uma criao arbitrria sem qualquer objetividade absoluta e universal, o Estado foi considerado mero produto convencional da vontade dos Homens, coisa que filsofos como Scrates, Plato e Aristteles criticavam.Os Sofistas foram assim os primeiros positivistas do Direito, ou at os primeiros anti metafsicos da Histria, tiverem como importante marco criar a transio do Jusnaturalismo cosmolgico para o Jusnaturalismo Antropolgico, fazendo assim Histria na filosofia do Direito.Scrates (469 a.C 399 a.C) A razo equipara-se a verdade, porque uma esta ligada intrinsecamente ligada a outra. Scrates v o Estado, a cidade, j no como fruto das vontades particulares dos cidado mas como um instrumento fundamental para o homem desenvolver a natureza, at alcanar o pleno desenvolvimento da sua natureza. O estado uma projeo da humanidade e da sua racionalidade. Em relao s leis injustas e a sua morte, como a qual concorda, ele diz que o Estado a projeo da humanidade, logo intrinsecamente bom, logo no h leis injustas. De realar que esta sua posio foi, apesar de tudo uma posio simplesmente intelectualista e tica, a sua ao foi puramente de uma moral intelectualista, sendo o bem e a verdade coisa similar, ensinar aos homens a verdade o mesmo que ensinar-lhe o bem/virtude.Para Scrates o Homem no pode viver fora do estado, sem viver ao mesmo tempo fora da Humanidade e da lei da sua prpria natureza intelectual, de tal ponto assim que mesmo deixando de ser justas, as Leis da cidade, como aquelas que o condenaram morte com veneno de cicuta, o homem deve-lhes total obedincia, pois sem isso nenhum estado seria jamais possvel. Segundo ele o viver sujeito s leis tem um fundamento ntico e no arbitrrio, assim o estado deixa de ser produto convencional do Homem, tal como defendiam os Sofistas e passa a ser um rgo de mxima autoridade, defendia que os homens deviam total obedincia ao estado, mesmo que as leis sejam injustas, pois o estado a mxima jurisdio.

Plato (427 a.C- 347 a.C)

Plato estatuiu um sistema de ideias, clebre no seu livro Teoria das Ideias, afirma que dos sentidos no resulta qualquer conhecimento universal.Plato afirma que existem dois mundos, o mundo sensvel das formas que apreendemos atravs do conhecimento sensvel/percetvel e o mundo supra sensvel das ideias que apreendemos por uma espcie de viso, intuio ou reminiscncia da alma, do tempo em que esta residiu entre elas.

Plato afirma que no h uma separao real entre Estado e Direito, para ele estes dois conceitos no so mais que uma expresso das condies necessrias para o indivduo humano, no autrquico, poder atingir a perfeio moral e realizar o seu verdadeiro destino o bem -, o Estado visto como se fosse um Homem em ponto grande, um indivduo reproduzido em escala maior, e do mesmo modo que no individuo, a virtude mxima reside na Justia, como princpio de equilbrio ou relao harmnica entre as restantes virtudes a sabedoria, a coragem, e o domnio dos sentidos assim no Estado a Justia deve residir tambm na mesma Lei de equilbrio entre as diferentes partes ou classes de indivduos que o constituem: os sbios/filsofos, os guerreiros, os comerciantes/produtores.Relativamente Justia Platnica, importante frisar que o Filosofo tem uma perspetiva organicista da nossa sociedade, afirma que a nossa sociedade dividida em trs tipos: -Sbios/Filsofos que so os representantes da razo,so os que tm que mandar em toda a estrutura poltica da Polis, Plato defendia uma perspetiva de Filosofo-Rei, defendia que os Sbios/Filsofos eram donos de um conhecimento ltimo, senhores de uma verdade ltima, incontornvel e irremedivel, assim seriam os que deviam gerir o aparelho poltico da Polis. -Guerreiros representando a verdade, estes tambm eram os que defendiam a cidade quando era atacada por invasores.-Produtores/Comerciantes representam a sensibilidade nutritiva, de certa forma eram a Plebe, ocupavam-se da atividade extratista - agricultores, mineiros.Para Plato esta perspetiva de organizao da sociedade, seria a sociedade perfeita.Assim para o Filosofo a Justia no mais do que a devida proporo em que cada um destes elementos deve contribuir para o bem comum e a harmonia do todo, fazendo cada qual aquilo que lhe pertence fazer.Assim se fazia o Estado platnico, justo e equitativo, seria a exigncia tica e poltica para os Homens livres que fazem parte dele, sempre excludos os escravos.Dado isto j se tem chamado a este ideal platnico de Estado uma utopia, porm denominamos o Filosofo como idealista.A questo dos sofistas, Plato critica-os afirma que a Lei do Homem tem que estar sempre ligada essncia de uma verdade universalmente vlida, coisa que os sofistas no defendiam, afirmam que a verdade era arbitrria, com isto diz que as Leis dos Homens criadas pelos sofistas so normas feitas pelos mais poderosos, em benefcio dos prprios.Plato, conjuga uma ideia com os Sofistas, este separa o Direito e a Natureza, afirma que uma coisa no tem nada a ver com outra, e so totalmente independentes, este tambm separa a nomos da Physis.

Aristteles ( 384 a.C 322 a.C) Ele que traa as linhas mestras desta cincia, surgindo a epistemologia jurdica, a Teleologia prpria do Direito e torna o Direito uma cincia autnoma. Aristteles sente-se desde o princpio confrontado com duas tendncias opostas, a puramente especulativa que o leva a crer que as coisas sensveis individuais, no seu inconsciente fluxo, no podem constituir o ser verdadeiro e o verdadeiro objeto do conhecimento e a puramente positivista e emprica que o faz protender antes para ver nessas coisas o autntico ser da realidade e o nico objeto desse conhecimento. A primeira viso oriunda de Plato, seu mestre, a segunda oriunda dos Sofistas.Ora com esta mescla Aristteles, no renunciou a nenhuma delas, o que veio a chamar um nominalismo empirista lgico, que veio a ser a base da cincia moderna, ele cravou as ideias platnicas dentro das coisas e fundou aquilo a que se pode chamar de uma teoria imanentista das primeiras, assim na sua ontologia metafisica as ideias deixam de existir separadas das coisas num mundo transcendente e inaltervel, e passam a existir e a viver no interior das prprias coisas e realidades sensveis, assim o conceito ideia passa a chamar-se formas, e os sentidos passam a chamar-se conceitos - realismo epistemolgico Aristotlico.Com isto, com este realismo epistemolgico, Aristteles foi o fundador da Cincia moderna, pois afirmava que a partir do empirismo, da experincia e observao, como condio e mtodo seria possvel atingir o conhecimento cientfico da natureza pelo Homem.O primeiro tica a Nicmaco, d-nos as ideias do filsofo, de Estagira, sobre a essncia e o fim do Homem, o Homem tem como todas as coisas uma essncia, esta essncia corresponde sempre a uma atividade, e esta atividade est determinada por um fim. Sendo o fim do Homem, implcito nesta sua atividade essencial, consiste precisamente em ele dever buscar a felicidade na sua auto realizao pelo pensamento, na vida intelectual e terica, visto ser a que reside o seu quid especificamente humano. Se ele um ser racional, o seu fim no pode deixar de residir exatamente na atuao desse seu ser, dessa sua essncia.Ainda neste livro Aristteles mostrou-se como o Filsofo que mais longe levou a anlise do conceito Justia. Segundo ele, continuando Pitgoras, a Justia nada mais do que a igualdade.Assim Aristteles faz a distino entre uma viso mais ampla da Justia, a chamada Justia Geral - Justia mais ampla ligada virtude moral - e a Justia Particular - a justia do direito, sob uma perspetiva jurista, que a que atribui a cada um o seu, a chamada justia judiciria, dos tribunais, trata dos crimes, justia de que o direito aborda -.Dentro da justia particular, justia que o direito aborda, temos dois tipos de justia, duas formas como a justia particular pode ser aplicada: 1-A justia distributiva/sinalagmtica, esta uma justia que a do Estado nas suas relaes com os sbditos, exprime-se na frmula a cada um segundo o seu mrito, a Justia mediante o mrito de cada qual, com base nela que se repartem os bens e honras pblicas ex. notas que o professor d. 2- A Justia Judiciria esta dividida em dois tipos de justia, a justia comutativa e a justia corretiva. 2.1-Justia Comutativa, a Justia dos contratos, a Justia contratual entre as partes, as partes esto de acordo mediante x transao. 2.2-Justia Corretiva, a justia que trata de crimes, geram obrigaes no voluntrias, como a reparao do tribunal de um dano injusto, com interveno do juiz, a Justia onde as partes no aceitam mas tem que se submeter deciso do tribunal ex. penas, multas. importante frisar que sempre um critrio de igualdade que constituiu o princpio da Justia. Aristteles, ao verificar um certo caos de injustia, que reinava na Grcia, pelos sofistas, deu ao direito um objeto (campo epistemolgico), um mtodo o mtodo dialtico, esta dialtica consiste numa espcie de duelo entre dois argumentadores (advogados) que atravs de todo um processo de persuaso tentam convencer o terceiro elemento o juiz da veracidade das suas razes, atravs da retrica jurdica. Aristteles tambm deu uma teleologia ao Direito, que seria buscar o justo, bem como um corpo sacerdotal, um corpo que forma a nova dimenso do Direito, este seriam uma classe separada das outras, uma classe preparada para resolver os problemas jurdicos.No havia era o direito inovador que Aristteles fundou, um Direito enquanto cincia autnoma, dotado de um mtodo, de uma dialtica e de objetos prprios, este direito s existiu aps a reflexo inovadora de Aristteles.A poltica de Aristteles foi to importante que mantem-se at Maquiavel (1469-1527), onde friso que a Monarquia o governo de um, Aristocracia governo dos melhores e Democracia governo do Povo.Direito Romano O Direito Romano tinha como teleologia alcanar o grau de perfeio e rigor que os Juristas Romanos almejavam um dia adquirir, com os romanos vamos aprender o processo judicial tal como hoje o conhecemos, no fazem o Direito para criminosos, jamais, a Lei injusta no Lex, o Direito feito para as pessoas normais o chamado Homus Patter Familias Bom pai de famlia - assim Roma antiga mostra todo o seu esplendor a nvel Jurdico e poltico, estes reformularam toda a viso de Direito, e fizeram da Filosofia Helnica uma filosofia prtica.Perodos polticos Romanos.Roma passou por vrias fazes polticas:Monarquia 753 a.C. 510 a.C. Aqui Roma nasce politicamente como cidade-estado Civitas - a sua principal fonte de Direito foi o Costume Jurdico, o chamado Direito Consuetudinrio, o tipo de poder era a monarquia, o poder era gerido por um Rei vitalcio Patter famlias, sendo que o poder no era hereditrio, o Rei escolhia o seu sucessor, porm no era uma monarquia do tipo absoluto, o poder estaria dividido pelo Rei, Senado e Povo. Repblica 510 a.C. 27 a.C. A sua principal fonte de Direito foi a Lei, na Repblica o Rei deixa de existir e o poder passa a estar dividido em vrias magistraturas Cursus Honorum foi nesta poca da Repblica que se d o auge do Direito em Roma.

Principado 27 a.C. 284 d.C. A sua principal fonte de Direito foi a Jurisprudncia/Iurisprudentia, de referir que Octvio Cesar Augusto foi o 1 Prnceps de Roma, esta nova figura poltica do Prnceps a grande novidade desta nova fase poltica, sendo que as magistraturas continuam a existir porm com um poder quase irrelevante, estes estavam subordinados ao Prnceps, que tinha o cargo em caracter vitalcio.Imprio 284 d.C. 476 d.C. Esta fase poltica de Roma tambm conhecida por Dominado, Diocleciano instaura este novo regime, proclama-se dominus, da a origem da palavra dominado sendo um Imprio de cariz absoluto, a principal fonte de Direito foram as constituies Imperiais, em 476 como sabemos Roma foi tomada pelo povo Brbaro e d-se o fim do imprio Romano do Ocidente. Ius Romanum, Lei das XII tbuas, Ius, Leges/Lex Ius Romanum Em sentido restrito comeou a vigorar com a data lendria da fundao de Roma, sculo VIII a.C., o Direito Romano comeou a vigorar nesta altura e o seu perodo de termo vai desta data, strito sensu, at o sculo VI d.C. com a morte do Imperador Justiniano.Aqueda do imprio Romano do Ocidente acontece em 476, caindo tambm o seu ltimo imperador Augustos. O imprio Romano do ocidente cai em meados dos seculos XV, com a queda de Constantinopla. Assim o Ius Romanum teve vigncia de 13 seculos (de direito Romano) e 15 seculos de supervivncia- Sobrevivncia da Tradicional humanstica. Lei das XII tbuas A data da publicao foi em 450 a.C., o monumento jurdico mais valioso da Antiguidade, o ponto de partida para todas as construes jurdicas posteriores.Ius As Ius eram mximas jurdicas que estavam positivadasLeges/Lex As Leges/Lex eram as normas que eram exigidas, as Leis, toda a declarao solene com valor normativo, baseado num acordo entre quem a emite e o destinatrio ou destinatrios.Caractersticas RomanasH um fortssimo voluntarismo na forma de viver dos romanos- espirito pragmtico, transformista, voluntarista dos romanos. Tal vai-se refletir nas suas construes. Est tambm PATENTE O DUALISMO Romano, visvel na leitura do digesto- a jurisprudncia o conhecimento das coisas humanas e divinas; a cincia do justo e do injusto. A justia vista como uma arte boa. As leis so uma manifestao do direito que est a cima delas e a justia acima dele.As leis tem que ser justas, bem como tem que respeitar as Tria pracepta iuris : - Honest vivere O direito existe, mas no pode abusar dele; as leis tem que garantir o no abuso do poder. - Alterum non laedere- no pode haver leis que prejudiquem terceiros.- Suum cique tribuere- as leis viso atribuir o seu de cada um.Corpus Iuris Civilis

Foi mandado elaborar pelo imperador Justiniano, no sc. VI d.C. Alcanou uma grandeza, porque justiniano tinha uma grande arte para escolher os seus ministros, os ministros, um dos mais rigorosos e melhores, nomeadamente Triboniano. Os cdigos antigos eram compilaes de direitos que existiam por todo o lado, dai que se acredite que estes cdigos surgiram em momentos de decadncia de criatividade e de imaginao. A expresso corpus iuris civilis advm do sc. XVI por dionsio Godofredo (ele foi responsvel pela designao. Ele chamo-lhe Cdigo Iuris Civilis para distinguir do corpus iris canonias.O fim da Idade Antiga da incio a Idade Media, que se inicia com a queda do imprio Romano do Ocidente do sc. V. A idade media dura cerca de 10 seculos. A idade media pode ser dividia em dois momentos a primeira parte vai dos seculos V at ao seculos XI ou XII e a segunda parte inicia-se no seculos XI e termina no sc. XV. No 1 perodo da idade media so poucos os documentos romanos. a Igreja que vai preservar o Iuris Romanus, atravs dos monges cupistas. O desconhecimento do Corpus Iuris Civilis completamente total at ao seculos XI ou XII at a descoberta de um manuscrito do corpus iruis civilis. O Corpus Iuris Civilis, no um cdigo, no segue um esquema de cdigo de coerncia, plenitude e sistematicidade, sim um conjunto de normas.Este esta organizado em quatro grandes fragmentos:Cdex Conjunto de Leges e constituies Imperiais, estas promulgadas em 534 d.C., e foi dividida em 12 livro de Leges.Digesto ou Pandectas Tem cerca de 9000 citaes de Iurisconsultus e uma exposio sistemtica e detalhada de textos de juristas consagrados, foi dividido em 50 livros de Ius, a obra mais monumental do Corpus Iuris Civilis, uma obra que ressalva as obras desde 533 a.C. Instituciones a obra introdutria ao Corpus Iuris Civilis, tem uma intencionalidade mais prtica, constituir um manual de estudo ao Direito.Novelae Novas Leges e constituies Imperiais que surgem aps a elaborao do Cdex.

Cursus HonorumRoma Repblica tinha um aparelho poltico, algo peculiar e avanado para a poca, regiam-se por um Sistema Administrativo Ordinrio/Magistraturas Hierrquicas - Cursus Honorum este a carreira administrativa de Roma no tempo da Repblica, em uma instituio hierarquizada, onde o cidado Romano que pretendesse ser funcionrio pblico no sentido atual da palavra tinha que respeitar a hierarquia e partir de um lugar de base e aos poucos ascender at ao topo, as vrias faes de magistrados so os verdadeiros detentores do Imperium, que anteriormente, no tempo da monarquia, pertenciam aos Reis, o Imperium um poder absoluto, um poder da soberania, os cidados no podiam opor-se ao Imperium, mas desta feita, escolhido pelo prprio povo no Ius suffraggi.Como via de melhor compreenso vamos analisar cada carreira poltica do Cursus Honorum, vamos comear a nossa anlise pela base at chegar ao topo, de forma a metaforizar a carreira como deveria ser cumprida.Questor O Questor o homem, o cidado Romano, que trata das contas, trata das finanas pblicas, inspecionavam todas as contas pblicas das cidades.Edis Curuis O Edis curuis o cidado que trata e planeja os jogos da cidade, tinham elevada importncia para o globo societal em Roma.Pretor Juiz da matria de Direito das causas/processos do tribunal Romano, faziam os julgamentos, eram tidos como a Iustitia em pessoa.Cnsul O cnsul ou cnsules so os governantes da cidade, os chamados chefes de estado da Repblica Romana, por norma existiam dois cnsules, estes eleitos pelo povo e no designados pelo antecessor ou pelo Senado.Censor Por muitos visto como a figura de topo do sistema administrativo Romano, o Censor o cidado que fazia o senso de quem entrava ou no no Cursus Honorum, ou seja tinha uma importncia singular para todo este aparelho administrativo.Ora este aparelho de magistraturas hierarquizadas do Direito em Roma tinha as suas caractersticas prprias, de forma a garantir a perfeio do sistema, esse sempre foi o ideal Romano, a perfeio, assim as caractersticas do Cursus Honorum so:-Temporalidade O Cursus Honorum tem o caracter temporal, assim se evitaria abusos de poder, cada um tem o seu tempo para desempenhar a sua funo, por norma em todas as funes o tempo rondaria os dois anos, os Censores tinham a funo, o mandato, assegurado por 5 anos.-Pluralidade O poder est dividido por vrias faes do poder poltico, por vrias magistraturas, assim todo o poder poltico esta repartida, no est concentrado numa s pessoa, a saber a questura, edilidade curul, pretura, consulado e censura.-Colegialidade - Os vrios cargos/patamares dos Cursus Honorum renem-se em colgio para tomar decises, assim uma deciso tomada fora do consenso geral, o colega de cargo ou um magistrado de ordem superior podia exercer o direito de veto Ius intercessionis -.Porm ainda h outra particularidade neste Cursus Honorum, j analisamos as magistraturas ordinrias Questor, edil curul, pretor, cnsul e sensor porm ainda temos as magistraturas extraordinrias, magistraturas estas que no so de todo habituais, so apeladas quando h algum problema como crises, assim as Magistraturas extraordinrias so:-Ditaduras A ditadura para alm de ser uma magistratura extraordinria por no estar includa no Cursus Honorum uma magistratura excecional, pois no faz parte da vida poltica normal e permanente de Roma, eram criadas em momento Iustitium Suspenso do ordenamento civil este momento Iustitium motivado por calamidades pblicas ou por uma crise poltica interna ou externa, assim o ditador concentrava em si todos os poderes polticos, administrativos e judiciais da civitas, para por a casa em ordem, todas as magistraturas ficavam suspensas ou pelo menos diretamente subordinadas ao ditador, por norma era nomeado pelo senado, e apesar de tudo mantinha a caracterstica da temporalidade, normalmente 6 meses, por hbito dava-se esse poder a um dos cnsules.-Tribuno da Plebe O Tribuno da plebe nada mais que o representante da plebe no senado Romano, sob a imagem de um provedor de justia no sentido atual da palavra inicialmente foram os chefes revolucionrios, eleitos pela plebe, nas suas famosas secesses, ou seja eram uma espcie de cabecilhas de greve, como a plebe foi alcanando vitrias, os seus tribunos no senado foram acabando por ser naturais, em virtude de no fazer parte do Cursus Honorum o Tribuno da plebe uma magistratura extraordinria, estes defendiam os interesses da plebe no senado, onde a plebe no tinha lugar, gozavam do poder de intercessio, ou seja, o poder de vetar leis, inclusive sobre os cnsules, assim as intervenes do Tribuno da plebe na vida poltica e legislativa em Roma foram sempre muito importantes.Poderes das magistraturas: 1- Poder de representar o povo Romano- potestas Era um poder comum a todas as magistraturas 2- O poder de soberania- imperium- o poder de imperium cabia ao cnsul, ao pretor e ao ditador. Este poder subdivide-se em : - Poder de Comandar o Exerccio -Poder convocar o senado- Poder convocar as Assembleias Populares-Poder de administrar a justia ( Este poder surge apenas a titulo extraordinrio, de forma extraordinria e no decorrente. Surge a partir de momento em que nasce a Pretoria, a figura do poder, em 376 a.C. . Ao pretor pertence o poder de administrar a justia. 3- O poder de administrar a justia de forma normal e corrente, autonomizado dos outros- Jurisdictio- Este poder pertence por excelncia ao Pretor; pertencia em matrias especificas ao pretor (administrar a justia em causas criminais) e o edilcurul (em matrias que lhe estavam confiadas- limpeza e saneamento das cidades, manuteno dos edifcios e vias publica, tal o que estivesse relacionado com espetculos pblicos a vigilncia dos mercados). O Pretor o interprete da Lex, mas sobretudo o defensor dos Ius e da Iustitia, interpretando o Ius Civille, integrando as suas lacunas e corrigindo as suas aplicaes injustas, este magistrado , dentro do Ius Romanum, a figura genial e o modelo para todos os Iurisconsultus e profissionais do Direito, nas suas atividades sempre totalmente dominado pelo esprito da Justia, com delicadeza e o escrpulo de no abusar dos seus poderes (honeste vivere), com a preocupao de no prejudicar ningum (alterum non laedere) e com a nsia de atribuir a cada um o que seu (suum cuique tribuere).De incio, s havia um pretor, porm a partir de 242 a.C. a administrao da Justia distribuda por dois gneros pretores, dos quais:

O pretor urbano Praetor urbanus Encarregado de organizar e agir (dentro das normas do Ius Civille) os processos civis onde somente interviessem cidados Romanos.O pretor peregrino Praetor peregrinus Encarregado de organizar (dentro das normas do Ius Gentium) os processos civis que envolvessem pelo menos, nas partes, um peregrino, quer dizer um non-civis.Assinalando agora o processo, os Romanos dividiam o processo civil em duas fases, a fase In Iure e a fase Apud Iudicem.

1fase - In Iure A fase in Iure era presidida pelo pretor, era analisada o aspeto jurdico da causa, era importantssima e decisiva para a vida do processo, pois a se verificava um Ius-dicere uma afirmao solene de existncia ou no-existncia de Direito para a causa que lhe foi exposta. O Pretor aceitava os factos, levava o que lhe traziam como verdade e faz um julgamento terico, ou seja analisa se h leis ou no para os factos que lhe so apresentados, trata assim da matria de Direito, trata da anlise se havia ou no Direito/Leges para aquela causa, e assim aceitava ou no o processo, o pretor tinha a Iuris-dictio.2fase - Apud Iudicem A fase Apud Iudicem era presidida pelo Iudex que no era magistrado - o Iudex ia apreciar a matria dos factos, sobretudo o problema da prova, o Iudex analisava se o facto que vieram alegar aconteceu ou no, fazia prova dos factos, de ressalvar que o Iudex escolhido pelo pretor e pelas partes.Nesta fase no h um Ius-dicere mas um Ius-dicare, um aplicar do Direito, isto , julgar e decidir conforme uma ordem jurdica j anteriormente fixada, e assim se dava a sentena.De referir que os Romanos foram a civilizao que introduziram no processo os juristas, e criaram o processo judicial tal como hoje feito e analisado, de ressalvar que at hoje o tribunal, mais precisamente a sala de audincias se chama pretrio, por ser o lugar onde o Praetor administrava a Justia e por ser o lugar de excelncia onde se deve administrar a Justia.No tempo Romano que o monismo vigorou sob a mxima dura Lex Sed Lex, isto acontecia em pocas de crise onde se dava algum descrdito ao Direito, em pocas de apogeu do Direito, acreditam que o Direito esta intimamente ligado justia.Gaio 110 d.C. 180 d.C. Gaio tem uma viso bipartida do Direito, reconhece duas fontes de Direito, o Ius Civille Direito civil estrito, rijo, apenas para os cidados de Roma, e fala tambm do, Ius Gentium Direito das gentes um Direito mais aberto, no to rijo nas normas como o Ius Civille e era aplicado aos estrangeiros, e s relaes dos cidados com os estrangeiros.

Ccero 106 a.C. 43 a.C. Ccero aceita o Ius Civille e o Ius Gentium, porm tambm fala do Ius Naturalle Direito natural Direito este, onde todos os outros se baseiam, tem assim uma viso tripartida do Direito e claramente no-monista, sendo o Ius Naturalle uma norma de caracter superior aos outros tipos de Direito.Ulpiano 170 d.C. 228 d.C. Ulpiano reconhece as trs Fons Juris, o Ius Civille, o Ius Gentium e o Ius Naturalle como direito de base aos outros dois porm o primeiro a desmantelar este conceito de Ius Naturalle, afirma que o Direito natural aplicvel aos homens e aos animais, explica que o Ius Naturalle resume-se a trs conceitos, matrimonium, education, procriationem Matrimnio como smbolo de unio, educao da prole e procriao assim Ulpiano fala de um Direito Natural muito bsico, tendo uma viso de Direito no-monista. Como lgico no devemos esquecer a mxima de Ulpiano onde o Direito justo a constante e perptua vontade de atribuir a cada um o seu, onde o Direito constitudo pelo suum cuique, a persona e a Iustitia.Os Direitos dos cidados Romanos, Direito dos Latinos e Direito dos Peregrinos.Como sabemos Gaio - 110 d.C. 180 d.C. instaurou no Direito Romano a sua viso bipartida de Direito, reconhecendo o Ius Civille Direito civil estrito, rijo, apenas para os cidados de Roma, e tambm o Ius Gentium Direito das gentes um Direito mais aberto, no to rijo nas normas como o Ius Civille e era aplicado aos estrangeiros, e s relaes dos cidados com os estrangeiros.Com base nesta repartio do Direito, as pessoas livres do vasto mundo Romano, classificavam-se, pelo Direito, em trs categorias, cidados, latinos e peregrinos.Cidados Romanos - O cidado Romano tinha uma capacidade jurdica plena em face do Ius civille, ou seja era delimitado pelo conjunto de Leis prprias do cidado Romano.No Direito privado gozava do Direito de contrair matrimnio Ius Connubi mas tambm o direito de constituir famlia legtima Ius Connubium isto de acordo com o Ius civille, gozavam tambm do Direito de celebrar validamente negcios jurdicos de contedo patrimonial Ius commerci / Ius commercium. Quanto ao Direito pblico possuam o Direito de votar nos comcios Ius suffraggi e o Direito de ascender ao Cursus Honorum/Magistraturas, Ius Honorum, podiam tambm alistar-se nas legies do exrcito Romano Ius militiae, que em caso de serem executadas com sucesso traziam enormes regalias.Peregrinos - Diametralmente oposta face aos Cidados Romanos se revela a situao dos peregrinos, habitantes das provncias submetidas ao domnio Romano, a quem a latinidade ainda no fora concebida, no dispunham de nenhuns privilgios que acabamos de apontar, so povos dominados, sem qualquer tipo de autonomia poltica, como regalia mxima admitia-se que se subordinassem s normas do Ius gentium, quer nas relaes entre si, quer nas relaes com cidados Romanos.Latinos - Numa posio intermdia encontravam-se os latinos, estes por sua vez subdividiam-se em latinos antigos latini veteres latinos coloniais latini coloniarii e latinos Junianos latini iuniani.Os Latinos antigos eram os primitivos habitantes da cidade de Lcio, junto cidade de Roma e antiga cidade da liga Latina, no direito privado tinham as mesmas regalias Ius Connubi, Ius connubium e Ius commerci, tal como os cidados Romanos, mas no campo de Direito pblico apenas possuam o Ius suffraggi, no podendo ascender, nem participar no Cursus Honorum Romanum, nem alistar-se nas legies do exercito Romano ou seja no tinham acesso ao Ius Honorum e ao Ius militiae, porm tinham uma regalia importante a de adquirirem automaticamente a cidadania romana, se viessem a fixar em Roma residncia definitiva.Os Latinos coloniais so os habitantes das provncias a quem a latinidade fora concedida como privilgio, nas esfera do Direito pblico a sua situao era similar aos latinos antigos gozavam apenas do Ius suffraggi, no tendo acesso nem aos Ius Honorum nem ao Ius militiae, e no direito privado somente desfrutavam do Ius commerci, no usufruindo do Ius Connubi nem do Ius Connubium.Tanto Latinos antigos como Latinos coloniais passariam categoria de cidado Romano quando desempenhassem cargos pblicos da terra a que pertenciam.Os Latinos Junianos, o nome Juniano deriva sua situao jurdica antiga haver sido definida pela Lex Iunia Norbana, integravam-se nesta categoria os antigos escravos que alcanassem a liberdade status libertatis, durante a vida eram equiparados aos Latinos coloniais, mas morriam como escravos.A latinidade para uma civilizao era um ttulo relevante e um passo importante para o Direito, no s pelo autonomia que alcanavam mas tambm porque permitia substituir os sistemas jurdicos Indgenas pelo sistema jurdico Romano, e ao adquirirem o Ius Commerci, ficaram com a possibilidade de aplicar o Direito Romano a todas as suas relaes jurdicas de contedo patrimonial, ou seja passaram a regular-se pelo ordenamento do Ius Civille em matria de obrigaes ou Direitos de crdito, de Direitos reais e de Direito sucessrio, gozando, alm disso, da faculdade de litigar perante os tribunais Romanos, a Latinidade possua ainda o alcance de facilitar a obteno da cidadania Romana.Na nossa Pennsula Ibrica, foi Vespiano que concedeu a latinidade aos povos da Pennsula.

Simbologia/Semitica Jurdica da Grcia e RomaEm tom de curiosidade, considervel analisar os smbolos jurdicos da civilizao Helnica, e da civilizao Romana, isto como forma de analisar ou at diferenciar como o aculturado Romanos encararam os ensinamentos feitos pelos helnicos, onde os primeiros aperfeioaram e puseram-no funcionais, e tambm como anlise para diferenciar como as duas culturas viam o Direito, de que forma o interpretavam e com que finalidade o instauraram.Os smbolos conseguem falar a cada um segundo as suas necessidades, comunicando uma mesma mensagem por diversas vias as diferentes tradues verbais do smbolo empreendida por vrios recetores, conforme o adgio diz uma imagem vale mais que mil palavras.O Smbolo tudo aquilo que coadjuva o homem numa expresso dinmica do seu pensamento, uma discrio pensante, uma imagem pensante. O smbolo a linguagem acessvel do difcil ou at do incompreensvel, por isso, a linguagem do sagrado, do misterioso. uma ideia ao vivo corporizada.A justia e o direito tm associados a si muita simbologia.

O Professor Sebastio da Cruz, diferencia a simbologia adotada por Gregos e Romanos no mbito da justia:

DEUSA GREGA DA JUSTIAImagem de uma mulher com os olhos virados para o cu, com uma espada numa mo e na outra, uma balana sem fiel porm equilibrada. DEUSA ROMANA DA JUSTIA Imagem de uma mulher de olhos vendados, com uma balana que tem fiel.

a) Deusa Dik; b) No tem venda; c) Possui uma espada: est associado coao, significa que o direito Grego no intelectualizado e evoludo, pois recorre fora; d) Possu uma balana sem fiel No aporta a figura do juiz/pretor, o 3 elemento, os julgamentos so maioritrios; Pratos iguais, significa justia c) Olha os cus como fonte de inspirao divina. So os deuses que informam o que justo e o que no justo; Justia ainda muito prxima de outras ordens normativas (a religiosa), o direito ainda est ligado religio.

a) Deusa Iustitia; b) Tem venda: Justia imparcial, ouve-se e no se olha a quem, ouve mais do que v. No se tinha em ateno a quem se ia aplicar e a sua eventual importncia ou poder.c) No possui espada: para haver direito no necessrio a coao; A punio secundria e decorre naturalmente da administrao da justia, uma Justia mais evoluda que a Grega.d) A balana contm fiel, que deve estar a prumo. Significa que se introduz o pretor como fiel, como elemento imparcial perante as partes o juiz; Representa a autonomia da justia atravs de um especialista em assuntos jurdicos.

Reflexo desta simbologia na terminologia:Na Grcia Antiga, surgiram os termos: - Thmistes > aquilo que justo segundo o ordenado por Zeus. - Mais tarde, surge Dikaion > aquilo que declarado por Dik (a justia declarada).- son > a balana tinha que ter o mesmo nvel para haver justia; era uma questo de ver (isonomia).Em Roma, aparece o termo:- Joues (Jpiter). Justitia Jus. Uso por classes mais eruditas, mais elevadas. - O termo usado pelo povo mais comum o derectum (o fiel, o prumo tem que estar direito para haver justia). Da emana o termo Direito usado na actualidade.

Pensamento- Jurdico MedievalPensamento que surge na idade media, com o incio da Idade media. A idade media comea com a queda do imprio do Ocidente em 476 a.C. Em 476 a.C. d-se a queda de Augustos pelos brbaros. Contudo os brbaros no foram verdadeiras invases porque nas fronteiras houve muitas aculturaes. Idade media dura cerca de 1000 anos e um perodo marcado pela misria, violncia, elevada taxa de mortalidade.Argumentos que nos permite rejeitar a ideia negativa da idade media que foi um perodo fascinante: 1- Idade Media- Rotulo empregue pelos modernos, pelos iluministas. Ao falarmos em idade Media partimos de um sistematizao/rotulagem operada pelos modernos. 2- 2- Um perodo de 1000 anos no se compagina com uma caracterizao to unvoca, tao simplista e generalista. E um perodo de quase 1000 anos. Em 1000 anos h tempo para tudo, para varias oscilaes e no s para a guerra a peste etc.. 3- Cuidado com o cronocentrismo- Nos temos o habito de julgar / avaliar as diferentes pocas, tendo como critrio as circunstancias do nosso tempo. O nosso tempo colocado no centro. E tambm esse o problema do historiador, o de se colocar no centro. o perodo da Dura lex sed lex. Procura-se fazer frente a toda a violncia e instabilidade que passa o imprio romano. As instituies jurdicas romanas so substitudas pelas intuies barbaras. O que permite manter o imprio: - as vias de comunicao extraordinrias; a organizao social e poltica. Verificam-se desta forma alteraes sociais:O Tecido social poltico Romano vai-se desarticulado, vai entrando em colapso. Contudo a organizao politica e social no perodo de decadncia no funciona. A relao de Roma com as provncias entra em decadncia.A ideia de unidade poltica Romana vai-se desfazendo.Isolamento populacional vias de comunicao estar dificultadas. As relaes comerciais restringem-se. Pluralismo politico: Organizao social- poltica caracterstica da idade media o judasmo Contrato de vassalagem- Em troca de proteo- Em perodos mais violentos, em que a insegurana e o medo dominam, vo-se juntando as provncias junto daqueles que lhes parece mais poderosos. Juntam-se a grandes senhores para que estes os protejam em caso de ataque. H um contrato entre eles: Os senhores protegem-nos em troca de vassalagem. H um vnculo de vassalagem. Fundais, surgem rivalidades entre os senhores fundais e o poder central que se vai formando. Pluralismo Jurdico- O direito tambm se pluraliza, O s senhores fundais tem o poder bem como so eles que administram a justia.Em Roma, a ideia de diviso de funes a ideia de que uns tinham competncias especficas, acabou (que exercia o poder politico no era a mesma pessoa que exercia a justia- magistrados). Quem exerce o poder poltico e administra a justia o senhor fundal.Um forte sincretismo normativo igual ao que existia antes dos romanos terem dado um sentido epistemolgico ao direito. Mesclagem das normatividades jurdicas, moral, religiosas etc.. Poltica est confundida com o direito. Limites ao senhor fundal: Quem lhe estabelece limites? A moral. Os nicos limites exteriores a atuao dos senhores fundais so os que lhe impe a prpria conscincia- mescla/ confuso entre direito e moral (religio)

O papel da Igreja para a resoluo desta decadncia: A igreja a nica instituio que, no momento de decadncia dos povos europeus, consegue estar dotada de alguma estrutura econmica, social e politica, que lhe vai permitir assumir o legado da unidade Romana. a igreja que tem capacidade organizacional, meios, consistncia para assumir esse legado. (Carlos Magno) A Igreja tem um papel fundamental quanto a preservao da cultura, porque no meio da confuso d-se-lhe pouca ateno, ela fica adormecida. Assim a igreja consegue preservar os restos de cultura antiga para melhores dias, para uma altura em que ela seja aproveitada.A igreja f-lo atravs dos monges cupistas e das escolas que foram nascendo em redor dos mosteiros. Assim, nasce a Escolstica: conjunto de escolas, atravs das quais foi possvel preservar alguma cultura. A igreja assume-se como a herdeira e continuadora da unidade Romana, da unidade politica, social, etc. A nica instancia que permite preservar a ideia unitria a igreja s que de forma mais limitada. A cultura profana (grega) torna-se desconhecida e instala-se uma cultura clerical. Importa estudar o pensamento dos padres, o estudo de doente divina levado a cabo pelos padres, textos bblicos, etc. Patrstica: pensamento dos padres, da igreja.

Santo Agostinho (354 d.C. 430 d.C.)O Homem genial, que viveu nas entradas da Idade Mdia, foi o bispo de Hipona, Santo Agostinho, cuja sua obra atingiu uma posio multisecular, este foi o primeiro e autntico definidor da Teologia catlica e o primeiro pensador poltico da Igreja.Em primeira estncia importante localizar a poca histrica que este bispo viveu, quando Santo Agostinho surgiu o imprio Romano desabava, era o fim de um mundo que se esperava ser eterno, era o fim de um imprio que nunca sequer se imaginava que ia desabar, da as palavras de Santo Agostinho No o fim do Mundo, o fim de um Mundo, e nesta poca o problema que se punha era o seguinte, saber em que medida o Cristianismo devia considerar-se responsvel pelo descalabro do Estado Romano e do mundo antigo, pois, antes com os Deuses antigos os Romanos mantiveram-se no auge.E foi no contexto de devastao de Roma por Alarico (410) que Agostinho escreveu a sua grandiosa obra Civitas dei, esta uma obra de apologia ao Cristianismo.Agostinho comea a sua obra considerando a Histria da humanidade como um teatro onde se desenrola o drama de uma luta transcendente entre duas foras metafsicas, a Civitas dei, e a Civitas terrena/diaboli.A Civitas dei a chamada cidade divina, a cidade dos escolhidos, a urbe de Deus, onde habitam as pessoas que vivem segundo o esprito divino e buscam a justia (Amor dei).A Civitas terrena/diaboli a cidade tpica dos homens, onde esta patente todos os nossos defeitos enquanto humanos de carne e osso, cidade das pessoas normais, onde no h Justia, nem Direito e onde habitam as pessoas que vivem segundo a carne e unicamente para a satisfao dos seus apetites de concupiscncia e de apoderamento, dominados pelos prazeres e paixes da terra.Para S. Agostinho tanto na Igreja como no Estado vivem, porm, misturadamente, neste mundo, Homens de ambas as classes, sendo s no outro no mundo metafsico - que elas sero devidamente descriminados, apesar de tudo, ele tambm entende que a Igreja um meio mais natural para a civitas dei e o Estado um meio mais tendencioso para a civitas terrena/diaboli.A questo que se prende aqui , porque que S. Agostinho diz que ns humanos, temos como cidade habitual, a cidade do pecado, a civitas terrena/diaboli, isto porque S. Agostinho afirma que temos uma natureza Humana, e que no m, pssima, horrenda, decada, depravada, egosta, prfida, somos filhos do pecado original, e por isso somos naturalmente maus, e consequentemente poucos de ns vo para a civitas dei e quase todos para a civitas terrena/diaboli, caso para dizer que muitos vo tentar mas poucos vo ser os escolhidos.Como forma de conter a nossa natureza depravada, S. Agostinho defende que era necessrio existir uma autoridade repressiva, que preservaria a paz e a segurana contendo a nossa natureza dominada por paixes e prazeres, tem assim uma viso autoritria de Estado.Agostinho propunha-se a transformar o Estado numa comunidade de paz e de Justia entre os homens, e como tal, num meio de realizao neste mundo do civitas dei, pela sua total converso ao Cristianismo e redeno Igreja, era o seu conceito de Estado de Direito natural.Santo Agostinho tambm perspetivou sobre o Direito, onde a Justia no reside j portanto na natureza das coisas, nem na razo, mas unicamente na vontade divina - Justo simplesmente o que Deus quer e s porque o quer -, a Justia exprime-se, assim, num complexo de preceitos e imperativos, emanados a partir de Deus, que o Homem deve observar para merecer a salvao eterna, no cabe aos Homens contestar a Justia das normas, apenas acata-las, assim S. Agostinho tem uma viso tico-voluntarista do Direito.Face isto S. Agostinho tem uma perspetiva no-monista do direito, aceitando 3 formas de Direito, 3 tipos de Leis:A Lei divina Lei eterna e perfeita, Lei que a vontade de Deus, totalmente imutvel, pois se Deus um ser perfeito, a Lei divina totalmente perfeita, nem possvel ter lacunas, ajustasse a todos os tempos e locais.A Lei Natural os resduos da Lei divina que fica no corao dos homens, a reminiscncia da Lei de Deus no corao dos homens, Lei imutvel.A Lei dos Homens Lei positivada pelos Homens, que no pode de todo violar a Lei divina, lei totalmente mutvel, a vontade dos Homens muda mediante os tempos e locais.Santo agostinho considerava que, todos os tipos de Leis eram Justas, pois a Lei divina e natural so Leis perfeitas por serem emanadas do divino e a Lei dos Homens por ser estatuda por via do Estado que submisso Igreja forma o meio de controlo pssima natureza Humana. O Bispo apela a todos para obedeceram as diversas Leis, pois a vida na terra no importa, esta vida, aqui, um antro de prazeres e paixes, o que importa a vida aps a morte.A Lei dos Homens s injusta numa situao, se violar uma regra da igreja ou Lei divina, isso considerado uma situao de extremo, face isso todas as Leis so justas, e se algum no se sentir bem com a norma, por um acaso considera-la injusta, este no se revolta, como bom cristo, reza.Outra teoria, que de certa forma se prende com o Direito e convm analisar a conceo de S. Agostinho sobre Guerra Justa, este afirma que aceita a guerra, se for justa, e s justa sob 2 contextos:1-Se houver invaso do nosso territrio. 2-Esta emana da primeira premissa, s podemos restaurar o nosso territrio violado, statu quo ante, apenas para repor/restaurar o que nos pertencia antes e foi-nos retirado ou invadido, no podemos invadir nem 1 metro do territrio do inimigo.Estas so as duas premissas para haver guerra, de forma justa.Santo Agostinho foi importantssimo com esta conceo de Estado e Direito, o certo que toda a filosofia crist do Direito e do Estado da alta idade-mdia foi inspirada por S. Agostinho e que este foi, indiscutivelmente, at o sculo XIII, o maior filsofo-jurista da igreja. tambm importante e curioso fazer uma comparao de filsofos e sculos, comparando a perspetiva de Rousseau com a perspetiva de S.agostinho sobre a natureza Humana, Rousseau afirma que a natureza Humana boa, do melhor que h, S. Agostinho afirma que pssima, do pior que h, ora importante considerar a diferena de sculos e situaes que estes dois filsofos viveram, Rousseau viveu numa poca urea da humanidade, onde tudo parecia bater certo, S. Agostinho viveu numa poca onde o mundo parecia desabar, o mundo Romano, que era a sua cultura, estava a desmoronar-se apesar de tudo diz no o fim do Mundo o fim de um mundo.A EscolsticaOs Brbaros partilharam entre si todo o territrio do Ocidente, lanando nele como j dissemos, os alicerces das futuras naes da Europa, e tudo o que eram letras, cincia, ilustrao e cultura entrou em profundo declnio, todas as condies necessrias para a existncia duma cultura do esprito desapareceram no seio da sociedade civil faltavam condies sociais para que o esprito progressista progredisse, o desenvolvimento intelectual fica assim estagnado.S a igreja pode oferecer algum asilo ao que conseguiu salvar-se da cultura clssica. O saber refugiou-se nos mosteiros. E foi a, nos mosteiros, e depois nas modestas escolas pouco a pouco fundadas, nos sculos imediatos queda de Roma, que a cultura se salvou, aguardando melhores tempos, para a, de novo irradiar sobre a sociedade civil, est a a origem da escolstica ou da filosofia das escolas.Ora convm entender o que isto da escolstica, a palavra provem de escolas, o saber escolstico, provm de pequenos mosteiros onde se ensinava e estudava a poca Romana que j tinha cado. 1 Perodo: desde o ano de 800 (corao de Carlos magno) at finais do seculo XII)2 Perodo: ocupa os seculos XII (influencias de S. tomas de Aquino)3 Perodo: sc. XIV E XV

Santo Isidoro de Sevilha (570 656)Contudo nada se lhe tira o mrito de ser importantssimo para o Direito, e diretamente, para o Direito peninsular. No mbito do direito importa retratar a sua obra Etimologias, das quais importa para ns estudantes de Direito extrair o suco do Livro V Refere-se diretamente ao Direito, fala do Direito privado e Direito pblico, do Direito Civil e do Direito das Gentes e o Livro IX Onde se refere ordem jurdico poltica e constituio - embora pouco original, , sem dvida a mais preciosa compilao, que nessa poca existiu, de numerosos fragmentos do pensamento jurdico antigo, combinados com a tradio dos padres da Igreja.O bispo de Sevilha apresenta-nos uma doutrina impessoal, universal, passvel de ser aureolada como definitiva, visando a efetiva proteo das pessoas, face o poder monrquico.Santo Isidoro de Sevilha no esse copiador intil de coisas tolas nem o prfido construtor intelectual da brbara dominao visigtica, como no ser decerto o sumo esplendor e metro da cincia humana, nem mesmo o definitivo e original filsofo do Direito, capaz de cunhar de uma vez por todas a sua essncia e determinar inapelavelmente as caractersticas da Lei.Este foi capaz de veicular sabedorias antigas clssicas, filtradas por uma mente ao mesmo tempo organizada e atenta ao primordial.19