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3B - Línguas sem voz? MARIA CARLOTA ROSA - UFRJ/DEPT. DE LINGUÍSTICA E FILOLOGIA Prof. Maria Carlota Rosa LEF140

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3B - Línguas sem voz?

M A R I A C A R L O TA R O S A - U F R J / D E P T. D E L I N G U Í S T I C A E F I L O L O G I A

Prof. Maria Carlota RosaLEF140

UFRJ - LEF140 - LINGUISTICA I - PROF. MARIA CARLOTA ROSA 2

Em geral, associamos a noção de língua àcomunicação pela voz. Não é à toa.

Para a maioria de nós a oralidade é a formaprimária de comunicação: não se tem notícia deuma única comunidade ouvinte que tenha lançadomão de uma língua de sinais como sua línguanativa primária (Klima & Bellugi, 1979: 1).

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Quando Camara Jr. (para citarum linguista cuja obra éconsagrada) procurou definira linguagem, caracterizou-acomo um fenômeno vocal(1973: 18):

[é] lícito dizer que há, até

certo ponto, uma

predisposição da voz animal

para ser aproveitada como

linguagem, mormente no

homem, em que é tão

maleável e rica de recursos.

(Camara Jr., 1973: 18)

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Não foi uma atitude apenas de Camara Jr.

Em 1965, numa conferência intitulada

Brain Mechanisms Underlying Speech and

Language, Noam Chomsky apresentou a

seguinte definição para uma língua e para

o conhecimento linguístico

(extraído de Klima & Bellugi, 1979: 35):

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“uma língua é uma correspondência específica entre

som e significado. [...] O domínio de uma língua

envolve conhecer essa correspondência”.

Indagado sobre como ficariam as línguas

de sinais face a essa definição, ele a

refez:

“uma língua é uma correspondência específica entre símbolo (ing. signal) e significado.

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Mesmo o grande catálogo de línguas, o Ethnologue

(www.ethnologue.com ) somente incluiu línguas de

sinais na sua 11ª. edição, de 1988. Foram então

incluídas 69 línguas de sinais.

(A edição de 2016 inclui 137 línguas de sinais vivas).

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Uma língua de sinais não é apenas uma gesticulação?

Não.

Mas surdos também gesticulam.

“Ao se utilizar uma língua de sinais, os vários tipos de gestos estão

no mesmo canal de comunicação dos itens lexicais regulares.”

(Klima & Bellugi, 1979: 15)

Mas o usuário de LIBRAS ou de outra língua de sinais os distingue.

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O senso comum, porém, disseminou algumas expectativas acerca das

línguas de sinais que carregam a crença de que os movimentos

empregados são miméticos.

Em outras palavras: que todos os sinais são icônicos, nunca

arbitrários, que, mesmo desconhecendo uma língua de sinais,

qualquer um depreenderia o significado de seus enunciados.

Verdadeiro ou falso?

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Qual o significado do conjunto de

movimentos representados na figura ao

lado em LIBRAS?

Depois de informados de que a figura

representa ‘árvore’ em LIBRAS, é possível ver

semelhança com um tronco e com o

movimento da copa causado pelo vento.

Imagem extraída de Mattes, 2009.

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O que nos leva à pergunta:

a relação símbolo-significado numa língua de sinais é transparente ou auto-evidente?

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Klima & Bellugi (1979: 22) aplicaram um teste que

procurava ver o grau de transparência dos sinais na Língua

Americana de Sinais (ASL).

Alguém sem qualquer conhecimento de ASL, vendo um

sinal (traduzível em inglês por um nome concreto ou

abstrato) acertaria seu significado?

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Um total de 90 sinais foi apresentado a 10 indivíduos

ouvintes sem qualquer conhecimento de ASL.

Exemplo dos itens: TREE, APPLE, BIRD, BOY, SCIENCE,

SENTENCE ...

Nenhum dos 10 sujeitos que se submeteram ao

experimento acertaram o significado de 81 dos 90

itens. Para parte dos restantes 9 itens houve

apenas um acerto.

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Mesmo que, após se ter informação sobre o significado, se veja

semelhança com o que está sendo representado, línguas diferentes

podem apontar características diferentes na representação.

ASL Língua de Sinais Dinamarquesa

Língua de Sinais Chinesa

‘árv

ore

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(Não há como não lembrar da questão das onomatopeias nas diferentes línguas do mundo.)

Novos sinais não são formados livremente: apresentam

características formais convencionais em outros sinais já

existentes nessa língua no tocante à configuração que a mão toma,

à localização no espaço ou no corpo e aos movimentos.

(Klima & Bellugi, 1979: 11)

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Tomando por base a ASL, Klima & Bellugi (1979: 30)

apontam que

“processos gramaticais regulares operam nos signos da ASL

sem referência a quaisquer propriedades icônicas dos

sinais; ao invés disso, operam cegamente sobre a forma dos

sinais. Um dos efeitos mais impressionantes das operações

morfológicas regulares nos sinais é a distorção de sua

forma, de modo que aspectos icônicos dos sinais são

substituídos e escondidos”.

Libras e arbitrariedade

Libras é uma língua?

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Uma das propriedades básicas de uma língua é a arbitrariedade existente entre significante e referente. Durante muito tempo afirmou-se que as línguas de sinais não eram línguas por serem icônicas, não representando, portanto, conceitos abstratos. Isto não é verdade, pois em língua de sinais tais conceitos também podem ser representados, em toda sua complexidade.(Pereira, [2010]: [14])

Libras e arbitrariedade

A modalidade gestual-visual-espacial pela qual a LIBRAS é produzida e percebida pelos surdos leva, muitas vezes, as pessoas a pensarem que todos os sinais são o “desenho” no ar do referente que representam. É claro que, por decorrência de sua natureza lingüística, a realização de um sinal pode ser motivada pelas características do dado da realidade a que se refere, mas isso não é uma regra. A grande maioria dos sinais da LIBRAS são arbitrários, não mantendo relação de semelhança alguma com seu referente.

(Pereira, [2010]: [15])

Libras é uma língua?

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Um outro pressuposto incorreto:

o de que as línguas de sinais, como LIBRAS, por exemplo, são a

apresentação por meio de movimentos de mão, de uma língua

oral, como o português. Em outras palavras, que LIBRAS é uma

versão sinalizada do português. Não é.

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Ao contrário do que se imagina, a

apresentação sinalizada do alfabeto oral

(um empréstimo de outras línguas, em

que as letras são dispostas

manualmente de modo a escrever uma

palavra), não é o modo principal de

comunicação entre os surdos. Esta

técnica é utilizada apenas para designar

nomes de pessoas/estabelecimentos, ou

para explicar, em última tentativa, uma

palavra que não tenha sido

compreendida pelo receptor.

(Arnhold, 2007)

http://www.memorialdainclusao.sp.gov.br/br/anexo1/audit64.shtml

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O primeiro alfabeto manual, criado na Inglaterra, data de 1790

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Norte-americanoRusso

Japonês

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sílabas

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Depois da adoção do pinyin

http://www.sinosplice.com/life/archives/2007/04/02/chinese-sign-language-fingerspelling

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Uma comunidade em que todos falavam língua de sinais: Martha’s Vineyard (EUA)

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http://lib.utexas.edu/maps/united_states/united_states_wall_2002_us.jpg

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Devido a uma mutação, um gene recessivo

posto em ação pela endogamia, uma forma de

surdez hereditária vingou por 250 anos na ilha de

Martha’s Vineyard, Massachussets, a partir da

chegada dos primeiros colonizadores surdos na

década de 1690. Em meados do século XIX, quase

não havia famílias na porção norte da ilha que não

fossem afetadas e, em alguns povoados [....], a

incidência de surdez aumentara para uma em cada

quatro pessoas. Em resposta a essa situação, toda

a comunidade aprendeu a língua de sinais,

havendo livre comunicação entre ouvintes e

surdos (Sacks1989: 45).

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No século XX começaram a chegar a Martha’sVineyard novos residentes, de fora da ilha (i.e.,sem relação de parentesco com os mais antigos). Osíndices de surdez hereditária começaram a declinaraté desaparecer com o último surdo hereditário em1952 .

(Groce, 1985)

Atualmente a Língua de Sinais de Martha’s Vineyardestá extinta (Bickford, Lewis & Simons, 2014: 3).

Uma comunidade no Brasil emque todos falam língua desinais: kaapor

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No Brasil, na década de 1960, Jim Kakumasu encontrousituação semelhante entre os Urubu-Kapoor, comunidade indígenacom cerca de 500 habitantes, no Maranhão, às margens do rioGurupi, notificada inicialmente em trabalho publicado emInternational Journal of American Linguistics (1968: pp. 275-281)(http://www.silinternational.net/americas/brasil/PUBLCNS/LING/UKSgnL.pdf), e posteriormente estudada por Lucinda FerreiraBrito.

http://www.brasil-turismo.com/mapas/maranhao.htm

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Nessa pequena comunidade detectaram-se setesurdos, monolíngues na língua de sinais kaapor ouurubu. O número era significativo porque revelava umaproporção de um surdo para cada 75 ouvintes (médiamundial: 1:1000) e porque, como em Martha’sVineyard, tal proporção levou essa língua de sinaiskaapor a ser aprendida pela comunidade ouvinte, quese tornou bilíngue em kaapor e em língua de sinaiskaapor.

E no resto do Brasil?

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No Brasil, a língua brasileira de sinais (maisconhecida pela sigla LIBRAS) é a mais disseminada.

LIBRAS é também reconhecida como “meiolegal de comunicação e expressão” (Lei Nº 10.436, de24 de abril de 2002), mas não na escrita, onde nãolhe é permitido substituir o português (Lei Nº 10.436,Art. 4º, Parágrafo Único), assim reconhecido naConstituição Federal de 1988:

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial daRepública Federativa do Brasil.

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LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.

Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e

eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a

Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela

associados.

Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma

de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-

motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico

de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas

do Brasil.

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Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral eempresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadasde apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras comomeio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidadessurdas do Brasil.

Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviçospúblicos de assistência à saúde devem garantir atendimento etratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordocom as normas legais em vigor.

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Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemaseducacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devemgarantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial,de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio esuperior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, comoparte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs,conforme legislação vigente.

Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras nãopoderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.

Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.Brasília, 24 de abril de 2002; 181o da Independência e 114o da

República.FERNANDO HENRIQUE CARDOSOPaulo Renato Souza

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LIBRAS não se confunde com o português, porque não é oportuguês expresso em sinais. É uma outra língua, com símbolos egramática, mas que, para sua expressão, ao invés da voz, conjuga

configurações de mão;

movimentos; e

locais onde os sinais são feitos, no espaço ou no corpo.

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Em princípio, uma língua de sinais, como uma língua oral, independe de umalíngua escrita a ela associada.

No caso das línguas de sinais até recentemente o registro se fazia apenas porgravação em vídeo.

Uma tentativa recente de prover as línguas de sinais de uma escrita ficouconhecida como Sign Writing (‘escrita de sinais’).

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SignWriting foi criado pela Valerie Sutton em 1974.Valerie criou um sistema para escrever danças edespertou a curiosidade dos pesquisadores da línguade sinais dinamarquesa que estavam procurando umaforma de escrever os sinais. Portanto, na Dinamarcafoi registrada a primeira página de uma longahistória: a criação de um sistema de escrita de línguasde sinais.

http://www.signwriting.org/library/history/hist010.htmlRonice Müller de Quadros

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Conforme os registros feitos pela Valerie Sutton na homepage doSignWriting http://www.signwriting.org , em 1974, a Universidade deCopenhagen solicitou a Sutton que registrasse os sinais gravados emvídeo cassete. As primeiras formas foram inspiradas no sistema escrito dedanças. A década de 70 caracterizou um período de transição deDancewriting para SignWriting, isto é, da escrita de danças para a escritade sinais das línguas de sinais.

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Desde 1997, pesquisadores de quatorze países vêmtrabalhando nessa proposta (Ramos, s.d.: 2n). Como seria de seesperar, a Sign Writing não toma por base fonemas ou sílabas.Nem mesmo ideogramas. Os símbolos procuram representarpartes do corpo e movimentos.

E podem ser manuscritos:http://www.signwriting.org/lessons/cursive/byhand1.html

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http://www.signwriting.org/archive/docs5/sw0472-BR-Licoes-SignWriting.pdf

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Durante muito tempo, mas especialmente do final doséculo XIX a meados do século XX, as línguas de sinais nãoforam levadas em conta na educação de surdos; ao contrário:foram percebidas como profundamente prejudiciais. Essavisão vem mudando e já se considera que as línguas de sinaisconstituem-se na língua materna dos surdos. Desde queexposta a uma língua de sinais, a criança dominará essalíngua.

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ReferênciasArnhold, Kareen. 2007. Formação bilíngue para os surdos: o Português é segunda língua. Olhar Virtual, 170, 07Ag2007.Disponível em: http://www.olharvirtual.ufrj.br/2006/?id_edicao=170&codigo=7

Bergman, Ted. 2013. Why are Sign Languages Included in the Ethnologue? Disponível em: https://www.ethnologue.com/ethnoblog/ted-bergman/why-are-sign-languages-included-ethnologue

Bickford, J. Albert; Lewis, M. Paul & Simons, Gary F. 2014. Rating the vitality of sign languages. Pre-print. Disponível em: http://www.sil.org/system/files/reapdata/99/59/48/99594892219842262583568224568880322401/BickfordLewisSimons_Rating_Vitality_SLs_preprint.pdf

Camara Jr., J. M. 1973. Princípios de Linguística Geral. Rio de Janeiro: Acadêmica.

Groce, Nora Ellen.1985. Everyone Here Spoke Sign Language: Hereditary Deafness on Martha's Vineyard. Harvard University Press: Cambridge.)

Klima, Edward & Bellugi, Ursula. 1979. The signs of language. Cambridge, Mass./ London: Harvard University Press.

MATTES, Kelli Carolina. Portfólio Kelli Mattes. 12 Set2009.Disponível em http://peadportfolio156701b.blogspot.com.br/2009/09/aula-presencial-libras.html

PEREIRA, Graciele Kerlen (adaptador). [2010]. LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais). s.l. [UFSJ]: Apostilahttps://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=12&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjZhvnKst_OAhXHhZAKHYefD60QFghVMAs&url=http%3A%2F%2Fwww.ufsj.edu.br%2Fportal2-repositorio%2FFile%2Fincluir%2Flibras%2Fcurso_de_libras_-_graciele.pdf&usg=AFQjCNE4BiXDBNPAwI_yuUabfIHx6gNKtw

SACKS, Oliver. 1989. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Trad. Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.