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Manual de Prevenção e Combate à “Lavagem” de Dinheiro e/ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores

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Manual de Prevenção e Combate à “Lavagem” de Dinheiro e/ou Ocultação

de Bens, Direitos e Valores

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Índice APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 3

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 4

Finalidade .................................................................................................................................. 4

CONCEITOS .................................................................................................................................... 5

Da “Lavagem” e/ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores ...................................................... 5

Das penalidades ........................................................................................................................ 5

Conduta ..................................................................................................................................... 6

Áreas de Riscos .......................................................................................................................... 6

Pessoa Politicamente Exposta ................................................................................................... 6

PROCEDIMENTOS BÁSICOS ........................................................................................................... 8

Coleta das Informações Cadastrais ........................................................................................... 8

Tratamento das Informações Cadastrais .................................................................................. 9

Procedimentos Rotineiros para Identificação de Atividades Criminosas pelos Clientes ........ 10

Seleção, Treinamento e Acompanhamento dos Funcionários ............................................... 11

Comunicação Interna e com o Banco Central do Brasil .......................................................... 12

Manutenção de Informações e Registros ............................................................................... 16

FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES ............................................................................................... 18

Da Área de Controles Internos ................................................................................................ 18

Dos Sócios ............................................................................................................................... 18

Dos Diretores ........................................................................................................................... 19

Dos Demais Funcionários ........................................................................................................ 19

DOCUMENTOS INTERNOS PARA ATENDIMENTO À CIRCULAR 3.461/09 BACEN ........................ 20

LEGISLAÇÃO NA ÍNTEGRA (PRINCIPAIS E REFERENCIAIS)............................................................ 24

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APRESENTAÇÃO

Em cumprimento da Lei 9.613/98 e Circular do Banco Central do Brasil 3.461/09, apresentamos o Manual de Prevenção e Combate à “Lavagem” de Dinheiro e/ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores da Servopa Administradora de Consórcios Ltda, denominada neste manual como ADMINISTRADORA.

Este manual visa fornecer orientação e diretrizes sobre as políticas e procedimentos internos de controle destinados à prevenção da prática de crimes de que trata a Lei 9.613/98.

Não será aceita qualquer alegação acerca do desconhecimento deste manual por parte dos Diretores, Gestores e demais Funcionários da ADMINISTRADORA, bem como não serão aceitas quaisquer justificativas que venham a causar o seu descumprimento. Para isso, a Área de Controles Internos estará à disposição de todos para sanar eventuais dúvidas, prestar esclarecimentos e aconselhamentos durante a utilização do mesmo.

Área de Controles Internos

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INTRODUÇÃO

Finalidade

A finalidade deste manual é atender a legislação em vigor sobre o combate e prevenção de crimes relacionados à “lavagem” de dinheiro e/ou ocultação de bens, direitos e valores, sejam eles praticados direta ou indiretamente.

Para tanto este manual irá:

• Definir conceitos, padrões e procedimentos sobre os controles de prevenção e combate a estes crimes;

• Relatar as atividades suspeitas e as penalidades impostas a quem as comete;

• Designar e responsabilizar de forma hierárquica os colaboradores sobre tais controles;

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CONCEITOS

Da “Lavagem” e/ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores

A “Lavagem” e/ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores surge de diversas formas provocada por organizações criminosas como meio de modificar seu “formato” ocultando a origem do dinheiro que podem ser de crimes:

• de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins;

• de terrorismo e seu financiamento;

• de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua produção;

• de extorsão mediante seqüestro;

• contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou omissão de atos administrativos;

• contra o sistema financeiro nacional’

• praticado por organização criminosa;

• praticado por particular contra a administração pública estrangeira.

Das penalidades

Quem pratica tais crimes estará sujeito a seguinte penalidade:

• Reclusão de três a dez anos e multa.

Ainda estão sujeitos a esta mesma penalidade quem ocultar, dissimular, utilizar na atividade econômica ou financeira bens, direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes descritos acima; participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática destes crimes; faz com que os frutos destes crimes tornem-se ativos lícitos, os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou

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recebe em garantia, guarda, tem depósito, movimenta ou transfere, importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.

Conduta

A ADMINISTRADORA é equiparada à instituição financeira e assim como as demais instituições financeiras, propriamente ditas, está sujeita a ser utilizada inadvertidamente como canal de em algum processo para ocultar a verdadeira fonte de recursos procedentes de atividades criminosas, principalmente na fase intermediária da “lavagem” que é a conversão do bem ilícito em um “bem lícito”.

Durante anos a ADMINISTRADORA trabalha para conquistar a confiança e credibilidade junto aos seus “stakeholders” (clientes, parceiros comerciais, funcionários e acionistas) com uma conduta ética, zelando pela boa prática da legislação em vigor.

Diante disso os Gestores das diversas áreas da ADMINISTRADORA não deverão medir esforços para divulgação deste manual aos seus subordinados, bem como o cumprimento do mesmo, evitando: Desconhecimento, má fé e negligência.

Áreas de Riscos

As áreas de riscos potenciais de entrada de recursos na ADMINISTRADORA são:

• Pagamento de parcela mensal ou pagamento de lance parcial ou de quitação = pagamento em espécie de parcelas mensais ou de lances, dentro do mesmo mês, que ultrapasse a quantia de R$10.000,00 (Dez mil reais) pode ser indício.

Pessoa Politicamente Exposta

O conceito de Pessoa Politicamente Exposta dado pelo Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização – COREMEC por meio da Deliberação nº 02 de 01/12/2006 é:

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“Art.3º (...) consideram-se pessoas politicamente expostas os agentes

públicos que desempenham ou tenham desempenhado, nos cinco anos

anteriores, no Brasil ou em países, territórios e dependências estrangeiros,

cargos, empregos ou funções públicas relevantes, assim como seus

representantes, familiares e outras pessoas de seu relacionamento próximo,

conforme definido pela ENCCLA (Estratégia Nacional de Combate à Corrupção

e à Lavagem de Dinheiro). Parágrafo único. São considerados familiares os

parentes, na linha direta, até o primeiro grau, o cônjuge, o companheiro, a

companheira, o enteado e a enteada.”

Quando se trata de “pessoas de seu relacionamento próximo”, caracteriza-se tal relacionamento quando:

• Constituição de pessoa politicamente exposta como procurador ou preposto;

• Controle, direto ou indireto, por pessoa politicamente exposta, no caso de cliente pessoa jurídica;

• Movimentação habitual de recursos financeiros de ou para pessoa politicamente exposta cliente da ADMINISTRADORA, não justificada por eventos econômicos, como a aquisição de bens ou a prestação de serviços.

São pessoas politicamente expostas:

• Os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União;

• Os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União: - de Ministros de Estado ou equiparado; - de natureza especial ou equivalente; - de Presidente, Vice-Presidente e Diretor, ou equivalentes, de autarquias, fundações públicas, empresas públicas ou sociedades de economia mista.

• Os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores;

• Os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República, o Vice-Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral da Justiça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal;

• Os governadores de Estado e do Distrito Federal, os presidentes de Tribunal de Justiça, de Assembléia Legislativa e de Câmara Distrital, e os presidentes de Tribunal e de Conselho de Contas de Estado, dos Municípios e do Distrito Federal;

• Os prefeitos e presidentes de Câmara Municipal das capitais de Estado.

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PROCEDIMENTOS BÁSICOS

Coleta das Informações Cadastrais

A ADMINISTRADORA disponibiliza em seu contrato de adesão diversos campos para coletar as informações cadastrais necessárias a atender às exigências da legislação no combate ao crime de “lavagem” de dinheiro, dentre eles destacam-se:

- Pessoa Física:

• Nome completo;

• Filiação;

• Nacionalidade;

• Data e local de nascimento;

• Sexo;

• Estado civil;

• Nome do cônjuge, se casado;

• Profissão;

• Documento de identificação (tipo, número, data de emissão e órgão expedidor);

• Número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF;

• Valor de renda mensal e patrimônio;

• Declaração sobre os propósitos e a natureza da relação de negócios com a ADMINISTRADORA;

• Declaração de ser ou não ser Pessoa Politicamente Exposta (definição em tópico específico);

• Declaração de comunicar imediatamente à ADMINISTRADORA quando passar a ser Pessoa Politicamente Exposta;

• Endereços, residencial e comercial completos;

• Número de telefone e código DDD;

• Fontes de referência a serem consultadas;

• Data da contratação e respectivo número do contrato;

• Assinatura do contratante.

Quando o titular for menor ou pessoa incapaz, além de sua qualificação, também deverá ser identificado o responsável que o assistir ou o representar.

- Pessoa Jurídica:

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• Razão social;

• Atividade Principal;

• Forma e data de constituição;

• Tipo de documento apresentado que contenham as informações citadas anteriormente, que qualifiquem e autorizem os representantes, mandatários ou prepostos a assumirem o contrato com a ADMINISTRADORA;

• Número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ;

• Valor do faturamento médio mensal dos últimos doze meses; • Declaração sobre os propósitos e a natureza da relação de negócios

com a ADMINISTRADORA;

• Informações cadastrais (Pessoa Física) dos representantes legais e do quadro societário que caracterize como beneficiário final;

• Endereço comercial completos;

• Número de telefone e código DDD;

• Fontes de referência a serem consultadas;

• Data da contratação e respectivo número do contrato;

• Assinatura do contratante.

Quando se tratar de cliente fundo de investimento além de todas as exigências solicitadas à Pessoa Jurídica, deve ser feito o cadastramento de todos os diretores responsáveis pelo fundo de investimento.

Tratamento das Informações Cadastrais

De posse das informações cadastrais de seus clientes a ADMINISTRADORA deverá verificar a veracidade dos dados através de consultas no “site” da Receita Federal do Brasil (www.receita.fazenda.gov.br).

Estas informações devem passar por testes de verificação, com periodicidade máxima de um ano. Os resultados dos testes devem ser utilizados para direcionar o processo de atualização cadastral e de melhoria da adequação dos dados cadastrais dos clientes da ADMINISTRADORA. Através de formulário próprio de verificação das informações (check list), deverá ser averiguado se os cadastros estão seguindo as normas estabelecidas neste manual. Além de manter disponíveis a qualquer momento relatórios que consolidem tais informações cadastrais.

Quando se tratar de cliente pessoa jurídica, onde na composição societária tiver outra pessoa jurídica, é preciso “montar a árvore hierárquica” até a caracterização do beneficiário final; exceto quando se tratar de pessoas

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jurídicas constituídas sob a forma de companhia aberta ou entidade sem fins lucrativos, onde neste caso, deverão ser levantadas apenas as informações das pessoas naturais autorizadas a representá-las, bem como seus controladores, administradores e diretores, se houver.

De posse das informações cadastrais a ADMINISTRADORA manterá mecanismos de controle que possibilitem a avaliação diária e mensal dos procedimentos que possam configurar indícios de lavagem de dinheiro, tais como:

• Avaliação da movimentação diária com valores acima de R$10.000,00 em espécie através da Declaração de Procedência a ser preenchida pela pessoa que estiver efetuando o pagamento a qual conterá: - Nome completo, endereço e identidade do pagador; Valor; Grupo, Cota e Dígito do consórcio que está sendo pago; Data; Assinatura do pagador e Assinatura do recebedor/caixa.

• Relatório de movimentação mensal acumulada (pagamentos) para verificações, testando a capacidade em função das rendas e histórico das transações efetuadas.

Procedimentos Rotineiros para Identificação de Atividades Criminosas pelos Clientes

Os funcionários da ADMINISTRADORA deverão estar atentos a algumas atitudes suspeitas dos clientes que possam configurar tentativa ou indício de lavagem de dinheiro, anotá-las no Relatório de Ocorrências que deverá ser encaminhado diariamente, caso tenha anotações, à Área de Controles Internos para que esta possa avaliar e tomar as devidas providências.

Algumas situações suspeitas de tentativa ou indício de lavagem de dinheiro junto a ADMINISTRADORA são:

• Apresentação de documentos falsificados;

• Pagamentos com notas falsas;

• Tentativa insistente de pagamento com moeda estrangeira;

• Movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira presumida do cliente;

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• Resistência em facilitar as informações, ou fornecer informações falsas, ou ainda de difícil ou onerosa verificação necessárias para cadastramento, liberação de crédito, enfim, informações utilizadas para boa gestão do grupo de consórcio;

• Atuação, de forma contumaz, em nome de terceiros com ou sem a revelação da verdadeira identidade do beneficiário;

• Quitação da cota de consórcio no seu início, cujo montante leve à conclusão de que o cliente poderia ter adquirido o bem diretamente sem tê-lo feito por meio de consórcio;

• Atuação no sentido de induzir o funcionário da ADMINISTRADORA a não manter, em arquivo, relatórios ou documentos específicos sobre alguma operação realizada;

• Falta de apresentação de documentos comprobatórios de rendimentos.

Seleção, Treinamento e Acompanhamento dos Funcionários

A ADMINISTRADORA visa proporcionar aos seus funcionários o adequado conhecimento sobre o programa de combate e prevenção à lavagem de dinheiro, seu propósito, penalidades e importância para o bom andamento de sua atividade.

Por intermédio de criteriosos processos de seleção que envolve uma gama de procedimentos, testes, entrevistas, avaliações e levantamento de dados, dentro da exclusiva legalidade, e, após aprovação do Setor de Recursos Humanos, verificada a integração do funcionário no quadro da ADMINISTRADORA, são aplicados treinamentos sobre o combate e prevenção à lavagem de dinheiro, por fim, são verificadas informações relevantes do histórico profissional do funcionário. No ato da contratação o funcionário assinará o Termo de Compromisso onde assumirá a responsabilidade de sempre agir de boa fé no desempenho de suas funções e de comunicar formalmente aos seus superiores hierárquicos quaisquer atividades ilícitas ou suspeitas que possam configurar tentativa de lavagem de dinheiro ou ocultar bens, direitos e valores. O Termo de Compromisso será devidamente arquivado com a ficha do funcionário que é exclusiva responsabilidade do Setor de Recursos Humanos pela sua manutenção, atualização e guarda.

O treinamento aos funcionários ocorrerá, quando avaliada a necessidade pela ADMINISTRADORA, da seguinte forma:

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• Treinamento presencial: para todos os colaboradores que tenham contato direto ou indireto com os clientes; e

Todos os funcionários terão assessoramento constante no que tange às dúvidas sobre o combate e prevenção à lavagem de dinheiro na ADMINISTRADORA. Esse acompanhamento será realizado pela Área de Controles Internos assim que solicitado pelo gestor responsável do setor em que trabalha funcionário.

A ADMINISTRADORA fará ainda o acompanhamento dos seus funcionários no que se refere a:

• Alteração inusitada nos padrões de vida e de comportamento do funcionário;

• Modificação repentina do resultado operacional do funcionário;

• Qualquer negócio realizado por funcionário – quando desconhecida a identidade do último beneficiário, contrariamente ao procedimento normal para o tipo de operação de que se trata.

Comunicação Interna e com o Banco Central do Brasil

De acordo com a legislação a ADMINISTRADORA tem o prazo máximo de 24 horas, após detectada a ocorrência, para comunicar ao Banco Central do Brasil a suspeita de atividade ilícita. Portanto, os funcionários devem comunicar imediatamente aos seus superiores hierárquicos a ocorrência desses fatos e a Área de Controles Internos deve ser imediatamente comunicada do fato para as devidas análises da ocorrência.

A comunicação a ser realizada ao Banco Central do Brasil pela ADMINISTRADORA se dará da seguinte forma:

• Acesso ao site www.fazenda.gov.br/siscoaf/portugues/default.asp;

• Digitar o CPF do responsável pelas informações e a senha de acesso;

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• Selecionar a opção: “Comunicar” do menu principal;

• Preencher com os dados solicitados no Registro da Comunicação, onde se lê agência preencher com os dados da ADMINISTRADORA;

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• Na sequência preencher com os dados dos “Envolvidos” na comunicação;

• Marcar o “Enquadramento” da comunicação, lembrando que deverão ser preenchidas apenas as opções pertinentes às atividades ligadas a ADMINISTRADORA;

Enquadramentos

1A - Movimentação de valores superiores a R$ 10.000,00 (dez mil reais), ou de quantias inferiores que, por sua habitualidade e forma, configurem artifício para a burla do referido limite. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - I a / Circular nº 3461 - 13 I

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1H - Depósitos contendo notas falsas ou mediante utilização de documentos falsificados. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - I h

2A - Movimentação de recursos incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou a ocupação profissional e a capacidade financeira presumida do cliente. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - II a

2B - Resistência em facilitar as informações necessárias para a abertura de conta, oferecimento de informação falsa ou prestação de informação de difícil ou onerosa verificação. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - II b

2C - Atuação, de forma contumaz, em nome de terceiros ou sem a revelação da verdadeira identidade do beneficiário. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - II c

2L - Mudança repentina e aparentemente injustificada na forma de movimentação de recursos e/ou nos tipos de transação utilizados. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - II L

2O - Atuação no sentido de induzir funcionário da instituição a não manter, em arquivo, relatórios específicos sobre alguma operação realizada. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - II o

2S - Solicitação para facilitar a concessão de financiamento - particularmente de imóveis - quando a fonte de renda do cliente não está claramente identificada. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - II s

3A - Operação ou proposta no sentido de sua realização, com vínculo direto ou indireto, em que a pessoa estrangeira seja residente, domiciliada ou tenha sede em região considerada paraíso fiscal, ou em locais onde é observada a prática contumaz dos crimes previstos no art. 1° da Lei n° 9.613/98. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - III a

4A - Alteração inusitada nos padrões de vida e de comportamento do empregado ou representante. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - IV a

4B - Modificação inusitada do resultado operacional do empregado ou representante. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - IV b

4C - Qualquer negócio realizado por empregado ou representante - quando desconhecida a identidade do último beneficiário -, contrariamente ao procedimento normal para o tipo de operação de que se trata. Banco Central do Brasil - Carta-Circular nº 2826 - IV c

Operação realizada ou serviço prestado que, por sua habitualidade, valor

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ou forma, configure artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação, controle e registro - Banco Central do Brasil - Circular 3.461 - Banco Central do Brasil - Circular 3.461, art. 13 – II

Operações realizadas ou os serviços prestados, qualquer que seja o valor, a pessoas que reconhecidamente tenham perpetrado ou intentado perpetrar atos terroristas ou neles participado ou facilitado o seu cometimento, bem como a existência de recursos pertencentes ou por eles controlados direta ou indiretamente - Banco Central do Brasil - Circular 3.461, art. 13 – III

Operações realizadas ou serviços prestados cujo valor seja igual ou superior a R$10.000,00 (dez mil reais) e que, considerando as partes envolvidas, os valores, as formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de fundamento econômico ou legal, possam configurar a existência de indícios dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998 - Banco Central do Brasil - Circular 3.461, art. 13 – I

Os atos suspeitos de financiamento do terrorismo - Banco Central do Brasil - Circular 3.461, art. 13 – IV

Proposta de realização das operações de que trata o art. 13, incisos I a IV da Circular BACEN 3.461 - Banco Central do Brasil - Circular 3.461, art. 13

• Após realizados todos os preenchimentos necessários e exigidos no sistema SISCOAF, clicar no botão “Enviar Comunicação”.

Manutenção de Informações e Registros

A ADMINISTRADORA, por determinação do Art. 11º e Art. 16º da Circular 3.461/09, fará a guarda dos documentos que comprovem os dados cadastrais dos clientes, dos documentos que comprovem todas as operações financeiras realizadas com os clientes ou em seu nome, dos documentos relativos às análises de operações ou propostas que fundamentam a decisão de efetuar ou não as comunicações de que tratam o Art. 12º e Art. 13º da referida Circular pelo prazo de 05 (cinco) anos a serem contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao término do relacionamento com o cliente.

As informações de que trata o Art. 2º da Circular 3.461/09 serão mantidas e conservadas juntamente como nome da pessoa incumbida da atualização cadastral, o nome do gerente responsável pela conferência e confirmação das informações prestadas e a data de início do relacionamento com o cliente.

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A ADMINISTRADORA manterá “backup” do seu sistema de informações com os dados cadastrais e financeiros de todas as operações realizadas com seus clientes pelo prazo estipulado pela legislação em vigor. Os detalhes sobre os procedimentos de “backup” estão detalhados no Manual de Procedimentos Internos da ADMINISTRADORA.

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FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES

Da Área de Controles Internos

A Comissão responsável pela Área de Controles Internos, através do seu Relator de demais integrantes, é a principal responsável pelo programa de combate e prevenção à lavagem de dinheiro e/ou ocultação de bens, direitos e valores e deve assegurar a manutenção e atualização deste manual de forma a garantir sua solidez e cumprimento pela ADMINISTRADORA. Deverá também criar e incentivar o fluxo adequado de informações em toda a ADMINISTRADORA estando sempre interada acerca de todas as questões relacionadas à lavagem de dinheiro e analisar operações de clientes com diferenças substanciais entre o volume operado e a situação financeira patrimonial declarada em cadastro e ainda sobre procedimentos dos funcionários incompatíveis com sua função ou fora da rotina normal de execução do trabalho.

No que se refere ao monitoramento das operações, a Comissão deverá revisar os relatórios de operações suspeitas (Relatório de Ocorrências) e aprovar ou não a comunicação de uma transação aos órgãos reguladores, analisar e revisar os demais relatórios constantes neste manual com vistas a identificar erros em seu preenchimento, atualizar os campos a serem preenchidos conforme a legislação em vigor e analisar as situações potenciais de risco de lavagem de dinheiro indicadas nestes documentos.

Deverá ainda fornecer suporte e consultoria, quando necessário, aos sócios, diretores e funcionários, promovendo e indicando a reciclagem dos mesmos para atendimento das normas e regras estabelecidas em lei e detalhadas por este manual. Além, de promover constantemente a ampla divulgação deste manual.

A Área de Controles Internos é responsável pela comunicação ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) pelo sistema SISCOAF das operações passíveis de denúncia previstas neste manual.

Dos Sócios

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Os sócios ficam incumbidos de solicitarem, periodicamente, as informações pertinentes aos processos de combate e prevenção à lavagem de dinheiro, de exigirem o cumprimento deste manual na sua íntegra e estarem cientes da legislação sobre este assunto, especificamente sobre a Lei 9.613/98, Circular BACEN 3.461/09 e Lei 7.492/86, As Quarenta Recomendações do GAFI – Grupo de Ação Contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo e demais normas que regulam o assunto.

Dos Diretores

A Diretoria da ADMINISTRADORA responsabiliza-se por dar suporte ao processo de combate e prevenção à lavagem de dinheiro e/ou ocultação de bens direitos e valores, bem como por divulgar a importância nos seus respectivos Departamentos de atuação que estão sob sua supervisão.

À Diretoria também é delegada a responsabilidade de representação junto ao Banco Central do Brasil, mais especificamente ao diretor indicado para tal, e atender em todas as circunstâncias as exigências legais sempre zelando pela ética no desempenho de suas funções. Cabe à Diretoria, assim como aos Sócios da ADMINSTRADORA conhecer o teor da Lei 9.613/98, Circular BACEN 3.461/09 e Lei 7.492/86, As Quarenta Recomendações do GAFI – Grupo de Ação Contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo e demais normas que regulam o assunto.

Dos Demais Funcionários

Todos os funcionários deverão desempenhar suas funções com a mais plena lisura de comportamento, zelando em cumprir integralmente as leis e regulamentos, inclusive o que consta neste manual de prevenção e combate à lavagem de dinheiro, políticas e procedimentos internos aplicáveis, sempre comunicando à Área de Controles Internos qualquer atividade suspeita, conforme já determinado.

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DOCUMENTOS INTERNOS PARA ATENDIMENTO À CIRCULAR 3.461/09 BACEN

TERMO DE COMPROMISSO

Eu, [Nome completo do funcionário sem abreviaturas], portador da Carteira de Identidade nº [................], funcionário da Servopa Administradora de Consórcios Ltda, declaro ter tomado conhecimento do teor da Lei 9.613/98, da Circular BACEN 3.461/09, da Circular BACEN 3.078/02, do Manual de Combate e Prevenção à Lavagem de Dinheiro e/ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores e do Manual de Controles Interno desta empresa, comprometendo-me a, agindo sempre de boa fé e no exercício de minhas funções, dedicar esforços no sentido de identificar e comunicar formalmente a meus superiores hierárquicos, nos termos da regulamentação interna da empresa, quaisquer operações potencialmente suspeitas de estarem relacionadas a atividades ilícitas.

Minha responsabilidade limita-se exclusivamente a efetuar tais comunicações, quando de sua necessidade, comprometo-me a observar rigorosamente as normas de sigilo, estabelecidas no manual, em observância à lei e com vistas a não prejudicar as averiguações, que estarão a cargo do Banco Central, das autoridades policiais competentes e do Poder Judiciário.

Curitiba – Pr, ______/_______/________.

Assinatura do funcionário.

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DECLARAÇÃO DE PROCEDÊNCIA

A/C: SERVOPA ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS LTDA

Eu, [Nome completo de quem está efetuando o pagamento sem abreviaturas], portador da Identidade nº [________________], residente e domiciliado na [Nome da rua/av, número, apto, bairro, cidade, estado], DECLARO para os devidos fins e aspectos legais, que os recursos que estou movimentando não são originários de atos ilícitos de que trata a Lei 9.613, de 03 de março de 1998, que dispõe sobre os “Crimes de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores”.

Valor Movimentado: R$_____________________

Grupo e Cota: ____________________________

Titular do Consórcio:_______________________________________

Local e data

Assinatura do cliente

Visto do Caixa ou Funcionário

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RELATÓRIO DE OCORRÊNCIAS

Local e data.

Ocorrência Assinatura do Funcionário

Assinatura do Superior Hierárquico

Assinatura do Membro da Área de Controles Internos

Observação: é importante ser claro na descrição do fato sempre identificando as partes, grupo e cota do consorciado.

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TERMO DE RESPONSABILIDADE

Servopa Administradora de Consórcios Ltda, declara conhecer o teor da Lei 9.613/98, da Circular BACEN 3.461/09, da Circular BACEN 3.078/02, e ser responsável pela criação e manutenção do Manual de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro e/ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores, compromete-se a cumpri-lo e fazê-lo conhecido de todos os seus funcionários.

Curitiba – Pr, 03 de agosto de 2009.

_______________________________________________________

ANYA SUSANNE VOSWINCKEL CELESTINO – Sócia Administradora

_______________________________________________________

BENO LEO ROCKENBACH – Diretor Responsável

_______________________________________________________

JORGE KORGUT – Relator da Comissão de Controles Internos

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LEGISLAÇÃO NA ÍNTEGRA (PRINCIPAIS E REFERENCIAIS)

Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 9.613, DE 3 DE MARÇO DE 1998.

Vide Decreto nº 2.799, de 1998

Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores

Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime:

I - de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins;

II - de terrorismo;

II – de terrorismo e seu financiamento; (Redação dada pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003)

III - de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à sua produção;

IV - de extorsão mediante seqüestro;

V - contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou omissão de atos administrativos;

VI - contra o sistema financeiro nacional;

VII - praticado por organização criminosa.

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VIII – praticado por particular contra a administração pública estrangeira (arts. 337-B, 337-C e 337-D do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal). (Inciso incluído pela Lei nº 10.467, de 11.6.2002)

Pena: reclusão de três a dez anos e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo:

I - os converte em ativos lícitos;

II - os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;

III - importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.

§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem:

I - utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo;

II - participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.

§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal.

§ 4º A pena será aumentada de um a dois terços, nos casos previstos nos incisos I a VI do caput deste artigo, se o crime for cometido de forma habitual ou por intermédio de organização criminosa.

§ 5º A pena será reduzida de um a dois terços e começará a ser cumprida em regime aberto, podendo o juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la por pena restritiva de direitos, se o autor, co-autor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais e de sua autoria ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.

CAPÍTULO II

Disposições Processuais Especiais

Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:

I – obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes punidos com reclusão, da competência do juiz singular;

II - independem do processo e julgamento dos crimes antecedentes referidos no artigo anterior, ainda que praticados em outro país;

III - são da competência da Justiça Federal:

a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas;

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b) quando o crime antecedente for de competência da Justiça Federal.

§ 1º A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência do crime antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor daquele crime.

§ 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Código de Processo Penal.

Art. 3º Os crimes disciplinados nesta Lei são insuscetíveis de fiança e liberdade provisória e, em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.

Art. 4º O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou representação da autoridade policial, ouvido o Ministério Público em vinte e quatro horas, havendo indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão ou o seqüestro de bens, direitos ou valores do acusado, ou existentes em seu nome, objeto dos crimes previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.

§ 1º As medidas assecuratórias previstas neste artigo serão levantadas se a ação penal não for iniciada no prazo de cento e vinte dias, contados da data em que ficar concluída a diligência.

§ 2º O juiz determinará a liberação dos bens, direitos e valores apreendidos ou seqüestrados quando comprovada a licitude de sua origem.

§ 3º Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores, nos casos do art. 366 do Código de Processo Penal.

§ 4º A ordem de prisão de pessoas ou da apreensão ou seqüestro de bens, direitos ou valores, poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata possa comprometer as investigações.

Art. 5º Quando as circunstâncias o aconselharem, o juiz, ouvido o Ministério Público, nomeará pessoa qualificada para a administração dos bens, direitos ou valores apreendidos ou seqüestrados, mediante termo de compromisso.

Art. 6º O administrador dos bens:

I - fará jus a uma remuneração, fixada pelo juiz, que será satisfeita com o produto dos bens objeto da administração;

II - prestará, por determinação judicial, informações periódicas da situação dos bens sob sua administração, bem como explicações e detalhamentos sobre investimentos e reinvestimentos realizados.

Parágrafo único. Os atos relativos à administração dos bens apreendidos ou seqüestrados serão levados ao conhecimento do Ministério Público, que requererá o que entender cabível.

CAPÍTULO III

Dos Efeitos da Condenação

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Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:

I - a perda, em favor da União, dos bens, direitos e valores objeto de crime previsto nesta Lei, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;

II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.

CAPÍTULO IV

Dos Bens, Direitos ou Valores Oriundos de Crimes Praticados no Estrangeiro

Art. 8º O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou convenção internacional e por solicitação de autoridade estrangeira competente, a apreensão ou o seqüestro de bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos no art. 1º, praticados no estrangeiro.

§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou convenção internacional, quando o governo do país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil.

§ 2º Na falta de tratado ou convenção, os bens, direitos ou valores apreendidos ou seqüestrados por solicitação de autoridade estrangeira competente ou os recursos provenientes da sua alienação serão repartidos entre o Estado requerente e o Brasil, na proporção de metade, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.

CAPÍTULO V

Das Pessoas Sujeitas À Lei

Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:

I - a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;

II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial;

III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negociação, intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários.

Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:

I - as bolsas de valores e bolsas de mercadorias ou futuros;

II - as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência complementar ou de capitalização;

III - as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços;

IV - as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos;

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V - as empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento comercial (factoring);

VI - as sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou método assemelhado;

VII - as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;

VIII - as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros;

IX - as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qualquer forma representem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas neste artigo;

X - as pessoas jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis;

XI - as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem jóias, pedras e metais preciosos, objetos de arte e antigüidades.

XII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor ou exerçam atividades que envolvam grande volume de recursos em espécie. (Incluído pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003)

CAPÍTULO VI

Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Registros

Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:

I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes;

II - manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de instruções por esta expedidas;

III - deverão atender, no prazo fixado pelo órgão judicial competente, as requisições formuladas pelo Conselho criado pelo art. 14, que se processarão em segredo de justiça.

§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, a identificação referida no inciso I deste artigo deverá abranger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus proprietários.

§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste artigo deverão ser conservados durante o período mínimo de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da transação, prazo este que poderá ser ampliado pela autoridade competente.

§ 3º O registro referido no inciso II deste artigo será efetuado também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com uma mesma pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela autoridade competente.

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Art. 10A. O Banco Central manterá registro centralizado formando o cadastro geral de correntistas e clientes de instituições financeiras, bem como de seus procuradores. (Incluído pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003)

CAPÍTULO VII

Da Comunicação de Operações Financeiras

Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:

I - dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se;

II - deverão comunicar, abstendo-se de dar aos clientes ciência de tal ato, no prazo de vinte e quatro horas, às autoridades competentes:

a) todas as transações constantes do inciso II do art. 10 que ultrapassarem limite fixado, para esse fim, pela mesma autoridade e na forma e condições por ela estabelecidas;

a) todas as transações constantes do inciso II do art. 10 que ultrapassarem limite fixado, para esse fim, pela mesma autoridade e na forma e condições por ela estabelecidas, devendo ser juntada a identificação a que se refere o inciso I do mesmo artigo; (Redação dada pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003)

b) a proposta ou a realização de transação prevista no inciso I deste artigo.

§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no inciso I deste artigo, elaborarão relação de operações que, por suas características, no que se refere às partes envolvidas, valores, forma de realização, instrumentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam configurar a hipótese nele prevista.

§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste artigo, não acarretarão responsabilidade civil ou administrativa.

§ 3º As pessoas para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador farão as comunicações mencionadas neste artigo ao Conselho de Controle das Atividades Financeiras - COAF e na forma por ele estabelecida.

CAPÍTULO VIII

Da Responsabilidade Administrativa

Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa pecuniária variável, de um por cento até o dobro do valor da operação, ou até duzentos por cento do lucro obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da operação, ou, ainda, multa de até R$ 200.000,00 (duzentos mil reais);

III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9º;

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IV - cassação da autorização para operação ou funcionamento.

§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do art. 10.

§ 2º A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9º, por negligência ou dolo:

I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, no prazo assinalado pela autoridade competente;

II – não realizarem a identificação ou o registro previstos nos incisos I e II do art. 10;

III - deixarem de atender, no prazo, a requisição formulada nos termos do inciso III do art. 10;

IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que se refere o art. 11.

§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas infrações graves quanto ao cumprimento das obrigações constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência específica, devidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas com multa.

§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência específica de infrações anteriormente punidas com a pena prevista no inciso III do caput deste artigo.

Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções previstas neste Capítulo será regulado por decreto, assegurados o contraditório e a ampla defesa.

CAPÍTULO IX

Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras

Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, com a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas nesta Lei, sem prejuízo da competência de outros órgãos e entidades.

§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas no art. 12.

§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca de informações que viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dissimulação de bens, direitos e valores.

§ 3o O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as informações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas. (Incluído pela Lei nº 10.701, de 9.7.2003)

Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.

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Art. 16. O COAF será composto por servidores públicos de reputação ilibada e reconhecida competência, designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Superintendência de Seguros Privados, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal, de órgão de inteligência do Poder Executivo, do Departamento de Polícia Federal e do Ministério das Relações Exteriores, atendendo, nesses três últimos casos, à indicação dos respectivos Ministros de Estado.

Art. 16. O COAF será composto por servidores públicos de reputação ilibada e reconhecida competência, designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre os integrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Superintendência de Seguros Privados, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal, de órgão de inteligência do Poder Executivo, do Departamento de Polícia Federal, do Ministério das Relações Exteriores e da Controladoria-Geral da União, atendendo, nesses quatro últimos casos, à indicação dos respectivos Ministros de Estado. (Redação dada pela Lei nº 10.683, de 28.5.2003)

§ 1º O Presidente do Conselho será nomeado pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de Estado da Fazenda.

§ 2º Das decisões do COAF relativas às aplicações de penas administrativas caberá recurso ao Ministro de Estado da Fazenda.

Art. 17. O COAF terá organização e funcionamento definidos em estatuto aprovado por decreto do Poder Executivo.

Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de março de 1998; 177º da Independência e 110º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Iris Rezende Luiz Felipe Lampreia Pedro Malan

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 4.3.1998

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CIRCULAR Nº 3461, DE 24 DE JULHO DE 2009

Consolida as regras sobre os procedimentos a serem adotados na prevenção e combate às atividades relacionadas com os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998.

A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil, em sessão realizada em 23 de julho de 2009, com base no disposto nos arts. 10, inciso IX, e 11, inciso VII, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de1964, 10 e 11 da Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e tendo em vista o disposto na Convenção Internacional para Supressão do Financiamento do Terrorismo, adotada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 9 de dezembro de 1999, promulgada por meio do Decreto nº 5.640, de 26 de dezembro de 2005,

D E C I D I U:

Art. 1º As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil devem implementar políticas e procedimentos internos de controle destinados a prevenir sua utilização na prática dos crimes de que trata a Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998.

§ 1º As políticas de que trata o caput devem:

I - especificar, em documento interno, as responsabilidades dos integrantes de cada nível hierárquico da instituição;

II - contemplar a coleta e registro de informações tempestivas sobre clientes, que permitam a identificação dos riscos de ocorrência da prática dos mencionados crimes;

III - definir os critérios e procedimentos para seleção, treinamento e acompanhamento da situação econômico-financeira dos empregados da instituição;

IV - incluir a análise prévia de novos produtos e serviços, sob a ótica da prevenção dos mencionados crimes;

V - ser aprovadas pelo conselho de administração ou, na sua ausência, pela diretoria da instituição;

VI - receber ampla divulgação interna.

§ 2º Os procedimentos de que trata o caput devem incluir medidas prévia e expressamente estabelecidas, que permitam:

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I - confirmar as informações cadastrais dos clientes e identificar os beneficiários finais das operações;

II - possibilitar a caracterização ou não de clientes como pessoas politicamente expostas.

§ 3º Para os fins desta circular, considera-se cliente eventual ou permanente qualquer pessoa natural ou jurídica com a qual seja mantido, respectivamente em caráter eventual ou permanente, relacionamento destinado à prestação de serviço financeiro ou à realização de operação financeira.

§ 4º Os procedimentos de que trata o caput devem ser reforçados para início de relacionamento com:

I - instituições financeiras, representantes ou correspondentes localizados no exterior, especialmente em países, territórios e dependências que não adotam procedimentos de registro e controle similares aos definidos nesta circular;

II - clientes cujo contato seja efetuado por meio eletrônico, mediante correspondentes no País ou por outros meios indiretos.

Manutenção de Informações Cadastrais Atualizadas

Art. 2º As instituições mencionadas no art. 1º devem coletar e manter atualizadas as informações cadastrais de seus clientes permanentes, incluindo, no mínimo:

I - as mesmas informações cadastrais solicitadas de depositantes previstas no art. 1º da Resolução nº 2.025, de 24 de novembro de 1993, com a redação dada pela Resolução nº 2.747, de 28de junho de 2000;

II - os valores de renda mensal e patrimônio, no caso de pessoas naturais, e de faturamento médio mensal dos doze meses anteriores, no caso de pessoas jurídicas;

III - declaração firmada sobre os propósitos e a natureza da relação de negócio com a instituição.

§ 1º As informações relativas a cliente pessoa natural devem abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-la.

§ 2º As informações cadastrais relativas a cliente pessoa jurídica devem abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-la, bem como a cadeia de participação societária, até alcançar a pessoa natural caracterizada como beneficiário final.

§ 3º Excetuam-se do disposto no § 2º as pessoas jurídicas constituídas sob a forma de companhia aberta ou entidade sem fins lucrativos, para as quais as

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informações cadastrais devem abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-las, bem como seus controladores, administradores e diretores, se houver.

§ 4º As informações cadastrais relativas a cliente fundo de investimento devem incluir a respectiva denominação, número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), bem como as informações de que trata o inciso I relativas às pessoas responsáveis por sua administração.

§ 5º As instituições mencionadas no art. 1º devem realizar testes de verificação, com periodicidade máxima de um ano, que assegurem a adequação dos dados cadastrais de seus clientes.

Art. 3º As instituições mencionadas no art. 1º devem obter as seguintes informações cadastrais de seus clientes eventuais, do proprietário e do destinatário dos recursos envolvidos na operação ou serviço financeiro:

I - quando pessoa natural, o nome completo, dados do documento de identificação (tipo, número, data de emissão e órgão expedidor) e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);

II - quando pessoa jurídica, a razão social e número de inscrição no CNPJ.

Parágrafo único. Admite-se o desenvolvimento de procedimento interno destinado à identificação de operações ou serviços financeiros eventuais que não apresentem risco de utilização para lavagem de dinheiro ou de financiamento ao terrorismo, para os quais é dispensada a exigência de obtenção das informações cadastrais de clientes, ressalvado o cumprimento do disposto no art. 12 desta circular.

Pessoas Politicamente Expostas

Art. 4º As instituições de que trata o art. 1º devem coletar de seus clientes permanentes informações que permitam caracterizá-los ou não como pessoas politicamente expostas e identificar a origem dos fundos envolvidos nas transações dos clientes assim caracterizados.

§ 1º Consideram-se pessoas politicamente expostas os agentes públicos que desempenham ou tenham desempenhado, nos últimos cinco anos, no Brasil ou em países, territórios e dependências estrangeiros, cargos, empregos ou funções públicas relevantes, assim como seus representantes, familiares e outras pessoas de seu relacionamento próximo.

§ 2º No caso de clientes brasileiros, devem ser abrangidos:

I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União;

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II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União:

a) de ministro de estado ou equiparado;

b) de natureza especial ou equivalente;

c) de presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de autarquias, fundações públicas, empresas públicas ou sociedades de economia mista;

d) do Grupo Direção e Assessoramento Superiores (DAS), nível 6, ou equivalentes;

III - os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores;

IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República, o Vice-Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral da Justiça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal;

V - os membros do Tribunal de Contas da União e o Procurador-Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União;

VI - os governadores de estado e do Distrito Federal, os presidentes de tribunal de justiça, de Assembléia e Câmara Legislativa, os presidentes de tribunal e de conselho de contas de Estado, de Municípios e do Distrito Federal;

VII - os prefeitos e presidentes de Câmara Municipal de capitais de Estados.

§ 3º No caso de clientes estrangeiros, para fins do disposto no caput, as instituições mencionadas no art. 1º devem adotar pelo menos uma das seguintes providências:

I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua classificação;

II - recorrer a informações publicamente disponíveis;

III - consultar bases de dados comerciais sobre pessoas politicamente expostas;

IV - considerar a definição constante do glossário dos termos utilizados no documento "As Quarenta Recomendações", do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), não aplicável a indivíduos em posições ou categorias intermediárias ou inferiores, segundo a qual uma pessoa politicamente exposta é aquela que exerce ou exerceu importantes funções públicas em um país estrangeiro, tais como, chefes de estado e de governo, políticos de alto nível, altos servidores dos

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poderes públicos, magistrados ou militares de alto nível, dirigentes de empresas públicas ou dirigentes de partidos políticos.

§ 4º O prazo de cinco anos referido no § 1º deve ser contado, retroativamente, a partir da data de início da relação de negócio ou da data em que o cliente passou a se enquadrar como pessoa politicamente exposta.

§ 5º Para efeito do § 1º são considerados familiares os parentes, na linha reta, até o primeiro grau, o cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a enteada.

§ 6º No caso de relação de negócio com cliente estrangeiro que também seja cliente de instituição estrangeira fiscalizada por entidade governamental assemelhada ao Banco Central do Brasil, admite-se que as providências em relação às pessoas politicamente expostas sejam adotadas pela instituição estrangeira, desde que assegurado ao Banco Central do Brasil o acesso aos respectivos dados e procedimentos adotados.

Início ou Prosseguimento de Relação de Negócio

Art. 5º As instituições de que trata o art. 1º somente devem iniciar relação de negócio de caráter permanente ou dar prosseguimento a relação dessa natureza já existente com o cliente se observadas as providências estabelecidas nos arts. 2º e 4º.

Registros de Serviços Financeiros e Operações Financeiras

Art. 6º As instituições de que trata o art. 1º devem manter registros de todos os serviços financeiros prestados e de todas as operações financeiras realizadas com os clientes ou em seu nome.

§ 1º No caso de movimentação de recursos por clientes permanentes, os registros devem conter informações consolidadas que permitam verificar:

I - a compatibilidade entre a movimentação de recursos e a atividade econômica e capacidade financeira do cliente;

II - a origem dos recursos movimentados;

III - os beneficiários finais das movimentações.

§ 2º O sistema de registro deve permitir a identificação:

I - das operações que, realizadas com uma mesma pessoa, conglomerado financeiro ou grupo, em um mesmo mês calendário, superem, por instituição ou entidade, em seu conjunto, o valor de R$10.000,00 (dez mil reais);

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II - das operações que, por sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação, controle e registro.

Registros de Depósitos em Cheque, Liquidação de Cheques Depositado sem Outra Instituição Financeira e da Utilização de Instrumentos de Transferência de Recursos

Art. 7º As instituições de que trata o art. 1º devem manter registros específicos das operações de transferência de recursos.

§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificação:

I - das operações referentes ao acolhimento em depósitos de Transferência Eletrônica Disponível (TED), de cheque, cheque administrativo, cheque ordem de pagamento e outros documentos compensáveis de mesma natureza, e à liquidação de cheques depositados em outra instituição financeira;

II - das emissões de cheque administrativo, de cheque ordem de pagamento, de ordem de pagamento, de Documento de Crédito (DOC),de TED e de outros instrumentos de transferência de recursos, quando de valor superior a R$1.000,00 (mil reais).

§ 2º Os registros de que trata o inciso I do § 1º efetuados por instituição depositária devem conter, no mínimo, os dados relativos ao valor e ao número do cheque depositado, o código de compensação da instituição sacada, os números da agência e da conta de depósitos sacadas e o número de inscrição no CPF ou no CNPJ do respectivo titular.

§ 3º Os registros de que trata o inciso I do § 1º efetuados por instituição sacada devem conter, no mínimo, os dados relativos ao valor e ao número do cheque, o código de compensação da instituição depositária, os números da agência e da conta de depósitos depositárias e o número de inscrição no CPF ou no CNPJ do respectivo titular, cabendo à instituição depositária fornecer à instituição sacada os dados relativos ao seu código de compensação e aos números da agência e da conta de depósitos depositárias.

§ 4º No caso de cheque utilizado em operação simultânea de saque e depósito na própria instituição sacada, com vistas à transferência de recursos da conta de depósitos do emitente para conta de depósitos de terceiros, os registros de que trata o inciso I do § 1º devem conter, no mínimo, os dados relativos ao valor e ao número do cheque sacado, bem como aos números das agências sacada e depositária e das respectivas contas de depósitos.

§ 5º Os registros de que trata o inciso II do § 1º devem conter, no mínimo, as seguintes informações:

I - o tipo e o número do documento emitido, a data da operação, o nome e o número de inscrição do adquirente ou remetente no CPF ou no CNPJ;

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II - quando pagos em cheque, o código de compensação da instituição, o número da agência e da conta de depósitos sacadas referentes ao cheque utilizado para o respectivo pagamento, inclusive no caso de cheque sacado contra a própria instituição emissora dos instrumentos referidos neste artigo;

III - no caso de DOC, o código de identificação da instituição destinatária no sistema de liquidação de transferência de fundos e os números da agência, da conta de depósitos depositária e o número de inscrição no CPF ou no CNPJ do respectivo titular;

IV - no caso de ordem de pagamento:

a) destinada a crédito em conta: os números da agência destinatária e da conta de depósitos depositária;

b) destinada a pagamento em espécie: os números da agência destinatária e de inscrição do beneficiário no CPF ou no CNPJ.

§ 6º Em se tratando de operações de transferência de recursos envolvendo pessoa física residente no exterior desobrigada de inscrição no CPF, na forma definida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), a identificação prevista no § 5º, incisos I e IV, alínea "b", pode ser efetuada pelo número do respectivo passaporte, complementada com a nacionalidade da referida pessoa e, quando for o caso, o organismo internacional de que seja representante para o exercício de funções específicas no País.

§ 7º A identificação prevista no § 5º, incisos I e IV,alínea "b", não se aplica às operações de transferência de recursos envolvendo pessoa jurídica com domicílio ou sede no exterior desobrigada de inscrição no CNPJ, na forma definida pela RFB.

Registros de Cartões Pré-Pagos

Art. 8º As instituições de que trata o art. 1º devem manter registros específicos da emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré-pagos.

§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificação da:

I - emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré-pagos, em montante acumulado igual ou superior a R$100.000,00 (cem mil reais) ou o equivalente em moeda estrangeira, no mês calendário;

II - emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago que apresente indícios de ocultação ou dissimulação da natureza, da origem, da localização, da disposição, da movimentação ou da propriedade de bens, direitos e valores.

§ 2º Para fins do disposto no caput, define-se cartão pré-pago como o cartão apto a receber carga ou recarga de valores em moeda nacional ou estrangeira

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oriundos de pagamento em espécie, de operação cambial ou de transferência a débito de contas de depósito.

§ 3º Os registros das ocorrências de que tratam os incisos I e II do § 1º devem conter as seguintes informações:

I - o nome ou razão social e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ da pessoa natural ou jurídica responsável pela emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago, no caso de emissão ou recarga efetuada por residente ou domiciliado no País;

II - o nome, o número do passaporte e o respectivo país emissor, no caso de emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago efetuada por pessoa natural não residente no País ou domiciliada no exterior;

III - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF da pessoa natural a quem se destina o cartão pré-pago;

IV - a identificação das instituições, das agências e das contas de depósito ou de poupança debitadas, os nomes dos titulares das contas e respectivos números de inscrição no CPF, no caso de emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago oriundos de transferências a débito de contas de depósito ou de poupança tituladas por pessoas naturais;

V - a identificação das instituições, das agências e das contas de depósito ou de poupança debitadas, os nomes dos titulares das contas e respectivos números de inscrição no CNPJ, bem como os nomes das pessoas naturais autorizadas a movimentá-las e respectivos números de inscrição no CPF, no caso de emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago oriundos de transferências a débito de contas de depósito ou de poupança tituladas por pessoas jurídicas;

VI - a data e o valor de cada emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago;

VII - o propósito da emissão do cartão pré-pago; VIII - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF das pessoas naturais que representem as pessoas jurídicas responsáveis pela emissão ou recarga de valores em cartão pré-pago.

Registros de Movimentação Superior a R$100.000,00 em Espécie

Art. 9º Os bancos comerciais, a Caixa Econômica Federal, os bancos múltiplos com carteira comercial ou de crédito imobiliário, as sociedades de crédito imobiliário, as sociedades de poupança e empréstimo e as cooperativas de crédito devem manter registros específicos das operações de depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré-pago ou pedido de provisionamento para saque.

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§ 1º O sistema de registro deve permitir a identificação de:

I - depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré-pago ou pedido de provisionamento para saque, de valor igual ou superior a R$100.000,00 (cem mil reais);

II - depósito em espécie, saque em espécie, saque em espécie por meio de cartão pré-pago ou pedido de provisionamento para saque, que apresente indícios de ocultação ou dissimulação da natureza, da origem, da localização, da disposição, da movimentação ou da propriedade de bens, direitos e valores;

III - emissão de cheque administrativo, TED ou de qualquer outro instrumento de transferência de fundos contra pagamento em espécie, de valor igual ou superior a R$100.000,00 (cem mil reais).

§ 2º Os registros de que trata o caput devem conter as informações abaixo indicadas:

I - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, do proprietário ou beneficiário dos recursos e da pessoa que efetuar o depósito, o saque em espécie ou o pedido de provisionamento para saque;

II - o tipo e o número do documento, o número da instituição, da agência e da conta corrente de depósitos à vista ou da conta de poupança a que se destinam os valores ou de onde o valor será sacado, conforme o caso;

III - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, dos titulares das contas referidas no inciso II, se na mesma instituição;

IV - o nome e o respectivo número de inscrição no CPF, no caso de saque em espécie por meio de cartão pré-pago cujo portador seja residente ou domiciliado no País;

V - o nome e o número do passaporte e o respectivo país emissor, no caso de saque em espécie por meio de cartão pré-pago cujo portador seja não residente no País ou domiciliado no exterior;

VI - a data e o valor do depósito, do saque em espécie, do saque em espécie por meio de cartão pré-pago ou do provisionamento para saque.

Especial Atenção

Art. 10. As instituições de que trata o art. 1º devem dispensar especial atenção a:

I - operações ou propostas cujas características, no que se refere às partes envolvidas, valores, formas de realização e instrumentos utilizados, ou que,

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pela falta de fundamento econômico ou legal, indiquem risco de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998, ou com eles relacionados;

II - propostas de início de relacionamento e operações com pessoas politicamente expostas de nacionalidade brasileira e as oriundas de países com os quais o Brasil possua elevado número de transações financeiras e comerciais, fronteiras comuns ou proximidade étnica, linguística ou política;

III - indícios de burla aos procedimentos de identificação e registro estabelecidos nesta circular;

IV - clientes e operações em que não seja possível identificar o beneficiário final;

V - transações com clientes oriundos de países que aplicam insuficientemente as recomendações do Gafi, conforme informações divulgadas pelo Banco Central do Brasil;

VI - situações em que não seja possível manter atualizadas as informações cadastrais de seus clientes.

§ 1º A expressão "especial atenção" inclui os seguintes procedimentos:

I - monitoramento reforçado, mediante a adoção de procedimentos mais rigorosos para a apuração de situações suspeitas;

II - análise com vistas à verificação da necessidade das comunicações de que tratam os arts. 12 e 13;

III - avaliação da alta gerência quanto ao interesse no início ou manutenção do relacionamento com o cliente.

§ 2º Considera-se alta gerência qualquer detentor de cargo ou função de nível hierárquico superior ao daquele ordinariamente responsável pela autorização do relacionamento com o cliente.

Manutenção de Informações e Registros

Art. 11. As informações e registros de que trata esta circular devem ser mantidos e conservados durante os seguintes períodos mínimos, contados a partir do primeiro dia do ano seguinte ao do término do relacionamento com o cliente permanente ou da conclusão das operações:

I - 10 (dez) anos, para as informações e registros de que trata o art. 7º; II - 5 (cinco) anos, para as informações e registros de que tratam os arts. 6º, 8º e 9º.

Parágrafo único. As informações de que trata o art. 2º devem ser mantidas e conservadas juntamente com o nome da pessoa incumbida da atualização

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cadastral, o nome do gerente responsável pela conferência e confirmação das informações prestadas e a data de início do relacionamento com o cliente permanente.

Comunicações ao Coaf

Art. 12. As instituições de que trata o art. 1º devem comunicar ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na forma determinada pelo Banco Central do Brasil:

I - as ocorrências de que trata o art. 8º, § 1º, inciso I, no prazo de até 5 (cinco) dias úteis após o encerramento do mês calendário;

II - as ocorrências de que trata o art. 9º, § 1º, incisos I e III, na data da operação.

Parágrafo único. Devem também ser comunicadas ao Coaf as propostas de realização das operações de que trata o caput.

Art. 13. As instituições de que trata o art. 1º devem comunicar ao Coaf, na forma determinada pelo Banco Central do Brasil:

I - as operações realizadas ou serviços prestados cujo valor seja igual ou superior a R$10.000,00 (dez mil reais) e que, considerando as partes envolvidas, os valores, as formas de realização, os instrumentos utilizados ou a falta de fundamento econômico ou legal, possam configurar a existência de indícios dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998;

II - as operações realizadas ou serviços prestados que, por sua habitualidade, valor ou forma, configurem artifício que objetive burlar os mecanismos de identificação, controle e registro;

III - as operações realizadas ou os serviços prestados, qualquer que seja o valor, a pessoas que reconhecidamente tenham perpetrado ou intentado perpetrar atos terroristas ou neles participado ou facilitado o seu cometimento, bem como a existência de recursos pertencentes ou por eles controlados direta ou indiretamente;

IV - os atos suspeitos de financiamento do terrorismo.

§ 1º O disposto no inciso III aplica-se também às entidades pertencentes ou controladas, direta ou indiretamente, pelas pessoas ali mencionadas, bem como por pessoas e entidades atuando em seu nome ou sob seu comando.

§ 2º As comunicações das ocorrências de que tratam os incisos III e IV devem ser realizadas até o dia útil seguinte àquele em que verificadas.

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§ 3º Devem também ser comunicadas ao Coaf as propostas de realização das operações e atos descritos nos incisos I a IV.

Art. 14. As comunicações de que tratam os arts. 12 e 13 deverão ser efetuadas sem que seja dada ciência aos envolvidos.

§ 1º As comunicações relativas a cliente identificado como pessoa politicamente exposta devem incluir especificamente essa informação.

§ 2º A alteração ou o cancelamento de comunicação efetuados após o quinto dia útil seguinte ao da sua inclusão devem ser acompanhados de justificativa da ocorrência.

Art. 15. As comunicações de que tratam os arts. 12 e 13 relativas a instituições integrantes de conglomerado financeiro e a instituições associadas a sistemas cooperativos de crédito podem ser efetuadas, respectivamente, pela instituição líder do conglomerado econômico e pela cooperativa central de crédito.

Art. 16. As instituições de que trata o art. 1º devem manter, pelo prazo de 5 (cinco) anos, os documentos relativos às análises de operações ou propostas que fundamentaram a decisão de efetuar ou não as comunicações de que tratam os arts. 12 e 13.

Procedimentos Internos de Controle

Art. 17. O Banco Central do Brasil aplicará, cumulativamente ou não, as sanções previstas no art. 12 da Lei nº 9.613, de 1998, na forma estabelecida no Decreto nº 2.799, de 8 de outubro de 1998, às instituições mencionadas no art. 1º, bem como aos seus administradores, que deixarem de cumprir as obrigações estabelecidas nesta circular.

Art. 18. As instituições de que trata o art. 1º devem indicar ao Banco Central do Brasil diretor responsável pela implementação e cumprimento das medidas estabelecidas nesta circular, bem como pelas comunicações de que tratam os arts. 12 e 13.

§ 1º Para fins da responsabilidade de que trata o caput, admite-se que o diretor indicado desempenhe outras funções na instituição, exceto a relativa à administração de recursos de terceiros.

§ 2º No caso de conglomerados financeiros, admite-se a indicação de um diretor responsável pela implementação e cumprimento das medidas estabelecidas nesta circular, bem como pelas comunicações referentes às respectivas instituições integrantes.

Art. 19. O Banco Central do Brasil divulgará:

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I - os procedimentos para efetuar as comunicações de que tratam os arts. 12 e 13;

II - operações e situações que podem configurar indício de ocorrência dos crimes previstos na Lei nº 9.613, de 1998;

III - situações exemplificativas de relacionamento próximo, para fins do disposto no art. 4º.

Art. 20. A atualização das informações cadastrais relativas a clientes permanentes cujos relacionamentos tenham sido iniciados antes da entrada em vigor desta circular deve ser efetuada em conformidade com os testes de verificação de que trata o § 5º do art. 2º.

Art. 21. Esta circular entra em vigor na data de sua publicação, surtindo efeitos 30 (trinta) dias após a data de publicação para os relacionamentos com clientes permanentes ou eventuais estabelecidos a partir dessa data.

Art. 22. Ficam revogadas as Circulares ns. 2.852, de 3 de dezembro de 1998, 3.339, de 22 de dezembro de 2006, e 3.422, de 27 de novembro de 2008, e os arts. 1º e 2º da Circular nº 3.290, de 5 de setembro de 2005.

Brasília, 24 de julho de 2009.

Alexandre Antonio Tombini Alvir Alberto Hoffmann

Diretores

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RESOLUÇÃO 2.747 de 28 de junho de 2000

Altera normas relativas a abertura e ao encerramento de contas de depósitos, a tarifas de serviços e ao cheque.

O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9. da Lei n. 4.595, de 31 de dezembro de 1964, torna publico que o CONSELHO MONETARIO NACIONAL, em sessão realizada em 28 de junho de 2000, com base nos arts. 3., inciso V, e 4., incisos VIII eIX, da referida Lei, e tendo em vista o disposto no art. 69 da Lei n. 7.357, de 2 de fevereiro de 1985,

RESOLVEU:

Art. 1. Alterar os arts. 1., 2. e 12 da Resolução n. 2.025, de 24 de novembro de 1993, que passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1. Para abertura de conta de depósitos e obrigatória a completa identificação do depositante, mediante preenchimento de ficha-proposta contendo, no mínimo, as seguintes informações, que deverão ser mantidas atualizadas pela instituição financeira: (NR)

I - qualificação do depositante:

a) pessoas físicas: nome completo, filiação, nacionalidade, data e local do nascimento, sexo, estado civil, nome do cônjuge, se casado, profissão, documento de Identificação (tipo, numero, data de emissão e órgão expedidor) e numero de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF;

b) pessoas jurídicas: razão social, atividade principal, forma e data de constituição, documentos, contendo as informações referidas na alínea anterior, que qualifiquem e autorizem os representantes, mandatários ou prepostos a movimentar a conta, numero de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ e atos constitutivos, devidamente registrados, na forma da lei, na autoridade competente; (NR)

II – endereços, residencial e comercial completos; (NR)

III - numero do telefone e código DDD;

IV - fontes de referencia consultadas;

V - data da abertura da conta e respectivo número;

VI - assinatura do depositante.

Parágrafo 1. Se a conta de depósitos for titulada por menor ou por pessoa incapaz, alem de sua qualificação, também devera ser identificado o responsável que o assistir ou o representar.

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Parágrafo 2. Nos casos de isenção de CPF e de CNPJ previstos na legislação em vigor, devera esse fato ser registrado no campo da ficha-proposta destinado a essas informações." (NR)

"Art. 2. A ficha-proposta relativa a conta de depósitos a vista devera conter, ainda, clausulas tratando, entre outros, dos seguintes assuntos:

I - saldo exigido para manutenção da conta; (NR)

II - condições estipuladas para fornecimento de talonário de cheques;

III - revogado;

IV - obrigatoriedade de comunicação, devidamente formalizada pelo depositante, sobre qualquer alteração nos dados cadastrais e nos documentos referidos no art. 1. desta Resolução; (NR)

V - inclusão do nome do depositante no Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), nos termos da regulamentação em vigor, no caso de emissão de cheques sem fundos, com a devolução dos cheques em poder do depositante a instituição financeira; (NR)

VI - informação de que os cheques liquidados, uma vez micro - filmados, poderão ser destruídos; (NR)

VII - procedimentos a serem observados com vistas ao encerramento da conta de depósitos, respeitado o disposto no art. 12 desta Resolução. (NR)

Parágrafo único. Revogado."

"Art. 12. Cabe a instituição financeira esclarecer ao depositante acerca das condições exigidas para a rescisão do contrato de conta de depósitos a vista por iniciativa de qualquer das partes, devendo ser incluídas na ficha-proposta as seguintes disposições mínimas: (NR)

I - comunicação previa, por escrito, da intenção de rescindir o contrato; (NR)

II - prazo para adoção das providencias relacionadas a rescisão do contrato; (NR)

III - devolução, a instituição financeira, das folhas de cheque em poder do correntista, ou de apresentação de declaração, por esse ultimo, de que as inutilizou; (NR)

IV - manutenção de fundos suficientes, por parte do correntista, para o pagamento de compromissos assumidos com a instituição financeira ou decorrentes de disposições legais; (NR)

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V - expedição de aviso da instituição financeira ao correntista, admitida a utilização de meio eletrônico, com a data do efetivo encerramento da conta de depósitos a vista. (NR)

Parágrafo 1. A instituição financeira deve manter registro da ocorrência relativa ao encerramento da conta de depósitos a vista. (NR)

Parágrafo 2. O pedido de encerramento de conta de depósitos deve ser acatado mesmo na hipótese de existência de cheques sustados, revogados ou cancelados por qualquer causa, os quais, se apresentados dentro do prazo de prescrição, deverão ser devolvidos pelos respectivos motivos, mesmo após o encerramento da conta, não eximindo o emitente de suas obrigações legais." (NR)

Parágrafo único. Fica estabelecido prazo, ate 28 de setembro de 2000, para adequação dos procedimentos relacionados a abertura, manutenção e encerramento de contas de depósitos, em decorrência do disposto neste artigo.

Art. 2. Fica alterado o art. 1. da Resolução n. 2.303, de 25 de julho de 1996, que passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1. Vedar as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil a cobrança de remuneração pela prestação dos seguintes serviços:

I - fornecimento de cartão magnético ou, alternativamente, a critério do correntista, de um talonário de cheques com, pelo menos, dez folhas, por mês, facultada a instituição financeira a prerrogativa de suspender o fornecimento de novos talonários de cheques quando: (NR)

a) vinte ou mais folhas de cheque, já fornecidas ao correntista, ainda nao tiverem sido liquidadas; ou (NR)

b) nao tiverem sido liquidadas 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, das folhas de cheque fornecidas ao correntista nos últimos três meses; (NR)

II - substituição do cartão magnético referido no inciso anterior, exceto nos casos de pedidos de reposição formulados pelo correntista decorrentes de perda, roubo, danificação e outros motivos não imputáveis a instituição emitente;

III - expedição de documentos destinados a liberação de garantias de qualquer natureza, inclusive por parte de administradoras de consorcio; (NR)

IV - devolução de cheques pelo Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papeis (SCCOP), exceto por insuficiência de fundos, hipótese em que a cobrança somente poderá recair sobre o emitente do cheque; (NR)

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V - manutenção de contas de depósitos de poupança, a ordem do poder judiciário, e de depósitos em consignação de pagamento de que trata a Lei n. 8.951, de 13 de dezembro de 1994; (NR)

VI - fornecimento de um extrato mensal contendo toda a movimentação do mesmo.

Parágrafo 1. A vedação a cobrança de remuneração pela manutenção de contas de poupança não se aplica aquelas:

I - cujo saldo seja igual ou inferior a R$ 20,00 (vinte reais); e

II - que nao apresentem registros de depósitos ou saques, pelo período de seis meses. (NR)

Parágrafo 2. Na ocorrência das hipóteses de que trata o Parágrafo 1., a cobrança de remuneração somente poderá ocorrer após o lançamento dos rendimentos de cada período, limitada ao maior dos seguintes valores:

I - o correspondente a 30% (trinta por cento) do saldo existente em cada mês;

II - R$ 4,00 (quatro reais) ou o saldo existente, quando inferior a esse valor.

Parágrafo 3. Os serviços mencionados neste artigo são de caráter obrigatório, observadas as características operacionais de cada tipo de instituição financeira e, quanto ao fornecimento de talonário de cheques, as condições estabelecidas na ficha-proposta relativa a conta de depósitos a vista." (NR)

Art. 3. A sustação (oposição) e a contra-ordem (revogação) somente se aplicam aos cheques com as características formais previstas em lei, não sendo aplicáveis as folhas de cheques em branco roubadas, furtadas ou extraviadas, as quais devem ser objeto de cancelamento por parte da instituição financeira.

Parágrafo 1. Para a efetivação de sustação e de contra-ordem de cheques, as instituições financeiras que operam na captação de depósitos a vista devem exigir, na forma da lei, solicitação escrita do interessado, com justificativa fundada em relevante razão de direito, não cabendo a instituição examinar o mérito ou a relevância da justificativa.

Parágrafo 2. Para a efetivação de cancelamento de cheques já entregues ao correntista, a instituição financeira deve receber solicitação desse ultimo, com declaração do motivo.

Parágrafo 3. As solicitações de sustação, de contra-ordem e de cancelamento de cheques devem subordinar-se a identificação do interessado, consignada mediante assinatura em documento escrito, senha eletrônica ou dispositivo passível de ser utilizado como prova para fins legais.

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Parágrafo 4. Admite-se que as solicitações de sustação, de contra-ordem e de cancelamento de cheques sejam realizadas em caráter provisório, por comunicação telefônica ou por meio eletrônico, hipótese em que seu acatamento será mantido pelo prazo máximo de dois dias úteis, após o que, caso nao confirmadas nos termos dos Parágrafo 1. a 3., deverão ser consideradas inexistentes pela instituição financeira.

Parágrafo 5. O cheques devolvidos por motivos de sustação, de contra-ordem e de cancelamento, uma vez reapresentados, devem ter curso normal, verificadas, conforme o caso, as seguintes condições:

I - levantamento da sustação ou da contra-ordem por parte do oponente ou do emitente;

II - não - confirmação da solicitação provisória de sustação ou de contra-ordem, nos termos do Parágrafo 4.;

III - não - confirmação da solicitação provisória de cancelamento, nos termos do Parágrafo 4., desde que comprovada a autenticidade da assinatura do emitente.

Art. 4. E vedada a cobrança de tarifas a titulo de renovação de sustação, de contra ordem e de cancelamento de cheques, que, uma vez realizados, mediante o correspondente pedido nos termos da legislação e regulamentação em vigor, devem produzir os respectivos efeitos legais sem prazo predeterminado.

Art. 5. Fica o Banco Central do Brasil autorizado a baixar as normas e a adotar as medidas necessárias a execução do disposto nesta Resolução.

Art. 6. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7. Fica revogado o art. 2. da Resolução n. 2.537, de 26 de agosto de 1998.

Brasília, 28 de junho de 2000

Luiz Fernando Figueiredo

Presidente Substituto

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CARTA-CIRCULAR BACEN 3.409

Divulga instruções para as comunicações previstas nos artigos 12 e 13 da Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009.

Tendo em vista o disposto no inciso I do art. 19 da Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009, informamos que as comunicações previstas nos arts. 12 e 13 da referida circular devem ser efetuadas por meio da transação PCAF500, do Sistema de Informações Banco Central (Sisbacen), com observância das instruções divulgadas pela Carta-Circular nº 3.151, de 1º de dezembro de 2004, cujos dispositivos ficam alterados da seguinte forma: I - as referências à Carta-Circular nº 3.098, de 11 de junho de 2003, passam a tratar das comunicações estabelecidas no art. 12 da Circular nº 3.461, de 2009;

II - as referências à Circular nº 2.852, de 3 de dezembro de 1998, passam a tratar das comunicações estabelecidas no art. 13 da Circular nº 3.461, de 2009.

2. As ocorrências de emissão ou recarga de valores em um ou mais cartões pré-pagos de que trata o art. 8º, § 1º, inciso I, da Circular nº 3.461, de 2009, devem ser comunicadas por meio da opção 21 da transação PCAF500, observado que:

I - as operações de emissão de cartões pré-pagos devem ser informadas sob o código 81;

II - as operações de recarga de cartões pré-pagos devem ser informadas sob o código 82.

3. A partir de 14 de setembro de 2009, as comunicações previstas nos arts. 12 e 13 da Circular nº 3.461, de 2009, serão efetuadas por meio do Sistema de Controle de Atividades Financeiras (Siscoaf), quando a transação PCAF500 será descontinuada.

4. Desse modo, o diretor responsável indicado em conformidade com o art. 18 da Circular nº 3.461, de 2009, deve adotar, com a máxima urgência, as medidas necessárias para o cadastramento de que trata a Carta-Circular nº 3.405, de 8 de julho de 2009.

5. Fica revogada a Carta-Circular nº 3.098, de 2003.

6. Esta Carta-Circular entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 12 de agosto de 2009.

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Departamento de Prevenção a Ilícitos Financeiros e de Atendimento de Demandas de Informações do Sistema Financeiro - Ricardo Liáo

Departamento de Tecnologia da Informação José Antônio Eirado Neto

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CARTA-CIRCULAR BACEN 3.430

Esclarece aspectos relacionados à prevenção e combate às atividades relacionadas com os crimes previstos na Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, tratados na Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009.

Para fins do disposto no § 3º do art. 1º da Circular nº 3.461, de 24 de julho de 2009, são exemplos de serviços ou operações financeiras que acarretam o enquadramento do cliente como permanente:

I - manutenção de conta de depósitos ou de aplicação financeira;

II - operação de crédito em geral;

III - aquisição de cotas de consórcio;

IV - operação de arrendamento mercantil;

V - aluguel de cofre;

VI - custódia de valores; e

VII - titularidade de cartão, vinculado ou não a conta corrente ou a operação de crédito.

2. Para fins do disposto no § 3º do art. 1º da Circular nº 3.461, de 2009, são exemplos de serviços ou operações financeiras que podem acarretar o enquadramento de clientes como eventuais:

I - operação de saque ou de depósito em conta de terceiros; II - pagamento de bloquetos de cobrança, de títulos, de convênios ou assemelhados; III - pagamento de salários, proventos, soldos, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares na forma da Resolução nº 3.402, de 6 de setembro de 2006; e

IV - co-titularidade de cartão, incluídos os portadores ou os dependentes, vinculado ou não a conta corrente ou a operação de crédito. 3. Para os exemplos citados no parágrafo 2, o cliente só pode ser considerado eventual na medida em que suas operações apresentem baixo risco de utilização para lavagem de dinheiro ou para financiamento ao terrorismo, considerando as partes envolvidas, os valores, as formas de realização e os instrumentos utilizados ou o fundamento econômico ou legal.

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4. A declaração de propósitos citada no inciso III do art. 2º da Circular nº 3.461, de 2009, deve expressar o entendimento do cliente quanto aos propósitos e à natureza da relação de negócio com a instituição.

5. Para fins de cumprimento do § 2º do art. 2º da Circular nº 3.461, de 2009, devem ser reunidas informações que permitam conhecer a estrutura de propriedade e controle, identificando a cadeia de controle societário até a(s) pessoa(s) natural(is) que detém(êm), em última instância, o controle sobre a pessoa jurídica cliente.

Conhecida a estrutura de propriedade e controle, devem ser coletadas e mantidas atualizadas informações cadastrais daquelas pessoas que detêm poder para induzir, influenciar, utilizar ou se beneficiar da pessoa jurídica cliente para práticas de lavagem de dinheiro ou de financiamento ao terrorismo. 6. Os testes citados no § 5º do art. 2º da Circular nº 3.461, de 2009, devem ser definidos pela própria instituição, de acordo com o perfil das operações, a diversidade de sua base de clientes, a localização geográfica e outras variáveis relacionadas ao risco de utilização da instituição para fins de lavagem de dinheiro ou de financiamento ao terrorismo. Os resultados dos testes devem ser utilizados para direcionar o processo de atualização cadastral e de melhoria da adequação dos dados cadastrais dos clientes da instituição.

7. Para fins do disposto no § 1º do art. 4º da Circular nº 3.461, de 2009, são exemplos de situações que caracterizam relacionamento próximo e acarretam o enquadramento de cliente permanente como pessoa politicamente exposta:

I - constituição de pessoa politicamente exposta como procurador ou preposto; II - controle, direto ou indireto, por pessoa politicamente exposta, no caso de cliente pessoa jurídica; e

III - movimentação habitual de recursos financeiros de ou para pessoa politicamente exposta cliente da instituição, não justificada por eventos econômicos, como a aquisição de bens ou a prestação de serviços.

8. Os registros de que trata o art. 6º da Circular nº 3.461, de 2009, incluem as informações cadastrais definidas nos arts. 2º e 3º, devendo ser observado o prazo de 5 (cinco) anos para a manutenção dessas informações, conforme o inciso II do art. 11 da mesma circular.

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9. Não se aplica às administradoras de consórcio a restrição estabelecida no § 1º do art. 18 da Circular nº 3.461, de 2009, relativa à administração de recursos de terceiros por parte do diretor indicado ao Banco Central do Brasil. 10. O diretor indicado na forma prevista no art. 18 da Circular nº 3.461, de 2009, é responsável, junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), pela manutenção do cadastro de pessoas autorizadas pela própria instituição a utilizar o Siscoaf, em todos os níveis de acesso, observado que qualquer alteração deve ser comunicada imediatamente ao Coaf.

11. Esta carta-circular entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 11 de fevereiro de 2010.

Departamento de Prevenção a Ilícitos Financeiros e de Atendimento de Demandas de Informações do Sistema Financeiro Ricardo Liáo Chefe

Departamento de Normas do Sistema Financeiro Anselmo Pereira Araújo Netto Chefe, substituto

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LEI Nº 7.492 - DE 16 DE JUNHO DE 1986 - DOU DE 18/6/86 –Lei do Colarinho Branco

Define os crimes contra o sistema financeiro nacional, e dá outras providências

O Presidente da República. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta Lei, a pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal a acessório, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (vetado) de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão , distribuição ,negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários. Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira: I – pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros; II – a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste artigo, ainda que de forma eventual. Dos Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional Art. 2º Imprimir, reproduzir ou, de qualquer modo, fabricar ou por em circulação, sem autorização escrita da sociedade emissora, certificado, cautela ou outro documento representativo de título ou valor mobiliário: Pena: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 3º Divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta sobre instituição financeira: Pena: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição financeira: Pena: reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa. Parágrafo único. Se a gestão é temerária: Pena: reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

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Art. 5º Apropriar-se, quaisquer das pessoas mencionadas no artigo 25 desta Lei, de dinheiro, título, valor ou qualquer outro bem móvel de que tem a posse, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio: Pena: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena qualquer das pessoas mencionadas no artigo 25 desta Lei, que negociar direito, título ou qualquer outro bem móvel ou imóvel de que tem a posse, sem autorização de quem de direito. Art. 6º Induzir ou manter em erro, sócio, investidor ou repartição pública competente, relativamente à operação sou situação financeira, sonegando-lhe informação ou prestando-as falsamente: Pena: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 7º Emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou valores mobiliários: I – falsos ou falsificados:; II – sem registro prévio de emissão junto à autoridade competente, em condições divergentes das constantes do registro ou irregularmente registrados; III – sem lastro ou garantia suficientes, nos termos da legislação; IV – sem autorização prévia da autoridade competente, quando legalmente exigida: Pena: reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. Art. 8º Exigir, em desacordo com a legislação (vetado) juro, comissão ou qualquer tipo de remuneração sobre operação de crédito ou de seguro, administração de fundo mútuo ou fiscal ou de consórcio, serviço de corretagem ou distribuição de títulos ou valores mobiliários: Art. 9º Fraudar a fiscalização ou o investidor, inserindo ou fazendo inserir, em documento comprobatório de investimento em títulos ou valores mobiliários, declaração falsa ou diversa da que dele deveria constar: Pena: reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. Art. 10. Fazer inserir elemento falso ou omitir elemento exigido pela legislação, em demonstrativos contábeis de instituição financeira, seguradora ou instituição integrante do sistema de distribuição de títulos

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de valores mobiliários: Pena: reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. Art. 11. Manter ou movimentar recurso ou valor paralelamente à contabilidade exigida pela legislação: Pena: reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. Art. 12. Deixar, o ex-administrador de instituição financeira, de apresentar, ao interventor, liquidante, ou síndico, nos prazos e condições estabelecidas em lei as Informações, declarações ou documentos de sua responsabilidade: Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (cinco) anos, e multa. Art. 13. Desviar (vetado) bem alcançado pela indisponibilidade legal resultante de intervenção, liquidação extrajudicial ou falência de instituição financeira: Pena: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre o interventor, o liquidante ou o síndico que se apropriar de bem abrangido pelo “caput” deste artigo, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio. Art. 14. Apresentar, em liquidação extrajudicial, ou em falência de instituição financeira, declaração de crédito ou reclamação falsa, ou juntar a elas título falso ou simulado: Pena: reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre o ex-administrador ou falido que reconhecer, como verdadeiro, crédito que não o seja. Art. 15. Manifestar-se falsamente o interventor, o liquidante ou o síndico, (vetado) a respeito de assunto relativo à intervenção, liquidação extrajudicial ou falência de instituição financeira: Pena: reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. Art. 16. Fazer operar, sem a devida autorização, ou com autorização obtida mediante declaração (vetado) falsa, instituição financeira, inclusive de distribuição de valores mobiliários ou de câmbio; Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 17. Tomar ou receber, qualquer das pessoas mencionadas no artigo

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de 25 desta Lei, direta ou indiretamente, empréstimo ou adiantamento, ou deferi-lo a controlador, a administrador, a membro de conselho estatutário, aos respectivos cônjuges, aos ascendentes ou descendentes, a parentes na linha colateral até o segundo grau, consagüíneos ou afins, ou a sociedade cujo controle seja por ela exercido, indireta ou indiretamente, ou por qualquer dessas pessoas: Pena: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: I – em nome próprio, como controlador ou na condição de administrador da sociedade, conceder ou receber adiantamento de honorários, remuneração, salário ou qualquer outro pagamento, nas condições referidas neste artigo; II – de forma disfarçada, promover a distribuição ou receber lucros de instituição financeira. Art. 18. Violar sigilo de operação ou de serviço prestado por instituição financeira ou integrante do sistema de distribuição de títulos mobiliários de que tenha conhecimento, em razão de ofício: Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 19. Obter, mediante fraude, financiamento em instituição financeira: Pena: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é cometido em detrimento de instituição financeira oficial ou por ela credenciada para o repasse de financiamento. Art. 20. Aplicar, em finalidade diversa da prevista em lei ou contrato, recursos provenientes e financiamento concedido por instituição financeira oficial ou por instituição credenciada para repassá-lo: Pena: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Art. 21. Atribuir-se, ou atribuir a terceiro, falsa identidade, para realização de operação de câmbio: Pena: detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, para o mesmo fim, sonega informação que devia prestar ou presta informação falsa. Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de

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promover evasão de divisas do País: Pena: reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena que, a qualquer título, promove, sem autorização legal , a saída de moeda ou divisa para o exterior, ou nele mantiver depósitos não declarado à repartição federal competente. Art. 23. Omitir, retardar ou praticar, o funcionário público, contra disposição expressa de lei, ato de ofício necessário ao regular funcionamento de sistema financeiro nacional, bem como a preservação dos interesses e valores de ordem econômico-financeira: Pena: reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Art. 24. (Vetado). Da Aplicação e do Procedimento Criminal Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta Lei, o controlador e os administradores de instituição financeira, assim considerados os diretores, gerentes (vetado). Parágrafo único. Equiparam-se aos administradores de instituição financeira (vetado) o interventor, o liquidante ou o síndico. Art. 26. A ação penal, nos crimes previstos nesta Lei, será promovida pelo Ministério Público Federal, perante a Justiça Federal. Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no artigo 268 do Código de Processo Penal, aprovado Pelo Decreto-Lei nº 3.689 (1), de 3 de outubro de 1941, será admitida a assistência da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, quando o crime tiver sido praticado no âmbito de atividade sujeita à disciplina e à fiscalização dessa autarquia, e do Banco Central do Brasil quando, fora daquela hipótese, houver sido cometido na órbita de atividade sujeita à sua disciplina e fiscalização. Art. 27. Quando a denúncia não for intentada no prazo legal, o ofendido poderá representar ao Procurador-Geral da República, para que este a ofereça, designe outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou determine o arquivamento das peças de informação recebidas. Art. 28. Quando, no exercício de suas atribuições legais, o Banco Central do Brasil ou a Comissão de valores Mobiliários – CVM, verificar a ocorrência de crime previsto nesta Lei, disso deverá informar ao Ministério Público Federal, enviando-lhe os documentos necessários para comprovação do fato.

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Parágrafo único. A conduta de que rata este artigo será observada pelo interventor, liquidante ou síndico que, no curso de intervenção ,liquidação extra-judicial ou falência, verificar a ocorrência de crime de que trata esta Lei. Art. 29. O órgão do Ministério Público Federal, sempre que julgar necessário, poderá requisitar, a qualquer autoridade, informação, documento ou diligência relativa à prova dos crimes previstos nesta Lei. Parágrafo único. O sigilo dos serviços e operações financeiras não pode ser invocado como óbice ao atendimento da requisição prevista no “caput” deste artigo. Art. 30. Sem prejuízo do disposto no artigo 312 do Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, a prisão preventiva do acusado da prática de crime previsto nesta Lei poderá ser decretada em razão da magnitude da lesão causada (vetado). Art. 31. Nos crimes previstos nesta Lei e punidos com pena de reclusão, o réu não poderá prestar fiança, nem apelar antes de ser recolhido à prisão, ainda que primário e de bons antecedentes, se estiver configurada situação que autoriza a prisão preventiva. Art. 32. (Vetado). § 1º (Vetado). § 2º (Vetado). § 3º (Vetado). Art. 33. Na fixação da pena de multa relativa aos crimes previstos nesta Lei, o limite a que ser refere o § 1º, do artigo 49, do Código Penal, aprovado pelo Decreto-Lei nº 2.848(2), de 7 de dezembro de 1940, pode ser estendido até o décuplo, se verificada a situação nele cogitada.] Art. 34. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 35. Revogam-se as disposições em contrário. Brasília, 16 de junho de 1986; 165º da Independência 98º da República.

José Sarney – Presidente da República. Paulo Brossard.

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Financial Action Task Force on Money Laundering and Terrorist Financing Groupe d'action financière sur le blanchiment de capitaux et le financement du terrorisme Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo As Quarenta Recomendações 20 de junho de 2003 1

Introdução Os métodos e técnicas de lavagem de dinheiro vão mudando em resposta à evolução das medidas destinadas ao seu combate. Nos últimos anos, o Grupo de Ação Financeira sobre a Lavagem de Dinheiro (GAFI1)2 tem observado combinações de técnicas cada vez mais sofisticadas, tais como o recurso, com maior freqüência, a pessoas jurídicas para dissimular quem verdadeiramente detém e controla recursos ilicitamente obtidos e a utilização, também cada vez mais freqüente, de profissionais que aconselham e dão assistência à lavagem de ativos de origem criminosa. Esses fatores, aliados à experiência adquirida no processo dos Países e Territórios Não Cooperantes desenvolvido pelo GAFI, bem como com várias iniciativas nacionais e internacionais, levaram o GAFI a reavaliar e rever as Quarenta Recomendações e a transformá-las num novo e completo quadro para o combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. O GAFI encoraja, desde já, todos os países a adotarem as medidas necessárias para adaptarem seus respectivos sistemas nacionais de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo às suas novas Recomendações e a aplicarem com eficácia estas medidas. O processo de revisão das Quarenta Recomendações foi muito abrangente, aberto aos membros do GAFI, aos não-membros, a observadores, ao setor financeiro e a outros setores afetados e a todas as partes interessadas. Este processo de consulta permitiu obter um vasto conjunto de contribuições que foram levadas em consideração no processo de revisão. A versão revista das Quarenta Recomendações aplica-se agora não apenas à lavagem de dinheiro, mas também ao financiamento do terrorismo e, quando conjugada com as Oito Recomendações Especiais sobre Financiamento do Terrorismo, constitui um quadro avançado, completo e consistente de medidas de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. O GAFI reconhece que os sistemas jurídicos e financeiros variam entre os países e, por isso, não podem estes adotar medidas idênticas para alcançar o objetivo comum, especialmente no que diz respeito a pormenores. Assim, as Recomendações estabelecem padrões mínimos de ação que requerem a aplicação de medidas concretas pelos países, em função de suas circunstâncias específicas e enquadramento constitucional. As Recomendações cobrem todas as medidas que os sistemas nacionais deveriam prever em matéria de justiça criminal e de regulamentação, as medidas preventivas a serem adotadas pelas instituições financeiras e por algumas outras atividades e profissões, bem como a cooperação internacional. As Quarenta Recomendações originais do GAFI surgiram em 1990 numa iniciativa para combater a utilização ilegítima dos sistemas financeiros para fins de lavagem de ativos provenientes do tráfico de entorpecentes. As Recomendações foram revistas pela primeira vez em 1996, de modo a refletir a evolução das tipologias de lavagem de capitais. As Quarenta Recomendações, na versão de 1996, foram adotadas por mais de 130 países e constituem o padrão internacional de combate à lavagem de ativos. Em outubro de 2001, o GAFI expandiu seu mandato à questão do financiamento do terrorismo e deu um passo importante ao aprovar as Oito Recomendações Especiais sobre o Financiamento do Terrorismo. Estas Recomendações contêm um conjunto de medidas destinadas a combater o financiamento de atos terroristas e de organizações terroristas e são complementares às Quarenta Recomendações. A fim de corrigir uma falha nas medidas internacionais contra o transporte físico de ativos provenientes de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo transfronteiriços, o GAFI publicou em 22 de outubro de 2004 a Recomendação Especial 9, que torna obrigatória a aplicação de medidas para detectar e monitorar o transporte físico transfronteiriço de ativos e instrumentos monetários. Foi assim modificada a Recomendação 19, que sugeria apenas que

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os países considerassem a implementação de tais medidas. A partir desta publicação, as Oito Recomendações Especiais tornaram-se Nove Recomendações Especiais sobre o Financiamento do Terrorismo. 3 1 Nota de tradução: em língua inglesa - “Financial Action Task Force on Money Laundering (FATF)”, em língua francesa - “Groupe d’action financière sur le blanchiment de capitaux (GAFI)”. 2 O GAFI é um organismo intergovernamental que estabelece padrões, desenvolve e promove políticas de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Atualmente, conta com 33 membros: 31 países e duas organizações internacionais. Conta ainda com mais de 20 observadores: cinco organismos regionais do tipo GAFI e mais de 15 outras organizações internacionais ou organismos. Pode-se consultar uma lista dos membros e observadores no site do GAFI em http://www.fatf-gafi.org/Members_en.htm . 3 As Quarenta Recomendações e as Oito Recomendações Especiais do GAFI foram reconhecidas pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Mundial como os padrões internacionais para o combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. 2

A necessidade de acompanhamento e de avaliação dos sistemas nacionais em relação a esses padrões internacionais é um elemento essencial no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. As avaliações mútuas conduzidas pelo GAFI e pelos organismos regionais do tipo GAFI, bem como as avaliações conduzidas pelo FMI e pelo Banco Mundial, constituem um mecanismo vital para assegurar a aplicação eficaz das Recomendações do GAFI por todos os países. As Quarenta Recomendações A. Sistemas Jurídicos Âmbito de incidência do crime de lavagem de dinheiro 1. Os países deveriam tipificar a lavagem de dinheiro de acordo com o disposto na Convenção das Nações Unidas contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e de Substâncias Psicotrópicas (Convenção de Viena), de 1988, e na Convenção das Nações Unidas contra a Criminalidade Organizada Transnacional (Convenção de Palermo), de 2000. Os países deveriam vincular o crime de lavagem de dinheiro a todos os crimes graves, de forma a abranger o conjunto mais amplo de crimes antecedentes. Os crimes antecedentes podem ser definidos com referência a todos os crimes, a um limite ligado a uma categoria de crimes graves, à pena de prisão aplicada ao crime antecedente (critério do limite), por referência a uma lista de crimes antecedentes ou ainda a uma combinação destes critérios. Quando os países optarem pelo critério do limite, os crimes antecedentes deveriam incluir, pelo menos, todos os crimes qualificados como graves pelo seu direito nacional, ou incluir os crimes punidos com pena máxima superior a um ano de prisão. Nos países cujos sistemas jurídicos contemplem penas mínimas, os crimes antecedentes deveriam compreender todos os crimes punidos com pena mínima superior a seis meses de prisão. Qualquer que seja o critério adotado, cada país deveria incluir, no mínimo, um conjunto de crimes que se insira nas categorias de crimes designados.4 Os crimes antecedentes à lavagem de dinheiro deveriam abranger as condutas ocorridas em outro país que constituam crime nesse país e que teriam constituído crime antecedente se tivessem ocorrido em território nacional. Os países podem estabelecer que o único requisito prévio é o de que a conduta constitua um crime antecedente, se o ato tivesse ocorrido em território nacional. Os países podem prever que o crime de lavagem de dinheiro não incida contra quem cometeu o crime antecedente, quando isto for exigido pelos princípios fundamentais de seu ordenamento jurídico. 2. Os países deveriam assegurar que: a) A intenção e o conhecimento requeridos para provar o crime de lavagem de dinheiro estejam em conformidade com as normas estabelecidas nas Convenções de Viena e de Palermo, inclusive a possibilidade de o elemento subjetivo ser deduzido a partir de circunstâncias factuais objetivas. b) A responsabilidade criminal e, quando ela não for possível, a responsabilidade civil ou administrativa, deveriam aplicar-se às pessoas jurídicas. Esta responsabilidade não deve excluir os procedimentos paralelos de natureza criminal, civil ou administrativa com relação a pessoas jurídicas em países onde tais formas de responsabilidade forem previstas. As pessoas jurídicas deveriam estar sujeitas a sanções eficazes, proporcionais e dissuasivas. Estas medidas não deveriam prejudicar a responsabilidade criminal das pessoas físicas. Medidas preventivas e confisco

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3. Os países deveriam adotar medidas similares às previstas nas Convenções de Viena e de Palermo, inclusive medidas legislativas, a fim de que suas autoridades competentes possam confiscar os bens que tiverem sido lavados, os produtos da lavagem de dinheiro ou dos crimes antecedentes, bem como os instrumentos 4 Ver no glossário a definição de “categorias de crimes designados”. 3

utilizados ou destinados a serem utilizados na prática destes crimes, ou bens de valor equivalente, sem prejuízo dos direitos dos terceiros de boa-fé. Tais medidas deveriam permitir: a) identificar, localizar e avaliar os bens sujeitos a confisco; b) adotar medidas preventivas, tais como o congelamento e a apreensão, a fim de impedir qualquer transação, transferência ou cessão dos referidos bens; c) adotar medidas para prevenir ou evitar atos que prejudiquem a capacidade do Estado de recuperar bens sujeitos a confisco; e d) adotar quaisquer medidas de investigação apropriadas. Os países podem considerar a adoção de medidas que permitam o confisco de tais produtos ou instrumentos sem que seja exigida uma condenação criminal, ou que exijam do criminoso a demonstração da origem lícita dos bens sujeitos possivelmente a confisco, desde que isto esteja de acordo com os princípios do seu direito nacional. B. Medidas a serem adotadas pelas instituições financeiras e pelas atividades e profissões não financeiras para evitar a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo 4. Os países deveriam assegurar que as normas de sigilo das instituições financeiras não inibam a implementação das Recomendações do GAFI. Dever de vigilância relativo à clientela (CDD)5 e de conservação de documentos 5.*6 As instituições financeiras não deveriam manter contas anônimas nem contas sob nomes manifestamente fictícios. As instituições financeiras deveriam adotar medidas de vigilância em relação a seus clientes, inclusive identificando e verificando sua identidade, quando: ? Estabelecerem relações de negócio; ? Efetuarem transações ocasionais: i) acima do limite designado aplicável; ou ii) que constituam transferências eletrônicas nas circunstâncias previstas na Nota Interpretativa da Recomendação Especial VII; ? Houver uma suspeita de lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo; ou ? A instituição financeira tiver dúvidas quanto à veracidade ou adequação dos dados de identificação do cliente previamente obtidos. As medidas de vigilância relativas à clientela (medidas CDD) a adotar são as seguintes: a) Identificar o cliente e verificar sua identidade através de documentos, dados ou informações confiáveis e de fontes independentes;7 b) Identificar o real beneficiário e adotar medidas adequadas para verificar sua identidade, de tal forma que a instituição financeira obtenha um conhecimento satisfatório de sua identidade. No que diz respeito às pessoas jurídicas e entidades sem personalidade jurídica, as instituições financeiras deveriam adotar medidas adequadas para compreender a estrutura de propriedade e de controle do cliente; c) Obter informações sobre o objeto e a natureza da relação de negócio; d) Manter uma vigilância contínua da relação de negócio e examinar atentamente as operações realizadas no decurso desta relação, verificando se elas estão sendo conduzidas de forma consistente com o conhecimento que a instituição tem do cliente, dos seus negócios e do seu perfil de risco, inclusive, quando for necessário, a origem dos fundos. As instituições financeiras deveriam aplicar todas as medidas CDD anteriormente identificadas de a) a d), mas podem determinar o alcance de tais medidas, em função do nível de risco associado ao tipo de cliente, à relação de negócio ou à operação. As medidas a serem adotadas devem respeitar as diretrizes emitidas pelas autoridades competentes. Para as categorias de risco mais elevadas, as instituições financeiras deveriam aplicar medidas de vigilância reforçadas. Em certas circunstâncias, quando os riscos forem menores, os países podem autorizar as instituições financeiras a aplicar medidas reduzidas ou simplificadas. 5 Nota de tradução: “CDD” é a abreviatura da expressão inglesa “Customer Due Diligence”, a qual foi mantida nesta tradução por fazer parte do acervo linguístico dos usuários e implementadores do previsto nas Recomendações do GAFI. 6 As Recomendações seguidas de asterisco deverão ser lidas em conjunto com a respectiva Nota Interpretativa.

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7 “Documentos, dados ou informações confiáveis e de fontes independentes” serão, doravante, designados como “dados de identificação”. 4

As instituições financeiras deveriam verificar a identidade do cliente e do real beneficiário, antes ou durante o estabelecimento de uma relação de negócio ou quando efetuarem operações com clientes ocasionais. Os países podem permitir às instituições financeiras que completem a verificação da identidade, no mais breve espaço de tempo possível, em seguida ao estabelecimento da relação de negócio, quando os riscos de lavagem de dinheiro forem administrados de modo eficaz e for essencial não interromper o desenrolar normal da relação de negócios. Quando a instituição financeira não puder dar cumprimento ao disposto nas alíneas a) a c) anteriormente mencionadas, não deveria abrir a conta, iniciar a relação de negócio ou efetuar a operação; ou deveria pôr termo à relação de negócio; e deveria, além disso, considerar a possibilidade de fazer uma comunicação de operação suspeita do cliente. Esses deveres deveriam aplicar-se a todos os novos clientes, apesar do que as instituições financeiras também deveriam aplicar esta Recomendação aos clientes já existentes, de acordo com a relevância da operação e do risco, aplicando também as regras de vigilância às relações de negócio existentes, sempre que for oportuno. 6.* As instituições financeiras deveriam, em relação a pessoas expostas politicamente, além de aplicar as medidas de vigilância normais: a) Dispor de sistemas de gestão de riscos adequados para determinar se o cliente é uma pessoa exposta politicamente. b) Obter autorização da direção sênior para estabelecer relações de negócio com tais clientes. c) Adotar medidas razoáveis para determinar a origem do patrimônio e dos fundos. d) Assegurar o monitoramento, de forma reforçada e contínua, da relação de negócio. 7. As instituições financeiras, no que diz respeito a relações transfronteiriças entre bancos correspondentes e a outras relações semelhantes, além de aplicar as medidas de vigilância normais, deveriam: a) Recolher informações suficientes sobre uma instituição a quem for prestado o serviço (a instituição-cliente) para compreender plenamente a natureza de sua atividade e determinar, a partir de informações disponíveis publicamente, a reputação da instituição e a qualidade de sua supervisão, inclusive verificar se a instituição em causa foi objeto de uma investigação ou intervenção relacionada com a lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo. b) Avaliar os controles colocados em prática pela instituição-cliente no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. c) Obter aprovação da direção sênior antes de estabelecer novas relações de correspondência. d) Consignar por escrito as responsabilidades respectivas de cada instituição. e) Quanto às contas correspondentes de transferência, 8 assegurar-se de que o banco verificou a identidade e aplicou as medidas de vigilância contínuas relativamente à clientela que tem acesso direto às contas do banco correspondente e assegurar que aquele banco se encontra habilitado a fornecer os dados apropriados sobre a identificação dos seus clientes, quando isto lhe for solicitado pelo banco correspondente. 8. As instituições financeiras deveriam prestar atenção especial às ameaças de lavagem de dinheiro inerentes às novas tecnologias ou às em desenvolvimento que possam favorecer o anonimato e adotar medidas, se for necessário, para evitar a utilização destas tecnologias nos esquemas de lavagem de dinheiro. Em especial, as instituições financeiras deveriam adotar políticas e procedimentos para enfrentar riscos específicos associados a relações de negócio ou operações efetuadas sem a presença física do cliente. 9.* Os países podem autorizar as instituições financeiras a recorrer a intermediários ou a terceiros para dar cumprimento aos requisitos das alíneas a) a c) das medidas CDD ou para captar negócios, desde que sejam respeitados os critérios a seguir indicados. Quando este recurso for permitido, a própria responsabilidade pela identificação do cliente e pela verificação dos dados recai sobre a instituição financeira que recorreu a terceiros. Deveriam ser respeitados os seguintes critérios: a) Uma instituição financeira que recorra a um terceiro deveria obter, de imediato, a informação necessária referente aos requisitos das alíneas a) a c) das medidas CDD relativas à sua clientela. As instituições financeiras deveriam adotar as medidas necessárias para assegurarem-se de que o terceiro está em 8 Nota de tradução: em língua inglesa, “payable-through accounts”.

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condições de disponibilizar, após a solicitação e sem demora, cópias dos dados de identificação e outra documentação relevante para cumprimento do dever de vigilância aplicável à clientela. b) A instituição financeira deveria assegurar-se de que o terceiro está sujeito a regulamentação e supervisão e de que adotou medidas para cumprir os deveres de vigilância aplicáveis à clientela, nos termos das Recomendações 5 e 10. Cabe a cada país determinar em que países podem estar localizados os terceiros que cumprem esses requisitos, tendo em conta as informações disponíveis sobre os países que não aplicam, ou que aplicam insuficientemente, as Recomendações do GAFI. 10.* As instituições financeiras deveriam conservar, por pelo menos cinco anos, todos os documentos relativos às operações efetuadas, tanto nacionais como internacionais, a fim de poderem responder rapidamente aos pedidos de informação das autoridades competentes. Estes documentos devem permitir reconstituir as transações individuais (inclusive os montantes e tipos de divisas envolvidos, se for o caso), de modo a constituírem, se for necessário, prova em processos criminais. As instituições financeiras deveriam conservar registros dos documentos comprovativos de identificação obtidos através das medidas de vigilância aplicáveis à clientela (por exemplo, cópias ou registros de documentos oficiais como passaporte, carteira de identidade, carteira nacional de habilitação ou documentos similares), bem como da documentação relativa às contas e da correspondência comercial por pelo menos cinco anos após o término da relação de negócio. Os dados de identificação e os registros das operações deveriam ser colocados à disposição das autoridades nacionais competentes para o cumprimento de sua missão. 11.* As instituições financeiras deveriam examinar com particular atenção todas as operações complexas, com montantes anormalmente elevados, e todos os tipos não habituais de operações que não apresentarem um objeto econômico ou lícito aparente. As circunstâncias e o objeto de tais operações deveriam ser examinados, na medida do possível, e os resultados deste exame deveriam ser consignados por escrito, ficando a dispor das autoridades competentes e dos auditores. 12.* O dever de vigilância relativo à clientela e o de conservação de documentos previstos nas Recomendações 5, 6 e 8 a 11 aplicam-se às atividades e profissões não financeiras designadas, nas seguintes situações: a) Cassinos – sempre que os clientes efetuarem operações financeiras de montante igual ou superior ao limite designado aplicável. b) Agentes imobiliários – sempre que realizarem operações para os seus clientes relativas à compra e venda de imóveis. c) Negociantes de metais preciosos ou de pedras preciosas – sempre que realizarem operações em numerário com um cliente, de montante igual ou superior ao limite designado aplicável. d) Advogados, notários, outros profissionais jurídicos independentes e contadores, sempre que prepararem ou efetuarem operações para seus clientes, no âmbito das seguintes atividades: ? Compra e venda de imóveis; ? Gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos do cliente; ? Gestão de contas bancárias, de poupança ou de valores mobiliários; ? Organização de contribuições para a criação, exploração ou gestão de sociedades; ? Criação, exploração ou gestão de pessoas jurídicas ou de entidades sem personalidade jurídica e compra e venda de entidades comerciais; e) Trusts e prestadores de serviços a sociedades, sempre que prepararem ou efetuarem operações para um cliente, no quadro das atividades descritas nas definições constantes do glossário. Comunicação de operações suspeitas e cumprimento das normas 13.* Se uma instituição financeira suspeitar ou tiver motivos razoáveis para suspeitar que os fundos provêm de uma atividade criminosa ou que estão relacionados com o financiamento do terrorismo, ela deveria ser obrigada diretamente ou por regulamento a apresentar de imediato uma comunicação de operação suspeita à Unidade de Inteligência Financeira (UIF). 14.* As instituições financeiras, os seus dirigentes, funcionários e empregados deveriam: 6

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a) Ser protegidos, por disposições legislativas, contra responsabilização criminal ou civil por infração a qualquer restrição à divulgação de informação imposta por contrato ou qualquer disposição legislativa, regulamentar ou administrativa, se eles comunicarem suas suspeitas, de boa-fé, à UIF, mesmo se eles desconhecerem exatamente qual era a atividade criminosa em questão e mesmo que a atividade ilícita sob suspeita não tiver realmente ocorrido. b) Ser proibidos por lei de divulgar que foi feita uma comunicação de operação suspeita (CDOS) ou que foi transmitida à UIF uma informação conexa. 15.* As instituições financeiras deveriam desenvolver programas de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo que compreendam: a) Políticas, procedimentos e controles internos, inclusive dispositivos apropriados para verificar seu cumprimento, e procedimentos adequados na contratação dos seus empregados, a fim de garantir que ela seja efetuada de acordo com critérios exigentes. b) Um programa contínuo de formação dos empregados. c) Um dispositivo de auditoria para verificar a eficácia do sistema. 16.* Os deveres decorrentes das Recomendações 13 a 15 e 21 aplicam-se às atividades e profissões não financeiras designadas, com as seguintes especificações: a) Advogados, notários, outros profissionais jurídicos independentes e contadores deveriam comunicar obrigatoriamente operações suspeitas sempre que, agindo por conta de um cliente ou para um cliente, efetuarem uma operação financeira no quadro das atividades descritas na Recomendação 12 d). Os países são fortemente encorajados a estender o dever de comunicar às outras atividades profissionais de contador, inclusive auditoria. b) Negociantes de metais preciosos e de pedras preciosas deveriam comunicar obrigatoriamente operações suspeitas quando efetuarem operações em numerário com um cliente, de montante igual ou superior ao limite designado aplicável. c) Trusts e prestadores de serviços a sociedades deveriam comunicar obrigatoriamente operações suspeitas para um cliente quando, em nome de ou para um cliente, efetuarem uma operação no âmbito das atividades referidas na Recomendação 12, e). Advogados, notários, outros profissionais jurídicos independentes e contadores que trabalharem como profissionais jurídicos independentes não estão obrigados a comunicar operações suspeitas se as informações relevantes que possuírem tiverem sido obtidas em circunstâncias sujeitas a sigilo profissional ou cobertas por privilégio profissional de natureza legal. C. Outras medidas preventivas à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo 17. Os países deveriam assegurar-se de que dispõem de sanções eficazes, proporcionais e dissuasivas, de natureza criminal, civil ou administrativa, aplicáveis às pessoas físicas ou jurídicas sujeitas a estas Recomendações que não cumprirem os deveres de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. 18. Os países não deveriam autorizar o estabelecimento de bancos de fachada nem tolerar a continuação de seu funcionamento em seu território. As instituições financeiras deveriam recusar-se a iniciar ou manter relações de correspondência com bancos de fachada. As instituições financeiras também deveriam abster-se de estabelecer relações com instituições financeiras correspondentes estrangeiras que permitam que suas contas sejam utilizadas por bancos de fachada. 19.* Os países deveriam considerar: a) A implementação de medidas realistas para detectar ou monitorar os movimentos físicos transfronteiriços de divisas e de títulos negociáveis ao portador, desde elas sejam sujeitas a condições de utilização restritas que assegurem o uso correto das informações e não restrinjam, de qualquer forma, a liberdade de circulação de capitais; b) A eficácia e a utilidade de um sistema segundo o qual os bancos e outras instituições financeiras e intermediários declarem todas as transações nacionais e internacionais em divisas, acima de um certo montante, a uma agência central nacional que disponha de uma base de dados informatizada, disponível às autoridades competentes para sua utilização em casos de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, sujeita a condições de utilização restritas que assegurem o uso correto da informação 7

20. Os países deveriam considerar a aplicação das Recomendações do GAFI às atividades e profissões, além das atividades e profissões não financeiras designadas, que apresentarem riscos de lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo.

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Os países deveriam, além disso, encorajar o desenvolvimento de técnicas modernas e seguras de gestão de fundos que sejam menos vulneráveis à lavagem de dinheiro. Medidas a serem adotadas relativamente a países que não cumprirem as Recomendações do GAFI ou que o fizerem de modo insuficiente 21. As instituições financeiras deveriam conceder atenção especial às suas relações de negócio e operações com pessoas, inclusive as sociedades e instituições financeiras, situadas em países que não aplicam as Recomendações do GAFI ou o fazem de modo insuficiente. Quando as referidas operações não apresentarem nenhum objeto econômico ou lícito aparente, suas circunstâncias e objeto deveriam, na medida do possível, ser examinados, e os resultados deste exame deveriam ser consignados por escrito e estar disponíveis para ajudar as autoridades competentes. Sempre que um país continue a não aplicar as Recomendações do GAFI, ou a fazê-lo de modo insuficiente, os países deveriam poder aplicar sanções adequadas. 22. As instituições financeiras deveriam assegurar que os princípios que lhe são aplicáveis, que foram mencionados acima, são igualmente aplicados pelas suas sucursais e filiais majoritárias situadas no exterior, especialmente em países que não aplicarem ou aplicarem de modo insuficiente as Recomendações do GAFI, na medida em que as leis e regulamentos locais permitirem. Quando as leis e regulamentos não o permitirem, as autoridades competentes no país em que se situa o estabelecimento principal deveriam ser informadas pelas instituições financeiras naquilo que elas não podem aplicar as Recomendações do GAFI. Regulamentação e supervisão 23.* Os países deveriam assegurar que as instituições financeiras estão sujeitas a regulamentação e supervisão adequadas e que implementam efetivamente as Recomendações do GAFI. As autoridades competentes deveriam adotar as medidas legislativas ou regulamentares necessárias para evitar que criminosos ou seus cúmplices adquiram ou sejam reais beneficiários de participações significativas ou de controle em instituições financeiras ou de nelas ocuparem funções de direção. Para as instituições financeiras sujeitas aos princípios fundamentais, as medidas de regulamentação e supervisão aplicadas rotineiramente e que também forem relevantes para prevenir a lavagem de dinheiro, deveriam aplicar-se, de forma similar, para fins de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. As outras instituições financeiras deveriam ser objeto de autorização ou de registro, estar sujeitas a regulamentação apropriada, bem como a supervisão ou a acompanhamento para fins de combate à lavagem de dinheiro, em função do risco de lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo existente no respectivo setor. No mínimo, as entidades que prestarem serviços de transferência de numerário ou de valores, ou de câmbio de moedas ou divisas, deveriam ser objeto de autorização ou registro e estar sujeitas a sistemas efetivos de monitoramento e de controle do cumprimento dos deveres nacionais em matéria de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. 24. As atividades e profissões não financeiras designadas deveriam ser sujeitas a medidas de regulamentação e supervisão, nos seguintes termos: a) Os cassinos deveriam ser sujeitos a um regime completo de regulamentação e supervisão, destinado a assegurar que eles implementem efetivamente as medidas necessárias de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. No mínimo: ? Os cassinos deveriam ser objeto de autorização; ? As autoridades competentes deveriam adotar as medidas necessárias, legislativas ou regulamentares, para evitar que os criminosos ou seus cúmplices sejam titulares ou reais beneficiários de participações de controle ou de participações significativas em cassinos ou de neles ocuparem funções de direção ou exploração; ? As autoridades competentes deveriam assegurar que os cassinos sejam objeto de uma fiscalização efetiva do cumprimento de seus deveres de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. b) Os países deveriam assegurar que as outras categorias de atividades e profissões não financeiras designadas estejam sujeitas a sistemas eficazes de monitoramento e controle de seus deveres em matéria de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Este acompanhamento deveria 8

efetuar-se em função da sensibilidade ao risco e poderia ser efetuado por uma autoridade governamental ou por uma entidade de auto-regulamentação apropriada, desde que tal

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entidade esteja em condições de assegurar que seus membros cumpram os deveres em matéria de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. 25.* As autoridades competentes deveriam estabelecer diretrizes e fornecer feedback, de modo a permitir às instituições financeiras e às atividades e profissões não financeiras designadas aplicar as medidas nacionais de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e, em particular, detectar e comunicar operações suspeitas. Autoridades competentes, suas atribuições e recursos. 26.* Os países deveriam criar uma Unidade de Inteligência Financeira (UIF) que sirva como centro nacional para receber (e, se permitido, requerer), analisar e transmitir comunicações de operações suspeitas (CDOS) e outras informações relativas a atos suscetíveis de constituírem lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo. A UIF deveria ter acesso, direta ou indiretamente e em tempo hábil, às informações financeiras e administrativas provenientes das autoridades encarregadas da aplicação da lei, para desempenhar adequadamente suas funções, inclusive a análise das comunicações de operações suspeitas. 27.* Os países deveriam assegurar que as investigações sobre lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo sejam confiadas a autoridades específicas encarregadas da aplicação da lei. Os países são encorajados a apoiar e desenvolver, tanto quanto for possível, técnicas de investigação especiais adequadas à investigação da lavagem de dinheiro, tais como a entrega controlada, operação de infiltração e outras técnicas relevantes. Os países também são encorajados a utilizar outros mecanismos eficazes, tais como o recurso a grupos permanentes ou temporários especializados em investigações sobre o patrimônio e em investigações realizadas em colaboração com as correspondentes autoridades competentes de outros países. 28. Ao conduzir investigações sobre lavagem de dinheiro e crimes antecedentes, as autoridades competentes deveriam estar em condições de poder obter documentos e informações para utilização nessas investigações, nos processos criminais e nas ações respectivas. Estes poderes deveriam incluir a possibilidade de impor às instituições financeiras e a outras entidades medidas compulsórias para a apresentação de documentos, para a revista e busca de pessoas e locais e para a apreensão e obtenção de prova. 29. As autoridades de supervisão deveriam possuir os poderes adequados para monitorar e assegurar o cumprimento dos deveres em matéria de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo por parte das instituições financeiras, inclusive a competência para realizar inspeções. Estas autoridades deveriam ter competência para ordenar a apresentação pelas instituições financeiras de quaisquer informações relevantes para monitorar o cumprimento dos deveres e aplicar sanções administrativas adequadas no caso de sua violação. 30. Os países deveriam dotar suas autoridades competentes, envolvidas no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, dos recursos financeiros, humanos e técnicos adequados. Os países deveriam dispor de procedimentos que garantam que o pessoal trabalhando com estas autoridades seja da maior integridade. 31. Os países deveriam assegurar que os políticos, a UIF, as autoridades encarregadas da aplicação da lei e as autoridades de supervisão disponham de mecanismos eficazes que lhes permitam cooperar e, quando for apropriado, coordenarem-se uns com os outros, a nível nacional, para o desenvolvimento e implementação de políticas e atividades destinadas a combater a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo. 32. Os países deveriam assegurar que suas autoridades competentes possam avaliar a eficácia de seus sistemas de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, mantendo dados estatísticos completos sobre aspectos relevantes para a eficácia e eficiência de tais sistemas. Estas estatísticas deveriam incidir sobre as comunicações de operações suspeitas recebidas e transmitidas; sobre as investigações, ações judiciais e condenações relacionadas à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo; sobre os bens congelados, apreendidos e confiscados; e sobre a assistência judiciária mútua ou outras solicitações internacionais de cooperação. Transparência das pessoas jurídicas e de outras entidades sem personalidade jurídica 33. Os países deveriam adotar medidas para impedir a utilização ilícita de pessoas jurídicas por parte de quem lava dinheiro. Os países deveriam assegurar que exista informação adequada, precisa e atualizada sobre os 9

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reais beneficiários e o controle das pessoas jurídicas, suscetível de ser obtida ou acessada, em tempo hábil, pelas autoridades competentes. Em particular, os países onde as pessoas jurídicas podem emitir ações ao portador deveriam adotar medidas apropriadas para assegurar que estas ações não sejam indevidamente utilizadas para lavar dinheiro e estar aptos a demonstrar a adequação destas medidas. Os países poderiam considerar a adoção de medidas que facilitem às instituições financeiras o acesso à informação sobre os reais beneficiários da propriedade e o controle das pessoas jurídicas, de modo a darem cumprimento aos deveres previstos na Recomendação 5. 34. Os países deveriam adotar medidas para impedir a utilização ilícita de entidades sem personalidade jurídica por parte de quem lava dinheiro. Em particular, os países deveriam assegurar a existência de informação adequada, precisa e atualizada sobre os express trusts, inclusive informação sobre os fundadores, administradores e beneficiários, suscetível de ser obtida ou acessada, em tempo hábil, pelas autoridades competentes. Os países poderiam considerar a adoção de medidas que facilitem às instituições financeiras o acesso à informação sobre os reais beneficiários da propriedade e do controle das entidades sem personalidade jurídica, de modo a darem cumprimento aos deveres previstas na Recomendação 5. D. Cooperação Internacional 35. Os países deveriam adotar medidas imediatas para tornarem-se partes e implementarem integralmente a Convenção de Viena, a Convenção de Palermo e a Convenção Internacional das Nações Unidas para a Supressão do Financiamento do Terrorismo, de 1999. Os países são ainda encorajados a ratificar e implementar outras convenções internacionais relevantes, tais como a Convenção do Conselho da Europa sobre a Lavagem, a Busca, Apreensão e Confisco dos Produtos do Crime, de 1990, e a Convenção Inter-Americana contra o Terrorismo, de 2002. Assistência Judiciária Mútua e Extradição 36. Os países deveriam, de forma rápida, construtiva e eficiente, proporcionar a mais ampla assistência judiciária mútua nas investigações e processos criminais sobre a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo e em procedimentos conexos. Em especial, os países: a) Não deveriam proibir nem colocar condições injustificadas ou indevidamente restritivas à prestação de assistência judiciária mútua. b) Deveriam assegurar-se de que dispõem de procedimentos claros e eficazes para a execução dos pedidos de assistência judiciária mútua. c) Não deveriam recusar a execução de um pedido de assistência judiciária mútua, tendo como única justificativa o fato de o crime envolver também matéria fiscal. d) Os países deveriam assegurar que os poderes atribuídos às autoridades competentes, de acordo com a Recomendação 28. Também podem ser utilizados para dar resposta a pedidos de assistência judiciária mútua e, se for compatível com seu ordenamento jurídico, responder a pedidos diretos apresentados por autoridades judiciárias ou autoridades encarregadas da aplicação da lei estrangeiras às homólogas nacionais. A fim de evitarem-se conflitos de competência, seria conveniente estudar-se a possibilidade de elaborar e aplicar mecanismos que permitam determinar a jurisdição mais adequada para o julgamento de pessoas acusadas em casos sujeitos a processos criminais em vários países. 37. Os países deveriam prestar a mais ampla assistência judiciária mútua mesmo na ausência de dupla criminalização. Quando a dupla criminalização for um requisito exigido para a prestação de assistência judiciária mútua ou para a extradição, tal requisito deverá ser considerado cumprido independentemente de ambos os países submeterem o crime à mesma categoria de crimes ou de tipificarem o crime com a mesma terminologia, desde que em ambos os países seja criminalizada a conduta subjacente ao crime. 38.* Seria conveniente que fossem adotadas medidas rápidas em resposta a pedidos de outros países, para identificar, congelar, apreender e confiscar bens objeto de lavagem de dinheiro, de produtos derivados da lavagem ou dos crimes antecedentes, de instrumentos utilizados ou destinados a serem utilizados na prática destes crimes ou outros bens de valor equivalente. Também deveriam existir medidas destinadas a coordenar os procedimentos de apreensão e confisco, podendo incluir a repartição dos bens confiscados. 10

39. Os países deveriam reconhecer a lavagem de dinheiro como um crime suscetível de permitir a extradição.

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Cada país deveria extraditar seus nacionais, ou, quando não possa fazê-lo apenas em razão do critério da nacionalidade, este país deveria, a pedido do país que requerer a extradição, submeter, sem demoras indevidas, o caso às suas autoridades competentes para que estas possam processar o acusado pelos crimes indicados no pedido. Estas autoridades deveriam tomar suas decisões e conduzir seus procedimentos, tal como o fariam em relação a qualquer outro crime grave, de acordo com seu direito nacional. Os países envolvidos deveriam cooperar entre si, em especial em aspectos processuais e probatórios, para assegurar a eficácia de tais procedimentos criminais. Na medida em que suas estruturas jurídicas o permitam, os países poderiam considerar a simplificação dos processos de extradição através da transmissão direta de pedidos de extradição entre os ministérios competentes, da extradição das pessoas baseada unicamente em mandados de prisão ou de julgamento e/ou de processos simplificados de extradição de pessoas que, livre e voluntariamente, aceitem renunciar ao processo formal de extradição. Outras formas de cooperação 40.* Os países deveriam assegurar que suas autoridades competentes proporcionem as mais amplas possibilidades de cooperação internacional às suas homólogas estrangeiras. Deveriam existir dispositivos claros e eficazes que facilitem, de forma imediata e construtiva, o intercâmbio direto com as autoridades homólogas, espontaneamente ou a pedido, de informações sobre lavagem de dinheiro e os crimes que lhe sejam antecedentes. Esses intercâmbios de informação deveriam ser autorizadas sem condições restritivas indevidas. Em especial: a) As autoridades competentes não deveriam recusar um pedido de assistência, tendo como única justificativa o fato de o pedido envolver matéria fiscal. b) Os países não deveriam invocar leis que obriguem as instituições financeiras à manutenção de sigilo ou confidencialidade como justificativa para recusar a cooperação. c) As autoridades competentes deveriam estar em condições de apresentar pedidos de informação e, quando possível, proceder a investigações em nome de suas homólogas estrangeiras. Quando a possibilidade de obter informações solicitadas por uma autoridade competente estrangeira não estiver incluída nas competências da autoridade homóloga nacional, os países são igualmente encorajados a permitir um rápido e construtivo intercâmbio de informações com outras autoridades não homólogas. A cooperação com autoridades estrangeiras diferentes das homólogas pode ocorrer direta ou indiretamente. Quando existirem dúvidas sobre a opção a adotar, as autoridades competentes deveriam, em primeiro lugar, contatar suas homólogas estrangeiras para solicitar a assistência pretendida. Os países deveriam adotar medidas sujeitas a condições de utilização restritas que assegurem o uso correto das informações e de controle para assegurar que a informação intercambiada pelas autoridades competentes seja utilizada apenas para os fins autorizados, em conformidade com seus deveres em matéria de proteção da privacidade e de proteção de dados. 11

Glossário Nas presentes Recomendações, as abreviaturas e referências que se seguem têm o seguinte significado: “Atividades e profissões não financeiras designadas” significa: a) Cassinos (inclusive os cassinos na internet). b) Agentes imobiliários. c) Negociantes de metais preciosos; d) Negociantes de pedras preciosas. e) “Advogados, notários, outros profissionais jurídicos independentes e contadores” refere-se aos profissionais liberais que exercerem sua profissão a título independente, sócios ou empregados num escritório. Não se refere a profissionais “internos” vinculados por contrato a outro tipo de empresas, nem a profissionais que trabalharem em serviços públicos que já possam estar sujeitos a medidas destinadas a combater a lavagem de dinheiro. f) “Trusts prestadores de serviços a sociedades” refere-se a todas as pessoas ou atividades que não se encontrem já abrangidas em outras categorias a que se aplicam estas Recomendações e que prestam

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profissionalmente a terceiros quaisquer dos seguintes serviços: ? atuação como agentes na constituição de pessoas jurídicas; ? atuação (ou proceder às diligências necessárias para que outra pessoa atue desta forma) como diretor ou secretário de uma sociedade, sócio ou uma posição similar com relação a outras pessoas jurídicas; ? fornecimento de sede social, endereço comercial, instalações ou endereço administrativo ou postal a uma sociedade, ou a qualquer outra pessoa jurídica ou a entidades sem personalidade jurídica; ? atuação (ou proceder às diligências necessárias para que outra pessoa atue desta forma) como administrador de um express trust; ? atuação (ou proceder às diligências necessárias para que outra pessoa atue desta forma) como acionista por conta de outra pessoa. “Banco de fachada” significa um banco constituído num país no qual ele não tenha nenhuma presença física e que seja desvinculado de um grupo financeiro regulamentado. “Categorias de crimes designados” significa: ? participação num grupo criminoso organizado e em ações ilegítimas para obtenção de fundos; ? terrorismo, inclusive o financiamento do terrorismo; ? tráfico de seres humanos e tráfico ilícito de migrantes; ? exploração sexual, inclusive a exploração sexual de crianças; ? tráfico ilícito de entorpecentes e de substâncias psicotrópicas; ? tráfico ilícito de armas; ? tráfico ilícito de bens roubados e de outros bens; ? corrupção e suborno; ? fraude; ? falsificação de moeda; ? falsificação e pirataria de produtos; ? crimes ambientais; ? homicídio e lesões corporais de natureza grave; ? seqüestro, cárcere privado e tomada de reféns; ? roubo ou furto; ? contrabando; ? extorsão; ? falsificação; ? pirataria; e ? utilização abusiva de informação privilegiada e manipulação do mercado. Quando determinar o conjunto crimes que passarão a ser considerados crimes antecedentes em cada uma das categorias acima enumeradas, cada país poderá decidir, de acordo com seu direito nacional, como tipificar esses crimes, bem como a natureza de qualquer elemento particular que os qualifique como crimes graves. 12

“Contas correspondentes de transferência” refere-se a contas em bancos correspondentes, utilizadas diretamente por terceiros para a realização de operações por conta própria. “CDOS” 9 significa comunicação de operação suspeita. “Entidades sem personalidade jurídica” refere-se a trusts ou outras entidades similares sem personalidade jurídica. “Instituições Financeiras” significa qualquer pessoa ou entidade que exerça como atividade profissional uma ou mais das seguintes atividades ou operações, em nome ou por conta de um cliente: 1. Aceitação de depósitos e de outros fundos reembolsáveis do público. 10 2. Empréstimos.11 3. Locação financeira. 12 4. Transferência de numerário ou valores.13 5. Emissão e gestão de meios de pagamento (por exemplo: cartões de crédito e de débito, cheques, cheques de viagem, ordens de pagamento e cartas de crédito, moeda eletrônica). 6. Prestação de garantias e outros compromissos. 7. Transações sobre:

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a) instrumentos do mercado monetário (cheques, letras, certificados de depósito, derivativos etc.); b) mercado de câmbio; c) mercado de câmbio, taxas de juro e instrumentos de indexação; d) valores mobiliários; e) operações a prazo com commodities. 8. Participação em emissões de valores mobiliários e prestação de serviços financeiros conexos. 9. Gestão individual e coletiva de patrimônios. 10. Guarda e administração de fundos ou valores mobiliários líquidos, por conta de outras pessoas. 11. Outros tipos de investimento, administração ou gestão de fundos ou de numerário por conta de outras pessoas. 12. Subscrição e comercialização de seguros de vida e outros investimentos relacionados com seguros.14 13. Câmbio manual. Quando uma atividade financeira for exercida por uma pessoa ou entidade, ocasionalmente ou de um modo muito limitado (em termos quantitativos e absolutos), de tal forma que seja mínimo o risco de existir uma 9 Nota de tradução: em língua inglesa, “Suspicious Transactions Reports (STR)”.

10 Inclui também o private banking.

11 Inclui entre outros: crédito ao consumo, crédito hipotecário, factoring, com ou sem recurso e

financiamento de transações

comerciais (inclusive forfaiting).

12 Não se aplica a acordos de locação financeira sobre produtos de consumo.

13 Aplica-se à atividade financeira formal ou informal, por exemplo: à atividade de remessa alternativa de

fundos. Ver-se a Nota Interpretativa à Recomendação Especial VI. Não se aplica a qualquer pessoa, física

ou jurídica, que apenas forneça

às instituições financeiras sistemas de mensagens ou outros sistemas de apoio para a transferência de

numerário. Ver a Nota

Interpretativa à Recomendação Especial VII.

14 Aplica-se a empresas e intermediários de seguros - agentes e corretores -.

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atividade de lavagem de dinheiro, um país pode decidir que não é necessária a aplicação, total ou parcial, das medidas contra a lavagem de dinheiro. Em circunstâncias estritamente limitadas e justificadas e com base num risco comprovadamente baixo de lavagem de dinheiro, um país pode decidir não aplicar todas ou algumas das Quarenta Recomendações a algumas das atividades financeiras acima enumeradas. “Limite designado” refere-se ao montante fixado nas Notas Interpretativas. “Pessoas jurídicas” refere-se a sociedades, fundações, anstalt, associações ou quaisquer outras entidades semelhantes que possam estabelecer uma relação permanente, como cliente, com uma instituição financeira ou, de outro modo qualquer, serem titulares de bens. “Pessoas expostas politicamente” (PEP’s) são indivíduos a quem estão ou foram atribuídas funções públicas proeminentes num país estrangeiro, como, por exemplo, chefe de Estado ou de governo, altos quadros políticos, altos cargos governamentais, judiciais ou militares, altos quadros de empresas públicas e funcionários importantes de partidos políticos. As relações de negócio com membros da família ou pessoas muito próximas de pessoas expostas politicamente envolvem riscos de reputação idênticos aos das pessoas expostas politicamente. A definição não é aplicável a indivíduos em posições ou categorias intermédias ou mais baixas do que as anteriormente mencionadas. “Princípios Fundamentais” refere-se aos “Princípios Fundamentais de Supervisão Bancária Efetiva” (Core Principles for Effective Banking Supervision) adotados pelo Comitê da Basiléia de Supervisão Bancária, aos “Objetivos e Princípios de Regulamentação dos Valores Mobiliários” (Objectives and Principles for Securities Regulation) adotados pela Organização Internacional das Comissões de Valores e aos “Princípios de Supervisão de Seguros” (Insurance Supervisory Principles) adotados pela Associação Internacional dos Supervisores de Seguros.

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“Real beneficiário” refere-se à(s) pessoa(s) física(s) que são proprietárias ou detêm o controle final de fato de um cliente e/ou a pessoa no interesse da qual é efetuada uma operação. Inclui também as pessoas que controlam efetivamente uma pessoa jurídica ou uma entidade sem personalidade jurídica. “Recomendações do GAFI” refere-se às presentes Recomendações e às Recomendações Especiais do GAFI sobre o Financiamento do Terrorismo. “Supervisores” refere-se às autoridades competentes responsáveis pela garantia do cumprimento efetivo pelas instituições financeiras das normas de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. “UIF” significa Unidade de Inteligência Financeira. 14

ANEXO NOTAS INTERPRETATIVAS Generalidades 1. Neste documento, deverá entender-se que a referência a “países” abrange também os “territórios” ou “jurisdições”. 2. As Recomendações 5-16 e 21-22 estabelecem que as instituições financeiras ou as atividades e profissões não financeiras designadas deveriam adotar certas medidas. Isso implica que os países adotem medidas que obriguem as instituições financeiras ou as atividades e profissões não financeiras designadas a cumprir cada Recomendação. Os deveres fundamentais de acordo com as Recomendações 5, 10 e 13 deveriam ser transpostas para o ordenamento jurídico, por via legislativa ou regulamentar, enquanto os elementos mais pormenorizados dessas Recomendações, bem como os deveres constantes de outras Recomendações, poderiam ser transpostas quer sob a forma de legislativa ou regulamentar, quer por outros meios obrigatórios originários das autoridades competentes. 3. Quando se faz referência a que uma instituição financeira deva ter conhecimento satisfatório de um certo assunto, esta instituição deve estar apta a poder demonstrar às autoridades competentes as medidas adotadas para tal fim. 4. Para dar cumprimento às Recomendações 12 e 16, não é necessário que os países adotem leis ou regulamentos aplicáveis exclusivamente a advogados, notários, contadores e a outras atividades e profissões não financeiras designadas, desde que tais atividades ou profissões estejam cobertas por leis ou regulamentos que lhes sejam aplicáveis. 5. As Notas Interpretativas aplicáveis às instituições financeiras também se aplicam às atividades e profissões não financeiras designadas, quando for apropriado. Recomendações 5, 12 e 16 Os limites designados aplicáveis às operações (previstas nas Recomendações 5 e 12) são os seguintes: ? Instituições financeiras (para clientes ocasionais, conforme previsto na Recomendação 5) – USD / € 15000; ? Cassinos, inclusive os cassinos na internet (conforme previsto na Recomendação 12) – USD / € 3 000; ? Negociantes de metais preciosos ou de pedras preciosas, quando realizarem operações em numerário (conforme previsto nas Recomendações 12 e 16) – USD / € 15 000. As operações financeiras que ultrapassarem cada um dos limites acima referidos incluem as situações em que for realizada uma única operação, bem como aquelas em que ocorrerem várias operações entre as quais pareça existir uma ligação. Recomendação 5 Dever de vigilância relativo à clientela e proibição de avisar o cliente 1. Se, durante o estabelecimento ou o desenrolar de uma relação de negócio, ou quando realizar uma operação ocasional, uma instituição financeira suspeitar que tal operação se relaciona com lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo, a instituição deveria então: a) Em regra, procurar identificar e verificar a identidade do cliente e do real beneficiário, quer seja permanente, quer seja ocasional, independentemente de qualquer isenção ou limite designado que pudesse de qualquer maneira ser aplicável. b) Fazer uma comunicação de operação suspeita (CDOS) à UIF nos termos da Recomendação 13.

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2. A Recomendação 14 proíbe as instituições financeiras, seus dirigentes, funcionários e empregados divulgar que lhe foi feita uma comunicação de operação suspeita ou enviada uma informação relacionada à UIF. Existe o risco de os clientes possam ser alertados involuntariamente quando a instituição financeira procurar cumprir seus deveres de identificação da clientela (medidas CDD) nestas circunstâncias. O conhecimento, por parte do 15

cliente, de uma possível comunicação de operação suspeita ou de uma investigação em curso poderia comprometer os esforços subseqüentes para investigar a operação suspeita de lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo. 3. Assim, se as instituições financeiras suspeitarem de que as operações se relacionam com lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo, elas deveriam levar em conta o risco de o cliente ser alertado ao dar cumprimento ao dever de vigilância da clientela. Se a instituição financeira tiver motivos razoáveis para considerar que o cumprimento do dever de vigilância da clientela irá alertar o cliente ou cliente em potencial, ela poderia optar por não completar tal procedimento e deverá fazer uma comunicação de operação suspeita (CDOS). As instituições deveriam assegurar-se de que seus empregados têm conhecimento e estão sensibilizados em relação a essas questões quando cumprirem o dever de vigilância em relação à clientela. Dever de vigilância da clientela: pessoas jurídicas e entidades sem personalidade jurídica 4. Ao dar cumprimento às alíneas a) e b) do dever de vigilância da clientela, relativo às pessoas jurídicas ou entidades sem personalidade jurídica, as instituições financeiras deveriam: a) Verificar se a pessoa que declara agir em nome do cliente está habilitada para tanto e identificá-la. b) Identificar o cliente e verificar sua identidade – os tipos de medidas normalmente necessárias para cumprir satisfatoriamente esta função implicaria obter prova do documento constitutivo ou similar do regime jurídico da pessoa jurídica ou da entidade sem personalidade jurídica, bem como informações referentes a: nome do cliente, identificação dos administradores dos trusts, estrutura jurídica, residência, diretores e disposições que regulem o poder de obrigar a pessoa jurídica ou a entidade sem personalidade jurídica. c) Identificar os reais beneficiários, o que implica sobretudo compreender a estrutura de propriedade e controle e adotar todas as medidas razoáveis para verificar a identidade de tais pessoas. Os tipos de medidas normalmente necessárias para cumprir satisfatoriamente esta função incluiria identificar as pessoas físicas detentoras de participações de controle e as pessoas físicas que dirigem a pessoa jurídica ou a entidade sem personalidade jurídica. Quando o cliente ou detentor de uma participação de controle for uma sociedade com capital aberto ao investimento do público, sujeita a deveres de informação, não é necessário procurar identificar e verificar a identidade dos acionistas desta sociedade. A informação ou dados relevantes podem ser obtidos a partir de registros de natureza pública, do cliente ou de outras fontes idôneas. Remissão à identificação e verificação já efetuadas 5. As medidas CDD previstas na Recomendação 5 não implicam que as instituições financeiras tenham de identificar e verificar repetidamente a identidade de cada cliente sempre que ele efetuar uma operação. Uma instituição financeira pode servir-se das medidas de identificação e verificação anteriormente efetuadas, a menos que tenha dúvidas sobre a veracidade das informações obtidas. Exemplos de situações que poderão levar a que uma instituição financeira tenha dúvidas deste gênero são as de existirem suspeitas de lavagem de dinheiro relacionadas a tal cliente ou quando houver uma mudança substancial no modo como a conta do cliente é movimentada, de uma maneira que não seja consistente com o seu perfil de atividades. Momento da verificação 6. Entre os tipos de circunstâncias em que se poderia permitir completar a verificação da identificação após o estabelecimento da relação de negócio, quando este procedimento mostrar-se necessário para não interromper o desenvolvimento normal da operação, contam-se os seguintes: ? Operações efetuadas sem a presença física do cliente. ? Operações com valores mobiliários. No mercado de valores mobiliários, as sociedades e os intermediários, às vezes, têm que efetuar operações muito rapidamente, de acordo com as condições do mercado em vigor no momento em que o cliente os contata, e pode ser seja necessário efetuar a operação antes de completar a verificação da identidade do cliente.

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? Negócios com seguros de vida. Em relação aos negócios com seguros de vida, os países podem permitir que a identificação e a verificação da identidade do beneficiário da apólice ocorram após o estabelecimento da relação de negócio com o contratador do seguro. No entanto, em todos estes casos, a identificação e verificação deveriam ocorrer no momento, ou antes, do pagamento das prestações do seguro ou no momento em que o beneficiário pretenda exercer os direitos conferidos pela apólice. 16

7. As instituições financeiras também deverão adotar procedimentos de gestão de risco em relação às situações em que um cliente possa utilizar uma relação de negócio antes da verificação da identidade. Tais procedimentos deveriam incluir um conjunto de medidas, tais como a limitação do número, tipos e/ou montante das operações que possam ser efetuadas, bem como o monitoramento de operações de elevado montante ou complexas que se afastem das normas previsíveis neste tipo de relação. As instituições financeiras deveriam consultar o documento do Comitê da Basiléia sobre CDD15 (Seção 2.2.6.) para colher orientação específica quanto a exemplos de medidas de gestão de risco relativas a operações efetuadas sem a presença física do cliente. Exigência de identificação de clientes existentes 8. Os princípios enunciados no documento do Comitê da Basiléia sobre CDD e que dizem respeito à identificação de clientes existentes deveriam servir de diretriz às instituições que exercem atividades bancárias e poderiam ser adotados por outras instituições financeiras, quando forem pertinentes. Medidas simplificadas ou reduzidas do dever de vigilância relativo à clientela 9. A regra geral é a de que a clientela deve estar sujeita ao conjunto dos deveres de vigilância, inclusive o dever de identificar o real beneficiário. Porém, em certos casos, o risco de lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo é menor, a informação sobre a identificação do cliente e do real beneficiário é de domínio público ou existem verificações e controles apropriados em outras áreas dos sistemas nacionais. Nestas circunstâncias, seria admissível que um país permitisse às suas instituições financeiras aplicar medidas CDD simplificadas ou reduzidas quanto à identificação e verificação da identidade do cliente e do real beneficiário. 10. Exemplos de clientes em relação aos quais poderão ser aplicadas medidas CDD simplificadas ou reduzidas, são: ? As instituições financeiras – quando estiverem sujeitas aos deveres de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo em conformidade com as Recomendações do GAFI e se encontrarem sujeitas a supervisão no cumprimento destes deveres. ? As sociedades com capital aberto ao investimento do público, que se encontrarem sujeitas a deveres de informação. ? A administração e as empresas públicas. 11. As medidas CDD simplificadas ou reduzidas também podem ser aplicadas aos reais beneficiários de contas de grupo detidas por atividades ou profissões não financeiras designadas, desde que tais atividades ou profissões se encontrarem sujeitas aos deveres de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, em conformidade com as Recomendações do GAFI e a sistemas eficazes de monitoramento e vigilância do cumprimento desses deveres. Os bancos também deveriam seguir o disposto no documento do Comitê da Basiléia sobre CDD (Seção 2.2.4.), que estabelece diretrizes específicas sobre as situações em que uma instituição detentora de contas pode confiar a um cliente que for intermediário financeiro profissional a execução dos deveres de vigilância sobre os clientes deste último ou sobre seus próprios clientes (ou seja, os reais beneficiários da conta bancária). Quando for necessário, o documento do Comitê da Basiléia sobre CDD também poderia fornecer orientações quanto a contas do mesmo gênero detidas por outros tipos de instituições financeiras. 12. As medidas CDD simplificadas ou reduzidas também poderiam ser aplicadas a diversos tipos de produtos ou operações, tais como (enumeração meramente exemplificativa): ? Apólices de seguros de vida, em que o prêmio anual não seja superior a USD / € 1000, ou quando comportarem apenas um prêmio único que não seja superior a USD / € 2500. ? Apólices de seguros de aposentadoria, se não houver cláusula de resgate e se a apólice não puder ser dada em garantia.

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? Regimes de aposentadoria ou similares que confiram benefícios de aposentadoria aos trabalhadores, quando as contribuições sejam feitas através de deduções nos salários e desde que o respectivo regime não permita a cessão dos direitos detidos pelos respectivos membros. 15 O “documento do Comitê da Basiléia sobre CDD” refere-se ao documento sobre as Regras de Identificação de Clientes para Bancos, publicado pelo Comitê da Basiléia sobre Supervisão Bancária, em outubro de 2001. 17

13. Os países também poderiam decidir se as instituições financeiras poderiam aplicar estas medidas simplificadas apenas a clientes estabelecidos em sua própria jurisdição ou também a clientes estabelecidos em outras jurisdições que esses países considerarem que cumprem e aplicam efetivamente as Recomendações do GAFI. As medidas CDD simplificadas não poderão ser aplicadas se houver suspeitas de lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo ou em situações específicas que apresentarem um risco elevado. Recomendação 6 Os países são encorajados a estender a aplicação dos deveres da Recomendação 6 aos indivíduos que exercerem funções públicas de relevo no seu próprio país. Recomendação 9 Esta Recomendação não se aplica à sub-contratação nem ao mandato. Esta Recomendação também não se aplica às relações, contas ou operações entre instituições financeiras, por conta dos seus clientes. Tais relações são reguladas pelas Recomendações 5 e 7. Recomendações 10 e 11 Quanto à atividade seguradora, a expressão “operações” deverá ser entendida como abrangendo o objeto do seguro, o pagamento do prêmio e os benefícios. Recomendação 13 1. A referência à atividade criminosa na Recomendação 13 refere-se: a) A todos os atos criminosos que constituam crime antecedente para efeitos de lavagem de dinheiro; ou b) No mínimo, àqueles crimes que constituam crime antecedente nos termos da Recomendação 1. Os países são fortemente encorajados a adotar a alternativa a). Todas as operações suspeitas, inclusive as tentativas de efetuar uma operação, deveriam ser declaradas independentemente do seu montante. 2. Ao aplicar a Recomendação 13, as operações suspeitas deveriam ser declaradas pelas instituições financeiras, independentemente de envolverem questões de natureza fiscal. Os países deveriam considerar que, com o objetivo de dissuadir as instituições financeiras de comunicarem operações suspeitas, quem lava dinheiro poderá tentar alegar, por exemplo, que suas operações se encontram relacionadas com questões fiscais. Recomendação 14 (Alerta ao cliente) Quando os advogados, notários, outros profissionais jurídicos liberais e contadores que trabalharem por conta própria tentarem dissuadir um cliente de envolver-se numa atividade ilícita, isto não constitui um alerta ao cliente. Recomendação 15 O tipo e a extensão das medidas a serem adotadas relativamente a cada uma dos deveres previstos nesta Recomendação deveriam ser apropriados ao risco de lavagem de dinheiro e de financiamento do terrorismo, bem como à dimensão da atividade em questão. No caso das instituições financeiras, os dispositivos de controle do cumprimento deveriam incluir a designação de um responsável no nível da direção. Recomendação 16 1. Compete a cada país determinar as matérias sujeitas a privilégio profissional de natureza legal ou a sigilo profissional. Normalmente, tais matérias abrangeriam as informações que os advogados, notários ou outras 18

profissões jurídicas independentes recebem ou obtém dos seus clientes: a) quando avaliarem a situação jurídica do seu cliente, ou b) quando defenderem ou representarem seu cliente no âmbito de processos judiciais, administrativos, de arbitragem ou de mediação. Se os contadores estiverem sujeitos a deveres semelhantes de sigilo ou privilégio, eles também não são obrigados a comunicar operações suspeitas.

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2. Os países podem autorizar que os advogados, notários, outros profissionais jurídicos independentes e contadores transmitam suas comunicações de operações suspeitas às suas respectivas ordens profissionais, desde que tenham sido estabelecidas formas de cooperação apropriadas entre estes organismos e a UIF. Recomendação 19 1. A fim de facilitar a detecção e vigilância de operações em numerário, sem impedir por qualquer meio a liberdade de circulação de capitais, os países poderiam ponderar a exeqüibilidade de submeter todas as transferências transfronteiriças acima de determinado limite a requisitos de verificação, monitoramento administrativo, comunicação ou conservação de documentos. 2. Se um país detectar uma remessa internacional anormal de divisas, de moeda, de metais preciosos ou pedras preciosas etc., ele deveria considerar avisar, no que for apropriado, as autoridades alfandegárias ou outras autoridades competentes dos países de onde a remessa é originária e/ou daqueles para onde ela se destina, e deveria cooperar no sentido de determinar a fonte, o destino e o propósito de tal remessa e de adotar todas as ações apropriadas. Recomendação 23 A Recomendação 23 não deveria ser interpretada no sentido de exigir a introdução de um sistema de revisão periódica das autorizações concedidas à tomada de controle do capital em instituições financeiras simplesmente para fins de combate à lavagem de dinheiro, mas para sublinhar, na perspectiva do GAFI, o caráter desejável e conveniente de reexaminar se o controle acionista nas instituições financeiras (bancárias e não bancárias, em especial) é adequado. Por conseguinte, quando existirem testes de competência e integridade dos acionistas, a atenção dos supervisores deveria dirigir-se para sua relevância em termos de combate à lavagem de dinheiro. Recomendação 25 Quando considerarem o feedback que deveria ser fornecido, os países deveriam levar em consideração o documento “Melhores Práticas do GAFI para Fornecer Feedback às Instituições Financeiras e outras Pessoas que Comunicam Operações Suspeitas” (FATF Best Practices Guidelines on Providing Feedback to Reporting Financial Institutions and other Persons). Recomendação 26 Se um país tiver criado uma UIF, ele deveria considerar sua candidatura ao Grupo de Egmont. Os países deveriam aderir à “Declaração de Propósitos do Grupo de Egmont” (Egmont Group Statement of Purpose) e aos seus “Princípios para o Intercâmbio de Informações entre Unidades de Inteligência Financeira em Matéria de Lavagem de Dinheiro” (Principles for Information Exchange Between Financial Intelligence Units for Money Laundering Cases). Estes documentos estabelecem diretrizes importantes sobre as atribuições e competências das UIFs e sobre os mecanismos a observar no intercâmbio de informações entre tais unidades. Recomendação 27 Os países deveriam considerar a adoção de medidas a nível nacional, inclusive legislativas, que permitam às suas autoridades competentes encarregadas da investigação de casos de lavagem de dinheiro retardar ou cancelar a prisão de suspeitos e/ou o seqüestro do numerário com o propósito de identificar as pessoas envolvidas nestas atividades ou coletar provas. Sem estas medidas, torna-se inviável a adoção de certos procedimentos como as entregas controladas e operações de infiltração Recomendação 38 Os países deveriam considerar: 19

a) A criação de um fundo com os ativos confiscados no seu país, no qual seja depositada a totalidade ou parte dos bens confiscados, e usá-lo para fins de dotação das autoridades encarregadas da aplicação da lei, de saúde, educação ou para outros fins apropriados. b) A adoção das medidas necessárias para permitir a divisão, com ou entre outros países, dos bens confiscados, em particular sempre que o confisco for o resultado, direta ou indiretamente, de ações coordenadas das autoridades encarregadas da aplicação da lei. Recomendação 40 1. Para os efeitos desta Recomendação: ? “Homólogas” refere-se às autoridades com atribuições e funções similares.

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? “Autoridade competente” refere-se a todas as autoridades administrativas e as encarregadas da aplicação da lei envolvidas no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, inclusive as UIFs e as autoridades de supervisão. 2. Diferentes canais podem ser adequados para o intercâmbio de informação, de acordo com o tipo de autoridade competente envolvida e a natureza e propósitos da cooperação. Entre os mecanismos ou canais utilizados para o intercâmbio de informação, podem citar-se a título de exemplo: acordos ou convenções bilaterais ou multilaterais, memorandos de entendimento, intercâmbio com base na reciprocidade ou através de organizações internacionais ou regionais apropriadas. No entanto, esta Recomendação não abrange a cooperação relativa à assistência judiciária mútua nem à extradição. 3. A referência ao intercâmbio indireto de informações com autoridades estrangeiras, que não as homólogas, abrange a situação em que a informação solicitada for transmitida pela autoridade estrangeira, por intermédio de uma ou mais autoridades nacionais ou estrangeiras, antes de ser recebida pela autoridade que a solicitou. A autoridade competente que solicita a informação deverá indicar sempre, com clareza, o propósito do pedido e em nome de quem a solicitação é feita. 4. As UIFs deveriam ter competência para apresentar pedidos de informação em nome de suas homólogas estrangeiras sempre que for considerado relevante para uma análise de operações financeiras. No mínimo, os pedidos de informação deveriam incluir: ? Pesquisas na sua própria base de dados, que deveriam incluir informações relativas a comunicações de operações suspeitas. ? Pesquisas em outras bases de dados às quais elas tenham acesso direto ou indireto, inclusive bases de dados das autoridades encarregadas da aplicação da lei, bases de dados públicas, bases de dados administrativas e bases de dados disponíveis comercialmente. Sempre que for permitido, as UIFs também deveriam contatar outras autoridades competentes e instituições financeiras para obter informações relevantes.

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Edição nº 245, Página 57, de 22dez2006

MINISTÉRIO DA FAZENDA COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS COREMEC – Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados financeiro, de capitais, de seguros, de previdência e capitalização

DELIBERAÇÃO Nº 2, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2006 Estabelece orientação a respeito da edição, no âmbito das respectivas competências, de normas relativas ao cumprimento, pelas instituições supervisionadas, das regras preventivas relacionadas com vigilância reforçada do relacionamento de Pessoas Politicamente Expostas. O Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização - Coremec torna público que, em sessão realizada em 1º de dezembro de 2006, com base no art. 3º, incisos I e II, do Decreto nº 5.685, de 25 de janeiro de 2006, considerando: a) o disposto no art. 52 da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de 2006; b) a Recomendação nº 6 do Grupo de Ação Financeira sobre Lavagem de Dinheiro - Gafi; c) as Metas nºs 1 e 5 da Estratégia Nacional de Combate à Lavagem de Dinheiro - ENCLA, para 2006, decide: Art. 1º Recomenda-se às entidades e órgãos integrantes do Coremec a edição, no âmbito das respectivas competências, de normas relativas ao cumprimento, pelas instituições supervisionadas, das regras preventivas relacionadas com vigilância reforçada do relacionamento com Pessoas Politicamente Expostas. Parágrafo único. As normas relacionadas com a vigilância reforçada e contínua da relação de negócio devem incluir: I - a adoção de sistemas de gestão de riscos adequados a determinar se o cliente de instituição supervisionada é uma pessoa politicamente exposta; II - a obtenção de autorização da alta gerência da instituição supervisionada para estabelecer relações de negócios com tais clientes ou para o prosseguimento de relações já existentes quando o cliente passe a se enquadrar como pessoa politicamente exposta; e III - a adoção de medidas razoáveis para determinar a origem do patrimônio e dos fundos. Art. 2º Consideram-se clientes, para efeito desta Deliberação: 1

I - no âmbito do Banco Central do Brasil, os depositantes em bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas e cooperativas de crédito, e os associados de cooperativas de crédito de qualquer natureza e de associações de poupança e empréstimo; II - no âmbito da Comissão de Valores Mobiliários, os subscritores ou adquirentes de títulos e valores mobiliários e os cotistas de fundos de investimento de qualquer natureza; III - no âmbito da Secretaria de Previdência Complementar, os participantes, beneficiários e assistidos de planos de benefícios; IV - no âmbito da Superintendência de Seguros Privados, os segurados, beneficiários, participantes e assistidos de planos de benefício e os detentores de direito relativos a títulos de capitalização. Art. 3º Para efeito desta Deliberação, consideram-se pessoas politicamente expostas os agentes públicos que desempenham ou tenham desempenhado,

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nos cinco anos anteriores, no Brasil ou em países, territórios e dependências estrangeiros, cargos, empregos ou funções públicas relevantes, assim como seus representantes, familiares e outras pessoas de seu relacionamento próximo, conforme definido pela ENCLA. Parágrafo único. São considerados familiares os parentes, na linha direta, até o primeiro grau, o cônjuge, o companheiro, a companheira, o enteado e a enteada. Art. 4º No caso de clientes estrangeiros, recomenda-se que as instituições supervisionadas adotem, como parte de um sistema de gestão de riscos relacionados com a classificação de um cliente como pessoa politicamente exposta, os seguintes procedimentos: I - solicitar declaração expressa do cliente a respeito da sua classificação; II - recorrer a informações publicamente disponíveis; III - recorrer a bases de dados eletrônicos comerciais sobre pessoas politicamente expostas; e IV - considerar a definição constante do Glossário dos termos utilizados nas 40 Recomendações do Gafi, segundo a qual uma "pessoa politicamente exposta" é aquela que exerce ou exerceu importantes funções públicas em um país estrangeiro; por exemplo, chefes de Estado e de Governo, políticos de alto nível, altos servidores dos poderes públicos, magistrados ou militares de alto nível, dirigentes de empresas públicas ou dirigentes de partidos políticos. § 1º A definição de "pessoa politicamente exposta" não é aplicável a indivíduos em posições ou categorias intermediárias ou inferiores às antes mencionadas. § 2º A regulamentação editada pelas entidades integrantes do Coremec poderá prever que, caso o cliente estrangeiro seja cliente de instituição estrangeira, sujeita à fiscalização de entidade governamental assemelhada, o controle de Pessoas Politicamente Expostas previstos nessa deliberação seja feita pela própria instituição estrangeira, desde que se assegure à entidade fiscalizadora nacional o acesso aos dados e procedimentos adotados. Art. 5º No caso de clientes brasileiros, recomenda-se que as instituições supervisionadas considerem como pessoas politicamente expostas: I - os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União; II - os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União: 2

a) de ministro de Estado ou equiparado; b) de natureza especial ou equivalente; e c) de presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de autarquias, fundações públicas, empresas públicas ou sociedades de economia mista; d) do Grupo Direção e Assessoramento Superiores - DAS, nível 6, e equivalentes; III - os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores; IV - os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República, o Vice-Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o Procurador-Geral da Justiça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os Procuradores- Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal;

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V - os membros do Tribunal de Contas da União e o Procurador-Geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União; VI - os governadores de Estado e do Distrito Federal, os presidentes de Tribunal de Justiça, de Assembléia Legislativa e de Câmara Distrital, e os presidentes de Tribunal e de Conselho de Contas de Estado, dos Municípios e do Município; VII - os prefeitos e presidentes de Câmara Municipal das capitais de Estado. Art. 6º Recomenda-se que as entidades integrantes do Coremec considerem, para efeito de contagem de prazos de incidência da vigilância reforçada de que trata esta Deliberação, o início da relação de negócio ou a data em que o cliente passou a se enquadrar como pessoa politicamente exposta. Art. 7º Para se determinar a origem dos fundos de uma pessoa politicamente exposta as instituições supervisionadas poderão considerar a compatibilidade das operações com o patrimônio constante dos cadastros respectivos. Art. 8º Para adoção das medidas de vigilância reforçada constantes desta Deliberação, recomenda-se que as entidades integrantes do Coremec fixem prazos adequados, consoante a área supervisionada. Art. 9º A relação constante do art. 4º será revista anualmente pelo Coremec, à vista da experiência obtida. Art. 10º Esta Deliberação entra em vigor na data de sua publicação. MARCELO FERNANDEZ TRINDADE Presidente do Comitê 3